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quinta-feira, 18 de agosto de 2022

Fahrenheit 451

Título no Brasil: Fahrenheit 451
Título Original: Fahrenheit 451
Ano de Produção: 1966
País: Inglaterra
Estúdio: Anglo Enterprises, Vineyard Film Ltd
Direção: François Truffaut
Roteiro: François Truffaut, Jean-Louis Richard
Elenco: Oskar Werner, Julie Christie, Cyril Cusack, Anton Diffring.

Sinopse:
Em uma sociedade opressora e violenta, onde os livros são proibidos pelo Estado, um bombeiro, Guy Montag (Oskar Werner), cuja principal função é localizar livros escondidos através de denúncias para queimá-los, acaba se apaixonando pela bela Clarisse (Julie Christie), uma apaixonada por literatura. A paixão fará com que Guy comece a questionar as ordens superiores e sua própria atividade dentro daquela sociedade.

Comentários:
Fahrenheit 451 é a temperatura em que ocorre a combustão na escala americana (onde não se usa Celsius mas Fahrenheit). Pois bem, esse foi o título do livro original que Truffaut resolveu adaptar para o cinema. Até hoje o filme é considerado uma de suas obras primas não apenas por seus méritos cinematográficos (todos inegáveis) mas também por sua mensagem, pois o roteiro funciona como uma denúncia contra sistemas opressores e governos tiranos. A mensagem do filme é clara, um luta contra regimes autoritários e de exclusão da Liberdade de pensamento e de expressão. Nesse tipo de ditadura não há espaço para discussão e nem debate e o livro representa justamente isso, a capacidade de pensar de cada pessoa, por isso devem sempre ser queimados! De qualquer maneira é aquele tipo de filme que levanta questionamentos, que faz pensar. Truffaut mostra carinho por seu filme, acima de tudo, apesar do tema explosivo que explora. Uma produção essencial não apenas para entender o grande diretor, mas também o mundo em que vivemos. 

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 6 de maio de 2022

O Retorno do Soldado

Título no Brasil: O Retorno do Soldado
Título Original: The Return of the Soldier
Ano de Produção: 1982
País: Reino Unido
Estúdio: Barry R. Cooper Productions
Direção: Alan Bridges
Roteiro: Hugh Whitemore
Elenco: Julie Christie, Glenda Jackson, Ann-Margret, Alan Bates, Ian Holm, Hilary Mason

Sinopse:
Oficial inglês retorna para seu país após lutar na guerra. Ele começa a apresentar sequelas, resultando em perda de memória recente. Só que se lembra bem de fatos mais antigos, inclusive de sua primeira namorada. O problema é que o tempo passou e ela se tornou uma mulher casada. Sua paixão porém renasce quando a reencontra.

Comentários:
Não é um filme de guerra como pode parecer supor seu título. Na verdade é um drama romântico muito elegante, com ótima produção de época. O protagonista é um homem torturado pelos anos que passou na guerra. De volta para a Inglaterra, ele quer esquecer das atrocidades que viu no campo de batalha. Ele só consegue lembrar bem dos fatos de sua juventude e adolescência e se revela ainda apaixonado pela sua primeira namorada. Ela se encontra casada e não pode corresponder à sua paixão, criando uma controvérsia na comunidade onde vive. O grande destaque do elenco é a presença da atriz Julie Christie. Em elegantes figurinos, ela ainda continuava uma mulher bela e charmosa, mesmo após muitos anos de interpretar Lara, sua personagem mais famosa do clássico "Dr. Jivago".

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 20 de setembro de 2021

Doutor Jivago

Título no Brasil: Doutor Jivago
Título Original: Doctor Zhivago
Ano de Produção: 1965
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: David Lean
Roteiro: Robert Bolt
Elenco: Omar Sharif, Julie Christie, Geraldine Chaplin, Rod Steiger, Alec Guinness, Tom Courtenay

Sinopse:
Baseado no famoso romance escrito por Boris Pasternak, o filme "Dr. Jivago" conta a história de um jovem médico russo, membro da burguesia, que vê seu mundo mudar completamente com a chegada da Revolução Russa. Depois que os Bolcheviques tomam o poder nada mais seria como no passado.

Comentários:
O cineasta David Lean foi um dos grandes mestres da sétima arte em seu tempo. Nesse filme ele aceitou o convite da MGM para transformar em cinema um best-seller maravilhoso que contava a história da revolução russa sob a perspectiva de um homem, um médico, que via as antigas estruturas da nação em que vivia serem modificadas praticamente da noite para o dia. O Dr. Jivago (em ótima interpretação do talentoso ator Omar Sharif) era um bom homem, que inclusive acreditava em certos valores dos novos tempos revolucionários, mas que com o tempo iria também presenciando os absurdos cometidos pelos comunistas que, ávidos de poder, cometiam todo tipo de atrocidades contra o seu próprio povo. Esse é um filme grandioso, épico, como era de praxe na obra do grande Lean. A reconstituição histórica é perfeita, tudo em harmonia com um roteiro primoroso e uma produção classe A. Sem dúvida esse filme é uma das grandes obras primas da história do cinema norte-americano. Simplesmente imperdível.

Pablo Aluísio.

sábado, 20 de abril de 2019

Doutor Jivago

Na Rússia czarista às vésperas da Revolução Comunista um jovem médico recém formado e poeta, Yuri Jivago (Omar Sharif), começa a entender as terríveis mudanças pelas quais a sociedade de seu país está prestes a passar. Naquele ambiente de revolta duas classes sociais estão vivendo um choque violento de ideologias. A nobreza e a alta burguesia preenchem seu tempo em festas e salões luxuosos enquanto a classe trabalhadora clama por justiça e direitos. Enquanto isso Lara (Julie Christie), uma linda garota de apenas 17 anos, começa a se tornar o objeto de desejo de um burocrata do sistema, o infame Komarovsky (Rod Steiger), mal sabendo ela que no futuro o seu destino e o do jovem Jivago se encontrarão, dando origem a um romance que tentará sobreviver a implantação de um dos regimes políticos mais brutais da história do século XX. Assim começa o grande clássico do cinema "Doutor Jivago", uma das maiores obras primas do cineasta David Lean. Com roteiro baseado no best-seller de Boris Pasternak o filme trouxe para as telas o trágico e comovente amor entre Jivago e sua eterna musa Lara. Com reconstituição histórica simplesmente perfeita e brilhante domínio técnico, o mestre David Lean deu à sétima arte mais um marco de sua carreira.

Um dos grandes méritos do texto de "Doutor Jivago" é que ele procura captar as terríveis mudanças nas vidas das pessoas comuns quando houve aquela grande ruptura dentro da sociedade russa. O que era para ser um novo regime, baseado na liberdade e distribuição de riquezas logo se tornou tão brutal e infame quanto o próprio sistema czarista que derrubou. Usando de força militar o governo dito comunista destruiu direitos individuais, violou inúmeras vezes os direitos humanos e impôs sua visão de Estado máximo com uma brutalidade poucas vezes vista na história da humanidade. Ao mostrar um jovem médico tentando sobreviver ao lado de sua família no meio daquele caos revolucionário a mensagem de Boris Pasternak se mostra cristalina. Nenhum sistema sobrevive sem respeitar o ser humano como tal. Como exposto várias vezes no filme, a ideologia comunista não admitia mais qualquer traço de individualidade, onde o homem se tornava apenas instrumento estatal sem qualquer vontade própria. Assim o personagem Jivago é tirado de sua família, de forma forçada e arbitrária, para seguir com os fanáticos partidários vermelhos ao front, onde homens morriam ao relento, no gelo do inverno russo, em combates sem sentidos ou objetivos contra o chamado exército branco.

Como havia feito em "Lawrence da Arábia" o genial David Lean usa a natureza indomável da Rússia como componente de narração criando um efeito de raro brilhantismo. Os personagens tentam de todas as formas sobreviver naquela ambiente hostil mas acabam percebendo que são apenas peças menores de um jogo de xadrez do qual não conseguem escapar. Há várias cenas grandiosas em "Dr. Jivago" que retratam justamente isso, como por exemplo, a fuga da família de Jivago rumo aos montes Urais em um trem lotado de refugiados sem quaisquer condições mínimas de assegurar a dignidade humana daquelas pessoas. A fotografia maravilhosa da região que Lean disponibiliza ao espectador realmente é de encher os olhos. Outro destaque é a forma muito terna e ao mesmo tempo realista que o diretor explora o amor impossível entre Jivago e Lara. Essa aliás é quase sempre associada a lindos campos de girassóis amarelos, onde fica clara mais uma vez o uso da beleza da natureza como componente de narração do genial Lean. A cena final de Lara, caminhando solitária rumo ao desconhecido, com um enorme e opressivo poster do ditador sanguinário Stálin ao fundo também é outro exemplo do talento do diretor em dizer muito apenas com imagens marcantes. Ali ele simboliza toda a insignificância da pessoa humana frente ao onipresente e sufocante Estado Soviético. Um toque de gênio. "Doutor Jivago" é uma obra magnífica digna de todos os elogios. Em pouco mais de três horas e meia David Lean consegue levar seu espectador para o centro da revolução comunista, mostrando todos os dramas e pesadelos pelos quais o povo russo passou naquele período histórico. Época aliás que os russos sabiamente querem mesmo é esquecer e com toda a razão do mundo.  

Doutor Jivago (Doctor Zhivago, EUA, Itália, Espanha, 1965) Direção: David Lean / Roteiro: Robert Bolt, baseado na obra de Boris Pasternak / Elenco: Omar Sharif, Julie Christie, Geraldine Chaplin, Rod Steiger, Alec Guinness, Tom Courtenay, Siobhan McKenna, Ralph Richardson / Sinopse: O filme narra os dramas de um jovem casal que tanta levar em frente seu amor em meio ao caos da Revolução Russa. Vencedor do Oscar nas categorias de Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Direção de Arte, Melhor Fotografia, Melhor Figurino e Melhor Trilha Sonora. Indicado nas categorias de Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator Coadjuvante (Tom Courtenay), Melhor Edição e Melhor Som. Vencedor do Globo de Ouro nas categorias de Melhor Filme - Drama, Melhor Diretor (David Lean), Melhor Ator - Drama (Omar Sharif), Melhor Roteiro e Melhor Trilha Sonora. Vencedor do Grammy de Melhor Trilha Sonora. Indicado a Palma de Ouro em Cannes.

Pablo Aluísio. 

quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

O Despertar do Desejo

Título no Brasil: O Despertar do Desejo
Título Original: Afterglow
Ano de Produção: 1997
País: Estados Unidos
Estúdio: Sony Pictures Classics
Direção: Alan Rudolph
Roteiro: Alan Rudolph
Elenco: Nick Nolte, Julie Christie, Lara Flynn Boyle, Jonny Lee Miller
  
Sinopse:
O filme mostra a história de dois casais infelizes. O primeiro é formado por um vazio e ambicioso homem de negócios, Jeffrey Byron (Jonny Lee Miller), e sua esposa sexualmente frustrada Marianne (Lara Flynn Boyle). O segundo com o profissional da construção civil Lucky Mann (Nick Nolte) e uma atriz fracassada de filmes B chamada Phyllis (Julie Christie). Quando Lucky é contratado para trabalhar no apartamento de Jefrey logo surge uma atração entre ele a esposa do seu contratante.

Comentários:
Casamentos infelizes geralmente rendem bons dramas, ainda mais porque a destruição de relacionamentos que deveriam durar para sempre sempre despertam a atenção do público. Esse "O Despertar do Desejo" é um drama cult dos anos 90 que explora justamente esse tipo de situação. Embora tenha sido indicado a vários prêmios pelos festivais mundo afora o grande destaque desse filme é realmente seu elenco. A começar pela presença sempre interessante de Julie Christie, uma musa do cinema clássico em sua era de ouro. Afinal é impossível esquecer Julie em seu maior papel, o da linda russa Lara em "Doutor Jivago", personagem que a marcou para sempre. Aqui ela já estava bem mais velha, porém o talento continuava intacto, tanto que acabou sendo agraciada com uma indicação ao Oscar justamente por interpretar essa atriz infeliz na profissão e no casamento. Essa foi a terceira vez que Julie Christie foi indicada ao Oscar, tendo sido premiada em 1965 com o filme "Darling - A Que Amou Demais", seguida das indicações em "Onde os Homens São Homens" em 1971 e "Longe Dela" em 2006. Julie sozinha, com seu imenso talento dramático, já vale o filme inteiro. Por isso não deixe de conferir esse grande momento de sua carreira.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Em Busca da Terra do Nunca

Peter Pan é um dos personagens mais famosos do universo infantil. Ele foi criado originalmente em uma peça de teatro escrita pelo dramaturgo James Mathew Barrie (1860 – 1937) que vivia um momento particularmente complicado de sua vida. O autor vinha de um grande fracasso de público e crítica com sua última peça e precisava urgentemente de um novo sucesso para se redimir. Em busca de novas idéias resolveu certa tarde ir passear em um parque próximo de sua casa. Ao ver um grupo de crianças brincando de forma despreocupada pensou em como seria bom viver eternamente na infância, sem pressões, sem obrigações, apenas brincando e vivendo sem preocupações. Diante desses pensamentos J.M. Barrie acabaria criando “Peter Pan”, um garoto que se recusava a crescer e deixar seus anos de criança para trás. É justamente a história da criação desse personagem imortal que acompanhamos no filme “Em Busca da Terra do Nunca”. O criador de Peter Pan é interpretado pelo astro Johnny Depp, aqui despido de maquiagem pesada, sempre presente em seus maiores sucessos. O ator fez pesquisa sobre Barrie mas de uma forma em geral não se destaca em sua atuação, se mostrando bem mais contido do que o habitual.
 
Interpretando o produtor teatral Charles Frohman o elenco ainda traz o grande Dustin Hoffman. Para quem não se lembra uma de suas atuações mais famosas foi justamente em “Hook”, uma versão de Peter Pan sob as lentes de Steven Spielberg. Lá ele fazia um Capitão Gancho afetado e histriônico. Mas sua presença não ajuda muito. Até a sempre marcante Kate Winslet está apagada. Em termos de elenco o grande destaque mesmo é a presença de Julie Christie, atriz de “Dr Jivago” que marcou época por causa de sua beleza nórdica. Apesar dos anos não perdeu a elegância e o estilo. Assim em termos gerais podemos dizer que o filme é muito bem realizado, com excelente reconstituição histórica e direção de arte caprichada e bonita mas é aquele tipo de produção que não tem um enredo dramaticamente forte o suficiente para se tornar interessante. O dramaturgo era, apesar de seu talento inegável para escrever, uma pessoa praticamente comum, sem grandes dramas a contar em sua vida pessoal. Ele acaba se tornando próximo a uma viúva e seus quatro filhos (que serviriam como fonte de inspiração para Peter Pan) mas fora isso nada de muito marcante acontece deixando o filme em muitos momentos arrastado, por não ter uma história melhor para contar. Vale como curiosidade histórica para se conhecer um pouco mais da vida do criador de Peter Pan e é só.

Em Busca da Terra do Nunca (Finding Neverland, Estados Unidos,  2003) Direção: Marc Forster / Roteiro: Allan Knee, David Magee / Elenco: Johnny Depp, Kate Winslet, Radha Mitchell, Julie Christie, Dustin Hoffman / Sinopse: Dramaturgo em crise após o fracasso de sua última peça de teatro resolve escrever algo completamente diferente. Seu novo texto era a estória infantil de um grupo de crianças que se recusam a crescer. O nome da peça? Peter Pan.

Pablo Aluísio.

sábado, 30 de agosto de 2014

Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban

Título no Brasil: Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban
Título Original: Harry Potter and the Prisoner of Azkaban
Ano de Produção: 2004
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Alfonso Cuarón
Roteiro: Steve Kloves, baseado na obra de J.K. Rowling
Elenco: Daniel Radcliffe, Emma Watson, Rupert Grint, Gary Oldman, Alan Rickman, Emma Thompson, Maggie Smith, Julie Christie

Sinopse:
Harry Potter (Daniel Radcliffe) retorna para Hogwarts, em seu terceiro ano na famosa escola de bruxos e magos. Agora terá que lidar com uma nova ameaça, após a fuga do assassino Sirius Black (Gary Oldman) da prisão de Azkaban. O objetivo do criminoso foragido e encontrar Potter para um desafio de vida ou morte. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Trilha Sonora (John Williams) e Melhores Efeitos Especiais. Também indicado a nove prêmios da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films, entre eles Melhor Filme de Fantasia, Direção e Ator Coadjuvante (Gary Oldman).

Comentários:
Considero um dos melhores filmes da franquia Harry Potter. Isso se deve muito ao elenco e à direção que foi entregue ao talentoso Alfonso Cuarón (cineasta mexicano que havia se destacado por dirigir, entre outros, "Grandes Esperanças", sendo que recentemente foi destaque por ter realizado o que para muitos é sua maior obra prima, "Gravidade"). Além da direção diferenciada e caprichada, essa produção contou ainda com um time de atores coadjuvantes de primeira linha, a começar por Gary Oldman (deitando e rolando como Sirius Black), Emma Thompson (que aceitou interpretar a professora Sybil Trelawney para impressionar sua filhinha de apenas quatro anos, fã assumida de Harry Potter) e Julie Christie (para quem não sabe, um mito da era de ouro do cinema americano, a eterna Lara de "Dr. Jivago", aqui dando vida a uma personagem meramente secundária, Madame Rosmerta). Outro destaque do elenco vem da estréia do ator Michael Gambon na pele do mago Albus Dumbledore. Ele assumiu o papel após a morte de Richard Harris, falecido em 2002 após concluir sua participação em "Harry Potter e a Câmara Secreta". Além desses ótimos atores e atrizes em cena, o filme ainda se destaca pela excelente direção de arte e pela trama, uma das melhores escritas por J.K. Rowling. Enfim, realmente se tivesse que escolher o melhor filme da franquia pensaria seriamente em apontar para esse, onde todas as peças parecem estar no lugar certo.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Sem Proteção

Mesmo aos 77 anos de idade o ator Robert Redford está em plena forma. Uma prova disso é esse ótimo filme "Sem Proteção" que apesar de ter sido lançado sem maiores repercussões de público e crítica no ano passado demonstra sem muito esforço que Redford ainda está em pleno auge criativo. A direção é do próprio ator que corajosamente faz uma pequena crítica aos liberais de seu tempo. Durante a década de 1960 o movimento contra a guerra do Vietnã explodiu no país. Os manifestantes eram em sua maioria jovens universitários que usaram sua liberdade de pensamento para se posicionarem contra a política externa americana, que enviava jovens como eles para morrerem e desaparecerem nas selvas do sudeste asiático. Alguns membros desses movimentos acabaram adotando uma linha mais radical o que acabou levando vários deles para a clandestinidade, muitos deles inclusive acusados de crimes e procurados pelo FBI. Esse é o caso de Nick Sloan (Robert Redford). Ele fez parte de um grupo extremamente radical nos anos 60. Após a morte de um guarda de banco se tornou foragido pois o FBI o acusou de participação no crime. Sloan porém consegue escapar e fica por longos trinta anos escondido da justiça. Ele adota outra identidade e se faz passar por um advogado de nome Jim Grant.

Seu disfarce porém cai quando uma antiga colega de lutas revolucionárias, Sharon Solarz (Susan Sarandon), é localizada e presa pelo FBI. Viúvo e pai de uma pequena garota, Sloan tenta então fugir de todas as formas de seu passado para encontrar uma pessoa que poderá provar sua inocência. Não vai ser fácil pois um jornalista investigador, Ben Shepard (Shia LaBeouf) também está em seu encalço. O roteiro de "The Company You Keep" é bem acima da média do que se vê atualmente dentro do cinema americano. Redford lida muito bem com seus personagens, todos já velhos e cansados, tendo que lidar com atos impensados cometidos em suas juventudes. A ideia de viver fugindo do FBI por tanto tempo, assumindo disfarces e identidades falsas acaba cobrando um preço muito grande de todos aqueles antigos radicais do movimento. E o curioso é que Redford faz um mea culpa muito elegante e inteligente sobre as posições radicais de sua geração, mostrando que muitas vezes a falta de experiência e a postura radical típicas da juventude podem prejudicar seriamente a vida das pessoas no futuro. Pena que o texto não abra maior espaço para esse debate preferindo a partir de determinado momento mostrar apenas a luta de Sloan (Redford) para escapar das mãos do FBI. Mesmo assim se trata realmente de um excelente thriller que merece ser assistido.

Sem Proteção (The Company You Keep, Estados Unidos, 2012) Direção: Robert Redford / Roteiro: Lem Dobbs baseado no livro escrito por Neil Gordon / Sinopse: Robert Redford, Susan Sarandon, Shia LaBeouf, Nick Nolte, Julie Christie, Stanley Tucci / Sinopse: Trinta anos depois de escapar do FBI um antigo membro de uma ala radical de luta contra a guerra do Vietnã é finalmente encontrado. Tentando fugir de todas as formas ele parte em busca de uma antiga colega do movimento que poderá provar finalmente sua inocência em um crime de assassinato ao qual é acusado.

Pablo Aluísio.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Hamlet

Título no Brasil: Hamlet
Título Original: Hamlet
Ano de Produção: 1996
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: Castle Rock Entertainment, Turner Pictures
Direção: Kenneth Branagh
Roteiro: Kenneth Branagh,
Elenco: Kenneth Branagh, Julie Christie, Derek Jacobi

Sinopse:
Baseado na obra "Hamlet" escrita por William Shakespeare em 1599. Hamlet (Kenneth Branagh), príncipe da Dinamarca, retorna para casa para encontrar um caos familiar e de valores. Seu pai foi assassinado e sua mãe está envolvida amorosamente com o suposto assassino. O mundo parece desmoronar ao redor do nobre escandinavo. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Direção de Arte, Melhor Figurino e Melhor Música. Também indicado ao Bafta Awards nas categorias de Melhor Direção de Arte e Melhor Figurino.

Comentários:
Adaptar William Shakespeare para o cinema nunca foi algo fácil. A linguagem rebuscada e muito rica do autor acaba assustando o público em geral que frequenta as salas de exibição ao redor do mundo nos dias atuais. Assim, para amenizar esse aspecto muitas adaptações procuraram modernizar ou minimizar os textos originais. Alguns cometeram inclusive a heresia de substituir os diálogos originais por um palavreado mais corriqueiro, do dia a dia. Indo contra essa tendência o ator e diretor Kenneth Branagh resolveu fazer algo mais fiel ao texto do autor. O resultado é uma produção para poucos. De longa duração, com figurinos e cenários luxuosos, o "Hamlet" de Kenneth Branagh veio com o status de ser o filme definitivo sobre o trágico personagem shakesperiano. O filme é pesado, excessivo e dura mais de quatro horas! Certamente seria mais conveniente se fosse realizado como uma minissérie. Mesmo assim consegue agradar e muito a quem se aventurar por essa película. Obviamente que exigirá uma certa bagagem cultural do espectador. Não é aquele tipo de produção que vai agradar a todos, pois é essencial conhecer o mínimo sobre William Shakespeare e sua obra magnífica para desfrutar melhor essa realização cinematográfica. Assim se você estiver curioso em conhecer mais sobre o famoso autor o filme virá bem a calhar. Esse "Hamlet" é requintado, elegante, fiel ao texto original e definitivamente não faz nenhuma concessão comercial. Uma obra para puristas em geral.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 9 de março de 2007

Julie Christie

A atriz Julie Christie fez 54 filmes ao longo da carreira. Alguns são clássicos absolutos do cinema. Entre eles os mais lembrados são "Doutor Jivago" onde interpretou a linda russa Lara e "Fahrenheit 451", uma ficção sombria sobre um mundo do futuro onde o próprio Estado queimava livros para impedir a proliferação de ideias subversivas. Dois filmes completamente diferentes, mas que contavam com o carisma e a beleza da atriz.

Nunca venceu o Oscar, mas certamente merecia algum reconhecimento maior por parte da academia. Dizem as más línguas que sua beleza foi um fator que a prejudicou nesse aspecto. Ela sempre levou sua profissão muito à sério, porém algumas "colegas", incomodadas com seu sucesso, deliberadamente sabotaram uma premiação dessa magnitude.

Curiosamente nasceu na Índia, quando seus pais ingleses trabalhavam naquela região. De volta à Inglaterra ela regularizou sua cidadania, afinal a não ser o capricho do destino nada a ligava àquele país exótico que um dia havia sido colônia do outrora poderoso império britânico. Em Londres decidiu que queria estudar arte dramática e ser atriz. Também pensava em um dia se tornar diretora de cinema, algo que naquele tempo ainda era considerado algo fora dos padrões dentro da indústria do entretenimento.

Começou a trabalhar como atriz ainda muito jovem. Sua estreia se deu inicialmente na televisão onde atuou em papéis de típica adolescente jovem da época em "A for Andromeda" e "Call Oxbridge 2000"; Isso chamou a atenção dos produtores de cinema. Na tela grande surgiu pela primeira vez na comédia "Crooks Anonymous" em 1962. Esse filme nunca foi lançado no Brasil. Apenas seu filme seguinte "A Garota dos Meus Pecados" chegou em nossas salas de cinema. A comédia era estrelada pelo comediante Leslie Phillips. O enredo era bem descontraído mostrando um exótico inglês que comprava um carro antigo e com ele vivia suas aventuras. Christie interpretava a filha de um aristocrata. Com roupa colegial ela fotografou muito bem, na beleza de sua juventude.

Pablo Aluísio.