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quinta-feira, 19 de setembro de 2024

Duna: Parte Dois

Título no Brasil: Duna: Parte Dois
Título Original: Dune: Part Two
Ano de Lançamento: 2024
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Denis Villeneuve
Roteiro: Denis Villeneuve, Jon Spaihts
Elenco: Timothée Chalamet, Rebecca Ferguson, Austin Butler, Javier Bardem, Josh Brolin, Christopher Walken, Stellan Skarsgård, Charlotte Rampling, Zendaya

Sinopse:
O Planeta desértico que na antiguidade era conhecido como Duna, passa a ser cada vez mais atacado pelas forças impiedosas do império. O povo oprimido espera pela chegada do Messias que vai trazer liberdade a todos eles, mas antes será precisa deixar claro que esse Messias é um jovem que ainda não está plenamente convencido de seu destino. 

Comentários:
Achei bem melhor do que o primeiro filme, isso apesar de ter ficado incomodado pelo fato de que a história segue inconclusiva, afinal são vários livros para serem adaptados nos próximos anos. Pense bem, essa história toda é nada mais, nada menos, do que uma adaptação da história de Jesus para o mundo Sci-fi. A premissa é semelhante em tudo, com o Messias, um povo oprimido que vive numa região de desertos, invadidos por uma potência estrangeira. O povo que se une a essa figura que inicialmente se mostra um Messias relutante, seu sacrifício pessoal, a luta contra o império e tudo mais. Nesse segundo filme isso fica mais do que óbvio. Gostei de praticamente tudo, até mesmo de ver o Austin Butler (do filme "Elvis") dando uma de vilão psicopata. Mesmo sem ter muito o que desenvolver, ele se saiu bem. Só me incomodou mesmo essa coisa de montar vermes gigantes do deserto. Acho uma coisa bem boba, no final das contas. Só que vamos reconhecer, não é falha do filme, mas dos livros originais que foram escritos naquela época de muita LSD, hippies e cultura psicodélica. Duna, no fundo, é bem isso aí, uma versão dos evangelhos escritos com muita erva na cabeça! 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 30 de janeiro de 2024

Os Chefões

Título no Brasil: Os Chefões
Título Original: The Funeral
Ano de Lançamento: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: October Films
Direção: Abel Ferrara
Roteiro: Nicholas St. John
Elenco: Christopher Walken, Chris Penn, Annabella Sciorra, Isabella Rossellini, Benicio Del Toro, Vincent Gallo

Sinopse:
Na década de 1930, em Nova York, o caixão de um gangster chamado Johnny Tempio é levado à casa de seu irmão mais velho, Ray, para que o velório seja o ponto de encontro de familiares e amigos. Ray decide vingar o assassinato de seu irmão mais novo e acredita que o gangster Gaspare foi quem o matou. Só que nada será tão simples como ele pensaria ser. 

Comentários:
Abel Ferrara fez cinema independente de extrema qualidade. Era um cineasta controverso que muitas vezes precisou fazer cinema de guerrilha para produzir sua arte. Esse filme aqui é um dos mais interessantes de sua carreira. Claro que o erro começa na distribuidora nacional que arranjou um péssimo título nacional. Prefira o original, O Funeral, bem preciso e correto do ponto de vista da narrativa. É justamente no funeral que os irmãos criminosos se encontram para tomar uma decisão crucial para eles. Nessa parte do filme podemos notar até mesmo uma linha de narração que lembra a peça teatral que deu origem ao roteiro do filme. E tem também o bom elenco, atuando com convicção. Enfim, um bom filme sobre bandidos e família, não necessariamente nessa ordem. Pena que anda muito esquecido e complicado de achar nos dias atuais. 

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 17 de março de 2023

Coisas para se Fazer em Denver Quando Você Está Morto

Título no Brasil: Coisas para se Fazer em Denver Quando Você Está Morto
Título Original: Things to Do in Denver When You're Dead
Ano de Lançamento: 1995
País: Estados Unidos
Estúdio: Miramax
Direção: Gary Fleder
Roteiro: Scott Rosenberg
Elenco: Andy Garcia, Christopher Walken, Christopher Lloyd, Steve Buscemi, William Forsythe, Treat Williams

Sinopse:
Sujeito inescrupuloso e canalha contrata um bando de criminosos de baixo clero para fazer um servicinho sujo para ele. Eles devem dar uma surra homérica em um cara que está lhe causando problemas familiares. Não para matar, não para aleijar, apenas uma surra bem dada, para ele se ligar com quem está se metendo. Só que o plano criminoso que parece ser simples foge do controle. 

Comentários:
Filme que assisti ainda nos tempos do VHS, em plenos anos 90. Fez até um bom sucesso nas locadoras e ganhou até mesmo uma áurea de cult movie quando foi lançado. Começa com um sujeito que contrata um bando de criminosos para dar uma surra em um de seus desafetos. Coisa simples, nada demais. Apenas uma advertência em ritmo de socos e chutes. Só que como sempre acontece nesse tipo de situação, a coisa toda foge do controle e escamba para o caos generalizado. O elenco é muito bom, sendo liderado pelo ator Andy Garcia, um sujeito de classe, de origem cubana que sempre se saiu bem em suas produções, mesmo quando era um mero coadjuvante. Ele havia se destacado como coadjuvante em O Poderoso Chefão III e Os Intocáveis, então o estúdio começou a investir em sua carreira como astro principal. Essa foi uma tentativa. Um filme bom, que apesar de não ter sido um sucesso de bilheteria nos cinemas, certamente ainda é lembrado hoje em dia por quem aprecia bons filmes daquela boa década de 90. 

Pablo Aluísio.

sábado, 21 de maio de 2022

Na Hora da Zona Morta

Título no Brasil: Na Hora da Zona Morta
Título Original: The Dead Zone
Ano de Produção: 1983
País: Estados Unidos
Estúdio: Dino de Laurentiis Company
Direção: David Cronenberg
Roteiro: Jeffrey Boam
Elenco: Christopher Walken, Martin Sheen, Brooke Adams, Tom Skerritt, Herbert Loam, Anthony Zerbe

Sinopse:
Com roteiro baseado na obra de Stephen King, o filme "Na Hora da Zona Morta" conta a história de um homem que após alguns anos em coma acorda e recupera a sua consciência. E para sua surpresa, ele agora apresenta estranhos poderes de origem psíquica.

Comentários:
Dos filmes que foram adaptados dos livros de Stephen King nos anos 80 eu sempre considerei esse "Na Hora da Zona Morta" como um dos melhores. O grande diferencial aqui não vem da produção, de efeitos especiais ou até mesmo do elenco, embora ele seja muito bom, contando com um Christopher Walken mais estranho do que o habitual e um Martin Sheen bem focado em seu papel. O que diferença mesmo nesse filme é o roteiro, com uma trama muito interessante e inteligente, além da preciosa direção do talentoso David Cronenberg, aqui em um de suas fases mais criativas e originais. O clima do filme de forma geral é bem perturbante, o que cai como uma luva para a intenção do texto. Sem sombra de dúvida um dos melhores filmes dos anos 80, sem favor algum!

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 2 de maio de 2022

O Golpe de John Anderson

Título no Brasil: O Golpe de John Anderson
Título Original: The Anderson Tapes
Ano de Produção: 1971
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Sidney Lumet
Roteiro: Lawrence Sanders
Elenco: Sean Connery, Christopher Walken, Dyan Cannon, Martin Balsam, Alan King, Garrett Morris

Sinopse:
Após ficar anos numa prisão por roubo de bancos, Duke Anderson (Sean Connery) está de volta às ruas. Não demora muito e ele começa a reunir uma nova quadrilha de ladrões. O alvo passa a ser um prédio de ricaços. O que ele nem desconfia é que os tiras estão na sua cola, filmando e gravando todos os seus passos.

Comentários:
Sean Connery foi um excelente ator. Depois de ser James Bond ele procurou por novos desafios na carreira. Esse filme dos anos 70 nem é tão lembrado, mas é um dos melhores dessa fase. Ele interpreta um velho ladrão que logo volta aos golpes quando coloca os pés fora da prisão. O roteiro do filme procura enfocar a tecnologia usada pelos policiais na época para pegar grandes golpes. Hoje em dia todas aquelas fitas, gravadores de rolo, vão parecer peças de museu, mas servem como elemento de nostalgia. E por falar em nostalgia a trilha sonora é pura discoteca, com muitos efeitos sonoros que hoje em dia vão parecer até mesmo bizarros. Ignore, o que o filme tem de melhor é o seu roteiro e, claro, a atuação do sempre ótimo Connery.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 5 de novembro de 2021

Tempo Esgotado

Voltando a escrever sobre filmes que assisti na década de 1990 vou aqui tecer algumas observações sobre esse "Nick of Time" (no Brasil, "Tempo Esgotado"). Essa foi uma tentativa do ator Johnny Depp de fugir um pouco do estereótipo que a crítica tinha formado sobre sua imagem nas telas. Ao invés de interpretar mais um tipo esquisito em filmes mais ao estilo cult (pois é, isso foi bem antes dele virar um astro de blockbusters), o ator resolveu apostar nesse thriller de ação e suspense que me lembrou até mesmo do clássico western "Matar ou Morrer". Não que o filme seja um faroeste, longe disso, as semelhanças são mesmo em relação ao roteiro, sua estrutura, a forma como tudo é conduzido. Gene Watson, o personagem interpretado por Depp, é um sujeito comum, banal, que leva uma vida extremamente rotineira e chata. Seu cotidiano sem surpresas vira de ponta cabeça quando ele é colocado contra a parede por um criminoso. O sujeito sequestrou sua filha e em troca da vida dela exige que Watson mate um importante político! Ele tem poucas horas para resolver isso (o que traz a maior semelhança com o clássico estrelado por Gary Cooper) e não pode fugir de sua situação ou pedir por algum tipo de socorro por parte das autoridades. 

O filme só funciona mesmo em termos. Depp, de óculos e figurino de jovem trabalhador, não convence muito. Ele corre pra lá e pra cá, com cara de espanto, em uma obra que me decepcionou, ainda mais se tratando do grande John Badham (de tantos filmes bons como "Tocaia", "Drácula" ou "Jogos de Guerra"). Realmente ficou faltando algo mais interessante. Para os fãs de Depp porém nunca será uma perda de tempo total conferir esse trabalho quando ele ainda era bem jovem e prestes a explodir nas telas de cinema. No mínimo valerá pela curiosidade.

Tempo Esgotado (Nick of Time, Estados Unidos, 1995) Direção: John Badham / Roteiro: Patrick Sheane Duncan / Elenco: Johnny Depp, Christopher Walken, Courtney Chase./ Sinopse: Homem comum precisa cometer um crime para salvar uma vida. Thriller de suspense e tensão dos anos 90.

Pablo Aluísio.

sábado, 7 de agosto de 2021

Bem-Vindo à Selva

O "The Rock" (não o chame assim, porque ele desistiu desse "nome", dessa alcunha) segue firme na carreira. Seus filmes não são necessariamente grandes sucessos de bilheteria como acontecia com os brutamontes de ação dos anos 80, mas ele inegavelmente consegue se firmar na indústria de cinema, ano após ano. Dwayne Johnson é considerado um nome confiável pelos principais estúdios de Hollywood. Nesse "Bem-Vindo à Selva" ele segue basicamente a fórmula de praticamente todos os seus filmes. Os roteiros misturam cenas de ação bem elaboradas com bastante humor. Não são filmes para se levar muito à sério. É pura pipoca em forma de cinema, feito para a pura diversão realmente. Nada pretensioso, seus filmes não querem almejar reconhecimento da crítica. Apenas divertir.

Essa produção com história que se passa na selva Amazônica conta com cenas bem engraçadas como a queda exagerada, barranco abaixo, com um jipe caindo por cima dele e o furioso ataque de um macaco selvagem, de uma espécie aliás que só existe na África e não na selva Amazônica. Tudo bem, ninguém espera por algo a mais do que apenas diversão, então está valendo esse tipo de erro. O elenco coadjuvante traz a presença de Christopher Walken. Esse não precisa fazer esforço para ser engraçado. O próprio jeito de ser dele, natural, já garante o riso. Então é isso, um filme com The Rock que seus fãs não vão reclamar, em absoluto.

Bem-Vindo à Selva (The Rundown, Estados Unidos, 2003) Direção: Peter Berg / Roteiro: R.J. Stewart, James Vanderbilt / Elenco: Dwayne Johnson, Seann William Scott, Christopher Walken / Sinopse: Um grupo de americanos decide entrar nas profundezas da floresta Amazônica em busca de um suposto tesouro e acabam encontrando muitas aventuras selva adentro.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 28 de abril de 2021

Portal do Paraíso

Até hoje o filme consta na lista dos maiores fracassos comerciais da história de Hollywood, o que não deixa de ser lamentável. Na verdade o que chegou ao público foi uma colcha de retalhos montado pelos executivos da United Artists. O que de fato aconteceu? "Portal do Paraíso" foi uma produção cara, que levou bastante tempo para ficar pronta. Quando finalmente o diretor Michael Cimino apresentou seu primeiro corte para os produtores, esses ficaram chocados. Tudo havia resultado em um filme com mais de 4 horas de duração. Inviável comercialmente para ser exibido nos cinemas da época.

Assim Cimino foi afastado e o estúdio contratou uma equipe especial para a edição de uma nova versão. Essa que chegou até nós era realmente péssima. Muitas cenas importantes foram cortadas e outras, nem tão importantes assim, ficaram. Tudo remendado, mal posicionado. Um trabalho mal feito ao meu ver. O resultado foi um filme com história confusa que foi malhado impiedosamente pela crítica e abandonado pelo público que deixou as salas de cinemas vazias. Em poucos dias o filme saiu de cartaz nos Estados Unidos e Europa. No Brasil foi exibido rapidamente em poucas salas. A péssima bilheteria quebrou financeiramente a United Artists. Um desastre completo. Uma pena porque tinha potencial para virar uma obra-prima.

Portal do Paraíso (Heaven's Gate, Estados Unidos, 1980) Estúdio: United Artists / Direção: Michael Cimino / Roteiro: Michael Cimino / Elenco: Kris Kristofferson, Christopher Walken, Jeff Bridges, John Hurt, Mickey Rourke, Brad Dourif, Geoffrey Lewis / Sinopse: Durante a Guerra do Condado de Johnson em 1890, no Wyoming, um xerife nascido na riqueza faz o seu melhor para proteger os fazendeiros imigrantes dos ricos interesses dos pecuaristas da região..Filme indicado ao Oscar na categoria de mlehor direção de arte (Tambi Larsen e James L. Berkey).

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 14 de abril de 2021

Cães de Guerra

Título no Brasil: Cães de Guerra
Título Original: The Dogs of War
Ano de Produção: 1980
País: Inglaterra
Estúdio: Juniper Films
Direção: John Irvin
Roteiro: Gary DeVore, George Malko
Elenco: Christopher Walken, Tom Berenger, Colin Blakely, Hugh Millais, Paul Freeman, JoBeth Williams

Sinopse:
O mercenário James Shannon (Christopher Walken) é contratado para atuar em um trabalho de reconhecimento na nação africana de Zangaro. As coisas porém fogem do controle e ele é torturado e deportado. Agora ele está de volta para liderar um golpe.

Comentários:
Antes de qualquer coisa não vá confundir com outro filme de guerra chamado "Os Selvagens Cães de Guerra". São dois filmes completamente diferentes. Esse aqui é uma produção inglesa classe B que não traz maiores destaques. O filme é estrelado pelo ator Christopher Walken, aqui menos estranho do que o habitual. Ele tem um bom parceiro de cena, o ator Tom Berenger que alguns anos depois iria se consagrar por seu trabalho de atuação no filme "Platoon". A direção dessa fita é do cohecido diretor de filmes de ação John Irvin. Sempre que vejo seu nome nos créditos de algum filme me lembro de "Jogo Bruto", filme dos anos 80 estrelado pelo brucutu  Arnold Schwarzenegger. Enfim, um filme de ação feito na Inglaterra que pode até ter alguns bons momentos, mas que no quadro geral ficou bastante datado e envelhecido.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 5 de abril de 2021

Contato de Risco

Título no Brasil: Contato de Risco
Título Original: Gigli
Ano de Produção: 2003
País: Estados Unidos
Estúdio: Revolution Studios, City Light Films
Direção: Martin Brest
Roteiro: Martin Brest
Elenco: Ben Affleck, Jennifer Lopez, Christopher Walken, Justin Bartha, Lenny Venito, Terry Camilleri,  

Sinopse:

Larry Gigli (Ben Affleck) é designado por um chefe do crime organizado para sequestrar o irmão de um proeminente promotor público. Uma linda mulher conhecida apenas como Ricki (Lpez) é enviada para ficar com ele para garantir que ele não atrapalhe o trabalho.

Comentários:
Ben Affleck e Jennifer Lopez formaram um dos casais mais badalados do mundo das celebridades. Era os reis, os campeões dos tabloides e das revistinhas de fofocas por anos e anos. Assim não foi nenhuma surpresa que os dois fossem reunidos em um filme. Claro, no mundo do cinema americano, em Hollywood, vida pessoal e vida profissional se intercalam. Já que o namoro chamava tanta a atenção, por que não faturar em cima disso? O resultado foi esse filme muito fraquinho que foi arrasado pela crítica nos Estados Unidos. O público também, para surpresa de muitos, ignorou o lançamento nos cinemas, transformando a produção em um dos grandes fracassos comerciais do ano. O escrachado prêmio Framboesa de Ouro fez a festa e elegeu esse como o "pior filme da década", entregando ainda os "prêmios" de pior ator e pior atriz para os pombinhos. Pois é, não houve final feliz para eles.

Pablo Aluísio.

sábado, 6 de fevereiro de 2021

Anjos Rebeldes

Título no Brasil: Anjos Rebeldes
Título Original: The Prophecy
Ano de Produção: 1995
País: Estados Unidos
Estúdio: Dimension Films
Direção: Gregory Widen
Roteiro: Gregory Widen
Elenco: Christopher Walken, Elias Koteas, Viggo Mortensen, Virginia Madsen, Amanda Plummer, Adam Goldberg

Sinopse:
Na cena de um assassinato bizarro, envolvendo misticismo e magia antiga, o detetive de homicídios de L.A. Thomas Dagget (Elias Koteas) descobre uma profecia celestial letal que agora está se cumprindo na Terra.

Comentários:
Policial começa a investigar uma série de crimes violentos em Los Angeles. Aos poucos vai percebendo que muito provavelmente o crime tenha alguma ligação remota com velhas mitologias religiosas, em especial envolvendo anjos! Como o próprio tira tem um passado ligado à religião, ele começa a usar de seus conhecimentos sobre a milenar guerra entre anjos do bem e do mal, para seguir nas pistas do assassinato. Curioso filme, com história criada pelo mesmo roteirista de "Highlander, o Guerreiro imortal", grande sucesso de bilheteria dos anos 80l. O filme tem bom ritmo e embora em algumas partes seja um pouco confuso, agrada a quem gosta desse tipo de trama com elementos mais místicos e religiosos. Um certo problema surgiu na elaboração da imagem dos próprios anjos que surgem na história. Ficou bem interessante o visual de todos eles.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 3 de novembro de 2020

Canguru Jack

Título no Brasil: Canguru Jack
Título Original: Kangaroo Jack
Ano de Produção: 2003
País: Estados Unidos, Austrália
Estúdio: Castle Rock
Direção: David McNally
Roteiro: Steve Bing, Barry O'Brien
Elenco: Anthony Anderson, Christopher Walken, Jerry O'Connell, Estella Warren, Marton Csokas, Michael Shannon

Sinopse:
Dois amigos de infância, um cabeleireiro nova-iorquino e um aspirante a músico, se envolvem em várias confusões e são forçados a entregar 50 mil dólares na Austrália, mas as coisas dão errado quando o dinheiro é perdido para um canguru selvagem.

Comentários:
Tem que estar no clima certo e fazer parte de uma parcela bem de nicho do público para curtir esse filme. É aquele tipo de produção que eu não assistiria no cinema. Apenas o veria em canais a cabo se não houvesse nada mais a assistir (e foi justamente isso que aconteceu). Os efeitos especiais são até bem feitos, mas esse personagem digital do Canguru Jack não tem carisma nenhum e é bem chato pra falar a verdade. A única coisa realmente engraçada nessa fita descartável é a presença de Christopher Walken. Ele sempre foi naturalmente estranho, nem precisa fazer força para soar engraçado. Fora ele, devo dizer, quase nada se salva. O filme assim é uma besteira inútil apenas.

Pablo Aluísio.

domingo, 19 de abril de 2020

O Franco Atirador

Título no Brasil: O Franco Atirador
Título Original: The Deer Hunter
Ano de Produção: 1978
País: Estados Unidos
Estúdio: EMI Films, Universal Pictures
Direção: Michael Cimino
Roteiro: Michael Cimino, Deric Washburn
Elenco: Robert De Niro, Meryl Streep, Christopher Walken, John Cazale, John Savage, George Dzundza

Sinopse:
Um grupo de amigos de uma cidade industrial dos Estados Unidos é enviado para a Guerra do Vietnã. No país asiático são feitos prisioneiros, submetidos a torturas físicas e psicológicas. A guerra cria traumas praticamente impossíveis de superar, afetando a vida de todos eles. Filme vencedor do Oscar nas categorias de melhor filme, melhor direção, melhor ator coadjuvante (Christopher Walken) e melhor som. Também premiado pelo Globo de Ouro na categoria de melhor filme.

Comentários:
Esse filme foi o grande vencedor do Oscar no ano de 1978. Foi premiado em categorias importantes, inclusive melhor filme, melhor direção e melhor ator coadjuvante (Christopher Walken). O roteiro é nitidamente dividido em três grandes atos. No primeiro é mostrado a vida dos jovens amigos antes da guerra. Eles trabalham em uma indústria pesada de sua cidade. A vida é dura, mas há momentos de felicidade, como o casamento de um deles antes de ir para a guerra do Vietnã. No segundo ato temos os personagens visitando o inferno no sudeste asiático. A guerra no Vietnã se mostra um beco sem saída. Eles são capturados pelos inimigos e submetidos a torturas, inclusive um jogo de vida ou morte com roleta russa. Enquanto os americanos puxam o gatilho contra a cabeça, os vietcongues apostam em quem vai sobreviver. O terceiro e último ato mostra o retorno de Michael (Robert De Niro) aos Estados Unidos. Ele é o único que consegue sair são e salvo do Vietnã. Tentando recomeçar sua vida ele tenta iniciar um romance com Linda (Meryl Streep), que trabalha em um supermercado da cidade. O caso entre eles porém nunca consegue decolar. Esse filme traz todas as qualidades e defeitos que marcaram a filmografia de Michael Cimino. Entre suas qualidades estava o domínio de mostrar cenas bem elaboradas, envolvendo um grande número de atores. De seus defeitos podemos perceber o corte excessivo do filme, que resultou numa duração de quase 3 horas. Mesmo assim é um clássico do cinema que merece ser redescoberto, principalmente para quem se interessa pela história do Oscar.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

Mogli: O Menino Lobo

A animação original fez parte da minha infância. Porém havia muitos anos que tinha assistido e me lembrava muito pouco. Foi bem gratificante então assistir a essa nova versão, com atores em carne e osso e bichinhos falantes construídos com a mais moderna computação gráfica. Pois é, o estúdio Disney teve essa grande ideia, a de fazer novas versões de suas antigos clássicos da animação, agora no estilo mais convencional. Em breve teremos "O Rei Leão" e "Dumbo". Basta assistir a esse "Mogli: O Menino Lobo" para entender que vem coisa muito boa por aí! O filme é uma maravilha tecnológica. Venceu inclusive o Oscar de melhores efeitos especiais. É de uma perfeição técnica de encher os olhos. Ok, tudo o que diz respeito à marca Walt Disney é extremamente bem feito, mas esse aqui subiu um ponto na escala. Como se sabe na fábula do Mogli há muitos personagens animais, que falam e interagem como se fossem seres humanos. Nessa versão eles não são caricatos, mas sim mais próximos da realidade. Excelente escolha.

Some-se a isso o fato de que o elenco de dubladores, todos astros em Hollywood, fizeram um trabalho de pura perfeição. Eu nem havia prestado atenção nesse time antes de ver o filme, mas bastou o urso Baloo abrir a boca para reconhecer imediatamente a voz de Bill Murray! Muito divertido. E o que dizer de um Rei orangotango chamado Louie com trejeitos de Christopher Walken? Impossível não reconhecer o estilo único dele falar. Até mesmo a cobra Kaa ficou perfeita na interpretação vocal de Scarlett Johansson! Enfim, tudo muito bem realizado numa nova versão que ficou excelente, em todos os aspectos cinematográficos.

Mogli: O Menino Lobo (The Jungle Book, Estados Unidos, 2016) Direção: Jon Favreau / Roteiro: Justin Marks, baseado na obra do escritor Rudyard Kipling / Elenco: Neel Sethi, Bill Murray, Ben Kingsley, Christopher Walken, Scarlett Johansson, Idris Elba, Lupita Nyong'o / Sinopse: Após a morte de seu pai, o menino Mogli passa a ser criado por lobos. Sua vida na floresta é feliz, até a chegada do tigre Shere Khan que não aceita sua presença na selva. Ele quer vingança contra todos os homens e também seus "filhotes".

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 7 de novembro de 2018

007 - Na Mira dos Assassinos

Esse filme foi marcante por diversos motivos. Em nível pessoal foi o primeiro filme de James Bond que assisti no cinema! Já para a franquia do agente inglês marcou a despedida do ator Roger Moore do personagem que o consagrou durante toda a década de 1970. Ele já estava velho para o papel, só que o estúdio com medo de mudanças o deixou um pouco mais. Nessa produção ela já demonstra que não tinha mais o mesmo pique e vigor dos primeiros filmes. A idade já começava a pesar. Curiosamente isso porém não atrapalhou o filme como um todo, pois até hoje os fãs elogiam "A View to a Kill" com um dos melhores do agente. Algo que poucos poderiam imaginar quando o filme foi lançado nos cinemas.

Pequenos detalhes de produção fizeram diferença. Desde o bom roteiro escrito pela dupla Richard Maibaum e Michael G. Wilson, passando pela direção do veterano diretor John Glen que dirigiu vários filmes de Bond ao longo dos anos. Até a trilha sonora se tornou acima da média, sendo assinada pelo grupo Duran Duran em parceria com o maestro e compositor John Barry. Grace Jones ajudava no elenco de apoio e a trama mantinha o interesse. Praticamente nada faltou mesmo nesse Bond dos anos 80. O enredo girava em torno de um vilão em busca de controlar o novo mundo da tecnologia que nascia (a internet ainda não era uma realidade para todos, mas já existia e o PC começava a ser um item comum nas casas). Enfim, um filme de James Bond que não fica nada a dever aos melhores da série.

007 - Na Mira dos Assassinos (A View to a Kill, Estados Unidos, Inglaterra, 1985) Direção: John Glen / Roteiro: Richard Maibaum, Michael G. Wilson, baseados na obra original escrita por Ian Fleming / Elenco: Roger Moore, Christopher Walken, Grace Jones, Tanya Roberts / Sinopse: O agente James Bond (Roger Moore) precisa destruir os planos de um vilão que deseja se apoderar de uma nova tecnologia que estava para nascer. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Música Original ("A View to a Kill" de Duran Duran e John Barry).

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 13 de julho de 2017

O Último Concerto

Título no Brasil: O Último Concerto
Título Original: A Late Quartet
Ano de Produção: 2012
País: Estados Unidos
Estúdio: RKO Pictures
Direção: Yaron Zilberman
Roteiro: Seth Grossman (screenplay), Yaron Zilberman
Elenco: Philip Seymour Hoffman, Christopher Walken, Catherine Keener, Imogen Poots, Mark Ivanir, Liraz Charhi

Sinopse:
Um quarteto de música clássica entra em crise quando um dos membros, Peter Mitchell (Christopher Walken), é diagnosticado com Mal de Parkinson. Ele quer deixar o grupo, o que acaba levando todos a uma série de brigas, mágoas e desentendimentos que tinham ficado escondidos por anos.

Comentários:
Bom filme. O cenário é o mundo erudito da música clássica. Um quarteto de câmara vai se esfacelando após anos tocando juntos. São bem sucedidos no meio, mas os conflitos vão se mostrando cada vez mais insuperáveis. Robert (Hoffman) e Juliette (Keener) são casados. O que um dia foi paixão, se acabou. Ela não quer mais continuar com ele, que procura se consolar nos braços de uma dançarina espanhola de música flamenca. Assim que Juliette descobre a traição tudo desmorona. O pior é que eles precisam superar isso, pois trabalham juntos, no quarteto de cordas. Para piorar o clima de tensão, o veterano Daniel (Mark Ivanir), que toca o primeiro violino, se envolve com a filha deles, uma jovem estudante de violino. Claro que isso acaba criando muitas brigas, algumas inclusive violentas. E para estragar o que já anda mais do que ruim, Peter (Walken), o grande elo de ligação entre todos os músicos, acaba sendo diagnosticado com Mal de Parkinson, o que o impedirá de continuar tocando dentro de um meio tão concorrido e elitista, que não aceita falhas no palco. Esse roteiro revela que mesmo nos meios musicais mais eruditos ainda há muitos problemas de relacionamento para se manter um grupo unido, tal como se fosse uma bandinha de rock qualquer. Além da excelente trilha sonora (com destaque para as peças de Ludwig van Beethoven que ouvimos durante todo o filme) o grande destaque vai para o elenco. Todos estão maravilhosamente inspirados, com Philip Seymour Hoffman e Christopher Walken "duelando" muito bem em cena. Walken inclusive, sempre tão lembrado pelos exageros e maneirismos, finalmente se contém. É uma pena que Hoffman tenha falecido tão jovem ainda, vítima de uma overdose de drogas. Ao se assistir filmes como esse percebemos claramente como sua ausência faz muita falta no cinema de hoje em dia.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 5 de abril de 2017

A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça

Título no Brasil: A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça
Título Original: Sleepy Hollow
Ano de Produção: 1999
País: Estados Unidos, Alemanha
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Tim Burton
Roteiro: Washington Irving, Kevin Yagher
Elenco: Johnny Depp, Christina Ricci, Miranda Richardson, Christopher Walken, Christopher Lee
  
Sinopse:
Em fins do século XVIII, uma série de mortes misteriosas começam a assustar os moradores do pequeno e distante vilarejo de Sleepy Hollow. Quem seria o autor de mortes tão horrendas? Para solucionar o mistério chega um investigador de Nova Iorque chamado Ichabod Crane (Johnny Depp). Ele tem seu próprio estilo de investigação e acaba descobrindo a figura de um sinistro cavaleiro sem cabeça, que cavalga pelas noites escuras da região aterrorizando os pacatos moradores que lá vivem. Filme vencedor do Oscar na categoria de Melhor Direção de Arte (Rick Heinrichs e Peter Young). Também indicado nas categorias de Melhor Fotografia (Emmanuel Lubezki) e Melhor Figurino (Colleen Atwood).

Comentários:
O conto original "The Legend of Sleepy Hollow" faz parte do folclore americano, das tradições que deram origem ao feriado nacional daquele país conhecido como Halloween, o dia das bruxas. É aquele tipo de obra cultural que já deu origem a livros, filmes, desenhos e todos os tipos de produtos que você possa imaginar. Adaptar algo assim sempre envolve controvérsias pelo fato de ser algo muito conhecido pelo público em geral. Nas mãos de Tim Burton, o mais gótico de todos os cineastas americanos, era de se esperar que tivéssemos pelo menos um grande filme para assistir. Na realidade essa produção só é realmente fantástica em termos de direção de arte. Figurinos, cenários, efeitos digitais, tudo é de primeira linha. Fora isso algumas coisas realmente parecem bem fora do lugar. O próprio elenco não foi bem escalado. Johnny Depp, em eterna parceria com Burton, tem certamente o seu valor, mas não se mostra adequado para viver o personagem Ichabod Crane. Depp não tinha idade e nem o visual certo para interpretar Crane, que basicamente era um sujeito na meia idade, nada heroico, que tinha que enfrentar um grande perigo vindo diretamente das trevas. Em termos de roteiro Burton não quis arriscar muito, preferindo rodar uma história que lembra bastante o texto original. Provavelmente teria sido melhor dar pitadas de inovação em certos aspectos. Do jeito que está, não existe grande justificativa para a produção de algo tão elaborado assim. O orçamento do filme foi milionário, algo em torno de cem milhões de dólares, o que aumentou a decepção quando o filme finalmente chegou nas telas de cinema. Foi muito dinheiro investido para pouco resultado artístico. Nas bilheterias o estúdio teve pouco resultado em termos de retorno financeiro. O filme praticamente apenas arrecadou seu custo de produção, sem muito lucro, o que serviu para queimar um pouco Tim Burton dentro da indústria. A única coisa realmente memorável vem das participações de veteranos consagrados como o mito Christopher Lee, recentemente falecido. Sua presença vale por quase todo o filme.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Candidato Aloprado

Tom Dobbs (Robin Williams) é um comediante, apresentador de talk show, que durante um dos programas solta uma piada dizendo que vai se candidatar à presidência dos Estados Unidos. O que era para ser apenas um comentário divertido porém começa a ganhar a simpatia do público. Milhões de E-mails são enviados à emissora e Dobbs resolve levar mais adiante a sua sátira, se candidatando pra valer ao cargo como candidato independente. Em pouco tempo ele começa a subir de verdade nas pesquisas se tornando um dos favoritos do eleitorado. Muito bem, com esse título nacional o espectador pode vir a pensar que se trata de uma comédia das mais escrachadas, porém não é bem isso. "Man of the Year" ("O Homem do Ano", em tradução literal) certamente usa o humor em seu enredo, porém tenta ao mesmo tempo mostrar aspectos importantes do mundo da política americana. O diretor Barry Levinson, que também assinou o roteiro, tenta emplacar assuntos mais importantes entre as improvisações de Robin Williams.

Um deles é o esgotamento e a saturação da política tradicional, com a bipolaridade que existe nos Estados Unidos (sempre com dois candidatos, um dos republicanos, outro dos democratas), usando cada vez mais discursos padrões e sem novidades. Quando um comediante chega nesse meio e começa a falar algumas verdades, mesmo que sob o verniz do humor, ele logo dispara na preferência do povo. Já conhecemos bem esse tipo de cenário pois o Brasil já elegeu humoristas para cargos públicos. O descontentamento do eleitor acaba virando voto de protesto, dando enormes votações a pessoas que não teriam a menor chance em uma situação comum e normal. Outra questão que é colocada em cena é a eleição via urna eletrônica. No filme o personagem de Robin Williams acaba se beneficiando de erros de programação das máquinas que captam os votos dos eleitores! Isso demonstra que os americanos não estão nem um pouco dispostos a trocar o voto de papel pelo das urnas digitais, como temos no Brasil. E a razão é muito simples de explicar: elas são facilmente burláveis ou então podem ser manipuladas. Assim o roteiro, sem querer, acaba mostrando aspectos que andam muito em voga no Brasil atualmente em termos de política: a saturação completa da política tradicional e seus partidos sem representação, completamente desacreditados e desmoralizados e a sempre presente sombra da manipulação das eleições ao se usar de meios computadorizados para a captação e contagem de votos. Fora isso o que temos é uma boa comédia, nada excepcional e nem extremamente engraçada, mas que pelo menos serve para levantar interessantes tópicos como esses para discussão.

Candidato Aloprado (Man of the Year, EUA, 2006) Direção: Barry Levinson / Roteiro: Barry Levinson / Elenco: Robin Williams, Christopher Walken, Laura Linney, Jeff Goldblum, Tina Fey, Amy Poehler, Lewis Black, Rick Roberts / Sinopse: Um comediante (Williams) resolve se candidatar à Presidência dos Estados Unidos e descobre que seu modo sincero de falar a verdade acaba conquistando eleitores em todo o país, o tornando favorito para vencer as eleições presidenciais. Filme indicado ao prêmio da Political Film Society. 

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça

O conto original faz parte do folclore americano, das tradições que deram origem ao feriado nacional daquele país conhecido como Halloween, o dia das bruxas. É aquele tipo de obra cultural que já deu origem a livros, filmes, desenhos e todos os tipos de produtos que você possa imaginar. Adaptar algo assim sempre envolve controvérsias pelo fato de ser algo muito conhecido pelo público em geral. Nas mãos de Tim Burton, o mais gótico de todos os cineastas americanos, era de se esperar que tivéssemos um grande filme. Na realidade essa produção só é realmente fantástica em termos de direção de arte. Figurinos, cenários, efeitos digitais, tudo é de primeira linha. Fora isso algumas coisas realmente parecem bem fora do lugar.

O próprio elenco não foi bem escalado. Johnny Depp, em eterna parceria com Burton, tem certamente o seu valor, mas não se mostra adequado para viver o personagem Ichabod Crane. Depp não tinha idade e nem o visual certo para interpretar Crane, que basicamente era um sujeito na meia idade, nada heróico, que tinha que enfrentar um grande mal. Em termos de roteiro Burton não quis arriscar muito, preferindo rodar uma história que lembra bastante o texto original. Provavelmente teria sido melhor dar pitadas de inovação em certos aspectos. Do jeito que está não existe grande justificativa para a produção de algo tão elaborado assim. A única coisa realmente memorável vem das participações de veteranos consagrados como o mito Christopher Lee, recentemente falecido. Sua presença vale por quase todo o filme.

A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça (Sleepy Hollow, Estados Unidos, 1999) Direção: Tim Burton / Roteiro: Washington Irving, Kevin Yagher/ Elenco: Johnny Depp, Christina Ricci, Miranda Richardson, Christopher Walken, Christopher Lee / Sinopse: A figura sinistra de um cavaleiro sem cabeça assusta os moradores de uma pequena vila. Vencedor do Oscar na categoria de Melhor Direção de Arte. Indicado nas categorias de Melhor Fotografia e Melhor Figurino.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Os Queridinhos da América

Hollywood muitas vezes gosta de se auto parodiar, mostrando os aspectos mais bizarros de seus astros e estrelas. Faz parte do jogo, até porque a paródia pode muitas vezes ser usada como auto promoção também. Esse filme nasceu da parceria entre o comediante Billy Crystal (que assinou o roteiro) e a estrela e diva suprema Julia Roberts. A intenção fica óbvia desde a primeira cena, o roteiro nada mais é do que uma tentativa bem humorada de criticar a frivolidade e o superficialismo que atinge muitos astros e estrelas na indústria do cinema americano. Exigências descabidas, ataques de estrelismo e outros absurdos desfilam pela tela apenas como uma forma leve de divertir. Talvez o maior problema dessa comédia meio sem graça tenha sido justamente isso. Crystal fez uma sátira, mas tão polida e inofensiva que ficou superficial demais, diria até mesmo chatinha.

Julia Roberts parece estar se divertindo como nunca, pena que nesse processo ela esqueceu de divertir o público também. Outro aspecto interessante é que ela tentou não manchar sua imagem, assumindo um papel bonitinho, simpático, deixando a antipatia do estrelato (que muitas vezes foi atribuído a ela, Julia Roberts, na vida real) para a atriz Catherine Zeta-Jones (que curiosamente dizem ser uma pessoa muito fácil de se trabalhar, uma profissional séria e equilibrada, bem ao contrário do que se fala muito de Julia Roberts nos bastidores de seus filmes!). Talvez nisso resida toda a ironia dessa produção. A diva antipática surgindo como boazinha em cena e a excelente profissional sendo mostrada como uma estrela boba, deslumbrada com o próprio sucesso! Nessa inversão completa de papéis o espectador fica esperando pela grande graça do filme, que nunca chega. Assim, no final, percebemos que "America's Sweethearts" não consegue atingir nenhum de seus objetivos, não é ácido suficiente com as superficialidades de Hollywood e nem tampouco faz rir de verdade. Um verdadeiro desperdício.

Os Queridinhos da América (America's Sweethearts, Estados Unidos, 2001) Direção: Joe Roth / Roteiro: Billy Crystal, Peter Tolan / Elenco: Julia Roberts, John Cusack, Billy Crystal, Catherine Zeta-Jones, Stanley Tucci, Christopher Walken, Alan Arkin / Sinopse: Comédia romântica de sucesso celebrando o estrelismo da atriz Julia Roberts. Filme vencedor do ASCAP Film and Television Music Awards.

Pablo Aluísio.