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terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

O Levante dos Apaches

Título no Brasil: O Levante dos Apaches
Título Original: The Battle at Apache Pass
Ano de Produção: 1952
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: George Sherman
Roteiro: Gerald Drayson Adams
Elenco: John Lund, Jeff Chandler, Susan Cabot, Bruce Cowling, Beverly Tyler, Richard Egan

Sinopse:
Os líderes guerreiros nativos Cochise (Jeff Chandler) e Gerônimo (Jay Silverheels) resolvem unir forças pela última e decisiva vez contra a ocupação branca de suas terras. Atacam um destacamento da cavalaria do exército dos Estados Unidos que está sob o comando do Major Jim Colton (John Lund) que segue viagem por territórios Apaches. O combate, sangrento e feroz, decidirá os rumos que as guerras indígenas tomarão dali em diante. Roteiro baseado em fatos históricos reais.

Comentários:
Eu sempre achei muito curioso ver atores brancos como Jeff Chandler pintados de vermelho, se fazendo passar por Apache em filmes americanos da década de 1950 (até galãs como Rock Hudson tiveram que passar por isso!). Muitos hoje em dia consideram isso um verdadeiro absurdo histórico, mas não consigo culpar Hollywood por esse tipo de caracterização. O fato é que na época não existia ainda essa mentalidade atual nas produções de grandes estúdios. Os verdadeiros nativos geralmente eram usados como meros figurantes, uma vez que a velha perícia de andar a cavalo e coisas semelhantes realmente seguia como uma tradição ainda viva, que passava de pai para filho. O enredo de "The Battle at Apache Pass" pode até ser considerado trivial pois é de fato um típico filme de cavalaria versus índios. Novamente traz o corriqueiro chefe guerreiro Gerônimo, um líder tribal que só se entregou mesmo em seus últimos dias. Por ter sido um dos últimos guerreiros a baixar as armas, acabou ganhando fama nos jornais da época, tornando seu nome realmente inesquecível ao longo de todos esses anos. No geral é sim um bom western, com boas cenas de ação, todas filmadas praticamente no deserto de Utah, uma região bonita, mas igualmente selvagem e inóspita.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 11 de outubro de 2019

Flechas de Fogo

Cowboy (James Stewart) encontra jovem índio agonizando no meio do deserto após ser atacado por tropas americanas. O socorre e acaba se tornando amigo da nação Apache liderada pelo chefe Cochise (Jeff Chandler). O problema é que o mesmo grupo está em guerra contra o exército americano pela posse do selvagem território do Arizona. Ciente da situação o personagem de James Stewart se coloca a disposição para servir de intermediário em um tratado de paz entre as nações indígenas e o governo dos Estados Unidos sob a presidência do general Grant. Muito curioso esse western que décadas antes de "Dança com Lobos" tratou a questão indígena de forma muito correta e realista. Há uma preocupação do roteiro em mostrar aspectos da cultura dos Apaches, suas danças, festejos. O filme chega ao ponto de mostrar um homem branco se apaixonando por uma jovem índia, algo bem ousado para os anos 50.

James Steward apresenta sua personagem habitual: homem virtuoso, honesto, de boa índole. O único problema mais visível de Flechas de Fogo é a escalação de Jeff Chandler como o chefe da nação Apache. Chandler tinha traços bem americanos e nem a maquiagem forte ameniza esse aspecto. Curiosamente tirando ele e a jovem índia que se apaixona por Stewart nenhum dos demais indígenas do filme apresentam traços de homem branco - são índios ou descendentes mesmo, puro sangue. O filme foi dirigido pelo veterano cineasta Delmer Daves que faria pelo menos mais dois clássicos de western nos anos seguintes: "A Lei do Bravo" (outro western respeitoso com a causa do nativo americano) e "A Última Carroça". Seu maior sucesso comercial viria como roteirista ainda na década de 50 com o famoso "Tarde Demais Para Esquecer". Enfim, "Flechas de Fogo" (cujo título original é flecha quebrada - símbolo de paz entre os Apaches) vale a pena por ser socialmente consciente e à frente de seu tempo

Flechas de Fogo (Broken Arrow, EUA, 1950) Direção de Delmer Daves / Roteiro de Elliott Arnold (novela), Albert Maltz / Com James Stewart, Jeff Chandler e Debra Paget / Sinopse: Cowboy (James Stewart) encontra jovem índio agonizando no meio do deserto após ser atacado por tropas americanas. O socorre e acaba se tornando amigo da nação Apache liderada pelo chefe Cochise (Jeff Chandler). O problema é que o mesmo grupo está em guerra contra o exército americano pela posse do selvagem território do Arizona.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 17 de julho de 2018

Na Encruzilhada dos Facínoras

Cam Bleeker (Fess Parker) é enviado pelo governador do Kansas para se infiltrar em uma quadrilha liderada por Luke Darcy (Jeff Chandler), um carismático líder rebelde que às vésperas da guerra civil americana prega a independência do Kansas da União Federal. Esse Western da Paramount estrelado por Jeff Chandler, o galã de cabelos grisalhos, é muito bem escrito principalmente na parte que toca ao personagem Luke Darcy, com vários diálogos inteligentes e bem construídos. Acontece que ele não é apenas mais um vilão unidimensional que vemos em tantos filmes de bang-bang mas sim um homem de ideias que prega a separação de seu Estado de forma definitiva dos EUA, se tornando assim um país com sua própria soberania, a República independente do Kansas. Utopia? Certamente, mas não podemos nos esquecer que era justamente isso que os confederados queriam na guerra civil norte-americana. Curiosamente, e isso é mostrado no filme, o Kansas ficou em cima do muro no conflito, nem aderindo aos exércitos da União e nem se unindo ao Sul confederado. Irritados por essa neutralidade muitos grupos resolveram pegar por conta própria em armas para incendiar as populações de pequenas cidades - e é justamente isso que vemos o personagem de Jeff Chandler fazer durante todo o filme.

Por falar em Jeff Chandler ele está muito bem no filme. Ator competente, tinha ótima dicção e era ideal para interpretar tipos mais eruditos como o que vemos aqui. Revelado pela Universal ao lado de outros famosos atores da época como Rock Hudson e Tony Curtis, Chandler conseguiu se estabilizar em Hollywood com uma série de boas atuações em bons filmes, mesmo quando se tornou livre do contrato da Universal. Esse "Na Encruzilhada dos Facínoras" foi realizado justamente quando Chandler se tornou ator freelancer. Já seu parceiro em cena, Fess Parker, é apenas correto. Fisicamente parecido com Gregory Peck, Fess se torna ofuscado por Chandler não conseguindo se impor como "mocinho" da estória. Por fim não poderia deixar de falar da atriz francesa Nicole Maurey. Muito bonita, sofisticada e elegante, ela logo se torna um verdadeiro colírio para a plateia mascuilna, o que não é nada mal. Em suma, "The Jayhawkers!" é um bom retrato dos bastidores do maior conflito armado que já ocorreu em solo americano. Vale a pena conferir.

Na Encruzilhada dos Facínoras (The Jayhawkers!, EUA, 1959) Direção: Melvin Frank / Roteiro: A.I. Bezzerides, Frank Fenton / Elenco: Jeff Chandler, Fess Parker, Nicole Maurey / Sinopse: Cam Bleeker (Fess Parker) é enviado pelo governador do Kansas para se infiltrar em uma quadrilha liderada por Luke Darcy (Jeff Chandler), um carismático líder rebelde que às vésperas da guerra civil americana prega a independência do território do Kansas da União Federal.

Pablo Aluísio.

domingo, 18 de fevereiro de 2018

Hordas Selvagens

Título no Brasil: Hordas Selvagens
Título Original: The Great Sioux Uprising
Ano de Produção: 1953
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal International Pictures
Direção: Lloyd Bacon
Roteiro: J. Robert Bren, Gladys Atwater
Elenco: Jeff Chandler, Faith Domergue, Lyle Bettger
  
Sinopse:
Jonathan Westgate (Jeff Chandler) é um médico militar que durante a guerra civil americana decide voltar para a vida civil. Assim parte rumo em direção ao oeste selvagem. No caminho acaba indo parar numa pequena cidade que está passando por um momento turbulento. A região é assolada por bandoleiros especializados em roubar cavalos. Por trás de tudo, ao que tudo indica, está um próspero rancheiro. Westgate acaba descobrindo, por mero acaso, toda a verdade após perceber pistas em um cavalo ferido. Isso acaba colocando sua vida em perigo.

Comentários:
Mais um faroeste B da Universal estrelada pelo galã de cabelos grisalhos Jeff Chandler. Assim que li a sinopse original pensei que Chandler retornaria para o papel de índio, algo que não lhe caía muito bem por causa de seus traços nitidamente europeus. Os diretores de elenco, sabe-se lá a razão, sempre viram o ator como um bom nome para interpretar nativos, o que geralmente acabava tornado tudo ridículo. Enchiam Chandler de tinta vermelha e tentavam passar veracidade na tela - claro que quase nunca dava certo! Aqui, para alivio geral, ele finalmente volta a interpretar um homem branco. O roteiro é usual, sem maiores novidades. Existe um triângulo amoroso envolvendo Chandler, uma comerciante de cavalos e o rancheiro, que nas horas vagas tenta roubar cavalos selvagens dos Sioux, causando tensão e conflito por toda a região. Para completar o quadro narrativo existe uma tentativa por parte de um general confederado em recrutar as nações indígenas para lutarem ao lado do sul na guerra civil! Nem preciso dizer que historicamente essa é uma questão bem discutida, já que os confederados estavam na guerra para manter a escravidão negra e se aliar a índios certamente resultaria em uma enorme contradição racial em seus próprios termos! De qualquer maneira esse é um detalhe menor, até porque o filme se revela logo um faroeste na média, que funciona bem como uma diversão ligeira. PS: A partir de hoje as resenhas de filmes de western serão publicadas aqui em nosso blog "Pablo Aluísio". O "Cine Western" foi desativado pois não tenho tempo para me dedicar a vários blogs ao mesmo tempo e todas as resenhas de lá foram devidamente transferidas aqui para nosso acervo. Basta clicar no marcador "Western" para ter acesso a todo o material. Assim vamos em frente, um grande abraço.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 16 de janeiro de 2018

O Soldo do Diabo

Título no Brasil: O Soldo do Diabo
Título Original: Man in the Shadow
Ano de Produção: 1957
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Jack Arnold
Roteiro: Gene L. Coon
Elenco: Jeff Chandler, Orson Welles, Colleen Miller, Ben Alexander
  
Sinopse:
Ben Sadler (Jeff Chandler) é o xerife de uma pequena cidade do oeste americano. Por lá não costumam ocorrer muitos crimes, na maioria das vezes são apenas bebedeiras e pequenos incidentes que acontecem no saloon da rua principal. Não há nada mesmo de muito  grave para se fazer na vida de um homem da lei. As coisas mudam quando um trabalhador mexicano vai até a delegacia de Ben e lhe denuncia um assassinato ocorrido justamente no maior rancho da região, o Império Dourado. Um jovem capataz teria sido brutalmente espancado e morto após ficar muito próximo da filha do patrão, o poderoso rancheiro Virgil Renchler (Orson Welles). Agora Ben precisará investigar o suposto crime ao mesmo tempo em que sofrerá todo tipo de pressão para não seguir em frente com seu trabalho.

Comentários:
"Man in the Shadow" se passa no moderno oeste americano. Em certos momentos me lembrou muito do clássico "Matar ou Morrer", memorável filme de western dirigido por Fred Zinnemann e estrelado por Gary Cooper. As semelhanças existem porque ambos os enredos mostram um honesto xerife precisando lidar praticamente sozinho com a aplicação da lei e da ordem numa cidadezinha perdida no oeste. Para o protagonista interpretado por Jeff Chandler a situação é ainda mais delicada porque o alvo de suas investigações é justamente o homem mais rico e poderoso da região, Virgil Renchler (Orson Welles). Arrogante e se considerando acima da lei, ele não aceita que suas imensas terras se tornem o palco das investigações do xerife. Para piorar o homem da lei não consegue encontrar maiores pistas a não ser o testemunho de uma velho empregado do rancho que teria visto tudo. Depois que ele também é encontrado morto não existem mais dúvidas que um grande plano de acobertamento está mesmo sendo feito, tudo para que os verdadeiros assassinos não sejam punidos. 

Gostei bastante de "O Soldo do Diabo " pois é um filme de curta duração (com pouco mais de 70 minutos) que consegue contar muito bem sua história. O elenco tem dois grandes destaques. O primeiro é o galã de cabelos grisalhos Jeff Chandler. O xerife que interpreta é um homem honesto e íntegro que precisa lidar até mesmo com a hipocrisia da sociedade na cidade onde trabalha. Mesmo todos sabendo que algo muito errado aconteceu no rancho eles não querem que nada seja investigado, uma vez que a maioria deles dependem economicamente de seu proprietário. O outro grande destaque vem com a presença do grande Orson Welles. Consagrado como cineasta de grande talento sempre achei seu trabalho como ator muito subestimado. Seu personagem nesse filme é um achado. Ele é um sujeito que acredita que sua riqueza e poder o deixam completamente imune a qualquer tipo de lei. Violento com as pessoas se mostra particularmente vulnerável quando se trata de sua única filha. Esse excesso de proteção em relação a ela acaba sendo seu grande erro pois seus capangas acabam cometendo um erro fatal. Em suma, bom faroeste que vai fundo sobre a culpa coletiva que muitas vezes surge dentro de uma sociedade assolada pelo crime e pela morte.

Pablo Aluísio.

sábado, 7 de abril de 2007

O Demolidor

Não é recente o interesse do cinema por filmes passados no mundo do boxe, das apostas em tornos do esporte, etc. Já na década de 1950 esse universo era bem explorado pelos filmes da época. É o caso desse clássico "O Demolidor". A história contada pelo filme reflete bem esse aspecto. Em Coaltown, Pensilvânia, o mineiro Coke Mason (Jeff Chandler) espera melhorar de vida. Ele deseja abrir um pequeno comércio e se casar com Rose Warren (Evelyn Keyes). Seu irmão George (Stephen McNally) pensa um pouco diferente. Apostador inveterado, mas também desportista, ele acredita que o caminho da fortuna está nas lutas de boxe. Após um tempo consegue convencer Coke a seguir seus planos. Juntos os irmãos então decidem investir em lutas onde grandes apostas são realizadas, até porque eles definitivamente não têm mais nada a perder!

Essa produção também se notabilizou por ter sido a primeira grande oportunidade na carreira para o jovem ator Rock Hudson. O papel foi conseguido graças à astúcia de seu agente, o poderoso Henry Wilson, que usou de todas as suas influências para que Rock fosse escalado no elenco, mesmo que em papel que era mero coadjuvante do astro Jeff Chandler. Em sua autobiografia Rock recordou que assim que viu o filme pronto nas telas de cinema, pressentiu que iria virar uma estrela de Hollywood. Seu amigo, Mark Miller, foi claro que dizer para Rock: "Prepare-se para se tornar um astro!".

De fato é um filme onde tudo parece se encaixar muito bem. O público de hoje em dia vai de certa forma associar o enredo ao grande sucesso de Stallone, "Rock, um Lutador", mas há também diferenças significativas sobre entre as duas produções. Como não poderia deixar de ser em um filme dos anos 1950, há toda uma preocupação em desenvolver mais dramaticamente todos os personagens. Não há tanta ênfase nas lutas de boxe, mas sim na parte dos bastidores, dos apostadores, dos pequenos e grandes patifes que viviam nesse mundo. Todos querendo se dar bem de alguma forma.

O roteiro também trazia essa mensagem subliminar de que o crime não compensava. Lançado em setembro de 1951, quase um ano depois de ter sido filmado, o filme acabou surpreendendo nas bilheterias, uma vez que a Universal não estava esperando por um sucesso como aquele. No máximo o estúdio pensava que seria um filme B, que iria ocupar algumas salas de cinema e nada mais do que isso. Vale destacar que Rock Hudson acabou roubando as atenções, tanto do público como também da crítica.  Ele realmente já estava pronto para virar o grande astro que iria se tornar logo depois.

O Demolidor (Iron Man, Estados Unidos, 1951) Estúdio: Universal Pictures / Direção: Joseph Pevney / Roteiro: George Zuckerman, baseado na novela de W.R. Burnett / Elenco: Jeff Chandler, Rock Hudson, Evelyn Keyes, Stephen McNally / Sinopse: Um ambicioso trabalhador das minas de carvão é convencido a se tornar um boxeador por seu irmão, um ganancioso apostador de lutas de boxe.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 6 de dezembro de 2006

Galeria Cine Western - Kirk Douglas


Kirk Douglas em imagem promocional do western da Universal Pictures "Homem Sem Rumo" (Man Without a Star, EUA, 1951). No filme o ator interpretava um cowboy chamado Dempsey Rae, um homem em busca de si mesmo que acabava se envolvendo em uma intriga mortal no velho oeste. O filme foi produzido pelo próprio Kirk Douglas e se tornou um grande sucesso de bilheteria, abrindo as portas para que Douglas procurasse cada vez mais por projetos ousados e de apelo popular. Essa mesma produtora, de sua propriedade, iria produzir alguns anos depois o grande épico "Spartacus" onde Kirk Douglas finalmente chegaria ao ápice, ao auge de toda a sua carreira cinematográfica. "Man Without Star" foi dirigido pelo mestre King Vidor e até hoje é considerado um dos grandes faroestes clássicos dos anos 1950. Um marco na carreira de Douglas.

As guerras indígenas sempre foram bastante exploradas por roteiristas americanos durante os anos 1950. Aqui vemos Maureen O'Hara e Jeff Chandler no clássico western "A Grande Audácia" (War Arrow, EUA, 1953), película dirigida pelo mestre do faroeste George Sherman, que inclusive tinha nome de general da guerra civil. O filme mostrava a luta para se chegar a um acordo de paz com os guerreiros apaches e Kiowas em um território hostil e deserto do oeste americano. Um dos grandes interesses do filme vem justamente da presença de Maureen O'Hara que iria se tornar uma das mais queridas Ladys dos filmes de western da época. As filmagens foram realizadas no deserto Nogales, no Arizona e numa das cenas de batalha o ator e astro Jeff Chandler se feriu gravemente ao cair de um cavalo em disparada o que fez com que as filmagens fossem interrompidas por mais de dois meses. Ossos do ofício de se interpretar um herói do velho oeste naqueles tempos heróicos.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 7 de novembro de 2006

Jeff Chandler - Pillars Of The Sky

Na época em que esse filme foi lançado (estamos falando de 1956) não se discutia muito sobre a ética envolvida em se evangelizar índios ou não. Tudo era visto de forma natural. Os nativos eram selvagens e precisavam ser evangelizados na cultura judaico-cristã para salvar suas almas. Ponto final. Assim o roteiro desse filme encarava seus personagens sob um viés bem positivo. Hoje em dia, como sabemos, haveria muitos protestos por causa de seu roteiro.

Bom, os dois personagens principais são o sargento da cavalaria Emmett Bell (Jeff Chandler) e Calla Gaxton (Dorothy Malone), a pioneira que tenta ao seu modo cristianizar aqueles povos nativos do velho oeste. Abro um parêntese aqui em relação à atriz Dorothy Malone. Ela foi uma das mais bonitas, elegantes e charmosas atrizes do western americano. Uma beldade realmente. Atuou em diversos clássicos e era sempre requisitada pelos estúdios para atuar em filmes de faroeste. Pena que geralmente suas personagens não eram grande coisa - na maioria das vezes ela fazia a indefesa branca bonita de olhos azuis que precisava ser salva pelo mocinho.

Jeff Chandler, o astro galã de cabelos grisalhos, provavelmente não se tornaria um astro nos dias de hoje. Ele era, digamos, másculo demais para os padrões atuais. Muito bronzeado (penso que tinha sangue indígena), Chandler foi um dos campeões de bilheteria dos anos 50. O curioso é que hoje em dia pouco se ouve falar nele, até mesmo entre os que gostam de filmes clássicos. Para terminar o pedigree do filme "Pilastras do Céu" é sempre bom lembrar que ele foi dirigido por George Marshall. Esse diretor tinha nome de general da União da guerra civil e era realmente um expert em filmes de faroeste. Sua filmografia é impressionante, contando com quase 200 filmes em seis décadas de profissão. Um dos grandes nomes do filão mais americano de todos os gêneros cinematográficos.

Pablo Aluísio.

domingo, 25 de junho de 2006

Na Encruzilhada dos Facínoras

Cam Bleeker (Fess Parker) é enviado pelo governador do Kansas para se infiltrar em uma quadrilha liderada por Luke Darcy (Jeff Chandler), um carismático líder rebelde que às vésperas da guerra civil americana prega a independência do Kansas da União Federal. Esse Western da Paramount estrelado por Jeff Chandler, o galã de cabelos grisalhos, é muito bem escrito principalmente na parte que toca ao personagem Luke Darcy, com vários diálogos inteligentes e bem construídos. Acontece que ele não é apenas mais um vilão unidimensional que vemos em tantos filmes de bang bang mas sim um homem de ideias que prega a separação de seu Estado de forma definitiva dos EUA, se tornando assim um país com sua própria soberania, a República independente do Kansas. Utopia? Certamente, mas não podemos nos esquecer que era justamente isso que os confederados queriam na guerra civil norte-americana. Curiosamente, e isso é mostrado no filme, o Kansas ficou em cima do muro no conflito, nem aderindo aos exércitos da União e nem se unindo ao Sul confederado. Irritados por essa neutralidade muitos grupos resolveram pegar por conta própria em armas para incendiar as populações de pequenas cidades - e é justamente isso que vemos o personagem de Jeff Chandler fazer durante todo o filme.

Por falar em Jeff Chandler ele está muito bem no filme. Ator competente, tinha ótima dicção e era ideal para interpretar tipos mais eruditos como o que vemos aqui. Revelado pela Universal ao lado de outros famosos atores da época como Rock Hudson e Tony Curtis, Chandler conseguiu se estabilizar em Hollywood com uma série de boas atuações em bons filmes, mesmo quando se tornou livre do contrato da Universal. Esse "Na Encruzilhada dos Facínoras" foi realizado justamente quando Chandler se tornou ator free lancer. Já seu parceiro em cena, Fess Parker, é apenas correto. Fisicamente parecido com Gregory Peck, Fess se torna ofuscado por Chandler não conseguindo se impor como "mocinho" da estória. Por fim não poderia deixar de falar da atriz francesa Nicole Maurey. Muito bonita, sofisticada e elegante, ela logo se torna um verdadeiro colírio para a platéia masculina, o que não é nada mal. Em suma, "The Jayhawkers!" é um bom retrato dos bastidores do maior conflito armado que já ocorreu em solo americano. Vale a pena conferir.

Na Encruzilhada dos Facínoras (The Jayhawkers!, EUA, 1959) Direção de :Melvin Frank / Roteiro: A.I. Bezzerides, Frank Fenton / Elenco: Jeff Chandler, Fess Parker, Nicole Maurey / Sinopse: Cam Bleeker (Fess Parker) é enviado pelo governador do Kansas para se infiltrar em uma quadrilha liderada por Luke Darcy (Jeff Chandler), um carismático líder rebelde que às vésperas da guerra civil americana prega a independência do território do Kansas da União Federal.

Pablo Aluísio.

domingo, 26 de março de 2006

Herança Sagrada

Após a morte do cacique Cochise (Jeff Chandler), a nação Apache se divide em dois blocos de guerreiros. Os que desejam continuar a manter a paz com os brancos são liderados por Taza (Rock Hudson), filho sucessor e novo chefe da tribo. Já o grupo que deseja uma guerra final para expulsar os brancos das terras indígenas é liderado pelo famoso guerreiro Geronimo (Ian MacDonald) e pelo irmão de Taza, o impiedoso Naiche (Rex Reason). No meio do conflito se situa o Forte Apache, guarnição da sexta cavalaria do exército americano que se encontra na região para manter a ordem e a paz. Esse filme “Herança Sagrada” é um western curioso por vários motivos. O primeiro é o fato de ser dirigido por Douglas Sirk, um diretor mais conhecido por seus dramas sentimentais e urbanos. Dentro do gênero faroeste ele realmente não tinha muita intimidade e nem experiência. Nem por isso deixou de desenvolver um excelente trabalho, haja visto que o filme se mantém muito bem, com doses exatas de aventura, ação e até romance. Por exemplo o personagem nativo Taza almeja se casar com a filha de um apache que pertence à ala guerreira do chefe Geronimo, o que lhe trará muitos problemas. A parceria do diretor Sirk com Rock Hudson funcionou novamente muito bem nesse improvável western. Ele era um cineasta hábil que conseguia extrair o melhor de seu elenco, mesmo em filmes como esse.

Em sua autobiografia, o ator Rock Hudson relembrou algumas impressões sobre esse filme. Inicialmente ele afirmou que não se sentia completamente à vontade interpretando um nativo, um índio, pois tinha um biótipo bastante caucasiano, não servindo para interpretar com veracidade esse tipo de guerreiro. Ele obviamente ficaria mais convincente como um soldado da cavalaria dos Estados Unidos, com seus uniformes azuis. Depois relembrou com muito bom humor as dificuldades no set de filmagens. “Herança Sagrada” foi todo rodado em locações reais, no meio do deserto, numa região rica em barro vermelho. Rock no livro escreveu que todos os dias, após filmar suas cenas, tinha que tomar um prolongado banho onde segundo suas próprias palavras havia “toneladas de barro que desciam pelo ralo do banheiro”.

Apesar de tudo Rock Hudson reconheceu em seu livro de memórias que o filme foi bom para sua carreira pois fez sucesso de bilheteria, o ajudando a se transformar em um astro. Deixando esses detalhes de lado a conclusão que se chega após assistir a esse “Herança Sagrada” é a de que se trata realmente de um bom western, com cenas bem realizadas (como a emboscada dentro do cânion com os apaches promovendo um verdadeiro massacre da sexta cavalaria) e uma boa dose de realismo na forma como os índios são retratados em cena. “Herança Sagrada” é acima de tudo um filme muito interessante, por colocar os índios como protagonistas da estória e não apenas como inimigos sem alma e nem personalidade, que só serviam para morrer nas mãos  do colonizador branco. Por essa razão “Herança Sagrada” pode ser incluído até mesmo no panteão dos melhores filmes de faroeste já produzidos pela Universal Pictures.

Herança Sagrada (Taza, Son of Cochise, Estados Unidos, 1954) Direção: Douglas Sirk / Roteiro: Gerald Drayson Adams / Elenco: Rock Hudson, Barbara Rush, Gregg Palmer, Jeff Chandler, Ian MacDonald, Rex Reason / Sinopse: Após a morte do chefe Cochise (Jeff Chandler) o jovem Taza (Rock Hudson) assume a liderança de sua tribo. Ele deseja paz com os brancos mas enfrenta forte resistência de seu próprio irmão e Gerônimo, lendário guerreiro da nação Apache, que desejava a guerra contra o inimigo invasor.

Pablo Aluísio.

sábado, 4 de março de 2006

Pilastras do Céu

O Sargento Emmett Bell (Jeff Chandler) é o encarregado do governo americano para manter a ordem e a lei numa reserva de tribos nativas norte-americanas. Nessa funciona uma missão cristã que tenta levar o evangelho para os indígenas, convertendo alguns do grupo. Os problemas começam quando alguns chefes não aceitam a realização de uma obra pelo governo americano dentro da reserva. Para os caciques essa seria uma intervenção dentro dos novos domínios controlados pelos índios. Não tarda a se criar um clima de rebelião no local. "Pilastras do Céu" me surpreendeu positivamente. Nunca o tinha assistido e só o fiz por curiosidade, pois andei lendo sobre a vida do ator Jeff Chandler (que morreu em 1961 e hoje anda meio esquecido). Bom, adoro filmes de cavalaria, sou fã assumido desse tipo de western. Esse é bem curioso porque embora tenhamos todos os elementos que sempre caracterizaram esse tipo de filme: tiroteios, batalhas e índios x cavalaria, o subtexto que o roteiro traz não é nada clichê ou banal.

Seu final é uma grande surpresa e mostra bem a mentalidade religiosa que ainda hoje prevalece na sociedade americana. Não vou contar mais para não estragar, quem tiver curiosidade de assistir um filme que consegue misturar tantas coisas em tão pouco tempo aproveite para conferir, garanto que no mínimo ficará surpreso pelo final incomum. Em definição podemos dizer que se trata de um western com temática religiosa ao fundo que certamente vale a pena ser redescoberto pelos admiradores de faroestes americanos da década de 50.

Pilastras do Céu (Pillars Of The Sky, EUA, 1956) Direção: George Marshall / Roteiro: Sam Rolfe baseado na novela de Heck Allen / Elenco: Jeff Chandler, Dorothy Malone, Ward Bond / Sinopse: O Sargento Emmett Bell (Jeff Chandler) é o encarregado do governo americano para manter a ordem e a lei numa reserva de tribos nativas norte-americanas. Nessa funciona uma missão cristã que tenta levar o evangelho para os indígenas, convertendo alguns do grupo. Os problemas começam quando alguns chefes não aceitam a realização de uma obra pelo governo americano dentro da reserva. Para os caciques essa seria uma intervenção dentro dos novos domínios controlados pelos índios. Não tarda a se criar um clima de rebelião no local.

Pablo Aluísio.