terça-feira, 13 de agosto de 2024
41ª DP: Inferno no Bronx
segunda-feira, 24 de junho de 2024
O Emissário de MacKintosh
segunda-feira, 4 de dezembro de 2023
Com Lágrimas na Voz
segunda-feira, 16 de outubro de 2023
Famintas de Amor
segunda-feira, 4 de setembro de 2023
Deus é Meu Juiz
quinta-feira, 9 de fevereiro de 2023
Paul Newman - Hollywood Boulevard - Parte 1
segunda-feira, 2 de janeiro de 2023
Cortina Rasgada
segunda-feira, 29 de agosto de 2022
O Doce Pássaro da Juventude
Na realidade o texto tem um tema central: A extrema dificuldade que certas pessoas possuem em lidar com o fim da juventude e de encarar os fracassos pessoais. Alexandra Del Lago (Page) retrata muito bem isso. Uma antiga diva do cinema que vê seu mundo desmoronar após perder o encanto e a jovialidade. Já Chance (Newman) é muito mais interessante. Correndo atrás de um sonho que jamais se realizará ele vê seus anos (e sua juventude) passarem em branco, sem conseguir tornar realidade os objetivos que ele próprio determinou a si mesmo. O texto é um dos melhores de Williams, embora não seja tão pesado como o que vimos em outras obras dele como "Gata em Teto de Zinco Quente". Além disso "O Doce Pássaro da Juventude" tem mais clima de cinema, deixando o aspecto teatral da obra original em segundo plano. Enfim, gostei muito e recomendo bastante. Obra prima.
O Doce Pássaro da Juventude (Sweet Bird of Youth, Estados Unidos, 1963) Direção: Richard Brooks / Com: Paul Newman, Geraldine Page, Shirley Knight e Ed Begley./ Sinopse: Chance Wayne (Paul Newman) volta à sua cidade-natal, após muitos anos tentando fazer filmes. Com ele está uma decadente estrela de cinema, Alexandra Del Lago (Geraldine Page). Enquanto tenta obter ajuda para fazer um teste de cinema, Chance acha tempo para rever sua ex-namorada, Heavenly (Shirley Knight), a filha do político Tom Finley (Ed Begley), que mais ou menos o forçou a deixar a cidade há muitos anos atrás. Filme vencedor do Oscar na categoria de Melhor Ator Coadjuvante (Ed Begley). Também vencedor do Globo de Ouro na categoria de Melhor Atriz - Drama (Geraldine Page).
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 25 de agosto de 2022
O Mercador de Almas
Em termos de roteiro e argumento o filme se parece bastante com outro clássico da filmografia de Newman, "Gata em Teto de Zinco Quente". Esse, assim como aquele, também é ambientado numa típica fazenda do Sul dos EUA. O enredo também gira em torno dos filhos de um rico fazendeiro, seus problemas familiares e as complicações cotidianas dessas famílias. Para completar o "Mercador de Almas" também é inspirado na obra de um grande autor, a novela "The Hamlet" de William Faulkner. A única diferença mais nítida é que "Gata em Teto de Zinco Quente" é bem mais teatral do que esse, mas fora isso são extremamente parecidos. De qualquer forma uma coisa é certa: Ambos os filmes são fundados em excelentes diálogos e interpretações inspiradas. Por essa época Paul Newman havia se tornado um dos grandes atores do cinema, mostrando de forma excepcional que passava muito longe do rótulo vazio de galã, muito pelo contrário, Newman estava sempre se arriscando em personagens com muita profundidade psicológica, complexos, muitas vezes anti-heróis, crápulas, sem o menor remorso moral. Nesse "Mercador de Almas" ele novamente encontra um papel à sua altura. Uma obra cinematográfica do mais alto nível que merece ser redescoberta.
O Mercador de Almas (The Long Hot Summer, Estados Unidos, 1958) Direção: Martin Ritt / Elenco: Paul Newman, Joanne Woodward, Anthony Franciosa, Orson Welles, Lee Remick / Sinopse: Ben Quick (Paul Newman) deixa uma cidade após suspeitarem, sem provas, que é um incendiário. Ele põe o pé na estrada e consegue carona com Eula Varner (Lee Remick) e Clara Varner (Joanne Woodward). Eula é casada com Jody Varner (Anthony Franciosa), cujo pai, Will Varner (Orson Welles), é "dono" de Frenchman's Bend, uma pequena cidade do Mississipi. Já Clara, a filha solteira de Will, trabalha como professora. Ben se estabelece lá e logo consegue uma ascensão meteórica, indo morar na casa do seu patrão, Will. Ele se torna um sério candidato para casar-se com Clara, pois Will não tolera a idéia que ela não lhe deixe herdeiros.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 28 de janeiro de 2022
Butch Cassidy
O elenco não poderia ser melhor. Para interpretar os dois bandoleiros, o estúdio teve a sorte de conseguir dois grandes nomes de Hollywood, Paul Newman e Robert Redford. Amigos pessoais, eles se interessaram pelo roteiro justamente por esse fugir dos padrões da época. Apesar de ser um western, contando uma história clássica daqueles tempos, o texto inovava com certas liberdades, investindo também no lado psicológico dos dois personagens principais. O resultado se revelou maravilhoso. O filme é considerado até hoje um dos melhores filmes de faroeste já feitos. Com excelente trilha sonora e produção, além da direção segura e firme do veterano e especialista George Roy Hill, esse é um daqueles filmes que simplesmente não podem faltar na coleção de um admirador de filmes de western. Um dos dez mais desse gênero tão rico em termos de grandes filmes.
Butch Cassidy (Butch Cassidy and the Sundance Kid, Estados Unidos, 1969) Direção: George Roy Hill / Roteiro: William Goldman / Elenco: Paul Newman, Robert Redford, Katharine Ross, Strother Martin, Henry Jones / Sinopse: No ano de 1900, no estado americano do Wyoming, dois criminosos formam uma quadrilha de assaltantes de bancos e ferrovias. Logo se tornam procurados vivos ou mortos por todo o país. A caça se torna tão intensa que eles decidem fugir para o exterior, para sumir das pistas de seus perseguidores. Filme vencedor do Oscar nas categorias de melhor direção de fotografia, melhor roteiro adaptado, melhor música e melhor trilha sonora original.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 8 de dezembro de 2021
Na Roda da Fortuna
Paul Newman interpretou um personagem chamado Sidney J. Mussburger, um magnata sem qualquer traço de verdadeira humanidade, algo que era a perfeita antítese do próprio Paul Newman, sempre tão preocupado com questões sociais e caridade, principalmente após a morte de seu filho, ainda jovem, levado pelo vício em drogas. Depois disso Newman mudou os rumos de sua vida e criou uma bem sucedida empresa chamada Newman's Own, cujos lucros eram enviados para a caridade. Assim não é complicado compreender a ironia que os Coen trouxeram ao filme como um todo na escalação de Newman. O filme aliás foi indicado à Palma de Ouro em Cannes - o que definitivamente já é motivo suficiente para você assista (ou reveja) sempre que possível. Um filme muito interessante e fora dos padrões com sua crítica ácida ao mundo dos negócios.
Na Roda da Fortuna (The Hudsucker Proxy, Estados Unidos, 1994) Direção: Joel Coen, Ethan Coen / Roteiro: Ethan Coen, Joel Coen / Elenco: Tim Robbins, Paul Newman, Jennifer Jason Leigh, Charles Durning, Bruce Campbell / Sinopse: Uma inteligente comédia sobre o mundo das finanças e seus homens desalmados, onde um sujeito comum se torna mera peça de um jogo atroz.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 29 de novembro de 2021
Paul Newman - Rocky Graziano
No meio do caminho, na estrada deserta de Salinas, espatifou seu carro Porsche em um cruzamento. Ali mesmo James Dean, o ator que simbolizava toda a rebeldia jovem do mundo, morreu. A Metro-Goldwyn-Mayer que já havia investido bastante na realização do filme ficou em um dilema. Por alguns meses os executivos ficaram sem saber o que fazer - tentaram convidar Marlon Brando mas esse recusou ao dizer que já havia assinado contrato para a realização de uma outra produção da Fox. A outra boa opção seria Montgomery Clift, mas o sensível ator achou que não seria adequado para o papel.
Foi então que o diretor Robert Wise sugeriu o nome de Paul Newman. Muitos produtores tinham receio de escalar Newman por causa de seu primeiro filme, o tão criticado "O Cálice Sagrado". Além disso naquela altura ele não tinha um nome forte o suficiente para garantir uma boa bilheteria. Havia porém pontos a favor de Newman, o mais forte deles é que ele também fazia parte da brilhante geração de atores de Brando e Dean e tal como eles era cria do famoso Actor´s Studio. Certamente poderia ser uma ótima solução.
Some-se a isso o fato de que Paul estava esperando há tempos por uma boa oportunidade e aquele script parecia ser uma ótima opção para ele recomeçar tudo de novo, como se fosse do zero. De uma forma ou outra, em uma tarde de setembro de 1955 Newman finalmente foi até a MGM assinar o contrato. Tudo estava certo e ele faria Rocky Graziano em "Somebody Up There Likes Me" que no Brasil receberia o título de "Marcado pela Sarjeta". Seria o começo de uma nova fase de sua carreira no cinema.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 17 de dezembro de 2020
Hombre
Título Original: Hombre
Ano de Produção: 1967
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Martin Ritt
Roteiro: Irving Ravetch, Harriet Frank Jr
Elenco: Paul Newman, Fredric March, Richard Boone, Cameron Mitchell e Fredric March.
Sinopse:
John Russell (Paul Newman), um mestiço, acaba sofrende preconceito dos viajantes de uma diligência que será alvo de um ataque de bandidos foras-da-lei. No meio do fogo cerrado ele provará seu valor.
Comentários:
Baseado na obra literária homônima de Elmore Leonard, "Hombre" (Hombre - 1967) dirigido pelo professor do famoso Actor's Studio e diretor, Martin Ritt, discorre sobre a vida de John Russel (Paul Newman), um mestiço, criado numa tribo de apaches mescaleros. Em 1880, Russel leva uma vida muito pacata e difícil numa pequena cidade do Arizona, quando, num certo dia, fica sabendo que herdou uma pequena propriedade de seu pai que está sendo administrada por Jessie (Diane Cilento). Sem interesse em tocar o novo negócio, Russel avisa à Jessie que pretende vender o que herdou e ir embora daquele mundo de brancos preconceituosos que não gostam dele. No dia seguinte, seis pessoas aguardam a chegada da diligência, entre eles, o apache John Russel. Incomodados com a presença de um índio na diligência, o casal Dr. Alex Favor e sua esposa Audra Favor exigem que na primeira parada, Russel viaje na parte de cima da diligência junto ao cocheiro Henry Mendez (Martin Balsam). Porém, o que eles não sabem, é que durante a viagem, a carruagem será atacada por bandidos armados e perigosos, e diante deste quadro a turma de madames e senhores endinheirados pode precisar da coragem, da rapidez e da fúria de um apache mescalero. "Hombre" é um faroeste de primeira grandeza, com ótima direção do americano Martin Ritt - que doze anos mais tarde se consagraria com o clássico "Norma Rae" (1979). Não podemos esquecer do ótimo elenco com astros do quilate de: Richard Boone, Cameron Mitchell e Fredric March, encabeçado pela categoria e charme do stanislavskiano apache de olhos azuis, Paul Newman.
Telmo Vilela Jr.
segunda-feira, 16 de novembro de 2020
O Indomado
Clássico do cinema estrelado pelo ator Paul Newman, aqui em grande forma, em uma de suas melhores atuações na década de 1960. Sob direção de Martin Ritt, que tinha o talento de deixar o ator bem à vontade durante as filmagens, além de ser seu amigo pessoal, o resultado do ponto de vista cinematográfico não poderia ser melhor. O protagonista, o personagem principal do filme, se chama Hud Bannon. Interpretado de forma brilhante por Paul Newman, ele é o filho rebelde de um respeitável fazendeiro, que vive permanentemente em conflito com seu idoso pai. O conservadorismo do velho se choca o tempo todo com o modo de agir do filho, que parece querer mesmo abalar todas as estruturas do patriarca ao velho estilo. Quando o filme chegou aos cinemas houve muitas comparações entre esse personagem de Paul Newman e os rebeldes do passado que tinham sido interpretados por Marlon Brando e James Dean.
Porém as semelhanças são apenas aparentes. James Dean interpretava jovens perdidos, com problemas psicológicos. Marlon Brando interpretava rebeldes mais perigosos, como em "O Selvagem", mas que ainda mantinham uma certa bondade embaixo de suas roupas de couro. Já o rebelde de Paul Newman nesse filme é acima de tudo um sujeito bem egoísta, rude e que não serve para nada além de infernizar a vida do pai. Ao lado de uma elenco de apoio ótimo, Paul Newman criou um dos personagens mais sem ética pessoal de sua carreira.
O roteiro desse filme também surpreende por trazer para as telas um oeste bem diferente dos filmes clássicos de western. Aqui não há mais aquele clima bravio, de grandes homens do passado. O personagem de Paul Newman vive em uma fazenda, mas não está nem aí para cavalos e tradição. Ao invés disso ele aterroriza a vizinhança em um Cadillac novinho em folha. E como mais importante, explora o choque de gerações que acontecia naquele período histórico, onde os mais jovens não estavam mais preocupados com os valores dos mais velhos. O que era importante no passado, passou a ser visto como algo careta, praticamente uma piada, pelos mais jovens. A mudança de gerações realmente nunca foi algo fácil e na década de 1960 as diferenças eram ainda mais reforçadas.
O Indomado (Hud, Estados Unidos, 1963) Estúdio: Paramount Pictures / Direção: Martin Ritt / Roteiro: Irvine Ravetch, Harriet Frank / Elenco: Paul Newman, Melvyn Douglas, Patricia Neal, Brandon de Wilde / Sinopse: Em uma fazenda no interior dos Estados Unidos, pai e filho vivem em pé de guerra. O jovem é rebelde e não está nem aí para os valores de seu velho pai. Filme indicado ao Oscar nas categorias de melhor ator (Paul Newman), e melhor direção (Martin Ritt). Filme vencedor do Oscar nas categorias de melhor atriz (Patricia Neal), melhor ator coadjuvante (Melvyn Douglas) e melhor direção de fotografia em preto-e-branco (James Wong Howe). Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria de melhor filme - Drama.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 24 de setembro de 2020
Golpe de Mestre
Título Original: The Sting
Ano de Produção: 1973
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: George Roy Hill
Roteiro: David S. Ward
Elenco: Paul Newman, Robert Redford, Robert Shaw, Charles Durning, Ray Walston, Eileen Brennan
Sinopse:
Henry Gondorff (Paul Newman) e Johnny Hooker (Robert Redford) são dois vigaristas que resolvem unir suas forças e "talentos" para dar um golpe definitivo em um gângster que lhes prejudicou no passado. Filme vencedor do Oscar nas categorias de melhor filme, direção, roteiro adaptado, direção de arte, figurino, edição e música. Indicado ao Oscar nas categorias de melhor ator (Robert Redford),
direção de fotografia (Robert Surtees) e som.
Comentários:
Dos grandes campeões do Oscar, esse "Golpe de Mestre" sempre foi um dos meus preferidos. Aqui Paul Newman e Robert Redford decidiram fazer mais um filme juntos. Eles tinham obtido grande sucesso de público e crítica com "Butch Cassidy" em 1969 e resolveram que era hora de voltar. Para isso contrataram novamente o mesmo diretor do filme anterior, o talentoso George Roy Hill. O resultado foi melhor do que poderiam imaginar. "Golpe de Mestre" foi o grande vencedor do Oscar de 1973, levando para casa nada mais, nada menos, do que sete estatuetas! Uma consagração completa. E o filme era realmente uma delícia de assistir, com um roteiro extremamente inteligente e bem escrito, mostrando os planos de um grupo de vigaristas - planos esses que não envolviam violência, mas apenas inteligência e sagacidade. Um aspecto interessante dessa história é que ela foi mesmo inspirada em um fato real que aconteceu no século XIX, no interior dos Estados Unidos. Usando de aparências, cenários e muita lábia, esses trambiqueiros conseguiram mesmo enganar muita gente. Outro ponto digno de nota vem da trilha sonora incidental assinada por Marvin Hamlisch. Essas melodias vão grudar em sua mente por anos e anos. Enfim, grande obra-prima da história do cinema. Um dos melhores já feitos com esse temática.
Pablo Aluísio.
domingo, 20 de setembro de 2020
Harper, O Caçador de Aventuras
“Harper, o Caçador de Aventuras” é um filme da década de 60 com o sabor das antigas produções dos anos 40. O enredo é recheado de mulheres fatais, personagens dúbios, complexos e tramas praticamente indecifráveis. Como sempre acontecia naqueles antigos filmes o começo é relativamente simples mas conforme vai avançando a estória e as questões vão se revelando tudo começa a se tornar mais complicado. Seguir o fio da meada sem se perder é um desafio para os espectadores. Aqui Paul Newman interpreta um detetive particular cínico que é contratado pela esposa de um milionário desaparecido para encontrá-lo. Como sempre acontecia nos antigos roteiros da década de 40 aqui também temos muitas reviravoltas, muitas surpresas. Nenhum personagem é totalmente bom ou mal. Todos têm algo a esconder e a solução final desvenda todos os mistérios, não sem antes deixar muitas pistas falsas pelo caminho. O personagem Harper veio da literatura. Baseado no livro de “The Moving Target” do autor Ross Macdonald seu nome foi alterado para o filme por razões comerciais. De certa forma foi a solução encontrada pelo estúdio Warner para escalar seu astro Paul Newman em um filme que apesar de ser inspirado nos antigas produções noir bebia também da fonte da imensa popularidade da franquia James Bond.
Paul Newman está muito à vontade no papel de Harper. Mascando um chiclete atrás do outro ele se mostra bem cool e parece se divertir no papel. O bom resultado comercial do filme garantiria a ele um retorno ao mesmo personagem em “A Piscina Mortal” alguns anos depois. O elenco de apoio é todo bom. Lauren Bacall que interpreta a esposa do milionário desaparecido está especialmente cínica e mordaz. Viúva do mito Humphrey Bogart ela já tinha muita experiência nesse tipo de papel fatal. A personificação que me causou mais surpresa porém foi a da atriz Shelley Winters. Antigo sex symbol da década de 40 e 50 ela aqui se despe de sua vaidade para surgir como uma atriz decadente e deprimida, cujos tempos de fama há muito foram deixados para trás. Frustrada e sem esperança ela apenas existe, tentando viver um dia de cada vez. Winters está maravilhosa em sua atuação, muito marcante, digna de aplausos. Enfim, “Harper, o Caçador de Aventuras” é bem interessante e bem desenvolvido. É um tipo de filme onde a ação é mais intelectual (fica-se o tempo todo tentando descobrir o paradeiro do desaparecido) mas que vale a pena assistir, principalmente para quem gosta de desvendar charadas nesse tipo de roteiro.
Harper, O Caçador de Aventuras (Harper, Estados Unidos, 1966) Direção: Jack Smight / Roteiro: William Goldman baseado no livro de Ross Macdonald / Elenco: Paul Newman, Lauren Bacall, Julie Harris, Janet Leigh, Robert Wagner, Shelley Winters / Sinopse: Harper (Paul Newman) é um detetive contratado por uma mulher (Lauren Bacall) para encontrar seu marido desaparecido. O que parece ser algo simples acaba se revelando uma trama complexa e de difícil solução.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 29 de maio de 2020
Oeste Selvagem
Título Original: Buffalo Bill and the Indians
Ano de Produção: 1976
País: Estados Unidos
Estúdio: Dino De Laurentiis Company
Direção: Robert Altman
Roteiro: Arthur Kopit, Alan Rudolph
Elenco: Paul Newman, Burt Lancaster, Harvey Keitel, Joel Grey, Kevin McCarthy, Frank Kaquitts
Sinopse:
William Cody (Paul Newman), um empresário de circo, que usa o nome artístico de Buffalo Bill, decide contratar uma nova atração para suas apresentações, nada mais do que o verdadeiro Touro Sentado, chefe tribal que lutou contra a sétima cavalaria no passado. Filme premiado no Berlin International Film Festival.
Comentários:
O verdadeiro Buffalo Bill era um contador de lorotas. Um artista que criava histórias fantasiosas de sua vida para vender seu show itinerante. Esse era composto por atores e atrizes, artistas de circo e outros tipos que interpretavam personagens do velho oeste como cowboys, soldados da cavalaria e índios selvagens. Com o passar do tempo ele resolveu investir mais alto em seu elenco, chegando ao ponto de contratar o verdadeiro Touro Sentado para aparecer nas apresentações. O velho chefe tribal, coitado, estava arruinado. Ele havia sido derrotado pelo exército americano e sucumbia à fome e a miséria junto ao seu povo em reservas controladas pelo governo. Ao entrar para o circo de Buffalo Bill ele estava mais preocupado em sobreviver, em não morrer de fome, do que qualquer outra coisa. Além disso queria ajudar o seu povo que sofria cada vez mais. Então o que acabou acontecendo foi o encontro entre o falso homem do velho oeste, personificado por Buffalo Bill e o verdadeiro protagonista da mitologia do western, na presença de Touro Sentado. Esse filme do diretor Robert Altman recriou essa interessante história. E Paul Newman está ótimo como o bufão Buffalo Bill, um canstrão, falastrão, bufão, um homem que mentia tanto que acabava acreditando nas próprias mentiras inventadas por ele mesmo. Um personagem realmente saboroso para um grande ator esbanjar talento em cena.
Pablo Aluísio.
sábado, 25 de abril de 2020
Cenas de uma Família
Título Original: Mr. & Mrs. Bridge
Ano de Produção: 1990
País: Estados Unidos
Estúdio: Miramax
Direção: James Ivory
Roteiro: Ruth Prawer Jhabvala
Elenco: Paul Newman, Joanne Woodward, Saundra McClain, Margaret Welsh, Kyra Sedgwick, Simon Callow
Sinopse:
Baseado no romance escrito por Evan S. Connell, o filme conta a história do casal Bridge. Durante a Segunda Guerra Mundial, uma família de classe alta começa a desmoronar devido à natureza conservadora do patriarca e aos valores progressivos de seus filhos.
Comentários:
A atriz Joanne Woodward foi indicada ao Oscar e ao Globo de Ouro por esse trabalho de atuação. Muito merecido. Ela foi inclusive a pessoa que mais lutou para que esse filme fosse produzido. Esposa por longos anos do galã e mito do cinema Paul Newman, ela tinha grande carinho por esse filme que é um drama sensível de época que valoriza bastante o aspecto familiar do casal Bridge. O grande patriarca Walter Bridge (Newman) é um homem que resiste às mudanças dos novos tempos. Ele foi criado dentro de uma certa tradição e não abre mão disso. Os filhos, claro, pertencem a outra geração e não querem seguir nessa linha. E no meio desse verdadeiro cabo de guerra entre o pai e seus filhos surge a esposa India Bridge (Joanne Woodward) como fonte de equilíbrio e sensatez. O roteiro coloca em primeiro plano assim os conflitos familiars e suas consequências. As duas filhas estão sempre com problemas a superar em relação aos anseios do pai. Pior é o relacionamento com o filho que tem planos para sua vida, mas que o pai sempre coloca abaixo por não concordar com eles. Por fim há uma bela produção em cena. De fato o casal Newman poucas vezes esteve tão elegante em um filme. Os figurinos são de primeira linha e o filme como um todo agrada bastante, principalmente para um público mais refinado que esteja procurando um filme com mais classe e elegância.
Pablo Aluísio.
Blaze, o Escândalo
Título Original: Blaze
Ano de Produção: 1989
País: Estados Unidos
Estúdio: Touchstone Pictures
Direção: Ron Shelton
Roteiro: Huey Perry
Elenco: Paul Newman, Lolita Davidovich, Jerry Hardin, Gailard Sartain, Jeffrey DeMunn, Richard Jenkins
Sinopse:
Earl Long (Paul Newman) é um político tradicional e populer que consegue se eleger para o cargo de governador da Louisiana, estado do sul dos Estados Unidos, com forte tradição evangélica e conservadora. Só que sua carreira é abalada após a imprensa descobrir um escândalo envolvendo sua vida pessoal. História baseada em fatos reais. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Direção de Fotografia (Haskell Wexler).
Comentários:
É a velha história de político que aparece publicamente como um exemplo, mas que esconde diversos segredos que chocariam seus eleitores. No caso aqui o veterano (e excelente ator) Paul Newman interpretou uma figura que se tornou infame no cenário político americano após a descoberta de que ele tinha um caso amoroso escandaloso com uma prostituta e dançarina de clubes de strip-tease chamada Blaze Starr (Lolita Davidovich). Um espertalhão de boa lábia e mentiroso contumaz, como é comum em políticos populistas. O curioso é que o diretor resolveu selecionar uma atriz completamente novata no cinema para esse papel e logo para contracenar em seu primeiro filme com uma lenda do porte de Newman. Apesar de tudo a dupla deu certo na tela. Lolita foi até muito elogiada por sua atuação na época de lançamento do filme. Outro aspecto curioso desse filme é que o principal biógrafo da vida de Paul Newman, o escritor Shawn Levy, afirmou que Paul Newman aceitou fazer o filme porque a história dele se parecia muito com sua vida pessoa. O ator posava publicamente de bom marido, casado por várias décadas com uma mesma mulher, mas mantinha diversas amantes escondidas, numa verdadeira vida dupla. A vida imita a arte ou a arte imita a vida? Eis a questão.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 26 de dezembro de 2019
Um De Nós Morrerá
O Billy The Kid da história real ficava bem longe disso. Era realmente um assassino profissional ao qual são creditadas inúmeras mortes (algumas estimativas afirmam que matou mais de 20 pessoas). O que criou sua notoriedade foi a participação que teve na chamada guerra do Condado de Lincoln. Após ver seu patrão inglês ser morto por motivos comerciais, Billy e outros capangas formaram um bando chamado "Os Justiceiros", cujo principal objetivo era matar os assassinos de seu chefe. Nesse conflito, no qual morreram várias pessoas, Billy foi responsabilizado pela morte do Xerife de Lincoln. Condenado à forca conseguiu escapar, matando mais dois homens da lei na prisão onde se encontrava. Perseguido pelo Xerife Pat Garrett finalmente foi encontrado numa cidadezinha do Novo México, onde foi finalmente morto por Pat, que diziam ter laços de amizade com Billy.
O filme "Um De Nós Morrerá" conta essa história. Na época de seu lançamento os produtores anunciaram que seria o mais fiel retrato dos acontecimentos. A intenção era deixar o Billy The Kid da fantasia de lado para mostrar o verdadeiro homem por trás do mito. Em pouco mais de 90 minutos o roteiro se propõe a justamente isso. O problema é que o roteiro (baseado na obra do grande Gore Vidal) cortou passagens vitais para se entender Billy e a Guerra do Condado de Lincoln (que inclusive não é citada no filme). Assim em termos histórico o filme surge extremamente resumido, simplificado. A produção também contou com um orçamento muito restrito, que tirou da obra aquela grandiosidade que estamos acostumados a ver nos grandes filmes de western da década de 50.
O grande mérito de "Um de Nós Morrerá" surge porém na muito inspirada atuação do ator Paul Newman. Ele realmente surpreende ao mostrar um Billy The Kid nada glamouroso. Pelo contrário, o que vemos é um cowboy rústico, meio abobalhado e sem muita noção das coisas que faz (algo que bate certamente com o Billy real). Esse aliás deveria ter sido o primeiro faroeste de James Dean, que obviamente se encaixaria muito bem no papel do conturbado Billy. Quando morreu o estúdio pensou em arquivar o projeto mas com o surgimento de Paul Newman o filme renasceu das cinzas. "Um De Nós Morrerá" não é definitivo, nem muito menos completo, apresenta lacunas enormes da história do famoso criminoso, mas pelo menos adotou uma postura realista - algo que seria seguido em filmes posteriores. Não chega a ser um grande filme mas é um marco nesse sentido, certamente.
Um De Nós Morrerá (The Left Handed Gun, Estados Unidos, 1958) Direção: Arthur Penn / Roteiro: Leslie Stevens baseado na obra de Gore Vidal / Elenco: Paul Newman, Lita Milan, Hurd Hatfield, John Dehner, James Best, James Congdon, Denver Pyle. / Sinopse: Cinebiografia do famoso pistoleiro do velho oeste, Billy The Kid (Paul Newman). Após ver seu patrão morto por um grupo de assassinos contratados por um comerciante rival, Billy e seus colegas resolvem fazer justiça pelas próprias mãos.
Pablo Aluísio.