segunda-feira, 15 de julho de 2024
Assassinato Num Dia de Sol
segunda-feira, 24 de junho de 2024
O Emissário de MacKintosh
segunda-feira, 6 de novembro de 2023
Assassinato por Decreto
Para quem só conhecer o personagem Sherlock Holmes pela nova franquia que está nos cinemas é bom frisar que esse aqui segue a linha bem mais conservadora, o que pessoalmente acredito ser um ponto muito positivo. Sherlock usa o figurino tradicional, seu parceiro Dr Watson é um senhor bem mais velho (ao contrário dos galãs que andam escalando para esse papel ultimamente como Jude Law) e o filme tem um estilo bem mais intelectual (Sherlock soluciona tudo com dedução e pouca ação, como é bem do feitio dos livros originais sobre o personagem). O filme foi feito no final dos anos 70 mas tem cara de filme oitentista mesmo. Até a fotografia antecipa o cinema da década que viria. Um ótimo programa para quem é fã do famoso personagem da literatura. Indicado para quem quiser conhecer o verdadeiro Sherlock Holmes.
Assassinato por Decreto (Murder by Decree, Estados Unidos, Inglaterra, 1979) Direção de Bob Clark / Roteiro: John Hopkins baseado na obra de Sir Arthur Conan Doyle / Elenco: Christopher Plummer, James Mason, Donald Sutherland, Genevieve Bujold, Susan Clark, David Hemmings, John Gielgud, Anthony Quayle. / Sinopse: Sherlock Holmes é chamado para investigar série de assassinatos, tendo como principal suspeito Jack, o Estripador. Christopher Plummer e James Mason em excelentes performances nos papéis de Holmes e Dr. Watson, respectivamente.
Pablo Aluísio
terça-feira, 8 de agosto de 2023
Mandingo - O Fruto da Vingança
segunda-feira, 1 de agosto de 2022
Lolita
E o que justificava tanta polêmica? Ora, Lolita contava a história pouco aceita socialmente de um tórrido interesse de um homem bem mais velho por uma adolescente, a ninfeta Lolita. Nabokov não pintou seus personagens de culpa, arrependimentos ou pecado. Ao contrário disso ele procurou mostrar aquele desejo do velho homem como algo natural mesmo, da natureza humana. E talvez isso tenha gerado tantos problemas para ele. Kubrick, em seu filme, também segue pelo mesmo caminho. Para interpretar a Lolita ele acertou em cheio ao escolher a jovem Sue Lyon. Além de linda a atriz era talentosa e esperta, ou seja, era de certa forma a própria personificação da Lolita de Vladimir Nabokov. Para uma adaptação cinematográfica não poderia haver escolha melhor.
Lolita (Lolita, Estados Unidos, Inglaterra, 1962) Direção: Stanley Kubrick / Roteiro: Stanley Kubrick, baseado na obra de Vladimir Nabokov / Elenco: James Mason, Sue Lyon, Shelley Winters, Gary Cockrell / Sinopse: Homem bem mais velho, já coroa, cai de amores e sedução por uma jovem adolescente, uma ninfeta chamada Lolita. Filme indicado ao Oscar na categoria de melhor roteiro adaptado.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 25 de julho de 2022
20.000 Léguas Submarinas
Título Original: 20,000 Leagues Under the Sea
Ano de Produção: 1954
País: Estados Unidos
Estúdio: Walt Disney Productions
Direção: Richard Fleischer
Roteiro: Earl Felton
Elenco: Kirk Douglas, James Mason, Paul Lukas, Peter Lorre, Robert J. Wilke, Ted de Corsia
Sinopse:
Um estranho homem do mar, o Capitão Nemo (James Mason), tem uma visão toda própria do mundo em que vive. A bordo de seu moderno e poderoso submarino, o Nautilus, ele cruza os sete mares em busca da utopia que sempre perseguiu. Seria ele um homem de boas intenções ou um perigo para a humanidade? Filme premiado pelo Oscar nas categorias de Melhor Direção de Arte (John Meehan e Emile Kuri) e Melhores Efeitos Especiais.
Comentários:
Durante muitos anos a famosa novela de fantasia escrita pelo genial Jules Verne foi considerada impossível de se adaptar para o cinema. A imaginação do escritor era rica em detalhes e aspectos que seriam complicados de se levar para as telas. Realmente transpor todo aquele universo submarino não seria fácil. Porém transformar fantasia em realidade era algo natural para os estúdios Disney. Assim em 1954 chegou nas telas de cinemas de todo o mundo esse clássico do gênero. O filme teve uma produção cara para a época, diversos cenários bem elaborados foram construídos e a equipe de efeitos especiais trabalhou como nunca. O resultado ficou muito charmoso. Visto hoje em dia poderá soar datado, como seria óbvio, mas o fato é que o filme mantém seu estilo intocável, mesmo com o passar dos anos. O roteiro foi muito bem adaptado, conseguindo capturar o universo criado por Verne, inclusive na personalidade dos personagens principais. O Capitão Nemo, por exemplo, foi perfeitamente retratado pela adaptação. Além disso há a possibilidade de rever o grande Kirk Douglas (recentemente falecido) em um de seus mais marcantes filmes. Aliás esse segue sendo um dos mais populares de sua carreira. Enfim, úm ótimo programa para a imaginação. Um filme tão saboroso que até hoje segue sendo exibido com regularidade nos canais de TV a cabo.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 24 de maio de 2021
Pandora
O filme narra uma história contemporânea sobre a lenda de Hendrik van der Zee (James Mason), um marinheiro que teria sido amaldiçoado por Deus a navegar até o fim dos dias. Quando ele chega em um novo porto espanhol acaba virando alvo da paixão de Pandora (Ava Gardner), uma linda mulher, desejada por todos, mas que jamais havia nutrido uma verdadeira paixão por quem quer que seja. Será que ela poderia romper a suposta maldição em nome do amor que sente por Hendrik? Um filme de complicada definição pois apesar de ser um romance ao velho estilo também lida com temas fantásticos, como a lenda do Flying Dutchman, um tema recorrente em livros de história sobre um navegador holandês do século XVII que teria que navegar por séculos e séculos após ser amaldiçoado por seus atos bárbaros nos mares. Logo de primeira mão, temos que chamar a atenção ao fato de que apenas aqueles que conhecem melhor a lenda conseguirão gostar plenamente do enredo, pois muitas nuances são criadas em cima desse verdadeiro realismo mágico.
Para os fãs da sétima arte temos a presença ilustre de James Mason em atuação sofisticada, elegante. Ao seu lado surge a bela Ava Gardner, descrita por muitos como a mais bonita e sensual atriz de cinema de todos os tempos. No papel de Pandora ela se mostra muito adequada, sempre surgindo em cena com toda a sua beleza estética, além de uma clara sensação de erotismo em cada momento. Imagine o impacto que isso deve ter tido em plenos anos 1950 na puritana sociedade americana de então. Dessa maneira "Pandora and the Flying Dutchman" se torna uma ótima opção para entender a diversidade e a riqueza de temas que o cinema americano em sua época de ouro conseguiu atingir em pleno auge criativo.
Pandora (Pandora and the Flying Dutchman, Estados Unidos, 1951) Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM) / Direção: Albert Lewin / Roteiro: Albert Lewin / Elenco: James Mason, Ava Gardner, Nigel Patrick / Sinopse: Clássico romântico que narra a história de um amor cheio de reviravoltas do destino. Esses amantes poderão superar todos os seus problemas ou jamais viverão felizes para sempre?
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 20 de maio de 2021
Jesus de Nazaré
Diante disso o estúdio decidiu fazer duas versões do filme. Uma editada com pouco mais de 2 horas de duração para o cinema e uma versão bem longa que seria exibida na TV em formato de minissérie. Franco Zeffirelli não gostou muito, entretanto ele não tinha mais controle sobre sua própria criação. O resultado é um filme muito bom, com ótimas cenas e uma fidelidade tão grande com a imagem do Jesus das pinturas e quadros da renascença que o ator escolhido para viver Jesus era uma réplica fiel daquele Jesus mais conhecido, com olhos azuis e nariz alongado, algo que é discutido por historiadores de maneira em geral. De qualquer forma essa é uma questão secundária, pois "Jesus de Nazaré" segue sendo um dos filmes mais amados por cristãos de todo o mundo. Sinal de que o trabalho foi realmente extremamente bem feito.
Jesus de Nazaré (Jesus of Nazareth, Inglaterra, Itália, 1977) Direção: Franco Zeffirelli / Roteiro: Franco Zeffirelli, Anthony Burgess, Suso Cecchi D'Amico, baseados nos evangelhos do novo testamento / Elenco: Robert Powell, Olivia Hussey, Laurence Olivier, Ernest Borgnine, Claudia Cardinale, James Earl Jones, James Mason, Donald Pleasence, Christopher Plummer, Anthony Quinn, Rod Steiger, Peter Ustinov, Michael York / Sinopse: O filme conta a história de Jesus, judeu nascido na Galiléia que passou a difundir uma mensagem de paz e amor entre os homens durante o século I.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 4 de março de 2021
Meninos do Brasil
Esse filme me impactou positivamente. Veja, toda a trama do roteiro é puramente ficcional. Claro que Josef Mengele foi um carrasco nazista, um médico insano que cometeu monstruosidades em campos de concentração do III Reich, porém tudo o que se passa durante o filme não passa de pura ficção e digo que é ficção de boa qualidade. O curioso é que em 1978 quando esse filme foi lançado, Mengele ainda estava vivo, morando escondido no interior de São Paulo. Será que ele teve a oportunidade de ver essa película em algum cinema brasileiro? Nunca saberemos...
De qualquer forma voltemos ao filme. Do que se trata? Um grupo de nazistas fugitivos vivem na América Latina. Entre eles um dos mais celebrados é justamente Josef Mengele (Gregory Peck, em raro papel de vilão). Ele tem muitos planos de levar a raça ariana em frente, criar uma raça de meninos superiores, para o futuro da humanidade. E nada seria mais adequeado para essa mentalidade distorcida do que criar dezenas de pequenos "Hitlers". Usando do DNA original do ditador, ele tenciona criar clones e mais do que isso, criar todo o meio ambiente em que vivem para ter a mesma forma de pensar do famigerado líder nazista do passado.
Contra os planos de Mengele surge um velho inimigo dele, um verdadeiro caçador de nazistas, o Dr. Ezra Lieberman (Laurence Olivier). Ele fica sabendo que uma série de 94 homens estão marcados para morrer pela organização nazista. Mas qual seria a ligação dessas mortes com Mengele? Juntando pistas, seguindo investigações, ele vai traçando bem os passos dos nazistas. Eu assisti a esse "The Boys from Brazil" recentemente pela primeira vez e posso dizer que é um filmão! Sim, é pura ficção, como já frisei, mas é uma trama das boas, muito bem bolada. Palmas para o escritor Ira Levin que escreveu o livro original que deu origem a esse filme. Ele estava mais do que inspirado. O resultado ficou muito bom.
Meninos do Brasil (The Boys from Brazil, Inglaterra, Estados Unidos, 1978) Direção: Franklin J. Schaffner / Roteiro: Heywood Gould, baseado no livro escrito por Ira Levin / Elenco: Gregory Peck, Laurence Olivier, James Mason / Sinopse: Mengele (Peck), um nazista fugitivo na América do Sul, coloca seu plano de criar a raça ariana para funcionar. Porém para que tudo corra de acordo com o planejado ele precisa que sua organização mate 94 homens ao redor do mundo. Filme indicado ao Oscar nas categorias de melhor ator (Laurence Olivier), melhor edição (Robert Swink) e melhor música original (Jerry Goldsmith). Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria de melhor ator (Gregory Peck).
Pablo Aluísio.
sábado, 24 de outubro de 2020
A Cruz de Ferro
A história desse filme se passa então no ano de 1943. O sargento alemão Rolf Steiner (James Coburn) é promovido e condecorado por seus oficiais em razão de seus atos de bravura. A campanha militar de seu pelotão porém acaba sofrendo um sério abalo com a chegada de um graduado oficial prussiano, o capitão Stransky (Maximilian Schell). Arrogante e inexperiente, ele decide que todos os homens sob seu comando devem obedecer suas ordens sem qualquer contestação. O oficial exige obediência cega, mesmo que suas ordens muitas vezes se revelem equivocadas, colocando os homens sob seu comando em perigo real. É o velho problema de se estar em uma situação de vida e morte, sendo comandado por alguem sem a devida competência para isso.
Talvez o público mais jovem irá estranhar certas partes do filme, pois ele é fragmentado em sua linha narrativa. Foi uma opção pessoal do diretor, uma forma de mostrar em cena o caos em que aqueles militares viviam naquele momento crucial da guerra. Outra opção muito interessante desse roteiro foi enfocar a visão, o lado dos soldados da Alemanha. "A Cruz de Ferro" foi um dos primeiros filmes do cinema ocidental a mostrar o lado dos alemães, retratando os personagens em seu lado mais humano. Nos antigos filmes sobre a II Guerra Mundial eles eram retratados como vilões absolutos, sem alma e com o único objetivo de promover genocídios e massacres. Na década de 1970, quando o filme foi produzido, já havia uma distância maior dos acontecimentos históricos, o que possibilitava ao cinema finalmente mostrar o outro lado do conflito.
Em um filme tão interessante é importante destacar a presença e a atuação do ator Maximiliam Schell. Ele interpreta esse oficial da velha escola Prussiana, considerada a elite do exército alemão na época. Vaidoso e incoerente, muitas vezes tomando as decisões erradas, ele acaba colocando sua tropa em perigo. Muitos não sabem, mas a verdade é que vários generais alemães simplesmente odiavam Hitler e o nazismo. Alguns inclusive estavam convencidos de que ele era completamente maníaco e louco. Não é à toa que o Führer tenha sido alvo de vários atentados contra sua vida. Estrategicamente a guerra estava perdida e a única chance de sair daquele lamaçal era liquidando o líder nazista. Agora considere lutar uma guerra defendendo uma ideologia em que não se acreditava. O filme tenta capturar em parte esse sentimento e se sai muito bem. Mostra o caos da frente russa e o desmantelamento do exército alemão. É um belo exemplar do cinema cru e realista do cineasta e mestre Sam Peckinpah.
A Cruz de Ferro (Cross of Iron, Alemanha, Inglaterra, 1977) Direção: Sam Peckinpah / Roteiro: Julius J. Epstein, James Hamilton, Walter Kelley / Elenco: James Coburn, Maximilian Schell, James Mason, David Warner / Sinopse: Em 1943, durante a Segunda Guerra Mundial, em pleno front russo, um sargento alemão e um oficial da velha escola de guerra prussiana entram em choque sobre os rumos que o pelotão em que servem deve seguir. Filme premiado no festival alemão de cinema Golden Screen.
Pablo Aluísio.
domingo, 19 de janeiro de 2020
Lolita
Stanley Kubrick tinha uma outra visão sobre tudo. Para ele era apenas um filme romântico, embora o casal protagonista estivesse fora dos padrões esperados pelos conservadores. Certamente a jovem adolescente Lolita (Sue Lyon) e o cinquentão Prof. Humbert Humbert (James Mason) não estavam dentro do que se esperaria de um casal na época. Um homem de sua idade se relacionar com uma ninfeta como Lolita era mesmo um escândalo. O curioso é que a obra de Vladimir Nabokov ainda hoje causa muita controvérsia. Penso inclusive que nos dias atuais o filme (e o livro) despertem ainda mais incômodo, porque afinal o politicamente correto jamais aceitaria um enredo como o que vemos por aqui.
Stanley Kubrick tinha bastante receio de adaptar esse livro para o cinema, não por causa dos padrões morais que ele infringia, mas sim porque em sua opinião seria muito complicado achar uma atriz para interpretar Lolita. Ela tinha que ser uma adolescente com certo ar ainda infantil, mas ao mesmo tempo ter muita malícia. Levar isso para o público não seria fácil. Para sorte de Kubrick ele acabou achando a atriz certa. A loirinha Sue Lyon acabou sendo a escolha perfeita. Ela não apenas era linda, como também era uma ótima atriz! Ela já tinha 18 anos quando fez o filme, mas com traços de menina mais jovem, convencia plenamente como Lolita. James Mason também se arriscou. Mesmo contra a vontade de seu agente ele aceitou fazer o filme. Outro destaque vem da presença do comediante Peter Sellers, aqui em um papel até mesmo bem perturbador. Nada de humor em seu personagem. Enfim, se você gosta do cinema de Stanley Kubrick esse filme se torna indispensável. Caso a história seja um pouco fora dos padrões de sua moralidade pessoal, então basta ignorar o filme como um todo. Caso contrário não deixe de assistir.
Lolita (Lolita, Estados Unidos, Inglaterra, 1962) Direção: Stanley Kubrick / Roteiro: Stanley Kubrick, Vladimir Nabokov, baseado na obra de Vladimir Nabokov / Elenco: James Mason, Sue Lyon, Shelley Winters, Peter Sellers / Sinopse: Escritor cinquentão fica perdidamente apaixonado por uma adolescente chamada Lolita. Ele tenta superar de todas as formas a atração que sente pela jovem, mas acaba cedendo aos seus desejos, ainda mais depois de perceber que ela também se mostra interessada em seus avanços. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor roteiro adaptado.
Pablo Aluísio.
sábado, 18 de janeiro de 2020
Intriga Internacional
O mestre do suspense Alfred Hitchcock costumava dizer que não estava muito interessado nas estórias que contava, mas sim na forma como as contava. Ele se considerava um "pintor de flores" do mundo cinematográfico. Esse filme "North by Northwest" se encaixava bem nesse ponto de vista. O filme não tem um grande enredo. Na verdade tudo se resume na estória de um homem errado que se encontra no lugar errado, no momento errado, sendo confundido com um assassino internacional, um espião há muito procurado por serviços de inteligência ao redor do mundo. Depois que isso acontece sua vida se torna caótica, onde ele tenta sobreviver de todas as maneiras às várias tentativas de eliminá-lo! O curioso é que, como o roteiro explica depois, o espião verdadeiro com o qual ele é confundido sequer existe, sendo apenas uma invenção da CIA para despistar seus perseguidores.
Além do habitual suspense, Alfred Hitchcock também investiu bastante nas cenas de ação É o seu filme mais movimentado nesse aspecto. Há duas sequências que ficaram bem conhecidas. A primeira acontece quando o personagem de Grant é perseguido por um avião no meio do nada! Essa cena é a mais conhecida do filme até os dias de hoje. Também é a que melhor aproveita o suspense que foi a marca registrada da filmografia do diretor. Outro ponto alto acontece no clímax do filme, em seu final, quando Grant e Marie Saint participam de uma perseguição no alto do monte Rushmore (com os rostos dos presidentes americanos mais memoráveis da história, esculpidos na rocha). A cena é tecnicamente perfeita e demonstra muito bem que os efeitos especiais em Hollywood na época já eram bem avançados.
Quando o filme termina, chegamos em algumas conclusões. É fato que Alfred Hitchcock aqui optou pelo lado mais comercial do cinema americano, deixando seu lado autoral (que sempre foi seu maior legado) um pouco de lado. Fica evidente que ele estava em busca de um sucesso de bilheteria, acima de qualquer outra coisa. Outro aspecto é perceber que Hitchcock já tinha entendido que haveria um boom de filmes de espionagem. A MGM já tinha anunciado que iria trazer James Bond para o cinema e o velho mestre logo entendeu que essa seria uma tendência a dominar o cinema na década que estava para nascer. Algo que efetivamente aconteceu mesmo nos anos 1960. Pelo visto Hitchcock tinha talento não apenas para realizar bons filmes de suspense, como também para antecipar o que iria cair no gosto do público.
Intriga Internacional (North by Northwest, Estados Unidos, 1959) Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM) / Direção: Alfred Hitchcock / Roteiro: Ernest Lehma / Elenco: Cary Grant, Eva Marie Saint, James Mason, Martin Landau, Jessie Royce Landis, Josephine Hutchinson / Sinopse: Um homem comum, publicitário de Nova Iorque, é confundido com um perigoso e mortal espião internacional. A partir daí ele passa a lutar por sua própria sobrevivência. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Roteiro Original (Ernest Lehman), Melhor Direção de Arte (William A. Horning, Robert F. Boyle) e Melhor Edição (George Tomasini).
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 18 de dezembro de 2019
Lord Jim
Título Original: Lord Jim
Ano de Produção: 1965
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: Columbia British Productions
Direção: Richard Brooks
Roteiro: Richard Brooks
Elenco: Peter O'Toole, James Mason, Curd Jürgens, Eli Wallach, Jack Hawkins. Paul Lukas
Sinopse:
Com roteiro baseado no romance escrito por Joseph Conrad, o filme narra as aventuras de um marinheiro britânico que após um ato de covardia decide se redimir, se tornando o líder amado de um grupo de nativos em uma região distante da civilização.
Comentários:
Não tão ousado como o livro que lhe deu origem, mas igualmente bom em termos de resultado artístico, essa adaptação para o cinema de "Lord Jim" segue sendo reconhecida pela crítica. O filme tem alguns trunfos, algumas cartas na manga que o redime de alguns erros de adaptação. Uma delas é o excelente elenco que contava com ninguém menos do que o grande ator Peter O'Toole, aqui em interpretação que me lembrou em alguns momentos de seu grande momento no cinema, "Lawrence da Arábia". Temos também um excelente grupo de atores coadjuvantes como o próprio Eli Wallach, ator muito bom que sempre foi subestimado em Hollywood. Ele interpreta um sujeito violento e sádico chamado simplesmente de "O General". Outro aspecto positivo são as locações em que a produção foi filmada, nos mares da China, Camboja e Malásia. Isso rendeu excelente fotografia a um filme marcado pelo sabor da aventura e do exotismo dos lugares onde foi realizado. Filme indicado ao BAFTA Awards nas categorias de Melhor Direção e Melhor Direção de Fotografia (Freddie Young).
Pablo Aluísio.
sábado, 14 de dezembro de 2019
Mayerling
O príncipe acaba se apaixonando por uma jovem, filha de um diplomata. Rudolf conhece Maria Vetsera (Catherine Deneuve) durante a apresentação de um balé e fica louco por ela. E qual seria o problema político envolvido nessa paixão? Muito simples, o príncipe já era casado, pai de uma filha. Um relacionamento extraconjugal seria um escândalo dentro da corte austríaca, muito católica e conservadora. Diante de mais esse deslize do filho, o imperador fica furioso e começa a fazer de tudo para que o romance chegue ao seu fim. O desfecho de toda essa novela acabaria resultando numa grande tragédia.
A morte precoce de Rudolf iria desencadear uma série de problemas históricos. Ele era o único na linha de sucessão ao trono. Sua morte até hoje é cercada de mistérios (que o filme não desenvolve, pois abraça a versão oficial) e iria ser o começo de uma série de problemas políticos que iriam eclodir na explosão da I |Guerra Mundial. O roteiro do filme porém não vai tão longe, preferindo contar a história de amor entre o príncipe e sua amante. Um detalhe curioso é que ele era o filho da imperatriz Sissi, tão conhecida dos cinéfilos por uma série de filmes clássicos. Quem a interpreta nesse filme é a diva Ava Gardner. Assim se você gosta dos filmes sobre Sissi não deixe de assistir também a essa excelente produção histórica. Afinal é um complemento aos outros filmes, mostrando Sissi numa fase mais madura de sua vida. Envelhecida e desiludida, ela é apenas um sombra da imperatriz que um dia foi. Em suma, esse é um ótimo filme histórico que explora muito bem o momento em que as velhas monarquias chegavam ao seu fim.
Mayerling (Inglaterra, França, 1968) Direção: Terence Young / Roteiro: Terence Young, baseado no romance escrito por Claude Anet e Michel Arnold / Elenco: Omar Sharif, Catherine Deneuve, Ava Gardner, James Mason / Sinopse: O imperador Francisco José I (James Mason) precisa lidar com um filho nada convencional, o príncipe Rudolf (Omar Sharif). Agora as coisas pioram pois ele se declara apaixonado pela jovem Maria Vetsera (Catherine Deneuve), mesmo sendo um homem casado e sucessor ao trono real. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Filme Estrangeiro em língua inglesa.
Pablo Aluísio.
sábado, 23 de março de 2019
Ratos do Deserto
O elenco conta com dois grandes atores. James Mason está excelente como Rommel. Sua atuação não é apenas grandiosa no que diz respeito ao estilo do general mas também fisicamente, pois ele está muito parecido com o militar alemão. Richard Burton também se destaca em seu papel. Seu personagem encontra um dilema pessoal quando encontra um velho professor de sua adolescência lutando como um mero soldado raso em seu pelotão. Os diálogos que travam mostram bem como o roteiro é bem escrito, caprichado mesmo. Outro destaque é o talento demonstrado por Robert Wise, um grande cineasta. Ele procura ser realista mas também abre espaço para cenas que são visualmente impressionantes como a dos soldados caminhando em direção ao horizonte, enquanto olham para as explosões que os esperam, se refletindo nas nuvens do céu. Esse momento tem um grande impacto para o espectador pois vemos a fragilidade daqueles homens em frente a um conflito de dimensões épicas. Outra cena tecnicamente perfeita acontece quando Rommel ordena um ataque bem no meio de uma tempestade no deserto. Ele pretende literalmente camuflar seus tanques no meio do caos causado pela areia. Em conclusão podemos dizer que "Ratos do Deserto" merece o status de ser considerado um dos melhores filmes de guerra já feitos pelo cinema americano. É um filme realmente excepcional em todos os aspectos.
Ratos do Deserto (The Desert Rats, Estados Unidos, 1953) Estúdio: Twentieth Century Fox / Direção: Robert Wise / Roteiro: Richard Murphy / Elenco: Richard Burton, James Mason, Robert Newton / Sinopse: O filme resgata a acirrada batalha travada entre ingleses e alemães no norte da África durante a segunda guerra mundial.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 26 de dezembro de 2018
Mayerling
O príncipe acaba se apaixonando por uma jovem, filha de um diplomata. Rudolf conhece Maria Vetsera (Catherine Deneuve) durante a apresentação de um balé e fica louco por ela. E qual seria o problema político envolvido nessa paixão? Muito simples, o príncipe já era casado, pai de uma filha. Um relacionamento extraconjugal seria um escândalo dentro da corte austríaca, muito católica e conservadora. Diante de mais esse deslize do filho, o imperador fica furioso e começa a fazer de tudo para que o romance chegue ao seu fim. O desfecho de toda essa novela acabaria resultando numa grande tragédia.
A morte precoce de Rudolf iria desencadear uma série de problemas históricos. Ele era o único na linha de sucessão ao trono. Sua morte até hoje é cercada de mistérios (que o filme não desenvolve, pois abraça a versão oficial) e iria ser o começo de uma série de problemas políticos que iriam eclodir na explosão da I |Guerra Mundial. O roteiro do filme porém não vai tão longe, preferindo contar a história de amor entre o príncipe e sua amante. Um detalhe curioso é que ele era o filho da imperatriz Sissi, tão conhecida dos cinéfilos por uma série de filmes clássicos. Quem a interpreta nesse filme é a diva Ava Gardner. Assim se você gosta dos filmes sobre Sissi não deixe de assistir também a essa excelente produção histórica. Afinal é um complemento aos outros filmes, mostrando Sissi numa fase mais madura de sua vida. Envelhecida e desiludida, ela é apenas um sombra da imperatriz que um dia foi. Em suma, esse é um ótimo filme histórico que explora muito bem o momento em que as velhas monarquias chegavam ao seu fim.
Mayerling (Inglaterra, França, 1968) Direção: Terence Young / Roteiro: Terence Young, baseado no romance escrito por Claude Anet e Michel Arnold / Elenco: Omar Sharif, Catherine Deneuve, Ava Gardner, James Mason / Sinopse: O imperador Francisco José I (James Mason) precisa lidar com um filho nada convencional, o príncipe Rudolf (Omar Sharif). Agora as coisas pioram pois ele se declara apaixonado pela jovem Maria Vetsera (Catherine Deneuve), mesmo sendo um homem casado e sucessor ao trono real. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Filme Estrangeiro em língua inglesa.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 22 de maio de 2018
A Queda do Império Romano
Título Original: The Fall of the Roman Empire
Ano de Produção: 1964
País: Estados Unidos, Itália
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Anthony Mann
Roteiro: Ben Barzman, Basilio Franchina
Elenco: Alec Guiness, Sophia Loren, Christopher Plummer, Omar Sharif, James Mason, Stephen Boyd
Sinopse:
Maior império que o mundo já conheceu, o Império Romano começa a entrar em colapso por causa de problemas internos ao qual o filme explora muito bem: invasões de povos bárbaros, corrupção, brigas internas, politicagem e um Imperador frívolo que negligencia a administração do Império em razão de sua obsessão por lutas de gladiadores. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Trilha Sonora (Dimitri Tiomkin). Vencedor do Globo de Ouro na categoria de Melhor trilha sonora original incidental (Dimitri Tiomkin).
Comentários:
Belo filme épico! Esse "A Queda do Império Romano" tem uma das mais ricas produções que já vi. Na época não existia possibilidade de fazer nada virtual, tudo tinha que realmente existir. Assim tudo o que se vê na tela é real e impressiona o espectador!. São multidões de figurantes em cena. Acredito que seja o filme com o maior número de figurantes da história, cenários maravilhosos, figurinos deslumbrantes e tudo o que não poderia faltar em um filme épico como esse. Como produção o filme é realmente nota dez. Bonito de se ver, traz alguns problemas pontuais. Acredito que o diretor Anthony Mann se perdeu com o tamanho da produção. O filme tem três horas de duração, mas o enredo fica disperso, sem foco. Mesmo com todo esse tempo ele não conseguiu contar direito a sua história. Em muitos momentos se percebe que a direção está mais preocupada em explorar os cenários luxuosos do que investir nos personagens do filme. Na minha opinião esse é o típico caso em que a direção foi engolida pela produção do filme. Muito luxo e beleza, porém pouco trabalho de direção para os personagens que desfilam pela tela. Nenhum deles chega a ser bem desenvolvido, infelizmente.
O contraste é que não faltaram bons atores para os papéis principais. O elenco apresenta por isso altos e baixos. Entre as interpretações de grande categoria o filme traz Alec Guiness, perfeito na pele do Imperador Marco Aurélio. Suas cenas são excelentes, inclusive um inspirado monólogo de grande impacto. Christopher Plummer como o Imperador Comodus também está acima da média. Já do lado ruim no quesito de elenco temos uma Sophia Loren muito bonita, mas canastrona até o último fio de cabelo encaracolado e um Livius (o mocinho do filme) muito inexpressivo, interpretado por um apagado Stephen Boyd. Ele é tão sem graça que quase coloca todo o filme a perder. E pensar que esse papel seria do grande Charlton Heston. Por fim temos um roteiro que não consegue dar conta de um período histórico tão complexo e cheio de detalhes importantes. O texto toma grandes liberdades com a história real dos imperadores retratados no filme. Certamente não é historicamente correto e acredito inclusive que essa nunca foi a intenção dos roteiristas. Muita coisa se perdeu em nome de uma dramaticidade maior nos momentos mais importantes do filme. De qualquer forma consegue, aos trancos e barrancos, prender a atenção do espectador.
Pablo Aluísio.
domingo, 21 de maio de 2017
A Sedutora Madame Bovary
Título no Brasil: A Sedutora Madame Bovary
Título Original: Madame Bovary
Ano de Produção: 1949
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Vincente Minnelli
Roteiro: Robert Ardrey
Elenco: Jennifer Jones, James Mason, Van Heflin, Louis Jourdan
Sinopse:
Baseado no romance de Gustave Flaubert o filme "A Sedutora Madame Bovary" conta a história da jovem Emma (Jennifer Jones). Órfã, ela é criada em um convento. Quando chega na idade de se casar ela acaba se interessando pelo médico de província Charles Bovary (Van Heflin). Ele não é dos profissionais mais brilhantes, porém constrói um lar para si e sua esposa. Os primeiros anos de casamento são relativamente felizes, até que Emma, agora Madame Bovary, começa a se interessar por outros homens, mais ricos e poderosos. Ela anseia pelos grandes salões de baile, pelos luxos da aristocracia e pela riqueza, coisas que seu esforçado marido não consegue lhe dar. Filme indicado ao Oscar de Melhor Direção de Arte (Cedric Gibbons e Jack Martin Smith).
Comentários:
O romance Madame Bovary foi publicado originalmente em 1857. Na época que chegou pela primeira vez ao público foi considerada uma obra escandalosa. Seu autor Gustave Flaubert foi acusado de ser um escritor imoral por ter simpatia por sua protagonista, uma mulher fútil, interesseira, perdulária e infiel. A personagem trazia todos esses defeitos, mas ao mesmo tempo Flaubert parecia ter uma insuspeita dose de admiração por ela em seu texto. Essa situação acabou sendo aproveitada logo no começo dessa versão. Em uma das primeiras cenas vemos o autor do livro, aqui interpretado por um ainda bem jovem James Mason, no banco do réus, respondendo pela suposta imoralidade de sua obra. Ao se defender ele começa então a narrar a história de Bovary, dando início a um longo flashback onde toda o enredo do filme se desenvolve. Assisti a muitas adaptações cinematográficas desse romance, inclusive a mais recente de 2014 com Mia Wasikowska no papel principal. O diferencial desse clássico é que ele foi dirigido pelo mestre Vincente Minnelli, considerado um dos maiores diretores de cinema de todos os tempos. Realmente ele realizou um filme muito bonito de se assistir, com ótimos figurinos, um roteiro que procura ser o mais fiel possível ao livro de Gustave Flaubert e uma dose de dramaticidade, que era bem comum em filmes românticos e dramáticos da época.
A escolha da atriz Jennifer Jones também foi bastante acertada, muito embora a personagem Bovary fosse bem mais jovem do que sua intérprete. Ela desfila um ótimo figurino em cena, pois Bovary era uma consumidora compulsiva e voraz de todos os luxos, arruinando financeiramente seu bem intencionado marido. Embora o final se entregue ao moralismo reinante na sociedade, o fato é que o autor do romance quis provar de forma indireta que nem todas as pessoas são essencialmente más por um ou outro deslize de cunho moral. Na verdade a vida seria complexa demais para se enquadrar em meras convenções sociais. Bovary certamente errou em muitos momentos de sua vida, mas olhando-se sob uma perspectiva mais crítica podemos considerá-la também vítima de uma mentalidade de futilidades e superficialidades, tão comuns em certos setores da sociedade. Sob esse ponto de vista não será tão fácil assim condená-la. Dito isso, deixo aqui a indicação de mais um bom filme, valorizado não apenas por sua boa direção, elenco inspirado e roteiro conciso, mas também pelo próprio conteúdo do romance de Gustave Flaubert. Está mais do que indicado aos cinéfilos.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 16 de junho de 2016
Visitantes na Noite
Título Original: Cold Sweat
Ano de Produção: 1970
País: Estados Unidos, França, Bélgica
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Terence Young
Roteiro: Dorothea Bennett, Jo Eisinger
Elenco: Charles Bronson, James Mason, Liv Ullmann
Sinopse:
Joe Martin (Charles Bronson) é um americano vivendo tranquilamente ao lado da sua esposa e filha no sul da França. Alugando barcos para turista ele consegue ter uma vida tranquila e feliz pela primeira vez em sua vida. Tudo muda quando criminosos levam como refém sua mulher. O problema é que Martin tem um passado obscuro. Dez anos antes ele fugiu de uma prisão nos Estados Unidos ao lado de comparsas. Durante a fuga nem tudo saiu como planejado e um dos fugitivos morreu. Agora a antiga organização criminosa de que fez parte quer acertar as contas com ele, que precisará se armar até os dentes para sobreviver.
Comentários:
O diretor Terence Young que havia dirigido vários filmes de James Bond, o agente 007, entre eles "O Satânico Dr. No", "Moscou Contra 007" e "007 Contra a Chantagem Atômica", se uniu ao ator Charles Bronson no começo da década de 1970 para a realização desse violento filme de ação ambientado no sul da França. A temática obviamente tende para o lado mais violento, com Bronson interpretando um tipo de personagem que se repetiria ao longo de sua filmografia nos anos posteriores, a do homem sério e calado que partia para uma vingança insana após sofrer algum tipo de injustiça. Aqui ele se torna alvo de criminosos que levam sua esposa como refém, isso depois de desfrutar de longos anos de paz e felicidade ao lado dela. Terence Young assim se utiliza de sua experiência adquirida nos primeiros filmes da franquia 007 para incrementar várias cenas de pura ação, algumas até estilizadas, roubando um pouco da estética dos filmes de faroeste italianos, onde a violência não era apenas brutal como também quase caricatural. Por causa disso o filme acabou encontrando problemas de exibição em diversos países pelo mundo afora. Na Inglaterra, por exemplo, a British Board of Film Classification deu uma classificação etária muito alta, fazendo com que os produtores promovessem cortes, principalmente em cenas de nudez e de extrema violência, como a quebra do pescoço de um dos criminosos da fita. Mesmo assim o filme fez sucesso, fazendo com que Charles Bronson e Terence Young voltassem a trabalhar juntos nos filmes "Sol Vermelho" (1971) e "Os Segredos da Cosa Nostra" (1972), afinal de contas a parceira entre eles parecia funcionar muito bem.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 28 de março de 2016
Resgate Suicida
Título Original: North Sea Hijack
Ano de Produção: 1979
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: Cinema Seven Productions Ltd., Universal Pictures
Direção: Andrew V. McLaglen
Roteiro: Jack Davies
Elenco: Roger Moore, James Mason, Anthony Perkins
Sinopse:
Kramer (Anthony Perkins) é um terrorista que tem como alvo uma plataforma de perfuração de petróleo no Mar do Norte. Ffolkes (Roger Moore) é um milionário excêntrico que decide formar uma tropa de voluntários em busca de ação para enfrentar os terroristas no local. Chantageado, o governo inglês resolve ceder, dando uma chance para que Ffolkes e seus homens completem sua missão, que para alguns, seria também suicida.
Comentários:
Um trio de respeito protagoniza essa fita de ação do final dos anos 1970. Roger Moore, James Mason e Anthony Perkins formam o trio básico de personagens que se enfrentam em uma região fria e distante, já perto do polo norte. A intenção é retomar o controle de uma base de perfuração da indústria petrolífera nos mares do Norte que foi tomada de assalto por um grupo de terroristas internacionais. Obviamente se trata de mais uma tentativa de faturar uma bela bilheteria usando como atrativo de público a presença do ator Roger Moore. O astro estava colhendo os frutos da popularidade trazida pela franquia de James Bond e vinha de dois grandes sucessos comerciais: "007 - O Espião Que Me Amava" (onde interpretava pela terceira vez James Bond) e "Selvagens Cães de Guerra" (filme também dirigido pelo cineasta Andrew V. McLaglen). Assim os objetivos ficam claros desde a primeira cena. A intenção é realmente agradar ao público que havia lotado os cinemas nas duas produções anteriores. O resultado porém ficou abaixo das expectativas, talvez por causa do roteiro que foi criticado na época de lançamento do filme. Isso porém em nada atrapalha a diversão, ainda mais valorizada por uma atuação muito boa de Anthony Perkins! Nenhum ator foi tão perfeito para interpretar vilões insanos como ele! Sua atuação acaba valendo pelo filme inteiro.
Pablo Aluísio.