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sexta-feira, 19 de julho de 2024

Furiosa: Uma Saga Mad Max

Furiosa: Uma Saga Mad Max
Esse novo filme da saga Mad Max fracassou nas bilheterias. O filme custou quase 170 milhões de dólares e não conseguiu recuperar o seu investimento, o seu custo nas salas de cinema. Atribuo isso a vários fatores, mas o principal é que fizeram as escolhas erradas. O primeiro erro foi produzir um filme que se auto intitula da Saga Mad Max, mas que não tem o personagem Mad Max. É como fazer um filme do Batman, mas sem o Batman. Depois decidiram contar a história de uma personagem secundária, a Furiosa. Se tinham a intenção de contar as origens de algum personagem teria sido mais sensato contar as origens do próprio Mad Max. E para piorar, o público em geral não entendeu a proposta do filme, já que a Furiosa tinha ganho grande espaço no filme anterior. Foi a pá de cal em relação a esse filme. O público em geral simplesmente não estava interessado mais nessa personagem. então ignoraram o filme. O desastre nas bilheterias de cinema foi grande. O estúdio agora tenta correr atrás do prejuízo lançando no streaming. Não vai recuperar o dinheiro investido, mas pelo menos vai diminuir o rombo. 

Agora, deixando esse aspecto comercial de lado, devo dizer que até gostei do filme. Ele demora um pouquinho a pegar ritmo, mas quando pega, o filme funciona. É uma daquelas produções muito bem feitas que você vê onde todo o dinheiro foi gasto. Os grandes cenários estão lá, a multidão de figurantes, etc. E as cenas de ação em geral também são muito boas. É interessante que se formos fazer uma comparação com os filmes da trilogia inicial de Mad Max poderíamos dizer que ele está mais próximo de A Cúpula do Trovão do que de Mad Max 2, por exemplo. Ainda assim é um bom filme. Lamento pelo veterano diretor George Miller. Provavelmente pela idade e pelo fato do filme ter dado prejuízo pode ser que esse seja seu último filme. Uma pena. De uma maneira ou outra, deixo a recomendação. O filme tem seus problemas, isso é inegável, mas pelo menos serve como bom entretenimento. 

Furiosa: Uma Saga Mad Max (Furiosa: A Mad Max Saga, Estados Unidos, 2024) Direção: George Miller / Roteiro: George Miller, Nick Lathouris / Elenco: Anya Taylor-Joy, Chris Hemsworth, Tom Burke / Sinopse: Nesse novo filme da franquia Mad Max conhecemos as origens da personagem Furiosa. É o quinto filme passado no universo pós-apocalíptico de Mad Max. 

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 12 de maio de 2023

Traídos pela Paixão

Título no Brasil: Traídos pela Paixão
Título Original: Silver Strand
Ano de Lançamento: 1995
País: Estados Unidos
Estúdio: MGM Television
Direção: George Miller
Roteiro: Douglas Day Stewart
Elenco: Nicollette Sheridan, Gil Bellows, Jennifer O'Neill, Jay O. Sanders, Tony Plana, Wolfgang Bodison

Sinopse:
Filme também conhecido como "Almas de Aço", mas lançado originalmente no Brasil como "Traídos pela Paixão" em VHS. O filme conta a história de um jovem militar da Marinha dos Estados Unidos que acaba se apaixonando pela linda esposa de um de seus oficiais superiores. 

Comentários:
Na realidade esse é um telefilme, exibido pela televisão nos Estados Unidos. Só que no Brasil foi lançado no mercado de vídeo, nos tempos das locadoras VHS; Penso que isso acontecia com bastante frequência nos anos 90, alias; É até um bom filme, muito embora completamente quadradinho e convencional, afinal foi produzido para ser visto na TV mesmo, pela classe média norte-americana. No fundo só quer contar sua história de amor e romance, mas sem se comprometer muito, nem criar maiores polêmicas. O roteirista Douglas Day Stewart desse filme também escreveu o roteiro do consagrado filme de drama e romance "A Força do Destino" e ao ver essa produção chegamos na conclusão bem óbvia que ele no fundo está contando de novo a mesma história. Não foge muito da fórmula desse outro filme que foi sucesso nos cinemas com Richard Gere. 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

Babe

Título no Brasil: Babe, o Porquinho Atrapalhado
Título Original: Babe
Ano de Produção: 1995
País: Austrália
Estúdio: Kennedy Miller Productions
Direção: Chris Noonan
Roteiro: George Miller
Elenco: James Cromwell, Magda Szubanski, Christine Cavanaugh, Hugo Weaving, Miriam Flynn, Russi Taylor

Sinopse:
Baseado na novela infantil escrita por Dick King-Smith, "Babe" conta  a história de Babe, um porquinho que vive numa fazenda no interior da Austrália. Criado por cães pastores, ele próprio passa a pastorear ovelhas, para surpresa de seu próprio dono. Filme premiado no Oscar na categoria de melhores efeitos especiais (Scott E. Anderson, Charles Gibson e equipe).

Comentários:
"Babe" é uma fábula. Uma bela fábula cinematográfica. Só que o filme não surpreendia apenas por isso. Na realidade o que deixou muita gente surpresa em seu lançamento nos anos 90 foi o fato de que um filme infantil australiano, até bem pouco conhecido, cair assim nas graças da academia de cinema em Hollywood. O filme recebeu várias indicações ao Oscar, algo que ninguém esperava acontecer. Com uma técnica avançada de efeitos especiais, o filme também acabou se saindo vencedor dessa categoria que sempre foi mais direcionada para os grandes blockbusters da indústria norte-americana. Fora essa categoria técnica o filme ainda foi indicado nas categorias de melhor filme (uma enorme honra!), melhor direção e melhor ator (para o veterano James Cromwell, que interpretou um fazendeiro rude, mas de bom coração). As filmagens foram complicadas, pois filmes feitos com animais sempre dão trabalho. Para se ter uma ideia mais de 30 porcos foram usados para "interpretar" Babe. O resultado é tecnicamente impecável e também muito humano. Babe é um filme que tem alma e coração. Talvez por isso tenha sido tão bem recebido nos Estados Unidos na época.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 7 de outubro de 2020

O Óleo de Lorenzo

Título no Brasil: O Óleo de Lorenzo
Título Original: Lorenzo's Oil
Ano de Produção: 1992
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: George Miller
Roteiro: George Miller, Nick Enright
Elenco: Nick Nolte, Susan Sarandon, Peter Ustinov, Kathleen Wilhoite, Gerry Bamman, Margo Martindale

Sinopse:
Baseado em fatos reais, o filme "O Óleo de Lorenzo" conta a história de um casal, Augusto e Michaela Odone, que luta com todas as forças contra uma doença rara e misteriosa que atinge seu filho Lorenzo, um menino com apenas cinco anos de idade. A doença é incurável, mas seu pai decide que vai lutar até o fim pela vida de seu filho, inclusive procurando por alternativas em outros ramos do saber humano.

Comentários:
Esse excelente drama teve duas indicações ao Oscar. A atriz Susan Sarandon foi indicada na categoria de melhor atriz e devo dizer que deveria ter levantado a estatueta pois seu trabalho foi maravilhoso. A dupla George Miller e Nick Enright também foi indicada ao Oscar, por seu trabalho no roteiro do filme. Aliás é bom salientar que esse foi o filme mais fora da rota da carreira de George Miller. Ninguém em Hollywood esperava que o cineasta australiano, que se notabilizou pela série de ação e violência "Mad Max", iria dirigir um filme como esse, tão humano e realista. Na época o diretor explicou em entrevistas que estava mesmo se colocando à prova. Ele vinha de seu primeiro sucesso Made in Hollywood, a comédia com toques sobrenaturais "As Bruxas de Eastwick" com Jack Nicholson. Com esse novo filme tentava dar certo em um drama ao velho estilo, com muitas lágrimas e história tocante. Realmente foi uma boa escolha. "O Óleo de Lorenzo" fez sucesso de público e crítica e levantou temas interessantes para debates, inclusive entre os meios científico e médico. Qual seriam os limites da medicina e da ciência? Haveria algo além disso? Assista ao filme e tire suas próprias conclusões.

Pablo Aluísio. 

terça-feira, 7 de maio de 2019

Mad Max 2: A Caçada Continua

Então você gosta de filmes que se passam em um mundo pós-apocalíptico? Ora, então tem que necessariamente conhecer os filmes que deram origem a isso tudo. São os filmes do Louco Max, ou como conhecemos aqui no Brasil, Mad Max. São filmes violentos, pesados e com enredos simples. Cativaram o público por causa da originalidade de mostrar um mundo devastado, primitivo e novamente selvagem, mostrando o lado mais sórdido do ser humano, onde ele se torna capaz de tudo, matar, roubar, apenas para colocar as mãos em alguns litros de gasolina (afinal o que seria mais importante em um mundo destruído como aquele?)

Esse segundo filme da série é bem mais produzido do que o primeiro (que hoje em dia se parece mais com um filme amador!). Aqui há mais cuidados com figurinos, máquinas possantes (e mortais), além de maquiagem, efeitos especiais, etc. Claro, passados tantos anos algumas coisas ficaram datadas. O vilão, por exemplo, parece uma versão do Jason de "Sexta-feita 13", mas faça como os carros envenenados do mundo de Max e passe por cima desse tipo de coisa. Curta o filme não apenas pela ação desenfreada, como também por sua importância histórica. Afinal esses filmes que ainda hoje são lançados, com o mundo em ruínas, nada mais são do que novas versões para as boas e velhas aventuras violentas de Mad Max.

Mad Max 2 - A Caçada Continua (Mad Max 2, Austrália / EUA, 1982) Direção: George Miller / Roteiro: George Miller, Terry Hayes / Elenco: Mel Gibson, Vernon Wells, Bruce Spence, Michael Preston, Max Phipps / Sinopse: Mad Max (Mel Gibson) se vê envolvido numa luta pela sobrevivência em um deserto hostil pós apocalipse, onde todos lutam para colocar as mãos em uma refinaria isolada e perdida no meio do nada absoluto. Filme vencedor do prêmio da Australian Film Institute na categoria de Melhor Direção.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Robinson Crusoé

Título no Brasil: Robinson Crusoé
Título Original: Robinson Crusoe
Ano de Produção: 1997
País: Estados Unidos
Estúdio: Miramax
Direção: Rod Hardy, George Miller
Roteiro: Christopher Lofton
Elenco: Pierce Brosnan, William Takaku, Polly Walker
  
Sinopse:
Robinson Crusoé (Brosnan) é o único sobrevivente de um naufrágio. Depois que sua embarcação afunda, ele vai parar numa ilha desabitada, perdida no meio do oceano. Seu único companheiro é um cachorro que tal como ele também conseguiu sobreviver. Depois de algum tempo na ilha ele ganha a companhia de um nativo ao qual chama de Sexta-Feira (William Takaku), sobrevivente de um ataque de selvagens canibais. Juntos eles tentarão sobreviver aos desafios de se viver em um lugar tão remoto e distante da civilização.

Comentários:
A estória é clássica. Muito provavelmente seja uma das melhores adaptações, embora verdade seja dita, o material original não é lá essas coisas. O livro que deu origem ao filme, escrito por Daniel Defoe, é na verdade uma daquelas crônicas bem românticas, cheia de aventuras em mares desconhecidos, visando obviamente um público mais adolescente. Como o diretor George Miller quis mesmo realizar um filme bem fiel ao livro de que tanto gostou na juventude, o resultado acabou saindo um tanto inocente, com aqueles tipos de valores meio fora de moda, tipicamente da época em que o romance foi escrito. Dito isso, não podemos desprezar as boas qualidades dessa adaptação, como uma bela produção - a Miramax, com seu costumeiro bom gosto, estava por trás de tudo - lindos cenários naturais, bons figurinos e direção de arte que não abre margens a críticas descabidas. Eu tive a oportunidade de conferir esse filme em VHS e na época, se bem me recordo, o grande motivo que me levou a alugar a fita foi a presença do ator Pierce Brosnan. Afinal ele era o James Bond e qualquer filme com sua presença já era um bom motivo para conferir. Não me decepcionei, embora o que tenha ficado foi essa sensação de que o velho e bom Robinson Crusoé era mesmo indicado para os mais jovens, adolescentes em especial. Esse público certamente irá se divertir muito mais.

Pablo Aluísio.

sábado, 20 de fevereiro de 2016

Mad Max

Título no Brasil: Mad Max
Título Original: Mad Max
Ano de Produção: 1979
País: Austrália
Estúdio: Roadshow Entertainment
Direção: George Miller
Roteiro: James McCausland, George Miller
Elenco: Mel Gibson, Joanne Samuel, Hugh Keays-Byrne

Sinopse:
A visão de um futuro apocalíptico passado nos desertos da Austrália. O mundo está dominado por perigosas gangues de bandidos e foras-da-lei de todos os tipos. Para colocar um pouco de lei e ordem na região surge nas estradas desoladas o ex-policial Max Rockatansky (Mel Gibson). Vestido de couro da cabeça aos pés ele está determinado a impor novamente segurança pelas rodovias agindo como um verdadeiro policial, juiz e carrasco ao mesmo tempo. Filme premiado no Avoriaz Fantastic Film Festival na categoria de Melhor Direção (George Miller).

Comentários:
Junte um diretor australiano ousado, poucos recursos, um ator desconhecido e a vastidão do deserto localizado bem no centro da Austrália e o que você terá? Sim, um dos mais cultuados filmes de ação e ficção da história do cinema. A ideia era usar a desolação daquela região inóspita para mostrar um mundo pós-apocalíptico, após a humanidade ser praticamente quase toda destruída por guerras sem fim (que nunca são devidamente explicadas no roteiro). Nas estradas que sobraram vagam o ex-policial Mad Max e uma verdadeira fauna de psicopatas malucos e bizarros que lutam pelos bens mais preciosos naquele planeta devastado: água e combustível. Claro que a falta de recursos da produção se mostra muito nítido logo nas primeiras cenas, mas isso fica em segundo plano em razão da criatividade de George Miller. Certamente o filme trouxe seu nome para o primeiro plano e ele logo estaria dirigindo filmes em Hollywood. O mesmo aconteceu com Mel Gibson que até aquele momento só tinha aparecido em filmes australianos desconhecidos e medíocres. Depois de Max ele também foi para os Estados Unidos e lá emplacou uma carreira de grande sucesso comercial. Sendo o primeiro da franquia, esse "Mad Max" dos anos 1970 pode também ser considerado o primeiro de uma linhagem, pois filmes passados em um mundo destruído e sem esperanças se tornariam cada vez mais comuns, virando um verdadeiro subgênero de ficção. Quem diria que o louco Max iria fazer escola...

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Mad Max - Estrada da Fúria

Título no Brasil: Mad Max - Estrada da Fúria
Título Original: Mad Max - Fury Road
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos, Austrália
Estúdio: Village Roadshow Pictures
Direção: George Miller
Roteiro: George Miller, Brendan McCarthy
Elenco: Tom Hardy, Charlize Theron, Nicholas Hoult, Hugh Keays-Byrne, Riley Keough
  
Sinopse:
Max Rockatansky (Tom Hardy) vaga por um mundo destruído e sem esperanças. Os bens mais valiosos do que restou da humanidade e da civilização são a gasolina para os motores e a água para a sobrevivência em um mundo deserto e hostil. Durante sua jornada ele acaba sendo feito prisioneiro por uma comunidade liderada por Immortan Joe (Hugh Keays-Byrne), um homem conhecido por sua violência e pulso de ferro para com os seus prisioneiros de guerra, que usa como meras bolsas de sangue para seus guerreiros feridos. Tentando escapar de suas garras a jovem combatente Furiosa (Charlize Theron) resolve fugir para o deserto usando uma de suas máquinas de guerra. Com ela segue um grupo de jovens que se transformaram com os anos em verdadeiras escravas sexuais de Joe. Para Max essa pode ser a chance de finalmente recuperar sua liberdade perdida, mesmo que antes disso ele precise sobreviver a uma caçada mortal pelas areias do deserto.

Comentários:
É incrível que mesmo após tantos anos o diretor George Miller tenha sido tão inovador em uma franquia que ele mesmo criou, lá nos distantes anos 1970. Miller poderia ter optado por realizar um reboot preguiçoso, sem maiores inovações, até mesmo porque ele com a trilogia "Mad Max" original já entrou definitivamente na história do cinema. Seu grande mérito foi não ter se acomodado nas glórias passadas, procurando reinventar a todo momento sua maior criação. Esse novo filme é um primor de inovação. O diretor optou por uma linguagem bem mais moderna, histérica, insana e sem controle. Não há momentos para pausas ou descansos na mente do espectador. "Mad Max - Fury Road" é pura pauleira, da primeira à última cena. É literalmente um veículo sem freios cruzando o deserto sem fim. O enredo é simples, como convém a esse tipo de filme de ação, mas isso em nenhum momento surge como um defeito, pelo contrário, em torno de sua história nitidamente simplória Miller acelera e explode a tela com sensacionais cenas de puro impacto narrativo. Optando por um fotografia saturada e excessiva, o diretor acabou criando um mundo pós-apocalíptico como poucas vezes se viu. A questão é que esse tipo de estilo cinematográfico foi praticamente todo criado por Mad Max e após tantos anos de imitações baratas o produto que deu origem a tudo poderia soar banal e repetitivo. Para evitar esse tipo de armadilha Miller procurou inovar e nesse processo acabou sendo realmente brilhante.

Ouso até escrever que esse filme só não é superado pelo original de 1978 e isso por causa de sua importância histórica. Em termos de fluidez e ritmo nenhum outro filme da série se assemelha a nada do que se vê por aqui. Miller transformou acidentes espetaculares em pura obra de arte visual, totalmente alucinada, mas mesmo assim de uma beleza incrível! O elenco também se destaca, a começar por Charlize Theron. Para interpretar a guerreira Furiosa ele teve que ter parte de seu braço apagado digitalmente. Um trabalho visual simplesmente perfeito. Tom Hardy como o novo Max tampouco decepciona. Suas cenas iniciais mostram bem a luta pela sobrevivência nesse mundo em ruínas. O ator, que teve inúmeros problemas relacionados a abuso de drogas no passado, confessou depois em entrevistas que acabou se identificando com o estilo alucinante do filme. É bem por aí mesmo, o novo "Mad Max" chega a ser lisérgico! Caótico é pouco para definir. O resultado de tantas peças chaves bem colocadas no tabuleiro da produção se traduziu em um belo sucesso de público e crítica, a tal ponto que o estúdio já anunciou sua continuação, "Mad Max - The Wasteland" com a mesma equipe técnica e elenco. Se Mad Max continuar tão bom como nesse "Fury Road" novas sequências serão mais do que bem-vindas.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Mad Max - Além da Cúpula do Trovão

Título no Brasil: Mad Max - Além da Cúpula do Trovão
Título Original: Mad Max Beyond Thunderdome
Ano de Produção: 1985
País: Estados Unidos, Austrália
Estúdio: Warner Bros
Direção: George Miller, George Ogilvie
Roteiro: Terry Hayes, George Miller
Elenco: Mel Gibson, Tina Turner, Bruce Spence

Sinopse:
Terceiro e último filme da franquia original Mad Max. Agora o ex-patrulheiro Mad Max Rockatansky (Mel Gibson) precisa enfrentar novos desafios em um mundo  pós-apocalíptico, em especial crianças que vivem numa tribo selvagem no meio do deserto e uma monarca sanguinária e cruel com os seus inimigos. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria Melhor Canção Original ("We Don't Need Another Hero" por Tina Turner). Filme indicado ao prêmio da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films nas categorias Melhor Filme de Ficção, Direção, Roteiro e Figurino.

Comentários:
Esse foi o mais caro e dispendioso "Mad Max". Ok, a franquia é mundialmente aclamada desde os anos 80, mas vamos ser bem sinceros, os dois primeiros filmes são bem precários em termos de produção e orçamento. O primeiro Mad Max é quase um filme amador rodado pelas estradas mais desertas da Austrália. Realizado com um orçamento mínimo só virou um cult por causa da força do mercado de vídeo que nascia naquele momento nos Estados Unidos. O segundo sem dúvida era muito melhor, mais bem produzido, porém em nada comparável com essa super produção. Agora o curioso é que "Mad Max Beyond Thunderdome" foi criticado justamente por causa dos exageros de sua produção. Se antes faltava dinheiro, agora a sensação foi que exageraram na dose. Tudo é over, os figurinos, os cenários, a direção de arte. A cantora Tina Turner, um dos destaques do elenco, usa e abusa de uma peruca que parece ter sido roubada do armário de alguma drag queen. Mel Gibson também está mais maluco do que o habitual. Mesmo com o clima assumidamente kitsch, o filme ainda diverte bastante, principalmente se você for um fã nostálgico dos anos 80. Poucos filmes são tão a cara daquela década como esse aqui (só faltou o Michael Jackson e o Bruce Springsteen na trilha para o quadro ficar completo). Ligue a vitrola e se divirta o máximo que puder.

Pablo Aluísio.

sábado, 12 de janeiro de 2013

Mad Max

Hoje em dia o cinema australiano passa por uma crise criativa mas na década de 70 ele passou por uma fase extremamente interessante do ponto de vista artístico. Atualmente os filmes australianos praticamente apenas imitam os clichês do cinema americano (com pontuais exceções) mas o quadro já foi o inverso. O maior exemplo foi esse “Mad Max”, filme de baixo orçamento rodado nos desertos australianos que acabou criando um sub-gênero próprio, o dos filmes de ação pós apocalíptico. George Miller, o diretor, teve uma idéia genial nesse aspecto. Ele resolveu levar toda uma equipe de cinema para as regiões mais distantes e secas do deserto australiano (um lugar que faz o sertão nordestino parecer um oásis) para rodar uma aventura on the road completamente futurista. O enredo não perderia muito tempo com firulas, partindo logo para a ação desenfreada! Liderando o elenco ele trouxe um desconhecido, um jovem boa pinta, sem qualquer experiência em filmes de ação que só possuía no currículo uma pequenina produção da Austrália sobre Surf chamado “Summer City” (que chegou a ser lançado em vídeo no Brasil). Ele não era australiano mas americano, criado naquele país desde muito jovem. Seu nome? Mel Gibson! O sucesso estrondoso de Mad Max acabou abrindo as portas de Hollywood para Gibson e o resto é história pois ele acabou se tornando um dos mais bem sucedidos astros da indústria americana. Hoje em inferno astral, Gibson naquela época era apenas um garoto promissor que daria muito, muito certo na carreira.

Por falar em sucesso, “Mad Max” é até hoje um dos filmes mais lucrativos da história do cinema. Ele custou apenas 800 mil dólares – uma mixaria em se tratando de filmes – e rendeu mais de 100 milhões de dólares quando ganhou o mercado americano e europeu. Os críticos ianques aliás adoraram todo o conceito por trás do filme. Era algo inovador, genial, que chegava até mesmo a lembrar o clima árido e selvagem dos grandes clássicos do western americano. A identificação foi imediata. Anos depois George Miller explicaria que a idéia de filmar em um mundo pós-apocalipse nasceu mesmo por necessidade e conveniência. Ele só conseguiria rodar um filme com orçamento tão barato se não tivesse que pagar pelas locações. Os custos deveriam ser os menores possíveis. Assim a idéia de filmar no deserto australiano veio bem a calhar. Como não havia nada naquela região esquecida por Deus ele teve a genial idéia de inserir no argumento do filme que aquilo seria justamente o mundo após o fim da civilização. Tudo seria subentendido e o roteiro não deveria perder tempo explicando muito o que tinha acontecido. Junte a isso alguns carrões envenenados, perseguições, tiros e pronto! Estava criado um conceito inovador que seria imitado até a exaustão nos anos seguintes (continua sendo imitado até hoje é bom frisar). É certo que existiram vários filmes sobre o mundo após o Apocalipse mas nenhum tinha sido tão original e inovador como “Mad Max” que praticamente criou sozinho o estilo que seria seguido por décadas! O mais importante aqui porém é o fato de termos um filme australiano sendo copiado pela cinema americano, justamente o que o diferencia dos dias atuais onde encontramos o extremo oposto disso. Bons tempos aqueles.

Mad Max (Mad Max, Austrália, 1979) Direção: George Miller / Roteiro: James McCausland, George Miller / Elenco: Mel Gibson, Joanne Samuel, Hugh Keays-Byrne / Sinopse: Policial conhecido como Mad Max vai a desforra contra uma gangue de bandidos no deserto australiano. Armado e furioso ele pretende impor seu conceito de justiça contra os criminosos que caça pelas estradas inóspitas. Espetacular sucesso comercial do cinema Australiano. Deu origem a duas continuações e centenas de filmes que seguiam a mesma linha de mundo pós-apocalíptico.
   
Pablo Aluísio.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

As Bruxas de Eastwick

Título no Brasil: As Bruxas de Eastwick
Título Original: The Witches of Eastwick
Ano de Produção: 1987
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: George Miller
Roteiro: Michael Cristofer
Elenco: Jack Nicholson, Cher, Susan Sarandon, Michelle Pfeiffer
  
Sinopse:
Três lindas mulheres, Alexandra (Cher), Jana (Susan Sarandon) e Sukie (Michelle Pfeiffer) moram numa pequena cidade da Nova Inglaterra chamada Eastwick. Suas vidas estão dominadas por uma rotina tediosa e maçante e suas vidas amorosas se encontram em frangalhos. Entediadas acabam clamando pelo aparecimento de um homem ideal que venha suprir o vazio de suas vidas. E eis que após uns dias ele surge mesmo na cidade. Daryl Van Horne (Jack Nicholson) é um rico e excêntrico forasteiro que chega no local para virar a vida dos moradores de ponta cabeça. Mas afinal quem ele é realmente? Filme indicado ao Oscar na categoria Melhor Som (Wayne Artman, Tom Beckert) e Melhor Música (John Williams).

Comentários:
Filme que mescla humor, romance e pitadas de terror que fez muito sucesso nos anos 80. "As Bruxas de Eastwick" continua muito charmoso mesmo após tantos anos. Seu roteiro é envolvente e nunca deixa o filme cair no marasmo. A direção é segura, provando que George Miller realmente era realmente um cineasta talentoso que conseguia transitar bem em praticamente todos os gêneros cinematográficos. Muitos não acreditavam que o mesmo diretor que havia dirigido "Mad Max" se sairia bem filmando esse roteiro que tinha um toque mais sutil e sofisticado. Estavam todos errados. Com o apoio de um ótimo elenco o diretor acabou rodando um pequeno clássico dos anos 80. Não precisa ser muito inteligente para entender que Eastwick é um filme cuja força vem da interpretação inspirada de Jack Nicholson. Interpretando o magnata Daryl Van Horne o ator nunca deixa o filme cair. Usa e abusa de sua caracterização, passando a sensação ao espectador de que acima de tudo ele está se divertindo como nunca nesse papel. As três atrizes (Cher, Pfeiffer e Sarandon) também estão muito bem, cada uma procurando explorar bem sua própria personalidade nas telas. Do elenco feminino porém achei a cantora e atriz Cher um pouco apagada, principalmente se formos lembrar de outras atuações fortes dela - as comparações deixam isso bem claro. Afinal ela teve que dividir espaço com Nicholson e suas duas companheiras em cena. Tecnicamente falando "As Bruxas de Eastwick" também não envelheceu em demasia. Como é uma obra baseada em interpretações (e não apenas em efeitos especiais) esses só ganham maior importância no final do filme, mas mesmo assim são discretos e pontuais o que ajudou bastante ao filme vencer o teste do tempo. A produção inclusive foi premiada com o BAFTA de melhores efeitos especiais daquele ano. Enfim, "As Bruxas de Eastwick" sobreviveu bem ao tempo e hoje é uma boa amostra do cinema de fantasia da década de 1980. Vale a pena ver e rever sempre que possível.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 17 de julho de 2012

Mad Max 2

Existe uma grande diferença entre esse filme e o anterior. Se Mad Max era bem precário em termos de produção, quase amador, esse segundo filme da franquia já é muito melhor produzido, com figurinos mais elaborados e melhor direção de arte. Um fato curioso sobre Mad Max 2 é que esse personagem foi tão copiado, tão imitado ao longo dos anos que o próprio produto original acabou ficando ultrapassado. É algo similar ao que aconteceu com Rambo. De tão imitado ficou datado. Mad Max é certamente um dos filmes mais influentes do cinema, chegando ao ponto de se criar um sub gênero próprio - o dos filmes pós apocalipse. 

Os carros adaptados, roupas, estilo, cenário, tudo já foi copiado à exaustão por anos e anos (aliás todo ano pelo menos um filme passado em um mundo pós apocalíptico é lançado) O que há de semelhante entre esse segundo filme e o primeiro é a simplicidade do enredo. Aqui tudo gira em torno de uma refinaria no meio do deserto. Como todos sabem o bem mais precioso no mundo de Mad Max é o combustível. Então dois grupos se enfrentam pelo domínio do petróleo, e Max acaba se envolvendo no meio do conflito. Não há diálogos bem escritos, nem situações dramáticas aprofundadas. Max é apenas um solitário que ao lado de seu cão procura sobreviver nesse mundo árido e hostil. O visual dos personagens envelheceu, é verdade (o vilão nada mais é do que uma variação de Jason de Sexta Feira 13) mas no final o que importa é o legado que o filme deixou para futuras produções que o seguem como cartilha de ABC.  

Mad Max 2 (Mad Max 2, Austrália, Estados Unidos,, 1982) Direção: George Miller / Roteiro: George Miller, Terry Hayes / Elenco: Mel Gibson, Vernon Wells, Bruce Spence, Michael Preston, Max Phipps / Sinopse: Mad Max (Mel Gibson) se vê envolvido numa luta pela sobrevivência em um deserto hostil pós apocalipse.  

Pablo Aluísio.

domingo, 1 de janeiro de 2012

Mad Max 2: A Caçada Continua

Primeira continuação da franquia "Mad Max". Antes de mais nada é bom observar um aspecto importante. Existe uma grande diferença entre esse filme e o anterior. Se o primeiro "Mad Max" era bem precário em termos de produção, quase amador, esse segundo filme da franquia já é muito melhor produzido, com figurinos mais elaborados e melhor direção de arte. Um fato curioso sobre Mad Max 2 é que esse personagem foi tão copiado, tão imitado ao longo dos anos, que o próprio produto original acabou ficando ultrapassado. É algo similar ao que aconteceu com Rambo. De tão imitado ficou datado. "Mad Max" é certamente um dos filmes mais influentes do cinema, chegando ao ponto de se criar um sub gênero próprio - o dos filmes pós apocalipse. Os carros adaptados, roupas, estilo, cenário, tudo já foi copiado à exaustão por anos e anos (aliás todo ano pelo menos um filme passado em um mundo pós apocalíptico é lançado). A saturação assim se tornou inevitável.

O que há de semelhante entre esse segundo filme e o primeiro é a simplicidade do enredo. Aqui tudo gira em torno de uma refinaria no meio do deserto. Como todos sabem o bem mais precioso no mundo de Mad Max é o combustível. Então dois grupos se enfrentam pelo domínio do petróleo, e Max acaba se envolvendo no meio do conflito. Não há diálogos bem escritos, nem situações dramáticas aprofundadas. Max é apenas um solitário que ao lado de seu cão procura sobreviver nesse mundo árido e hostil. O visual dos personagens envelheceu, é verdade (o vilão nada mais é do que uma variação de Jason de Sexta Feira 13) mas no final o que importa é o legado que o filme deixou para futuras produções que o seguem como cartilha de ABC. O filme terá um novo interesse porque afinal de contas a franquia não morreu com a trilogia original, seguiu em frente. Esse novo Mad Max inclusive é dito como o melhor de todos. Assim as cortinas vão demorar um pouco para se fecharem a esse personagem tão cativante dos cinéfilos em geral.

Mad Max 2 - A Caçada Continua (Mad Max 2, Austrália, Estados Unidos, 1982) Direção: George Miller / Roteiro: George Miller, Terry Hayes / Elenco: Mel Gibson, Vernon Wells, Bruce Spence, Michael Preston, Max Phipps / Sinopse: Mad Max (Mel Gibson) se vê envolvido numa luta pela sobrevivência em um deserto hostil pós apocalipse, onde todos lutam para colocar as mãos em uma refinaria isolada e perdida no meio do nada absoluto. Filme vencedor do prêmio da Australian Film Institute na categoria de Melhor Direção (George Miller).

Pablo Aluísio.