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quinta-feira, 21 de julho de 2022

Os Pássaros

Um dos filmes mais lembrados do mestre do suspense Alfred Hitchcock também tem uma das origens mais curiosas. Isso porque apesar de seu enredo parecer pura ficção, mostrando uma pequena vila na costa sendo atacada misteriosamente por pássaros enfurecidos, tudo foi na verdade baseado em fatos reais. Aconteceu de verdade! Segundo historiadores os ataques do pássaros aconteceram por volta de 1890, na costa oeste dos Estados Unidos. Até hoje não se sabe o que levou aquelas aves a atacarem os moradores locais. Teria sido uma doença? Algum tipo de desequilíbrio ambiental? Não há mais como saber nos dias de hoje.

Isso porém serviu de prato cheio para Alfred Hitchcock. O interessante é que em muitas cenas o veterano diretor de cinema decidiu usar aves de verdade, colocando em risco inclusive a integridade física do elenco. Ora, isso nem era uma surpresa, já que Hitchcock já havia dito várias vezes que atores deveriam se tratados como "gado"! Pois é, para o veterano cineasta o elenco era apenas uma coleção de peças que ele movia ao seu bel prazer. E isso gerou inúmeras histórias de bastidores. A atriz Tippi Hedren, por exemplo, foi uma das que mais sofreu nas filmagens. De qualquer forma o resultado de tudo isso foi mais uma obra-prima da filmografia de Hitchcock. Um de seus filmes tecnicamente mais bem realizados.

Os Pássaros (The Birds, Estados Unidos, 1963) Direção: Alfred Hitchcock / Roteiro: Daphne Du Maurier, Evan Hunter/ Elenco: Rod Taylor, Tippi Hedren, Jessica Tandy / Sinopse: Uma rica socialite de São Francisco vai até uma pequena cidade do norte da Califórnia e acaba sendo atacada misteriosamente por pássaros! Filme indicado ao Oscar na categoria de melhores efeitos especiais.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

O Indomável

Esse é um dos últimos grandes filmes da carreira de Paul Newman. Poderíamos até dizer que foi o último em termos de grande qualidade em atuação. Ele interpreta um sujeito comum, que vive no subúrbio, que vai levando sua vida numa certa calma e tranquilidade. Quando consegue algum trabalho vai para o serviço na construção civil e quando tem algum dinheiro no bolso gasta no bar local. Na verdade seu personagem nunca quis assumir as responsabilidades da vida adulta. Tudo muda quando seu filho e seu neto chegam para uma visita. Ora, logo ele que nunca quis muita coisa com a paternidade, se ver assim logo de cara tendo que ser pai e avô ao mesmo tempo logo se torna um desafio.

É um filme importante porque mostra que Paul Newman, apesar da idade, estava em plena forma. Seu talento continuava intacto. Vale lembrar que em sua carta de despedida da profissão, quando anunciou que iria se aposentar, ele escreveu que não conseguia mais memorizar suas falhas e nem atuar bem, por causa da velhice. Uma ética de trabalho admirável. Isso porém só aconteceria alguns anos depois da realização desse filme, que repito, é um dos últimos grandes trabalhos de sua carreira memorável. Um trabalho aliás tão bom que lhe rendeu uma indicação ao Oscar! Pelo conjunto da obra deveria ter sido premiado.

O Indomável - Assim é Minha Vida (Nobody's Fool, Estados Unidos, 1994) Direção: Robert Benton / Roteiro: Robert Benton / Elenco: Paul Newman, Bruce Willis, Jessica Tandy, Melanie Griffith, Philip Seymour Hoffman, Philip Bosco / Sinopse: Baseado no romance escrito por Richard Russo, o filme conta a história de Sully (Paul Newman), um homem na terceira idade que é surpreendido com a chegada de seu filho e seu neto que deseja conhecê-lo. Agora ele terá que ser pai e avô ao mesmo tempo, algo que sempre deixou em segundo plano na sua vida. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Ator (Paul Newman) e Melhor Roteiro Adaptado (Robert Benton). Indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Ator (Paul Newman).

Pablo Aluísio.

domingo, 24 de setembro de 2017

Entre o Amor e o Pecado

Título no Brasil: Entre o Amor e o Pecado
Título Original: Forever Amber
Ano de Produção: 1947
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Otto Preminger
Roteiro: Philip Dunne, Ring Lardner Jr
Elenco: Linda Darnell, Cornel Wilde, Richard Greene, George Sanders, Jessica Tandy, Glenn Langan

Sinopse:
Durante o reinado de Charles II da Inglaterra, uma camponesa chamada Amber St. Clair (Linda Darnell) se apaixona pelo aventureiro e corsário Bruce Carlton (Cornel Wilde). Seguindo seu coração, ela decide segui-lo até Londres, onde ela toma contato pela primeira vez com a corte real. Seu amado vai para o mar e a deixa, mas Amber não desiste. Embora venha a se relacionar com outros nobres ao longo do anos, ela jamais consegue esquecer o grande amor de sua vida. E passa a esperar pela chance de voltar um dia aos seus braços.

Comentários:
Filme romântico muito bem produzido. É um romance de época, passado no século XVII. Isso significa ter uma bela produção, com excelentes figurinos. Tão caprichado é o filme que conseguiu ser até mesmo indicado ao Oscar na categoria de Melhor Música (de autoria de David Raksin). O roteiro também é muito bem escrito, explorando uma época particularmente complicada da história da Inglaterra. Há uma guerra civil a ser superada, um rei com problemas e a presença da peste negra, matando milhares de pessoas por todo o reino. É justamente nesse cenário de caos que a bela donzela Amber (em boa interpretação de Linda Darnell) tenta viver. Ela é o que hoje em dia poderia se chamar de "alpinista social". De origem humilde ela começa a se relacionar com nobres ricos e poderosos, incluindo um Duque bem mais velho do que ela, com quem acaba se casando. Seus bons contatos sociais a levam até mesmo ao rei Charles II (Sanders) que não perde a oportunidade de cortejá-la! Seu coração porém pertence apenas a um homem, um corsário, um capitão de caravelas que passa mais tempo nos mares do que em casa. Ela tem um filho dele e jamais o esquece, embora seu romance seja cheio de sobressaltos e dramas. No geral é um daqueles romances ao velho estilo que merecem uma revisão. Tudo muito bem trabalhado, escrito, ambientado. O enredo original vem de um romance vitoriano escrito pela autora Kathleen Winsor. Tudo muito romântico e dramático, especialmente indicado para o público feminino, que certamente vai apreciar bastante esse bom drama romântico de época. Um filme até mesmo inspirador, para corações apaixonados que não desistem de viver o grande amor de sua vida.

Pablo Aluísio.

sábado, 4 de abril de 2015

Tomates Verdes Fritos

Uma dona de casa infeliz com sua vida e uma viúva solitária acabam se conhecendo, revivendo antigas memórias de uma amizade entre duas mulheres no sul racista dos Estados Unidos na primeira metade do século XX. Acima de tudo um belo filme, um drama sensível que se apóia basicamente no talento maravilhoso de um elenco essencialmente feminino. Em cima de um enredo que aparentemente é simples, toda a história americana é revisitada, mostrando as lutas e batalhas de mulheres corajosas que ousaram desafiar os dogmas do sistema, em uma sociedade atrasada e retrógrada. O grande trunfo de "Fried Green Tomatoes" vem basicamente de seu roteiro, muito emocionante e evocativo, tudo isso sem deixar também pequenas pitadas de humor pelo caminho. 

Também adorei em particular a excelente reconstituição de época e o trabalho de atuação da saudosa e magnífica Jessica Tandy (1909 - 1994), uma das grandes damas da história do teatro de Nova Iorque, uma talentosa profissional que chegou inclusive a dividir o palco com o mito Marlon Brando na adaptação da peça de Tennessee Williams "Uma Rua Chamada Pecado" na década de 1950. Curiosamente sua carreira no cinema só alcançou reconhecimento mesmo bem tarde em sua vida, quando ela hipnotizou o grande público no filme "Conduzindo Miss Daisy", o grande vencedor do Oscar em seu ano. Aqui ela novamente mostra uma sensibilidade à flor da pele e suas cenas são a prova do grande legado que ela deixou na arte de interpretar. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Atriz Coadjuvante (Jessica Tandy) e Melhor Roteiro Adaptado. Também indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Filme, Melhor Atriz (Kathy Bates) e Melhor Atriz Coadjuvante (Jessica Tandy) /  

Tomates Verdes Fritos (Fried Green Tomatoes, Estados Unidos, 1991) Direção: Jon Avnet / Roteiro: Fannie Flagg / Elenco: Kathy Bates, Jessica Tandy, Mary Stuart Masterson / Sinopse: O filme conta a história de amizade de mulheres que recordam de seu passado, em um tempo onde o racismo era a ordem do dia no Sul dos Estados Unidos.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 5 de abril de 2013

O Milagre Veio do Espaço

Na década de 1980 Steven Spielberg não apenas exerceu seu toque de Midas nos filmes que dirigiu mas também em ótimas produções em que ele surgia como produtor executivo. Um exemplo é esse pequeno mas muito simpático filme de Sci-fi chamado “O Milagre Veio do Espaço” (o titulo original, “Baterias não incluídas” também era muito charmoso mas infelizmente a produtora nacional não achou que o nome fosse comercialmente viável em nosso país). Usando das novas inovações em efeitos especiais o filme apresentava uma série de pequeninas naves espaciais que chegavam à terra para ajudar um grupo de moradores pobres de um edifício prestes a ser condenado. Spielberg volta ao tema do “ET amigável” que já havia utilizado em seu maior sucesso de bilheteria para novamente fisgar o público que na época consumia com avidez qualquer produto que levasse a marca Steven Spielberg.

Na época em que “O Milagre Veio no Espaço” foi lançado Spielberg ainda fazia parte do grupo Universal (ele só inauguraria seu próprio estúdio, a Dreamworks, alguns anos depois). O filme teve uma estréia discreta nos cinemas, inclusive no Brasil, mas encontrou seu mercado perfeito nas locadoras de VHS, logo se tornando um campeão em locações. Seu sucesso nem é complicado de se entender pois a produção era leve, divertida, feita mesmo para toda a família. E obviamente o design das pequenas espaçonaves caíram como uma luva no gosto do público infantil (apesar do filme em si não ser uma aventura feita especialmente para essa fatia do público). Além dos charmosos efeitos especiais e do clima de diversão amena, “O Milagre Veio do Espaço” ainda se destacava pelo elenco formado por veteranos das telas, em especial a inesquecível atriz Jessica Tandy. Talento teatral na década de 1950 (chegou a atuar ao lado de Marlon Brando), Tandy encontrou um curioso espaço em filmes de ficção como esse e Cocoon. Sua consagração viria dois anos depois em “Conduzindo Miss Daisy”, o grande vencedor do Oscar. Sua presença enche de dignidade a tela. Assim fica a indicação desse pequeno filme com a marca Spielberg. Certamente você que o assistiu há tantos anos vai se encantar novamente com seu enredo cativante e seu clima de pura nostalgia da década de 80.

O Milagre Veio do Espaço (Batteries Not Included, Estados Unidos, 1987) Direção: Matthew Robbins / Roteiro: Mick Garris, Brad Bird / Elenco: Hume Cronyn, Jessica Tandy, Frank McRae / Sinopse: Um corretor de imóveis ganancioso pretende colocar abaixo um prédio onde moram vários velhinhos. Pedindo por um milagre eles são recompensados pela presença de estranhas naves espaciais vindas do espaço.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Conduzindo Miss Daisy

Quando "Conduzindo Miss Daisy" venceu o Oscar de Melhor Filme muitos ficaram surpresos. O filme era considerado o azarão daquele ano e conseguiu superar todos os favoritos. Produção pequena, mas muito charmosa, "Conduzindo Miss Daisy" mostrava a relação de amizade que se prolongava por muitos anos entre a senhora branca do título e seu chofer negro. O filme é cativante e trata a questão racial com extremo cuidado e bom gosto. O fato de ter vencido o Oscar não deveria ter surpreendido tantos assim. O problema do racismo, principalmente em Estados do Sul dos EUA, jamais foi superado de verdade, ainda é uma chaga aberta naquela sociedade. O roteiro ao mostrar uma amizade verdadeira entre um negro e uma branca tocou fundo novamente no problema, levando a simpatia dos membros da Academia, sempre dispostos a premiar filmes que tenham a coragem de tocar em assuntos polêmicos e relevantes. 

Esse também é um filme de atuações, acima de tudo. O roteiro se apóia quase que inteiramente entre a relação de amizade dos personagens interpretados por Morgan Freeman e Jessica Tandy. Ambos estão muito inspirados em cena, esbanjando talento e carisma. Para Jessica Tandy em particular a produção pode ser considerada uma justiça tardia feita em homenagem à longa carreira da atriz nos palcos e telas. Embora muito respeitada no meio teatral americano Jessica Tandy jamais conseguiu se tornar uma estrela de primeira grandeza no cinema, embora fosse mais talentosa que muitas delas. De certo modo foi uma atriz injustiçada pelo cinema ao longo de sua extensa carreira artística. O Oscar que recebeu por sua interpretação de Miss Daisy foi de certa forma um pedido de desculpas da indústria de cinema americano em relação a ela, por ter sido tão subestimada por tantos anos. Morgan Freeman também foi indicado mas não conseguiu levar o Oscar para casa. Idem Dan Aykroyd, um ator de comédias, que conseguiu pela primeira e única vez uma indicação ao prêmio. "Conduzindo Miss Daisy" acabou sendo indicado a nove prêmios e venceu quatro (Filme, Atriz, Roteiro Adaptado e Maquiagem). Também venceu o Globo de Ouro de Melhor Filme e Melhor Atriz (Jessica Tandy). Com tanto reconhecimento não precisa mais de recomendação. Tudo é extremamente delicado e bem escrito. Mostra acima de tudo que basta um roteiro bem desenvolvido, bem trabalhado para realizar um belo filme, aqui no caso um pequeno belo filme, quase um poema cinematográfico. Merece ser redescoberto.  

Conduzindo Miss Daisy (Driving Miss Daisy, Estados Unidos, 1989) Direção: Bruce Beresford / Roteiro: Alfred Uhry, baseado em sua própria peça teatral / Elenco: Jessica Tandy, Morgan Freeman, Dan Aykroyd, Patti LuPone, Esther Rolle / Sinopse: O filme retrata a longa amizade de uma senhora branca do sul dos EUA, Miss Daisy (Jessica Tandy), e seu chofer negro, Hoke Colburn (Morgan Freeman).  

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Cocoon

Alguns filmes vencem pela simpatia e boas intenções. Esse foi o caso dessa simpática produção, "Cocoon". Sucesso de bilheteria o filme inovava dentro do gênero ficção científica ao colocar em cena um grupo de velhinhos em um asilo que recuperava a energia de sua juventude ao mergulhar em uma piscina onde extraterrestres guardavam grandes casulos, os tais que dão origem ao título do filme. "Cocoon" de certa forma era inspirado na imagem positiva dos ETs que o público havia visto no grande sucesso de Steven Spielberg, "ET - O Extraterrestre". Como se sabe os seres de outros planetas quase sempre eram retratados como agentes do mal, invasores e dominadores em relação ao nosso planeta. Essa visão era extremamente popular na década de 50 com poucas exceções (como "O Dia em Que a Terra Parou"). No geral prevalecia o retrato malvado dos seres espaciais como em "Guerra dos Mundos". 

Depois de ET de Spielberg a coisa mudou de foco. Se eram seres tão avançados a ponto de virem até nosso planeta não fazia o menor sentido serem guerreiros ou destruidores, pelo contrário o nível que tinham atingindo só poderia ser fruto de uma civilização avançada e bondosa. Assim são os extraterrestres de "Cocoon". Seres que não se importam em ajudar os idosos que se tornam seus amigos. E por falar em velhinhos simpáticos "Cocoon" trazia para as telas um excelente grupo de atores veteranos (alguns em seu último trabalho nas telas). Os destaques são Don Ameche (sempre ótimo, com um feeling de humor raro) e Jessica Tandy (uma veterana dos palcos e dos filmes, a primeira atriz a contracenar com Marlon Brando em "Uma Rua Chamada Pecado" no teatro). Completando o elenco dois atores que fizeram muito sucesso na década de 80: Steve Guttenberg (da franquia de humor de grande sucesso "Loucademia de Polícia") e Brian Dennehy (dos sucessos "Rambo" e "Silverado"). Na direção o subestimado diretor Ron Howard, amado por uns e odiado por outros que o consideram superficial em excesso. Aqui pelo menos em "Cocoon" ele encontrou o tom certo, uma fábula muito graciosa sobre amizade, dignidade na terceira idade e beleza interior. Teve uma continuação dispensável alguns anos depois por causa do sucesso de bilheteria desse. Bons tempos em que os efeitos existiam para dar suporte a um bom roteiro e argumento. Se você gosta de um bom filme de ficção não pode deixar de assistir "Cocoon".  

Cocoon (Cocoon. Estados Unidos, 1985) Direção: Ron Howard / Roteiro: Tom Benedek baseado na estória de David Saperstein / Elenco: Don Ameche, Jessica Tandy, Steve Guttenberg, Brian Dennehy, Wilford Brimley, Hume Cronyn, Maureen Stapleton / Sinopse: Um grupo de velhinhos em um asilo recupera a energia e a alegria de sua juventude ao mergulhar em uma piscina onde extraterrestres guardam grandes casulos, os tais que dão origem ao título do filme.  

Pablo Aluísio.