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quinta-feira, 21 de dezembro de 2023

9 1/2 Semanas de Amor 2

Título no Brasil: 9 1/2 Semanas de Amor 2
Título Original: Another 9 1/2 Weeks - Love in Paris
Ano de Lançamento: 1997
País: Estados Unidos, França, Reino Unido
Estúdio: M6 Films
Direção: Anne Goursaud
Roteiro: Elizabeth McNeill, Mick Davis
Elenco: Mickey Rourke, Agathe de La Fontaine, Angie Everhart, Steven Berkoff, Dougray Scott, Werner Schreyer

Sinopse:
John (Mickey Rourke), um turista norte-americano em Paris, acaba indo atrás de um amor de seu passado. Ele ainda tenta reviver aquele antigo sentimento, mas o coração lhe traz muitas surpresas, pois logo ele se vê atraído e apaixonado pela melhor amiga dela. Como poderá superar essa armadilha emocional?

Comentários:
Depois de um começo de carreira tão promissor, onde chegou a ser até mesmo comparado a Marlon Brando, o ator Mickey Rourke entrou em um círculo vicioso de filmes ruins que fracassaram completamente nos cinemas. Um pior do que o outro, sem reservas. Seu nome passou a ser associado a bombas cinematográficas. Em uma tentativa desesperada de emplacar algum sucesso em sua cambaleante carreira, Mickey Rourke aceitou fazer essa continuação de um de seus maiores sucessos. O projeto soava como oportunismo puro e tirando Rourke nenhum outro membro do filme original estava envolvido, todos queriam distância. Nenhum sinal de Kim Basinger ou Adrian Lyne. Como era de se esperar de um filme assim, tudo deu errado. Foi massacrado pela crítica e um tremendo fracasso de bilheteria. Mesmo que a produção procurasse ser de bom gosto, com finas locações em Paris, nada conseguiu salvá-lo do desastre completo. Rourke continuava sem sorte e com o nome associado a filmes que não conseguiam fazer nenhum sucesso nos cinemas.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 11 de maio de 2023

Fall Time - Brincando com o Perigo

Título no Brasil: Fall Time - Brincando com o Perigo
Título Original: Fall Time 
Ano de Lançamento: 1995
País: Estados Unidos
Estúdio: Capitol Films
Direção: Paul Warner
Roteiro: Steve Alden
Elenco: Stephen Baldwin, Mickey Rourke, David Arquette, Sheryl Lee, Jonah Blechman, Michael Edelstein

Sinopse:
Três jovens decidem planejar um sequestro simulado, mas tudo dá errado porque um verdadeiro assalto a banco já foi planejado por outros dois criminosos, esses já experientes e calejados no mundo do crime. 

Comentários:
Mais um filme que comento que assisti pela primeira vez nos agora distantes anos 90. Assisti em fita VHS, sim de locadoras de vídeo (alguém aí lembra delas?). Pois então. Dessa vez não gostei do filme, achei por demais irregular. Boa premissa, mas mal conduzida, com roteiro preguiçoso e cheio de furos. O elenco, como se pode perceber, trazia várias estrelinhas do cinema que estavam em ascensão. Lamento dizer, ninguém alcançou o estrelato. E tinha o Mickey Rourke, que havia feito excelentes filmes, mas já estava naquela fase de decadência na carreira, com sua filmografia indo pelo ralo. Se formos comparar com seus filmes da década anterior chega a ser uma covardia. Então é isso, um filme que não fez sucesso e que hoje em dia ninguém mais lembra. De qualquer maneira fica o registro aqui em nosso blog de cinema 

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2022

O Comando

Título no Brasil: O Comando
Título Original: The Commando
Ano de Lançamento: 2022
País: Estados Unidos
Estúdio: Avail Entertainment
Direção: Asif Akbar
Roteiro: Asif Akbar
Elenco: Mickey Rourke, Michael Jai White, Brendan Fehr, 
Jeff Fahey, Donald Cerrone, Gianni Capaldi

Sinopse:
Johnny (Mickey Rourke) passa anos em uma penitenciária cumprindo pena. Quando finalmente sai sob condicional, ele precisa resolver uma velha questão. Ele necessita ir atrás do dinheiro roubado depois de seu último crime. Ele escondeu 6 milhões de dólares em uma casa, só que agora essa mesma casa está alugada para um ex-agente do Departamento de polícia de Los Angeles. O que definitivamente vai transformar a recuperação do dinheiro em algo perigoso.

Comentários:
Mas um filme B de ação com o ator Mickey Rourke. E aqui ele atua também como produtor executivo do filme. Nada muito especial. Com um figurino de cowboy brega de Los Angeles, ele assume esse personagem marginal que precisa pegar a grana de seu último roubo. Ele escondeu os dólares dentro de uma casa residencial comum. Agora, ali mora um policial. Um comando do departamento de narcóticos de Los Angeles. Um sujeito preparado, com pleno domínio das táticas de combate em operações especiais. Como recuperar essa grana com sujeito desse e sua família sentada em cima dela? E o pior de tudo é que as filhas adolescentes do policial já descobriram o dinheiro no assoalho de seu quarto. E estão começando a gastar toda a grana do criminoso. Ele precisa agir logo e de forma brutal. O filme tem alguns bons momentos, mas no geral é bem convencional. Cenas de ação não formam o seu forte. Curiosamente, esse filme me lembrou, em certos aspectos, de outro filme de Rourke chamado "Horas de desespero" de 1990. Só que aquele filme era infinitamente melhor. E contava com Anthony Hopkins no elenco. Esse aqui é bem banal, uma fita de ação B para passar na programação da TV a cabo. E nada mais.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 10 de novembro de 2022

A Vingadora

Uma jovem retorna para casa de seu pai. Logo descobre que ele está morto. Ele vivia em uma cidadezinha perdida no meio Oeste dos Estados Unidos. Lugar estranho, com gente esquisita. Na realidade, ela tinha intenção de se vingar por tudo de mal que seu pai lhe fez no passado. Só que sua suposta vingança chegou tarde demais. O velho já estava morto há alguns dias. Espalhou-se um boato pela cidade que ele teria dinheiro guardado no pequeno rancho onde morava. Logo foi morto e torturado. E a jovem logo vai descobrir que quem teria obrigação de cumprir a lei seria justamente aquele que saiu em busca desse dinheiro escondido. E assim começa o seu drama, porque ela passa também a ser caçada por esses criminosos impiedosos. Essa gente quer mesmo é colocar a mão em uma grana fácil e nada mais. 

Filme simples, mas ao mesmo tempo bem interessante. Em termos de elenco quem mais chama atenção é o ator Mickey Rourke. Ele interpreta o xerife desta cidadezinha. Nem preciso dizer que o seu personagem é um crápula completo. Um infame com uma estrela de xerife. Não está nem aí para a lei e a ordem. É um dos tiras mais corruptos que já vi em um filme recente. E está disposto a tudo. Mickey Rourke novamente surge em um papel estranho. Apesar de ser um homem da lei, seu figurino é pra lá de bizarro. E mesmo diante de um roteiro simples, ele se destaca. Afinal sempre foi um bom ator. Só foi prejudicado ao longo dos anos por sua própria bizarrice. É definitivamente um cara fora dos padrões.

A Vingadora (Girl, Estados Unidos, 2020) Direção: Chad Faust / Roteiro: Chad Faust / Elenco: Bella Thorne, Mickey Rourke, Emma-Leigh Cullum, Elizabeth Saunders / Sinopse: Uma jovem retorna para a cidade onde seu pai morou e descobre que ele foi morto. Pior do que isso. Ela descobre que está numa armadilha montada por um policial corrupto e seu irmão psicopata com uma longa ficha criminal.

Pablo Aluísio.

sábado, 18 de setembro de 2021

Domino - A Caçadora de Recompensas

Título no Brasil: Domino - A Caçadora de Recompensas
Título Original: Domino
Ano de Produção: 2005
País: Estados Unidos
Estúdio: New Line Cinema, Scott Free Productions
Direção: Tony Scott
Roteiro: Richard Kelly, Steve Barancik
Elenco: Keira Knightley, Mickey Rourke, Edgar Ramírez, Rizz Abbasi, Delroy Lindo, Mo'Nique

Sinopse:
Domino Harvey (Keira Knightley) é uma modelo da agência Ford. Mesmo com futuro promissor pela frente ela decide jogar tudo para o alto para assumir uma posição na vida que ninguém poderia esperar. Ela se torna uma caçadora de recompensas.

Comentários:
Esse filme fez parte da fase final da carreira do diretor Tony Scott. Ele morreu tragicamente quando decidiu tirar sua própria vida. Ao que tudo indica sofria de depressão há anos e chegou em seu limite. Só podemos lamentar. Menos talentoso que seu irmão Ridley, mas com um grande faro para filmes mais comerciais e pop, Tony Scott aqui dirigiu seguramente um de seus filmes menos interessantes. Tive a oportunidade de ver no cinema e não achei grande coisa. "Domino" é um daqueles filmes de ação com edição ágil e veloz, mas que não consegue esconder sua falta de conteúdo. As cenas de ação são muito boas, mas os personagens são bem rasos e sem profundidade. E isso foi um grande desperdício pois o elenco contava com bons atores. A atriz Keira Knightley sempre foi muito talentosa, mostrando isso nos diversos filmes de época ao longo de sua carreira. Mickey Rourke, mesmo já bombado e desfigurado por cirurgias plásticas desastrosas, sempre foi um bom ator. Porém como Scott decidiu criar um filme de ação um tanto genérico, essa dupla acabou desperdiçada, assim como a boa produção. É um filme que não surpreende e nem causa surpresas. No final das contas é bem sem graça.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 28 de abril de 2021

Portal do Paraíso

Até hoje o filme consta na lista dos maiores fracassos comerciais da história de Hollywood, o que não deixa de ser lamentável. Na verdade o que chegou ao público foi uma colcha de retalhos montado pelos executivos da United Artists. O que de fato aconteceu? "Portal do Paraíso" foi uma produção cara, que levou bastante tempo para ficar pronta. Quando finalmente o diretor Michael Cimino apresentou seu primeiro corte para os produtores, esses ficaram chocados. Tudo havia resultado em um filme com mais de 4 horas de duração. Inviável comercialmente para ser exibido nos cinemas da época.

Assim Cimino foi afastado e o estúdio contratou uma equipe especial para a edição de uma nova versão. Essa que chegou até nós era realmente péssima. Muitas cenas importantes foram cortadas e outras, nem tão importantes assim, ficaram. Tudo remendado, mal posicionado. Um trabalho mal feito ao meu ver. O resultado foi um filme com história confusa que foi malhado impiedosamente pela crítica e abandonado pelo público que deixou as salas de cinemas vazias. Em poucos dias o filme saiu de cartaz nos Estados Unidos e Europa. No Brasil foi exibido rapidamente em poucas salas. A péssima bilheteria quebrou financeiramente a United Artists. Um desastre completo. Uma pena porque tinha potencial para virar uma obra-prima.

Portal do Paraíso (Heaven's Gate, Estados Unidos, 1980) Estúdio: United Artists / Direção: Michael Cimino / Roteiro: Michael Cimino / Elenco: Kris Kristofferson, Christopher Walken, Jeff Bridges, John Hurt, Mickey Rourke, Brad Dourif, Geoffrey Lewis / Sinopse: Durante a Guerra do Condado de Johnson em 1890, no Wyoming, um xerife nascido na riqueza faz o seu melhor para proteger os fazendeiros imigrantes dos ricos interesses dos pecuaristas da região..Filme indicado ao Oscar na categoria de mlehor direção de arte (Tambi Larsen e James L. Berkey).

Pablo Aluísio.

domingo, 14 de março de 2021

Sin City

Título no Brasil: Sin City - A Cidade do Pecado
Título Original: Sin City
Ano de Produção: 2005
País: Estados Unidos
Estúdio:  Dimension Films
Direção: Frank Miller
Roteiro: Frank Miller, Robert Rodriguez
Elenco: Bruce Willis, Mickey Rourke, Clive Owen, Jessica Alba, Benicio Del Toro, Alexis Bledel, Rosario Dawson, Michael Clarke Duncan

Sinopse:
Adaptação cinematográfica das histórias em quadrinhos da linha "Sin City". A história se passa no submundo, onde strippers, bandidos e criminosos, convivem em um mundo sombrio e perigoso. O mais importante nessa cidade sufocante é chegar ao fim do dia simplesmente vivo.

Comentários:
A Nona arte encontra a sétima arte. Assim podemos conceituar esse filme "Sin City" que foi um sucesso do cinema quando lançado. E quando digo que as duas expressões artísticas se encontraram, não foi por pura retórica de palavras. O conceito do filme foi justamente passar a impressão ao espectador de que ele estaria vendo literalmente uma história em quadrinhos na tela grande do cinema. A linguagem é basicamente a mesma, os enquadramentos e até mesmo as cores do filme procuram capturar o espírito das comics. Apesar de uma certa estranheza inicial penso que o resultado ficou muito bom, criando uma linguagem única, fruto do encontro dos quadrinhos com os fotogramas de cinema. Celuloide em páginas impressas, se você captar bem o que quiseram fazer nesse filme. Fruto pioneiro de um novo estilo de fazer cinema, só podemos lamentar que seu senso estético não tenha criado maiores frutos. Até tentaram em algumas outras produçoes, mas como a bilheteria não foi das melhores resolveram encerrar por aqui. Enfim, se você gosta de quadrinhos e cinema, poucos filmes lhe seriam mais indicados do que esse.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 2 de março de 2021

Era Uma Vez no México

Título no Brasil: Era Uma Vez no México
Título Original: Once Upon a Time in Mexico
Ano de Produção: 2003
País: Estados Unidos, México
Estúdio: Columbia Pictures, Dimension Films
Direção: Robert Rodriguez
Roteiro: Robert Rodriguez
Elenco: Antonio Banderas, Salma Hayek, Johnny Depp, Mickey Rourke, Eva Mendes, Danny Trejo

Sinopse:
Um pistoleiro profissional, um matador de aluguel, conhecido como "El Mariachi" envolve-se em espionagem internacional, mesmo sem querer. E ele não está só, no jogo perigoso ainda surge um agente psicótico da CIA e um general mexicano corrupto. Filme indicado ao Teen Choice Awards.

Comentários:
Robert Rodriguez dirigiu esse remake americano de um pequeno filme latino, com orçamento quase nulo, que chamou a atenção da crítica na época, o independente e pequeno "El Mariachi". Funcionou essa nova versão, com mais dinheiro, mais recursos e mais marketing? Em minha opinião, não! O charme do primeiro filme, do original, era justamente ser pequenino e cheio de imaginação. Nessa releitura feita por um grande estúdio de Hollywood o que era pura imaginação, virou explosão. O que era esforço coletivo dos atores quase amadores, virou uma reunião de astros do cinema americano, todos milionários, que no fundo não estavam nem aí com essa nova versão. No quadro geral o que temos é um filme fraco, sem graça, que vai para o puro tédio. Quando você mostra uma explosão a cada cinco minutos de filme a tendência é cansar rapidamente o espectador. Robert Rodriguez sempre foi dado a exageros desse tipo e aqui nessa produção não foi diferente. O bocejo vem mais cedo ou mais tarde. Com pouco tempo de filme deixamos de nos importar com os (rasos) personagens. Enfim, chato e derivativo, nada mais.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

Spun

Título no Brasil: Spun - Sem Limites
Título Original: Spun
Ano de Produção: 2002
País: Estados Unidos
Estúdio: Muse Productions
Direção: Jonas Åkerlund
Roteiro: Will De Los Santos, Creighton Vero
Elenco: Jason Schwartzman, John Leguizamo, Mickey Rourke, Brittany Murphy, Patrick Fugit, Nicholas Gonzalez

Sinopse:
Um traficante de drogas apresenta um de seus clientes, um 'fanático por velocidade', ao homem que dirige o laboratório de metanfetamina. Uma aventura louca de três dias se segue envolvendo os três estranhos personagens. Completamente pirados pelas substâncias que tomaram, mal conseguem separar as alucinações da realidade.

Comentários:
Esse filme tem uma edição bem insana. Tudo de acordo com o tema do roteiro. Aqui o espectador é mergulhado dentro da cultura junkie, dos drogados americanos, seu estilo de vida (ou de morte, dependendo do ponto de vista) e os loucos que giram em torno desse universo. Não espere por uma narrativa convencional. Tudo aqui se desenvolve como se o espectador também estivesse sob efeitos de drogas pesadas. Em um filme tão fora do normal, o que acaba se destacando é seu elenco. A jovem teen Brittany Murphy interpreta uma personagem meio perdida na vida. Infelizmente a atriz iria morrer precocemente, com problemas causados por drogas prescritas. Já Mickey Rourke é um "cozinheiro", especializado em fabricar de forma caseira uma das drogas mais populares da América, a devastadora metanfetamina. Seu fim, quando seu trailer explode pelos ares, não deixa de ser nervosamente engraçado. Enfim, um bom filme, com jeitão de cinema independente. Certo tipo de público vai curtir essa produção feita para poucos.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

Inferno no Faroeste

Título no Brasil: Inferno no Faroeste
Título Original: Dead in Tombstone
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal
Direção: Roel Reiné
Roteiro: Brendan Cowles, Shane Kuhn
Elenco: Danny Trejo, Mickey Rourke, Anthony Michael Hall, Dina Meyer, Richard Dillane, Colin Mace

Sinopse:
Após libertar seu meio irmão da forca, o bandoleiro Guerrero (Danny Trejo) e seu grupo de bandidos, resolvem ir até uma cidadezinha no Colorado para roubar um banco que está abarrotado de ouro das minas da região. Para sua surpresa, ele é traído justamente por seu irmão que acabou de salvar da morte certa. Executado a tiros de forma covarde por seus antigos capangas, ele é enviado para o inferno por causa de seus inúmeros crimes cometidos ao longo de sua vida. Torturado a ferro e fogo nas profundezas infernais, resolve fazer um pacto com o próprio Lúcifer (Mickey Rourke) para voltar ao mundo dos vivos por apenas 24 horas para matar um a um todos os seus comparsas traidores em troca de sua alma eterna.

Comentários:
Faroeste com toques sobrenaturais que certamente agradará a alguns, embora também desagradará aos mais tradicionalistas. O enfoque é de realismo fantástico, onde um bandido assassinado volta à vida para acertar contas com quem lhe matou. O roteiro está recheado de clichês, mas duas coisas salvam o filme da mediocridade completa. A primeira é a presença de Mickey Rourke como Lúcifer em pessoa. A dublagem da versão nacional estragou parte de sua interpretação, atrapalhando o bom trabalho do ator (por isso prefira a versão original, legendada). O outro ponto positivo é a tentativa de transformar Danny Trejo em astro de seus próprios filmes. Quem o conhece de "Machete" e "Sons of Anarchy" vai gostar de vê-lo aqui no velho oeste dando tiros, recriando de certo modo os antigos personagens que um dia foram interpretados por Charles Bronson (o estilo de ambos é bem parecido). Por fim, os roteiristas também tentaram pegar carona com antigos clássicos contando a suposta história do surgimento do nome da cidade de Tombstone, mas sem grande inspiração. No geral o que temos aqui é um western de produção modesta, pois o filme nem sequer chegou a ser lançado nos cinemas na maioria dos países, com roteiro derivativo, mas compensado em parte por apresentar um elenco de bons atores. Foi lançado diretamente em DVD no Brasil e vale a pena ser ao menos conhecido, nem que seja por mera curiosidade.

Pablo Aluísio. 

sábado, 7 de setembro de 2019

Corpos Ardentes

Título no Brasil: Corpos Ardentes
Título Original: Body Heat
Ano de Produção: 1981
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Lawrence Kasdan
Roteiro: Lawrence Kasdan
Elenco: William Hurt, Kathleen Turner, Richard Crenna, Ted Danson, Mickey Rourke, J.A. Preston

Sinopse:
No meio de uma forte onda de calor da Flórida, uma mulher convence seu amante, um advogado de uma cidade pequena, a assassinar seu marido rico. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria revelação feminina do ano (Kathleen Turner). Também indicado ao BAFTA Awards.

Comentários:
Fazer um filme que misture assassinato com erotismo não é uma tarefa muito fácil, mas o diretor Lawrence Kasdan conseguiu unir esses dois elementos tão díspares em um filme realmente muito bom. Eu não tive a oportunidade de ver esse filme no cinema na época porque não tinha ainda idade por causa da classificação indicativa imposta pela censura (O Brasil ainda vivia sob regime militar). Anos depois o filme finalmente foi lançado em VHS e finalmente pude conferir. Por muito tempo a crítica chamou atenção para a atriz Kathleen Turner. No auge da beleza ela trazia uma sensualidade à flor da pele que chamava a atenção. De fato ela está muito bem, principalmente por encarnar esse modelo de personagem feminina bem conhecida como "dama fatal". Aquela mulher belíssima que vai acabar destruindo sua vida. Que tal ir até o inferno por estar perdidamente apaixonado? Assista ao filme e veja esse processo de forma até bem didática. De quebra havia ainda um elenco de apoio muito bom, contando com, entre outros, Mickey Rourke, bem jovem e já chamando a atenção por seu trabalho no filme.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 24 de setembro de 2018

Mickey Rourke - Rumble Fish

Poderia ter sido um personagem a ser interpretado por Marlon Brando. Isso se o tempo já não tivesse passado e Brando, naquela altura de sua vida, já ser um senhor idoso e mais preocupado em se aposentar em paz do que propriamente interpretar motoqueiros rebeldes. Os tempos de "O Selvagem" estavam no passado. Nem sempre os deuses do tempo premiam grandes atores com os personagens certos. De qualquer forma havia Mickey Rourke. O ano era 1983. O diretor Francis Ford Coppola, o eterno artesão que criou a saga "O Poderoso Chefão", havia comprado os direitos de um livro muito interessante chamado "Rumble Fish". de S.E. Hinton. Era um enredo sobre a desilusão. Um jovem que idolatrava seu irmão mais velho, um motoqueiro selvagem, tinha que lidar com seu retorno. Ao invés de continuar sendo o mesmo irascível rebelde de antes, ele era agora apenas uma sombra, uma pessoa sem qualquer ilusão sobre o mundo. Algo havia sido quebrado dentro do seu Eu.

Esse é seguramente um dos melhores filmes dos anos 80. Foi todo rodado em preto e branco, por exigência do próprio Coppola. Isso de certa forma ajudou o filme a se tornar o cult movie que até hoje é lembrado. E por uma ironia do destino também contribuiu para seu fracasso comercial nas telas, na época de seu lançamento original. Mero detalhe. O que importa para o cinéfilo é mesmo a qualidade cultural de uma obra cinematográfica e isso "O Selvagem da Motocicleta" tem de sobra.

Rever o filme foi um prazer completo. Não apenas como exercício de nostalgia, mas também para chegar na certeza de que Coppola é um dos maiores cineastas vivos. Falar da família Corleone é de certa forma algo previsível. Esses filmes já tinham colocado Coppola na história do cinema. Porém relativizar a importância dessas suas outras obras ditas menores também é um grande erro. Eis aqui outro exemplo perfeito de sua genialidade na sétima arte.

Pablo Aluísio. 

quinta-feira, 1 de junho de 2017

Sin City: A Dama Fatal

Quase dez anos depois do lançamento de "Sin City" eis que surge essa sequência tardia. Como era de se esperar os fãs de quadrinhos odiaram (provavelmente formam o grupo mais chato que existe dentro da cultura pop) e a crítica em geral, com receios dessa gente, acabou malhando o filme. Por isso adiei bastante o filme, só assistindo ontem, quase três anos após seu lançamento. Meu conselho é: ignorem a opinião dos leitores de quadrinhos e ignorem até mesmo os críticos de plantão. Não há nada de errado nesse "Sin City: A Dama Fatal" como tanto se falou. Pelo contrário, o filme é até muito divertido.

Dirigido pela dupla  Frank Miller e Robert Rodriguez, o filme segue os passos do primeiro. A linguagem é aquela que já conhecemos. A intenção dos realizadores é fazer com que o público tenha a sensação de que está lendo uma história em quadrinhos na tela do cinema. Poucas vezes criou-se uma simbiose tão forte em termos de linguagem ligando a sétima com a nona arte. As sequências do filme parecem desenhos das comics, com o farto uso do contraste entre o preto e o branco. É, como escrevi, basicamente o sistema que foi usado no primeiro filme. Não compreendo porque o primeiro foi tão elogiado e esse tão criticado se usam a mesma maneira de se contar o enredo. Pura rabugice dessa gente.

Tudo vai acontecendo de maneira fragmentada. Todas as estórias parecem ter apenas um ponto em comum: a presença do personagem brucutu Marv (interpretado por Mickey Rourke embaixo de forte maquiagem). Ele fica quase sempre no bar de strippers onde se apresenta sua musa, a bela Nancy (Jessica Alba), que agora passa por um momento complicado da vida. Consumida pelo desejo de vingança ela bebe além da conta. Seu alvo é um senador corrupto com quem ela quer acertar velhas dividas. A tal dama fatal do título é uma das melhores coisa do filme. Interpretada por Eva Green (em generosas cenas de nudez), ela é a principal razão para se assistir a esse filme. Como o próprio título sugere, ela é de fato uma mulher fatal, aquele tipo de beldade que parece sempre pronta a transformar todos os homens que encontra em seus capachos. Tudo com interesses escusos e imorais. Só vendo para crer. Então é isso, apesar de toda a avalanche de críticas negativas que o filme sofreu em seu lançamento, recomendo sem receios esse "Sin City 2". É violento, incisivo, mas principalmente divertido. Pode assistir sem qualquer tipo de aversão e preconceito.

Sin City: A Dama Fatal (Sin City: A Dame to Kill For, Estados Unidos, 2014) Direção: Frank Miller, Robert Rodriguez / Roteiro: Frank Miller / Elenco: Mickey Rourke, Jessica Alba, Josh Brolin, Eva Green, Joseph Gordon-Levitt, Rosario Dawson, Bruce Willis, Ray Liotta, Christopher Lloyd / Sinopse: Marv (Mickey Rourke) acaba se envolvendo em inúmeros problemas, principalmente quando é procurado por Dwight (Josh Brolin). Ele quer vingança contra uma mulher pelo qual se apaixonou e que o usou para fins ilegais e imorais. Filme indicado ao Jupiter Award e ao Women Film Critics Circle Awards.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 21 de abril de 2017

Mickey Rourke - Primeiros Filmes

A imprensa começou a falar em Mickey Rourke lá por volta da primeira metade dos anos 80. Claro, ele já havia feito filmes antes dessa década, mas quase sempre como mero coadjuvante e em alguns casos como um extra perdido no meio da multidão. Não era alguém para se prestar atenção. Dessa primeira fase de sua filmografia vale a pena citar "Portal do Paraíso" e "1941 - Uma Guerra Muito Louca", ambos os filmes fracassaram nas bilheterias. Nem o nome de Steven Spielberg conseguiu salvar 1941 de afundar feio nos cinemas. De fato foi o primeiro fracasso comercial do diretor. Logo ele que vinha já naquela época de uma sucessão de sucessos!

Assim o primeiro filme do ator a realmente chamar a atenção foi "Quando os jovens se Tornam Adultos", o conhecido "Diner" de 1982.  Dirigido por Barry Levinson o filme tinha um elenco jovem muito bom, contando com, entre outros, Steve Guttenberg e Kevin Bacon. Com um roteiro acima da média mostrava um grupo de rapazes procurando por um caminho na vida, mas sem encontrar nada consistente mesmo. E no meio desse turbilhão de situações havia o momento em que eles se encontravam, no mesmo lugar, para jantar e jogar conversa fora.

Esse foi o primeiro filme que chamou atenção para Mickey Rourke. Numa de suas primeiras entrevistas inclusive ele dizia que seu apelido "Mickey" (que não era seu nome original) havia sido dado por causa de sua baixa estatura. Como se ele fosse um garoto do tipo raquítico tentando sobreviver na Nova Iorque de sua infância. E para quem não sabe seu nome real é Phillip Andrew Rourke. Pois bem, com "Diner" Mickey Rourje ganhou seu primeiro filme de relevância, pelo menos para ele pessoalmente, dentro de sua carreira. Seu personagem chamado Robert 'Boogie' Sheftell foi um verdadeiro presente para quem tentava decolar uma carreira iniciante de ator.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Mickey Rourke, 64

Ontem foi aniversário do ator Mickey Rourke. Ele completou 64 anos de idade! Como o tempo passa rápido... Quando eu comecei a gostar realmente muito de cinema, ainda na minha adolescência na década de 80, Rourke foi um dos meus primeiros ídolos na sétima arte. Ele era cool, fazia ótimos filmes e estava se destacando tanto na carreira que muitos críticos o chegaram a comparar com o mito Marlon Brando! Era o legítimo sucessor daquela geração em que se imortalizaram Brando, Dean e Clift. Pelo menos isso era o que todos pensavam na época...

Infelizmente a virada da década de 80 para 90 pareceu significar também o fim de seu auge. O ator que vinha colecionando grandes filmes passou a estrelar grandes fracassos comerciais e pior do que isso, os filmes também foram ficando cada vez mais ruins com o tempo. Como se isso não bastasse Rourke resolveu deixar a carreira de lado para ser boxeador... fez inúmeras plásticas desastrosas e foi ficando muito distante da imagem daquele ator jovem que um dia quase chegou a ser o novo Marlon Brando.

Ontem, procurando por notícias sobre Rourke, me deparei com uma incrível quantidade de lixo de internet, notícias em sites de fofocas de celebridades, sempre mostrando fotos horríveis de Rourke tiradas por paparazzis pela ruas de Nova Iorque ou Los Angeles. O ator hoje em dia virou uma espécie de avis rara para esse tipo de mídia sensacionalista rasteira. As manchetes quase sempre retratam Rourke como um ser grotesco, quase monstruoso, vestindo roupas estranhas, com o rosto completamente desfigurado após tantas cirurgias plásticas que o deixaram completamente irreconhecível. Certamente não é algo bonito de se ver...

Pelo visto Rourke sofre de 'Dismorfofobia' (Transtorno dismórfico corporal). Não sabe o que é isso? É um distúrbio psicológico que leva a pessoa a ter horror da sua própria aparência natural, o levando a uma infinidade de cirurgias plásticas, ano após ano, que acabam destruindo as próprias feições naturais dela. O finado cantor Michael Jackson parecia sofrer do mesmo problema. A atriz Renée Zellwegger também parece sofrer disso. São pessoas normais, até bonitas, que não aceitam sua própria aparência e piram completamente, trazendo resultados desastrosos para suas imagens. Uma pena. E os filmes? Ninguém mais fala neles. Depois de um retorno triunfal em "O Lutador" de 2008, Mickey voltou para sua velha rotina de filmes B sem importância. O último dele que vi foi uma produção modesta de guerra chamada "Marcas da Guerra", nada memorável. Pelo visto os dias de "Coração Satânico", "Prece para um Condenado", "O Ano do Dragão" e tantos outros clássicos dos anos 80 ficaram para sempre no passado...

Pablo Aluísio.

domingo, 29 de maio de 2016

Coração Satânico

Um dos melhores filmes de terror e suspense que já assisti em minha vida também foi um dos mais subestimados. Estou me referindo a "Angel Heart" que no Brasil recebeu o título de "Coração Satânico". Lançado em 1987, com direção do talentoso Alan Parker, o filme tinha um roteiro maravilhoso escrito baseado a partir do ótimo romance gótico de William Hjortsberg. A velha batalha entre o bem e o mal, entre Deus e Satã, ganhava ares mais mundanos, mais próximos de cada um. No enredo um detetive particular chamado Harry Angel (interpretado por Mickey Rourke no auge de sua carreira) era contratado pelo misterioso Louis Cyphre (Robert De Niro) para encontrar um antigo cantor de jazz conhecido como Johnny Favorite. No passado esse tal de Favorite teria ficado em dívida com o senhor Louis, que agora surgia para cobrar sua parte no trato. Angel sai em busca do sujeito, passando pelos lugares mais sórdidos e obscuros de uma New Orleans cheia de magia negra, feitiços e vodu. O sangue vermelho parece lhe acompanhar em toda parte e curiosamente o mal parece estar sempre presente em seu caminho de investigação.

Na época de lançamento do filme o ator Mickey Rourke era considerado o legítimo sucessor de Marlon Brando e James Dean. Um dos últimos a se formar no Actors Studio de Nova Iorque (a mesma escola de interpretação dos dois mitos citados), tudo parecia caminhar para transformar Rourke em um dos grandes astros rebeldes do cinema. Infelizmente não foi bem isso que aconteceu. De qualquer maneira o filme "Angel Heart" (no original "Coração de Anjo") tinha outro grande ator em cena. Era Robert De Niro. Antes de afundar em várias comédias constrangedoras, De Niro brilhava em um papel bem diferente. Um sujeito que na fachada parecia ser muito fino e elegante, quase um lord. No fundo ele seria a personificação do puro mal diabólico. O roteiro já deixava pistas sobre isso durante todo o desenrolar da trama - basta ver que seu nome, Louis Cyphre, lembra bastante o nome de Lúcifer, o anjo caído. Por isso a grande lição que esse excelente filme deixava era mais simples que se pensava: Nunca faça promessas com o diabo, um dia ele irá certamente cobrar sua parte.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 29 de abril de 2016

Marcas de Guerra

Título no Brasil: Marcas de Guerra
Título Original: War Pigs
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos
Estúdio: Schuetzle Company Productions
Direção: Ryan Little
Roteiro: Adam Emerson, Andrew Kightlinger
Elenco: Luke Goss, Dolph Lundgren, Mickey Rourke, Chuck Liddell
 
Sinopse:
Depois de falhar numa missão, o capitão Jack Wosick (Luke Goss) é enviado para liderar um novo grupo de soldados. Ao lado do capitão da Legião Francesa Hans Picault (Dolph Lundgren) ele precisa disciplinar seu novo pelotão que se auto denomina "porcos de guerra". São veteranos do front que já não se importam muito em seguir todas as regras. Seu novo oficial precisa agir rápido uma vez que o Major A.J. Redding (Mickey Rourke) quer enviar todos eles numa ousada missão atrás das linhas inimigas. O objetivo é destruir uma nova arma do exército alemão, um super canhão capaz de destruir grandes cidades como Londres e Paris, mesmo estando a quilômetros de distância de seus alvos.

Comentários:
Um filme B de guerra que curiosamente reúne um bom elenco. Além de Luke Goss e Dolph Lundgren o filme ainda traz um imprevisível Mickey Rourke. Ele surge usando seu velho chapéu de cowboy e roupas nada condizentes com as de um Major americano na II Guerra Mundial. Isso porém é o de menos. Como acontece em praticamente todos os seus últimos filmes o que mais choca é ver sua aparência cada vez mais fora do normal, fruto de inúmeras plásticas mal sucedidas a que se submeteu. Se Rourke tivesse envelhecido naturalmente isso jamais ofuscaria sua atuação (afinal é inegável que é um ator talentoso). Como se trata de uma produção B não vá esperando nada generoso em termos de produção. O filme é, poderia dizer, bem econômico em suas pretensões. Basicamente tudo se resume em um enredo bem simples desenvolvido de forma igualmente simplória. Claro que uma produção dessas estaria recheada de clichês por todos os lados, porém uma vez se adequando às suas limitadas propostas até que o espectador pode vir a se divertir. Como o filme tem curta duração não chega sequer a ter a chance de nos aborrecer. O diretor Ryan Little claramente tenta copiar o estilo dos velhos filmes de guerra dos anos 50 e 60, mas como era de se esperar não se sai muito bem nisso. Do ponto de vista histórico só há uma maior curiosidade envolvida: o super canhão nazista mostrado no filme realmente existiu de fato, porém não conseguiu cumprir todas as suas promessas. Sem tempo para melhorar o projeto pois a guerra estava chegando ao fim a monstruosa arma de Hitler acabou se tornando mais um caro e ineficiente fracasso militar do III Reich em seus momentos finais.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 15 de abril de 2016

9 1/2 Semanas de Amor

Título no Brasil: 9 1/2 Semanas de Amor
Título Original: Nine 1/2 Weeks
Ano de Produção: 1986
País: Estados Unidos
Estúdio: 20th Century Fox, Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Adrian Lyne
Roteiro: Sarah Kernochan, Zalman King
Elenco: Mickey Rourke, Kim Basinger, Margaret Whitton

Sinopse:
Elizabeth (Kim Basinger) conhece casualmente John (Mickey Rourke) e decide se envolver com ele. No fundo ela sabe muito pouco sobre seu parceiro, nenhum detalhe, sobre quem ele é ou o que ele faz, porém se entrega totalmente aos seus jogos sexuais que vão se tornando cada vez mais bem elaborados e sensuais durante as nove semanas e meia que ficam juntos.

Comentários:
Filme que fez muito sucesso e marcou época. Retrata uma paixão que dura exatamente nove semanas e meia de amor, como o próprio título sugere. Sempre achei esse roteiro muito parecido com o clássico erótico "O Último Tango em Paris" pois em ambos temos um casal de amantes que decide viver um romance onde os aspectos periféricos da relação são deixados de lado em prol de um envolvimento puro, sem preocupações sociais ou de status, valorizando apenas a atração física, a pura carne, de forma direta e sem culpas. Os dois personagens sempre resistem em saber mais um sobre o outro justamente por essa razão. O filme utiliza uma linguagem que na época estava muito em voga no mundo da publicidade e de videoclips. Nada mais natural já que o diretor Adrian Lyne vinha justamente desse mundo. O roteiro, temos que admitir, é bem minimalista, não procurando desenvolver muito os dois personagens principais. No caso aqui a forma foi bem mais trabalhada do que o conteúdo. Para algo assim funcionar era necessário ter o elenco certo e Lyne conseguiu isso unindo Mickey Rourke (ainda em plena forma, na sua fase galã) com Kim Basinger, que era considerada símbolo sexual. Revisto hoje em dia muitos aspectos de linguagem e produção mostram sinais de envelhecimento, o velho charme e sensualidade porém ainda estão lá.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 16 de julho de 2015

Bullet

O ator Mickey Rourke passou por um período muito ruim em sua carreira durante a década de 1990. Depois de um começo promissor e recheado de pequenos e grandes clássicos como "O Selvagem da Motocicleta" e "Coração Satânico", um ainda jovem Rourke começou a brigar com produtores, diretores e executivos dos grandes estúdios. O resultado dessa sua rebeldia foi o ostracismo. Ele não foi mais escalado para nenhum grande filme, nenhuma produção milionária. Os produtores não confiavam mais nele e seu histórico de confusões nos set de filmagens jogaram sua carreira no fundo do poço. Durante quase uma década Rourke teve que se contentar em aparecer em pequenas produções independentes, sendo que muitas delas mal conseguiam espaço de exibição no circuito comercial.

Esse "Bullet" é um exemplo típico do tipo de filme que Rourke teve que fazer para sobreviver. É um filme de baixo orçamento com roteiro escrito pelo próprio Mickey Rourke (que o assinou usando o estranho pseudônimo de Sir Eddie Cook!). É um daqueles policiais genéricos que não conseguem se sobressair do lugar comum do que era feito naqueles anos. Tudo bem básico e sem maiores novidades. Hoje em dia o filme ganhou um status cult impensável em seu lançamento. A razão de ser é até fácil de explicar pois o elenco traz o famoso rapper Tupac Shakur que seria assassinado naquele mesmo ano, o que contribuiria ainda mais para transformar seu nome em mito para os fãs de seu estilo musical. Shakur era amigo pessoal de Rourke e fez o filme quase como um favor pessoal para ele. Seu personagem não tem absolutamente nada demais, mas sua simples presença já vale o interesse, principalmente em relação aos seus fãs, que definitivamente não são poucos ao redor do mundo. Afinal de contas ele apareceu em apenas 10 filmes ao longo de sua vida e esse foi um dos seus últimos momentos no mundo do cinema.

Bullet (Bullet, Estados Unidos, 1996) Direção: Julien Temple / Roteiro: Mickey Rourke (como 'Sir' Eddie Cook) , Bruce Rubenstein / Elenco: Mickey Rourke, Frank Senger, Adrien Brody, Tupac Shakur / Sinopse: O submundo do crime e das drogas de uma maneira que você nunca viu. Com atuação do famoso rapper Tupac Shakur, que seria covardemente assassinado alguns anos depois.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 23 de junho de 2015

Os Últimos Foras-da-Lei

Quem acompanha meus textos sobre cinema já deve ter percebido que gosto bastante do trabalho do ator Mickey Rourke. É curioso que Rourke tenha se dedicado durante uma certa época de sua carreira a realizar filmes de faroeste, como esse "Os últimos Foras-da-Lei". Rourke nunca foi um sujeito muito fácil de conviver, quando algo saía algo errado em seus filmes ele tomava satisfações sem medir as consequências. Até produtores poderosos viraram alvo de Rourke em seus anos mais complicados. Isso obviamente vai fechando as portas para o profissional por mais bem intencionado que seja. Assim na década de 1990 o ator sofreu uma época de maré baixa, onde pouca coisa lhe era oferecida no mundo do cinema. Como não havia muitas propostas vindas de Hollywood Rourke se voltou para a TV. E foi no canal HBO que ele começou a dar a volta por cima. A HBO como todos sabem não é um canal comum, pelo contrário, é um ótimo espaço para produção de séries e telefilmes realmente excepcionais. Basta lembrar do número de prêmios Globo de Ouro e Emmy que o canal já ganhou.

Assim Mickey Rourke foi para o velho oeste. Quem diria, um ator como ele que se destacou ao interpretar personagens tipicamente urbanos como o desiludido rebelde de "O Selvagem da Motocicleta" ou o executivo yuppie de Nova Iorque em "Nove Semanas e Meia de Amor" agora tendo que lidar com cavalos e a dureza na vida do campo. Rourke, um nova-iorquino nato, acabou tendo que se acostumar com a aridez e os vastos campos desérticos do Novo México (onde o filme foi rodado). Curiosamente anos depois ele diria em entrevistas que no final das contas adorou a experiência, afinal dar um tempo nos problemas, no ritmo frenético das grandes cidades e encarar um clima de interior, de simplicidade, acabou lhe fazendo muito bem. E o resultado do filme? Bom, "Os últimos Foras-da-Lei" certamente não é nenhum clássico do western mas também não é desprezível. Na verdade é um faroeste que tenta ser o mais realista e duro possível ao contar a trama envolvendo um grupo de criminosos sanguinários. Mickey Rourke, herdando de certa forma uma tradição do Actors Studio, adotou um figurino e uma aparência estranha, com bigodinho Fu-Manchu! Isso acaba trazendo ainda mais interesse ao filme. Infelizmente a HBO não tem mais reprisado o filme tanto quanto antes mas o fã de Rourke pode tentar achar uma cópia por aí já que ele foi lançado no mercado de vídeo e depois em DVD em nosso país. Assim fica a dica, Mickey Rourke no velho oeste! Vai encarar?

Os últimos Foras-da-Lei (The Last Outlaw, Estados Unidos, 1993) Direção: Geoff Murphy / Roteiro: Eric Red / Elenco: Mickey Rourke, Dermot Mulroney, Ted Levine / Sinopse: Um grupo de criminosos no velho oeste semeia violência e mortes por onde passa!

Pablo Aluísio.