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segunda-feira, 29 de julho de 2024

Aquaman 2: O Reino Perdido

Título no Brasil: Aquaman 2: O Reino Perdido
Título Original: Aquaman and the Lost Kingdom
Ano de Lançamento: 2023
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: James Wan
Roteiro: David Leslie, Johnson-McGoldrick
Elenco: Jason Momoa, Patrick Wilson, Amber Heard, Nicole Kidman, Dolph Lundgren, Yahya Abdul-Mateen II

Sinopse:
Agora monarca empossado dos sete mares, Aquaman percebe que ser rei não é uma das melhores coisa do mundo. Ele acha a função tediosa e cansativa. Sua única boa ideia como monarca seria tentar levar sua nação para a comunidade internacional de nações do mundo terrestre, mas isso obviamente será complicado de fazer uma vez que surge um novo vilão, o Arraia! 

Comentários:
Eu já tentei gostar muito dessa franquia. O primeiro filme achei esquisitão e ruim. Esse segundo vai pelo mesmo caminho. Veja, eu tenho uma outra imagem do Aquaman porque fui criança nos anos 70 e assistia ao desenho animado onde o Aquaman era igual aos quadrinhos: um jovem loiro, de bons modos, realmente heroico. Praticamente uma versão aquática do heroísmo e bom mocismo do Superman, afinal ambos são personagens da DC Comics. Esse Aquaman dessa franquia é um brutamontes violento, rude, imbecil, de cabelos longos. Jason Momoa é um troglodita! Nada a ver com o Aquaman que eu cresci vendo nas animações. Então esse se torna o principal problema em meu ponto de vista. O segundo erro é essa direção de arte que mais parece desfile de escola de samba. Não consigo gostar. É tudo muito fake, exagerado, kitsch! Agora, constrangedor mesmo é ver a diva Nicole Kidman em um papel coadjuvante ridículo! Alguém deveria dar um toque nela, a aconselhando a cair fora desse mico! Enfim, com orçamento superior a 200 milhões de dólares e uma bilheteria que foi considerada fraca pelo estúdio, pode ser que essa nova versão do Aquaman afunde de vez! Assim espero...

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 9 de agosto de 2023

Sobrenatural: A Porta Vermelha

Sobrenatural: A Porta Vermelha
Uma boa novidade para os fãs de terror que apreciam essa franquia "Sobrenatural". Foi lançado um novo filme e ele é bom, nada mal. Aliás a série de filmes "Insidious" não decaiu ao longo de todos esses anos. O primeiro filme é de 2010 e de lá pra cá não houve nenhum filme realmente muito ruim, daqueles que dão arrependimento de ter assistido. Ao contrário disso, os filmes dessa marca vão mantendo um certo padrão de qualidade, que se não chega a entrar na categoria de filmes excelentes, pelo menos se mantém ali na faixa de bons filmes de terror da atualidade. Nesse novo filme temos uma novidade, o ator Patrick Wilson assumiu a direção e entregou um filme bem redondinho, praticamente sem falhas. Pelo visto ele assumirá a responsabilidade e o controle artistíco da franquia daqui em diante. 

Ele interpreta o mesmo personagem, o pai daquela família que foi vítima de eventos sobrenaturais no passado. Lembram do filho dele, no primeiro filme? Pois é, o garoto cresceu e agora está entrando na universidade. É bom desenhista e entra numa escola de artes bem prestigiada. Só que a nova vida de universitário começa mal, com ele tendo alucinações, visões e pesadelos. Algo que logo começa a interferir em sua arte. Ele não lembra do que lhe aconteceu aos 10 anos de idade, mas sua família, obviamente, lembra de tudo o que sofreram. O pai assim se torna um guardião de proteção contra novos ataques vindos do além. É de se elogiar a tentativa do roteiro de sempre abraçar um certo tipo de suspense psicológico. Em tempois atuais onde filmes de terror estão sempre exagerando na dose de efeitos visuais gratuitos e desnecessários, não deixa de ser algo muito bem-vindo. 

Sobrenatural: A Porta Vermelha (Insidious: The Red Door, Estados Unidos, 2023) Direção: Patrick Wilson / Roteiro: Leigh Whannell, Scott Teems / Elenco: Ty Simpkins, Patrick Wilson, Rose Byrne / Sinopse: O garoto de 10 anos de idade do primeiro filme que sofreu todos aqueles ataques sobrenaturais cresceu. Está entrando na universidade, mas pelo visto os antigos demônios do passado estão de volta na sua vida. 

Pablo Aluísio.

sábado, 16 de julho de 2022

Moonfall

Título no Brasil: Moonfall - Ameaça Lunar
Título Original: Moonfall 
Ano de Lançamento: 2022
País: Estados Unidos
Estúdio: AGC Studios
Direção: Roland Emmerich
Roteiro: Roland Emmerich, Harald Kloser
Elenco: Halle Berry, Patrick Wilson, Donald Sutherland, John Bradley, Charlie Plummer, Michael Peña

Sinopse:
Durante uma missão, um ônibus espacial sofre um acidente, no qual a tripulação acaba sendo colocada em risco. Isso porém é apenas a ponta do iceberg pois cientistas descobrem que a Lua saiu de sua órbita natural e está vindo em direção ao planeta Terra. Para salvar a humanidade de uma catástrofe iminente, uma nova missão segue em direção à Lua com o objetivo de estudar e deter tudo o que está acontecendo.

Comentários:
O diretor Roland Emmerich tem duas obsessões bem claras, o fim do mundo e a estética do velho cinema catástrofe. Nesse filme ele não foge dessa fórmula que vem repetindo anos e anos sem mudança. Sem dúvida é um dos diretores mais previsíveis do cinema atual, onde vai filme e vem filme e nada, absolutamente nada, muda. Esse filme aqui foi salvo em minha opinião pela criatividade insana, pois não é qualquer história de ficção que junta tantos elementos malucos em uma só trama. Quer um exemplo? Que tal uma Lua que na verdade não é um astro natural do universo, mas sim uma megaestrutura criada por antepassados dos seres humanos em um passado muito distante? Achou pouco? Que tal descobrir que a Lua é oca e que em seu interior existe uma Estrela do tipo anã branca capturada, gerando energia? Isso tudo já demonstra que não houve amarras para a imaginação do diretor, que também escreveu esse roteiro doido. Por essa criatividade sem pudores e sem limites, o filme acaba se salvando, por mais estranho que isso possa parecer.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 1 de junho de 2021

Invocação do Mal 3

Gostei desse novo filme da franquia "The Conjuring". Muito se diz que geralmente filmes de número 3 são bem ruins. Bom, de certa forma isso aconteceu em muitas franquias cinematográficas, mas aqui temos uma exceção. O filme é realmente muito bom. Aliás é o mais sombrio e dark de todos os dessa linha. É verdade que alguns andam criticando o roteiro, por ser em muitos aspectos, bem distante da história real. Pois essas pessoas deveriam entender que "Invocação do Mal 3" não é um documentário! É um filme de entretenimento, puro cinema, e nesse aspecto se sai muito bem.

A história real para falar a verdade tem tantos eventos diferentes e tantos envolvidos que os roteiristas tiveram que dar uma enxugada em tudo. E eles fizeram um bom trabalho nesse aspecto, pois a história contada aqui flui de forma natural. O ritmo não decai nunca e a diversão se torna garantida. Até mesmo a iniciativa de se criar uma vilã, uma bruxa, filha de um padre, soou muito bem bolada. E como não poderia deixar de ser há também criaturas bem produzidas, como a do homem morto com obesidade mórbida que se levanta de sua cama de necrotério. Os sustos assim ficam todos garantidos. Penso até que esse é certamente um dos melhores filmes dessa longa e produtiva franquia de filmes de terror. É o fino da bossa, digo, do horror americano da atualidade.

Invocação do Mal 3: A Ordem Do Demônio (The Conjuring: The Devil Made Me Do It, Estados Unidos, 2021) Direção: Michael Chaves / Roteiro: David Leslie Johnson-McGoldrick / Elenco: Patrick Wilson, Vera Farmiga, Ruairi O'Connor, Sarah Catherine Hook, Julian Hilliard, Steve Coulter, Vince Pisani / Sinopse: O casal Ed (Patrick Wilson) e Lorraine Warren (Formiga) se envolvem em mais um caso sobrenatural envolvendo um garoto possuído pelo demônio, um padre aposentado e sua filha, que se tornou uma sacerdotisa do ocultismo.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 7 de outubro de 2020

Passageiros

Título no Brasil: Passageiros
Título Original: Passengers
Ano de Produção: 2008
País: Estados Unidos
Estúdio: TriStar Pictures, Mandate Pictures
Direção: Rodrigo García
Roteiro: Ronnie Christensen
Elenco: Anne Hathaway, Patrick Wilson, Dianne Wiest, David Morse, William B. Davis, Ryan Robbins

Sinopse:
Um acidente de avião mata mais de 100 pessoas. Apenas nove conseguem sobreviver. Esses sobreviventes passam então a ser tratados pela terapeuta Claire (Anne Hathaway). E ela acaba cruzando uma linha ética, ao se envolver romanticamente com um deles, Eric (Patrick Wilson). Porém algo maior, ainda não explicado corretamente, paira no ar.

Comentários:
Gostei desse filme. Ele começa apresentando uma história até comum, normal. Temos essa terapeuta fazendo reuniões de ajuda com sobreviventes de um grave acidente de avião. Durante as conversações e relatos em grupo, alguns deles dizem que ouviram e viram uma explosão nas turbinas do avião, pouco antes dele cair. Essa é uma informação que a companhia aérea quer esconder, afinal de contas as indenizações pelas mortes das pessoas seriam milionárias caso isso fosse comprovado. A empresa alega que o avião caiu por uma falha humana do piloto. O estranho é que após isso vazar, alguns sobreviventes começam a desaparecer. Eles não comparecem mais às reuniões e nem são mais localizados. Nesse ponto do filme o espectador começa a pensar que está diante de um thriller de suspense, onde provavelmente a companhia de aviação está dando um sumiço nesses passageiros que sobreviveram. São testemunhas perigosas para os interesses da empresa. Porém, espere. Tome um fôlego e reflita que tudo pode ser apenas uma cortina de fumaça para algo maior. Não vou entregar o final do filme, mas devo dizer que esse roteiro tem uma excelente reviravolta em seus dez minutos finais. É um Plot twist de respeito. Quando finalmente vi a revelação do que realmente estava acontecendo, tive uma surpresa. Parabéns aos criadores desse trama. Comigo funcionou muito bem. Fui enganado na maior parte do filme e gostei disso.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 3 de março de 2020

Midway - Batalha em Alto-Mar

Fazer um filme sobre a batalha naval de Midway, durante a II Guerra Mundial, nunca foi uma tarefa fácil.  Os eventos são tão grandiosos que sempre demandaram uma produção milionária. Mesmo diretores clássicos como John Ford, sofreram para colocar tudo isso nas telas de cinema. Agora temos essa nova tentativa. Quando assisti a esse filme me veio o pensamento de que esse era o filme certo, porém nas mãos do diretor errado. Roland Emmerich é uma espécie de discípulo de Michael Bay. Ele sabe muito bem como explodir e destruir coisas, mas em termos de desenvolvimento de personagens... não sobra quase nada!

E isso é justamente o que acontece nesse filme. As cenas de ataques aéreos, navios enormes explodindo e afundando, etc, são extremamente bem realizadas. Tudo perfeitamente bem conduzido. Porém quando chega no momento de desenvolver um pouquinho mais os personagens (que foram figuras históricas importantes), a coisa simplesmente não avança, não vai para frente. Tudo parece apressado, feito sem capricho, sem cuidado. Por isso digo e repito que a ausência de um diretor melhor nesses detalhes de certo modo afundou as pretensões desse Midway em ser um filme de guerra memorável, daqueles que deixam saudades e marcam a história do cinema.

O filme custou 100 milhões de dólares e decepcionou nas bilheterias. Em tempos de Transformers, robôs gigantes, o mundo real de uma guerra mundial pode soar sem graça para esses jovens de hoje. Uma pena. Mesmo com tantos problemas o filme ainda merecia um destino melhor, até mesmo para incentivar os produtores a investirem mais em filmes de guerra como esse. E foi justamente nesse ponto de agradar comercialmente, em dar um ritmo ágil demais ao filme, que acabou lhe estragando em termos artísticos. Não era necessário tanto. O roteiro tem muitos personagens, muitos eventos históricos a retratar, mas faltou tempo e capricho na realização. Fico imaginando esse filme nas mãos de Steven Spielberg. Certamente o filme iria ter mais de 3 horas de duração, mas provavelmente também seria um clássico moderno de cinema. Com  Roland Emmerich isso não aconteceria. Ele é um expert em cinema fast food e nada mais.

Midway - Batalha em Alto-Mar (Midway, Estados Unidos, 2019) Direção: Roland Emmerich / Roteiro: Wes Tooke / Elenco: Ed Skrein, Patrick Wilson, Woody Harrelson, Dennis Quaid, Aaron Eckhart, Luke Evans, Mandy Moore / Sinopse: Depois do ataque do Japão imperial ao porto de Pearl Harbor, onde vários navios da marinha americana foram afundados, um grupo de comandantes recebe a missão de enfrentar e destruir a poderosa frota japonesa no Pacífico. Filme baseado em fatos históricos reais.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 19 de agosto de 2019

Annabelle 3 - De Volta Para Casa

Título no Brasil: Annabelle 3 - De Volta Para Casa
Título Original: Annabelle Comes Home
Ano de Produção: 2019
País: Estados Unidos
Estúdio: Atomic Monster, New Line Cinema
Direção: Gary Dauberman
Roteiro: James Wan, Gary Dauberman
Elenco: Vera Farmiga, Patrick Wilson, Mckenna Grace, Madison Iseman, Katie Sarife, Michael Cimino

Sinopse:
O casal Warren consegue trazer a boneca amaldiçoada Annabelle para sua casa. Ela então é trancafiada em um armário de madeira, para nunca mais sair dali. Só que a amiga da babá de sua filha tem uma ideia diferente. Ela quer invocar o espírito de seu pai falecido e para isso decide usar a boneca. Uma péssima ideia que acabará criando o caos naquela casa.

Comentários:
Para quem acreditava que esses filmes dessa boneca amaldiçoada não iriam muito longe, aí está o terceiro filme da franquia. O fato é que essas produções são lucrativas demais. Cada filme não chega a custar nem 10 milhões de dólares e sempre apresentam um retorno seguro de bilheteria, muitas vezes ultrapassando os 250 milhões de faturamento. É uma mina de ouro cinematográfica. Então enquanto houver público, haverá novos filmes. Esse terceiro achei apenas mediano. Sigo dizendo que o segundo foi o melhor de todos em minha opinião. Esse número 3 é inegavelmente o mais fraquinho. Todo a trama se passa em apenas uma noite, dentro da casa do casal Warren. Só que eles estão fora e a filha fica sob responsabilidade da babá. Esse é uma daquelas jovens que conhece uma amiga que vai colocar tudo a perder. Ela entra na sala onde são guardados todos os objetos de maldição e bruxaria e resolve mexer em todos eles, colocando para fora até mesmo a boneca Annabelle. E aí o roteiro abre espaço para todo tipo de assombração com direito a um cão enviado do inferno, uma noiva com uma faca e outras bizarrices. É tudo muito simples e direto e o mais interessante é que a velha fórmula ainda funciona. Os sustinhos são garantidos. O diretor desse terceiro filme é um roteirista com experiência em filmes de terror, então ele sabia bem o que estava fazendo. Assim fica o veredito. È o mais fraco da trilogia, mas mesmo assim ainda consegue ser bem melhor do que muito filme de terror que anda sendo exibido por aí.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 18 de dezembro de 2018

O Álamo

Título no Brasil: O Álamo
Título Original: The Alamo
Ano de Produção: 2004
País: Estados Unidos
Estúdio: Touchstone Pictures
Direção: John Lee Hancock
Roteiro: Leslie Bohem, Stephen Gaghan
Elenco: Dennis Quaid, Billy Bob Thornton, Jason Patric, Patrick Wilson, Emilio Echevarría

Sinopse:
Em San Antonio, no ano de 1836, um grupo de americanos encurralados no forte Álamo decide ficar e resistir ao enorme exército liderado pelo general mexicano Antonio Lopez de Santa Ana. Eles estão em menor número e com pouco armamento mas mesmo assim resolvem lutar com honra e bravura, uma atitude de coragem que entrou para a história do Texas.

Comentários:
Mais um remake, dessa vez do clássico filme dirigido por John Wayne. O enredo é o tradicional, já bem conhecido dos fãs de western em geral. Obviamente há todo aquele clima de ufanismo sempre presente quando levam essa história para as telas, pois afinal de contas esse é o tipo de enredo que exige uma certa postura de seus realizadores pois caso contrário podem mexer com um vespeiro, principalmente em relação aos texanos. Talvez por causa desse excessivo respeito esse novo filme sobre o Álamo tenha ficado muito burocrático, sem vida, sem impacto. Certo, a história é mostrada de forma muito correta, mas em minha forma de ver correção demais, sem espaço para uma visão mais original sobre tudo, só acaba rendendo muita chatice. Outro ponto que me deixou desapontado foi a escolha de certos atores para determinados personagens. Ok, gosto muito de Dennis Quaid, mas ele está muito mal na pele de Sam Houston (cujo nome batizaria a futura capital do Texas). Billy Bob Thornton como o famoso Davy Crockett também não me convenceu em nada. Aqui temos realmente um filme cujo medo de reações adversas acabou estragando o resultado final. Um pouquinho mais de ousadia cairia muito bem. Filme indicado ao Harry Awards.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

Aquaman

O grande mérito de Aquaman é que pela primeira vez a DC Comics não ficou com receios de produzir um filme para o cinema que fosse a cara dos quadrinhos. Tudo é muito colorido, movimentado, ao espectador fica a impressão de que está mesmo vendo uma revista em quadrinhos. E isso se refere a praticamente tudo, inclusive a aventura e a trama que é meio bobinha, isso é certo, mas que funciona bem na tela. Isso não significa que o filme não tenha problemas, longe disso. Um deles é que aquele espectador que não comprar seu estilo não vai gostar nada, nada do que verá. O mundo debaixo do oceano, os figurinos exagerados, alguns parecendo mais fantasias de carnaval, quem não curtir esse tipo de coisa exagerada vai ficar muito irritado com sua direção de arte kitsch.

Só que isso nem é o grande problema do filme. Em minha opinião o grande erro foi escalar o grandalhão brutalizado Jason Momoa para interpretar Aquaman. Nos quadrinhos ele é um sujeito forte, tudo bem, mas também é um loiro com cara de galã e até bons modos. Com Momoa ele virou quase um bárbaro (quem lembrou do Conan?) que prefere sair no braço do que ter uma boa conversa. Além disso, não vamos deixar de dizer, não tem nada a ver com a beleza sofisticada de Nicole Kidman, sua mãe no filme. Ficou forçado. Porém como é um filme de pura ação e fantasia, poucos vão reclamar. O que vai valer no final das contas são os cenários exagerados (diria alguns até mesmo meio bregas) que desfilam pela tela. Nesse aspecto o filme até que funciona muito bem. É uma aventura colorida e escapista. Não espere nada muito além disso.

Aquaman (Estados Unidos, 2018) Direção: James Wan / Roteiro: David Leslie Johnson-McGoldrick, Will Beall / Elenco: Jason Momoa, Patrick Wilson, Nicole Kidman, Amber Heard, Willem Dafoe, Dolph Lundgren, Yahya Abdul-Mateen II / Sinopse: Adaptação para o cinema das aventuras do personagem Aquaman, criado em 1941 por Paul Norris e Mort Weisinger, cuja primeira aparição nos quadrinhos se deu na revista More Fun Comics #73.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 10 de maio de 2018

Invocação do Mal

Quando esse filme foi lançado ninguém poderia supor que iria dar origem a uma nova franquia de sucesso nos cinemas. O curioso é que seu êxito de bilheteria foi o caso típico de propaganda boca a boca. O estúdio não apostava muito em um grande sucesso nos cinemas, por isso o marketing foi modesto. Isso não impediu que após sua carreira comercial chegar ao fim o estúdio tivesse faturado mais de 500 milhões de dólares em todo o mundo! Um resultado espetacular! Em minha opinião todo esse sucesso decorreu do fato de termos aqui um roteiro que voltou ao passado, procurando seguir o exemplo dos antigos filmes de horror, principalmente ao reviver o estilo de "O Exorcista" e outras produções de sua época. Deu muito certo. Seu clima vintage caiu no gosto do público que procurava por algo mais sutil, sem apelar tanto para a fórmula sangue e tripas que já estava mais do que saturada.

Além disso havia personagens mais do que interessantes, todos baseados em pessoas reais. O casal Ed e Lorraine Warren já era famoso nos Estados Unidos antes do filme ser lançado. Foram anos dedicados aos casos sobrenaturais, contando inclusive com a ajuda e apoio logístico da Igreja Católica. Isso trouxe bastante veracidade aos eventos que são explorados no filme. A história do casal que se muda para um velho casarão aconteceu de fato. Depois de algum tempo eles percebem que o lugar apresentava alguns problemas. O cão havia morrido de forma inexplicável, os filhos conseguia ver vultos nas sombras, sentindo a presença de espíritos. O clima de suspense vai sendo montado aos poucos, sem apelar para efeitos especiais gratuitos e vazios. É como eu afirmei, temos aqui uma volta à estética dos filmes de terror da década de 70. Por essa razão fez tanto sucesso. Além disso Lorraine é interpretada por Vera Farmiga, uma das minhas atrizes preferidas. Quem acompanha seu trabalho em "Bates Motel", por exemplo, vai adorar seu trabalho aqui no filme. Enfim, com todos os elementos colocados no lugar certo, não é de se admirar que essa produção tenha feito tanto sucesso, dando origem a uma nova linha de produções de terror. Aqui qualidade e sucesso comercial realmente andaram de mãos dadas. Se ainda não viu, não deixe de conferir onde tudo começou.

Invocação do Mal (The Conjuring, EUA, 2013) Direção: James Wan / Roteiro: Chad Hayes, Carey Hayes / Elenco: Patrick Wilson, Vera Farmiga, Ron Livingston / Sinopse: Um jovem casal se muda para um velho casarão. O preço estava ótima e a propriedade, grande e espaçosa, era justamente o que eles procuravam. O problema é que a velha casa parece esconder em seus cantos escuros algum tipo de manifestação sobrenatural. Para entender o que estaria acontecendo entram em cena Ed e Lorraine Warren, especialistas em acontecimentos espirituais. Filme premiado no Fangoria Chainsaw Awards e Empire Awards, UK na categoria de Melhor Filme de Terror.

Pablo Aluísio.
 

terça-feira, 3 de abril de 2018

O Passageiro

Já pelo trailer pude perceber que não era grande coisa. O filme tem como protagonista Michael MacCauley (Liam Neeson), um vendedor de seguros que todos os dias vai para o trabalho no trem urbano de sua cidade. Um dia ele é demitido e na volta para casa encontra uma misteriosa mulher (interpretada pela atriz Vera Farmiga) que lhe faz uma proposta. Em troca de 100 mil dólares ele deverá procurar por um passageiro em especial, alguém que não se encaixa naquele trem. Na verdade é uma testemunha de um crime envolvendo policiais corruptos. Sem dinheiro e desempregado, Michael acaba entrando no jogo, sem saber que muito em breve sua vida e de seus familiares estará em risco.

Esse tipo de enredo seria desenvolvido brilhantemente por cineastas do passado, em especial o mestre do suspense Alfred Hitchcock, mas como diretores e mestres do cinema como ele já não existem mais, tudo acaba caminhando para a banalidade. Assim achei o desenvolvimento da estória bem fraco, ruim mesmo. Enquanto Liam Neeson vai tentando descobrir o passageiro que ele tanto procura, alguns acontecimentos vão surgindo, como a morte de um agente do FBI. Nada muito marcante ou bem trabalhado por parte do roteiro. O suspense também é desperdiçado. Junte a isso uma ou outra cena de ação e luta e você terá tudo o que o filme tem a lhe oferecer, o que sinceramente é bem pouco. É curioso que esse filme tenha sido lançado nos cinemas brasileiros já que ele não conseguiu se tornar um sucesso de bilheteria nos Estados Unidos. Outros filmes bem melhores não conseguiram encontrar o mesmo espaço no circuito comercial.

O Passageiro (The Commuter, Estados Unidos, 2018) Direção: Jaume Collet-Serra / Roteiro: Byron Willinger, Philip de Blasi / Elenco: Liam Neeson, Vera Farmiga, Patrick Wilson, Sam Neill / Sinopse: No dia em que é demitido do emprego, o vendedor de seguros Michael MacCauley (Liam Neeson) recebe uma estranha proposta no trem em que está indo para casa. Uma mulher desconhecida lhe oferece 100 mil dólares para localizar um passageiro, uma testemunha envolvida em um crime cometido por tiras corruptos.

Pablo Aluísio. 

quarta-feira, 2 de agosto de 2017

Watchmen: O Filme

A Rede Globo vai exibir hoje o filme "Watchmen" no Corujão. É uma boa oportunidade de rever essa produção baseada na obra prima de Alan Moore. Devo dizer que nunca li os quadrinhos originais, que os especialistas em nona arte consideram um dos melhores de todos os tempos. De qualquer forma fica claro desde o começo que Moore quis fazer uma crítica mordaz ao mundo dos quadrinhos de super-heróis. Praticamente todos os personagens são baseados em heróis famosos, tanto da DC Comics como da Marvel. A ironia disso tudo é saber que apesar de Moore tentar demolir esse universo tudo o que ele conseguiu no final das contas foi criar mais uma galeria de super-heróis para a indústria americana dos quadrinhos explorar! Ironia das ironias mesmo...

A estória se passa em um universo bem diferente. São os anos 80 e um grupo de heróis começam a ser perseguidos e mortos. A maioria deles estavam aposentados, então fica a pergunta: quem estaria por trás dos crimes? Um detetive de rosto desfigurado chamado Rorschach e um herói chamado Coruja (que obviamente é uma sátira ao próprio Batman) começam a investigar. No caminho a vida deles corre perigo. Basicamente é isso. O curioso é que essa produção tem um clima noir inegável. Alan Moore (que como sempre acontece não gostou da adaptação para o cinema de sua criação) obviamente se inspirou nos antigos filmes dos anos 40 e 50. Por fim outro grande atrativo dessa produção é sua direção de arte, muito diferente e elegante. Essa aliás sempre foi uma marca registrada do diretor Zack Snyder que sempre procurou ser bem autoral, mesmo quando o material original não havia sido criado por ele. Assim deixamos a dica desse filme baseado em quadrinhos bem original e estranho. Você provavelmente vai gostar.

Watchmen: O Filme (Watchmen, Estados Unidos, 2009) Direção: Zack Snyder / Roteiro: David Hayter, Alex Tse / Elenco: Jackie Earle Haley, Patrick Wilson, Carla Gugino / Sinopse: Filme baseado na obra do consagrado autor de quadrinhos Alan Moore. Em um mundo sujo e violento um grupo de heróis aposentados começa a ser caçado por um desconhecido vilão. O Coruja e Rorschach começam então a investigar o que estaria acontecendo. Filme premiado pela Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films nas categorias de Melhor Figurino, Melhor Edição em DVD e Melhor Filme de Fantasia do Ano.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 5 de maio de 2017

Fome de Poder

Dois irmãos do interior decidem fugir da pobreza e da falta de emprego onde moram e se mudam para San Bernardino na Califórnia. No começo eles se dão mal em uma série de pequenas empresas que não dão certo. Então decidem abrir uma lanchonete. Um deles resolve inovar no atendimento, criando um sistema rápido, onde o cliente não ficaria muito tempo esperando por seu lanche. A ideia acabou dando certo e eles denominaram seu empreendimento de McDonald's!

Apesar desse começo promissor os dois irmãos não vão muito longe. A lanchonete, embora muito eficiente, não consegue passar de ser uma pequena pequena empresa familiar onde eles tiram seu sustento. Tudo muda porém com a chegada de Ray Kroc (Michael Keaton). Ele é um vendedor de porta em porta que está tendo dificuldades de vender sua máquina de fazer milk shake. Ray fica impressionado com o método de venda dos irmãos McDonald's  e decide se unir a eles, criando uma rede de franquias que se tornaria mundial e elevaria a marca comercial McDonald's ao patamar de ser uma das maiores do mundo dos negócios.

O enredo desse filme, baseado em fatos reais, é extremamente interessante. É uma história que desconhecia. Não sabia, por exemplo, que a rede mundial de fast food McDonald's tinha tido um começo tão modesto. O roteiro então explora essa metamorfose de uma pequena lanchonete de dois irmãos caipiras a uma potência do ramo de alimentação. A figura central nessa jornada de sucesso absoluto no ramo comercial se deveu e muito a um sujeito meio inescrupuloso, ganancioso e muito esperto. O Ray Kroc interpretado por Michael Keaton é um achado, um dos personagens mais interessantes já explorados pelo cinema nesses últimos anos.

É óbvio que em muitos momentos percebemos um certo malabarismo do filme em tentar esconder as canalhices de Kroc, como por exemplo, quando ele começa a passar a perna nos irmãos McDonald's, mas isso se torna secundário diante das próprias qualidades do filme. A história começa a ser contada em 1954, quando Kroc teve um estalo de que poderia ganhar muito dinheiro com aquele sistema de vendas de comida fast food. Aliás essa expressão seria criada por ele. Um tipo de alimentação rápida, barata e gostosa. Claro que também nada saudável, o que criaria nos Estados Unidos (e no mundo) uma geração de pessoas obesas e doentes. Isso porém nem é discutido no roteiro. Para Kroc o que importava era mesmo os negócios e sob esse ponto de vista ele foi certamente um vencedor. Afinal de contas no mundo do capitalismo selvagem americano o que conta realmente são os lucros milionários, acima de tudo!

Fome de Poder (The Founder, Estados Unidos, 2016) Direção: John Lee Hancock / Roteiro: Robert D. Siegel / Elenco: Michael Keaton, Laura Dern, Patrick Wilson, Nick Offerman, John Carroll Lynch / Sinopse: Ray Kroc (Michael Keaton) é um vendedor de máquinas de milk shake que acaba conhecendo a lanchonete McDonald's, um pequeno estabelecimento comercial que vende lanches. De propriedade de dois irmãos do interior, Kroc então tem a excelente ideia de vender franquias daquele comércio, criando assim uma das maiores redes de alimentação de todo o mundo.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

The Hollow Point

Esse filme se passa no moderno oeste americano, sendo mais específico na fronteira entre México e Estados Unidos. É um lugar perigoso, onde os cartéis mexicanos da droga começam a dominar. É no meio desse deserto que trabalha o veterano xerife Leland (Ian McShane). Homem da lei experiente, ele começa a desconfiar do vai e vem sem fim de caminhonetes dirigidas por jovens da região. A maioria desses rapazes são desempregados que topariam qualquer trabalho, mas Leland começa a ficar bem desconfiado pois eles parecem transportar velhas peças de ferro-velho, algo que não faria muito sentido. Ao parar um desses jovens ele acaba perdendo o controle da situação e em um gesto impensado termina matando o garoto com um tiro certeiro na cabeça. John Wallace (Patrick Wilson), também um xerife da fronteira, é então designado para investigar a morte. Logo de cara ele vai até a casa de Leland para pegar sua estrela e sua arma, demonstrando que a partir daquele momento o velho policial estaria fora de suas funções oficialmente. O que Wallace nem desconfia é que ele está prestes a enfrentar uma situação de extrema violência, da qual nem ele mesmo poderia escapar sem danos irreparáveis.

Esse filme tem uma lição muito interessante ao passar para o espectador. Os dois xerifes possuem modos de agir e pensar bem diferentes. O veterano acredita que muitas vezes é vital fazer justiça pelas próprias mãos. Já o mais jovem pensa diferente. Ele quer seguir todas as regras do manual, sem se desviar do que ele acredita ser o certo. Com o tempo, exposto a uma violência descomunal, o próprio Wallace acaba agindo como o veterano da lei, mostrando que em certas situações realmente não há salvação. A cena final é bem representativa disso. O filme é protagonizado por Patrick Wilson, um bom ator de que sempre gostei, embora ele nunca tenha alcançado o status de grande astro. Seu personagem passa por uma situação limite, de dar nos nervos, ao ter sua mão decepada em uma situação sangrenta e bem violenta. Ao se ver mutilado ele começa a rever seus velhos conceitos. Outra boa surpresa do elenco vem da presença do ator John Leguizamo. Não me lembro de ter visto ele interpretar um criminoso tão violento e insano como o desse filme. Por ter origem latina Leguizamo sempre foi estigmatizado no cinema americano, interpretando tipos marginais (ou insanamente lunáticos), mas aqui ele conseguiu imprimir uma sordidez digna de aplausos ao presidiário que interpreta. Em suma, mais um bom filme que nos remete aos bons filmes de faroeste do passado, com seu roteiro versando sobre vingança, violência e morte no meio de um deserto imprestável.

The Hollow Point (Estados Unidos, 2016) Direção: Gonzalo López-Gallego / Roteiro: Nils Lyew / Elenco: Patrick Wilson, Ian McShane, John Leguizamo, Jim Belushi, Lynn Collins / Sinopse: Xerifes da fronteira entre México e Estados Unidos precisam lidar com um matador profissional, presidiário, que executa pessoas que fazem parte de uma lista negra de assassinatos.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Jovens Adultos

Título no Brasil: Jovens Adultos
Título Original: Young Adult
Ano de Produção: 2011
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Jason Reitman
Roteiro: Diablo Cody
Elenco: Charlize Theron, Patrick Wilson, Patton Oswalt, Elizabeth Reaser, Collette Wolfe, Jill Eikenberry
  
Sinopse:
Prestes a chegar aos 40 anos, a vida para Mavis Gary (Charlize Theron) parece não ir para frente. Ela está divorciada, se envolvendo com os homens errados em relacionamentos fracassados e casuais que não vão para lugar nenhum. Pior é olhar para o passado e se lembrar de seus tempos de escola quando era muito popular entre seus amigos. Agora ela descobre que sua antiga paixão da juventude está casado e muito feliz, pai de um lindo garotinho. Irritada com o seu destino Mavis resolve então voltar para sua velha cidadezinha natal onde pretende reconquistar o coração de seu namorado do passado. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Atriz (Charlize Theron).

Comentários:
Bom filme, bem valorizado pela inspirada atuação da atriz Charlize Theron (que de certo modo deixou a vaidade de lado!). Ela interpreta uma mulher amarga, frustrada e magoada pelo tempo que tenta voltar para o passado, quando era admirada pelos amigos e colegas da escola. Um linda garota loira e popular dos tempos de escola que pareceu não ter dado muito certo! O problema é que esse passado obviamente não existe mais. Nem seu antigo namorado a quem ela nunca esqueceu tampouco é a mesma pessoa de antes. Mesmo assim ela resolve ignorar tudo e partir para o ataque, causando todos os tipos de constrangimentos, mal entendidos e problemas ao tentar voltar para um mundo ao qual ela não mais pertence. O filme é supostamente uma comédia, porém o humor que vemos aqui é obviamente bem negro, sarcástico até. O roteiro, escrito pela roteirista e stripper Diablo Cody explora muito bem a geração que já está nos "trinta e tantos" chegando perigosamente aos "quarenta e poucos", em um um momento da vida em que vários sonhos se evaporaram no ar e nada mais parece muito promissor pela frente. É um tipo de humor que também vai deixar uma estranha sensação de desconforto em que assiste ao filme. E é justamente por isso que vale a pena a sessão. Assista, se divirta e se possível se identifique. O sorriso amarelo logo surgirá, constrangido, em seu rosto.

Pablo Aluísio.

domingo, 3 de julho de 2016

Invocação do Mal 2

Já havia gostado bastante do primeiro filme "Invocação do Mal". Agora gostei ainda mais dessa sequência. Como se sabe os roteiros dessa franquia "The Conjuring" são baseados nas histórias do casal Warren que durante os anos 1960 e 1970 pesquisaram casos paranormais nos Estados Unidos e Europa. O que poucos sabiam na época é que o casal tinha um acordo não oficial com a Igreja Católica que muitas vezes os enviavam para averiguar algum caso misterioso, tudo com o objetivo de saber de antemão se o caso tinha alguma veracidade ou era simplesmente uma fraude. Uma maneira de preservar a instituição da Igreja de situações exploradas pela imprensa que no fundo não passavam de picaretagem.

Pois bem, Ed e Lorraine Warren participaram de muitos casos, alguns bem notórios como as assombrações em Amityville (que inclusive é mostrado no começo desse filme). Um dos casos mais curiosos envolvendo o casal aconteceu na Inglaterra quando uma família começou a ser supostamente assombrada pela alma torturada de um senhor idoso que parecia fazer de tudo para expulsar os moradores de sua antiga casa. O problema é que Lorraine parecia ter ficado com um "encosto" após Amityville, uma entidade demoníaca que surgia a ela na forma e imagem de uma monstruosa freira (uma maneira de blasfemar símbolos religiosos católicos). Quando ela foi para a Inglaterra as duas atividades paranormais acabaram se fundindo, criando algo realmente fora do comum.

Claro que os casos reais foram menos espetaculares do que vemos nos filmes. Aí entra o elemento dramático e cinematográfico de cada caso sobrenatural, mas mesmo assim as premissas básicas dos acontecimentos foram mantidos pelos roteiristas. No primeiro filme, por exemplo, o casal Warren investigava fenômenos paranormais numa velha casa do sul, onde no passado tinha acontecido casos terríveis envolvendo a odiosa instituição da escravidão negra. Naquele primeiro caso não havia apenas um espírito atormentado, mas sim uma coletividade deles. Já naquela primeira produção havia gostado de tudo, da forma como o diretor James Wan havia conduzida seu enredo. Agora ele acertou de novo - e em minha opinião de forma ainda mais acertada.

O casal Warren segue sendo motivo de controvérsias dentro e fora dos Estados Unidos. A Igreja Católica nunca assumiu de forma oficial sua associação com eles (muito embora os vários exorcismos praticados por membros da Igreja provem o contrário) e não faltam acusadores contra eles, principalmente de grupos céticos que nunca acreditaram na existência de um mundo sobrenatural. Ed Warren faleceu ainda jovem, mas Lorraine ainda vive em sua casa, onde mantém até mesmo um museu de artefatos coletados nos vários casos de que participaram (a boneca Annabelle inclusive faz parte dessa coleção e está em exposição nesse lugar). Convenhamos que é no mínimo tudo muito curioso para simplesmente se ignorar.

Invocação do Mal 2 (EUA, 2016)
The Conjuring 2
Direção: James Wan
Roteiro: Carey Hayes, Chad Hayes
Elenco: Vera Farmiga, Patrick Wilson, Madison Wolfe

Pablo Aluísio.

sábado, 2 de julho de 2016

Invocação do Mal 2

Título no Brasil: Invocação do Mal 2
Título Original: The Conjuring 2
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos
Estúdio: New Line Cinema
Direção: James Wan
Roteiro: Carey Hayes, Chad Hayes
Elenco: Vera Farmiga, Patrick Wilson, Madison Wolfe, Frances O'Connor
  
Sinopse:
Logo após participar das investigações paranormais na mansão em Amityville, onde toda uma família foi assassinada, o casal Warren é contactado pelas autoridades da Igreja Católica. Eles desejam que Ed (Patrick Wilson) e sua esposa Lorraine (Vera Farmiga) viajem até o norte de Londres para descobrirem se uma série de acontecimentos estranhos e misteriosos são verdadeiros ou uma fraude. A Igreja evita se envolver em casos que chamem muito a atenção da mídia e por essa razão antes de entrarem no caso querem sondar o que realmente estaria acontecendo. A garota Janet (Madison Wolfe) supostamente estaria possuída por uma entidade do mal. Nada porém poderia preparar para o que os Warren encontrariam naquela casa londrina sombria.

Comentários:
Sem fazer favor algum esse segundo filme da franquia "The Conjuring" é seguramente o melhor de toda a série. Um dos melhores filmes de terror que assisti recentemente. Inicialmente o roteiro se divide em duas linhas narrativas bem separadas. Na primeira, Lorraine Warren (Vera Farmiga) percebe que uma entidade demoníaca a seguiu até sua casa após ela participar das investigações envolvendo aquele crime horrendo ocorrido na casa de Amityville, um caso sinistro que deu origem a sua própria série de filmes de terror de sucesso. Pois bem, a tal entidade estaria se utilizando de uma imagem de blasfêmia justamente para corroer a fé de Lorraine - uma católica devota. Aparecendo como um freira amaldiçoada o demônio parece querer algo do casal. Na outra linha narrativa uma típica família londrina sofre um forte abalo quando a garotinha Janet (Madison Wolfe) começa a manifestar estranhos sinais de possessão. Ao que tudo indica sua casa estaria sendo assombrada pelo espírito de um velho que lá havia morado no passado. Quando a Igreja Católica entra no caso resolve enviar antes o casal Warren para investigar os fenômenos sobrenaturais que se manifestam, ligando as duas linhas narrativas. A partir daí temos um dos melhores roteiros dos últimos tempos no cinema americano. Tudo muito bem narrado, atuado e dirigido. Um dos aspectos mais curiosos vem da cena final, um clímax realmente de arrepiar. Até chegar lá porém o espectador não precisa se preocupar pois os sustos são muitos - e todos muito bem feitos, preferindo sempre valorizar o suspense. O diretor australiano James Wan não costuma errar pois já havia dirigido o primeiro filme "Invocação do Mal", "Jogos Mortais", o filme original e "Sobrenatural". Esse entende bem desse tipo de produção. Nota dez para ele e todos os envolvidos na realização desse ótimo terror.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Menina Má.Com

Título no Brasil: Menina Má.Com
Título Original: Hard Candy
Ano de Produção: 2005
País: Estados Unidos
Estúdio: Lions Gate Films
Direção: David Slade
Roteiro: Brian Nelson
Elenco: Patrick Wilson, Ellen Page, Sandra Oh

Sinopse:
Jeff (Patrick Wilson) é um fotógrafo de mais de 30 anos que tem uma queda por adolescentes bonitas. Hayley (Ellen Page) é uma garota de apenas 14 anos que o conhece em uma lanchonete. Após um breve bate papo Jeff a convida para conhecer seu apartamento. O encontro logo tomará rumos completamente inesperados.

Comentários:
Filme ícone da carreira da atriz Ellen Page. Aqui ela interpreta uma adolescente supostamente indefesa contra um sujeito bem mais velho do que ela - eu escrevi "supostamente", pois a verdade é que o roteiro de forma muito inteligente subverte as regras do jogo, transformando o predador em presa e a vítima em algoz. É um exemplo de roteiro simples, baseado basicamente em apenas uma situação, que funciona maravilhosamente bem. Isso porém só seria possível com a presença de uma dupla de atores afiados em cena. Page, que recentemente assumiu sua homossexualidade (algo de que já desconfiava) dá show em sua interpretação. De mocinha delicada e ingênua para um verdadeiro surto psicopata. Wilson surpreende, dando o devido pânico para seu personagem encurralado. Uma produção de suspense ao velho estilo que lida de forma diferente com o terrível tema da pedofilia, tão presente em nossa sociedade nos dias atuais.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 20 de junho de 2014

O Fantasma da Ópera

Título no Brasil: O Fantasma da Ópera
Título Original: The Phantom of the Opera
Ano de Produção: 2004
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Joel Schumacher
Roteiro: Joel Schumacher, Andrew Lloyd Webber
Elenco: Gerard Butler, Emmy Rossum, Patrick Wilson

Sinopse:
Uma jovem e talentosa cantora soprano se torna a obsessão de um gênio musical que vive escondido nos bastidores da Ópera de Paris após ter tido seu rosto desfigurado. Filme indicado ao Oscar nas categorias Melhor Direção de Arte, Melhor Fotografia e Melhor Música Original ("Learn To Be Lonely" de Andrew Lloyd Webber e Charles Hart). Indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Atriz - comédia ou musical - para Emmy Rossum e Melhor Canção Original.

Comentários:
Muitos críticos não gostaram dessa nova versão do famoso romance "Le Fantôme de L'Opéra" de Gaston Leroux. Artificial, meloso, plástico e pop demais foram alguns dos adjetivos usados para definir o filme. Eu penso um pouco diferente. Em minha visão "O Fantasma da Ópera" é aquele tipo de texto que fica mais adequado mesmo ao mundo do teatro. Quando se transporta esse tipo de obra ao cinema sempre se estará perdendo parte de sua força original. A experiência teatral exige um nível de sofisticação e cumplicidade que nem sempre se encontra numa sala de cinema, principalmente se essa for do circuito comercial, com todas aquelas hordas de adolescentes comendo pipoca, tomando refrigerante e falando ao celular. Assim nesse caso o fato desse musical parecer pop demais nem vem tanto da direção de Joel Schumacher, mas sim do próprio meio em que foi lançado. Some-se a isso o fato de vermos Gerard Butler, o brucutu, se saindo muito bem em uma obra tão sensível como essa (quem diria?) e tudo vai parecer mesmo pop além do limite. Mas essa, repito, é uma visão equivocada. No geral se não é o melhor dos mundos pelo menos é digno. Serve como porta de entrada para outras versões, inclusive no teatro.

Pablo Aluísio.

sábado, 5 de outubro de 2013

Menina Má.com

A pedofilia é uma triste realidade da sociedade atual. Praticamente todos os dias os noticiários policiais mostram casos envolvendo pessoas nesse tipo de crime sexual. O mais curioso é que esse é um tipo de comportamento que tem encontrado espaço em todos os setores, em todas as camadas sociais, independente de status social ou do nível educacional. Essa produção muito interessante chamada "Menina má.com" se destaca por inverter as regras do jogo. Na trama a talentosa Ellen Page interpreta a garota  Hayley Stark. Ela é o paradigma do alvo de pedófilos de plantão. Adolescente, 14 anos, bonita e esperta, com ótimo papo, mostrando todo o tempo uma grande desenvoltura. E é justamente isso que procura o pedófilo Jeff Kohlver (Patrick Wilson), um fotógrafo obcecado por teenagers. Ele conhece Hayley na net e marca um encontro com ela. O que poderia ser apenas um roteiro rotineiro e mergulhado em clichês vira a relação de cabeça para baixo pois em pouco tempo quem realmente fica em apuros não é a jovem adolescente, mas sim o pedófilo, que cai nos jogos de tortura (física e psicológica) da garota.

A menina, apesar de seu olhar muitas vezes inocente e terno, é na verdade uma maníaca sádica que colocará o fotógrafo na posição de torturado e abusado. Quando foi lançado "Menina má.com" causou uma certa perplexidade na crítica por causa do tratamento pouco convencional sobre o tema. O filme de maneira muito inteligente, brinca com alguns clichês de Hollywood para trazer algo de novo nesse estilo de produção. Vendo sobre esse prisma o grande destaque vai mesmo para Ellen Page, uma atriz jovem que sempre surpreende. Assim fica a dica desse suspense com toques de sadismo que certamente vai agradar aos fãs do gênero.

Menina Má.com (Hard Candy, Estados Unidos, Canadá, 2005) Direção: David Slade / Roteiro: Brian Nelson / Elenco: Patrick Wilson, Ellen Page, Sandra Oh / Sinopse: Pedófilo (Wilson) marca encontro com jovem adolescente (Page) mas quem acaba se dando muito mal é ele mesmo.

Pablo Aluísio.