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quarta-feira, 10 de abril de 2024

Robin e Marian

Título no Brasil: Robin e Marian
Título Original: Robin and Marian
Ano de Produção: 1976
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Richard Lester
Roteiro: James Goldman
Elenco: Sean Connery, Audrey Hepburn, Robert Shaw, Richard Harris, Nicol Williamson, Denholm Elliott

Sinopse:
Na velhice, o famoso Robin Hood (Sean Connery) tenta levar uma vida comum ao lado de sua mulher, Marian (Audrey Hepburn), só que o seu passado de aventuras e luta contra a tirania sempre voltam para cobrar seu preço.

Comentários:
Foi uma das primeiras tentativas de buscar uma certa realidade na lenda de Robin Hood. Como se sabe o personagem ficou marcado na memória do cinema como o aventureiro de roupa verde no famoso filme de Errol Flynn. Aqui você não encontrará nada parecido. O Robin é um homem já velho, tentando apenas viver um dia de cada vez, tentando ser feliz ao lado do amor de sua vida. a doce e bondosa Marian. Curiosamente por ter essa temática tão inovadora, o filme acabou sendo criticado na época de seu lançamento original. Uma falta de visão maior dos críticos. Já que nos anos seguintes o filme faria escola e sempre que Robin Hood era levado novamente ao cinema havia uma dose de realismo envolvido. Nada de apostar apenas em aventuras sem desenvolver todos os personagens dessa lenda medieval. Assim temos que reconhecer a importância dessa produção, por causa de seu roteiro que ousou fazer diferente. Outro ponto forte, bem óbvio, é o excelente elenco, contando não apenas com Sean Connery no papel de Robin Hood, mas também com a grande dama do cinema americano em sua era de ouro, Audrey Hepburn. E o que dizer de Richard Harris no papel do Rei Ricardo Coração de Leão? Simplesmente maravilhoso!

Pablo Aluísio. 

sábado, 5 de agosto de 2023

O Homem com a Lente Mortal

O Homem com a Lente Mortal
O ator Sean Connery tentou por anos se livrar do estigma de ter sido o primeiro James Bond. Ele não renegava o personagem, mas tampouco queria ficar conhecido apenas pelos filmes de 007. Durante a década de 1970 ele fez filmes dos mais variados gêneros justamente para escapar disso. Então nos anos 80 ele já conseguiu uma certa autonomia, sendo reconhecido pelo seu talento como ator. Esse filme foi mais um passo nessa direção, a de deixar Bond, James Bond, no passado de uma vez por todas. 

Mais relaxado, Connery embarcou nesse filme que tinha uma mescla de gêneros cinematográficos. Reunia um pouco de suspense, tensão, espionagem internacional e até mesmo, para surpresa de muitos, um humor mais acentuado. De certa forma foi o mais próximo que Connery chegou de fazer uma comédia ao velho estilo. Só não espere por um filmão. Na realidade os melhores filmes de Sean Connery seriam realizados nessa década de 80, mas durante a produção desse filme em particular tudo o que ele conseguiu foi acertar na trave. Os gols no cinema só viriam algum tempo depois. Na verdade essa seria de fato a década de ouro em sua carreira. 

O Homem com a Lente Mortal (Wrong Is Right, Estados Unidos, 1982) Direção: Richard Brooks / Roteiro: Richard Brooks / Elenco: Sean Connery, George Grizzard, Robert Conrad / Sinopse: Um jornalista que trabalha em uma emissora de televisão flagra, sem querer, uma negociação envolvendo a venda ilegal de armas nucleares para terroristas internacionais, o que o coloca em um jogo perigoso.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 3 de agosto de 2023

O Primeiro Assalto de Trem

O Primeiro Assalto de Trem
Filme muito bom que reconstitui um assalto real que ocorreu em 1855 quando uma quadrilha de ladrões se reuniu para roubar um carregamento de ouro e dinheiro que seriam usados para pagar o salário dos militares ingleses que estavam em uma campanha no sul da Grã-Bretanha. Esse roubo seria considerado o primeiro de grande porte ocorrido na Inglaterra e de certa maneira copiava o modus operandi que era usado por bandoleiros no oeste dos Estados Unidos. Acabou dando certo, causando um verdadeiro choque dentro da conservadora sociedade inglesa da época. 

O destaque vem do elenco que conta com um ainda jovem Sean Connery, aqui em momento da carreira em que ele tentava se desvincular do personagem mais famoso que havia interpretado nas telas, o agente 007, sim ele mesmo, Bond, James Bond. O curioso é que o ator tentava sair dessa armadilha de ser estigmatizado apenas como Bond, mas ao mesmo tempo não ousava ir muito longe, preferindo filmes mais comerciais, com um jeitão de filme de ação aos moldes do famoso agente inglês da literatura. Ele queria sair de Bond, mas sem deixar de ser um ator comercialmente viável para os estúdios. Se distanciar, mas não muito! Esse filme certamente foi uma escolha certa para ele naquele momento de sua carreira no cinema.

O Primeiro Assalto de Trem (The First Great Train Robbery, Estados Unidos, Reino Unido, 1978) Direção: Michael Crichton / Roteiro: Michael Crichton / Elenco: Sean Connery, Donald Sutherland, Lesley-Anne Down / Sinopse: Quadrilha se une para roubar um valioso carregamento de ouro e dinheiro em um trem. História baseada em fatos reais ocorrida no século XIX. 

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 4 de agosto de 2022

O Satânico Dr. No

Esse foi o primeiro filme de James Bond no cinema. Foi uma produção complicada, fruto das dificuldades de se adaptar para o cinema as aventuras escritas por Ian Fleming no mundo da literatura. O interesse dos estúdios surgiu curiosamente após o presidente John Kennedy declarar que os livros de Fleming eram os seus preferidos para se ler em momentos de lazer. Assim os direitos do livro foram comprados, porém havia um problema básico a se superar. Quem iria interpretar o agente James Bond, 007? Após várias especulações o estúdio escolheu um ator que era relativamente desconhecido na época, o escocês Sean Connery. E mesmo com todas as críticas por sua escolha (o sujeito nem era inglês!), o resultado se mostrou melhor do que se poderia esperar. Tanto que hoje em dia Connery ainda é escolhido em diversas listas como o melhor James Bond da história do cinema.

De qualquer forma temos também que admitir que apesar de ser um filme importante, por ter sido o primeiro Bond e tudo mais, esse filme envelheceu muito. Esteticamente ainda soa nostálgico e elegante, principalmente quando Connery está em cena, vestindo um elegante smoking. Porém nas cenas finais de ação, com toda aquela parafernália antiga, o filme se mostra completamente datado nos dias atuais. O diretor Terence Young fez um bom trabalho com o que tinha à disposição naqueles tempos, mas revisto hoje em dia o peso dessa mesma produção se faz sentir e de uma maneira bem ultrapassada.

O Satânico Dr. No (Dr. No, Inglaterra, 1962) Direção: Terence Young / Roteiro: Richard Maibaum, Johanna Harwood, baseados no livro escrito por Ian Fleming / Elenco: Sean Connery, Ursula Andress, Joseph Wiseman, Jack Lord, Bernard Lee / Sinopse: O agente inglês James Bond (Sean Connery) é enviado para desvendar o desaparecimento de um membro do serviço de inteligência de sua majestade, ao mesmo tempo que encontra uma ligação com a suspensão do programa espacial dos Estados Unidos. Por trás de tudo há um vilão sinistro, o misterioso Dr. No.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 2 de maio de 2022

O Golpe de John Anderson

Título no Brasil: O Golpe de John Anderson
Título Original: The Anderson Tapes
Ano de Produção: 1971
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Sidney Lumet
Roteiro: Lawrence Sanders
Elenco: Sean Connery, Christopher Walken, Dyan Cannon, Martin Balsam, Alan King, Garrett Morris

Sinopse:
Após ficar anos numa prisão por roubo de bancos, Duke Anderson (Sean Connery) está de volta às ruas. Não demora muito e ele começa a reunir uma nova quadrilha de ladrões. O alvo passa a ser um prédio de ricaços. O que ele nem desconfia é que os tiras estão na sua cola, filmando e gravando todos os seus passos.

Comentários:
Sean Connery foi um excelente ator. Depois de ser James Bond ele procurou por novos desafios na carreira. Esse filme dos anos 70 nem é tão lembrado, mas é um dos melhores dessa fase. Ele interpreta um velho ladrão que logo volta aos golpes quando coloca os pés fora da prisão. O roteiro do filme procura enfocar a tecnologia usada pelos policiais na época para pegar grandes golpes. Hoje em dia todas aquelas fitas, gravadores de rolo, vão parecer peças de museu, mas servem como elemento de nostalgia. E por falar em nostalgia a trilha sonora é pura discoteca, com muitos efeitos sonoros que hoje em dia vão parecer até mesmo bizarros. Ignore, o que o filme tem de melhor é o seu roteiro e, claro, a atuação do sempre ótimo Connery.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 11 de agosto de 2021

Lancelot, o Primeiro Cavaleiro

Título no Brasil: Lancelot, o Primeiro Cavaleiro
Título Original: First Knight
Ano de Produção: 1995
País: Estados Unidos
Estúdio: Sony Pictures
Direção: Jerry Zucker
Roteiro: Lorne Cameron, David Hoselton
Elenco: Sean Connery, Richard Gere, Julia Ormond, Ben Cross, Liam Cunningham, Christopher Villiers

Sinopse:
Na Inglaterra medieval, durante a subida ao trono do lendário Rei Arthur (Sean Connery), o cavaleiro Lancelot (Richard Gere), um dos membros da famosa Távola Redonda, acaba se apaixonando pela bela Guinevere (Julia Ormond). O problema é que ela é esposa do Rei.

Comentários:
Mais uma adaptação das antigas lendas Arturianas. Na verdade até mesmo nos dias de hoje é ardente o debate sobre se esse monarca realmente existiu ou se é apenas fruto de lendas e cantigas medievais, uma espécie de símbolo do que seria um Rei perfeito e íntegro - coisa rara naqueles tempos. De qualquer forma as lendas da Távola Redonda chegaram até nós e sua mitologia só tem crescido com o tempo. Esse "Lancelot" de 1995, infelizmente, deixa muito a desejar. É complicado aceitar que um filme que traga Sean Connery como o Rei Arthur seja realmente ruim mas é um fato. Pouca coisa realmente funciona. A reconstituição histórica de um Arthur medieval, cheio de pompa e luxo não convence muito. Para piorar Richard Gere não parece se importar nem um pouco em estar interpretando um cavaleiro medieval, cheio de códigos de honra. Com cabelos esvoaçantes ao vento ele mais parece um playboy saindo de uma discoteca dos anos 70. Só falta mesmo mascar chicletes. Julia Ormond até que era bem bonita mas do ponto de vista dramático inexpressiva. Curiosamente o diretor Jerry Zucker, das comédias malucas ao estilo "Apertem os Cintos, o Piloto Sumiu", está no comando. Será que ele não quis mesmo tirar uma onda da nossa cara? É possível...

Pablo Aluísio.

domingo, 21 de março de 2021

O Vento e o Leão

Título no Brasil: O Vento e o Leão
Título Original: The Wind and the Lion
Ano de Produção: 1975
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures, Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: John Milius
Roteiro: John Milius
Elenco: Sean Connery, Candice Bergen, Brian Keith, John Huston, Geoffrey Lewis, Steve Kanaly

Sinopse:
Um chefe árabe tribal desencadeia um incidente internacional ao sequestrar uma viúva americana e seus filhos no meio das areias de um deserto sem fim. Filme indicado ao Oscar nas categorias de melhor trilha sonora incidental (Jerry Goldsmith) e melhor som (Harry W. Tetrick). Também indicado ao BAFTA Awards e ao Grammu Awards na categoria de melhor trilha sonora original.

Comentários:
Os tempos de glória da juventude desse ótimo elenco já tinha passado, segundo a crítica da época do lançamento dessa película, mas isso não significava que eles iriam abraçar filmes ou projetos medíocres. Assim, mesmo já um tanto envelhecidos, Sean Connery e Candice Bergen aceitaram o convite para atuar nesse texto clássico. E apesar de seu tom nitidamente teatral, o que temos aqui é sem dúvida, grande cinema. Perceba como o entrosamento desses veteranos é perfeito em cena. Nada mais natural para dois profissionais de longa experiência, tanto no mundo do cinema, como do teatro. Eu acredito inclusive que o texto ganhou ainda mais força quando declamado por esses dois grandes nomes. Fruto de uma fase mais madura da atriz Candice Bergen, esse filme soa como um testemunho inigualável de seu grande talento. Palmas para essa grande dama da atuação. E o que dizer do grande Sean Connery? Assim como os vinhos ele só iria melhorar com o passar dos anos. E iria soterrar de vez aquela opinião de que ele havia sido apenas um excelente James Bond.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2021

Coração de Dragão

Título no Brasil: Coração de Dragão
Título Original: DragonHeart
Ano de Produção: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Rob Cohen
Roteiro: Patrick Read Johnson, Charles Edward Pogue
Elenco: Dennis Quaid, Sean Connery, Dina Meyer, Pete Postlethwaite, Jason Isaacs, Brian Thompson

Sinopse:
Em uma era de fantasia e dragões, um corajoso cavaleiro medieval chamado Bowen (Dennis Quaid) decide matar todos os dragões de seu reino. Ele acredita que esses seres são responsáveis pelo coração cruel do tirano de sua nação. Ao conhecer o dragão Draco (Sean Connery) que lhe contará toda a verdade, ele finalmente passa a entender o que realmente está acontecendo. 

Comentários:
Só nos anos 90 se tornou possível a realização de um filme como esse. A tecnologia digital deu saltos impensáveis no passado e assim se tornou crível a transposição de um personagem inteiramente feito por computação gráfica para as telas de cinema. Esse foi o dragão Draco que foi dublado pelo grande Sean Connery. Não por acaso o filme acabou sendo indicado ao Oscar na categoria de melhores efeitos especiais (sob o comando do especialista Scott Squires e sua equipe). Realmente, tecnicamente falando, o filme foi um marco nesse quesito. Em termos gerais também é uma bela fábula juvenil. Provavelmente eu não tenha curtido tanto quanto deveria pois mesmo na época de seu lançamento original eu já tinha passado da faixa etária certa para esse filme, que é especialmente indicado para a garotada ali na faixa dos 12 a 14 anos de idade. Mesmo assim o filme tem um belo visual, design de produção muito bem produzida e boas cenas de ação. Além, é claro, do Sean Connery que mesmo participando apenas com sua voz dá um baile de interpretação no restante do elenco. Sucesso de bilheteria (mais de 160 milhões arrecadados nos cinemas), o filme teve sequências, nenhuma delas digna de nota. Foram filmes lançados diretamente no mercado de vídeo VHS, sem a presença de Sean Connery. Mesmo assim fica a indicação caso o espectador queira ir além desse bom filme de fantasia, espadas e aventuras.

Pablo Aluísio.

sábado, 21 de novembro de 2020

Marnie - Confissões de uma Ladra

Marnie Edgar (Tippi Hedren) é uma ladra, uma mentirosa e uma vigarista. Ela sempre aplica o mesmo golpe. Arranja emprego como secretária em escritórios de renome. Após algumas semanas trabalhando, sendo ótima funcionária, ela começa a estudar a rotina do escritório. O mais importante é descobrir onde fica a senha para abrir o cofre, onde estão os dólares. Uma vez que consegue o que deseja, o furto é realizado, geralmente na calada da noite. Ela tem uma mãe doente que mora em Baltimore. Parte do dinheiro que rouba é usado para ajudá-la. Só que após tantos golpes Marnie é finalmente descoberta por Mark Rutland (Sean Connery). O mais estranho é que ele não a entrega para a polícia. Ao contrário, se apaixona por ela. E se torna seu marido em um casamento estranho, obsessivo, à beira da insanidade. Marnie se casa com receios de ir para a prisão, mas logo seus diversos problemas psicológicos começam a surgir. Ela tem pavor da cor vermelha, tem pesadelos recorrentes e não consegue conter seus impulsos para o crime. Mal o marido dá as costas ela já começa a planejar como roubar o cofre dele. Também se revela, mais uma vez, mentirosa e manipuladora. Casar com uma mulher como essa se revela acima de tudo ser algo bem perigoso.

"Marnie" é considerado um filme menor do grande mestre Alfred Hitchcock. Discordo bastante dessa opinião. Conforme o filme avança o roteiro vai explicando melhor o que acontece na mente de Marnie, seus traumas de infância, as violências que sofreu e porque odeia homens em geral. Ela sofre de um caso grave de frigidez sexual, o que torna intolerável o mero toque de um homem em seu corpo. E ela não baixa a guarda nem para seu próprio marido, uma pessoa que em última análise também é um chantagista emocional. Como todos sabemos o grande Sean Connery faleceu no último 31 de outubro, aos 90 anos. E foi justamente esse o gatilho que me levou a rever esse clássico do mestre Hitchcock. Na época em que atuou nesse filme Connery ainda era James Bond. Ele procurava por novos caminhos, para não ficar marcado com um só personagem. Claro, ele alcançou seus objetivos e está excelente nesse papel. Um sujeito elegante que tenta ajudar a mulher que ama. No começo ficamos com um pé atrás sobre essa sua paixão. Afinal Marnie se revela uma mulher criminosa e perigosa, mas ele passa por cima de tudo por esse sentimento de amor. Em suma, um filme de Hitchcock que merece ser melhor avaliado nos dias atuais. Suas nuances psicológicas, o desenvolvimento dos personagens, é algo que impressiona. O mestre do suspense realmente não brincava dem serviço.

Marnie, Confissões de uma Ladra (Marnie, Estados Unidos, 1964) Direção: Alfred Hitchcock / Roteiro:  Jay Presson Allen, baseado no romance escrito por Winston Graham / Elenco: Tippi Hedren, Sean Connery, Martin Gabel, Diane Baker, Louise Latham / Sinopse: Marnie Edgar (Tippi Hedren) é uma ladra que vive de pequenos e grandes golpes. Descoberta por Mark Rutland (Sean Connery), ela passa a ser ajudada por esse que acaba se tornando seu marido. Filme indicado pelo Cahiers du Cinéma como melhor filme do ano.

Pablo Aluísio. 

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020

Highlander 2 - A Ressurreição

Título no Brasil: Highlander 2 - A Ressurreição
Título Original: Highlander II - The Quickening
Ano de Produção: 1991
País: Inglaterra, França
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Russell Mulcahy
Roteiro: Gregory Widen, Brian Clemens
Elenco: Christopher Lambert, Sean Connery, Virginia Madsen, Michael Ironside, Allan Rich, Phillip Brock

Sinopse:
O ano é 2024. A humanidade vive protegida embaixo de um escudo atmosférico vermelho, necessário após o fim da camada de Ozônio. O Imortal MacLeod (Lambert) vive nesse futuro escuro e sombrio. Até que um dia novos imortais surgem para desafiá-lo em duelos de espadas pelas ruas de sua cidade. Agora ele terá que vencer os combates, ao mesmo tempo em que tentará salvar o que restou do planeta.

Comentários:
Tinha tudo para ser um bom filme. O diretor Russell Mulcahy aceitou o convite para dirigir essa primeira sequência e até Sean Connery embarcou no projeto. O problema é que esqueceram de escrever um bom roteiro. A ideia de colocar o Highlander MacLeod em um futuro distópico foi muito, muito ruim. O roteiro absorveu paranoias ecológicas da época, como o fim da camada de ozônio, o que destruiu completamente seu visual. Aquela camada vermelha na atmosfera hoje em dia soa não apenas datada, como bem ridícula. O roteiro também apresenta coisas completamente forçadas, que não fazem o menor sentido. O personagem de Sean Connery, por exemplo, foi decapitado no filme anterior, ficando 500 anos morto. Aqui ele ressurge, sem maiores explicações. No máximo ele diz rapidamente que está agradecido a "magia". Que magia foi essa? Aliás praticamente todas as cenas com Connery são desperdiçadas. Ele retorna, faz uma ou duas piadinhas, como na cena da viagem de avião e depois na loja de roupas, em cenas de alívio cômico, e depois de poucos momentos marcantes simplesmente desaparece novamente. Sim, Connery deveria voltar, mais em bem elaboradas cenas de flashback, do passado, mas não nessas sequências sem graça e sem propósito. Para não dizer que o filme é todo ruim, pelo menos duas coisas se salvam. A boa direção de fotografia, resultando em belas cenas lembrando "Blade Runner" e o vilão interpretado por Michael Ironside. Fora isso, o filme afunda com suas bobagens, com sua mensagem ecológica chata e com os efeitos especiais, que envelheceram demais nesses anos todos. Enfim, um conceito muito legal com a mitologia dos imortais, personagens bacanas, que acabaram destruídos por um roteiro muito ruim.

Pablo Aluísio.

domingo, 22 de dezembro de 2019

Shalako

Um grupo de nobres europeus resolve fazer uma viagem pelo velho oeste, uma espécie de safári na América. A intenção é conhecer aquela região selvagem para caçar animais exóticos como leões da montanha e carneiros de chifres. Durante a jornada acabam entrando inadvertidamente em uma reserva Apache. Os brancos não são bem-vindos naquele lugar desde que os nativos firmaram um tratado com o exército americano e por essa razão começam a ser caçados pelos guerreiros da tribo. Apenas o ex-coronel do exército Carlin "Shalako" (Sean Connery) poderá salva a vida daqueles viajantes. Com vasta experiência de sobrevivência no deserto adquirida por anos de serviço militar, ele tentará salvar todas aquelas pessoas da morte certa. Embora Sean Connery tenha atuado em mais de 90 filmes ao longo de sua carreira, ele praticamente não trabalhou em faroestes. Uma exceção foi esse "Shalako", uma produção europeia com jeitão de filme americano que tentou lançar a atriz Brigite Bardot dentro daquele mercado cinematográfico. 

A atriz que era um ícone de beleza e fama na época não levava jeito com a língua inglesa e por essa razão estava confinada e interpretar estrangeiras de passagem pela América. É o caso dessa sua personagem nesse filme. Ela é uma condessa em busca de um bom casamento. Para isso acaba participando da expedição patrocinada por um rico barão inglês. Todos vão para o oeste americano em busca de aventuras e diversão, mas tudo o que encontram pela frente são nativos selvagens e hostis. No meio do deserto começam a ser literalmente caçados por Apaches. Apenas a ajuda de um ex-militar veterano que vive de caçar búfalos chamado Shalako poderá garantir que não sejam mortos.

Sean Connery dá vida ao protagonista, um sujeito que se veste como Daniel Boone que tenta sobreviver naquelas terras áridas. Embora se chame Moses Carlin ele acaba adotando o nome que os Índios lhe deram: Shalako! Como todo nome índigena esse também tinha um significado, "Aquele que traz chuvas", já que sempre que entrava nas reservas apaches havia sinais de chuva por vir. Como era de esperar com Connery e Bardot em um mesmo filme os roteiristas logo trataram de criar um improvável romance entre eles. O curioso é que Connery já estava passando da idade de posar de galã romântico e mesmo não estando muito à vontade nessa função até que acabou não se saindo muito mal. Bardot continuava linda, porém já com os primeiros sinais da idade chegando (embora estivesse apenas com 35 anos na época!).

O roteiro do filme é até bem tradicional, sem maiores novidades. Basicamente é um jogo de vida ou morte no meio do deserto entre Apaches e os turistas europeus. Há também um bando de bandidos que roubam esses estrangeiros e entram no meio desse jogo de gato e rato. Em praticamente três atos o filme tem uma conclusão muito boa, nas montanhas, quando Connery resolve levar os viajantes para o topo de platô no meio do deserto em busca de água. Além da escalada (o que já garante ótimas cenas de ação) há ainda um duelo de lanças entre Connery e um Apache no alto da colina (sem dúvida uma boa cena de luta, bem coreografada e executada). Tudo garantindo aquele clima de diversão e aventura bem típico dos filmes da época. A lamentar apenas o fato de que esse seria o último faroeste de Sean Connery que ao que tudo indica não gostou muito da experiência de filmar em um deserto como aquele (que apesar de parecer ser o deserto da Califórnia era na verdade a região de Andalucía, na Espanha, onde vários filmes de western spaghetti foram filmados).

Shalako (Shalako, Inglaterra, Alemanha, 1968) Estúdio: Palomar Pictures International / Direção: Edward Dmytryk / Roteiro: James Griffith, baseado no livro de Louis L'Amour / Elenco: Sean Connery, Brigitte Bardot, Stephen Boyd / Sinopse: Grupo de europeus da nobreza decide ir até o oeste dos Estados Unidos para caçar naquela região considerada selvagem por todos eles. Só que uma vez nesse deserto hostil eles passam a ser caçados por nativos e guerreiros locais.

Pablo Aluísio.
 

terça-feira, 17 de dezembro de 2019

007 Contra o Satânico Dr. No

No mesmo ano em que os Beatles lançaram seu primeiro álbum, surgiu nos cinemas o primeiro filme adaptando as aventuras do agente James Bond, 007, nos cinemas. Levar para as telas aqueles livros seria um desafio, como os produtores logo descobriram. Nas páginas James Bond enfrentava desafios e usava de artimanhas tecnológicas que obviamente iriam demandar um custo de produção bem acima da média. Havia armas especiais, utensílios de espionagem que não existiam na vida real. Além disso era necessário achar um bom roteirista e um diretor eficiente para dar a devida agilidade nas cenas. Era algo complicado de fazer. Porém o maior desafio era mesmo achar o ator ideal. Houve um certo receio por parte dos grandes astros de Hollywood em participar do filme. Mesmo com o sucesso de Bond na literatura havia uma desconfiança por parte dos americanos pelo fato do filme ser produzido na Inglaterra. Alguns grandes astros do cinema foram convidados, mas por um motivo ou outro ninguém assinou um contrato. Isso abriu margem para que um ator escocês chamado Sean Connery fosse contratado. Ninguém o conhecia direito na época. Ele havia feito vários filmes antes desse, porém para os americanos ele era um notório desconhecido. Sua escolha, como o tempo iria provar, acabou sendo acertada. Sean Connery teve o feeling perfeito para interpretar o agente James Bond, tanto que até hoje muitos o consideram o melhor ator que já passou por essa longa e produtiva franquia cinematográfica.

Curiosamente esse primeiro James Bond não está entre os meus preferidos. Considero que as coisas ainda não estavam encaixadas definitivamente. O estúdio ainda procurava por uma adaptação perfeita, algo que só iria acontecer alguns anos depois. A produção assim tem alguns problemas relacionados mesmo com a falta de experiência em adaptar James Bond para o cinema. O roteiro surge por isso bem formulaico, simplificado, para que as pessoas viessem a conhecer bem o personagem principal. Sean Connery se saiu bem, mesmo sendo "marinheiro de primeira viagem". Ele teve sorte também porque a atriz  Ursula Andress foi contratada para ser a primeira "Bond-Girl". Sua cena saindo do mar, de biquini provocante branco, com uma faca de caça na cintura ainda hoje é lembrada. Em suma, eis aqui o surgimento de Bond nos cinemas tal como conhecemos. Entre erros e acertos uma coisa ficou clara: havia muito potencial para esse agente inglês na sétima arte.

007 Contra o Satânico Dr. No (Dr. No, Inglaterra, 1962) Direção: Terence Young / Roteiro: Richard Maibaum, Johanna Harwood, baseados na obra de Ian Fleming / Elenco: Sean Connery, Ursula Andress, Bernard Lee, Jack Lord / Sinopse: O agente James Bond (Connery) é designado para uma nova missão. Ele terá que descobrir o paradeiro e os planos de destruição de um estranho vilão, conhecido apenas como Dr. No. Filme premiado pelo Globo de Ouro na categoria de Melhor revelação feminina (Ursula Andress).

Pablo Aluísio. 

quarta-feira, 27 de novembro de 2019

Moscou Contra 007

Provavelmente seja o melhor filme de James Bond com Sean Connery. Tudo parece se encaixar muito bem em uma trama excelente em ótima adaptação do texto de Ian Fleming. Na estória Bond acaba ficando na incomoda posição de marionete da organização Spectre. Acontece que o grupo criminoso internacional deseja colocar as mãos em uma máquina decifradora de códigos secretos (algo considerado vital no mundo da espionagem durante a guerra fria).

Fazendo-se passar por uma autoridade do serviço secreto russo uma agente da Spectre convence uma espiã russa a roubar o objeto do consulado soviético em Istambul. Ao mesmo tempo engana o serviço secreto inglês que manda Bond numa missão especial na milenar cidade para também colocar as mãos na decodificadora. A agente soviética se faz passar por traidora e promete entregar a cobiçada máquina nas mãos do agente inglês. Só que no final quem planeja mesmo tomar posse dela é a própria Spectre que deseja ainda em uma só tacada eliminar o famoso agente britânico como ato de vingança pela morte do Dr. No. Por essa razão também é recomendável que o espectador assista ao filme anterior, para que todas as peças fiquem bem encaixadas.

Para os fãs de James Bond o filme é um prato cheio. Tem bom roteiro, excelente cenas de ação e uma bondgirl belíssima – a atriz Daniela Bianchi interpretando a agente russa Tatiana Romanova. Sean Connery também está empenhado em trabalhar bem seu papel, sempre concentrado e envolvido, algo que se perderia no passar dos anos pois Connery logo deixaria de ter o interesse em interpretar 007, indo atrás de outros desafios em sua carreira. Durante o filme o espectador ainda é presenteado com ótimas cenas filmadas dentro da famosa Basílica de Santa Sofia em Istambul, monumento erguido pelo imperador romano Justiniano em honra à glória do império Bizantino.

Há ainda belas cenas rodadas em Veneza e no leste europeu. Na trama o escritor Ian Fleming presta também uma singela e pequena homenagem à autora Agatha Christie ao ter parte da trama passada dentro do famoso Expresso do Oriente. Em suma, belo filme da franquia do mais famoso agente inglês do cinema. Um exemplo perfeito de tudo o que não pode faltar em uma película com 007: ação, espionagem, lindas mulheres e cenários de cartão postal. “Moscou contra 007” é de fato um James Bond com pedigree.

Moscou Contra 007 (From Russia with Love, Inglaterra, 1963) Direção: Terence Young / Roteiro: Richard Maibaum, Johanna Harwood, baseados no livro de Ian Fleming / Elenco: Sean Connery, Daniela Bianchi, Lotte Lenya / Sinopse: O espião inglês James Bond (Sean Connery) se vê envolvido numa complicada rede de espionagem envolvendo agentes russos e a Spectre, onde o objetivo final é colocar as mãos em uma cobiçada máquina de decodificação de códigos do serviço secreto soviético.

Pablo Aluísio. 

Assassinato no Expresso do Oriente

Em 1930 um terrível seqüestro envolvendo uma garotinha da família Armstrong vira manchete nacional. Seu paradeiro é desconhecido e um resgate é exigido de seu pai, um militar condecorado. Após o pagamento ser efetuado a pequena Daisy Armstrong é encontrada morta em um milharal. Cinco anos depois um rico homem de negócios, o sr. Ratchett (Richard Widmark), é morto a punhaladas dentro do Expresso do Oriente. Tudo aconteceu na calada da noite e por isso não se sabe quem cometeu o crime.

Por uma estranha coincidência do destino o famoso detetive Hercule Poirot (Albert Finney) se encontra viajando no mesmo trem. Como esse se encontra parado por causa de uma nevasca que assola os trilhos a conclusão é óbvia: o assassino ainda se encontra entre os passageiros do vagão onde o homicídio foi cometido. Para descobrir sua identidade o velho investigador belga usará de todo o seu poder de dedução. Não demora para ele descobrir que todos os passageiros são suspeitos em potencial. Haveria ainda alguma ligação entre a morte da garota Daisy e o crime no Expresso Oriente?

Provavelmente “Assassinato no Expresso Oriente” seja o mais conhecido e popular livro de Agatha Christie. A autora se notabilizou por suas tramas de mistério onde o ponto principal era descobrir quem era o assassino. Aqui a fórmula de Christie se mostra bem nítida. Há um grupo de passageiros do Expresso do Oriente que possuem uma ligação de uma forma ou outra com a vítima. O roteiro segue à risca o enredo do livro e traz como brinde ao espectador um elenco simplesmente magnífico, com vários mitos da história do cinema. Só para se ter uma ideia surgem em cena atrizes como Ingrid Bergman (de Casablanca, aqui interpretando uma missionária), Lauren Bacall (a eterna musa da era de ouro de Hollywood dando vida a uma mulher que fala pelos cotovelos) e Jacqueline Bisset (elegante, linda e no auge da beleza).

Na ala masculina temos Sean Connery (como um oficial escocês), Anthony Perkins (como sempre fazendo um personagem perturbado) e John Gielgud (um dos maiores atores shakesperianos que faz o mordomo, obviamente sempre um grande suspeito). Como se vê o elenco é grandioso, seu único deslize talvez seja a escolha de Albert Finney como Poirot pois sempre preferi Peter Ustinov nesse papel. Uma versão bem mais recente foi lançada nos últimos anos, mas não possui o carisma desse clássico original. Não é um filme perfeito, mas só pela ambientação e elenco já valem a pena, principalmente se você aprecia esses atores mais veteranos. Assim fica a recomendação dessa produção muito charmosa, repleta de mistério, estrelas e diversão.  


Assassinato no Expresso do Oriente (Murder on the Orient Express, Estados Unidos, 1974) Direção: Sidney Lumet / Roteiro: Paul Dehn baseado na obra de Agatha Christie / Elenco: Albert Finney, Richard Widmark, Jacqueline Bisset, Lauren Bacall, Anthony Perkins, John Gielgud, Sean Connery, Ingrid Bergman / Sinopse: Doze passageiros do Expresso do Oriente se tornam suspeitos após um rico homem de negócios aparecer morto em seu vagão. Para solucionar o mistério o detetive Hercule Poirot tentará decifrar o enigma do assassinato. Filme vencedor do Oscar na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante (Ingrid Bergman). Também indicado nas categorias de Melhor Figurino, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Fotografia, Melhor Trilha Sonora Original e Melhor Ator (Albert Finney).

Pablo Aluísio. 

quarta-feira, 20 de novembro de 2019

Com 007 Só Se Vive Duas Vezes

Para despistar velhos e novos inimigos o agente inglês James Bond (Sean Connery) forja sua própria morte. Com todos pensando que ele está morto se tornará bem mais fácil descobrir o que há por trás de um estranho acontecimento. Uma nave espacial americana acabou sendo literalmente engolida no espaço durante uma missão por outra nave de origem desconhecida. Os americanos desconfiam dos russos, afinal apenas eles poderiam ter acesso a tal tecnologia. Depois que uma nave soviética acaba sofrendo o mesmo destino a desconfiança então passa a ser dos russos em relação aos americanos, criando uma grave crise internacional. Caberá então a Bond desvendar esse mistério: Quem realmente estaria por trás desses atos de sabotagem espacial?

Seguindo pistas o famoso agente britânico acaba indo parar no Japão para onde parece ter sido enviadas as espaçonaves - mas em que lugar exatamente será preciso começar as investigações? Com a ajuda do serviço secreto nipônico, James finalmente chega em um rico industrial que parece estar a serviço de uma organização maior, mais rica, poderosa e organizada. Estaria a Spectre por trás de tudo o que anda acontecendo? Muitas perguntas sem respostas. Apenas James Bond poderia desvendar essa rede de eventos inexplicáveis.

Quinto e penúltimo filme de James Bond com Sean Connery. Por essa época o ator já havia decidido abandonar o personagem - e só retornaria depois em 1971 no fraco "007 - Os Diamantes São Eternos" porque o cachê que lhe ofereceram era realmente irrecusável. Essa produção aqui tem algumas características bem próprias. Ao contrário dos filmes anteriores que apresentavam locações em diversas partes do mundo, em "Com 007 Só Se Vive Duas Vezes" a trama praticamente se passa toda apenas no Japão. Há maravilhosas tomadas aéreas de regiões vulcânicas onde a Spectre acaba montando um enorme quartel general sob comando de um dos vilões mais conhecidos da saga, o sinistro Blofeld (aqui interpretado pelo ator  Donald Pleasence). Esse antagonista de Bond, sempre com um gatinho branco no colo, foi inclusive o mesmo vilão usado no último filme lançado recentemente com Daniel Craig. É um megalomaníaco que sempre constrói instalações gigantescas em lugares remotos e isolados.

Nesse filme aqui ele deseja jogar russos contra americanos e vice versa, causando a terceira guerra mundial. A trama assim soa até meio juvenil para os dias de hoje (afinal quem ganharia algo com uma guerra nuclear entre Estados Unidos e Rússia que inexoravelmente levaria o planeta para uma destruição global?), mas mesmo assim diverte bastante. Como todo filme da série o filme também traz aspectos daquela velha fórmula que tanto conhecemos. Bond dorme com o maior número de mulheres possível (até as vilãs) e de quebra participa de cenas espetaculares de ação. Numa delas enfrenta quatro helicópteros inimigos pilotando uma pequena aeronave portátil, mas cheia de dispositivos de armas letais. Em outro momento Bond enfrenta um enorme grupo de inimigos no caís de Tóquio. Some-se a isso ninjas, uma trilha sonora cantada por Nancy Sinatra e você terá mais um dos mais populares filmes de 007 na década de 1960. Diversão garantida para todos os gostos.

Com 007 Só Se Vive Duas Vezes (You Only Live Twice, Inglaterra, Estados Unidos, 1967) Direção: Lewis Gilbert / Roteiro: Harold Jack Bloom, Roald Dahl, baseados na obra de Ian Fleming / Elenco: / Sinopse: Sean Connery, Donald Pleasence, Tetsurô Tanba, Akiko Wakabayashi, Teru Shimada, Mie Ham / Sinopse: O agente inglês James Bond (Sean Connery) é enviado para desvendar o mistério do sumiço de naves espaciais americanas e russas. O governo britânico precisa evitar que as tensões entre União Soviética e Estados Unidos se agravem ainda mais, porém para isso precisa descobrir antes o que realmente estaria acontecendo e que tipo de organização estaria por trás dos desaparecimentos.

Pablo Aluísio. 

sábado, 26 de outubro de 2019

007 Contra Goldfinger

Terceiro filme de Sean Connery no papel de James Bond. Na trama o famoso agente inglês é enviado para investigar as atividades do magnata do ouro Auric Goldfinger (Gert Fröbe). Embora mantenha uma fachada de homem de negócios honesto e sério, que age dentro da lei, há fortes suspeitas de que ele na realidade comande uma rede internacional de contrabando de ouro. Aos poucos Bond descobre muito mais, inclusive um ousado plano envolvendo o roubo da maior reserva de ouro dos Estados Unidos. De posse dela Goldfinger poderia colocar a economia global de joelhos. De volta ao papel de 007, Sean Connery esbanja charme e elegância no papel. Esse filme tem algumas particularidades que até hoje são lembradas pelos fãs do agente inglês. Uma delas é o fato de ser o primeiro filme em que Bond surge com seu carro Aston Martin DB5. O automóvel iria virar um dos maiores símbolos do modo de vida de Bond, uma marca registrada. Aliás já nessa sua primeira aparição nos filmes de 007 o carro mostra sua importância em várias cenas de ação que marcaram bastante, como a perseguição a uma assassina profissional nos alpes suíços. As inovações tecnológicas chamam a atenção, como as rodas especiais e o assento de passageiro ejetável.

Assim o estúdio descobriu uma nova forma de faturar em cima do personagem, uma vez que essa produção foi uma porta de entrada para que a franquia de filmes servisse como uma espécie de instrumento de publicidade para marcas luxuosas e de grife. Ao longo dos anos que viriam a produtora iria explorar ainda mais esse aspecto, com James Bond sempre surgindo com novas roupas, relógios e todo tipo de produto que poderia ser sutilmente divulgado nas cenas do filme. Afinal o glamour também era um aspecto essencial na vida desse agente secreto. Outro destaque a se chamar a atenção é a beleza das Bond Girls. Uma delas, Shirley Eaton, acabou virando uma modelo famosa. Aliás a cena em que uma bela mulher surge toda pintada de ouro virou sensação na época. A sensualidade do elenco feminino começava a ganhar cada vez mais espaço nos filmes. E Bond, claro, surgia como uma conquistador incorrigível para todas elas. Por fim destaco os bem humorados diálogos do roteiro. Em um deles James Bond brinca com os Beatles (em plena Beatlemania) ao dizer ironicamente: "Isso é tão perigoso quanto ouvir os Beatles sem proteção de ouvidos!". Tudo muito divertido. Enfim, "Goldfinger" é sem dúvida um dos melhores filmes de Bond com Sean Connery. Doses exatas de aventura, mistério e ação para fã nenhum colocar defeito.

007 Contra Goldfinger (Goldfinger, Estados Unidos, Inglaterra, 1964) Estúdio: United Artists, Eon Productions / Direção: Guy Hamilton / Roteiro: Richard Maibaum, baseado na obra de Ian Fleming   / Elenco: Sean Connery, Gert Fröbe, Honor Blackman, Shirley Eaton / Sinopse: O agente secreto inglês James Bond (Connery) é designado para investigar um estranho milionário, um sujeito que parece esconder um plano maquiávelico. Filme vencedor do Oscar na categoria de Melhores Efeitos Sonoros (Norman Wanstall).

Pablo Aluísio.

007 Contra a Chantagem Atômica

Mais um filme de James Bond, da primeira fase, com Sean Connery no papel principal. Na trama a Spectre consegue colocar as mãos em duas bombas atômicas roubadas de um avião da OTAN. Com elas em seu poder, jogam a ameaça em cima de Inglaterra e Estados Unidos: Ou as nações pagam o valor de 100 milhões de libras esterlinas em diamantes ou a Spectre jogará as duas armas nucleares em duas das maiores cidades desses países. Para recuperar os artefatos roubados o agente James Bond é enviado até as distantes ilhas de Nassau. A missão se revelará uma das mais perigosas da carreira do famoso espião. É o quarto filme de James Bond com Sean Connery. Em termos de qualidade fica abaixo de "Moscou Contra 007" e "007 Contra Goldfinger", mas bem acima de "O Satânico Dr. No" e "007 - Os Diamantes São Eternos" (O pior filme de Bond com Connery no personagem). Se fosse possível resumir essa produção em apenas uma frase poderíamos dizer que se trata da aventura submarina de James Bond.

São várias as tomadas usadas nesse estilo e como sabemos não é fácil dar agilidade a esse tipo de cena. Mesmo assim são bem realizadas e mantém o bom padrão técnico da produção. Praticamente todo o enredo se passa em Nassau, região conhecida por suas belas praias e mares de água azul. Quem assistiu certamente se lembra da piscina com tubarões, algo que ficou bem marcado dentro da franquia. E como sempre acontecia em filmes de Bond dessa época também há diálogos bem espirituosos mostrando aspectos da personalidade do agente mais famoso do cinema. Num deles Bond analisando o rifle de um inimigo pergunta: "Isso é uma arma para mulheres?". Seu interlocutor responde: "Sim, você entende de armas?" ao que Bond tira de letra: "Não, mas entendo de mulheres".

Em outro momento divertido uma agente pergunta porque Bond sempre dorme com várias mulheres em suas missões. A resposta de James: "Faço tudo pela Inglaterra!". Entre as geringonças mostradas podemos citar um dispositivo de voo (que foi usado na abertura das Olimpíadas de Los Angeles anos depois) e uma caneta explosiva, ou seja, nada que saia da rotina das aventuras do agente no cinema. Para padrões atuais o James Bond de Sean Connery seria considerado um machista! Ele é pouco afeito às mulheres com quem se envolve. Na verdade não passam de mera diversão (isso quando não estão tentando matá-lo!). Mesmo assim o filme se mantém como um bom exemplar da série cinematográfica. No geral tem boa trama, é bem movimentado e com ótimas sequências de ação. Chegou inclusive a ganhar um Oscar técnico, de melhores efeitos especiais! Um bom filme de Bond certamente.

007 Contra a Chantagem Atômica (Thunderball, Inglaterra, 1965) Estúdio: Eon Productions, MGM / Direção: Terence Young / Roteiro: Richard Maibaum, John Hopkins / Elenco: Sean Connery, Claudine Auger, Adolfo Celi / Sinopse: O agente inglês James Bond (Sean Connery) precisa destruir um plano de chantagem atômica envolvendo um perigoso grupo de criminosos. Filme vencedor do Oscar na categoria de Melhores Efeitos Especiais (John Stears).

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 26 de setembro de 2019

A Liga Extraordinária

Título no Brasil: A Liga Extraordinária
Título Original: The League of Extraordinary Gentlemen
Ano de Produção: 2003
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Stephen Norrington
Roteiro: James Robinson, baseado na obra de Alan Moore
Elenco: Sean Connery, Stuart Townsend, Peta Wilson, Tony Curran, Shane West, Tom Goodman-Hill

Sinopse:
Um grupo de personalidades marcantes do mundo da literatura resolve se unir para enfrentar uma grande ameaça contra a humanidade. O aventureiro Allan Quatermain (Sean Connery), o lendário Capitão Nemo (Naseeruddin Shah), a sedutora Mina (Peta Wilson) do romance "Drácula", Dr. Henry Jekyll e Edward Hyde (Jason Flemyng) de "O Médico e o Monstro" e até mesmo Dorian Gray (Stuart Townsend) estão nesse aventura.

Comentários:
"The League of Extraordinary Gentlemen" por ser uma adaptação da Graphic Novel de Alan Moore causou grande expectativa nos fãs de HQs. Infelizmente Hollywood ainda não conseguiu captar todas as nuances dos quadrinhos para as telas de cinema. Mudanças são realizadas em nome de um maior potencial comercial e partes do enredo são alterados em prol do ego dos atores. Isso acaba de uma maneira ou outra desfigurando a essência da obra original. Foi justamente isso que aconteceu mais uma vez aqui. Inicialmente o próprio Alan Moore rejeitou o filme. Tentou até mesmo tirar seus nomes dos créditos. Depois, para piorar ainda mais, o ator Sean Connery entrou em atritos com o diretor e o estúdio. Connery queria ainda mais espaço para seu personagem Allan Quatermain, mas o roteiro tentava em vão trazer o aspecto mais coletivo da Graphic Novel original. No meio de tantos problemas de produção o filme acabou saindo truncado, mal dividido, o que acabou desagradando tanto o público como a crítica. Em termos de produção, direção de arte, efeitos especiais e figurino, não há o que reclamar. Tudo é muito bem realizado, de acordo com uma película que custou mais de oitenta milhões de dólares. O problema realmente é de roteiro, esse se mostra muitas vezes sem salvação. Como fracassou comercialmente o filme hoje em dia serve apenas como curiosidade, uma amostra que a fusão entre quadrinhos e cinema nem sempre dá muito certo. E talvez por todas essas razões o ator Sean Connery tenha se retirado do cinema para sempre. Esse foi o último filme feito pelo ator e ao que tudo indica será mesmo sua despedida do cinema, uma vez que problemas de saúde e desinteresse por novos projetos levaram Connery para uma aposentadoria definitiva.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 12 de dezembro de 2017

Shalako

Título no Brasil: Shalako
Título Original: Shalako
Ano de Produção: 1968
País: Inglaterra, Alemanha
Estúdio: Palomar Pictures International
Direção: Edward Dmytryk
Roteiro: James Griffith, baseado no livro de Louis L'Amour
Elenco: Sean Connery, Brigitte Bardot, Stephen Boyd
  
Sinopse:
Um grupo de nobres europeus resolve fazer uma viagem pelo velho oeste, uma espécie de sáfari na América. A intenção é conhecer aquela região selvagem para caçar animais exóticos como leões da montanha e carneiros de chifres. Durante a jornada acabam entrando inadvertidamente em uma reserva Apache. Os brancos não são bem-vindos naquele lugar desde que os nativos firmaram um tratado com o exército americano e por essa razão começam a ser caçados pelos guerreiros da tribo. Apenas o ex-coronel do exército Carlin "Shalako" (Sean Connery) poderá salva a vida daqueles viajantes. Com vasta experiência de sobrevivência no deserto adquirida por anos de serviço militar ele tentará salvar todas aquelas pessoas da morte certa.

Comentários:
Embora Sean Connery tenha atuado em mais de 90 filmes ao longo de sua carreira ele praticamente não trabalhou em faroestes. Uma exceção foi esse "Shalako", uma produção européia com jeitão de filme americano que tentou lançar a atriz Brigite Bardot dentro daquele mercado cinematográfico. A atriz que era um ícone de beleza e fama na época não levava jeito com a língua inglesa e por essa razão estava confinada e interpretar estrangeiras de passagem pela América. É o caso dessa sua personagem nesse filme. Ela é uma condessa em busca de um bom casamento. Para isso acaba participando da expedição patrocinada por um rico barão inglês. Todos vão para o oeste americano em busca de aventuras e diversão, mas tudo o que encontram pela frente são nativos selvagens e hostis. No meio do deserto começam a ser literalmente caçados por Apaches. Apenas a ajuda de um ex-militar veterano que vive de caçar búfalos chamado Shalako poderá garantir que não sejam mortos. Sean Connery dá vida ao protagonista, um sujeito que se veste como Daniel Boone que tenta sobreviver naquelas terras áridas. Embora se chame Moses Carlin ele acaba adotando o nome que os Índios lhe deram: Shalako! Como todo nome índigena esse também tinha um significado, "Aquele que traz chuvas", já que sempre que entrava nas reservas apaches havia sinais de chuva por vir. Como era de esperar com Connery e Bardot em um mesmo filme os roteiristas logo trataram de criar um improvável romance entre eles. 

O curioso é que Connery já estava passando da idade de posar de galã romântico e mesmo não estando muito à vontade nessa função até que acabou não se saindo muito mal. Bardot continuava linda, porém já com os primeiros sinais da idade chegando (embora estivesse apenas com 35 anos na época!). O roteiro do filme é até bem tradicional, sem maiores novidades. Basicamente é um jogo de vida ou morte no meio do deserto entre Apaches e os turistas europeus. Há também um bando de bandidos que roubam esses estrangeiros e também entram no meio desse jogo de gato e rato. Em praticamente três atos o filme tem uma conclusão muito boa, nas montanhas, quando Connery resolve levar os viajantes para o topo de platô no meio do deserto em busca de água. Além da escalada (o que já garante ótimas cenas de ação) há ainda um duelo de lanças entre Connery e um Apache no alto da colina (sem dúvida uma boa cena de luta, bem coreografada e executada). Tudo garantindo aquele clima de diversão e aventura bem típico dos filmes da época. A lamentar apenas o fato de que esse seria o último faroeste de Sean Connery que ao que tudo indica não gostou muito da experiência de filmar em um deserto como aquele (que apesar de parecer ser o deserto da Califórnia era na verdade a região de Andalucía, na Espanha, onde vários westerns spaghettis foram filmados).

Pablo Aluísio.

domingo, 19 de março de 2017

Corações Apaixonados

Título no Brasil: Corações Apaixonados
Título Original: Playing by Heart
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos
Estúdio: Miramax
Direção: Willard Carroll
Roteiro: Willard Carroll
Elenco: Sean Connery, Angelina Jolie, Madeleine Stowe, Gillian Anderson, Ellen Burstyn, Gena Rowlands, Ryan Phillippe, Anthony Edwards
  
Sinopse:
Onze pessoas vivendo e trabalhando em Los Angeles precisam lidar com os problemas profissionais e emocionais de suas vidas. Entre eles há Paul (Sean Connery), um produtor de TV, que precisa vencer suas dificuldades emocionais, enquanto tenta transformar um programa de culinária em sucesso de audiência. Joan (Jolie) é uma mulher apaixonada que tenta seduzir o jovem Keenan (Ryan Phillippe) sem muito sucesso. E por aí vai. O mote é sempre a tentativa de ser bem sucedido na vida de cada um, explorando como isso na realidade é bem complicado de se alcançar. Filme indicado ao Urso de Ouro do Berlin International Film Festival.

Comentários:
A intenção de Sean Connery ao aceitar o convite para esse filme era a de participar de uma pequena produção, mais artística, que tivesse um jeito mais de cinema independente, mais cult. O problema é que ao aceitar fazer o filme ele acabou atraindo a atenção de outros atores que queriam ter a oportunidade de trabalhar ao seu lado. É justamente aí que nasceu o maior problema dessa fita romântica. Com tantos atores e atrizes famosas no elenco o espaço para seus personagens tiveram que ser ampliados, criando mais um daqueles filmes com atores demais e roteiro de menos! É uma multidão de personagens, muitos deles sem a menor importância. Isso estraga a fita que se torna cansativa, com aqueles roteiros ao estilo mosaico, mostrando um monte de gente, fazendo um monte de coisas, que no fundo não significam nada! Enfim, ficou bem chato. O único que escapou do tédio foi o próprio Sean Connery. Dono de uma presença sempre marcante em cena, ele é uma das poucas razões que farão você acompanhar até o fim o desenrolar da história. Provavelmente se o filme não tivesse sua presença na tela, você provavelmente dormiria no sofá, de tão chatinha que é essa produção supostamente produzida para um público mais romântico. O filme como um todo pode até ser bem intencionado. O problema é que de boas intenções o inferno já está cheio. Melhor esquecer e ignorar.

Pablo Aluísio.