domingo, 10 de janeiro de 2010

Sete Dias Com Marilyn

Hoje tive a grata surpresa de conferir esse "My Week With Marilyn". Quando o projeto foi anunciado eu realmente torci o nariz. Geralmente grandes ídolos do passado não ganham filmes à altura (vide as diversas bobagens feitas sobre Elvis Presley até hoje). Depois quando Michelle Williams foi anunciada fiquei ainda mais receoso. Inicialmente a achei meio inadequada, embora tenha adorado sua atuação em "Blue Valentine" (um excelente filme baseado em atuações maravilhosas sobre as dificuldades de um relacionamento adulto). Será que ela saberia lidar com a complexidade da personalidade de Marilyn Monroe?

Felizmente respirei aliviado quando "My Week With Marilyn" terminou.. Tudo é de muito bom gosto, o roteiro é bem escrito e as atuações são ótimas. Na minha forma de ver essa estrutura do argumento em que é valorizado apenas algum evento especifico da vida do biografado costuma dar muito mais certo do que quando tentam em um só filme retratar toda a história de vida da pessoa enfocada. Isso aconteceu recentemente com "A Dama de Ferro" em que tentaram dar um passo maior do que a perna e contar toda a história de Margaret Thatcher em apenas um filme - algo simplesmente impossível e que geralmente resulta em produções vazias e incompletas (apesar da ótima atuação de Meryl Streep considerei seu filme muito superficial).

Aqui acompanhamos a complicada gravação do filme "O Príncipe Encantado" que Marilyn Monroe (Michelle Williams) filmou na Inglaterra (fato único em sua carreira). Não deixa de ser cômico acompanhar o britânico Sir Laurence Olivier (Keneth Branagh) com toda sua organização e pontualidade arrancando os cabelos da cabeça com os constantes problemas de Marilyn durante as filmagens (sempre atrasada, sempre errando o texto do filme, tendo crises matrimoniais e depressivas, etc). O curioso é que o filme conseguiu retratar esse lado nada lisonjeiro do mito de forma não agressiva ou desrespeitosa. Seria muito fácil colocar uma Marilyn caindo pelo set, obviamente drogada ou bêbada. Felizmente o bom senso falou mais alto e aqui acompanhamos ela tal como realmente aconteceu - a atriz com muitos problemas pessoais, porém sem cair no sensacionalismo barato.

O foco do filme se concentra na aproximação de Marilyn com o terceiro assistente de direção, o jovem Collin Clarke (Eddie Redmayne). No meio do caos ela acaba se aproximando desse garoto que dentro da equipe não tinha nenhuma importância mas que acaba ganhado sua amizade e afeto. O curioso é que tudo que vemos na tela foi inspirado no próprio relato de Collin Clarke que por uma sorte do destino estava lá, no lugar e no tempo certos! Uma dessas coisas que só acontecem mesmo uma vez na vida de qualquer pessoa! Existe até hoje uma certa dúvida sobre a veracidade ou não de seu livro mas de certa forma isso não tem tanta importância pois não seria o primeiro livro a misturar fatos reais com toques de ficção! O texto é divertido e se for apenas uma lorota temos que reconhecer que é tudo muito bem escrito (e descrito). Infelizmente o autor faleceu em 2002 e não teve a oportunidade de ver sua obra adaptada tão bem para a tela de cinema.

Como já era esperado Michelle Williams só tinha dois caminhos ao interpretar Marilyn: ou atuar de forma convincente ou cair na caricatura! Muitos atores que interpretam mitos do passado como Elvis ou Marilyn inevitavelmente caem na caricatura pura e simples! Viram palhaços de forma inconsciente! Embora não seja muito parecida fisicamente com Monroe a atriz Michelle surpreende. Ela está doce, delicada (e complicada) em cena, tal como a Norma Jean da vida real. Concorrendo ao Oscar contra Meryl Streep por "A Dama de Honra" realmente ficarei chateado se perder pois considero seu trabalho muito superior à da colega. Sem grande uso de maquiagem pesada (como Streep), Michelle Williams conseguiu sumir dentro da personagem, o que prova seu fenomenal trabalho de atuação. O fato é que Marilyn era uma pessoa com sonhos, sentimentos e pensamentos que a distanciavam do estereotipo de "loira burra" que seus personagens acabaram criando na mente do público. Captar a essência dessa pessoa é o grande trunfo desse filme.

O diretor Simon Curtis tem uma das melhores séries da BBC no currículo, chamada Cranford (que acompanhei e fiquei maravilhado). Aqui ele repete integralmente seu bom gosto e finesse em cena. Tudo é encenado e recriado com uma delicadeza cuidadosa que foge sempre do lugar comum. A reconstituição de época também me agradou bastante, assim como os pequenos detalhes da produção (que contam muito no saldo final). A única crítica maior que teria a fazer ao filme seria a pouco relevância dada pelo roteiro a outro mito da história do cinema presente na história: Vivien Leigh, esposa de Laurence Olivier. No filme sua figura surge apagada e sem grande atrativo. Uma pena, mas tudo bem, "My Week With Marilyn" não deixa de ser brilhante por esse pequeno tropeço. Do jeito que está o filme me agradou bastante e recomendo aos fãs da eterna Marilyn Monroe, uma mulher tão linda quanto complexa, uma combinação totalmente explosiva vamos convir. Assistam sem susto, pois o filme é acima de tudo uma bela homenagem ao maior mito sexual da história do cinema.

Pablo Aluísio.

Filmes na TV aberta

 

Filmes na TV aberta - Edição I
Os melhores filmes são da Globo, como era de se esperar. No domingo três bons filmes serão exibidos. Na madrugada de Sábado para domingo a Globo exibe "Náufrago" com Tom Hanks. Já é um clássico moderno, não tem jeito. Na Temperatura Máxima, na tarde, vem a ficção "O Destino De Júpiter", uma surpresa pois não tem cara de filme para o povão no domingão. Por fim, para finalizar um bom domingo, será exibido "Tróia" com o Brad Pitt lutando na Grácia Antiga. Eficiente épico de ação. 

No resto da semana nada de muito especial. Na Sessão da Tarde vai ter na terça a simpática comédia com Sandra Bullock, o filme "Miss Simpatia" sobre tiras e concursos de misses, não necessariamente nessa ordem. E depois disso só haverá um bom filme para assistir na madrugada do próximo sábado, a comédia romântica "Letra e Música" cpm o Hugh Grant. E é só isso aí. 

Pablo Aluísio. 

sábado, 9 de janeiro de 2010

Jovens Adultos

Para algumas pessoas os anos no colégio representam o ponto alto de suas vidas. Principalmente para os populares, os bonitos, os "reis do high school". Quando os anos chegam e se vêem em dificuldades emocionais e financeiras sentem enorme saudades daquele período - incluindo aí os antigos amores do passado. É justamente essa situação que vive Mavis Gary (Charlize Theron). Rainha da beleza no colégio de sua cidade, popular ao extremo, ela chega aos 37 anos sem muito o que comemorar. Divorciada, fazendo sexo casual com desconhecidos, sem conseguir se firmar na carreira de escritora, ela acaba surtando quando recebe um Email de seu antigo namorado de escola anunciando com muita alegria o nascimento de seu filho! Sem pensar muito ela decide voltar à pequena cidade de Mercury para tentar reconquistar o namoradinho dos tempos de escola. O roteiro de "Jovens Adultos" é de Diablo Cody, ex stripper que acabou ficando famosa depois do sucesso de "Juno", uma pequena obra prima que causou impacto em seu lançamento.

Depois de se envolver com algumas bobagens como "Garota Infernal" finalmente Diablo reencontra o caminho dos bons roteiros. "Jovens Adultos" não é um filme excepcional mas dentro de sua proposta é muito bem realizado e escrito. E o mérito não cabe apenas a Diablo Cody mas também a ótima atriz Charlize Theron. Sua personagem não é nenhuma heroína romântica, pela contrário, ela mente, age mal e tenta de todas as formas roubar o antigo namorado de sua atual esposa. Em nenhum momento tem alguma crise de consciência por agir assim e nem está preocupada com os fatores morais de sua decisão. Em outras palavras é uma personagem muito próxima do que efetivamente acontece na maioria da vida das pessoas. Eu particularmente gostei bastante do resultado final justamente por isso, de sua veracidade. Enfim "Jovens Adultos" é uma boa pedida, espero que daqui em diante Diablo Cody realize mais projetos como esse e "Juno" e deixa as bobagens definitivamente de lado.

Jovens Adultos (Young Adult, Estados Unidos, 2011) Direção: Jason Reitman / Roteiro: Diablo Cody / Com: Charlize Theron, Patrick Wilson e Patton Oswalt / Sinopse: Charlize Theron interpreta Mavis Gary, uma escritora de livros infantis que retorna para sua pequena cidade natal para recuperar seus dias de glória do tempo em que era a rainha da beleza em sua escola.

Pablo Aluísio.

Tiros na Broadway

Título no Brasil: Tiros na Broadway
Título Original: Bullets Over Broadway
Ano de Produção: 1994
País: Estados Unidos
Estúdio: Miramax Films
Direção: Woody Allen
Roteiro: Woody Allen, Douglas McGrath
Elenco: John Cusack, Dianne Wiest, Jack Warden, Chazz Palminteri, Joe Viterelli, Jennifer Tilly, Rob Reiner, Mary-Louise Parker.

Sinopse:
Nova Iorque, década de 1920. O dramaturgo e escritor David Shayne (John Cusack) é um idealista que não aceita vender a dignidade de sua arte. Sem trabalho e passando por dificuldades acaba porém aceitando o financiamento de um gângster valentão para a produção de uma de suas peças. Para isso há uma condição que o escritor terá que aceitar, a escalação da namorada pouco talentosa do chefe criminoso, Olive (Jennifer Tilly), que terá que ganhar um destaque dentro da encenação.

Comentários:
Arranjar um lugar numa peça para alguém sem qualquer talento. Como se isso não fosse um problema e tanto Shayne ainda tem que lidar com o complicado temperamento de sua estrela principal, Helen Sinclair (Dianne Wiest). No meio de tanta confusão todos são surpreendidos ainda pelo improvável talento para a dramaturgia do grandalhão capanga do chefe mafioso, o truculento Cheech (Chazz Palminteri). Um filme muito querido do diretor por seus fãs. Por essa época Woody Allen pareceu ter flertado com o cinemão americano mais comercial. Seus roteiros mais intelectuais, intimistas, interiores, que discutiam questões existenciais foram deixados de lado para dar mais espaço ao humor, aos figurinos luxuosos e à uma produção bem mais trabalhada. Mesmo assim o diretor conseguiu fazer tudo isso sem deixar de lado sua inteligência, além da fina ironia que sempre o caracterizou. Um Allen excelente!.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Livros Escritos por Pablo Aluísio

Nesse ano de 2024 andei publicando livros... quem diria... Achei uma empresa - aplicativo que publica o livro que você quiser a custo zero. Não deixou de ser uma experiência inovadora em minha vida. Eu que sempre escrevi na net até agora já publiquei vários livros! Abaixo um resumo sobre cada um deles...

Contos da Alma Sombria 
Esse foi meu primeiro livro. Apenas peguei duas histórias góticas que havia escrito para o público, as melhorei um pouquinho e lancei nessa coletânea de contos de 120 páginas. Fiz revisão, mas me escapou uns 3 errinhos. Acho que nem vou consertar. Faz parte desse livro os contos "Lobo da Escócia" e "O Vampiro de Versalhes". Minha opinião é que ficaram bem interessantes. 

Contos das Sombras Eternas
Nesse livro eu reuni diversos contos avulsos que havia escrito há muitos anos. Patrulha Policial, Assassina das Estradas, Fantasmas da Velha Mansão, entre outros, fazem parte desse livro. Gostei bastante de escrever na época esses contos e não havia cogitado e nem planejado de reunir todos eles em um livro, mas eis que aconteceu. Penso que ficou muito bom! É um bom exemplo de meu lado puramente contista! 

Marlon Brando 
Minha primeira publicação com o tema cinema que dizem não vender livros nenhum no Brasil. Pode ser. Aqui minha ideia inicial era escrever um livro sobre Cinema Clássico, mas no meio do caminho decidi escrever apenas sobre Brando. Apenas juntei todos os textos que tinha no blog e os uni nesse livro. Acabou virando uma edição com 170 páginas!

Faroeste Selvagem 
Meu terceiro livro é na verdade um Bolsilivro de 70 páginas que fiz para homenagear os livrinhos que havia lido na minha juventude. Juntei dois pequenos contos aqui do blog chamados Um Winchester para Ringo e Ringo e a Montanha Dourada. Um Livrinho pequeno com preço promocional. Um exercício de nostalgia da minha parte! Esse livro encontra-se esgotado atualmente. 

Marilyn Monroe
O melhor livro que escrevi até o momento. Apenas reuni uma série de textos, crônicas e materiais diversos que escrevi ao longo dos anos sobre a adorável Marilyn e publiquei. Penso que ficou realmente muito bom. Com papel creme é um daqueles livros que realmente dão prazer em ler. Além disso é o único que conheço que comenta detalhadamente (inclusive com fichas técnicas) sobre todos os filmes da carreira de Marilyn Monroe. Um bom livro de Cinema Clássico para os cinéfilos possuírem em sua biblioteca particular. 

Elvis Presley
Estamos lançando nessa semana o primeiro livro sobre Elvis Presley. Esse volume 1 traz muitas informações sobre os primeiros discos e filmes da carreira de Elvis. Será uma coleção de livros sobre Elvis daqui em diante. Nossos planos é de lançar um novo volume a cada seis meses, para no final termos uma coleção completa de textos sobre o cantor. Um material realmente muito bom. Abaixo segue a sinopse do livro e os endereços para adquirir seu exemplar. Nesse primeiro volume escrito por Pablo Aluísio, o leitor é apresentado aos primeiros discos e filmes da carreira de Elvis Presley. Um resgate com muitas informações, fruto de uma pesquisa que durou anos por parte de seu autor. Essa é a história do jovem artista que revolucionou o mundo da música desde os seus primeiros anos de fama, sucesso e impacto cultural. 

Pablo Aluísio. 

Toda Forma de Amor

Jovem cartunista (Ewan McGregor) relembra dois períodos distintos de sua vida. No primeiro recorda dos últimos momentos da vida de seu pai (Christopher Plummer). Diagnosticado com um cãncer agressivo seu velho resolve finalmente, aos 75 anos, assumir sua homossexualidade para espanto de todos. Na outra linha temporal ele recorda o começo de seu relacionamento com uma jovem francesa (Melanie Laurent). Após conhecer a charmosa garota numa festa ele finalmente sente que encontrou sua cara metade. Será mesmo? Lida assim a sinopse podemos ficar com a impressão que o filme "Toda Forma de Amor" é no fundo um dramalhão com ares de comédia romântica. Nada mais longe da realidade. O roteiro com muita inteligência e sutileza dribla essa armadilha e constrói um filme muito bem amarrado, cativante, com muito bom humor e inteligência. O fato do personagem ser cartunista ajuda muito nesse aspecto. Ao longo da estória vamos acompanhando com muito charme as intervenções do personagem principal, ao mesclar seu trabalho com os eventos que vai vivenciando em sua vida pessoal.

O elenco está excepcionalmente bem. Também pudera, essa é um produção fundada em diálogos e boas atuações eram mais do que necessárias para dar tudo certo. Após um hiato de alguns anos aparecendo em filmes apenas medianos o ator Ewan McGregor finalmente volta à boa forma. O personagem que interpreta, Oliver, sem dúvida é um presente para qualquer intérprete. Irônico, levemente deprimido, ele vê o mundo pelos olhos da arte que produz e isso faz toda a diferença no resultado final. Já Christopher Plummer parece também ter tirado a sorte grande. Interpretando o velho Hal ele simplesmente dá show em cena. Ao dar vida a uma pessoa que não precisa mais provar nada à ninguém ele brilha em cena. Não me admira em nada o fato dele ter sido o vencedor do Oscar e ter ganho vários prêmios nas útlimas semanas. Merece. Enfim, "Toda Forma de Amor" é simpático, agradável e muito bem atuado. Nos tempos atuais em que o cinema cada vez mais demonstra sinais de escassez dessas qualidades o filme é mais do que recomendado.

Toda Forma de Amor (Beginners, Estados Unidos, 2011) Direção: Mike Mills /Roteiro: Mike Mills / Elenco: Ewan McGregor, Christopher Plummer e Mélanie Laurent / Sinopse: Oliver (Ewan McGregor) conhece a irreverente e imprevisível Anna (Mélanie Laurent), alguns meses após seu pai Hal Campos (Christopher Plummer) ter falecido. Este novo amor preenche a memória de Oliver com recordações de seu pai, que saiu do armário aos 75 anos, após a morte de sua esposa de 45 anos, para viver uma vida completa.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Brad Pitt: As Lembranças que São Para Sempre!

Brad Pitt: As Lembranças que São Para Sempre!
Eu sou um velho cinéfilo. Estou com mais de 50 anos de idade e acompanho cinema desde a minha infância! Então são milhares de filmes que passaram pelos meus olhos por todos esses meus anos! Em relação ao Brad Pitt posso dizer que acompanhei toda a sua carreira, vi todos os seus filmes, fossem no cinema ou em vídeos VHS. Quando Pitt lançava um novo filme, não se engane, eu estava lá para conferir se era bom ou não! 

Acredite no que lhe digo: Pitt foi o último dos grandes astros de Hollywood. Esse ator fez mesmo muito sucesso! Seu rosto, nos bons e velhos tempos, estava em todas as capas de revistas, fossem eles sobre cinema ou sobre qualquer outro assunto. Ele era um megastar da velha Hollywood que por acaso surgiu nos anos 90. Nas escolas as garotas tinham cadernos com ele na capa! Todos ficavam falando do Brad Pitt, sobre quem ele estava namorando ou não, etc. Sua fama foi uma febre entre os jovens! 

Uma das lembranças mais carinhosas que tenho de seus filmes aconteceu quando foi lançado no Brasil o filme "Nada é Para Sempre". Esse filme foi muito elogiado no Brasil. As comparações com Robert Redford foram óbvias, mas sempre achei esse tipo de comparação como algo meio bobo, que inclusive deveria ser evitado. Afinal Pitt tinha brilho próprio, vamos ser bem claros!

Então esse filme foi lançado em nosso país com grande prestígio, sendo exibido em cinemas mais elegantes, luxuosos. Era um filme realmente Classe A, tinha muito bom gosto envolvido. E foi em um desses velhos cinemas bonitos que assisti a esse filme! A sensação foi maravilhosa, porque verdade seja dita, "Nada é Para Sempre" é uma dessas produções com o glamour da velha Hollywood. Uma maravilha, com linda direção de fotografia! E o Pitt, nem preciso dizer, estava no auge de sua juventude e beleza. As mocinhas da sala suspiravam sempre que ele aparecia, pescando nos rios mais bonitos que já vi numa tela de cinema!

É interessante que essa Sessão de Cinema tenha ficado em minha mente, mesmo após tantos anos! Eu assisti a centenas de filmes (talvez milhares) em cinemas ao longo de minha vida, mas algumas sessões jamais esqueci, exatamente pelos ótimos filmes que eram! 

Pois é, apesar do filme se chamar "Nada é Para Sempre", pelo menos nesse caso a memória dessa noite ficou mesmo para sempre em minhas memórias... É a magia do cinema em nossas vidas! 

Pablo Aluísio. 

Beleza Roubada

Título no Brasil: Beleza Roubada
Título Original: Stealing Beauty
Ano de Produção: 1996
País:  Itália / França / Reino Unido
Estúdio: Fiction Films, France 2 Cinéma
Direção: Bernardo Bertolucci
Roteiro: Bernardo Bertolucci, Susan Minot
Elenco: Liv Tyler, Jeremy Irons, Jason Flemying, Stefania Sandrelli, Rachel Weisz.

Sinopse:
Lucy Harmon (Liv Tyler) é uma jovem americana que decide ir até a Itália para descansar, reencontrar velhos amigos e repensar sua vida. Sua mãe havia se suicidado e ela procura entender o que de fato teria acontecido. A paz e a tranquilidade da Europa podem lhe trazer todas as respostas. Além disso ela pretende na viagem à Toscana descobrir a identidade de seu pai biológico, há muito desconhecido. A bucólica região acabará lhe trazendo novas perspectivas, com alegrias, novos amores e reflexões sobre si mesma.

Comentários:
O filme mais leve e despretensioso do grande cineasta Bernardo Bertolucci. Aqui ele deixa a complexidade torturada de alguns de seus personagens de filmes anteriores para mostrar a bucólica realidade de uma garota que está em busca do amor de sua vida enquanto passeia numa Itália dos sonhos. Essa produção transformou Liv Tyler na musa dos filmes cults, muito embora tenha chamado a atenção inicialmente em sua carreira em diversos videoclips ao estilo MTV. Em termos de elenco porém quem rouba os holofotes é realmente Jeremy Irons que está soberbo em cada cena. Um grande ator em um filme menor. A Toscana nunca foi tão linda e solar! Mesmo assim acho um filme bem mediano que exagera na linguagem e no ritmo europeu de fazer cinema. No fundo a estória criada por Bernardo Bertolucci não é grande coisa e ele próprio parece deslumbrado com a presença de Liv Tyler em seu filme. Por certo estava apaixonado! Infelizmente nada disso transparece para a tela e Beleza Roubada logo se torna cansativo. Pois é, até beleza demais cansa em excesso.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Sob o Domínio do Medo

Essa é a segunda transposição para as telas do livro "The Siege of Trencher's Farm" de Gordon Williams. A obra literária original mostrava uma imagem nada agradável de certos moradores de uma típica cidade sulista do interior dos EUA. Embora o livro tenha sua fama todos os cinéfilos certamente se lembram muito mais do filme original com Dustin Hoffman no elenco e direção de Sam Peckinpah. O filme realizado na década de 70 marcou época por causa de sua violência estilizada. O original tinha uma tensão e um suspense inovadores na linguagem cinematográfica da época o que não se repete aqui nessa releitura. Nessa nova versão resolveu-se trocar tudo isso pela simples e pura violência irracional, sem maiores preocupações com estilo ou estrutura. Os tempos são outros realmente. O que realmente marca esse remake atual é sua característica de produção B com orçamento restrito..Por essa razão esqueça maiores comparações. Claro que a trama segue praticamente a mesma do antigo filme com Dustin Hoffman: casal vai morar em uma pequena cidade do sul dos EUA e lá começa a sofrer hostilidades dos moradores locais. A esposa é nascida na cidade e conhece as manias dos habitantes mas o maridão é do tipo nerd, roteirista e escritor de Hollywood que logo é tachado de "otário" pelos valentões e beberrões do local. Além disso ela foi namorada no passado de um dos trabalhadores locais que vai até sua casa para realizar reformas em um dos telhados do imóvel. A tensão decorrente dessa situação logo se impõe. Como sabemos os red necks (caipirões americanos) não são um bom exemplo de gente culta e civilizada. Pelo contrário, conseguem cultuar até nos dias atuais uma mentalidade completamente atrasada e anacrônica.

O elenco é todo formado basicamente por atores de seriados o que vai ser divertido para quem gosta de acompanhar séries. O destaque vai para o ator sueco Alexander Skarsgård. que interpreta o vampiro Eric Northman em "True Blood". Certamente ele tem uma boa presença em cena que não compromete o resultado do filme embora também não surpreenda em momento algum. James Marsden, que faz o protagonista, apesar de carismático ainda não tem cacife para levar uma produção dessas para o sucesso nas bilheterias (tanto que o filme teve resultado bem ruim nesse aspecto não conseguindo sequer recuperar seu investimento). De resto, como já disse, só sobra mesmo muita violência (estupros, torturas, assassinados e mortes bizarras - inclusive uma com uma armadilha para urso, totalmente inusitada). Enfim, um remake realmente desnecessário e sem importância mas que pode até mesmo servir para aliviar o tédio em uma tarde chuvosa se você não exigir muito.

Sob o Domínio do Medo (Straw Dogs, Estados Unidos, 2011) Direção: Rod Lurie / Roteiro: Rod Lurie, David Zelag Goodman baseados na obra "The Siege of Trencher's Farm" de Gordon Williams / Elenco: James Marsden, Kate Bosworth, Alexander Skarsgår / Sinopse: Casal vai morar em uma pequena cidade do sul dos EUA e lá começa a sofrer hostilidades dos moradores locais. A esposa é nascida na cidade e conhece as manias dos habitantes mas o maridão é do tipo nerd, roteirista e escritor de Hollywood que logo é tachado de "otário" pelos valentões e beberrões do local. Além disso ela foi namorada no passado de um dos trabalhadores locais que vai até sua casa para realizar reformas em um dos telhados do imóvel. A tensão decorrente dessa situação logo se impõe.

Pablo Aluísio.

Richard Chamberlain

Richard Chamberlain
No último dia 29 de março morreu o ator Richard Chamberlain. Ele teve uma longa carreira no cinema e na TV americana. Eu me recordo muito do ator fazendo muito sucesso com a série "Shogun" que foi exibida na Rede Globo nos anos 80, alcançando grande sucesso de audiência. Outra série que também fez bastante sucesso, inclusive no Brasil, foi "Pássaros Feridos", sendo que essa, se me recordo bem, foi exibida pela Bandeirantes. 

Em termos de cinema minha primeira lembrança de Richard Chamberlain vem dos filmes que ele rodou na Cannon. O primeiro foi "As Minas do Rei Salomão" e sua continuação "Allan Quatermain e a Cidade do Ouro Perdido". Não eram grandes filmes, mas aventuras que tentavam copiar o estilo dos filmes de Indiana Jones. 

De qualquer forma tiveram lá seu sucesso. E de quebra traziam uma linda Sharon Stone, bem jovem, no auge de sua beleza! Tive a oportunidade de assistir a ambos os filmes no cinema, nos anos 80, em seu lançamento original. 

Na vida pessoal era muito discreto e por uma razão fácil de entender. Richard era gay e procurava esconder sua opção sexual, com medo de ver sua carreira de galã ir por água abaixo. Por isso viveu anos, décadas, no armário, sem jamais revelar esse seu segredo. Chegou inclusive a escalar seu namorado na época nos filmes de aventuras da Cannon, mesmo que o roteiro original não tivesse espaço para ele na produção. 

Pablo Aluísio.