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sexta-feira, 4 de agosto de 2023

Amor e Liberdade

Amor e Liberdade
Na realidade essa é uma série de televisão, mas como acontecia muito no Brasil nos anos 90 ela foi lançada aqui no formato de longa-metragem. Claro que ficou tudo truncado, tudo mal editado, porque afinal de contas vários episódios foram unidos em apenas uma fita VHS com duração de um longa normal para o cinema. Mesmo assim lá estava eu nos anos 90, sempre em busca de novidade nas locadoras, levando para casa esse produto que eu mal conhecia e não sabia do que se tratava. Segundo meus arquivos de listas aluguei em janeiro de 1997.

Acabei dando três estrelas em cinco possíveis, ou seja, uma classificação de bom. Devo ter gostado pelo jeito. No geral é isso, apenas mais uma série de TV lançada em VHS no Brasil porque na época ainda não existiam canais a cabo para assinarmos, as únicas séries americanas que conhecíamos eram àquelas que passavam nos canais abertos. Eu tenho saudades de muitas coisas do passado, mas disso, obviamente, não!

Amor e Liberdade (Roar, Estados Unidos, 1997) Direção: Ian Toynton / Roteiro: Larry Barber / Elenco: Heath Ledger, Lisa Zane, Sebastian Roché / Sinopse: Na Irlanda do século V, um jovem chefe celta e seus aliados lutam contra a invasão romana e a manipuladora marionete pró-romana governante da Irlanda, a rainha Diana, e seu conselheiro imortal que busca a lança bíblica de Longinus.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 21 de março de 2022

Devorador de Pecados

Título no Brasil: Devorador de Pecados
Título Original: The Order
Ano de Produção: 2003
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Brian Helgeland
Roteiro: Brian Helgeland
Elenco: Heath Ledger, Peter Weller, Mark Addy, Shannyn Sossamon, Benno Fürmann, Francesco Carnelutti

Sinopse:
Um jovem padre americano chamado Alex Bernier (Heath Ledger) é enviado para trabalhar no Vaticano, a sede mundial da Igreja Católica. Uma vez dentro dos muros desse pequeno país, ele acaba descobrindo que existe um estranho culto ocultista sendo celebrado por membros da igreja. O que estaria por trás de tudo aquilo? O que de verdade estaria acontecendo?

Comentários:
Com um pouco de boa vontade até dá para gostar desse filme. O problema básico aqui é que temos um daqueles roteiros cheios de teorias da conspiração, como se fosse uma nova versão remodelada de "O Código Da Vinci". E a Igreja Católica com seus milênios de história se torna um prato cheio para esse tipo de enredo. Até aí tudo bem, esse tipo de literatura já virou um nicho próprio, com seus próprios esquemas de como se contar uma história com esse tipo de fundo histórico (ou falso fundo histórico, é bom frisar!). O que esse filme tem de melhor é mesmo o elenco. O falecido Heath Ledger é o destaque. O personagem não ajuda muito, é verdade, pois não é muito verossímil. Ninguém tão jovem seria tão versado em ocultismo medieval, por exemplo, mas tudo bem, vamos relevar esse tipo de coisa. Já o historiador e ator Peter Weller (sempre lembrado por Robocop) passa mais credibilidade nesse aspecto. Enfim, um filme que dá para assistir numa boa. Só não vá levar nada à sério do que se passa na tela. Não é história de verdade, mas apenas entretenimento.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 28 de setembro de 2021

O Segredo de Brokeback Mountain

Título no Brasil: O Segredo de Brokeback Mountain
Título Original: Brokeback Mountain
Ano de Produção: 2005
País: Estados Unidos
Estúdio: Focus Features
Direção: Ang Lee
Roteiro: Annie Proulx, Larry McMurtry
Elenco: Jake Gyllenhaal, Heath Ledger, Michelle Williams, Valerie Planche, Dave Trimble, Larry Reese

Sinopse:
O filme conta a história do amor homossexual entre dois cowboys, Ennis Del Mar (Heath Ledger) e Jack Twist (Jake Gyllenhaal). Eles são apaixonados, mas como vivem em um meio rural machista e homofóbico, com forte preconceito, não podem assumir seus sentimentos pessoais um para com outro.

Comentários:
Filme que ainda levanta muitas polêmicas. O tema realmente é um tanto explosivo, afinal pensem bem, que símbolo seria mais forte do macho heterossexual americano do que o cowboy? Mexer com algo assim, o retratando como um homossexual, é deveras complicado para a mente de algumas pessoas. A aceitação parece nunca ser completa. Porém o filme deve ser visto por seus méritos puramente cinematográficos, com mente aberta. O fato da paixão se desenvolver entre dois homens é mero detalhe. Outro ponto muito positivo é que essa produção, queiram ou não, contribuiu apenas com sua popularidade para derrubar os muros do preconceito e da intolerância. Só isso já justificaria sua existência no meio cultural. E como puro cinema o filme também se sustenta muito bem. É um drama cuja história se prolonga no tempo, mostrando as incertezas e dores de um amor impossível.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

O Mundo Imaginário de Dr. Parnassus

Título no Brasil: O Mundo Imaginário de Dr. Parnassus
Título Original: The Imaginarium of Doctor Parnassus
Ano de Produção: 2009
País: Inglaterra, França, Canadá
Estúdio: Infinity Features Entertainmen
Direção: Terry Gilliam
Roteiro: Terry Gilliam, Charles McKeown
Elenco: Christopher Plummer, Heath Ledger, Johnny Depp, Jude Law, Colin Farrell, Lily Cole, Andrew Garfield

Sinopse:
O Dr. Parnassus (Christopher Plummer) é um ator de teatro ambulante que acredita ter mil anos de vida! Ele afirma que no passado fez um pacto com o Diabo para se tornar imortal. Só que o tempo passa e ele afunda na bebida. A vida de sua trupe muda quando eles encontram um jovem desconhecido pendurado numa fora debaixo de uma ponte de Londres. Quem seria ele? Qual seria o seu passado? Filme indicado ao Oscar na categoria de melhor figurino (Monique Prudhomme) e melhor direção de arte.

Comentários:
Esse filme sempre será lembrado como o último da carreira de Heath Ledger. Ele estava bem no meio das filmagens quando morreu de uma overdose de drogas acidental. O diretor Terry Gilliam ficou com um enorme problema nas mãos, pois o ator só havia filmado metade de suas cenas. Como Gilliam iria terminar seu filme? A solução veio quando três atores (Johnny Depp, Jude Law e Colin Farrell) se ofereceram para terminar o filme, interpretando o personagem de  Heath Ledger. Eles trabalharam de graça e fizeram tudo isso em homenagem ao amigo falecido. O resultado soa um pouco estranho, mas o que poderia ser mais estranho do que o próprio filme em si? "O Mundo Imaginário de Dr. Parnassus" é praticamente uma viagem lisérgica, uma homenagem aos antigos artistas mambembes, que viajavam de cidade em cidade com seus shows itinerantes. É um filme que tem bons momentos, mas também exageros típicos do cinema de Terry Gilliam. Tudo isso porém soa secundário. O filme sempre será um registro dos últimos momentos de Heath Ledger no cinema. E isso inegavelmente o colocará em destaque na história do cinema.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 16 de setembro de 2019

As Quatro Plumas

Título no Brasil: As Quatro Plumas
Título Original: The Four Feathers
Ano de Produção: 2002
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Shekhar Kapur
Roteiro: Michael Schiffer
Elenco: Heath Ledger, Kate Hudson, Wes Bentley, Daniel Caltagirone, Lucy Gordon, Alex Jennings

Sinopse:
Durante uma guerra nas colônias inglesas um oficial britânico decide abandonar o campo de batalha. Isso cria uma série de problemas pessoais e profissionais para ele pois a partir de então ele é visto como um mero covarde, recebendo quatro plumas por seu ato. Um gesto simbólico de desmerecimento.

Comentários:
Heath Ledger morreu jovem demais. Em janeiro de 2008 ele sofreu uma overdose de drogas que acabou com sua vida. Estava em um dos melhores momentos de sua carreira. Outro talento que sucumbiu ao vício. Uma pena. Esse "As Quatro Plumas" foi uma tentativa da Paramount em transformá-lo em astro. Ele ainda estava começando a se tornar conhecido e contracenava com a gracinha da Kate Hudson. É um filme de época, com todos aqueles uniformes militares pomposos e um código de ética e moral que soam completamente estranhos para as novas gerações. Apesar de ter até gostado do filme achei que o diretor indiano Shekhar Kapur não conseguiu imprimir um bom ritmo para o filme. O desenvolvimento se torna lento e pesado em algumas partes. Um pouco mais de leveza cairia muito bem. Talvez por isso o filme não tenha feito sucesso, chegando a dar prejuízo para o estúdio dentro do mercado americano. Assim apesar da boa e bonita produção, não é aquele tipo de épico marcante. É um momento de presenciar Heath Ledger tentando chegar ao topo em Hollywood e nada muito além disso. Dizem que na época ele teve um caso amoroso com Kate Hudson. Bom, se isso foi verdade então já valeu ter feito o filme...apesar de tudo.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 14 de agosto de 2018

Eu Sou Heath Ledger

Esse documentário procura fugir dos padrões. Obviamente há aquele formato mais ou menos padrão, mostrando depoimentos que pessoas que conviveram com o ator, intercaladas com imagens do passado. Desfilam pela tela familiares, amigos, colegas de profissão, etc. O diferencial é a presença de cenas amadoras feitas pelo próprio Heath Ledger, que tinha muitas câmeras, na realidade colecionava elas. Material de primeira para qualquer documentarista que se preze. Antes de mais nada também é bom salientar que é um documentário chapa branca, oficial, ou seja, nada de ruim sobre ele vai aparecer na tela. Na verdade há uma certa "canonização" em torno de Ledger, algo comum de acontecer nesse tipo de produção. Assim o problema de Heath Ledger com as drogas passa longe de aparecer na tela. Tudo é sutilmente varrido para debaixo dos panos. Seu complicado casamento e divórcio com Michelle Williams também é mostrado de forma muito camuflada. Por falar nela a ex-esposa do ator não está entre as pessoas que falam sobre ele no filme. Nem ela e nem a filha. Outra falta marcante é a do ator Jake Gyllenhaal. Grande amigo de Heath, padrinho de sua filha, ele também não dá as caras no documentário.

No fim o que sobra de bom são as diversas cenas amadoras feitas pelo próprio ator (como já citei) e cenas mostrando os bastidores de seus principais filmes. Já o verdadeiro Heath Ledger, o da vida real, aquele que morreu precocemente aos 28 anos de idade por causa de uma overdose de drogas, esse mais parece uma miragem distante. Vale para fãs incondicionais do ator, até por aspectos poucos conhecidos de sua vida profissional (ele também dirigia clips musicais e produzia álbuns). Já para quem quiser conhecer a fundo sua biografia, bem, esses não terão nada para ver. É um produto feito para glorificar Heath Ledger como astro de Hollywood, não para conhecer a fundo sua perssonalidade.

Eu Sou Heath Ledger (I Am Heath Ledger, Estados Unidos, 2017) Direção: Adrian Buitenhuis, Derik Murray / Roteiro: Hart Snider / Elenco: Heath Ledger, Naomi Watts, Ben Harper, Ang Lee, Emile Hirsch, Kim Ledger, / Sinopse: Se trata de um documentário realizado para relembrar os dez anos da morte do ator Heath Ledger . Através de depoimentos pessoais, imagens amadoras feitas pelo próprio ator e cenas inéditas e raras, aspectos de sua vida pessoal e profissional são resgatados.

Pablo Aluísio.

domingo, 19 de julho de 2015

Casanova

Sinceramente falando não consegui gostar da proposta desse filme "Casanova". Como o próprio título já deixa claro, o roteiro mostra aspectos da vida do famoso conquistador Giacomo Casanova (1725 - 1798), lendário amante italiano que se tornou imortal por causa da extensa bibliografia que foi escrita sobre sua vida ao longo de anos e anos. O problema básico dessa nova versão foi a sempre lamentável tentativa de se mudar um homem que viveu no século XVIII para os valores atuais. Essa modernização acabou descaracterizando todo o personagem. Não que o ator Heath Ledger não fosse talentoso, muito longe disso, apenas não era o papel adequado a ele naquele momento de sua carreira. Ledger não se adaptou bem, não demonstrando ter qualquer tipo de ligação com os modos e a forma de ser de uma pessoa que viveu naquela época.

Ao invés disso passa a sensação constrangedora de que é apenas um australiano do século XX vestindo roupas de época, como se fossem meras fantasias, enquanto tenta criar algum processo de identificação com sua pífia atuação. Pior é o uso inadequado de uma direção de arte bonita, mas imprópria para os objetivos do filme. Assim acabaram matando o próprio legado de Casanova, um sujeito amoral e dado a conquistas vazias, tudo para satisfazer seu ego faminto. Nesse roteiro o lado mau caráter de Giacomo foi varrido para debaixo do tapete, surgindo no lugar um dândi romântico bonzinho, tipicamente de romances do século XIX, algo que o verdadeiro Casanova jamais foi. Erraram tudo por um século de diferença! Em suma, misturaram escolas literárias e épocas diversas, confundindo a essência de personagens de obras da literatura bem diferentes entre si. Diante de tantos erros o filme realmente não teve salvação.

Casanova (Casanova, Estados Unidos, 2005) Direção: Lasse Hallström / Roteiro: Jeffrey Hatcher, Kimberly Simi / Elenco: Heath Ledger, Sienna Miller, Jeremy Irons, Lena Olin / Sinopse: O filme conta a história do conquistador Casanova, mas sob um viés moderno e progressista.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Os Irmãos Grimm

Título no Brasil: Os Irmãos Grimm
Título Original: The Brothers Grimm
Ano de Produção: 2005
País: Estados Unidos, Inglaterra, República Tcheca
Estúdio: Dimension Films, Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Terry Gilliam
Roteiro: Ehren Kruger
Elenco: Matt Damon, Heath Ledger, Monica Bellucci
  
Sinopse:
Wilhelm Grimm (Matt Damon) e seu irmão Jacob (Heath Ledger) decidem percorrer vilas e comunidades do interior da Europa em busca de contos de fadas e estorinhas infantis para realizar um verdadeiro levantamento escrito do folclore da região. Na sua jornada de preservação desse patrimônio artístico acabam descobrindo que nem tudo é apenas fantasia e imaginação no mundo em que vivemos. Filme indicado ao Leão de Ouro no Venice Film Festival. 

Comentários:
Terry Gilliam não é um diretor comum. Geralmente ele transforma seus filmes em verdadeiros delírios cinematográficos. Gosto de dizer que ele é um cineasta barroco, com tudo o que há de significado nesse tipo de qualificação. Sempre trabalhando com talentosos diretores de arte, ele acabou realizando um filmografia que é puro deleite visual e sensorial. Não é diferente nesse "The Brothers Grimm". O projeto nasceu bem convencional, com a proposta de contar a história real desses dois estudiosos e escritores que foram atrás de centenárias estórias infantis e as colocaram em edições de grande resgate histórico. Por essa razão os irmãos Grimm entraram na história. Indo de vila em vila eles foram compilando as historinhas infantis que lhes eram contadas. Pense em um famoso conto infantil e provavelmente os Grimm terão participado de algum forma ou em sua criação ou então em sua preservação, pois trazendo a tradição oral para o papel eles acabaram imortalizando esse rico acervo da cultura mundial. Embora rica do ponto de vista cultural, Gilliam preferiu acrescentar magia e fantasia na vida dos irmãos. Nada que fosse historicamente muito preciso. O resultado é criativo, não se pode negar, mas também irregular. Eu tive a oportunidade de ver esse filme no cinema, mas infelizmente nem mesmo na tela grande houve melhoras. O resultado é de fato apenas bem mediano. O que ajuda muito é seu bom elenco principal. Com a morte do ator Heath Ledger o filme acabou ganhando ainda mais ares cult, embora bom mesmo seja a beleza de Monica Bellucci, praticamente uma deusa em suas cenas.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

O Patriota

Título no Brasil: O Patriota
Título Original: The Patriot
Ano de Produção: 2000
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Roland Emmerich
Roteiro: Robert Rodat
Elenco: Mel Gibson, Heath Ledger, Tom Wilkinson, Chris Cooper

Sinopse: 
Na colônia da Carolina do Sul, no ano de 1776, o colono Benjamin Martin (Mel Gibson) se torna vítima da brutal repressão das tropas inglesas na região. Tentando vencer na vida duramente, com sua pequena plantação, ele vê seus dois filhos mais velhos se alistarem no chamado exército continental formado após a colônia decidir lutar contra um dos maiores impérios do mundo, o da Grã Bretanha. Todos querem a independência. A rebelião desperta a fúria da metrópole que decide se vingar da população civil. A pequena plantação de Martin é incendiada e sua família sofre a tragédia da guerra que se forma no horizonte. A partir desses eventos Martin finalmente se decide por lutar no conflito para que uma nova, jovem e ambiciosa nação finalmente se liberte da opressão inglesa.

Comentários:
Filmes sobre a revolução americana sempre despertaram certos receios por parte dos grandes estúdios de Hollywood, principalmente depois do enorme fracasso comercial de "Revolução", estrelado por Al Pacino. Só mesmo o nome de Mel Gibson para levantar um projeto como esse. Tentando misturar fatos históricos reais com personagens de mera ficção "O Patriota" pretendeu levar acima de tudo entretenimento para as plateias. Nenhuma grande tese ou programa político é defendido em cena. Apenas história emoldurada nos moldes dos grandes blockbusters da indústria americana. Curiosamente até que a ideia não se mostra ruim. Gibson tem uma boa cena de ação atrás da outra e se destaca numa boa produção, que procura humanizar e dar um rosto aos colonos americanos que cansados da exploração do colonizador resolveram colocar em frente suas ambições de liberdade e independência. No elenco de apoio temos a presença de um jovem Heath Ledger, ainda tentando abrir seu espaço dentro do mercado. Sua interpretação é apenas mediana e nada realmente deixa transparecer o grande ator que viria a se tornar. Tom Wilkinson também merece destaque pelo bom trabalho desenvolvido em seu personagem, o general e Lord Charles Cornwallis. O filme só não é melhor porque afinal de contas temos o inexpressivo Roland Emmerich por trás das câmeras. Exigir desse diretor algo acima da média seria realmente pedir demais.

Pablo Aluísio.

sábado, 10 de novembro de 2012

Não Estou Lá

Bob Dylan é um artista diferente. Não gosta de aparecer e nem de dar entrevistas e quando o faz seu alvo preferido é sua própria imagem. Não faz concessões em sua música e nem em seu estilo de vida. Não é simpático, nem cordial. No fundo é um sujeito muito na dele que só quer saber de tocar seu violão e cantar suas letras quilométricas. Talvez por ter um lado de poeta maldito tenha se tornado o ícone musical que é. Para mostrar aspectos da obra de um compositor tão único nada melhor do que um filme também muito singular. É o que se vê aqui em "Não Estou Lá" onde vários atores diferentes "vivem" momentos da música de Dylan em segmentos próprios, independentes (ou quase isso). Com bonita fotografia em preto e branco o filme tenta a todo momento fugir do convencional, daquilo que o espectador espera. "Não Estou Lá" abraça assim a surpresa, o impensável e o inesperado. Nesse processo se faz grande arte e a produção, sendo bem compreendida, se torna uma ótima película, inteligente, mordaz e nada comum.

Sou fã de Bob Dylan e essa cinebiografia fora dos padrões é uma das mais originais e surpreendentes que já assisti. O uso de vários atores retratando de forma metafórica vários momentos da vida do Bob é uma sacada excepcionalmente bem desenvolvida. Quem me dera todos os grandes ídolos do Rock tivessem filmes tão intrigantes como esse para eternizá-los em celulóide. Como o próprio nome sugere realmente todos estão lá, menos o biografado, Dylan, que preferiu continuar nas sombras. O elenco é multiestelar. Christian Bale, Richard Gere, Heath Ledger, Cate Blanchet, Charlotte Gainsbourg e Julianne Moore. Não é todo dia que se consegue reunir um time de grandes atores e atrizes como esse. O segredo que atraiu tanta gente boa se encontra no roteiro desfragmentado do filme, que foge das soluções fáceis. De certa forma cada ator (e atriz) dá sua visão pessoal de Dylan. Alguns optaram por uma abordagem mais natural, outros já priorizam o mito. No saldo final temos um belo retrato artístico do biografado. Não vá esperando uma biografia linear, fácil de digerir, pelo contrário, tudo é demasiadamente solto, livre no ar. Cabe assim ao espectador ir juntando as peças do quebra cabeças, o que convenhamos torna tudo mais divertido.

Não Estou Lá ( I'm Not There, Estados Unidos - Alemanha, 2007) Direção: Todd Haynes / Roteiro: Todd Haynes, Oren Moverman / Elenco: Christian Bale, Richard Gere, Heath Ledger, Cate Blanchet, Charlotte Gainsbourg, Marcus Carl Franklin e Julianne Moore / Sinopse: Seis atores diferentes (Christian Bale / Cate Blanchett / Heath Ledger / Marcus Carl Franklin / Richard Gere / Ben Whishaw) dão vida ao mito musical Bob Dylan. Em uma narrativa desfragmentada vários episódios da vida do artista, intercaladas por estórias retiradas de suas canções, tentam mostrar aspectos e facetas do homem e do mito.

Pablo Aluísio.

sábado, 20 de outubro de 2012

O Segredo de Brokeback Mountain

Sem dúvida um dos filmes mais polêmicos dos últimos anos. Na época me lembro claramente que criou-se toda uma polêmica pelo fato de se colocar na tela dois cowboys tendo um relacionamento gay. Como se sabe a figura mítica do cowboy é um dos símbolos máximos da virilidade do homem americano. Será que o chamado homem de Marlboro agora tinha virado a casaca? Bobagem. Infelizmente esse é um daqueles casos em que a polêmica acaba jogando uma fumaça sobre a verdadeira essência do filme, tornando tudo turvo e escuro. O filme não deve ser encarado dessa forma. Na realidade é a estória de duas pessoas que abrem mão de sua verdadeira felicidade por causa das pressões sociais que sofrem em seu meio. Certamente são apaixonados um pelo outro, seguramente gostariam de viver essa paixão em sua plenitude mas não fazem por mera pressão da sociedade. Não seriam aceitos por seus pares, sofreriam todo tipo de discriminação e ao final poderiam até se tornar vítimas de algum crime de homofobia. Dessa forma preferem viver uma mentira. O personagem de Jack (Jake Gyllenhaal ) é o mais perfeito retrato disso. Ele se casa para manter as aparências e segue tendo uma vida cheia de desencontros e infelicidades. Não foi feliz por ficar preocupado pelo que os outros pensariam dele. Deixou de viver sua própria vida para viver uma mentira de acordo com a mentalidade tacanha da sociedade.

A dupla central de atores está excepcionalmente bem. Jake Gyllenhaal, por exemplo, tem a melhor atuação de sua carreira. Já Heath Ledger está novamente excepcional. Seu personagem tenta ser mais honesto com si mesmo do que seu companheiro mas novamente sucumbe ao conservadorismo extremo do lugar onde vive. O diretor Ang Lee comanda o filme sem pressa, sem atropelamentos. As situações surgem em seu devido tempo, tudo para mostrar o relacionamento ora conturbado, ora feliz, dos jovens amantes. Seu sensível trabalho lhe valeu o Oscar de melhor diretor daquele ano, o que foi mais do que merecido. Ledger e  Gyllenhaal também concorreram ao Oscar mas não levaram. A sempre sisuda Academia certamente pensou que ainda não seria o momento para premiar atores de personagens tão controversos como aqueles. No final das contas o filme se tornou sucesso de público e crítica. Também não podemos ignorar o fato de que filmes como esses também ajudam aos grupos GLS em sua luta contra o preconceito. É uma obra que abre caminhos e fortalece o respeito que todos devem ter pelo próximo, independente de sua opção sexual. Assim a grande mensagem do filme é a seguinte: viva a sua vida da melhor forma possível, de acordo com o seu modo de pensar. Nunca deixe de viver apenas porque tem receio do que as outras pessoas vão pensar de você. Seja feliz e ignore todo o resto. 

O Segredo de Brokeback Mountain (Brokeback Mountain, Estados Unidos, Canadá, 2005) Direção: Ang Lee / Roteiro: Diana Ossana, Larry McMurtry / Elenco: Heath Ledger, Jake Gyllenhaal, Michelle Williams, Anne Hathaway, Anna Faris / Sinopse: O filme acompanha o longo e turbulento relacionamento entre dois homens em uma das regiões mais conservadoras dos Estados Unidos. Vivendo vidas de fachada ambos acabam se tornando infelizes e incompletos em suas vidas afetivas.

Pablo Aluísio. 

Candy

Acho Candy tão injustamente subestimado. Todos sempre citam o brilhante trabalho de Heath Ledger em Batman mas muitos poucos lembram dessa sua inspirada atuação. Talvez pelo fato do filme ser pequeno, discreto, com jeito de cinema independente, muitos sequer tenham visto a produção. Bom, nunca é tarde para corrigir essa lacuna. Candy tem uma estrutura nada convencional e se baseia na vida de um casal formado por Candy (Abbie Cornish) e Dan (Heath Ledger). Ambos são jovens, promissores, vivendo a melhor fase de suas vidas. São amorosos e realmente se querem bem. O problema é que Dan tem um série problema com o abuso freqüento de drogas, em especial a famigerada cocaína. Cometendo um erro que é mais comum do que se pensa Candy, sua namorada, também resolve experimentar a droga. Não tarda para se viciar completamente. O que antes parecia um conto de fadas, um romance dos sonhos, rapidamente se torna uma roleta russa e um abismo é criado ao redor dos jovens namorados, agora transformados em meras sombras do que um dia foram.

O roteiro é marcante porque mostra as armadilhas que podem surgir na vida de pessoas que tentaram apenas levar uma vida fora dos padrões estabelecidos, levando uma existência mais boêmia, poética e livre das amarras sociais. Nada de errado há nisso. O problema é que saem de uma arapuca para caírem em outra. O usuário de drogas geralmente pensa que está livre, agindo por conta própria. A verdade dos fatos porém é que ele ao consumir drogas acaba se tornando mais prisioneiro do que era antes. Uma falsa sensação de liberdade que leva a pessoa para a mais terrível das prisões, a do vício e da dependência química. O filme joga muito bem com essa realidade que infelizmente atinge milhões de pessoas ao redor do mundo. O roteiro porém procura evitar discursos de moralidade ou falsas lições de moral. Ao invés disso se limite a mostrar o esfacelamento gradual do casal. Quando assisti Candy pela primeira vez o ator Heath Ledger ainda estava vivo e sua atuação, pela primeira vez, me chamou  realmente a atenção. Não deixa de ser tristemente irônico saber que o ator morreria justamente por uso de drogas. Uma ironia do destino que torna Candy ainda mais interessante. Não deixe de assistir e descubra como Ledger foi muito além do Coringa.

Candy (Candy, Estados Unidos, 2006) Direção: Neil Armfield / Roteiro: Neil Armfield / Elenco: Abbie Cornish, Heath Ledger, Geoffrey Rush, Tom Budge, Roberto Meza Mont, Tony Martin, Noni Hazlehurst, Holly Austin, Craig Moraghan./ Sinopse: Jovem casal vive feliz e em clima de harmonia em seu sólido e estável relacionamento. Tudo porém começa a ruir após ambos consumirem drogas de forma descontrolada.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Batman - O Cavaleiro das Trevas

"Batman - O Cavaleiro das Trevas" é considerado a obra prima dessa nova franquia dirigida por Christopher Nolan. Existe um certo consenso de que essa seria a melhor transposição já feita do personagem para o cinema. O clima soturno, pessimista e gótico está bem acentuado. Além disso temos aqui um roteiro muito mais sombrio do que o visto em "Batman Begins". O texto explora muito bem a falta de esperança em uma cidade infestada por criminosos de todos os tipos. Dentre eles finalmente surge o Coringa numa brilhante interpretação de Heath Ledger. Aliás o filme é sempre muito mais lembrado pela caracterização do vilão mais famoso do universo de Batman do que por qualquer outra coisa. Ledger está muito inspirado em cena, assustador e insano na dose exata. O ator parece ter incorporado o papel, o que não deixa de ser algo bem assustador. Sua morte trágica logo após a conclusão do filme mitificou ainda mais seu trabalho em "Dark Knight" confirmando uma velha regra não escrita que diz que no cinema Batman sempre tem seus filmes roubados por seus vilões em cena. De fato aqui não há muito o que ponderar, o filme é de Ledger deixando Bale e seu herói em uma incômoda posição secundária dentro da trama. 

Se em "Batman Begins" se discutia a diferença entre justiça e vingança aqui em "Cavaleiro das Trevas" o foco é diferente. O argumento mostra a tentativa do Coringa em provar que até o mais honesto homem de Gotham City, o promotor Harvey Dent, pode ser corrompido. Considerado o último pilar de honradez da cidade ele logo se torna alvo do insano criminoso que quer acima de tudo demonstrar que nem os mais virtuosos cidadãos estão à salvo de passarem para o outro lado. Excelente também é a identidade que ambos os personagens Batman e Coringa parecem ter. São na verdade faces diversas de uma mesma moeda. O núcleo do elenco segue praticamente o mesmo do primeiro filme (Bale, Caine e Freeman). A única mudança mais significativa aqui acontece com a personagem de Rachel Dawes que acabou indo para as mãos de Maggie Gyllenhaal, o que não deixa de ser positivo pois ela é seguramente melhor atriz do que Katie Holmes. O diretor Christopher Nolan basicamente segue os passos do êxito do primeiro filme, ou seja, procura não deixar a trama se distanciar da realidade. O Coringa, por exemplo, está menos espalhafatoso, menos carnavalesco e mais assustador do que nas outras versões. Idem o próprio Batman, cada vez mais inseguro de sua própria posição diante dos acontecimentos. Nolan certamente encontrou o tom ideal nesse filme que é extremamente bem realizado. Agora resta esperar pela conclusão da trilogia. Espero que consiga fechar tudo com chave de ouro pois não restam dúvidas que os dois primeiros filmes são realmente primorosos.  

Batman - O Cavaleiro das Trevas (The Dark Knight, Estados Unidos, 2008) Direção: Christopher Nolan / Roteiro: Christopher Nolan, Jonathan Nolan / Elenco: Christian Bale, Heath Ledger, Morgan Freeman, Gary Oldman, Aaron Eckhart, Maggie Gyllenhaal, Michael Caine, Eric Roberts, Anthony Michael Hall / Sinopse: O Coringa (Heath Ledger) resolve se unir a máfia de Gotham City para tirar do caminho Batman (Christian Bale) que está arruinando todos os seus negócios escusos. Para tanto terão ainda que enfrentar o novo promotor da cidade, o honesto Harvey Dent (Aaron Eckhart) que logo vira alvo dos planos do Joker.  

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Coração de Cavaleiro

O tempo é interessante. Eu me recordo que quando "Coração de Cavaleiro" chegou aos cinemas brasileiros em 2001 muitos críticos arrasaram com o filme e um de seus alvos principais de chacotas foi o fato do filme ser estrelado por Heath Ledger. Os jornalistas fizeram piada com a tentativa do estúdio em lançar Ledger para o estrelato. O ator foi satirizado de várias formas, tachado de inepto, pouco talentoso e medíocre. O tempo passou, Ledger fez grandes filmes após esse e com Batman se consagrou definitivamente com um grande ator. Curiosamente muitos que o desqualificaram impiedosamente em "Coração de Cavaleiro" se viram depois elogiando sua atuação como Coringa na famosa produção. A nota de lamento vem pelo fato de Ledger ter partido muito cedo, justamente no momento em que despontava para o auge de sua carreira. Diante de uma morte tão prematura (e sem explicação para muitos até hoje) sobrou como seu legado apenas sua filmografia que analisada friamente mostra sua grande versatilidade pois ele participou de filmes bem diversos, de quase todos os gêneros.

Esse "Coração de Cavaleiro" foi um deles. Realmente se tratou de uma tentativa de transformar o ator em ídolo juvenil. O filme foi concebido para tentar levar ao público mais jovem o charme das antigas produções épicas de Hollywood, mais especificamente àquelas passadas na Idade Média. A trama é simples:
William Thatcher (Heath Ledger) é filho de um camponês que sonha um dia se tornar cavaleiro. Como se sabe na Idade Média a sociedade era rigidamente hierarquizada, onde se tornava quase impossível subir na escala social. Quem era de filho de camponeses geralmente morria camponês. Apenas nobres de alta estirpe viravam cavaleiros. O filme gira em torno desse sonho do rapaz mas não se preocupe, a produção não se leva tanto à sério assim. Tudo é levado em tom mais leve, soft, sem grandes pretensões. Chegam ao ponto de usar uma trilha sonora moderna (com músicas do Queen) em uma produção de época! No fundo isso nem importa muito. De fato "Coração de Cavaleiro" tem que ser assistido apenas como entretenimento ligeiro, fugaz. Ledger parece se divertir com o filme então o espectador deve seguir pelo mesmo caminho. Não é marcante, mas até que como produto pop tem seus méritos e para os fãs do ator se torna obrigatório.

Coração de Cavaleiro (A Knight's Tale, Estados Unidos, 2001) Direção: Brian Helgeland / Roteiro: Brian Helgeland / Elenco: Heath Ledger, Mark Addy, Rufus Sewell, Shannyn Sossamon, Paul Bettany, Laura Fraser, Alan Tudyk / Sinopse: William Thatcher (Heath Ledger) é filho de um camponês que sonha um dia se tornar cavaleiro. Para realizar seus sonhos acaba se envolvendo em muitas aventuras ao lado de seus amigos.
 

Pablo Aluísio.