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quarta-feira, 7 de outubro de 2020

Passageiros

Título no Brasil: Passageiros
Título Original: Passengers
Ano de Produção: 2008
País: Estados Unidos
Estúdio: TriStar Pictures, Mandate Pictures
Direção: Rodrigo García
Roteiro: Ronnie Christensen
Elenco: Anne Hathaway, Patrick Wilson, Dianne Wiest, David Morse, William B. Davis, Ryan Robbins

Sinopse:
Um acidente de avião mata mais de 100 pessoas. Apenas nove conseguem sobreviver. Esses sobreviventes passam então a ser tratados pela terapeuta Claire (Anne Hathaway). E ela acaba cruzando uma linha ética, ao se envolver romanticamente com um deles, Eric (Patrick Wilson). Porém algo maior, ainda não explicado corretamente, paira no ar.

Comentários:
Gostei desse filme. Ele começa apresentando uma história até comum, normal. Temos essa terapeuta fazendo reuniões de ajuda com sobreviventes de um grave acidente de avião. Durante as conversações e relatos em grupo, alguns deles dizem que ouviram e viram uma explosão nas turbinas do avião, pouco antes dele cair. Essa é uma informação que a companhia aérea quer esconder, afinal de contas as indenizações pelas mortes das pessoas seriam milionárias caso isso fosse comprovado. A empresa alega que o avião caiu por uma falha humana do piloto. O estranho é que após isso vazar, alguns sobreviventes começam a desaparecer. Eles não comparecem mais às reuniões e nem são mais localizados. Nesse ponto do filme o espectador começa a pensar que está diante de um thriller de suspense, onde provavelmente a companhia de aviação está dando um sumiço nesses passageiros que sobreviveram. São testemunhas perigosas para os interesses da empresa. Porém, espere. Tome um fôlego e reflita que tudo pode ser apenas uma cortina de fumaça para algo maior. Não vou entregar o final do filme, mas devo dizer que esse roteiro tem uma excelente reviravolta em seus dez minutos finais. É um Plot twist de respeito. Quando finalmente vi a revelação do que realmente estava acontecendo, tive uma surpresa. Parabéns aos criadores desse trama. Comigo funcionou muito bem. Fui enganado na maior parte do filme e gostei disso.

Pablo Aluísio.

domingo, 5 de julho de 2020

O Tiro que não Saiu pela Culatra

Título no Brasil: O Tiro que não Saiu pela Culatra
Título Original: Parenthood
Ano de Produção: 1989
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Ron Howard
Roteiro: Lowell Ganz, Babaloo Mandel
Elenco: Steve Martin, Mary Steenburgen, Dianne Wiest, Jason Robards, Rick Moranis, Tom Hulce

Sinopse:
Gil Buckman (Steve Martin) é um típico pai de família americano. Morando no meio oeste ele tenta administrar uma família numerosa, com inúmeros problemas. E quando ele começa a lidar com problemas no trabalho a coisa toda fica ainda mais delicada. Filme indicado ao Oscar na categoria de melhor atriz coadjuvante (Dianne Wiest) e melhor música original ("I Love to See You Smile" de Randy Newman).

Comentários:
Esse título nacional é bizarro. Um dos piores que já foram usados. E olha que a competição é pesada, porque de títulos nacionais ruim temos uma verdadeira coleção. Deixando isso de lado temos que reconhecer que é um bom filme ao melhor estilo "family friendly". Daquela geração de comediantes saídos do programa Saturday Night live (SNL) o Steve Martin sempre foi o mais "limpinho", ou seja, sempre procurou por um humor mais inofensivo, sem palavrões, feito para toda a família. E depois que ele migrou da TV para o cinema isso ficou ainda mais acentuado. Algo muito parecido aconteceu com Ron Howard. Ele foi ator mirim e depois que cresceu se tornou um diretor bem sucedido nessa linha mais familiar. Com tantos nomes empenhados em uma carreira mais suave e familiar não poderia haver nada mais adequado do que um filme como esse, chamado originalmente em inglês Parenthood (Paternidade).

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 29 de maio de 2020

A Era do Rádio

Título no Brasil: A Era do Rádio
Título Original: Radio Days
Ano de Produção: 1987
País: Estados Unidos
Estúdio: Orion Pictures
Direção: Woody Allen
Roteiro: Woody Allen
Elenco: Mia Farrow, Dianne Wiest, Mike Starr, Paul Herman, Michael Tucker, Josh Mostel

Sinopse:
Um olhar nostálgico da idade de ouro do rádio, concentrando-se em uma família comum de Nova Iorque e nos vários artistas do meio radiofônico que atuavam na época. Filme indicado ao Oscar nas categorias de melhor roteiro original (Woody Allen) e melhor direção de arte (Santo Loquasto, Carol Joffe). Filme premiado no BAFTA Awards na categoria de melhor atriz (Dianne Wiest).

Comentários:
Esse filme de Woody Allen é bem diferenciado. Desde a década de 1970 ele vinha apostando em uma certa fórmula para seus filmes. Geralmente o próprio Allen interpretava a si mesmo, como um intelectual judeu em Nova Iorque, com uma visão mordaz e irônica sobre sua própria vida. Em todo filme lá estava ele mesmo, como seu principal personagem. Os roteiros e seus enredos mais pareciam apenas como "bengalas narrativas" para que Allen colocasse na tela seus pensamentos, sua forma de ver o mundo ao seu redor. Com esse "A Era do Rádio" o diretor mudou de foco. Aqui temos um filme mais convencional, buscando retratar memórias afetivas do diretor na época de sua infância. Seu modo de pensar ainda está na tela, em todas as cenas e em todos momentos, mas tudo mesclado com um doce sentimento de nostalgia de seu passado. Aquele era um tempo em que não haiva televisão nos lares, apenas o rádio. E Allen criança viajava na imaginação ouvindo aquelas radionovelas, aventuras de matinê, etc. E para homenagear esse tempo e a arte que era desenvolvida nas estações de rádio de Nova Iorque ele resolveu filmar essa história. Acabou se tornando um dos melhores filmes de sua rica filmografia. Um excelente momento de Woody Allen no cinema.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 2 de abril de 2020

Uma Lição de Amor

Título no Brasil: Uma Lição de Amor
Título Original: I Am Sam
Ano de Produção: 2001
País: Estados Unidos
Estúdio: New Line Cinema
Direção: Jessie Nelson
Roteiro: Kristine Johnson, Jessie Nelson
Elenco: Sean Penn, Michelle Pfeiffer, Dakota Fanning, Dianne Wiest, Laura Dern, Richard Schiff

Sinopse:
Sam Dawson (Sean Penn) é um homem com deficiência mental que luta pela custódia de sua filha de 7 anos Lucy (Dakota Fanning) e, nesse processo, ensina para sua advogada Rita (Michelle Pfeiffer) o valor do amor e da família. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Ator (Sean Penn).

Comentários:
Belo filme, bem humano, com um tema importante. O roteiro tenta responder a uma questão crucial: Poderia um homem com problemas mentais ser o responsável pela criação de uma filha de sete anos de idade? Pai amoroso, mas com esse problema de saúde, estaria ele habilitado para isso? O ator Sean Penn aqui realizou seu melhor trabalho no cinema como ator. De fato ele surpreende em sua interpretação, porém quase é ofuscado pela pequena Dakota Fanning, ainda bem criança, dando show, falando perfeitamente seus diálogos, numa atuação de se admirar e bater palmas. E o trio principal do elenco se completa com a bela Michelle Pfeiffer, interpretando a advogada que tenta vencer uma causa que pela letra fria da lei seria simplesmente impossível de ganhar. De quebra o filme dá uma bela lição de amor entre pai e filha, apesar das óbvias limitações dele. E se todos esses elementos ainda lhe parecem pouco interessantes, que tal uma trilha sonora inteira com clássicos dos Beatles? Nada mal, não é mesmo? Assim indico esse belo filme para um público mais sensível e poético.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 8 de abril de 2019

A Mula

Clint Eastwood tem 88 anos de idade. Aposentadoria? Nem pensar! Tanto que nesse seu novo filme ele não se contentou em apenas atuar. Ele também produziu, dirigiu e escreveu parte do roteiro! Incrível mesmo sua disposição para seguir em frente no cinema. E como não poderia deixar de ser, ele aqui interpreta um octogenário que vê sua vida mudar. Sua fazendinha de plantação de flores é tomada pelo banco. Sem dinheiro e com problemas na família ele decide então aceitar um serviço que parece fácil (mas só parece). Ele deve ir até uma garagem de um posto de gasolina para receber uma "encomenda" a ser levada até um certo destino. O pagamento é excepcional. Claro que ele sabe que se trata de drogas, mas como já está no final de sua jornada nem pensa muito e aceita o tal serviço.

Assim se torna mais uma "mula" de um cartel de drogas mexicano. Como é um velho senhor não desperta suspeitas nos policiais que acaba esbarrando pelo caminho. É o "disfarce" perfeito. No começo as coisas vão muito bem. Ele ganha bastante dinheiro, a ponto inclusive de comprar uma nova camionete zero, último modelo, tinindo de nova. Porém aos poucos o cerco policial vai se fechando. A quantidade de drogas transportada é absurda, em certa ocasião ele chega a levar 300 kilos de uma cidade para outra e por isso o DEA (departamento anti-drogas) começa a ficar no seu encalço. Clint continua o mesmo ator carismático de sempre. Basta sua presença na tela para justificar qualquer filme, só que aqui, pela primeira vez, podemos ver com nitidez o peso da idade no ator. Ele tem uma certa dificuldade para falar e andar. As costas curvadas mostram os efeitos do tempo. Não é para menos, já que ele está próximo dos 90 anos! De qualquer maneira é sempre um prazer rever o bom e velho Clint. A dignidade pessoal aliás está mais forte e presente como nunca. Poucos conseguiram essa proeza.

A Mula (The Mule, Estados Unidos, 2018) Direção: Clint Eastwood / Roteiro: Clint Eastwood, Sam Dolnick, Nick Schenk / Elenco: Clint Eastwood, Bradley Cooper, Dianne Wiest, Laurence Fishburne, Taissa Farmiga, Michael Peña / Sinopse: Velho senhor, já na beira dos 90 anos, decide aceitar a oferta de serviço de "mula" de traficantes mexicanos. Ele terá que transportar drogas de uma cidade para outra em sua velha camionete. A intenção é despistar, com sua aparência de senhor idoso, a polícia que começa a investigar o caso.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 8 de junho de 2017

O Último Ato

Um filme que de certa forma passeia por vários gêneros cinematográficos. Começa como drama, quando encontramos o velho ator de teatro Simon Axler (Al Pacino) tentando atuar em sua última apresentação. Com a idade surgem inúmeras dificuldades em decorar suas falas. Perdido no palco, ele resolve tomar uma atitude absolutamente inesperada e se joga da borda, indo parar no chão, bem no meio das pessoas que ficam completamente atônitas! A partir daí sua carreira, que já vinha em decadência, fica praticamente destruída de vez. Ele então resolve se isolar de tudo e de todos, começando um tratamento de análise com seu terapeuta via Skype. Recluso em sua casa, ele acaba recebendo a visita da filha de um casal amigo, Pegeen Mike Stapleford (Greta Gerwig). A última vez que a tinha visto ela era apenas uma criança. Agora é uma mulher adulta, dona de si, muito bem resolvida. Ele brigou com os pais por ter se tornado lésbica, mas nem isso a impede de ter um relacionamento com o velho ator decadente. Quando era jovem Pegeen teve uma paixão platônica por ele e agora parece decidida a transformar esse sentimento em realidade.

Assim o filme que começa como drama, passa pelo romance, começa a desenvolver situações de humor. Isso porque o personagem de Pacino é bem mais velho que sua jovem namorada, que sendo uma mulher liberal, não deixa de ter seus casinhos por fora com outras mulheres lésbicas. O curioso é que o roteiro vai deixando algumas pistas contraditórias pelo meio do caminho, levando o espectador a desconfiar que tudo não passaria apenas de algum tipo de alucinação do próprio personagem. Essa situação porém nunca é claramente resolvida pelo roteiro, deixando muita coisa apenas subentendida, a critério da visão de cada um. Uma situação bem curiosa aliás.De qualquer maneira Al Pacino continua excelente, segurando todas as pontas. Mesmo que o roteiro não seja grande coisa e mesmo que seu personagem seja de certa forma até mesmo um alter ego do ator, tudo acaba funcionando bem. Claro que a pequena reviravolta final, quando Simon (Pacino) é surpreendido por uma revelação sobre Pegeen que ele jamais cogitara existir, vai pegar muita gente de surpresa. Isso porém é de pouca importância. O que vale a pena é realmente conferir mais uma atuação do veterano Pacino, aqui reconhecendo de uma vez por todas o peso da idade e dos anos passados.

O Último Ato (The Humbling, Estados Unidos, 2014) Direção: Barry Levinson / Roteiro: Buck Henry, Michal Zebede / Elenco: Al Pacino, Greta Gerwig, Dianne Wiest, Charles Grodin, Kyra Sedgwick, Nina Arianda  / Sinopse: Simon Axler (Al Pacino) é um ator decadente, envelhecido, que se apaixona por uma mulher muitos anos mais jovem do que ele, chamada Pegeen Mike Stapleford (Greta Gerwig). Ela é filha de um casal de amigos de Axler, algo que lhe trará inúmeros problemas, agora que já está na velhice e praticamente aposentado da sua profissão.

Pablo Aluísio.

domingo, 10 de abril de 2016

Reencontrando a Felicidade

Título no Brasil: Reencontrando a Felicidade
Título Original: Rabbit Hole
Ano de Produção: 2010
País: Estados Unidos
Estúdio: Olympus Pictures, Blossom Films
Direção: John Cameron Mitchell
Roteiro: David Lindsay-Abaire
Elenco: Nicole Kidman, Aaron Eckhart, Dianne Wiest

Sinopse:
A vida de um jovem casal desmorona após a morte do filho, vítima de um carro em uma estrada perto de sua casa. A partir desse trágico acontecimento sua mãe, Becca (Nicole Kidman), entra em profunda depressão, destruindo aos poucos todos os aspectos de sua vida pessoal. Seu único consolo parece vir de um relacionamento não definido com um rapaz que parece possuir uma ligação direta com os nefastos acontecimentos do passado. Filme indicado ao Oscar, ao Globo de Ouro e ao Screen Actors Guild Awards na categoria de Melhor Atriz (Nicole Kidman).

Comentários:
Nicole Kidman vinha em baixa na carreira, acumulando fracassos de bilheteria e de público quando lhe caiu em mãos o roteiro desse drama. É de fato uma história muito triste mostrando uma mãe tentando encontrar algum sentido em sua vida após a morte do pequeno filho. Não é um filme indicado para pessoas que sofram de depressão ou que possuam uma personalidade mais melancólica já que nem a roteirista e nem o diretor optaram por contar uma trama de redenção ou final feliz. Na verdade a personagem de Kidman mergulha no que há de mais obscuro da alma humana para tentar entender as armadilhas do destino. O grande triunfo para Nicole Kidman veio do fato de sua atuação ter sido considerada uma das mais inspiradas do ano, a ponto inclusive dela ser indicada para os três principais prêmios da indústria cinematográfica. A própria atriz, sendo mãe, afirmou que tentou mergulhar nesse sentimento terrível de perda de seu próprio filho, numa imersão completa dentro do papel que desempenhava. Um trabalho maravilhoso que mereceu todo o reconhecimento possível. "Rabbit Hole" é sem dúvida um dos melhores dramas dos últimos anos.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 31 de março de 2016

Os Garotos Perdidos

Título no Brasil: Os Garotos Perdidos
Título Original: The Lost Boys
Ano de Produção: 1987
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Joel Schumacher
Roteiro: Jan Fischer, James Jeremias
Elenco: Jason Patric, Corey Haim, Kiefer Sutherland, Dianne Wiest
  
Sinopse:
Depois de se mudarem de sua cidade dois irmãos começam a suspeitar que a região para onde foram morar está na verdade infestada de vampiros pelas redondezas. Filme vencedor do prêmio da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films na categoria de Melhor Filme de Terror. Também indicado nas categorias de Melhor Maquiagem, Figurino, Ator (Corey Haim) e Melhor Ator Coadjuvante (Barnard Hughes).

Comentários:
Muitos dizem que Joel Schumacher é um cineasta que só realiza porcarias. Bobagem, ele certamente é um diretor de altos e baixos, mas também acerta o alvo quando lhe convém. Esse "The Lost Boys" é um exemplo. Pense bem, esse filme já adentrou a esfera dos cult movies, sendo considerado hoje em dia um dos melhores filmes de terror dos anos 80 - o que não deixa de ser um título pra lá de honroso. O roteiro não esconde suas pretensões. Foi uma forma de revitalizar a figura do vampiro para as novas gerações. Não no sentido do que hoje isso significa (transformando vampiros em adolescentes bobos e apaixonados), mas sim em resgatar o monstro do passado para lhe dar uma nova roupagem, mas de acordo com os jovens daquela época. O resultado se mostra desde o começo muito acertado. Há ótimas decisões de linguagem, como a câmera sobrevoando a cidade como se fosse o ponto de vista de um vampiro e uma trilha sonora muito bem escolhida, com alguns clássicos do rock. Além disso o uso bem bolado do visual Heavy Metal dos jovens dos anos 80 acabou, vejam só, se encaixando muito bem na proposta. Enfim, "The Lost Boys" é realmente um achado para quem curte vampiros adolescentes assassinos em geral. Uma ótima diversão que resistiu até mesmo ao tempo, mostrando que tal como seus personagens também se mostra forte candidato a se tornar também imortal. Quem diria...

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 3 de abril de 2014

O Encantador de Cavalos

Título no Brasil: O Encantador de Cavalos
Título Original: The Horse Whisperer
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos
Estúdio: Touchstone Pictures
Direção: Robert Redford
Roteiro: Robert Redford, Eric Roth, baseados na obra de Nick Evans
Elenco: Robert Redford, Kristin Scott Thomas, Sam Neill

Sinopse:
Duas adolescentes sofrem um sério acidente. Uma delas morre e a outra perde sua perna. Traumatizada a garota não consegue mais retomar sua vida. O pai dela deseja que o cavalo que ela estava durante o acidente seja sacrificado mas sua mãe resiste. Em desespero ela resolve seguir com a filha rumo a Montana onde pretende encontrar com Tom Booker (Robert Redford), um especialista em cavalos que irá mudar a vida das duas.

Comentários:
Um filme esteticamente muito belo, com linda fotografia. O roteiro também é especial, um excelente drama que lida com os traumas físicos e psicológicos de quem sofreu uma grande tragédia em sua vida. O personagem de Robert Redford é um achado. Um cowboy de Montana que não entende apenas do trabalho no campo e cavalos mas também sobre a vida em geral. Dono de uma filosofia do homem comum, do trabalhador americano do interior, ele acaba trazendo de volta a jovem traumatizada (interpretada por uma ainda jovem Scarlett Johansson) do estado depressivo onde se encontrava. Aliás elogiar o elenco seria desnecessário. Além de Redford encarnando o verdadeiro "homem de Marlboro" ainda encontramos em cena o ótimo Sam Neill (adoro seu trabalho) e Dianne Wiest (sempre charmosa e elegante). Além de demonstrar raro talento e sensibilidade como ator o filme também prova que o cineasta Robert Redford é tão sensível e profundo quanto seu próprio personagem em cena. A produção tem lindas tomadas do horizonte, onde Redford parece querer homenagear Montana e toda a beleza de sua natureza indomável. O que se sobressai nesse filme é o engradecimento dos bons valores, do homem honesto, do campo, que conhecendo a natureza a fundo acaba descobrindo também todos os segredos da alma humana. Um belo filme, sem dúvida.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

A Gaiola das Loucas

Título no Brasil: A Gaiola das Loucas
Título Original: The Birdcage
Ano de Produção: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: United Artists
Direção: Mike Nichols
Roteiro: Jean Poiret, Francis Veber
Elenco: Robin Williams, Nathan Lane, Gene Hackman, Dianne Wiest

Sinopse:
Armand (Robin Williams) e Albert (Nathan Lane) formam um casal gay na ensolarada e badalada Miami. Eles também são donos da boate GLS The Birdcage, onde Albert se apresenta com seu famoso número de diva transformista. A tranquilidade dos pombinhos acaba quando o filho de Armand resolve se casar com a filha de um político conservador, quadradão e religioso, o senador republicano Kevin Keeley (Gene Hackman). O auge da situação delicada acontece quando Armand é avisado que receberá o senador para um jantar em sua própria casa, quando as famílias deverão finalmente se conhecer. E agora? O que fazer com Albert e o clube "Gaiola das Loucas"?

Comentários:
Via de regra detesto remakes. Mas nesse aqui tenho que dar o braço a torcer. O filme original é de 1978, uma produção francesa chamada "La Cage Aux Folles" estrelada por Ugo Tognazzi. Pois bem o filme francês já está muito datado e sendo sincero não consegue ser tão divertido como essa refilmagem americana. O segredo dessa nova versão é seu elenco, simplesmente maravilhoso. Robin Williams como Armand é sem dúvida um grande achado mas quem rouba a cena mesmo é Nathan Lane e Gene Hackman. Lane está fenomenal. Sua cena imitando os passos de John Wayne para parecer um autêntico macho viril são de rolar de rir. Pior é quando tenta se passar por uma matrona de fina classe, também tão conservadora quanto o senador. E por falar nele é sempre algo muito gratificante ver um ator como Gene Hackman, que se notabilizou por personagens sérios em dramas pesados, se dando tão bem em uma comédia como essa. Até Dianne Wiest fazendo uma esposa reprimida agrada. Em suma, esse tive o prazer de ver no cinema, na época nem dava nada pelo filme mas foi uma grata surpresa. Divertido e muito engraçado. Alguém espera algo mais de uma comédia do que isso? Claro que não! Se ainda não viu corra para conferir.

Pablo Aluísio.

sábado, 8 de junho de 2013

O Grande Ano

Stu Preissler (Steve Martin) é um grande executivo, no auge de sua carreira. Brad Harris (Jack Black) trabalha com física nuclear mas sinceramente odeia o trabalho. Kenny Bostick (Owen Wilson) é um empreiteiro com problemas familiares, com vários divórcios em seu conturbado passado de relacionamentos problemáticos. Três pessoas completamente diferentes mas que tem algo em comum: são obcecados por pássaros, tentando superar um ao outro durante o “Grande Ano”, uma inusitada competição para saber quem consegue observar mais pássaros durante um ano. O atual campeão, Bostick (Owen Wilson), não pensa em perder seu trono e posto de maior observador do mundo, afinal o atual recorde mundial é dele, com mais de 732 observações de espécies da América. No seu encalço surgem Martin e Black que também querem o posto. Juntos eles atravessarão os Estados Unidos de costa a costa para observar o maior número de aves possíveis, até conseguir ganhar a disputa de maiores observadores de pássaros do ano.

Antes de qualquer coisa o enredo desse filme logo chama a atenção, afinal um filme sobre as aventuras de um bando de observadores de aves em seu habitat natural não parece ser dos mais interessantes. Mesmo assim o filme consegue superar esse suposto obstáculo e se torna bem curioso, embora não seja aquele tipo de comédia que você vai se esborrachar no chão de tanto rir. Nada disso, há até mesmo toques de drama no roteiro. Os três personagens principais amam o que fazem mas obviamente são incompreendidos por familiares e esposas. Afinal de contas é complicado convencer alguém de que ir ao Alasca para ver pássaros exóticos é uma grande diversão! O elenco é que justifica a existência desse filme. Afinal de contas não é todo dia que vemos Steve Martin, Owen Wilson e Jack Black em um mesmo filme. O elenco de apoio também é ótimo com destaque para as participações de Dianne Wiest, Brian Dennehy, Jim Parsons (O Sheldon de “The Big Bang Theory”) e Anjelica Huston. A narração em off é de John Cleese, que conta as peripécias dos personagens em busca de seu desejo de ser o número 1 do mundo. Jack Black deixa de lado suas atuações mais exageradas para encarnar um sujeito (quase) normal, muito pacato e sonhador. Assim “O Grande Ano” acaba ganhando o espectador por seu lirismo, boas piadas aqui e acolá e claro, pelos passarinhos que desfilam pela tela com toda a sua graça.

O Grande Ano (The Big Year, Estados Unidos, 2011) Direção: David Frankel / Roteiro: Howard Franklin, baseado no livro de Mark Obmascik / Elenco: Jack Black, Owen Wilson, Steve Martin, John Cleese, Dianne Wiest, Brian Dennehy, Jim Parsons, Anjelica Huston / Sinopse: Três pessoas completamente diferentes disputam a competição do “Grande Ano” onde se sairá vencedor aquele que observar o maior número de pássaros em um ano.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Edward Mãos de Tesoura

Essa foi a primeira parceria entre o diretor Tim Burton e o ator Johnny Depp. É curioso porque na época de seu lançamento o filme causou certa perplexidade pois não havia nada igual no mundo do cinema parecido com aquilo. Era uma fábula com toques sombrios, uma direção de arte dark e original e um enredo muito estranho e fora dos padrões. Para completar “Edward Mãos de Tesoura” era estrelado por um jovem ídolo adolescente da TV, o quase garoto Johnny Depp, que na época estampava inúmeras revistas de teens por causa de seu sucesso na série policial “Anjos da Lei”. Ninguém também conhecia Tim Burton. As únicas referências diziam que ele era um diretor de curtas de animação que havia saído da Disney após ter alguns desentendimentos com o estúdio. Esse ar de novidade e originalidade foi um dos grandes trunfos de “Edward Mãos de Tesoura”. O personagem principal se vestia todo de couro negro e tinha ao invés de mãos, tesouras em seus braços. Seu criador, um homem bondoso, interpretado pelo fascinante ídolo de filmes de terror do passado, Vincent Price, completava o clima sombrio de fantasia e magia para o filme que apesar disso não poderia ser qualificado como uma fita de terror.
   
Depois do sucesso de público e crítica de “Edward Mãos de Tesoura” a dupla formada por Depp e Burton não mais se largou – e segue junta até os dias atuais. Com altos e baixos formaram uma extensa filmografia que ia tanto para o lado mais cômico como para o lado mais assustador, passando até mesmo por musicais. Como bem esclareceu recentemente o ator eles desenvolveram uma parceria tão bem sucedida que hoje em dia nem mais precisam da palavra para se comunicarem no set de filmagem. Basta um olhar, um gesto, que Depp imediatamente entende o que Burton deseja em cada cena. Outro fato marcante digno de nota sobre esse filme foi o famoso namoro que Johnny Depp teve com sua parceira de trabalho, a atriz Winona Ryder. Muitos anos antes de Brad Pitt e Angelina Jolie ou Tom Cruise e Nicole Kidman, o casal do momento em Hollywood era Depp e Winona. Ele inclusive, em um ato impensado, mandou tatuar em seu braço a expressão “Winona Forever”, algo que iria se arrepender depois quando o romance finalmente chegou ao fim. Enfim, fica a dica desse “Edward Mãos de Tesoura”, um filme diferente que marcou época e ainda hoje segue sendo bem interessante. 

Edward Mãos de Tesoura (Edward Scissorhands, Estados Unidos, 1990) Direção: Tim Burton / Roteiro: Tim Burton, Caroline Thompson / Elenco: Johnny Depp, Winona Ryder, Dianne Wiest / Sinopse: Edward é um jovem que tem no lugar das mãos, tesouras, que ele usa para aparar os gramados ou cortar os cabelos das madames de sua cidade. Tudo começa a mudar em sua bucólica existência quando se apaixona por uma linda jovem.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 10 de julho de 2012

Da Magia à Sedução

Título no Brasil: Da Magia à Sedução
Título Original: Practical Magic
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Griffin Dunne
Roteiro: Alice Hoffman, Robin Swicord
Elenco: Sandra Bullock, Nicole Kidman, Stockard Channing, Dianne Wiest, Evan Rachel Wood, Aidan Quinn
  
Sinopse:
Duas irmãs, Sally (Sandra Bullock) e Gillian (Nicole Kidman), tentam fugir de uma maldição secular. As mulheres de sua família, bruxas em um passado distante, não conseguem ser felizes no amor. Os homens com quem elas se envolvem geralmente acabam tendo finais trágicos. Para fugir desse destino tão cruel elas então tentam mudar o futuro, olhando para as lições do passado. Filme vencedor do Blockbuster Entertainment Awards na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante (Stockard Channing).

Comentários:
É um filme que hoje em dia está mais do que datado. E isso nem faz muita diferença pois o filme realmente nunca foi grande coisa! O roteiro jamais convence, é tudo muito popzinho, inofensivo, nada marcante. Revisto hoje em dia o maior atrativo vem obviamente do elenco, com uma ótima dupla de beldades de Hollywood, ainda bem jovens, bonitas e sensuais na época, prestes a se tornarem grandes estrelas de cinema (na época do filme elas ainda não tinham atingido esse status, sendo apenas atrizes promissoras). Como escrevi o argumento é bobinho, bobinho, tudo baseado na obra teen da escritora Alice Hoffman (alguém ainda lembra dos livros dela?). Nicole Kidman, já com os cabelos alisados, sem aqueles grandes cachos do começo de sua carreira, mas ainda bem ruivos, rouba todas as atenções com sua beleza. Já Bullock faz a linha mais inteligente, intelectual, embora também esteja muito bonita em cena. Um detalhe curioso: esse foi um dos primeiros trabalhos de Evan Rachel Wood (de "Westworld"). Ela era apenas uma garotinha e foi indicada, veja só, ao prêmio da Young Artist Awards! Mas enfim, esse é mesmo um desses filmes sobre magia que eram direcionados mais para o público jovem dos anos 90. Hoje em dia anda bem esquecido, o que não deixa de ser completamente compreensível porque é um filme bem mais ou menos.

Pablo Aluísio.

sábado, 9 de janeiro de 2010

Tiros na Broadway

Título no Brasil: Tiros na Broadway
Título Original: Bullets Over Broadway
Ano de Produção: 1994
País: Estados Unidos
Estúdio: Miramax Films
Direção: Woody Allen
Roteiro: Woody Allen, Douglas McGrath
Elenco: John Cusack, Dianne Wiest, Jack Warden, Chazz Palminteri, Joe Viterelli, Jennifer Tilly, Rob Reiner, Mary-Louise Parker.

Sinopse:
Nova Iorque, década de 1920. O dramaturgo e escritor David Shayne (John Cusack) é um idealista que não aceita vender a dignidade de sua arte. Sem trabalho e passando por dificuldades acaba porém aceitando o financiamento de um gângster valentão para a produção de uma de suas peças. Para isso há uma condição que o escritor terá que aceitar, a escalação da namorada pouco talentosa do chefe criminoso, Olive (Jennifer Tilly), que terá que ganhar um destaque dentro da encenação.

Comentários:
Arranjar um lugar numa peça para alguém sem qualquer talento. Como se isso não fosse um problema e tanto Shayne ainda tem que lidar com o complicado temperamento de sua estrela principal, Helen Sinclair (Dianne Wiest). No meio de tanta confusão todos são surpreendidos ainda pelo improvável talento para a dramaturgia do grandalhão capanga do chefe mafioso, o truculento Cheech (Chazz Palminteri). Um filme muito querido do diretor por seus fãs. Por essa época Woody Allen pareceu ter flertado com o cinemão americano mais comercial. Seus roteiros mais intelectuais, intimistas, interiores, que discutiam questões existenciais foram deixados de lado para dar mais espaço ao humor, aos figurinos luxuosos e à uma produção bem mais trabalhada. Mesmo assim o diretor conseguiu fazer tudo isso sem deixar de lado sua inteligência, além da fina ironia que sempre o caracterizou. Um Allen excelente!.

Pablo Aluísio.