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sábado, 6 de janeiro de 2024

A Invenção de Hugo Cabret

Argumento e roteiro: O filme é baseado no livro "A Invenção de Hugo Cabret" cujo teor é nitidamente de realismo fantástico pois mistura personagens reais (como o diretor George Melies) em situações de ficção. Em termos de desenvolvimento temos aqui um começo um pouco cambaleante, quase caindo no chato, mas que conforme o filme avança melhora bastante. Talvez isso seja atribuído ao fato do roteiro não ter sido tão polido quanto a produção, essa sim rica e bonita. De qualquer forma não há maiores danos dessa falta de ritmo na terça parte inicial do filme pois logo ele consegue superar esse problema e finalmente encontra o tom certo conforme o filme avança..

Produção: A grande qualidade de "A Invenção de Hugo Cabret" é sua produção nota 10. Não é complicado de entender porque tiveram tanto capricho nesse aspecto do filme. Rodado para se tornar o primeiro projeto 3D do diretor Martin Scorsese o filme supervaloriza cada cena, cada cenário, cada ambiente, tudo ricamente desenvolvido chegando quase ao ponto da saturação, da poluição visual (são tantos os detalhes que o espectador simplesmente cansa de prestar atenção de tudo). Em resumo, uma produção de alto luxo e rica direção de arte.

Elenco: Aqui se destacam os veteranos Ben Kingsley (finalmente fazendo um personagem carismático depois de aparecer em alguns abacaxis por aí) e Christopher Lee (que consegue se destacar mesmo em um papel mínimo e mal desenvolvido pelo roteiro). Já o elenco infantil é de mediano para fraco, o que é um problema em um filme baseado nas peripécias dos guris. Achei o ator que faz o garoto Hugo (Asa Butterfield) sem carisma, quase beirando a antipatia. Não mostrou nada de muito especial em cena, sendo apenas correto. A garotinha Chloe Grace Moretz (que fez a vampirinha do remake "Deixe-me Entrar") se sai melhor mas como o papel dela é limitado não melhora muito sua situação.

Direção: Não é o tipo de filme que estamos acostumados a ver com Martin Scorsese. De fato, "Hugo" é seu filme mais singular. Em vista disso não consegui visualizar maiores marcas da presença do cineasta. A antiga maestria em extrair o melhor de seu elenco aqui está nitidamente atenuada, uma vez que o filme é baseado mesmo em alta tecnologia na criação de cenários e ambientes totalmente virtuais. De certa forma achei a direção mais modesta desde "Gangues de Nova Iorque".Espero que ele deixe de lado essa fase "George Lucas" para retornar aos bons e velhos filmes baseados em atuações e situações reais.

A Invenção de Hugo Cabret (Hugo, Estados Unidos, 2011) Direção: Martin Scorsese / Roteiro: John Logan / Elenco: Ben Kingsley, Sacha Baron Cohen, Asa Butterfield, Chloë Grace Moretz, Ray Winstone, Emily Mortimer, Christopher Lee, Helen McCrory, Michael Stuhlbarg, Frances de la Tour / Sinopse: Garoto vive aventuras na estação de trem em Paris. Lá acaba conhecendo uma garotinha que irá lhe levar a ter uma outra perspectiva de vida.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 25 de julho de 2023

O Mau Exemplo de Cameron Post

O Mau Exemplo de Cameron Post 
A adolescente Cameron Post parece ser uma garota como qualquer outra de sua idade. Quando se forma no colegial ela participa do baile da escola, uma tradição nos Estados Unidos. Só que nessa noite um segredo dela é revelado. Ela é pega no maior amasso com outra aluna em um carro no estacionamento. A notícia de que ela é lésbica se espalha e chega em sua tia. Religiosa fanática evangélica, ela então exige que Post vá para um acampamento da igreja que tem como objetivo "tratar" esse "desvio" de orientação sexual. Sim, um daqueles famigerados tratamentos que nos últimos anos passou a ser conhecido popularmente como "cura gay"!

Hoje em dia esse tipo de "tratamento" é condenado pela psicologia, pela ciência e em diversas partes do mundo é uma atividade proibida. Não há como defender, esse tipo de abordagem causava grande pressão psicológica nos adolescentes, fazendo com que muitos deles tomassem atitudes extremas como auto mutilação e suicidio! Temas que não são ignorados pelo roteiro do filme. Era realmente uma situação terrível. Só que a história desse filme se passa nos anos 80 quando tudo isso era visto com uma certa normalidade. Se bem que a personagem principal, interpretada pela talentosa atriz Chloë Grace Moretz, já sabia muito bem que aqueles evangélicos que cuidavam do acampamento não passavam de um bando de idiotas. O próprio pastor que cuidava dos jovens era um gay muito enrustido e mal resolvido consigo mesmo. Enfim, um bom filme com bela pegada indie. Gostei bastante e recomendo. 

O Mau Exemplo de Cameron Post (The Miseducation of Cameron Post, Estados Unidos, 2018) Direção: Desiree Akhavan / Roteiro: Desiree Akhavan, Cecilia Frugiuele, Emily M. Danforth / Elenco: Chloë Grace Moretz, Steven Hauck, Quinn Shephard / Sinopse: Jovem adolescente lésbica é enviada para um acampamento administrado por uma igreja evangélica para supostamente "se curar" de sua homossexualidade. Algo que definitivamente não vai dar muito certo! 

Pablo Aluísio.

domingo, 16 de janeiro de 2022

Uma Sombra na Nuvem

Durante a II Guerra Mundial uma garota entra em um avião de guerra da USAF. Ela diz ter ordens para compor a tripulação. Os demais militares acham meio estranho, mas acaba aceitando a jovem. Ela é então designada para ficar na cabine de artilharia localizada embaixo da fuselagem do bombardeiro. Quando o avião decola começam os problemas. As piadas machistas rolam solto no rádio. Um bebê é encontrado dentro de uma caixa levada por ela a bordo! Achou pouca coisa? Que tal um Gremlin que surge em pleno voo. Ele começa a arrancar peças do avião, das asas, das turbinas e então começa a atacar os tripulantes do avião. E lá fora, cercando a aeronave, um grupo de caças japoneses começa a atacar!

Pois é, meus caros cinéfilos, não se fazem mais filmes sobre a II Guerra Mundial como antigamente. Agora surge a necessidade de incorporar elementos de fantasia para manter o interesse do público jovem atual (muito centrado na cultura pop). Assim os Gremlins retornam, não aqueles dos filmes de Joe Dante, mas sim um novo tipo de monstro, parecido com um morcego, bem destrutivo. Para um filme tão curto (tem menos de 90 minutos de duração) achei que o roteiro colocou coisas demais dentro da caixa. Tem baby, tem monstrinho, tem ataque dos japoneses e se tudo isso já não fosse o bastante ainda tem uma das cenas mais absurdas (de impossível) que já vi em um filme na minha vida, com a garota pendurada fora do avião, tentando salvar seu filho! Caramba! O filme parece ter sido escrito para pessoas com déficit de atenção, tamanha a quantidade de coisas acontecendo ao mesmo tempo! Um pouco mais de calma (e sutileza) teriam feito muito bem ao filme como um todo.

Uma Sombra na Nuvem (Shadow in the Cloud, Estados Unidos, 2020) Direção: Roseanne Liang / Roteiro: Max Landis, Roseanne Liang / Elenco: Chloë Grace Moretz, Nick Robinson, Beulah Koale / Sinopse: Maude Garrett (Chloë Grace Moretz) é uma jovem garota que se diz militar. Ela entra em uma missão de um bombardeiro da USAF em plena II Guerra Mundial. Só que esse voo vai ser um dos mais estranhos de toda a história!

Pablo Aluísio.

sábado, 18 de setembro de 2021

Tom & Jerry - O Filme

Título no Brasil: Tom & Jerry - O Filme
Título Original: Tom & Jerry
Ano de Produção: 2021
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Tim Story
Roteiro: Kevin Costello
Elenco: Chloë Grace Moretz, Michael Peña, Colin Jost, Jordan Bolger, Somi De Souza, Pallavi Sharda

Sinopse:
Kayla (Chloë Grace Moretz) não tem tido muita sorte. Ela é demitida de outro emprego medíocre. Porém um dia as coisas tinham que mudar, para melhor e ela arranja um emprego em um hotel chique de Nova Iorque. E logo precisa enfrentar dois grandes problemas chamados Tom e Jerry que transformam a rotina do hotel numa tremenda confusão!

Comentários:
Mais uma versão moderna para esses personagens antigos criados por William Hanna e Joseph Barbera. Só que vamos ser sinceros, os tempos são outros. Os desenhos animados originais eram violentos, insanos, de pura anarquia. Não havia limites para os animadores. Agora, nos tempos em que vivemos, não se pode mais ousar tanto. Sobra assim cenas de gato e rato, mas bem mais polidas, diria bem inofensivas. Além disso devo dizer que apesar da presença da gracinha Chloë Grace Moretz, o filme é bem fraco e - heresia completa - bem sem graça. Essa mistura de atores reais e animação já deu melhores frutos. Além disso não achei a animação tão boa assim. Eu acredito que tudo tem seu lugar na história. Os desenhos de Tom e Jerry pertencem a outro tempo, a outro contexto cultural. Requentar algo assim é complicado. Melhor mesmo é rever o material original. Você que nunca viu vai se surpreender com a criatividade e a anarquia que reinavam neles.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 5 de agosto de 2021

Obsessão

Frances McCullen (Chloë Grace Moretz) trabalha como garçonete em Nova Iorque. Certo dia encontra uma bolsa perdida no metrô. Então resolve procurar por sua dona. Acaba levando a bolsa na casa dela. Greta Hideg (Isabelle Huppert) parece ser uma pessoa bem elegante. Fica muito agradecida a Frances por encontrar sua bolsa perdida. Então as duas começam uma amizade. Greta por ser bem mais velha que Frances cria um sentimento maternal em relação a jovem. Só que há algo errado em tudo o que está acontecendo. Greta logo passa a demonstrar um comportamento fora dos padrões, obsessivo e perigoso. E vira uma stalker na vida de Frances.

É um bom filme, embora o roteiro tenha seus clichês. Entretanto se tratando de um diretor como Neil Jordan eu esperava mais, muito mais. Em minha opinião o diretor perdeu a mão na construção do suspense desse thriller. A amizade entre as duas mulheres poderia ter sido melhor desenvolvido. Esse é um caso em que o roteiro se apressou demais. Situações de suspense devem ser desenvolvidas de forma gradual, aos poucos. Não pode passar logo para as situações de violência e crimes. Tem que ir devagar para funcionar. Então, apesar de não considerar esse um filme ruim devo dizer que lhe faltou mais calma. E o mais curioso é que Neil Jordan sempre apresentou todas essas nuances em seus filmes anteriores. Aqui surgiu com uma direção ansiosa e apressada demais.

Obsessão (Greta, Estados Unidos, 2018) Direção: Neil Jordan / Roteiro: Ray Wright / Elenco: Isabelle Huppert, Chloë Grace Moretz, Maika Monroe, Stephen Rea / Sinopse: Depois de entregar uma bolsa perdida para uma mulher mais velha e solitária, uma jovem garçonete de Nova Iorque passa a ser alvo de um jogo perigoso e insano.  

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 16 de março de 2020

A Família Addams

Título no Brasil: A Família Addams
Título Original: The Addams Family
Ano de Produção: 2019
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Greg Tiernan, Conrad Vernon
Roteiro: Matt Lieberman
Elenco: Charlize Theron, Chloë Grace Moretz, Oscar Isaac, Snoop Dogg, Bette Midler, Finn Wolfhard

Sinopse:
Animação produzida a partir dos personagens criados por Charles Addams. No enredo a família Addams finalmente encontra um novo lar, um antigo manicômio abandonado. Na nova cidade eles encontram o que estavam procurando. Na nova casa o paizão Gomez vai ensinando o ritual de iniciação dos Addams para o filho, enquanto Wednesday vai para o high School.

Comentários:
Os dois filmes da família Addams com atores de carne e osso foram muito divertidos e bem produzidos. Agora o estúdio decidiu fazer uma animação em longa-metragem. Ao custo de 40 milhões de dólares esse novo filme fez sucesso de bilheteria, batendo a barreira de 300 milhões faturados no cinema. Algo óbvio de acontecer, já que os produtores lançaram a animação no feriado de Halloween. Uma boa estratégia de lançamento. E de fato não há o que reclamar, principalmente em se tratando de fãs da obra do cartunista Charles Addams. Os personagens, por exemplo, surgem no mesmo traço que seu criador imaginou. Tudo é bem fiel ao estilo dos quadrinhos originais. E como sempre acontece com animações caras como essa, várias estrelas de Hollywood foram contratadas para dublar os personagens principais, com destaque para Chloë Grace Moretz como Wednesday, a garota Addams, muito esquisita por sinal e Charlize Theron como a mãe Morticia Addams. Aliás essa última personagem me faz sempre lembrar de Anjelica Huston, por causa do filme dos anos 90. Então é isso. Animação muito boa, divertida, que vai certamente agradar aos fãs do estranho e engraçado humor negro dos Addams.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 19 de setembro de 2018

Criminosos de Novembro

O que me levou a assistir esse filme foi a presença da atriz Chloë Grace Moretz. Sempre achei ela uma das mais interessantes atrizes de sua geração. Só que esse filme é realmente um tanto quanto fraquinho. A história vai pelo mesmo caminho, pouco verossímil, pouco convincente. A Chloë interpreta uma estudante do ensino médio que namora um jovem problemático. A mãe dele morreu recentemente e ele se sente culpado por isso (o roteiro nunca explica a razão concreta dele se sentir assim). Pois bem, quando um amigo é assassinado em uma lanchonete onde trabalha, ele termina de pirar, colocando na cabeça que precisa resolver o caso de todo jeito. Uma pessoa normal, obviamente, iria deixar isso para a polícia resolver, mas ele não, parte para investigar o caso, mesmo colocando em risco a sua vida e a da namorada. Uma decisão bem idiota de se tomar.

Como eu já escrevi, temos aqui um enredo complicado de se comprar. O espectador ao invés de criar algum vínculo emocional com o protagonista começa ao invés disso achar que ele é um imbecil. Mesmo com problemas emocionais pela morte da mãe (o roteiro quer enfiar isso goela abaixo do público como justificativa para seus atos), seja por qual razão for, ninguém em sã consciência começaria a frequentar bairros cheios de traficantes para supostamente fazer "justiça" na sociedade. Some-se a isso o fato dele ser um bobão que leva a namorada em becos escuros para perguntar a bandidos se eles sabem quem matou seu amigo e você terá uma visão da situação toda! Que coisa mais bizarra! Em uma cena ela escapa por um triz de ser estuprada por criminosos! Você se identificaria com um tolo desse nível? Assim o resultado é muito morno e sem propósito para levarmos esse filme à sério. Tirando a graciosa atuação da Chloë Grace Moretz, todo o resto é pura perda de tempo. Enfim, é um filme indie sem consistência, para pessoas que sofrem de bondadismo sem cura. 

Criminosos de Novembro (November Criminals, Estados Unidos, 2017) Direção: Sacha Gervasi / Roteiro: Sacha Gervasi / Elenco: Ansel Elgort, Chloë Grace Moretz, David Strathairn / Sinopse: Phoebe (Chloë Grace Moretz) namora Addison (Ansel Elgort). Eles estão numa fase bacana na vida, terminando o colegial, se preparando para ir para a universidade. Tudo estaria bem, se não fosse os problemas emocionais do namorado. Ele está tentando enfrentar a perda da mãe. Emocionalmente abalado, ele literalmente fica obsessivo quando seu amigo é morto a tiros numa lanchonete. Depois dessa tragédia ele resolve que irá descobrir a identidade do assassino de qualquer maneira, colocando em risco sua vida e a de sua jovem namorada.

Pablo Aluísio.

domingo, 7 de janeiro de 2018

Brain on Fire

Título Original: Brain on Fire
Título no Brasil: Ainda Não Definido
Ano de Produção: 2016
País: Canadá, Irlanda
Estúdio: Foundation Features
Direção: Gerard Barrett
Roteiro: Gerard Barrett
Elenco: Chloë Grace Moretz, Thomas Mann, Richard Armitage, Carrie-Anne Moss, Jenny Slate, Tyler Perry

Sinopse:
Baseado em fatos reais, com roteiro escrito a partir do livro de memórias de Susannah Cahalan, o filme mostra o sério problema de saúde que enfrentou logo no começo de sua vida profissional como jornalista, quando se viu incapacitada por uma enfermidade, uma doença rara, pouco conhecida pelos médicos.

Comentários:
Gostei desse filme. O enredo é dramático, triste e não recomendado para quem não gosta desse tipo de roteiro. Basicamente temos essa jovem jornalista que acaba conseguindo um emprego dos sonhos em um famoso e popular jornal de Nova Iorque. Tudo vai caminhando bem, ela vai subindo na carreira, até que começa a apresentar um estranho comportamento. No começo todos desconfiam que ela está usando drogas ou algo do tipo, mas na verdade ela começa a apresentar os sintomas de uma doença mental que intriga os médicos. Eles não conseguem chegar em um diagnóstico seguro. Para alguns ela estaria sofrendo de uma bipolaridade extrema, para outros estaria na realidade esquizofrênica. Enquanto a garota sofre, seus pais e seu namorado pressionam os médicos para chegarem numa conclusão, que parece nunca vir. Sua salvação vem na figura do professor de medicina de uma prestigiada universidade que descobre que ela na verdade está sofrendo de uma síndrome auto imune praticamente desconhecida da ciência. Chloë Grace Moretz interpreta a protagonista que passa praticamente todo o filme hospitalizada, algumas vezes catatônica. Sua interpretação é OK, mas não chega a ser brilhante. Tampouco compromete o resultado final de um filme até muito interessante, que chama a atenção para uma nova doença mental que cada vez mais tem se espalhado pela população em geral. Vale a pena conferir, principalmente se você for um profissional da área de saúde. 

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 2 de maio de 2016

A 5ª Onda

A vida de uma garota normal, Cassie Sullivan (Chloë Grace Moretz), que ainda está no ensino médio, muda para sempre quando uma nave alienígena surge nos céus dos Estados Unidos. Os aliens são criaturas parasitas que precisam dos seres humanos para servirem como hospedeiros. Em pouco tempo a humanidade entra em pânico pois os alienígenas estão se apoderando das pessoas sem que ninguém consiga saber ao certo quem é um ser humano e quem é um alien. Esse novo filme "A 5ª Onda" sofre de uma falta de originalidade de dar pena. A própria base do roteiro é uma coisa antiga que já vimos desde o clássico "Vampiros de Almas" que inclusive comentei recentemente aqui no blog. Junte isso com fórmulas batidas como colocar adolescentes e crianças como guerreiros e soldados (alguém ai lembrou de "Jogos Vorazes"?) e você entenderá como não existe praticamente nenhuma ideia realmente original nesse roteiro.

Para piorar a protagonista interpretada por Chloë Grace Moretz não convence. Ela passa praticamente todo o filme correndo pra lá e pra cá com um ursinho de pelúcia de seu irmão dentro de uma bolsa colegial em suas costas. Quando é preciso usa armas de grosso calibre para matar as ameaças. Enquanto o mundo é invadido ela ainda arranjar tempo para se apaixonar (?) por um jovem híbrido, metade homem e metade alien (cujas origens o roteiro nem se preocupa em explicar direito). O design dos invasores espaciais lembra demais também a franquia Aliens, pois são seres que entram na cabeça de suas vítimas para sugar seus cérebros! Sinceramente, nem um pingo de ideias novas! Por fim para soterrar qualquer pretensão de assistir um bom filme Sci-Fi há ainda poucos efeitos especiais, todos pontuais e discretos. Provavelmente faltou orçamento para investir mais nisso. Em suma, uma grande perda de tempo. Melhor rever clássicos como "Guerra dos Mundos" ou até mesmo "Vampiros das Almas" que pelo menos eram originais e criativos. Esse aqui é apenas uma cópia sem qualquer novidade.

A 5ª Onda (The 5th Wave, EUA, 2016) Direção: J Blakeson / Roteiro: Susannah Grant, Akiva Goldsman / Elenco: Chloë Grace Moretz, Matthew Zuk, Gabriela Lopez / Sinopse: Cassie Sullivan (Chloë Grace Moretz) é uma jovem colegial precisa sobreviver enquanto o planeta Terra é alvo de uma invasão de aliens parasitas. Ela precisa encontrar seu jovem irmão que desapareceu logo nos primeiros dias da chegada dos alienígenas.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Acima das Nuvens

Título no Brasil: Acima das Nuvens
Título Original: Clouds of Sils Maria
Ano de Produção: 2014
País: França, Suíça, Alemanha
Estúdio: CG Cinéma, Pallas Film, CAB Productions
Direção: Olivier Assayas
Roteiro: Olivier Assayas
Elenco: Juliette Binoche, Kristen Stewart, Chloë Grace Moretz, Lars Eidinger
  
Sinopse:
Maria Enders (Juliette Binoche) é uma atriz veterana que vai até a Suíça participar das homenagens ao escritor Wilhelm Melchior, o autor que lhe deu uma chance logo no começo de sua carreira ao lhe escalar para uma das personagens centrais de sua peça de sucesso. Ao chegar em Zurique ela descobre que ele está morto. Ao lado de sua assistente pessoal, a jovem Valentine (Kristen Stewart), ela terá agora que lidar com velhos fantasmas de seu passado ao mesmo tempo em que decide se aceita ou não voltar à peça que a consagrou. Filme indicado à Palma de Ouro em Cannes.

Comentários:
Fugindo do cinema mais comercial de Hollywood hoje trago essa boa dica de cinema europeu. Se trata de um drama existencial muito bem escrito mostrando os bastidores da vida de uma consagrada atriz veterana interpretada pela ótima Juliette Binoche. No passado ela se consagrou interpretando uma jovem ousada de 20 anos na famosa peça de Wilhelm Melchior. No texto ela tinha um complicado relacionamento com sua chefe em uma empresa prestes a falir. O subtexto explorava a estranha atração lésbica que surgia entre a mulher mais velha e frustrada com sua subordinada jovial e ambiciosa. Agora, envelhecida, um diretor alemão lhe oferece a chance de retornar ao mesmo texto só que ao invés de interpretar o papel da jovem que a levou à fama ela teria que fazer a personagem mais velha, amarga, lésbica e rejeitada pela jovem impetuosa. O roteiro joga muito bem com a dualidade existente entre o texto da peça teatral e a própria vida real da atriz vivida por Binoche, caminhando de forma inteligente entre os dois enredos que se entrecruzam. 

No elenco outro fato chama a atenção: a diferença de escolas de atuação envolvendo uma atriz francesa, com toda a sua sofisticação com suas duas colegas  americanas (Kristen Stewart e Chloë Grace Moretz). Kristen é sua assistente pessoal, uma garota que curte filmes de super-heróis (o máximo da falta de cultura cinematográfica na opinião de Maria) que parece perturbada com a finesse de sua patroa. Fumando um cigarro atrás do outro, com óculos de grau, ela está muito distante de sua personagem mais famosa, a Bella Swan da Saga Crepúsculo, sem classe ou charme algum, porém demonstrando muita força de vontade para procurar por novos rumos na carreira. Já Chloë Grace Moretz surge como uma atriz americana teen, cheia de escândalos pessoais explorados pela indústria de fofocas de celebridades dos Estados Unidos. Mimada e com uma vida pessoal caótica ela se torna o extremo oposto do tipo de profissional retratada por Binoche. Um filme de contrastes, com excelente roteiro e uma direção de fotografia de encher os olhos, com direito a maravilhosas paisagens suíças! Quer algo mais sofisticado do que isso?

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Se Eu Ficar

Título no Brasil: Se Eu Ficar
Título Original: If I Stay
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM), New Line Cinema
Direção: R.J. Cutler
Roteiro: Shauna Cross, Gayle Forman
Elenco: Chloë Grace Moretz, Mireille Enos, Jamie Blackley
  
Sinopse:
Mia Hall (Chloë Grace Moretz) é filha de um casal que no passado teve até mesmo uma banda de punk rock. Ela ama música, mas nada referente à barulheira que seus pais adoram. Mia é apaixonada mesmo pela riqueza da música clássica e se dedica todos os dias a aprender violoncelo. Quando chega a oportunidade de entrar para uma das mais prestigiadas escolas de música erudita dos Estados Unidos, a Juilliard School em Nova Iorque, ela fica em dúvida se deve seguir em frente com seus sonhos ou ficar em Portland ao lado da família e seu namorado roqueiro. Filme indicado ao People's Choice Awards na categoria de Melhor Filme - Drama.

Comentários:
Um bom romance juvenil com toques espiritualistas em seu roteiro (não convém contar muito sobre isso para não estragar a surpresa do espectador). No geral o roteiro gira em torno da vida de Mia, uma garota normal, talvez um pouco tímida e reservada, que adora estudar música clássica. Enquanto os jovens de sua idade estão ouvindo rap e pauleiras em geral, ela está disciplinamente trancada em seu quarto praticando seu instrumento do coração, o violoncelo. Seus pais são do tipo moderninho, mas ela prefere fazer o estilo mais careta e conservador. Seu jeito de ser é abalado quando ela conhece um garoto roqueiro de sua escola que tem uma banda e sonha um dia ser um popstar. O enredo assim vai se desenvolvendo, mostrando em flashbacks o romance adolescente, seus primeiros problemas e o complicado jogo do amor nessa fase da vida, mas não é só isso que o filme procura explorar. Há uma linha narrativa que se passa ao largo dessa história de amor, mostrando ou pelo menos tentando mostrar, que o tempo segue em frente e muitas vezes eventos inesperados podem colocar tudo a perder em questão de segundos. Com esse filme Chloë Grace Moretz parece confirmar seu status de jovem atriz mais promissora de Hollywood. Realmente ela tem surpreendido pelas escolhas certas, mostrando uma segurança em cena digna de profissionais experientes. Se não cair na vala comum das celebridades de tablóides poderá certamente ter um brilhante futuro pela frente. O tempo dirá.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

O Protetor

Título no Brasil: O Protetor
Título Original: The Equalizer
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Antoine Fuqua
Roteiro: Richard Wenk, Michael Sloan
Elenco: Denzel Washington, Marton Csokas, Chloë Grace Moretz
  
Sinopse:
Robert McCall (Denzel Washington) é um sujeito metódico que tem uma vida bem comum. Todos os dias após o trabalho ele vai até um pequeno restaurante para realizar suas refeições. Lá acaba conhecendo casualmente Teri (Chloë Grace Moretz), uma jovem prostituta que sonha um dia se tornar cantora. Quando ela começa a sofrer todos os tipos de agressão de um membro da máfia russa local, McCall decide agir para lhe ajudar. Isso desencadeia uma série de eventos que acabam em um verdadeiro banho de sangue. Filme indicado ao People's Choice Awards na categoria Melhor Thriller do ano.

Comentários:
Eu fiquei bem surpreso com esse "The Equalizer". O ator Denzel Washington vinha em uma levada mais intelectual em sua carreira e então ele, para minha surpresa, resolveu participar desse filme de ação cujo roteiro me lembrou muito os filmes de ação da década de 1980. Não é para menos. O roteiro não se destaca por ser original demais ou trazer surpresas, bem ao contrário, o enredo é até manjado e não ficaria muito surpreendido em ver outro ator ao estilo Chuck Norris ou Steven Seagal no lugar de Denzel. Claro que pelo fato dele estar no elenco procurou-se fazer algo melhor, porém isso não muda a essência da produção que investe novamente na figura do "exército de um homem só", um super agente treinado que usa seu aprendizado para trazer um pouco de justiça na sociedade. Aliás, deixando tudo bem claro, o personagem de Denzel é em última análise um justiceiro ou como os americanos gostam de chamar um vigilante, um homem (quase) comum que resolve lutar contra o crime e a opressão usando de violência sem limites. Por falar nisso a longa cena final, toda passada dentro de um estabelecimento Walmart surpreende pela maneira em que Denzel resolve liquidar seus opositores, usando ferramentas comuns de construção civil como furadeiras e lançadores de pregos! Divertido, mas também pouco convincente. No saldo final não vejo nada muito especial no filme a não ser essa corajosa tentativa de reviver velhos clichês oitentistas para as novas plateias de hoje em dia.

Pablo Aluísio.

domingo, 9 de novembro de 2014

Carrie, a Estranha

Título no Brasil: Carrie, a Estranha
Título Original: Carrie
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM), Screen Gems
Direção: Kimberly Peirce
Roteiro: Lawrence D. Cohen, Roberto Aguirre-Sacasa
Elenco: Chloë Grace Moretz, Julianne Moore, Gabriella Wilde, Portia Doubleday

Sinopse:
Carrie (Chloë Grace Moretz) é uma jovem estudante que vive oprimida tanto em casa como na escola. Em casa pela mãe dominadora, cruel e fanática religiosa que enxerga pecado e devassidão em tudo ao redor. Na escola, por ser tímida e fechada, ela logo passa a ser o principal alvo de bullying das garotas de sua idade. O que ninguém sabe é que Carrie na verdade possui estranhos poderes, que logo logo se virarão contra todos aqueles que ousam zombar dela.

Comentários:
Remake desnecessário do clássico filme inspirado na obra de Stephen King. É a tal coisa, a originalidade anda distante de Hollywood atualmente. Sem novas ideias o jeito é tentar olhar para o passado, revitalizando antigos filmes. O original já é um clássico absoluto, muito bem realizado pelo mestre Brian De Palma! Já esse aqui soa como um caça-níquel desesperado da combalida MGM - que vira e mexe surge nos jornais com as portas prestes a fechar. No geral é uma refilmagem burocrática, sem maiores vôos em termos de inovação ou originalidade. Talvez o maior erro tenha sido a escalação da atriz jovem Chloë Grace Moretz. Ela não é má atriz, bem longe disso, mas deixa a desejar talvez por ser bonitinha demais para o papel. Não podemos nos esquecer que a Carrie das páginas de King é uma garota complexada, estranha (como o próprio título do livro sugere) e que sofre intenso bullying por parte dos colegas de escola. Já a gatinha Chloë Grace Moretz passa longe desse tipo. Mesmo com as costas caídas, jeito meio sinistro de agir, não há como encarar ela como uma vítima de preconceito e escárnio dos amigos de classe. Quem se sai um pouco melhor é a sempre eficiente Julianne Moore como a mãe que caiu nas garras do fanatismo religioso. Em suma, uma produção que não tinha a menor necessidade de existir.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 30 de setembro de 2014

Carrie, a Estranha

Carrie White (Chloë Grace Moretz) é uma jovem e tímida estudante que apenas quer levar uma vida normal como todas as outras garotas de sua idade. Sua vida porém passa longe da normalidade. Sua mãe caiu nas garras do fanatismo religioso, considerando tudo e a todos como seres pecadores e diabólicos. Por essa razão deu à sua filha uma educação extremamente rígida, onde tudo se revela como motivo para punição e penitência. Na escola o clima não é melhor para Carrie. Calada e retraída, ela logo vira alvo do bullying de suas colegas. As coisas pioram ainda mais quando acaba menstruando no chuveiro, pensando estar sofrendo de algum mal de saúde (por causa de sua educação religiosa fora dos limites nada lhe foi dito sobre sua própria sexualidade ao longo dos anos). Filmada em seu momento de pânico e choro no banheiro da escola é logo colocada na internet para que todos possam se divertir às suas custas. No meio de tantas turbulências Carrie acaba descobrindo que possui estranhos poderes, como mover objetos inanimados pelo seu quarto. Apesar da descoberta incrível resolve esconder isso das pessoas ao seu redor. A salvação para Carrie porém poderá finalmente vir no baile de formatura da escola, ainda mais depois de ser convidada por um aluno bonitão de sua classe. Talvez as boas notícias escondam algo ainda mais sinistro para ela. Afinal de contas a felicidade não parece ser um estado de normalidade na complicada vida de Carrie, considerada estranha demais pelos outros alunos de sua idade.

Remakes são sempre complicados e remakes de filmes já consagrados pelo público e pela crítica são ainda mais difíceis de engolir. O fato inegável é que o famoso livro de Stephen King já encontrou sua versão cinematográfica definitiva. Obviamente estou me referindo ao filme com Sissy Spacek, que foi dirigido brilhantemente por Brian De Palma em 1976. Uma obra prima do terror. Infelizmente há um certo preconceito entre os jovens com filmes antigos e somando-se a isso a falta de criatividade dos produtores e a busca pelo lucro fácil podemos entender perfeitamente porque esse novo Carrie foi realizado. A despeito da tecnologia ter evoluído muito mais nos dias atuais, não consegui visualizar nada que justificasse a realização de uma nova versão para o cinema da obra de King. Não há no novo filme nada de muito interessante ou inovador se formos comparar com o clássico dos anos 70. O roteiro se mostra até bem mais simples, sem maior desenvolvimento dos personagens principais. Embora de maneira em geral goste do trabalho da atriz Chloë Grace Moretz achei que sua atuação não encontrou o tom certo. Está muito exagerada em certos momentos, quase caindo na mais pura caricatura. Sempre com olhar assustado (para não dizer apavorado), ombros caídos e timidez extremamente patológica. O mesmo pode-se dizer da talentosa Julianne Moore, que com olhos arregalados e cara de maluca, interpreta a mãe fanática religiosa de Carrie. Sinceramente falando as duas atrizes parecem competir entre si para saber quem será mais excessiva em suas caracterizações. Os efeitos digitais também não empolgam muito (e a cena final na lápide me deu vontade de rir de tão desnecessária e boboca). Aliás se fosse definir o novo Carrie em apenas uma palavra seria justamente essa: desnecessária! A nova versão não precisava mesmo existir.

Carrie, a Estranha (Carrie, EUA, 2013) Direção: Kimberly Peirce / Roteiro: Lawrence D. Cohen, Roberto Aguirre-Sacasa, baseados na obra de Stephen King / Elenco: Chloë Grace Moretz, Julianne Moore, Gabriella Wilde / Sinopse: Carrie (Grace) é um jovem estudante muito tímida e oprimida que descobre ter poderes sensorias fantásticos. Vítima de bullying em sua escola ela decide em um momento de desespero, se vingar de todos que a humilham publicamente. Filme indicado ao prêmio da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films na categoria Melhor Filme de Terror. Vencedor do prêmio de Melhor Atriz Jovem (Chloë Grace Moretz).

Pablo Aluísio.

domingo, 15 de setembro de 2013

Kick-Ass 2

E a franquia "Kick-Ass" segue em frente. Como se sabe os filmes mostram um grupo de jovens comuns que resolvem se vestir de super-heróis de quadrinhos para combater o crime e o mal nas grandes cidades. Depois dos acontecimentos do primeiro filme reencontramos Mindy Macready (Chloë Grace Moretz), na verdade Hit-Girl, que tenta levar os sonhos de seu pai em frente. O problema é que o mundo é outro e ela tenta de alguma forma se adaptar à vida de uma garota normal de 15 anos que está no high school. Enquanto isso Kick-Ass (Aaron Taylor-Johnson) continua a luta contra os vilões. Como foi de certa forma abandonado por Hit-Girl, ele decide ir em busca de um novo grupo de heróis mascarados que pensem como ele. Acaba encontrando. São novos personagens que terão que enfrentar o inacreditável The Motherfucker (Christopher Mintz-Plasse) que está atrás de Kick-Ass por causa da morte de seu pai no primeiro filme. O que poucos sabem é que ele na verdade é o nerd almofadinha Chris D'Amico. "Kick-Ass" foi um filme que me agradou bastante, era assumidamente nerd, tinha boas sacadas e um roteiro bem escrito com muitas referências ao mundo da cultura pop.

Infelizmente essa segunda parte deixa a desejar. Além da ausência de Nick Cage (que está fora do filme por motivos óbvios), o enredo se mostra bem convencional, quadradinho mesmo. Não há mais aquele timing alucinado do primeiro filme. Claro que em certos aspectos "Kick-Ass 2" chega a ser bem mais violento que o anterior mas isso não garante nenhuma inovação maior dentro da série. Na verdade o roteiro se contenta em cair naquela velha fórmula que conhecemos bem, a do vilão que está em busca de vingança pela morte de um ente querido (aqui no caso The Motherfucker deseja matar Kick-Ass e seus amigos por causa da morte de seu pai, como já foi dito). Ora, um roteiro dessas certamente não vai empolgar ninguém. O único aspecto positivo é a chance de rever todos esses personagens novamente, em especial a garotinha Hit-Girl que é uma graça. Aliás a atriz Chloë Grace Moretz cresceu, virou uma mocinha e está mais carismática do que nunca, fazendo com que o filme não seja tão cansativo e decepcionante como possa parecer. No mais, nada de muito relevante no que diz respeito ao resto da produção. Certamente dá para assistir numa boa mas para quem criou algum tipo de expectativa a decepção será certa.

Kick-Ass 2 (Kick-Ass 2, Estados Unidos, 2013) Direção: Jeff Wadlow / Roteiro: Jeff Wadlow, Mark Millar / Elenco: Aaron Taylor-Johnson, Chloë Grace Moretz, / Sinopse: Um novo vilão surge para vingar a morte de seu pai. Os alvos de sua ira são Kick-Ass e Hit-Girl que terão que enfrentar um dos grandes desafios nas suas carreiras de super-heróis.

Pablo Aluísio.

sábado, 15 de setembro de 2012

Hick

Luli McMullen (Chloë Grace Moretz) é uma garota de 13 anos que tem uma vida familiar disfuncional. Sua mãe é irresponsável, infiel e não lhe dá apoio e nem atenção. Seu pai é um bêbado incurável, sempre chamado por sua mãe de fracassado. Cansada dessa vida de brigas e bebedeiras ela resolve certa manhã simplesmente ir embora de casa. Coloca na bolsa seus poucos pertences pessoais, entre eles uma arma .45 que ganhou de aniversário, e parte para a estrada atrás de carona. Pretende ir para Las Vegas com o objetivo de começar vida nova. Pelo caminho vai encontrando os tipos mais incomuns como Glenda (Blake Lively), uma viciada em cocaína, e um cowboy manco (Eddie Redmayne) que se apaixona por ela. Esse "Hick" faz parte daquele subgênero americano conhecido como "Road Movie". O enredo é todo passado na estrada, com personagens marginais em situações extremas. A garotinha interpretada por Chloë Grace Moretz é uma adolescente que não aguenta mais sua vida familiar e resolve partir para conhecer o mundo lá fora. O que encontra são almas perdidas, pessoas sem esperança, vivendo no limite. 

O filme é interessante porque é desenvolvido sob o ponto de vista da jovem. Ela gosta de desenhar e assim vai fazendo esboços das pessoas que conhece pelo meio do caminho. Obviamente que por ser tão jovem ela se expõe a todos os tipos de riscos, inclusive sexuais, mas o filme nesse aspecto não vai até as últimas consequências, poupando o espectador de detalhes mais sórdidos ou ofensivos. A estória é baseada na novela de Andrea Portes e tem toques autobiográficos pois a autora também fugiu de casa na adolescência. Misturando fatos reais com ficção o resultado é muito bom, bem interessante e até mesmo cativante em relação aos sonhos da jovem garota. Em resumo "Hick" é uma boa pedida para quem estiver em busca de filmes com temáticas mais alternativas, diferenciadas. Vale a indicação certamente.  

Caipira (Hick, Estados Unidos, 2012) Direção: Derick Martini / Roteiro: Andrea Portes / Elenco: Chloë Grace Moretz, Eddie Redmayne, Juliette Lewis, Blake Lively, Alec Baldwin / Sinopse: Uma adolescente resolve fugir de casa por não aguentar mais o caótico ambiente familiar. No caminho para Las Vegas encontra pessoas incomuns e exóticas.  

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Kick-Ass - Quebrando Tudo

Dentro do lamaçal de filmes medíocres em que Nicolas Cage tem se envolvido ultimamente esse "Kick-Ass" é uma dos poucas produções que realmente se salvam. O mérito é de seu roteiro antenado com as novas gerações, fãs de games e computador, que conseguem transitar entre todos esses meios com extrema familiaridade. Foi para esse tipo de jovem high tech que o filme foi feito. Ele une várias linguagens de meios diferentes em uma experiência cinematográfica única. Sem querer ser preconceituoso mas os mais velhos, que não cresceram imersos em tantas tecnologias ao mesmo tempo, certamente vão estranhar um pouco seu ritmo alucinado e inúmeras citações que provavelmente apenas os mais jovens vão captar. "Kick Ass" também exige uma certa postura em relação a ele. É um produto totalmente pop e obviamente não se deve levar à sério demais. É puro entretenimento sem maiores consequências. 

O resultado ficou muito divertido. Também não há como negar que também é muito violento mas é um tipo de violência diferente, estilizada ao extremo, nada verossímil. Como eu disse, não se deve levar nada do que acontece em cena à sério. Mesmo assim o mercado exibidor americano resolveu aumentar sua faixa de classificação o que achei uma medida desproporcional uma vez que a violência do filme como já disse é caricatural, quase de desenho animado, e duvido que alguém vai levar algo como aquilo à sério. Não é à toa que sua principal fonte de inspiração é o universo do mundo dos quadrinhos. O destaque da produção fica com a jovem Chloë Grace Moretz. Há tempos venho prestando nessa atriz mirim (hoje já adolescente) que vem se destacando nos filmes em que aparece, mesmo quando interpreta personagens secundários. Já tive a oportunidade de escrever sobre ela, principalmente em seu trabalho realizado no remake americano de "Deixa Ela Entrar". A garota promete. Aqui sua Hit Girl domina e ofusca todos os demais personagens e atores, até mesmo Nicolas Cage. Por falar nele o ator surge bem envelhecido em cena. Obviamente ele deve ter adorado fazer o filme. Não é segredo para ninguém que seu sonho era fazer um filme como Superman. Aliás ele é fã assumido do universo dos quadrinhos. Seu personagem é uma caricatura de Batman. "Kick Ass" foi dirigido pelo Matthew Vaughn, o que é bem adequado pois certamente soube se comunicar com essa nova geração que é o público alvo do filme. Sua proximidade com o universo dos quadrinhos parece ser a tônica de sua carreira, uma vez que já trouxe para as telas os famosos personagens de Stan Lee em "X-Men: Primeira Classe" e agora prepara a sequência "Kick-Ass 2: Balls to the Wall" atualmente em pós produção. Que venha a continuação então. 

Kick-Ass - Quebrando Tudo (Kick-Ass, Estados Unidos, 2010) Direção: Matthew Vaughn / Roteiro: Jane Goldman, Matthew Vaughn baseado nos quadrinhos de Mark Millar e John Romita Jr. / Elenco: Aaron Johnson, Nicolas Cage, Chloë Grace Moretz / Sinopse: Um grupo improvável de pessoas resolvem incorporar em suas vidas reais o estilo de vida dos super-heróis de quadrinhos. Isso acaba lhes trazendo muitos problemas mas também muita ação e aventura.  

Pablo Aluísio.

sábado, 7 de julho de 2012

Deixe-me Entrar

"Deixe-me Entrar" é o remake americano do excelente filme sueco "Deixa Ela Entrar" que causou frisson mundo afora em 2008. Muita gente torceu o nariz para essa produção pois o original já era tão bom e definitivo. Como todo mundo sabe odeio remakes, principalmente de filmes que gosto muito (e eu particularmente adoro o filme de Tomas Alfredson) mas aqui certamente abrirei uma exceção. Desnecessária uma refilmagem menos de dois anos depois do primeiro filme ter sido lançado? Certamente. Apesar de tudo isso vou dar o meu braço a torcer. Não acredito que a existência de "Deixe-me Entrar" tenha sido totalmente inútil. Eu acabei gostando dessa releitura. As pessoas podem até defender a tese de que sua própria existência não tem razão de ser e no fundo há uma certa verdade em pensar assim, porém já que o filme foi feito pelos americanos devo dizer que é muito bom saber que eles realmente fizeram um remake bem acima da média. É importante deixar claro que o filme não é a refilmagem take por take do original. Algumas coisas foram acrescentadas e no balanço final nada está em excesso ou em falta na versão americana. É um filme bem fechado em si mesmo.

Talvez o segredo da bem sucedida refilmagem esteja no elenco. Não tanto do garotinho (interpretado por Kodi Smit-McPhee) pois considero o do original melhor mas sim da jovem atriz Chloe Moretz. Sua interpretação é literalmente "sinistra" alternando momentos de ternura com fúria selvagem. Os efeitos especiais também estão no tom certo. Eu tinha receio de que na versão americana eles fizessem uma orgia de efeitos gratuitos, mas não, isso não acontece. Eles certamente estão em maior número do que no filme original mas são discretos e bem colocados. Acredito que quem assistiu ao original vai gostar também desse remake, pois não adianta mais chorar sobre o leite derramado. Curiosamente o filme acabou sendo uma decepção nas bilheterias. O público norte-americano mesmo estando em um momento particularmente muito interessado em vampiros (vide o sucesso da saga Crepúsculo) acabou rejeitando a produção. O que aconteceu afinal? Provavelmente a estória de "Deixe-me Entrar" seja europeia demais para os gringos ou então sofisticada além do limite para o americano médio que consome pipoca nas salas de shopping center. De qualquer maneira isso é o de menos, "Deixe-me Entrar" e o original "Deixa Ela Entrar" são mais do que recomendados aos fãs de terror. Se um é pouco, dois já está bom demais.

Deixe-me Entrar (Let Me In, Estados Unidos, 2010) Direção: Matt Reeves / Roteiro: Matt Reeves, John Ajvide Lindqvist / Elenco: Chloë Grace Moretz, Kodi Smit-McPhee, Richard Jenkins / Sinopse: Owen (Kodi Smit-McPhee) é um garoto solitário que sofre bullying na escola onde estuda. Tudo começa a mudar quando ele se torna amigo de Abby (Chloë Grace Moretz) uma menina da sua idade que se torna sua vizinha.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Sombras da Noite

Tim Burton é um cineasta de extremos. Alguns o veneram, outros o odeiam, parece até mesmo não haver meio termo quando se trata de seus filmes. Pessoalmente jamais pensei assim. Sempre vi Tim Burton como um diretor de altos e baixos. Ele já dirigiu pequenas obras primas como "Ed Wood" e "Edward Mãos de Tesoura" mas também tem sua cota de desastres e filmes medíocres como "Alice", por exemplo. Esse "Sombras da Noite" fica no meio termo. Não é uma obra prima e nem um abacaxi. Na realidade é um bom filme, um Tim Burton dos bons. A produção tem todo um charme, um clima gótico que gostei bastante. O roteiro é baseado numa antiga estória que já tinha sido apresentada na TV em forma de seriado na década de 70 (o filme mantém a ambientação pois tudo acontece no ano de 1972). A trama é bem fantasiosa mas relativamente simples: Barnabas Collins (Johnny Depp) é filho de uma rica família inglesa que é amaldiçoado por uma bruxa. Encarcerado por dois séculos dentro de um caixão consegue escapar retornando para sua antiga mansão, agora habitada por parentes distantes de sua linhagem familiar. Ele é um vampiro vitoriano que tenta entender as mudanças da sociedade - carros, televisões, aparelhos eletrônicos!. Em busca de seu antigo amor, Josette (Bella Heathcote), que foi morta pela mesma bruxa que o aprisionou, Barnabes agora parte para sua vingança pessoal. 

É curioso não ser um produto original escrito por Tim Burton pois a estória se encaixa perfeitamente na linha de seu trabalho. O gótico aqui convive com o cotidiano mais banal dos habitantes da cidadezinha - tal como acontecia em "Edward Mãos de Tesoura". O vampiro Barnabes é uma figura trágica e cômica ao mesmo tempo. O clima reinante é de absurdo fantasioso, um ambiente que os fãs de Tim Burton conhecem muito bem. O elenco de apoio é formado por bons atores como Michelle Pfeifer (ainda bonita apesar da idade), Helena Bonham Carter (que parece ter tirado seu figurino e cabelos de "Marte Ataca") e Chloë Grace Moretz (a vampirinha de "Deixe-me Entrar" e "Kick Ass", aqui interpretando uma adolescente irritante). Como se não bastasse ainda há divertidas participações especiais de Christopher Lee e Alice Cooper. O saldo final é divertido e vai agradar a quem deseja assistir um bom filme dark cômico sem maiores pretensões.  

Sombras da Noite (Drak Shadows, Estados Unidos, 2012) Direção: Tim Burton / Roteiro: Seth Grahame-Smith, John August / Elenco: Johnny Depp, Michele Pfeifer, Helena Bonham Carter, Eva Green, Chloë Grace Moretz, Christopher Lee, Alice Cooper / Sinopse: Barnabas Collins (Johnny Depp) é filho de uma rica família inglesa que é amaldiçoado por uma bruxa. Encarcerado por dois séculos dentro de um caixão consegue escapar retornando para sua antiga mansão, agora habitada pos parentes distantes de sua linhagem familiar. Ele é um vampiro vitoriano que tenta entender as mudanças da sociedade - carros, televisões, aparelhos eletrônicos!. Em busca de seu antigo amor, Josette (Bella Heathcote), que foi morta pela mesma bruxa que o aprisionou, Barnabes agora parte para sua vingança pessoal. 

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Diário de um Banana

Eu me recordei de imediato dos filmes de John Hughes embora os personagens dele fossem mais velhos (os gatões e gatinhas de Hughes estavam no High School enquanto Banana e seu amigo ainda são garotos recém saídos das fraldas no chamado Junior High). O filme é levinho, divertido e bem bolado. Não é nenhuma obra prima como aqueles ótimos filmes de Hughes dos anos 80 mas tem seus bons momentos. Não conheço os quadrinhos que deram origem ao filme mas achei muito legal o uso deles durante todo o desenrolar da estória. A única falta que senti foi dos chamados amores adolescentes mas isso provavelmente se explique pela pouca idade dos personagens mesmo.

A garotada do elenco é muito boa. O garoto Zachary Gordon que faz o papel principal de Greg (o banana do título) é muito talentoso e competente. Seu amigo gordinho (Robert Capron) também atua bem mas quem eu destaco mesmo é a jovem Chloe Grace Mortez que seguramente é a melhor atriz juvenil em atividade hoje em Hollywood. A primeira vez que ela me chamou atenção foi ao lado de Nicolas Cage em "Kick Ass". Depois continuou brilhante como a vampirinha do remake "Deixe Me Entrar" e finalmente deu show no novo filme de Martin Scorsese "A Invenção de Hugo Cabret". A garota tem toda pinta que vai se tornar uma grande estrela no futuro - espero que consiga passar pela complicada transição para a carreira adulta. Enfim, "Diário de um Banana" parece um filme teen dos anos 80. Apreciei tanto que vou em breve assistir sua continuação. Recomendo.

Diário de um Banana (Diary of a Wimpy Kid, Estados Unidos, 2010) / Diretor: Thor Freudenthal / Roteiro: Jackie Filgo, Jeff Filgo, Gabe Sachs, Jeff Judah / Elenco: Zachary Gordon, Robert Capron, Rachael Harris, Steve Zahn, Devon Bostick, Chloe Moretz / Sinopse: Greg Heffley (Zachary Gordon) é um estudante da sexta série, que tem de enfrentar o maior desafio de sua vida: sobreviver ao ensino fundamental. Ele encontra maneiras peculiares de lidar com os valentões do colégio e conquistar sua popularidade.

Pablo Aluísio.