quarta-feira, 31 de julho de 2024
Jogos Vorazes: A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes
quinta-feira, 9 de março de 2023
A História de James Brown
sexta-feira, 17 de dezembro de 2021
Imperdoável
Só que os problemas de Ruth não param por aí. Os filhos do xerife que ela matou estão em busca de vingança e sem perceber isso ela acaba virando um alvo. Um filme muito bom, com roteiro bem escrito. O destaque, como não poderia deixar de ser, vai para o trabalho de atuação de Sandra Bullock. Ela traz uma tensão para sua personagem que incomoda. Com o rosto sempre fechado, tenso, ela tenta sair do estigma que a perseguirá pelo resto de sua vida, a de ser uma assassina e uma condenada pela justiça. Gostei da abordagem do roteiro em desenvolver e mostrar as dificuldades que uma pessoa enfrenta ao sair da prisão. Não é fácil se reerguer na vida depois de algo assim. Um belo trabalho de todos os envolvidos nesse que já pode ser considerado um dos bons filmes do ano. Deixo aqui meus aplausos.
Imperdoável (The Unforgivable, Estados Unidos, 2021) Direção: Nora Fingscheidt / Roteiro: Peter Craig, Sally Wainwright / Elenco: Sandra Bullock, Viola Davis, Vincent D'Onofrio, Jon Bernthal, Richard Thomas / Sinopse: Depois de ficar 20 anos na prisão cumprindo pena, Ruth Slater (Sandra Bullock) ganha a liberdade. A vida fora das grades porém se revelará cheio de desafios a se superar. Filme baseado na série "Unforgiven".
Pablo Aluísio.
sábado, 14 de agosto de 2021
O Esquadrão Suicida
Essa então é a segunda tentativa da DC com o Esquadrão Suicida no cinema. O primeiro filme, como todos sabemos, não foi bem. A boa notícia é que as coisas melhoraram. Essa sequência acertou em apostar mais no material original, nas histórias em quadrinhos. Nunca se leva muito à sério, o que garante boas cenas. O próprio monstro aliens que surge no filme parece ter saído de uma revistinha em quadrinhos dos anos 50 ou então de um filme Sci-fi B dessa mesma década. É ultra colorido, bem no clima das velhas matinês. E o roteiro é ágil, esperto e diverte como nunca. A única crítica pontual que faria a esse novo filme vem de sua violência que em alguns momentos extrapola, ainda mais em se tratando de um filme como esse, feito basicamente para a garotada. Deveriam ter amenizado mais nesse aspecto. Fora isso, é muito melhor do que o primeiro filme. Eu particularmente gostei bastante.
O Esquadrão Suicida (The Suicide Squad, Estados Unidos, 2021) Direção: James Gunn / Roteiro: James Gunn / Elenco: Margot Robbie, Viola Davis, Idris Elba, John Cena, Joel Kinnaman, Michael Rooker / Sinopse: O Esquedrão Sucida é enviado para um país da América do Sul que sofreu um golpe militar. Na republiqueta bananeira eles tentam resgatar planos de encobrimento do envolvimento do governo americano em um experimento que mantém prisioneiro um aliens gigantesco.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 4 de abril de 2019
As Viúvas
No segundo núcleo temos dois políticos que disputam o controle de uma subsidiária da prefeitura localizada em um bairro suburbano, de população negra e pobre. Esses políticos são tão corruptos e criminosos quanto os próprios assaltantes. Todos podres. Por fim há o grupo das viúvas que dá título ao filme. Só que elas não são viúvas comuns. Pelo contrário, seus maridos foram mortos pela polícia. Uma delas passa a ser ameaçada por antigos comparsas do marido. Eles querem saber onde foi parar os dois milhões de dólares que ele roubou e escondeu. A pobre mulher não sabe de nada, mas precisa agir, antes de ser morta pelos bandidos.
O diretor Steve McQueen cria assim o cenário por onde seus personagens desfilam na tela. Não há absolutamente ninguém que preste entre eles. São todos criminosos em maior ou menor grau. Todos são gananciosos, sem escrúpulos e estão dispostos a tudo para colocarem as mãos no dinheiro roubado. É curioso que o espectador fique sem ter por quem torcer. Afinal as tais viúvas passam longe de exemplos, na verdade elas logo se tornam também criminosas, planejando um grande roubo. Claro, nem tudo sai como elas querem. Eu gostei do filme, mas fiquei um pouco incomodado por essa falta de um protagonista decente, que passe pelo menos um exemplo bom. Nem que fosse algum policial investigando os crimes, por exemplo. Do jeito que ficou "As Viúvas" mais parece um estudo de criminologia onde temos que torcer pelos menos piores ou pelos menos inescrupulosos. Vou torcer para o bandido A ou B? Não me parece ser uma decisão fácil de tomar.
As Viúvas (Widows, Estados Undos, Inglaterra, 2018) Direção: Steve McQueen / Roteiro: Gillian Flynn, Steve McQueen / Elenco: Viola Davis, Michelle Rodriguez, Elizabeth Debicki, Liam Neeson, Robert Duvall, Colin Farrell / Sinopse: Criminosos, políticos corruptos e uma quadrilha formada por viúvas de bandidos mortos, convive numa grande cidade americana infestada de crimes. O prêmio máximo será dado a quem colocar as mãos primeiro em uma bolada de dois milhões de dólares roubados de um banco da cidade. Filme indicado ao BAFTA Awards na categoria de Melhor Atriz (Viola Davis).
Pablo Aluísio.
sábado, 4 de agosto de 2018
Histórias Cruzadas
E o que ela encontra? O racismo mais disfarçado, um misto de preconceito racial com preconceito social. Relegadas a baixos salários e longas jornadas de trabalho, as empregadas domésticas negras eram mesmo consideradas seres humanos de segunda categoria. O filme porém procura não criar um estilo de panfleto social, indo mais nas sutilezas, sem exagerar na dose. Em termos de elenco, onde predominam elas, as mulheres, temos excelentes atuações. Passando pela jovem e bem intencionada personagem interpretada por Emma Stone e passando pela integridade moral e experiência de vida da Aibileen de Viola Davis. Um filme muito bom mesmo, com excelente reconstituição de época, tudo valorizado pelo roteiro socialmente consciente. Uma boa oportunidade para os americanos se olharem no espelho.
Histórias Cruzadas (The Help, EUA, 2011) Direção: Tate Taylor / Roteiro: Tate Taylor, baseado na obra de Kathryn Stockett / Elenco: Emma Stone, Viola Davis, Octavia Spencer, Bryce Dallas Howard, Mike Vogel, Allison Janney / Sinopse: Durante a década de 60 a jovem Skeeter (Emma Stone), uma recém formada que tem planos de ser tornar escritora, decide escrever um livro retratando o cotidiano das empregadas domésticas negras do sul dos EUA. Em busca de material para seu texto ela consegue o apoio de Aibileen (Viola Davis), governanta de um amigo. Através dela Skeeter começa a ouvir também outras empregadas domésticas de sua cidade, dando forma ao seu livro que acabaria revelando um lado nada lisonjeiro das relações patroas e empregadas no sul racista americano
Pablo Aluísio.
terça-feira, 3 de julho de 2018
Um Limite Entre Nós
O roteiro traz ótimos diálogos para o elenco. Nesse altura de sua carreira é realmente um presente para Denzel Washington encontrar um texto tão bom para declamar em cena. Entre risos e lágrimas, ele demonstra que é um dos grandes atores de sua geração. Palmas merecidas também para Viola Davis. Premiada como melhor atriz no Oscar e no Globo de Ouro, ela é sem dúvida a alma de um filme muito humano, muito caloroso e também verdadeiro. Provavelmente Denzel Washington tenha criado um carinho tão grande pelo filme que resolveu ele mesmo dirigir. Acabou fazendo também uma excelente direção de atores. Enfim, se você é fã e admirador de Washington não pode deixar passar em branco esse fenomenal momento de sua filmografia. Filme realmente grandioso.
Um Limite Entre Nós (Fences, Estados Unidos, 2016) Direção: Denzel Washington / Roteiro: August Wilson / Elenco: Denzel Washington, Viola Davis, Stephen Henderson, Jovan Adepo, Russell Hornsby, Mykelti Williamson / Sinopse: Troy (Denzel Washington) é um pai de família que trabalha como lixeiro na cidade onde vive. Além das dificuldades do trabalho duro, ele ainda precisa lidar com todos os problemas familiares que vão surgindo em sua vida, sempre com uma visão peculiar, própria, do mundo. Filme premiado no Oscar e no Globo de Ouro na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante (Viola Davis). Também indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Ator (Denzel Washington), Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Filme.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 3 de março de 2017
Um Limite Entre Nós
O roteiro tem claramente uma estrutura teatral, até porque foi baseado na peça escrita por August Wilson. Ele captou como poucos o cotidiano de uma família negra na América dos anos 1950. O pai, um jogador de beisebol fracassado, precisa lidar todos os dias com o que o destino lhe reservou. Nada de fama, nada de riquezas e nem sucesso, apenas o trabalho duro para sustentar sua família. O interessante é que ao lado das amarguras de sua vida ele ainda consegue criar uma áurea muito rica, até mesmo divertida, quando se mete a contar velhas histórias absurdas, mentiras deslavadas, que vão se tornando engraçadas com o passar dos anos. Tudo para escapar do tédio da vida cotidiana. Com isso Denzel acabou tendo alguns dos melhores diálogos já escritos para declamar em cena. Magistral! Todos os personagens em cena - basicamente uma família negra, com alguns amigos - são extremamente bem desenvolvidos. Desde a presença opressiva de Troy, passando por sua esposa Rose, representando todas as dificuldades da vida de uma esposa e mãe, seus filhos e até mesmo seu irmão, um homem com problemas mentais causados por ferimentos de guerra, em brilhante atuação do ator Mykelti Williamson. Tudo se encaixa excepcionalmente bem na trama. De todos os filmes que concorreram ao Oscar na categoria de Melhor Filme esse é, até o momento, o melhor que assisti. Não ter vencido em mais categorias é uma prova da politicagem rasteira que impera na academia. Se o critério fosse puramente meritório, com certeza "Fences" teria tido uma sorte melhor. Grande filme, realmente imperdível.
Um Limite Entre Nós (Fences, Estados Unidos, 2016) Direção: Denzel Washington / Roteiro: August Wilson / Elenco: Denzel Washington, Viola Davis, Stephen Henderson, Jovan Adepo, Russell Hornsby, Mykelti Williamson / Sinopse: Troy (Denzel Washington) é um pai de família que trabalha como lixeiro na cidade onde vive. Além das dificuldades do trabalho duro, ele ainda precisa lidar com todos os problemas familiares que vão surgindo em sua vida, sempre com uma visão peculiar, própria, do mundo. Filme premiado no Oscar e no Globo de Ouro na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante (Viola Davis). Também indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Ator (Denzel Washington), Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Filme.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 10 de agosto de 2016
Esquadrão Suicida
Título no Brasil: Esquadrão Suicida
Título Original: Suicide Squad
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros, DC Entertainment
Direção: David Ayer
Roteiro: David Ayer
Elenco: Will Smith, Jared Leto, Margot Robbie, Joel Kinnaman, Ben Affleck, Viola Davis, Common
Sinopse:
Um grupo de criminosos condenados é recrutado pelo governo americano para atuar em missões de extrema gravidade e violência, onde devem enfrentar meta-humanos, tais como o Batman ou o Superman. O receio é que esses super-heróis em algum momento se voltem contra a humanidade. Como são pessoas perigosas e algumas com personalidades psicopatas, um pequeno chip explosivo é colocado em cada uma delas. No primeiro sinal de fuga ou desobediência eles devem ser executados. Filme baseado nos quadrinhos da DC Comics.
Comentários:
O filme foi massacrado pela crítica, mas está fazendo sucesso de bilheteria, liderando o Top 10 nos Estados Unidos. É a tal coisa, se você for atrás de qualidades cinematográficas do tipo um bom roteiro aqui é melhor esquecer. "Suicide Squad" não tem roteiro. O enredo pode ser resumido em duas frases curtas (Grupo de criminosos é reunido. Sua missão é destruir uma ameaça sobrenatural). Não passa disso. Apesar de tudo tem personagens interessantes, principalmente para quem curte quadrinhos. Certo, nenhum deles é minimamente desenvolvido, mas tudo bem, valem pela diversão. Deadshot, papel de Will Smith, talvez seja o único que tenha algum background ou história pessoal por trás. Ele tem uma filha e zela por ela. Fica por aí. A atriz Margot Robbie que interpreta Harley Quinn, a Arlequina, além de ser muito bonita é a quem tem a melhor oportunidade de atuar um pouco mais, até porque sua personagem é maluca, o que dá margem a ela para mostrar um pouquinho mais no quesito atuação. Jared Leto já provou inúmeras vezes que é um bom ator, mas seu Coringa é bem sem graça. Também ele herdou uma carga pesada pois precisou ficar à altura de Jack Nicholson e Heath Ledger que interpretaram o vilão no passado e qualquer comparação nesse sentido chega a ser covardia. Já os vilões do filme (dois irmãos bruxos) são péssimos. Chega a ser constrangedor, poderiam ter escolhido algo melhor para o Esquadrão suicida enfrentar. No meio de tanta gente sobrou espaço ate mesmo para o "RoboCop" Joel Kinnaman (que interpreta o líder militar da missão, Rick Flag) e Ben Affleck, em duas pequenas pontas como o próprio Batman. No geral, para um filme que custou tão caro (quase 200 milhões de dólares entre produção e marketing) nada me deixou muito admirado em termos de efeitos visuais e produção. Tudo soa na média. O 3D não é grande coisa. Há uma cena com helicópteros em que isso fica bem claro para o espectador. onde as aeronaves parecem de papelão ou maquetes nada convincentes. Não é um filme marcante, nem para os fãs dos quadrinhos, e só vale mesmo como diversão ligeira. Alguns personagens deram certo e esse provavelmente será o pontapé inicial para futuros filmes com eles (afinal fez sucesso comercial). Fora isso a DC ainda continua comendo poeira da Marvel no cinema.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 19 de abril de 2016
Histórias Cruzadas
Emma Stone, que nunca fez nada de muito importante (só uma listinha de filmes tolinhos e esquecíveis), mostra muito talento e desenvoltura interpretando a aspirante á escritora que ousou contar em pleno sul racista dos EUA as histórias das empregadas domésticas negras da região. Toda a hipocrisia, a falta de caráter, o racismo e a ignorância de uma sociedade que ficava chocada ao saber que uma empregada negra usava o mesmo banheiro das madames brancas. De certa forma a produção demonstra que a questão racial ainda está presente dentro da sociedade americana, principalmente em cidades sulistas onde essa questão ainda não parece ter sido totalmente superada. Enfim, ótimo trabalho assinado pelo jovem diretor Tate Taylor que mostra muita segurança e bom gosto nessa história tocante.
Histórias Cruzadas (The Help, EUA, 2011) Direção: Tate Taylor / Roteiro: Tate Taylor, baseado na obra de Kathryn Stockett / Elenco: Emma Stone, Viola Davis, Octavia Spencer, Bryce Dallas Howard, Mike Vogel, Allison Janney / Sinopse: Durante a década de 60 a jovem Skeeter (Emma Stone), uma recém formada que tem planos de ser tornar escritora, decide escrever um livro retratando o cotidiano das empregadas domésticas negras do sul dos EUA. Em busca de material para seu texto ela consegue o apoio de Aibileen (Viola Davis), governanta de um amigo. Através dela Skeeter começa a ouvir também outras empregadas domésticas de sua cidade, dando forma ao seu livro que acabaria revelando um lado nada lisonjeiro das relações patroas e empregadas no sul racista americano
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 4 de dezembro de 2014
Ender's Game - O Jogo do Exterminador
Título no Brasil: Ender's Game - O Jogo do Exterminador
Título Original: Ender's Game
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: Summit Entertainment
Direção: Gavin Hood
Roteiro: Gavin Hood, Orson Scott Card
Elenco: Harrison Ford, Asa Butterfield, Ben Kingsley, Viola Davis, Hailee Steinfeld
Sinopse:
Cinquenta anos após uma devastadora invasão alienígena o planeta Terra se prepara para uma nova guerra. Ender Wiggin (Asa Butterfield) é um jovem enviado para uma das centenas de escolas de combate existentes ao redor do mundo. O Coronel Graff (Harrison Ford) acredita que ele se tornará um dos novos heróis do conflito que está prestes a explodir. Inteligente e dotado de um senso de estratégia fora do comum, o rapaz parece realmente possuir todos os dons que fazem um grande guerreiro espacial. Filme indicado ao prêmio da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films nas categorias de Melhor Filme de Ficção, Melhor Ator Coadjuvante (Harrison Ford) e Melhor Revelação (Asa Butterfield).
Comentários:
Já não se fazem mais bons filmes de ficção como antigamente. Essa é a primeira coisa que vem a mente após uma sessão assistindo a essa fita. "Ender's Game" tem um público alvo bem específico: os adolescentes entre 13 a 15 anos. O próprio protagonista é um efebo mal saído da puberdade. Claro que para contrabalancear sua falta de experiência o estúdio resolveu escalar dois veteranos, Harrison Ford e Ben Kingsley, mas nem eles conseguem manter o interesse nesse enredo por muito tempo. Por falar na estória temos aqui uma mistura não muito original de vários filmes que você já viu antes. De "Tropas Estelares" temos a mesma situação básica: o planeta Terra sendo invadido por aliens que mais se parecem com insetos gigantes. Sim, eles também estão atrás de nossos recursos naturais. De "Jogos Vorazes" você verá um grupo de jovens lutando entre si jogos mortais de guerra, para enfrentar o maior desafio de suas vidas. Por fim o roteiro tem também um pouco de "Harry Potter" pois o protagonista vai para uma escola de combatentes e lá acaba se afeiçoando por uma outra aluna.
E claro, há os bonzinhos e malvados entre os estudantes. Não consegui ver nada de muito original nessa produção. O único ponto a realmente elogiar são os bem realizados efeitos especiais, em especial as sequências em um grande centro de treinamento no espaço. Agora, complicado mesmo é engolir o fato de que um mero adolescente, recém saído da academia de guerra, será o verdadeiro salvador de nossa civilização. O roteiro não consegue explicar direito isso, dando explicações bem vazias e sem sentido. O que fica óbvio desde o começo é que os roteiristas forçaram completamente a barra para existir uma identificação direta entre o público adolescente que vai ao cinema e o protagonista do filme. O desfecho da estória também é de um pieguismo sem igual, uma coisa completamente politicamente correta que vai deixar muita gente de estômago virado, tamanha a tolice de sua supostamente importante mensagem! No final das contas é apenas uma diversão ligeira, cheia de efeitos especiais e aborrescentes desconhecidos do grande público. Nada original e com muita pieguice ecológica! Passa longe de ser um grande filme de ficção e muito provavelmente será esquecido em pouco tempo.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 27 de março de 2014
Love, Marilyn
Título Original: Love, Marilyn
Ano de Produção: 2012
País: Estados Unidos, França
Estúdio: StudioCanal
Direção: Liz Garbus
Roteiro: Truman Capote, Liz Garbus
Elenco: F. Murray Abraham, Glenn Close, Elizabeth Banks, Adrien Brody, Ellen Burstyn, Viola Davis, Ben Foster, Lindsay Lohan
Sinopse:
Celebridades de hoje em dia interpretam textos e fragmentos de memórias escritos por pessoas que conheceram Marilyn Monroe, assim como seu recém-descoberto diário pessoal, além de cartas e registros deixados pela atriz. De todas as estrelas da história de Hollywood, ninguém tinha uma mistura mais potente de glamour e tragédia do que Marilyn Monroe. Através de leituras realizadas de seus documentos pessoais, este filme explora a vida e pensamentos íntimos desta grande estrela nesse filme seminal. Seus registros dão uma pista de como ela, com determinação e audácia, conseguiu se transformar na grande estrela de Hollywood. Além disso, através de leituras e entrevistas com seus colegas e conhecidos da época tenta-se revelar e entender os mecanismos que a levaram até sua morte prematura em 1962.
Comentários:
Embora tenha sido realizado em 2012 para celebrar os 50 anos da morte de Marilyn Monroe esse "Love, Marilyn" é um projeto antigo. Ele nasceu originalmente através do grande escritor Truman Capote. Ele queria que atores e atrizes famosas da época interpretassem frases e textos escritos por Marilyn em um documentário para celebrar um ano de sua morte. A ideia inicialmente contou com o apoio e simpatia de astros como Rock Hudson e Richard Widmark mas não foi em frente por questões legais e contratuais. Não havia como reunir tantas estrelas - como as que Capote desejava - em apenas um filme naqueles tempos. A maioria delas tinham assinado contratos de exclusividade que as impediam de participar de um filme como esse. Foi então necessário surgir outra data importante para que o projeto fosse finalmente finalizado. A boa notícia é que contamos agora com um grande time de astros em cena. Talentos como F. Murray Abraham e Glenn Close se unem a celebridades como Lindsay Lohan para darem vozes aos antigos pensamentos e devaneios da falecida atriz. O resultado é excelente. Assim Marilyn Monroe segue sendo celebrada como um dos maiores mitos da história de Hollywood. Pode-se até mesmo contestar esse seu status dentro da mitologia do cinema americano, mas não se pode negar sua influência duradora. 50 anos depois de sua morte Marilyn ainda vive!
Pablo Aluísio.
terça-feira, 4 de dezembro de 2012
Dúvida
Assim a escola St. Nicholas vira palco de um luta interna pelo coração e mente de seus alunos. De um lado o pensamento mais inovador e liberal do padre Flynn, do outro a austeridade e autoridade da irmã Beauvier. Com o advento da política de direitos civis a escola acaba aceitando seu primeiro aluno negro, o rapaz Donald Miller (Joseph Foster). Sua entrada na instituição é vista como uma revolução pelo padre Flynn que se aproxima do novo aluno para lhe orientar em sua nova escola. Essa estreita amizade porém acaba criando boatos, alimentados pela jovem irmã James (Amy Adams). Era justamente isso que esperava a personagem de Meryl Streep pois o rumor se torna uma grande arma para ela em sua queda de braço com Flynn. "Dúvida" é um filme extremamente inteligente, bem escrito, que se baseia principalmente em atuações de alto nível e diálogos ricamente construídos. A presença de um trio de atores tão talentoso torna a experiência de assistir "Doubt" um enorme prazer. A guerra entre os dois personagens principais é sutil, psicológica, mas não menos cruel. De certa forma é um retrato do conflito interno vivido hoje pela Igreja Católica. Em suas entranhas também se trava uma guerra entre membros mais conservadores e outros mais liberais. A tensão é latente e o roteiro de "Dúvida" joga excepcionalmente bem com esse dualismo. Em suma, eis uma das melhores obras cinematográficas surgidas nos últimos anos. Não deixe de assistir.
Dúvida (Doubt, Estados Unidos, 2008) Direção: John Patrick Shanley / Roteiro: John Patrick Shanley / Elenco: Meryl Streep, Philip Seymour Hoffman, Amy Adams, Viola Davis, Alice Drummond / Sinopse: Um jovem padre da linha mais liberal da Igreja Católica, Flynn (Philip Seymour Hoffman), entra em choque com a conservadora Aloysius Beauvier (Meryl Streep). Em jogo o modo de administrar a escola. A irmã acredita em disciplina, ordem e tradição. Já o padre acredita em liberdade, inovação e renovação. Está assim armado o conflito entre ambos. Vencedor do Screen Actors Guild Awards de melhor atriz para Meryl Streep.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 28 de fevereiro de 2012
Confiar
A pedofilia e o aliciamento de menores, inclusive sua exploração sexual está na ordem do dia atualmente. Os jornais diários sempre trazem notícias relacionadas ao tema. É complicado até mesmo entender como no atual estágio de nossa sociedade ainda se encontra espaço para esse tipo de crime tão terrível que atinge todas as camadas sociais. Diante dessa situação o cinema não tardaria a tratar do tema. "Confiar" é um desses filmes que tratam da delicada questão. Adianto que gostei bastante do resultado final. O filme mantém uma postura inteligente, não caindo nem no dramalhão e nem na violência gratuita como solução para toda aquela situação (algo que poderia transformar o argumento em um tipo de "Desejo de Matar contra pedófilos"). Um dos maiores destaques dessa produção ao meu ver foi a forma extremamente realista em que a personagem vítima do pedófilo foi retratada. Definitivamente um dos melhores retratos de adolescentes que já vi no cinema ultimamente pois ela não é mostrada nem como uma garota completamente ingênua e nem como uma pessoa que possa lidar com uma situação barra pesada daquela de forma adulta.
Aliás é bom destacar o trabalho da atriz que interpreta Annie, chamada Liana Liberato, pois apesar da pouca idade já demonstra ser muito talentosa e segura de si em cena. Já Clive Owen finalmente dá uma pausa nos abacaxis que andou fazendo e entrega aqui uma interpretação bem digna, nada canastrona e no tom certo. Parabenizo também o diretor David Schwimmer (ex-astro de Friends) pelas opções que tomou ao rodar o filme. Nenhum personagem em cena é estereotipado ou raso, pelo contrário, todos são mostrados como pessoas inseridas dentro de sua comunidade, pessoas produtivas que desempenham suas funções, mesmo que sejam no fundo e em segredo predadores ou maníacos sexuais (nesse ponto a cena final fecha com chave de ouro o filme). Enfim, recomendo bastante, pois “Confiar” trata um tema sério e delicado de forma adulta e livre de soluções fáceis. É uma produção para assistir e se debater depois.
Confiar (Trust, Estados Unidos, 2010) Direção: David Schwimmer / Roteiro: Andy Bellin, Robert Festinger / Elenco: Elenco: Clive Owen, Catherine Keener, Viola Davis, Liana Liberato, Noah Emmerich, Jason Clarke / Sinopse: Will (Clive Owen) e sue esposa Lynn (Catherine Keener) presenteiam sua filha Annie (Liana Liberato) com um novo computador. Navegando pela internet Annie conhece um homem que se diz ser um jovem de apenas 16 anos, tal como ela. Ele se identifica como Charlie e marca um encontro com a garota. O que ela não sabe é que na realidade se trata de uma outra pessoa, com intenções criminosas a seu respeito.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 19 de janeiro de 2010
Tão Forte e Tão Perto
Uma das maiores curiosidades de "Tão Forte e Tão Perto" é o elenco de apoio formado por grandes nomes. Tom Hanks faz o paizão bonachão. Espero que ele na vida real não esteja tão gordo como mostrado no filme. Sua participação é pequena mas essencial. Já a mãe é interpretada por uma envelhecida Sandra Bullock que também não aparece muito mas que mantém o bom nível quando surge em cena. Já o terceiro grande nome do elenco é justamente aquele que literalmente rouba todo o filme: Max Von Sydon. Sem dizer uma única palavra o ator apresenta uma de suas grandes performances. Sem diálogos a dizer ele tem que expressar todas as emoções apenas com um olhar, um gesto. Só grandes atores passam por isso de forma grandiosa como Sydon. O filme é dele e tudo indica que foi feito para ele. Quando surge em cena o enredo que vai devagar cresce em interesse e qualidade. Só isso já basta para indicar "Tão Forte e Tão Perto" um filme bem humano e belo que vale a pena ser assistido.
Tão Forte e Tão Perto (Extremely Loud and Incredibly Close, Estados Unidos, 2011) Direção: Stephen Daldry / Roteiro: Eric Roth / Elenco: Tom Hanks, Sandra Bullock, Thomas Horn, Max von Sydow, John Goodman, James Gandolfini e Viola Davis / Sinopse : Oskar é um garoto de 9 anos que perdeu o pai no trágico 11 de setembro e vive tentando entender sua dor e seus sentimentos. O garoto encontra em meio às coisas do pai uma chave em um envelope com um nome: Black. A curiosidade e seus instintos naturais o levam a uma busca pela fechadura da misteriosa chave.
Pablo Aluísio.