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segunda-feira, 4 de dezembro de 2023

Com Lágrimas na Voz

Título no Brasil: Com Lágrimas na Voz
Título Original: The Helen Morgan Story
Ano de Lançamento: 1957
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Michael Curtiz
Roteiro: Oscar Saul, Dean Riesner
Elenco: Ann Blyth, Paul Newman, Richard Carlson, Gene Evans, Alan King, Cara Williams

Sinopse:
O filme conta a história da cantora norte-americana Helen Morgan. De origem humilde e sofrida, ela vai aos poucos abrindo as portas para o sucesso com seu grande talento. Após muito esforço artístico finalmente chega à fama e à fortuna, apenas para perder tudo depois para o álcool e para suas péssimas escolhas pessoais.

Comentários:
No começo de sua carreira as comparações com James Dean incomodaram muito Paul Newman. Certo, eram dois atores da mesma geração, inclusive tiveram a mesma formação dramática no Actors Studio de Nova Iorque, mas no fundo, no fundo, tinham pouca coisa a ver. E Newman sabia que tentar ser o "novo James Dean" seria uma cilada. Assim colocou o ego de lado e foi atrás de bons roteiros. Queria ser bom ator e não apenas um astro jovem de Hollywood. E estava disposto a atuar em filmes com excelentes histórias, mesmo que para isso tivesse que atuar em um papel mais secundário. É o que vemos aqui. Um bom drama sobre a vida de uma artista que sucumbe ás armadilhas da fama e do sucesso. Com direção firme de Michael Curtiz e excelente atuação da atriz Ann Blyth, que foi injustamente esnobada pelo Oscar, esse é um drama envolvente e emocional, tudo na medida certa. Bons tempos eram esses em que o cinema contava histórias de dramas trágicos de pessoas amarguradas e infelizes por suas escolhas. Certamente a sétima arte era muito mais profunda e complexa nesse aspecto. Arte mesmo, de verdade. 

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2023

As Aventuras de Robin Hood

Título no Brasil: As Aventuras de Robin Hood
Título Original: The Adventures of Robin Hood
Ano de Lançamento: 1938
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Michael Curtiz, William Keighley
Roteiro: Norman Reilly Raine, Seton I. Miller
Elenco: Errol Flynn, Olivia de Havilland, Basil Rathbone, Claude Rains, Patric Knowles, Eugene Pallette

Sinopse:
Adaptação para o cinema da lenda de Robin Wood. Um ladrão e bandoleiro medieval que roubava dos ricos para dar aos pobres nas florestas da Inglaterra. E por essa razão, acabou sendo amado pelo povo que vivia oprimido pelas autoridades opressivas daqueles tempos difíceis. 

Comentários:
Ainda hoje, esse filme é considerado uma das melhores aventuras produzidas na história de Hollywood. Realmente é um filme tecnicamente perfeito. Mesmo após tantos anos de seu lançamento original. Foi um grande sucesso de bilheteria e de crítica, alcançando números comerciais espantosos para a época. Acabou se tornando o maior sucesso da história da carreira do ator Errol Flynn, que naqueles anos era o nome mais popular da indústria cinematográfica norte-americana. E isso foi, de certa forma, uma surpresa, porque a produção do filme foi conturbada. O orçamento estourou e o filme acabou custando o dobro do que era previsto pela Warner. Houve problemas de relacionamento entre o astro e o diretor. Errol Flynn resolveu seduzir a mulher de Michael Curtiz nas filmagens. Mesmo com tantos problemas, o filme superou tudo e hoje é considerado um grande marco da história do cinema. Criou várias situações narrativas que até atualmente são incorporadas e copiadas aos filmes desse gênero cinematográfico. Venceu a barreira do tempo e é considerado um grande entretenimento.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 31 de janeiro de 2023

O Mensageiro da Morte

Nesse faroeste clássico dos anos 50, o ator Robert Taylor interpreta um delegado federal. Como Marshall, ele deve ir atrás de fugitivos da lei. Encontrar os criminosos para levá-los a julgamento. Seu próximo alvo é um desertor da cavalaria americana. Um soldado que, após deixar o exército, se envolveu em um grande assalto com vítimas fatais. O sujeito está desaparecido há algum tempo e fica complicado achá lo, pois o Marshall não consegue colaboração de testemunhas. Os próprios militares que serviram ao seu lado não querem colaborar na sua busca. Acaba encontrando uma velha conhecida do foragido, que pode lhe reconhecer. O delegado acredita que o procurado esteja trabalhando como condutor de carroças no interior de uma pequena cidade do velho Oeste. Para prendê-lo, será preciso reconhecimento. E essa jovem vai fazer esse trabalho sujo. 

A primeira coisa que chama atenção nesse western é a direção do aclamado Michael Curtiz. Ele foi um grande cineasta da era de ouro de Hollywood. Tendo dirigido alguns dos grandes clássicos do cinema americano, como Casablanca. Aqui ele fez um filme mais convencional, não tão marcante, mas ainda muito bom em méritos cinematográficos. Há uma certa nuance psicológica entre os personagens principais. O delegado federal quer prender o criminoso que dentro de sua comunidade é um sujeito até bem visto, cheio de amigos. A única maior crítica que teria para fazer ao filme seria o desfecho da história. Acredito que o personagem de Robert Taylor deveria ter ido até o fim, sem medir consequências. Só que os roteiristas não pensaram dessa maneira. Foi uma escolha narrativa que eu não faria, mas tudo bem, tudo faz parte dentro de seu contexto histórico.

O Mensageiro da Morte (The Hangman, Estados Unidos, 1959) Direção: Michael Curtiz / Roteiro: W.R. Burnett, Dudley Nichols / Elenco: Robert Taylor, Tina Louise, Fess Parker / Sinopse: O delegado federal Bovard chega em uma pequena cidade fronteiriça para identificar e prender um fugitivo, mas toda a cidade parece determinada a impedir que o Marshal faça seu trabalho.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 12 de abril de 2022

Demônios do Céu

Título no Brasil: Demônios do Céu
Título Original: Dive Bomber
Ano de Produção: 1941
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Michael Curtiz
Roteiro: Frank Wead
Elenco: Errol Flynn, Fred MacMurray, Ralph Bellamy, Alexis Smith, Robert Armstrong, Regis Toomey

Sinopse:
Um cirurgião militar se une a um piloto da Marinha para desenvolver um traje de alta altitude que protegerá os pilotos de desmaiar quando entrarem em um mergulho íngreme em aviões de guerra.

Comentários:
Filme sobre os bastidores das forças armadas americanas. O filme na verdade foi filmado antes da entrada dos Estados Unidos na II Guerra Mundial. Foi dito por especialistas que os aviões mostrados no filme já estavam prestes a se aposentar. Também chama atenção os porta-aviões daquela época, bem pequenos se comparados com os que foram usados na guerra. Tudo isso foi compensado pelo grande talento de Michael Curtiz que rodou cenas maravilhosas em cores, aproveitando tudo o que tinha direito do Technocolor, um orgulho da Warner Bros na época em que o filme foi lançado nos cinemas. Em relação ao roteiro é bom, mas não desenvolve muitos os personagens. A verdadeira estrela dessa produção é a aviação militar dos Estados Unidos.

Pablo Aluísio.

sábado, 6 de novembro de 2021

O Lobo do Mar

Título no Brasil: O Lobo do Mar
Título Original: The Sea Wolf
Ano de Produção: 1941
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Michael Curtiz
Roteiro: Jack London, Robert Rossen
Elenco: Edward G. Robinson, Ida Lupino, John Garfield

Sinopse:
'Wolf' Larsen (Edward G. Robinson) é um veterano capitão naval que precisa lidar com uma tripulação que não consegue ser tão disciplinada e organizada  quanto ele queria. O choque de opiniões e visões acaba transformando sua embarcação em um barril de pólvora prestes a explodir. Filme indicado ao Oscar na categoria Melhores Efeitos Especiais (Byron Haskin e Nathan Levinson).

Comentários:
Edward G. Robinson foi um astro improvável em Hollywood. Cara de poucos amigos ele se tornou célebre por causa dos filmes de gangsters que estrelou. Aqui ele embarca em um gênero um pouco diferente, um filme que mescla aventura e características de cinema noir que o tornam bem diferenciado em relação aos chamados "filmes de mar" daquela época. Enquanto a maioria dos grandes filmes que mostravam aventuras no oceano investiam em estórias sobre marinheiros e capitães valorosos, íntegros e heróis, "The Sea Wolf" aposta em um protagonista nada amistoso e nem charmoso, na realidade um sujeito considerado até mesmo asqueroso por todos os seus subordinados. A fita foi dirigida pelo grande mestre da sétima arte Michael Curtiz (1886 - 1962) que pouco mais de um ano depois iria dirigir sua maior obra prima, "Casablanca" com Humphrey Bogart e Ingrid Bergman, naquele que seria considerado um dos maiores filmes de todos os tempos.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 27 de abril de 2021

Uma Cidade Que Surge

Título no Brasil: Uma Cidade Que Surge
Título Original: Dodge City
Ano de Produção: 1939
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Michael Curtiz
Roteiro: Robert Buckner
Elenco: Errol Flynn, Olivia de Havilland, Ann Sheridan, Bruce Cabot, Frank McHugh, Alan Hale

Sinopse:
Dodge City é uma das cidades mais violentas do velho oeste. Famosa pelos duelos de pistoleiros na rua principal, ela se torna alvo de disputas de grupos rivais, cada um querendo controlar a rica e próspera via de carregamento de gado. Wade Hatton (Errol Flynn) chega na cidade pela ferrovia para ser o novo xerife. Impor ordem e lei em um lugar conhecido justamente por não ter nenhuma das duas coisas. Sua tarefa certamente não será das mais fáceis.

Comentários:
A dupla Errol Flynn e Michael Curtiz se notabilizou pelos filmes de aventura que fizeram. Produções de capa e espada, com piratas, lendas medievais e temas semelhantes. No final da década de 1930 os executivos da Warner decidiram que era hora deles também enveredarem pelo universo dos filmes de cowboy. Também pudera, o western havia se tornado sinônimo de sucesso de bilheteria. Assim Flynn pendurou a espada, subiu em um cavalo, colocou esporas e foi dar uma de cowboy nesse "Dodge City". Sendo sincero não achei Errol Flynn muito convincente nessa película. Não era seu estilo. Ele era ótimo para representar Robin Hood, piratas do Caribe e personagens desse naipe mas homens do oeste bravio não! Isso porque Errol não parecia com um pioneiro, não tinha aquela presença rústica que esse tipo de papel exigia. Acreditar que Flynn é um ás do gatilho, um xerife da famosa Dodge City, fica complicado. Talvez Michael Curtiz também tenha entendido isso e resolveu encaixar alguns momentos de humor para combinar melhor com o sorriso irônico de Flynn. O saldo final soa meio artificial. O filme não fez o sucesso esperado e o ator voltou para seu gênero habitual. Melhor assim, afinal de contas ele nunca foi um John Wayne e nem um Randolph Scott.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 19 de outubro de 2020

O Rebelde Orgulhoso

Aqui temos mais um western clássico. A história se passa após o fim da guerra civil americana. John Chandler (Alan Ladd) se encontra completamente arruinado. Sua fazenda foi queimada pelos ianques, sua esposa foi morta na frente de seu pequeno filho que, traumatizado, nunca mais conseguiu falar. Ex-combatente da confederação, dos estados do sul, ele decide então ir até o norte em busca de uma cura para o garoto. O caminho porém não será fácil, pois ele passa a ser hostilizado por onde passa uma vez que é tratado como “rebelde” apenas por ser sulista, por ter sido um soldado confederado. Na busca por um tratamento para seu filho David (David Ladd), o pai obstinado acaba chegando numa cidadezinha na fronteira entre norte e sul. Lá, como sempre, é alvo de provocações, indo parar na cadeia após trocar socos com uns valentões locais. Tentando lhe ajudar de alguma forma, a fazendeira Lnett Moore (Olivia de Havilland) resolve pagar a fiança em troca do trabalho de Chandler em sua propriedade. O problema é que a fazenda é alvo dos irmãos Burleighs que cobiçam a região para pasto de seu rebanho. Após alguns ataques covardes (onde o bando de bandidos incendeia parte do rancho), Chandler resolve desafiar os criminosos, levando todos para uma disputa final de vida ou morte.

Esse é sem dúvida um dos melhores filmes de western da carreira de Alan Ladd. Com um roteiro que faz lembrar em certos momentos de “Os Brutos Também Amam”, o filme consegue conciliar drama, romance e ação nas doses certas. O ator Alan Ladd novamente incorpora um personagem integro, honrado e honesto que deseja apenas que seu filho volte a falar. Curiosamente o ator mirim David Ladd era de fato o próprio filho do ator, repetindo nas telas aquilo que era na vida real. O garotinho mostra muita desenvoltura em seu papel, criando um vinculo emocional bastante forte com o espectador.

O roteiro é muito bem escrito, e tira proveito de toda a situação com muita eficiência. Para os que gostam de animais, o filme ainda traz um pequeno cão pastor que acaba roubando várias cenas com seu adestramento. A disputa por ele acaba sendo um ponto crucial para todos os personagens na estória. É interessante notar ainda como Alan Ladd foi provavelmente o cowboy mais romântico do western americano em sua fase de ouro no cinema. Todos os seus personagens possuíam algo em comum, pois eram heróis trágicos, errantes, à procura de um lugar para recomeçar a vida (muitas vezes partindo praticamente do zero). O cineasta Michael Curtiz (um dos maiores nomes do cinema clássico americano) soube muito bem aproveitar dessa característica de Ladd aqui, mostrando mais uma vez toda sua elegância e seu talento, em um faroeste realmente muito bom, acima da média. Grande filme. Um belo momento da carreira de Alan Ladd, que aqui surge mais uma vez em sua quintessência.

O Rebelde Orgulhoso (The Proud Rebel, Estados Unidos, 1958) Direção: Michael Curtiz / Roteiro: Joseph Petracca, Lillie Hayward / Elenco: Alan Ladd, Olivia de Havilland, Dean Jagger, David Ladd, Harry Dean Stanton, John Carradine / Sinopse: Após o fim da guerra civil dos Estados Unidos, um ex-soldado confederado se arrisca a ir até o norte em busca de tratamento para seu filho que ficou sem falar após passar por um grande trauma. No caminho acaba se envolvendo numa luta por terras numa pequena cidade na fronteira entre norte e sul.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 18 de setembro de 2020

São Francisco de Assis

"Vês a minha Igreja, Francisco? Está em ruínas! Vá e a reconstrói" - foram essas as palavras que Giovanni di Pietro di Bernardone (1182 - 1226) teria ouvido em uma de suas visões. Jovem, filho de um rico comerciante de Assis, que até aquele momento levava uma vida mundana, Francisco (um nome carinhoso dado a ele por sua própria família por causa de sua admiração pela cultura francesa) resolveu abandonar tudo, riqueza, dinheiro e poder para se dedicar a uma missão que marcaria não apenas sua própria vida, mas a do mundo em geral. Hoje ele é conhecido como São Francisco de Assis, um dos mais populares santos da rica tradição da Igreja Católica, mas naqueles tempos obscuros ele era apenas um jovem que resolveu seguir à risca o exemplo de Jesus Cristo. Adotou a pobreza, a caridade e a castidade como ideais de vida e resolveu transformar sua própria vida em uma demonstração viva do próprio evangelho. Sua pequena ordem foi considerada revolucionária em todos os aspectos. Enquanto os monges da época se enclausuravam em mosteiros de díficil acesso, alienados do mundo, Francisco e seus seguidores adotaram a pregação peregrina, indo a cidades e vilas distantes, levando a palavra e os ensinamentos de Jesus a todos, vivendo da caridade, sem ter qualquer bem material. Também foi pioneiro no carinho pelos animais e demais criaturas terrenas. A pequena ordem que fundou, os Franciscanos, até hoje é um das mais importantes ordens religiosas do mundo. Sua mensagem de paz e simplicidade tocou fundo o coração dos homens e Francisco é nos dias atuais tão importante e atual quanto era no século XIII.

De fato é impossível relatar uma vida tão rica em apenas um filme. Por isso esse "São Francisco de Assis", deve ser analisado com extrema cautela. É de se louvar o esforço do excelente diretor Michael Curtiz (o mesmo de "Casablanca") em dirigir esse épico religioso dessa magnitude no final de sua vida. Foi o último filme inteiramente dirigido por ele (já que no seguinte seu trabalho foi concluído por John Wayne, por causa de seu precário estado de saúde). Não há como negar que o resultado ficou muito bonito e principalmente respeitoso com o eterno legado de Francisco. Michael Curtiz merece todo o reconhecimento por mais um filme muito bom.

Mesmo assim não se poder negar que trechos importantes da vida do santo também foram ignorados ou mudados para se adequar melhor no pequeno espaço de tempo disponível. É um problema sem solução. Como escrevi, é simplesmente impossível captar uma alma tão grandiosa como a desse homem apenas em uma produção. Mas a despeito disso certamente a película merece aplausos. Em termos de elenco eu destaco a participação da atriz Dolores Hart que interpretou Santa Clara. Ao que tudo indica ela foi iluminada pelo doce exemplo de vida de Francisco e abandonou uma carreira promissora em Hollywood para se tornar freira beneditina algum tempo depois. Um exemplo maravilhoso em que a vida imita a arte. No saldo geral "São Francisco de Assis" é um belo épico que se não é completo ou definitivo, pelo menos abre as portas para quem sentir curiosidade em conhecer a fundo a história desse Francesco medieval que ainda hoje inspira milhares de pessoas mundo afora.

São Francisco de Assis (Francis of Assisi, Estados Unidos, 1961) Estúdio: Twentieth Century Fox / Direção: Michael Curtiz / Roteiro: Eugene Vale, baseado na obra de Ludwig von Wohl / Elenco: Bradford Dillman, Dolores Hart, Stuart Whitman, Cecil Kellaway, Finlay Currie / Sinopse: Cinebiografia de São Francisco de Assis, santo católico que nascido em família rica e influente, resolveu abandonar todos os bens materiais para cuidar dos pobres e desamparados. Levando uma vida simples, de extrema pobreza e devoção ao cristianismo acabou fundando uma das maiores ordens religiosas da história, a dos Franciscanos.

Pablo Aluísio.

domingo, 31 de maio de 2020

Casablanca

Casablanca é certamente o filme clássico mais cultuado da história do cinema. Casablanca é uma cidade situada no Marrocos. Também foi um local vital para os refugiados europeus que fugiam do regime nazista. De Casablanca era possível pegar um avião rumo a Lisboa e de lá fugir para os Estados Unidos. E é nesse local que vive Rick Blaine (Humphrey Bogart), um americano cínico, sempre com uma ironia na ponta de língua. Se dizendo “neutro” em relação a tudo que acontece na Europa, ainda que nas vésperas da entrada dos Estados Unidos no conflito, ele angaria simpatia de todos os lados, dos membros do regime entreguista francês aos integrantes da famosa resistência francesa. Dono de um bar muito procurado na região, que acaba funcionando como ponto de encontro de refugiados em busca de uma saída dos horrores da guerra na Europa, o lugar vira uma espécie de ponto de partida rumo à liberdade. Os problemas para Rick começam a surgir quando um conhecido lhe pede que fique de posse de dois salvo-conduto, documentos que garantem a quem os possuir livre passagem rumo à Lisboa. Para completar o intrigado jogo de xadrez, ele ainda tem que lidar com a volta de Ilsa (Ingrid Bergman) uma antiga paixão dos tempos em que morava em Paris.

“Casablanca” assim tece a teia de sua trama que envolve romance, espionagem, política e amores impossíveis de se concretizarem. O filme virou símbolo de toda uma era. Ao longo dos anos ganhou uma áurea e um status que o coloca lado a lado a outros grandes filmes como “E o Vento Levou”, "Lawrence da Arábia" e “Cidadão Kane”. O curioso é que não foi recebido com todo essa consagração em sua época. Embora tenha sido o grande vencedor do Oscar em seu ano de estreia, o filme era visto apenas como uma produção um pouco acima da média, com produção do conhecido Hal B. Wallis. Não era considerada uma obra prima e nem um marco da história do cinema americano em seu tempo. De fato “Casablanca” só adquiriu todo essa importância nos anos seguintes. Mas afinal o que tornou esse filme o cult que conhecemos hoje em dia? E por que foi elevado à posição de produção símbolo da época de ouro de Hollywood? Responder a essas perguntas não é nada fácil. O que parece ter acontecido é que “Casablanca” por ter vários elementos cruciais do cinema clássico tal como o entendemos na atualidade, acabou ganhando a posição de símbolo daqueles anos, daquela era dourada do cinema americano.

Temos que reconhecer que o filme em si ainda é muito bem realizado, muito bem roteirizado e tem os elementos certos bem encaixados. A Academia reconheceu esse aspecto e premiou "Casablanca" com o  Oscar nas principais categorias, entre elas a de melhor direção (Michael Curtiz), filme e roteiro. A trilha sonora, sempre lembrada, leva o espectador de forma imediata ao conturbado mundo político da II Guerra. Não há batalhas e nem combates em cena, pois é um filme de bastidores do que acontecia na guerra, que mostra a luta de quem apenas desejava acima de tudo sobreviver. O personagem interpretado por Bogart também era um sobrevivente. Sob uma postura de cinismo e frieza a tudo o que acontece ao redor, existia ali também um idealista que lutou contra o regime ditatorial na Espanha. Além disso embaixo da fachada de fria indiferença com as mulheres surgia também um homem apaixonado e magoado por ter sido abandonado pela mulher que amava. Nem é necessário elogiar a grande interpretação de Bogart. Com eterno cigarro na boca, rosto de tédio e expressão cool, o ator arrasou em sua caracterização. De fato o personagem reuniu tudo o que faria de Bogart um mito eterno do cinema. Foi a cristalização de sua imagem no cinema, definindo toda a sua carreira.

A atriz sueca Ingrid Bergman impressionava pela beleza, pelos olhos sempre cheios de lágrimas e pela sensualidade á flor da pele. O curioso é que sua personagem nem deveria despertar tanto carisma assim no espectador, uma vez que era uma mulher casada que se envolvia com um outro homem em Paris. O público porém ignorou tal fato e ela surgiu suprema em cena, despertando suspiros em cada momento que aparecia. Assim temos em “Casablanca” um filme nostálgico que conseguia trazer em seu roteiro  conspirações, conchavos e romance, tudo na medida certa. Além disso os personagens eram modelos de uma época do cinema americano que já não existe mais. Muito provavelmente por isso o filme seja tão cultuado. É uma símbolo do que se produzia em sua época. Por todas essas razões é até desnecessário falar mais sobre o filme. “Casablanca” é um clássico para se rever sempre, de tempos em tempos. Um filme realmente atemporal e eterno. Item essencial na sua coleção de filmes.

Casablanca (Casablanca, Estados Unidos, 1942) Direção: Michael Curtiz / Roteiro: Julius J. Epstein, Philip G. Epstein, Howard Koch, Murray Burnett, Joan Alison / Elenco: Humphrey Bogart, Ingrid Bergman, Paul Henreid, Claude Rains, Conrad Veidt, Sydney Greenstreet, Peter Lorre, S. Z. Sakall, Madeleine Lebeau / Sinopse: Após ser perseguido pelos nazistas um atravessador entrega a Rick Blaine (Bogart), dono de um bar cassino em Casablanca, dois documentos que garantem passe livre a quem os possuir. Ao mesmo tempo Rick reencontra Ilsa Lund (Bergman), uma antiga paixão dos tempos em que morava em Paris. Após ser abandonado sem razão, ela agora está de volta e pretende fugir com o marido rumo aos Estados Unidos, para fugir dos nazistas. Apenas Rick possui a chance de lhe dar os salvo-condutos. Será que fará isso pelo amor de sua vida?

Pablo Aluísio.

 

quinta-feira, 16 de janeiro de 2020

Meu Reino Por um Amor

Grande momento da carreira da atriz Bette Davis e um dos filmes mais lembrados por sua grande atuação. Aqui ela encontrou um papel à altura de sua personalidade única. Ela interpreta a rainha Elizabeth I, que ficou conhecida na história como a "rainha virgem" pois nunca se casou e nem deixou herdeiros. Quando o filme começa ela está pronta para receber um de seus comandantes, o Conde de Essex (Errol Flynn). Ele está triunfante pois venceu uma grande batalha contra a Espanha e sua armada. A rainha porém não está satisfeita pois esperava que a campanha lhe trouxesse muitos tesouros dos navios espanhóis. Ao invés disso tudo foi para o fundo do mar. O interessante é que por baixo do jogo de aparências a rainha ama aquele homem, tem verdadeira paixão por ele. Seu comportamento é até mesmo uma forma de despistar dos outros lordes. Os seus verdadeiros sentimentos ficam escondidos em encontros secretos com seu amado. Em pouco tempo ela volta para seus braços.

O roteiro do filme foi baseado em fatos históricos reais, inclusive não abrindo mão do trágico destino que acabou envolvendo esse romance. Bette Davis está ótima como a monarca inglesa, inclusive usando figurinos e maquiagem bem pesadas, típicos da época. Isso significou que ela precisou até mesmo cortar parte de seu cabelo para fazer jus aos problemas de calvície que atingia a rainha. A Elizabeth I foi uma mulher complexa, cheia de traumas por causa da velhice e da perda da juventude (algo retratado no filme). A estrutura do roteiro desse filme é bem teatral pois foi baseado numa peça. Só que em nenhum momento cansa o espectador. Além disso tem ótimos diálogos que prendem a atenção. Enfim, um filme realmente digno dessa histórica rainha inglesa.

Meu Reino Por um Amor (The Private Lives of Elizabeth and Essex, Estados Unidos, 1939) Direção: Michael Curtiz / Roteiro: Norman Reilly Raine, Eneas MacKenzie / Elenco: Bette Davis, Errol Flynn, Olivia de Havilland, Vincent Price / Sinopse: O filme resgata a história de amor envolvendo a rainha Elizabeth I (Davis) e o Conde de Essex (Flynn) durante o século XVI. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Fotografia (W. Howard Greene, Sol Polito), Melhor Direção de Arte (Anton Grot), Melhor Som (Nathan Levinson), Melhores Efeitos Especiais (Byron Haskin, Nathan Levinson) e Melhor Música (Erich Wolfgang Korngold).

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 13 de novembro de 2019

Cinzas ao Vento

Anos após ser expulso de sua cidade natal, Brant Royle (Gary Cooper) retorna. O lugar agora está sob dominação do magnata do tabaco James Singleton (Donald Crisp), o mesmo homem que havia perseguido Brant e seu pai. O tempo passou, mas as velhas mágoas ainda existem. Ao conhecer um inventor de máquinas de fabricação de cigarros, Brant decide pegar algum dinheiro emprestado com seu antigo amor Sonia (Lauren Bacall) para abrir um novo negócio, justamente uma fábrica de cigarros pois ele vê uma oportunidade de ficar rico com a produção em série do produto. Com os anos Royle acaba se tornando ele próprio um magnata da indústria, embora pessoalmente não consiga superar seus velhos traumas do passado. 
 
Esse é mais um excelente drama dirigido pelo mestre Michael Curtiz. O roteiro explora a ascensão e queda de um homem que, saído da extrema pobreza, começa a subir os degraus do sucesso e da riqueza. O personagem interpretado por Cooper é um sujeito que deseja acima de tudo destruir a família Singleton, pois no passado eles destruíram seu pai, um honesto e pacato plantador de tabaco. O tempo passa e ele volta para sua vingança, mas acaba sendo traído também por seus sentimentos pois se apaixona justamente pela filha de seu pior inimigo, a bela e perigosa Margaret Jane Singleton (interpretada pela atriz Patricia Neal que tinha um affair com Cooper na época das filmagens). É a velha questão do chamado triângulo amoroso.

A prestativa e apaixonada Sonia (Bacall) ama e faz de tudo por Royle (Cooper), mas ele ama outra pessoa, a fútil e ardilosa Margareth (Neal) que no fim das contas só deseja destrui-lo. O roteiro foi escrito inspirado no romance de Foster Fitzsimmons. O livro, um autêntico drama romântico sulista, tem todos os elementos que não poderiam faltar nesse tipo de literatura. Há um protagonista que vira vítima de seu próprio sucesso, amores não correspondidos, traições e até um interessante  discurso sobre os poderosos monopólios que iam surgindo dentro da nascente economia industrial norte-americana na virada do século XIX. Essa transformação industrial do sul após a guerra civil aliás é um dos aspectos mais peculiares do filme.

O protagonista interpretado por Gary Cooper é um industrial que aos poucos vai perdendo sua humanidade, tudo corroído pela ganância e pela sede de poder e dominação. Além disso o fato de ser um homem que fica extremamente rico popularizando o cigarro (ao invés do charuto que era o mais popular até então) o torna ainda mais culpado por seus atos e decisões. E por uma dessas ironias do destino o próprio Gary Cooper morreria anos depois exatamente por sofrer de um câncer de pulmão incurável causado pelo fumo excessivo. Na época os danos à saúde causados pelo tabaco ainda eram desconhecidos pela ciência. Muitos, como Cooper, acabariam perdendo a vida exatamente por ignorarem o mal que estavam fazendo para o seu próprio organismo.

Cinzas ao Vento (Bright Leaf, Estados Unidos, 1950) / Estúdio: Warner Bros / Direção: Michael Curtiz / Roteiro: Ranald MacDougall / Elenco: Gary Cooper, Lauren Bacall, Patricia Neal, Donald Crisp, Jeff Corey, Taylor Holmes / Sinopse: Esse clássico do cinema conta a história de Brant Royle (Gary Cooper). No passado ele havia sido expulso de sua terra natal, mas agora está de volta e começa a se tornar um prospero homem de negócios.

Pablo Aluísio. 

quarta-feira, 20 de março de 2019

Caravana do Ouro

Título no Brasil: Caravana do Ouro
Título Original: Virginia City
Ano de Produção: 1940
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Michael Curtiz
Roteiro: Robert Buckner
Elenco: Errol Flynn, Randolph Scott, Humphrey Bogart, Miriam Hopkins

Sinopse:
Na fase final da Guerra Civil Americana, os confederados sofrem pela falta de recursos, dinheiro e equipamentos. A única solução é encontrar de forma urgente uma nova fonte de ouro. Ela existe em Virginia City, Nevada, porém a região está dominada pelas tropas da União. O alto comando do exército sulista decide então enviar o Capitão Vance Irby (Randolph Scott) para liderar uma caravana que traga o ouro até Richmond. A União por sua vez envia o Major Kerry Bradford (Errol Flynn) para deter os planos dos rebeldes. Começa a partir daí um jogo de traições, falsas pistas e acobertamentos envolvendo o valioso carregamento.

Comentários:
"Virginia City" é uma obra pouco lembrada do mestre Michael Curtiz. Com roteiro mais bem elaborado do que o habitual, envolvendo uma curiosa trama de espionagem protagonizada por dois militares se fazendo passar por espiões e agentes infiltrados, o filme acabou sendo considerado complexo demais para o público ao qual se destinava. Hoje em dia ganha muito em novas revisões, justamente por causa da bem arquitetada estória. Outro ponto que chama logo a atenção é o elenco, com três grandes mitos da história de Hollywood. O primeiro é Errol Flynn, eterna estrela das produções dirigidas por Michael Curtiz na Warner. Seu personagem tem ares de Robin Hood, a perícia de um Capitão Blood e a valentia do General Custer. De maneira em geral apesar de ser o protagonista do enredo é o personagem menos interessantes do filme, apenas uma mistura pouco criativa de vários outros papéis desempenhados por Flynn ao longo de sua carreira. 

Já o Capitão confederado Vance Irby, interpretado por Randolph Scott, é muito mais bem desenvolvido. Comandante de uma prisão militar no começo do filme, ele é enviado pessoalmente pelo presidente Jeff Davis para trazer o ouro para os cofres sulistas numa última e desesperada tentativa de vencer uma guerra que naquela altura já parecia estar perdida, pois como bem explica um dos generais rebeldes: "Guerras são vencidas com dinheiro e não apenas com bravura e honra". Randolph Scott está completamente à vontade, até porque o western sempre foi o seu gênero preferido no cinema. Humphrey Bogart surge em cena como John Murrell, líder de um grupo de bandoleiros que está de olho no ouro. É muito divertido assistir Bogart nesse papel porque ele é muito sui generis em sua carreira. Com um bigodinho bem estranho, ele mal pôde ser reconhecido por causa de sua caracterização. Além disso é um personagem bem coadjuvante, o único vilão verdadeiro da trama, que só foi aceito pelo ator por causa de sua amizade e gratidão para com Curtiz, cineasta a quem tinha enorme respeito. Então é isso, "Caravana do Ouro" é de fato um ótimo faroeste que merece ser desempoeirado após ficar tantos anos esquecido embaixo das areias do tempo.

Pablo Aluísio.

sábado, 16 de junho de 2018

Os Comancheros

Paul Regret ( Stuart Whitman) é um jogador de cartas no velho oeste que acaba matando em duelo o filho do juiz de New Orleans. Sem alternativas resolve fugir da Louisiana em direção ao oeste onde começa a ser caçado pelo Texas Ranger Jake Cutter (John Wayne). Cutter está no meio de uma missão aonde tem que se infiltrar no grupo dos chamados “Comancheros”, homens brancos que traficavam armas para as tribos de Comanches rebeldes. Para ser aceito como um traficante de armas ele se faz passar por criminoso com a ajuda de Jack Crow (Lee Marvin). “Os Comancheros” é mais um excelente western na extensa filmografia de John Wayne. Rodado quase que totalmente nos desertos de Utah (aqui fazendo papel de Texas) o filme foi dirigido pelo veterano cineasta Michael Curtiz, o consagrado diretor de “Casablanca”. As filmagens no deserto porém foram bem complicadas. Curtiz, de idade um tanto quanto avançada e com problemas de saúde, não conseguiu lidar com o tamanho da produção sozinho. Assim a Fox determinou ao próprio John Wayne que assumisse a direção várias vezes em um trabalho que acabou não sendo creditado a ele. Wayne que tinha acabado de dirigir “O Álamo” aceitou o desafio de bom grado. Ele tinha especial respeito por Curtiz e sentiu orgulho em dirigir ao lado do famoso diretor. O resultado é que sob seu comando o filme focou bem mais nas cenas de lutas e ação no meio do deserto árido. Wayne gostava de cenas grandiosas, de impacto, como bem demonstrou em “O Álamo” e as repetiu aqui com grande êxito.

Duas sequências inclusive se sobressaem. A luta entre comancheros, índios e Texas Rangers em um rancho e a longa cena final onde os mesmos grupos novamente se enfrentam em boas e bem coreografadas batalhas campais. Essas duas sequências foram inteiramente dirigidas por John Wayne mostrando seu talento como bom cineasta. Já as cenas mais dramáticas, de atuação, ficaram sob o comando de Michael Curtiz. Infelizmente esse foi o último filme do consagrado diretor que viria a morrer poucos meses após o filme ser finalmente concluído. Aos 72 anos e com 173 filmes no currículo Curtiz já havia dado seu recado. Seu último trabalho revela um produto de extrema qualidade, muito bem roteirizado e com inspiradas atuações de todo o elenco. Um canto de cisne à altura desse genial artista que se despediu do cinema em um dos gêneros mais populares e iconográficos da história da sétima arte. Por isso “Os Comancheros” é simplesmente obrigatório para qualquer cinéfilo que se preze.

Os Comancheros (The Comancheros, Estados Unidos, 1961) Direção: Michael Curtiz, John Wayne (não creditado) / Roteiro: James Edward Grant, Clair Huffaker baseado na novela de Paul Wellman / Elenco: John Wayne, Stuart Whitman, Ina Balin, Nehemiah Persoff, Lee Marvin, Patrick Wayne / Sinopse: Paul Regret (Stuart Whitman) é um jogador de cartas no velho oeste que acaba matando em duelo o filho do juiz de New Orleans. Sem alternativas resolve fugir da Louisiana em direção ao oeste onde começa a ser caçado pelo Texas Ranger Jake Cutter (John Wayne). Cutter está no meio de uma missão aonde tem que se infiltrar no grupo dos chamados “Comancheros”, homens brancos que traficavam armas para as tribos de Comanches rebeldes. Para ser aceito como um traficante de armas ele se faz passar por criminoso com a ajuda de Jack Crow (Lee Marvin).

Pablo Aluísio.

domingo, 18 de fevereiro de 2018

O Mensageiro da Morte

Título no Brasil: O Mensageiro da Morte
Título Original: The Hangman
Ano de Produção: 1959
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Michael Curtiz
Roteiro: Dudley Nichols, Luke Short
Elenco: Robert Taylor, Tina Louise, Fess Parker
  
Sinopse:
Mackenzie Bovard (Robert Taylor) tem uma forma incomum de ganhar a vida: ele é um caçador de foragidos no velho oeste. Assistente de um delegado federal cabe a Bovard ir em busca de criminosos condenados, fugitivos da lei. Seu alvo agora é um ex-soldado da cavalaria, que jogou fora sua carreira militar ao se envolver com uma quadrilha de renegados. Seguindo pistas, Bovard acaba indo parar numa cidadezinha da Califórnia, onde o suposto fugitivo estaria usando uma identidade falsa, sendo conhecido na região como Johnny Bishop (Jack Lord). Com a ajuda de uma testemunha ele pretende finalmente prender o criminoso.

Comentários:
Bom faroeste dirigido pelo mestre Michael Curtiz, o mesmo diretor de "Casablanca" e tantos outros clássicos da era de ouro do cinema americano. O enredo aqui gira em torno do personagem conhecido como "O Enforcador". Esse apelido lhe foi dado porque invariavelmente todos os criminosos que ele consegue colocar na cadeia acabam sendo enforcados por seus crimes. Veterano e durão, ele não vê maiores problemas em ir atrás de um ex-militar chamado Johnny Butterfield, que agora estaria usando uma identidade falsa numa pequena cidade perdida bem no meio do deserto. Como ele nunca viu o criminoso pessoalmente acaba contando com o apoio da bonita Selah Jennison (Tina Louise) que havia conhecido bem o bandoleiro no passado. O problema é que Johnny aparenta ter um raro talento em fazer amizades, o que torna tudo ainda mais complicado para sua captura, uma vez que praticamente todas as pessoas da cidade resolvem lhe ajudar de alguma maneira, evitando assim que ele seja preso e enforcado. O filme é estrelado pelo galã Robert Taylor, que aqui apresenta uma interpretação bem contida e segura. Seu personagem, um homem da lei frio e muitas vezes rude, acaba caindo de amores justamente pela senhorita Jennison, que supostamente estaria ali para lhe ajudar a prender o criminoso, mas que na verdade, pelas suas costas, o trai, ajudando Johnny a escapar das garras da lei. É um western até curtinho e despretensioso, um dos filmes mais simples e despojados do grande Curtiz, já naquela época enfrentado problemas de saúde que iriam encurtar sua maravilhosa carreira em alguns anos.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 22 de novembro de 2016

O Gavião do Mar

Título no Brasil: O Gavião do Mar
Título Original: The Sea Hawk
Ano de Produção: 1940
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Michael Curtiz
Roteiro: Howard Koch, Seton I. Miller
Elenco: Errol Flynn, Brenda Marshall, Claude Rains, Flora Robson
  
Sinopse:
1585. Duas grandes nações lutam entre si para dominarem os mares. A Espanha prepara o lançamento de uma grande armada, com navios de longo alcance, fortemente armados. A Inglaterra precisa de tempo antes de produzir sua própria frota. A rainha Elizabeth I tem inclusive dúvidas se isso seria uma boa solução para as tensões com a Espanha. Enquanto não constrói seus próprios navios de guerra ela se utiliza de corsários, piratas clandestinamente apoiados pela coroa. Chamados de "Gaviões do Mar" eles pilham embarcações estrangeiras em busca de ouro e riquezas que estão vindo do novo mundo, das Américas recém descobertas. Entre esses capitães se destaca Geoffrey Thorpe (Errol Flynn) que está disposto a uma grande aventura nos mares da América Central. O plano é roubar o ouro que os espanhóis estão prestes a levar para seu país. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhores Efeitos Especiais, Melhor Direção de Arte, Melhor Som e Melhor Trilha Sonora.

Comentários:
Outra excelente parceria entre o astro maior da Warner na época, Errol Flynn, e o diretor Michael Curtiz. O roteiro não poderia ser mais adequado para Flynn pois ele próprio tinha muita experiência em viagens ao redor do mundo (na juventude tinha sido marinheiro por longo tempo). Assim se mostrou a escolha perfeita para viver esse corsário inglês que roubava e pilhava navios da Espanha de Felipe I. Na surdina contava com o apoio da própria coroa inglesa, pois não poderia haver uma ajuda oficial por parte da rainha Elizabeth I, haja vista que os corsários em geral não passavam de piratas. Em pleno auge da exploração colonial espanhola, os navios viajavam pelos sete mares abarrotados de ouro das civilizações Inca, Maia e Azteca. Como nesse período histórico a Inglaterra ainda não contava com uma marinha real forte o suficiente para vencer a armada ibérica, começou a contratar o serviço de mercenários dos mares, os corsários, que faziam todo o trabalho sujo, roubando essas riquezas que já tinham sido roubadas dos nativos da América. Era uma espécie de ironia do destino. O filme é tecnicamente perfeito. A Warner construiu imensos cenários em seus estúdios reproduzindo as antigas naus da época em que o enredo se passa. Tudo é extremamente minucioso nesse aspecto. As cenas de ação, com ataques e batalhas navais, são excepcionalmente bem realizadas. Curtiz era realmente um artesão no que diz respeito a esse gênero de aventuras nos mares. 

Por essa razão o filme conta com pelo menos duas sequências inesquecíveis. A primeira acontece quando o navio comandado pelo capitão Thorpe (Flynn) resolve enfrentar um navio da frota de Felipe I. Após uma intensa troca de tiros de canhões finalmente os piratas comandados por Flynn invadem o navio inimigo. Ótima sequência que não envelheceu em absolutamente nada (mesmo tendo sido feito há mais de 70 anos!). Um primor de competência técnica. A outra cena que chama bastante atenção ocorre quando o personagem interpretado por Errol Flynn começa a se livrar da pesada pena de galés que lhe foi imposta pela coroa espanhola, quando criminosos eram acorrentados nos porões das naus para servirem como remadores. Essa sequência inclusive tem uma semelhança incrível com "Ben-Hur", com uma situação extremamente semelhante. A única nota de desgravo que teria a escrever em relação a esse filme seria sobre o fato do roteiro ter deixado de lado a grande guerra que se travaria nos mares entre Espanha e Inglaterra. Os acontecimentos que vemos acontecem na véspera disso acontecer. Tudo bem, isso se deve em parte também ao fato dos roteiristas terem priorizado mais a estória pessoal do capitão Thorpe e não propriamente tudo o que aconteceu entre as duas grandes nações naquele período tão conturbado. Mesmo com essa observação não há realmente o que reclamar em termos de qualidade e excelência cinematográfica, pois "Gavião dos Mares" é de fato uma maravilha da sétima arte, sendo muito provavelmente a melhor aventura dos sete mares já feita até hoje! Um marco da história do cinema clássico americano.

Pablo Aluísio.

domingo, 22 de janeiro de 2012

A Carga da Brigada Ligeira

Produção da década de 1930 que mostra com muita eficiência um dos fatos mais marcantes da história militar inglesa. O filme é de 1936 mas tem um roteiro tão bom, uma produção tão bem feita que nem parece que tem mais de sete décadas de existência. O argumento é baseado em fatos históricos: a história do regimento 27 de lanceiros do exército britânico na Índia. Durante uma invasão a um forte guarnecido pela companhia, um líder tribal local promoveu uma verdadeira chacina matando mulheres e crianças. Em represália o jovem Major Geoffrey Vickers (Errol Flynn) resolve por conta própria e em desrespeito a uma ordem direta atacar as tropas russas e do Khan para vingar a morte daquelas pessoas. A história real foi trágica e culminou na morte de vários soldados mas o roteiro, como era de se esperar, não trata do assunto como um erro de guerra mas como um ato de bravura desses militares. O debate sobre o valor ou desvalor desse ato segue em discussão até os dias de hoje. Até que ponto um oficial pode ignorar ordens superiores mesmo que baseado em um correto senso de justiça?

O elenco é liderado pelo astro da época, Errol Flynn. Lembrando certos momentos de filmes anteriores seus o ator consegue trazer credibilidade ao papel. Como era um galã o roteiro traz o seu inevitável interesse romântico contando novamente com Olivia de Havilland. O diferencial é que aqui ela é disputada por Flynn e seu irmão, um agente da diplomacia inglesa. David Niven também está no filme mas em um papel tão apagado que sua presença é desperdiçada,  pois o seu personagem é totalmente secundário e coadjuvante. A produção é mais uma bem sucedida parceria entre o cineasta veterano Michael Curtiz e o astro Errol Flynn. Juntos realizaram grandes sucessos como "As Aventuras de Robin Hood" e "Capitão Blood", sempre contando com a ótima produção dos estúdios Warner. Em suma, "A Carga da Brigada Ligeira" ainda é um excelente filme e mostra que é possível mesclar eventos reais históricos com ficção sem perder a qualidade e o interesse. Recomendo com certeza!

A Carga da Brigada Ligeira (The Charge of the Light Brigade,Estados Unidos, 1936) Direção: Michael Curtiz / Roteiro: Michael Jacoby baseado na obra de Alfred Lord Tennyson / Elenco: Errol Flynn, Olivia de Havilland, Patric Knowles, Henry Stephenson, Donald Crisp, Nigel Bruce, David Niven / Sinopse: O filme narra a história do regimento 27 de lanceiros do exército britânico na Índia. Durante uma invasão a um forte guarnecido pela companhia, um líder tribal local promoveu uma verdadeira chacina matando mulheres e crianças. Em represália o jovem Major Geoffrey Vickers (Errol Flynn) resolve por conta própria e em desrespeito a uma ordem dada atacar as tropas russas e do Khan para vingar a morte daquelas pessoas.

Pablo Aluísio.

sábado, 7 de janeiro de 2012

O Homem de Bronze

Cinebiografia do atleta americano Jim Thorpe (Burt Lancaster) que ganhou várias medalhas de ouro durante as olimpíadas de 1912. Algumas particularidades faziam de Thorpe um esportista diferenciado. A primeira delas é que era indígena, nativo americano, o que o diferenciava e muito dos outros atletas americanos da época. Os pais de Jim fizeram todo o esforço possível para que ele continuasse seus estudos até o fim e foi justamente no meio acadêmico que Thorpe encontrou sua verdadeira vocação: os esportes. Nos EUA há grande tradição em universidades que dão bolsa integral a bons esportistas e foi assim que Jim foi subindo em sua carreira. Outro fato bem marcante na trajetória dele é que ao contrário dos demais atletas, Jim Thorpe não se limitava a apenas uma modalidade esportiva, pelo contrário, praticava todos os esportes que apareciam pela frente: atletismo, beisebol, futebol americano, saldo, hipismo, arco e flecha e mais uma série de outras categorias, se saindo bem em todas elas para surpresa geral. Não é à toa que venceu suas medalhas olimpícas no pentatlo e no decatlo. que agregam vários esportes numa só competição. Era considerado um atleta completo em sua era.

Com uma biografia tão rica assim não era de se exigir muito mais do filme. Realmente o roteiro expõe de forma bem didática toda a biografia do atleta, mostrando desde sua entrada em uma instituição de ensino do governo americano dirigido especialmente para as populações indígenas, passando pelas olimpíadas, sua bem sucedida passagem pelo time New York Giants até finalmente mostrar sua decadência pessoal e esportiva. Para quem já assistiu filmes como "Touro Indomável" fica bem fácil acompanhar a ascensão e queda de ídolos esportistas como esse. Suas biografias no fundo mostram que o esporte tanto pode redimir tais pessoas como também acentuar a queda de suas vidas pessoais. Thorpe infelizmente decaiu vítima do ostracismo e do alcoolismo. Burt Lancaster não decepciona em sua interpretação de Jim, o fazendo com garra e convicção, porém fica a sensação desagradável de ver um ator branco interpretando um personagem índio. Em plena época do Star System realmente nenhum grande estúdio de Hollywood iria investir numa produção estrelada por um nativo americano. A mentalidade da época ainda era bem atrasada e nada politicamente correta. De qualquer forma esse trabalho de Michael Curtiz (diretor de Casablanca) merece ser redescoberto. É uma obra de certa forma ufanista e que apenas toca de leve nos problemas pessoais do atleta mas que mesmo assim cumpre bem seus objetivos, imortalizando o nome de Jim Thorpe também na história do cinema.

O Homem de Bronze (Jim Thorpe, All-American, Estados Unidos, 1951) Direção: Michael Curtiz / Roteiro: Douglas Morrow, Everett Freeman / Elenco: Burt Lancaster, Charles Bickford, Steve Cochran, Phyllis Thaxter / Sinopse: Cinebiografia do atleta americano Jum Thorpe (Burt Lancaster) que ganhou várias medalhas de ouro durante as olimpíadas de 1912, se destacando também como jogador de Beisebol, Futebol Americano e mais de uma dezena de modalidades esportivas.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Capitão Blood

O Médico Peter Blood (Errol Flynn) é confundido com rebeldes durante o reinado de Jaime II da Inglaterra. Como punição é enviado como escravo para trabalhos forçados na nova colônia britânica de Port Royal na América. Chegando lá lidera uma revolta de cativos como ele e juntos acabam tomando posse de um navio de guerra imperial. Em pouco tempo Blood e sua tripulação se transformam nos mais famosos piratas do Caribe de sua época. "Capitão Blood" foi o filme que transformou Errol Flynn em astro. Na época ele era apenas um promissor ator que a Warner apostava suas fichas. Com histórico de muitas aventuras em seu passado, Flynn havia sido marinheiro e veio da Austrália cruzando os sete mares como seu personagem. Tinha bom visual, pose de galã e sabia lutar bem de espada. Com tantos requisitos era óbvio que Blood parecia ter sido escrito especialmente para ele. Além de ser seu primeiro filme de repercussão "Capitão Blood" acabou definindo de forma definitiva a persona de Errol Flynn pelo resto de sua carreira. O pirata boa praça, sempre com um sorriso nos lábios, galante e aventureiro iria ser repetido em praticamente todas as atuações de Errol em sua filmografia dali pra frente. De fato virou sua marca registrada.

A produção foi a menina dos olhos dos estúdios Warner na época de seu lançamento. Enormes sets de filmagens foram construídos, figurinos de luxo e um dos melhores diretores do mercado, o veterano Michael Curtiz, foi especialmente contratado para levar o pirata aventureiro para as telas. Tudo foi planejado e concebido para que "Capitão Blood" fosse não apenas um filme mas um evento cinematográfico. O resultado até hoje impressiona, mesmo após tantos anos de sua conclusão. Os cenários que simulam as antigas naus do século XVII são extremamente bem feitos - em ótima reconstituição histórica. O curioso é que "Capitão Blood" foi idealizado para reviver os antigos filmes de Douglas Fairbanks Jr, mas ao mesmo tempo em que foi influenciado acabou sendo uma das obras mais influenciadores da história do cinema uma vez que até hoje seu estilo é imitado à exaustão - vide a extremamente bem sucedida franquia "Piratas do Caribe" que bebe diretamente de sua fonte. Enfim é isso, um dos marcos do cinema de ação e aventura de Hollywood que conseguiu resistir até mesmo ao mais implacável inimigo das telas, o tempo.

Capitão Blood (Captain Blood, Estados Unidos, 1935) Direção: Michael Curtiz / Roteiro: Rafael Sabatini, Casey Robinson / Elenco: Errol Flynn, Olivia de Havilland, Lionel Atwill, Basil Rathbone / Sinopse: Capitão Blood (Errol Flynn) é um pirata do Caribe que saqueia e rouba navios ingleses e franceses que ousem cruzar seu caminho em alto mar. Para capturá-lo o Rei da Inglaterra envia um navio de guerra especialmente designado com esse objetivo.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 20 de maio de 2008

Êxito Fugaz

Título no Brasil: Êxito Fugaz
Título Original: Young Man with a Horn
Ano de Lançamento: 1950
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Michael Curtiz
Roteiro: Carl Foreman, Edmund H. North
Elenco: Kirk Douglas, Lauren Bacall, Doris Day

Sinopse:
O jovem Rick Martin (Kirk Douglas) descobre que tem um dom para a música e se apaixona pelo trompete. O lendário trompetista Art Hazzard coloca Rick sob sua proteção e lhe ensina tudo o que sabe sobre como tocar. Rick acaba se tornando um trompetista famoso, mas sua personalidade volátil e seu desejo de tocar jazz em vez das músicas mais convencionais das bandas para as quais trabalha o colocam em uma situação complicada.

Comentários:
O jazz quando surgiu tinha o mesmo aspecto de som revolucionário que o rock iria ter alguns anos depois. Era considerado uma sonoridade da parcela negra e marginal da sociedade, então havia todo aquele preconceito e perseguição que bem conhecemos. Esse filme aqui tenta trazer um retrato desse tempo, focando no personagem de Kirk Douglas que não sabia tocar nenhum instrumento, mas como bom ator que era, passava de forma convincente nas telas de cinema como um músico talentoso. E ele precisa também se decidir entre duas mulheres fortes em sua vida, sendo uma delas a Doris Day quer era naquela época um símbolo de boa moça da sociedade. Enfim, um bom filme cujo roteiro até hoje se mostra bem interessante por causa do contexto cultural em que a história do filme se desenvolve. 

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Errol Flynn - Hollywood Boulevard - Parte 2

Errol Flynn - Capitão Blood
Não foi Errol Flynn o primeiro astro dos filmes de capa e espada, com piratas cruzando os mares. Essa honra coube a Douglas Fairbanks, ainda na era do cinema mudo. Porém foi seguramente Flynn em seus filmes na Warner Bros que transformaram esse gênero de aventura em algo maior, em um verdadeiro evento cinematográfico de massa.

O ator foi o grande astro da era de ouro da Warner. O estúdio não media esforços e gastos para recriar na tela os tempos dos piratas, que cruzavam os oceanos em busca de riquezas. O diretor Michael Curtiz também foi um mestre nesse gênero. Ao lado de Flynn rodou os maiores sucessos de bilheteria da época, a ponto de transformar Flynn no ator mais bem pago de Hollywood.

Nesse filme temos um pirata por acidente. Isso mesmo. O médico Peter Blood (Errol Flynn) é um homem honesto, injustamente condenado por um crime que não cometeu durante o reinado tirânico do Rei Jaime II. Enviado para cumprir sua pena em um navio (na chamada pena de galês) ele acabou liderando um motim, tomando a embarcação e se transformando a partir daí no Capitão Blood, um pirata ao velho estilo, mas com um bom coração e um senso de ética fora do comum.

Tecnicamente o filme é perfeito. Se engana quem pensa que ele está datado. É tão bem realizado, com bonito figurino e cenários realistas, que funciona perfeitamente bem até nos dias de hoje. A Warner chegou a construir dentro do estúdio duas enormes caravelas da época dos piratas, contratando historiadores para que tudo fosse reconstruído nos mínimos detalhes. Para Flynn esse filme também significou o começo de uma nova era, onde ele brilharia como poucos astros no céu de Hollywood.

Capitão Blood (Captain Blood, EUA, 1935) Direção: Michael Curtiz / Roteiro: Rafael Sabatini, Casey Robinson / Elenco: Errol Flynn, Olivia de Havilland, Lionel Atwill, Basil Rathbone / Sinopse: Capitão Blood (Errol Flynn) é um pirata do Caribe que saqueia e rouba navios ingleses e franceses que ousem cruzar seu caminho em alto mar. Para capturá-lo o Rei da Inglaterra envia um navio de guerra fortemente armado para atingir esse objetivo.

Pablo Aluísio