terça-feira, 4 de fevereiro de 2025
Suprema Decisão
Título Original: The Virginian
Ano de Produção: 1946
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Stuart Gilmore
Roteiro: Frances Goodrich, Albert Hackett
Elenco: Joel McCrea, Barbara Britton, Brian Donlevy, Sonny Tufts
Sinopse:
Molly Wood (Barbara Britton) é uma jovem professora de uma tradicional família de Vermont que vai até uma pequena cidade do oeste para ensinar crianças da região. Lá acaba se apaixonando pelo cowboy conhecido apenas como "o virginiano" (Joel McCrea), um homem honesto e trabalhador que luta contra o roubo de gado nas fazendas locais.
Comentários:
Um western romântico muito bem realizado na década de 1940. Na realidade o filme não pode ser considerado um faroeste tão tradicional já que o foco do roteiro se concentra muitas vezes mais no romance da professorinha com o cowboy do que propriamente nos temas mais clássicos do gênero. Obviamente há uma subtrama envolvendo roubo de gado na região - o que leva o protagonista interpretado por Joel McCrea a tomar uma decisão terrível em relação a um velho amigo que está envolvido no roubo - e como se sabe no velho oeste os ladrões de gado eram sumariamente executados, enforcados na árvore mais próxima. Barbara Britton que interpreta a mocinha era uma jovem linda, que em muitos aspectos me lembrou Marilyn Monroe no começo da carreira, quando ainda não havia pintado seu cabelo de loiro. Sua carreira no cinema nunca decolou, mas ela fez muito sucesso na TV americana nos anos 1960 participando de inúmeras séries. Em suma, para os fãs de Joel McCrea a película se mostrará bem interessante pois aqui ele está em um momento atípico em sua carreira, interpretando um cowboy romântico e dado a namoricos.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 7 de maio de 2024
Joel McCrea

Joel McCrea
Foi um dos atores mais populares do faroeste americano. Segue um pequeno resumo biográfico sobre ele. Uma das grandes estrelas dos faroestes americanos e também um protagonista muito popular em filmes convencionais. Ele nasceu e foi criado nos arredores de Hollywood e quando menino começou a se interessar pelos filmes que estavam sendo feitos por toda parte. Ele estudou atuação no Pomona College e teve alguma experiência no palco no Pasadena Community Playhouse, onde outras futuras estrelas como Randolph Scott, Robert Young e Victor Mature também teriam sua primeira experiência.
Joel McCrea trabalhou como figurante após se formar na University of Southern California em 1928 e fez alguns trabalhos de dublê. Em um raro caso de um figurante ser escolhido na multidão para desempenhar um papel importante, McCrea teve a chance de participar em filmes que fizeram sucesso nas bilheterias. Seguiu-se um contrato na MGM e, em seguida, um contrato melhor na RKO. Will Rogers gostou do jovem (eles compartilhavam o amor por fazendas e laços) e fez muito para elevar a carreira de McCrea.
Sua boa aparência, saudável e modos calmos logo foram procurados, principalmente em dramas e comédias românticas, e ele se tornou um protagonista cada vez mais popular. Ele esperava se concentrar nos faroestes, mas vários anos se passaram antes que ele pudesse convencer os diretores do estúdio a escalá-lo para um. Quando ele teve sucesso naquele gênero, mais e mais faroestes vieram em seu caminho. Mas ele continuou a deixar sua marca em outros tipos de filmes e mostrou-se particularmente adepto da comédia leve de Preston Sturges, para quem fez vários filmes.
No final dos anos 40, sua concentração estava voltada para os faroestes, e ele fez poucos fora desse gênero cinematográfico. Ele acabou ficando imensamente popular atuando em filmes de western. Joel McCrea e Randolph Scott, cuja carreira se assemelha fortemente à dele, saíram da aposentadoria para fazer um clássico do gênero, "Pistoleiro do Entardecer" de Sam Peckinpah, lançado no ano de 1962. Scott permaneceu aposentado depois disso; McCrea fez algumas aparições em pequenos filmes depois, mas se contentou principalmente em manter sua vida como um cavalheiro e um fazendeiro. Ele foi casado por cinquenta e sete anos com a atriz Frances Dee.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 9 de abril de 2024
Cavaleiro Misterioso
Título Original: Stranger on Horseback
Ano de Produção: 1955
País: Estados Unidos
Estúdio: Robert Goldstein Productions
Direção: Jacques Tourneur
Roteiro: Herb Meadow, Don Martin
Elenco: Joel McCrea, Miroslava, Kevin McCarthy
Sinopse:
O juiz Richard 'Rick' Thorne (Joel McCrea) se considera um homem íntegro e honesto. Para isso ele captura um jovem acusado de assassinato e pretende levar o rapaz até o tribunal na capital do estado. Sua viagem porém não será nada fácil pois o acusado é filho de um rico barão do gado da região que fará de tudo para que ele seja solto das mãos do homem da lei.
Comentários:
Um filme de faroeste americano dirigido por um parisiense? No mínimo estranho! Certamente western não era o forte do francês Jacques Tourneur que tinha mais intimidade com filmes de capa e espada ao estilo "O Gavião e a Flecha" e "A Vingança dos Piratas", produções dirigidas por ele que alcançaram belas bilheterias na época. O produtor Robert Goldstein por sua vez não pensava assim e queria há muitos anos que Tourneur trouxesse sua sofisticação europeia para o velho oeste americano e o resultado foi justamente esse "Stranger on Horseback", um western que se mostra bem diferente do que era realizado nos anos 50 nos Estados Unidos. Como todo europeu o diretor também quis explorar mais seus personagens, trazendo conflitos internos e profundidade psicológica a todos eles. Claro que havia um limite para se aprofundar nisso, por causa do mercado, e Tourneur se mostrou sensato no resultado final. Considero uma pequena obra prima que anda bem esquecida. De qualquer maneira nunca é tarde para se redescobrir esse faroeste com sabor de croissant.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 5 de março de 2024
Buffalo Bill
terça-feira, 23 de janeiro de 2024
Sangue Bravo
terça-feira, 28 de novembro de 2023
Quando as Pistolas Decidem
Título Original: The Oklahoman
Ano de Produção: 1957
País: Estados Unidos
Estúdio: Allied Artists Pictures
Direção: Francis D. Lyon
Roteiro: Daniel B. Ullman
Elenco: Joel McCrea, Barbara Hale, Brad Dexter
Sinopse:
O Dr. John M. Brighton (Joel McCrea) é um médico idealista que resolve ir até as fronteiras mais distantes do oeste para com sua profissão ajudar as comunidades mais afastadas e isoladas. Depois que sua esposa morre precocemente sua mentalidade solidária se torna ainda mais forte e ele resolve então morar numa pequena cidade do Oklahoma ao lado de sua filha. A região porém passa por um momento de conflito, agravado pela descoberta de petróleo em terras indígenas.
Comentários:
Ao lado dos pistoleiros, cowboys, índios e xerifes, o cinema americano procurou também destacar o idealismo de certos profissionais liberais como médicos na colonização do velho oeste. Esse certamente não foi o primeiro filme com esse tipo de tema a que assisti. De certa forma era algo até recorrente. Afinal de contas dentro do subconsciente do pioneiro americano certamente ficou a imagem desses corajosos homens que foram para uma terra hostil para basicamente ajudar ao próximo. McCrea está ótimo em seu personagem. Ele tinha uma imagem perfeita para esse tipo de papel. Um médico honesto e íntegro no meio de um conflito de pessoas sem qualquer ética pessoal, que nutriam apenas o desejo de ficarem ricos, seja de que forma fosse. O filme em si só não é melhor por causa dos modestos recursos da Allied Artists Pictures, um pequeno estúdio que já não existe mais, que produzia muitos westerns B durante os anos 50 e 60. Alguns bons, outros bem medíocres. Esse pelo menos se enquadra no primeiro grupo. No geral temos um bom faroeste, plenamente valorizado por seu enredo, muito interessante e relevante para o gênero.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 14 de junho de 2022
terça-feira, 15 de março de 2022
Pistoleiros do Entardecer

A categoria, juntamente com a empatia desses dois monstros do cinema é um refrigério saudosista para os verdadeiros fãs dos filmes do velho oeste. O excelente Peckimpah une a velha dupla com o objetivo de transportar uma grande soma em dinheiro, mas também os separa: nos olhares, nas mensagens subliminares de desconfiança, e principalmente no silêncio. Steve Judd (McCrea) sabe que Gil (Randolph Scott) está longe de ser um companheiro confiável. Na dura empreitada, ainda acompanha a dupla, Elsa Knudsen, interpretada pela belíssima Mariette Hartley e o aprendiz de ladrão e capanga de Gil, Heck Longtree (Ron Starr). O primeiro nó psicológico vem justamente da bela Elsa - que foge das garras do pai, um religioso fanático e boçal, para ir ao encontro de seu futuro marido, o pilantra Billy Hammond (James Drury). Depois de unir-se ao trio - McCrea, Scott e Starr - Elsa ameaça a já estremecida parceria com os seus problemas e seu desejo juvenil e doentio de um casamento no mínimo estapafúrdio.
Em determinado momento, o filme se parece com um vulcão prestes a entrar em erupção, pelo simples fato de não existir purgatório: ou se está no céu, ou no inferno. A ingênua Elsa descobre que o seu príncipe encantado não é tão encantado assim. O resgate do dinheiro, o casamento bizarro entre Elsa e Billy Hammond, juntamente com a tensão crescente entre o trio e os irmãos Hammond, torna o ar quase irrespirável e o conflito entre os dois grupos inexorável. Essa violência brutal, silenciosa, e que aos poucos vai crescendo e tornando-se insuportável, é a marca inimitável do mestre Peckimpah, o "poeta da violência". Mas o ponto alto do filme traz a chancela indelével do mestre: o casamento de Elsa e Billy realizado dentro de um bordel. Nesta cena, Peckimpah mistura elementos sórdidos, vulgares e profanos servidos à mesa com muita violência, bebidas, gargalhadas, prostitutas, homens sujos, tarados e muita depravação. É o ponto alto e "Rodriguiano" do filme. É o momento em que o grande diretor mostra a sua cara. O terço final do longa tem ganchos épicos com direito a doses cavalares de mixórdia moral e imoral, auto comiseração e o resgate de uma velha parceria que consagrou o gênero. Peckimpah fecha o clássico com chave de ouro, num duelo ao estilo O.K. Corral na lendária cidade de Tombstone. Um filmaço.
Nota 10
Pistoleiros do Entardecer (Ride the High Country, EUA, 1962) / Direção: Sam Peckinpah / Roteiro:N.B. Stone Jr./ Com Randolph Scott, Joel McCrea, Mariette Hartley, Ron Starr e Edgar Buchanan / Sinopse: Steve Judd (Joel McCrea), um ex- xerife é contratado para levar um carregamento em ouro por um território hostil. Para ajudar nessa tarefa ele chama Gil Westrum (Randolph Scott). Westrum porém tem outros planos sobre o ouro.
Telmo Vilela Jr.
quarta-feira, 15 de julho de 2020
À Véspera da Morte
Algumas coisas me chamaram atenção nesse “The Gunfight at Dodge City”. O roteiro é bastante econômico e eficiente e não perde muito tempo em subtramas paralelas, muito provavelmente por causa de sua curta duração. Joel McCrea está muito bem no papel de Bat Masterson. Assim que é eleito o novo xerife da cidade ele começa a se vestir com aquela roupa característica desse personagem, terno e chapéu preto acompanhados da famosa gravata ao estilo francês. A única coisa que faltou mesmo no figurino clássico de Bat Masterson foi sua inseparável bengala, mas aqui é fácil de entender sua ausência. Masterson só começaria a usá-la muitos anos depois ao ser atingido por uma bala em seu joelho. Como a estória desse filme se passa antes desse evento era mais do que natural que o personagem surgisse sem esse acessório.
O vilão do enredo é obviamente o xerife Jim Regan que não se destaca muito. A produção é da Mirisch Corporation, uma produtora que sabia muito bem conciliar filmes de orçamentos baixos com bons resultados cinematográficos. Enfim, como não recomendar um western em que Joel McCrea interpreta o lendário Bat Masterson? Simplesmente impossível. Por isso não deixe de assistir e se possível procure ter o filme em sua coleção. Será uma bela aquisição.
À Véspera da Morte (The Gunfight at Dodge City, Estados Unidos, 1959) Direção: Joseph M. Newman / Roteiro: Martin Goldsmith, Daniel B. Ullman / Elenco: Joel McCrea, Julie Adams, John McIntire, Don Haggerty, Harry Lauter / Sinopse: Após chegar em Dodge City pela primeira vez o pistoleiro Bat Masterson (Joel McCrea) resolve disputar a eleição de xerife da cidade após a morte covarde de seu irmão mais velho, Ed Masterson. A decisão irá colocar a pequena cidade do velho oeste em pé de guerra.
Pablo Aluísio.
sábado, 11 de maio de 2019
Pistoleiros do Entardecer

É bom frisar porém que a estética da violência que seria marca registrada do diretor ainda não está presente nesse filme, o que era de se esperar. Filmado na primeira metade dos anos 60 o cineasta ainda não havia levado às últimas consequências suas escolhas estéticas e cinematográficas. Mesmo assim o filme é surpreendentemente bem roteirizado, com um clímax excelente, de tirar o chapéu. No final quem melhor define a essência do filme é a personagem Elsa (interpretada pela atriz Meriette Hartley). Ela explica que sempre foi levada a crer que havia o bem e o mal absolutos na vida, mas que depois de tudo o que passou compreendeu que na vida há pessoas que transitam de um lado ao outro, em uma zona cinzenta, tal como os personagens desse western. Uma conclusão simplesmente perfeita. Enfim, esse é um filme indispensável para se ter na coleção. Não apenas é uma excelente obra cinematográfica, mas também marcou o gênero por trazer a última participação de Randolph Scott no cinema, por ter essa rara parceria entre ele e o ator Joel McCrea e como se isso não fosse o bastante por ser um filme assinado pelo grande Sam Peckinpah. Todos esses são motivos que o colocam entre os grandes clássicos da era de ouro do cinema americano.
Pistoleiros do Entardecer (Ride the High Country, EUA, 1962) / Direção: Sam Peckinpah / Roteiro:N.B. Stone Jr./ Com Randolph Scott, Joel McCrea, Mariette Hartley, Ron Starr e Edgar Buchanan / Sinopse: Steve Judd (Joel McCrea), um ex- xerife, é contratado para levar um carregamento em ouro por um território hostil. Para ajudar nessa tarefa ele chama Gil Westrum (Randolph Scott). A parceria parece perfeita, porém na verdade Westrum tem outros planos para todo aquele ouro. Filme indicado ao BAFTA Awards na categoria de Melhor Revelação (Mariette Hartley).
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 23 de agosto de 2018
Mercadores de Intrigas
Título Original: South of St. Louis
Ano de Produção: 1949
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Ray Enright
Roteiro: Zachary Gold, James R. Webb
Elenco: Joel McCrea, Alexis Smith, Zachary Scott
Sinopse:
Após retornar de uma viagem o rancheiro Kip Davis (Joel McCrea) descobre que seu rancho foi devastado e incendiado por tropas da União durante a Guerra Civil Americana. Revoltado e procurando por vingança ele decide ajudar o exército confederado inimigo, contrabandeando armas e munições na fronteira entre Estados Unidos e México. Seu objetivo é sobreviver às conturbadas viagens pois a região está sob forte controle dos soldados do norte. A pena para quem ajudar os rebeldes é a forca.
Comentários:
Um western onde os mocinhos são os confederados, os rebeldes, os sulistas, num dos conflitos mais sangrentos da história dos Estados Unidos, a Guerra Civil Americana. Logo no começo do filme Kip Davis (Joel McCrea) chega em seu rancho chamado "3 sinos" (o nome se dá porque na verdade pertence a três sócios, amigos de Kip). Tudo está queimado e destruído. A quadrilha de Luke Cottrell (Victor Jory), um bando de guerrilheiros pagos pelo exército da União, não deixou absolutamente nada de pé. Esse personagem realmente existiu e era tão violento e brutal ao lado de seus homens que a população civil os chamavam de "gorilas". Pois bem, após destruírem tudo pelo qual lutou em sua vida por anos, Davis resolve ir até a cidade fronteiriça de Brownsville para acertar contas com Cottrell e seus bandoleiros. A cena em que ambos se encontram finalmente é ótima, uma longa sequência para quem gosta de brigas com punhos! Mais tarde, ainda nessa mesma localidade Kip Davis aceita o convite de uma cantora de saloon, Rouge de Lisle (Alexis Smith), para levar um carregamento até o outro lado da fronteira, em uma região dominado pelo exército confederado.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 21 de junho de 2018
Forte Massacre
Título Original: Fort Massacre
Ano de Produção: 1958
País: Estados Unidos
Estúdio: Mirisch Corporation
Direção: Joseph M. Newman
Roteiro: Martin Goldsmith
Elenco: Joel McCrea, Forrest Tucker, Susan Cabot
Sinopse:
Durante as chamadas guerras indígenas no velho oeste americano, uma tropa da cavalaria é cercada por um grupo de selvagens Apaches. Após um violento confronto o tenente-comandante da guarnição é fatalmente ferido numa encosta desértica. Seguindo a hierarquia militar o comando então passa para o sargento John Vinson (Joel McCrea) que precisará manter seus homens vivos no meio do deserto, embaixo de forte cerco dos índios e com escassez completa de água potável.
Comentários:
Muito bom esse western que foca sua atenção na guerra de sobrevivência que era travada durante as intervenções militares do exército americano em territórios hostis e dominados por hordas guerreiras inimigas. O sol escaldante, a falta de água e suprimentos e o cerco implacável de Apaches, loucos para matarem todos os homens brancos que encontrassem pela frente, formam o caldeirão infernal ao qual aqueles nobres soldados eram submetidos. Um verdadeiro jogo de vida ou morte que mostra muito bem como era dura a vida de um soldado americano da cavalaria no oeste americano durante aquele período histórico. A fita é estrelada pelo astro Joel McCrea, novamente perfeito em sua caracterização do verdadeiro homem do oeste. Ele é o sargento durão e íntegro que precisa manter seus subordinados vivos após a morte do tenente-comandante. Curiosamente McCrea sofreu um sério acidente durante as filmagens quando seu cavalo caiu de um barranco de solo arenoso. O ator teve que ser levado às pressas para Los Angeles onde descobriu-se que tinha uma fratura na perna. Assim as filmagens ficaram paradas por 45 dias. Percalços esperados para quem revivia a luta daqueles bravos homens da cavalaria americana.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 15 de junho de 2018
Golpe de Misericórdia

O elenco é liderado pelo ator Joel McCrea, durão sem perder a ternura (principalmente em relação às beldades em cena). Dessas a que mais me chamou a atenção foi Virginia Mayo. Era canastrona sim mas fotografava muito bem na tela, principalmente pelos olhares que foram extremamente bem captados pelo diretor. E por falar nele, Raoul Walsh era um excelente cineasta. Isso é bem demonstrado no uso maravilhoso que ele faz da paisagem natural que se torna quase um personagem próprio. Aliás curiosamente o filme foi rodado em 3 Estados diferentes (Califórnia, Arizona e Novo México) e embora o filme leve o nome original do território do Colorado esse não foi utilizado em cena! Enfim, coisas de cinema. Recomendo para os fãs de bons faroestes de ação com excelentes tomadas de cena mostrando o roubo do trem em movimento. Vale a pena.
Golpe de Misericórdia (Colorado Territory, EUA, 1949) Direção de Raoul Walsh / Roteiro de Edmund H. North e John Twist / Elenco: Joel McCrea, Virginia Mayo, Doroth Malone / Sinopse: Fora da lei, Wes McQueen (Joel McCrea) foge da prisão e se encontra com seu parceiro e velho amigo Dave Rickard (Basil Ruysdael).
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 11 de dezembro de 2017
Uma Nação em Marcha
Título no Brasil: Uma Nação em Marcha
Título Original: Wells Fargo
Ano de Produção: 1937
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Frank Lloyd
Roteiro: Paul Schofield, Gerald Geraghty
Elenco: Joel McCrea, Bob Burns, Frances Dee
Sinopse:
Ramsay MacKay (Joel McCrea) é um empregado da empresa Wells Fargo Express cuja principal atividade econômica é levar correspondência e cargas entre as duas costas americanas. Seu trabalho não é tão fácil como parece pois ele precisa vencer longas distâncias, viagens e jornadas penosas, tudo para entregar as encomendas na hora certa, no momento exato. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Som (baseado no sistema sonoro inovador da época, chamado de Paramount SSD).
Comentários:
Faroeste muito antigo que conta uma história que sinceramente falando será pouco atrativo para os dias atuais. O personagem principal interpretado pelo ator Joel McCrea é basicamente um empregado de uma empresa privada que fatura levando encomendas e correspondências entre as costas leste e oeste dos Estados Unidos. Então o McCrea basicamente interpreta um carteiro? Tirando as devidas proporções é justamente isso. Hoje em dia enviar uma mensagem é a coisa mais banal do mundo, está a distância de um click no computador, mas no século XIX era praticamente uma aventura pois as cartas físicas tinham que atravessar grandes distâncias, geralmente passando por regiões hostis. O roteiro porém não se leva completamente à sério, longe disso, há todo um clima bem humorado que vai de ponta a ponta do filme.
Para suavizar ainda mais Joel McCrea se apaixona por uma donzela, se declarando em galanteios românticos (nem todos muito convincentes). Como ainda era jovem (e tinha uma belo penteado, ou seja, bem antes de ficar careca) até que consegue convencer um pouquinho como galã sentimental, mas no geral nada é muito bem desenvolvido. O filme só se destaca mesmo por alguns aspectos da produção como uma bem detalhada réplica da San Francisco daqueles tempos, um vilarejo ainda, antes da chegada de milhares de imigrantes que iriam mudar a imagem da cidade, a transformando numa das metrópoles mais desenvolvidas da América. Outro fato que ajuda a manter o interesse é o fato de que o enredo explora praticamente toda a vida do protagonista, desde os primeiros tempos até sua velhice. Nesse meio termo explode a guerra civil, ele se casa e depois se separa da esposa (ela supostamente estaria apoiando os sulistas por causa da morte do próprio irmão no campo de batalha) tudo caminhando para o final quando ocorre a grande redenção entre eles. Poderia ser bem melhor, porém os roteiristas só estavam dispostos a ir até um certo limite. Mesmo assim, sendo menos do que poderia ser, ainda é um western que vale a pena ser ao menos conhecido.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 20 de novembro de 2017
Choque de Ódios
Título Original: Wichita
Ano de Produção: 1955
País: Estados Unidos
Estúdio: Allied Artists Pictures
Direção: Jacques Tourneur
Roteiro: Daniel B. Ullman
Elenco: Joel McCrea, Vera Miles, Lloyd Bridges
Sinopse:
1874. A cidade de Wichita é um dos lugares mais violentos do velho oeste. Não há lei e nem ordem. O que vale é a força das armas. Nesse ambiente onde tudo parece perdido chega um forasteiro chamado Wyatt Earp (Joel McCrea) que está disposto a aceitar o emprego que ninguém mais quer: o de xerife! Com a estrela de prata no peito e um colt nas mãos ele então parte disposto a limpar a cidade de todos os bandidos e foras da lei que encontrar pela frente. Não será algo fácil, mas Earp está decidido a vencer o desafio.
Comentários:
O lendário xerife Wyatt Earp inspirou muitos filmes de faroeste ao longo dos anos. Sua história, embora muito contestada por historiadores mais recentes, não deixa de dar frutos, mesmo nos dias de hoje. Já nos anos 1950 seu nome era sinônimo de chamariz para boas bilheterias. Aqui o ator Joel McCrea o interpreta. Sempre achei Joel muito adequado para esse personagem, não apenas pelo fato dele ter sido um ótimo astro de faroeste na era de ouro, como também pelo fato de ser ele mesmo muito parecido fisicamente com o verdadeiro Earp. Curiosamente essa lenda criada em torno do nome do velho homem da lei se deve muito a ele mesmo. No final da vida Earp foi até Hollywood servir como consultor para alguns filmes, ainda na época do cinema mudo. Lá teve contato com roteiristas e produtores que resolveram transformar sua própria história em material para vários filmes. Nessa versão, que é um tanto convencional para o cinema dos anos 50, o que mais chama a atenção é o elenco, realmente muito bom. Além de McCrea temos ainda a bela Vera Miles e a competência do veterano Lloyd Bridges. Assim embora o filme seja na média não deixa de se tornar uma ótima diversão nostálgica.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 19 de junho de 2017
Eles Passaram por Aqui
Título Original: Four Faces West
Ano de Produção: 1948
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Alfred E. Green
Roteiro: C. Graham Baker, Teddi Sherman
Elenco: Joel McCrea, Frances Dee, Charles Bickford, William Conrad, Martin Garralaga, Raymond Largay
Sinopse:
O cowboy Ross McEwen (Joel McCrea) chega em uma pequena cidade do velho oeste e vai até o banco local. Ele deseja um empréstimo de 2 mil dólares, porém não tem garantias para receber o crédito. Ross então decide assaltar o banco e foge para o deserto com o dinheiro. Atrás dele vai o famoso xerife Pat Garrett (Charles Bickford) que fará de tudo para colocar as mãos no fora-da-lei.
Comentários:
Considerado por muitos um dos cem melhores filmes de western da história. Isso é realmente de se admirar pois o filme mesmo nos dias atuais não é muito conhecido. A produção é na média dos faroestes da segunda metade dos anos 1940, mas o que se destaca mesmo é seu roteiro, um dos primeiros socialmente conscientes do gênero. O assaltante de bancos interpretado por Joel McCrea não é um típico criminoso de filmes de faroeste, longe disso. Na realidade ele precisa desesperadamente do dinheiro para usar em prol de uma boa causa. Seria assim dos primeiros personagens criminosos sociais da história de Hollywood. O tempo todo seu argumento tenta justificar o ato do protagonista, ao mesmo tempo em que joga com as emoções do público espectador. O filme foi indicado ao Writers Guild of America, o Oscar dos roteiristas, na categoria "Best Written American Western", por causa do excelente trabalho desenvolvido pela dupla C. Graham Baker e Teddi Sherman. Tão marcante foi o trabalho dos escritores que muitos anos depois o astro Joel McCrea ainda costumava citar esse filme como um dos grandes momentos de sua filmografia. Sem dúvida um faroeste marcante, que fez história, abrindo o gênero western para novos rumos, novas perspectivas. Depois dessa produção os grandes estúdios viram a importância de se ter um bom roteiro em mãos para criar um grande filme de cowboy.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 2 de fevereiro de 2016
Anjo de Vingança
Título Original: Frenchie
Ano de Produção: 1950
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Louis King
Roteiro: Oscar Brodney
Elenco: Joel McCrea, Shelley Winters, Paul Kelly, Elsa Lanchester
Sinopse:
A corista Frenchie Fontaine (Shelley Winters) decide voltar para a sua cidade natal após ficar décadas longe dela. No passado, quando ainda era uma garotinha, ela viu seu pai ser covardemente assassinado por seu próprio sócio. Os anos passam, Fontaine precisou se virar para sobreviver e agora adulta, como bem sucedida empresária, dona de saloons em New Orleans, ela resolve retornar, tudo para acertar contas com os responsáveis pela morte de seu pai no passado. Sua sede de vingança porém terá que passar por cima do xerife local, Tom Banning (Joel McCrea), que está disposto a fazer prevalecer apenas a lei em sua jurisdição.
Comentários:
Aqui temos mais um bom western estrelado por Joel McCrea. O grande atrativo nem vem tanto de sua atuação, já que ele está apenas na média do que sempre apresentou em sua longa carreira. A grande novidade em termos de elenco vem mesmo na interpretação da grande Shelley Winters. Faroestes nunca foram seu forte, mas ela se sai excepcionalmente bem em seu papel. Também pudera, os roteiristas capricharam em sua composição, lhes dando uma personalidade forte e marcante. Assim Winters tem material de qualidade para trabalhar, o que resulta em uma bela atuação. Ela inclusive ofusca McCrea que está excessivamente contido em cena. Embora seja o xerife da cidade ele nunca parece se posicionar firmemente sobre a presença dela na pequenina cidade. Mal coloca os pés de volta ao lar de sua infância ela resolve comprar um saloon decadente, lhe dá outro nome, contrata novas coristas e levanta o lugar. A sua presença, com mulheres, jogos e bebidas, obviamente desperta o ódio da parte mais religiosa da população, mas ela tira de letra todo o mal estar. Numa das mais divertidas cenas sai na mão com uma mulher dita honrada e decente do lugar, que está francamente lutando pela proibição do jogo na cidade. Essa sequência mostra bem o que é o filme, um grande palco para Shelley Winters desfilar todo o seu talento e carisma. Nesse caso em especial não há como negar, o pobre Joel McCrea ficou inegavelmente ofuscado por sua presença, comendo poeira e ficando na sombra da atriz que definitivamente arrasa em cada momento.
Pablo Aluísio.
domingo, 6 de maio de 2007
Taberna dos Proscritos
Título Original: Border River
Ano de Produção: 1954
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: George Sherman
Roteiro: William Sackheim
Elenco: Joel McCrea, Yvonne De Carlo, Pedro Armendáriz, Alfonso Bedoya, Howard Petrie, George J. Lewis
Sinopse:
Durante a guerra civil nos Estados Unidos, um grupo de confederados, do exército cinza sulista, decide ir até o México para comprar armas e munições. A intenção seria reforçar as tropas confederadas no front. Para evitar que isso aconteça é enviado um major do exército da União, dos ianques.
Comentários:
Assistindo a um filme como esse chego na conclusão de que a era de ouro do cinema americano no gênero western se deu mesmo na década de 1950. Os melhores diretores, roteiristas e atores estavam na ativa e os filmes, mesmo os que eram considerados de segundo escalão, eram muito bem produzidos e dirigidos. Veja o caso desse "Taberna dos Proscritos". Todos os elementos estão em seus lugares certos. O roteiro explora ação, aventura, mas também há espaço para o romance, para preciosas aulas de história. O ator Joel McCrea foi o melhor astro de faroeste B dos anos 50. Além disso o filme contava ainda com o sangue latino de Yvonne De Carlo, uma bela e sensual mulher. Tudo sob direção do mestre George Sherman, que era tão associado ao faroeste que tinha até mesmo nome de general americano da guerra civil. Enfim, ótimo filme, tudo valorizado pelo bom gosto das produções da Universal da época. Diversão garantida.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 26 de dezembro de 2006
Joel McCrea & Charles Bronson
Charles Bronson - Um dos mais populares atores de Hollywood. Durante seis décadas o ator foi um verdadeiro operário padrão em Hollywood, aparecendo em incríveis 161 filmes! Um recordista em número de atuações. Bronson nasceu em 1921 em Ehrenfeld, Pennsylvania, EUA. Sempre acalentou o sonho de ser ator mas com traços fortes (tinha descendência indígena) temia ser marcado em papeis sem importância em Hollywood. Mesmo assim resolveu seguir em frente. Como ele próprio se auto definiu: “Pareço uma rocha que foi dinamitada”. Como tinha porte e jeito de durão realizou inúmeros faroestes ao longo da carreira mas se destacou mesmo no grande sucesso “Sete Homens e um Destino” de 1960. Depois vieram outros bons momentos no gênero como “Estrondo de Tambores”, “Bonanza” (a famosa série de TV), e o clássico absoluto de Sergio Leone, “Era Uma Vez no Oeste”. Bronson foi um ator que participou de filmes de vários gêneros (ficção, policial, suspense, ação) mas na virada da década de 1960 para 1970 se dedicou particularmente aos filmes de faroeste se destacando entre eles “Sol Vermelho”, “Renegado Vingador” (um de suas caracterizações de índio mais lembradas) “Chino” e “Caçada da Morte”. Depois do enorme sucesso de “Desejo de Matar” Bronson encontrou um novo filão que iria explorar até o fim de seus dias, a dos justiceiros urbanos em filmes com muita violência. O ator faleceu em 2003 e deixou sua marca para sempre na história do cinema americano.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 19 de outubro de 2006
Pistoleiros do Entardecer (1962)
2. Inicialmente Randolph Scott foi contratado para atuar como Judd e Joel McCrea como Westrum, mas assim que as filmagens começaram eles perceberam que estavam nos personagens errados. Depois de debaterem o assunto com o diretor os papéis foram finalmente trocados.
3. Os planos iniciais do estúdio contavam com John Wayne e Gary Cooper como os astros do filme, mas antes das filmagens começarem o astro Cooper foi internado com sérios problemas de saúde (ele tinha câncer). Depois de meses de adiamento finalmente veio a terrível notícia: o ator havia falecido. Com isso Wayne pediu para sair do projeto e a MGM precisou escalar dois outros atores para o filme. Randolph Scott e Joel McCrea então foram finalmente contratados.
4. Esse roteiro era tão bom que em meados dos anos 80 o ator Charlton Heston comprou os direitos autorais para realizar um remake. Ele queria Clint Eastwood como seu parceiro em cena, mas infelizmente o projeto não foi adiante. Não por causa de Eastwood, que até considerou o convite muito bom, mas sim por Heston que enfrentava problemas de saúde.
5. A intenção de Joel McCrea também era a de se aposentar após esse filme, mas ao contrário de Randolph Scott, que realmente nunca mais atuou, ele resolveu voltar em 1976 para uma despedida definitiva no bom filme "Mustang Selvagem". Para muitos McCrea teve que deixar a aposentadoria de lado por problemas financeiros.
6. Randolph Scott queria Budd Boetticher, seu velho amigo, como diretor do filme. Esse porém não poderia aceitar por já estar comprometido com outro filme, rodado no México. Assim o estúdio se voltou para Sam Peckinpah que prontamente aceitou o convite. Seu trabalho foi considerado essencial para que o filme se tornasse um dos grandes clássicos da história do western americano.
Pablo Aluísio.