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quinta-feira, 7 de novembro de 2024

MaXXXine

Título no Brasil: MaXXXine 
Título Original: MaXXXine 
Ano de Lançamento: 2024
País: Estados Unidos
Estúdio: A24
Direção: Ti West
Roteiro: Ti West
Elenco: Charley Rowan McCain, Kevin Bacon, Simon Prast

Sinopse:
Maxine Miller (Charley Rowan McCain) é uma pornstar vivendo na Los Angeles dos anos 80. Ambiciosa e determinada a vencer na carreira de atriz de todo jeito, ela arranja um trabalho em filmes de terror de baixo orçamento. E as coisas começam a complicar quando ela passa a ser perseguida por um sujeito psicótico determinado a lhe fazer mal, muito mal. 

Comentários:
Apesar de certos exageros esse filme é realmente muito bom. Fiquei surpreso! Mais um acerto da produtora A24 que vem apostando há anos em histórias mais ousadas, criativas e até mesmo surpreendentes. Uma das melhores coisas desse filme foi a forma como capturaram o clima dos anos 80, pois a história se passa em 1985. Eu vivi essa época, dos videocassetes, onde o mundo era quase completamente analógico. Inclusive um dos melhores amigos da protagonista trabalha como atendente em uma locadora de vídeo. Os jovens de hoje em dia não sabem mais o que é isso. Era um outro mundo que não existe mais. E assim o filme capta muito bem não apenas o clima dos filmes pornôs da época, como também o universo dos filmes B de terror. produções feitas muitas vezes para serem lançadas diretamente no mercado de vídeo VHS. Tudo na linha podreira! E por apresentar uma linha narrativa de metalinguagem muito original, esse filme conseguiu trazer muito bem esse mesmo espírito para a vida real da jovem Maxine, uma vez que ela é perseguida justamente por um tipo de psicopata que parece ter saído de um filme slasher desses! Enfim, tudo muito criativo e bem elaborado. Esse filme vale a recomendação. 

Pablo Aluísio.

sábado, 28 de setembro de 2024

Quando os Jovens se Tornam Adultos

Quando os Jovens se Tornam Adultos
Resolvi rever Diner, um dos filmes da minha juventude. Eu sempre gostei desse filme e de tempos em tempos decido rever. A cada nova exibição vou descobrindo coisas novas. O filme é na realidade uma crônica na vida de um grupo de amigos que vivem em Baltimore na década de 1950. Eles estão justamente naquela fase em que a juventude vai chegando ao final e eles precisam tomar as responsabilidades de uma vida adulta em suas mãos. Não que todos eles queiram isso, mas é algo inevitável. O diretor Barry Levinson escreveu esse roteiro baseado em suas próprias lembranças, nos amigos de sua juventude. Então desde o começo é um filme sobre amizade e nostalgia. E isso se confirma em cada cena. 

O elenco é ótimo, formado por jovens atores que iriam se destacar no cinema nos anos que viriam. Cada um deles teria seu momento de sucesso, confirmando que era mesmo um grupo de atores diferenciado. O próprio Mickey Rourke teria nos anos 80 a sua década de ouro, onde iria atuar em excelentes filmes. Ele chegaria inclusive a ser comparado com Marlon Brando! Só para ter uma ideia do prestígio que ele alcançou naqueles anos. 

E Rourke interpreta o personagem mais interessante do filme, um jovem chamado Boogie. É um cara legal, mas tem seus problemas. Embora seja estudante de Direito e trabalhe em um Salão de Beleza para pagar seus estudos, ele tem o péssimo hábito de apostar em tudo, o que lhe coloca em situações perigosas, como dever grana de apostas para um tipo mafioso. Pior do que isso é dar em cima da esposa de um de seus amigos. Aí sim ele cruzou uma linha vermelha bem perigosa. 

O resto do elenco não é menos interessante. Steve Guttenberg interpreta o jovem que encontrou a garota ideal, aquela que ele deveria se casar. O problema é que no fundo ele tem medo de dar esse passo em direção à vida adulta. Casar significaria deixar os anos de juventude para trás de uma vez por todas. Para adiar seu casamento ele inventa coisas absurdas como fazer um quiz com a própria noiva sobre esportes. Se ela não obter uma boa pontuação, o casamento ficaria adiado de uma vez por todas! Kevin Bacon também está no filme. Antes do sucesso de Footloose ele interpreta esse jovem que não trabalha e nem estuda e tem problemas com bebidas. Definitivamente ele não é o orgulho da família!

Um filme muito bom, que só tem um deslize. Acontece na cena do cinema com o saco de pipocas. Achei aquela situação um pouco vulgar para um filme tão elegante. Ficaria legal e adequado para comédias picantes dos anos 80 como Porky's, mas para Diner, achei uma cena mal colocada, mal encaixada em um filme tão bom. Então é isso. Um filme que nasceu da nostalgia de seu diretor e que hoje em dia soa como pura nostalgia também em meu caso pessoal, pois foi um dos filmes que mais gostei quando era jovem, como os próprios personagens dessa preciosa película dos anos 80.

Pablo Aluísio. 

terça-feira, 16 de julho de 2024

Trilhos do Destino

Título no Brasil: Trilhos do Destino
Título Original: Rails & Ties
Ano de Lançamento: 2007
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Alison Eastwood
Roteiro: Micky Levy
Elenco: Kevin Bacon, Marcia Gay Harden, Miles Heizer

Sinopse:
Nesse filme o ator Kevin Bacon interpreta um maquinista de uma companhia ferroviária que tem muitos problemas pessoais e profissionais. Na vida pessoal sua esposa está morrendo de um câncer agressivo. Na vida profissional seu trem passa por cima de um carro parado nos trilhos, matando uma mulher. E as surpresas do destino ainda vão revelar mais surpresas em sua vida. 

Comentários:
Assisti até que com uma boa vontade, mas devo dizer que apesar de tudo o filme é fraco. A história começa bem, mas o roteiro tenta um plot twist que me pareceu mais do que forçado. Essa reviravolta envolve o filho da mulher que o personagem de Bacon acabou passando por cima com seu trem em alta velocidade. Ela parou o carro na linha porque queria se matar mesmo. Só que as autoridades abrem uma investigação porque segundo alguns especialistas daria para parar o trem, algo que não foi feito. O problema desse filme, em meu ponto de vista, é que ele vai deixando as boas ideias de lado para se tornar um dos filmes mais piegas que já vi em toda a minha vida. E isso definitivamente não é algo bom. Pieguice demais cheira mal! Enfim, filme fraco, piegas demais e em certos momentos, bem cansativo. 

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 5 de julho de 2024

Um Tira da Pesada 4

Um Tira da Pesada 4 
Parece que os anos 80 não vão acabar nunca! Primeiro Tom Cruise lançou Top Gun 2 e foi um grande sucesso de bilheteria. Agora Mel Gibson divulgou que vai fazer mais um filme da franquia Máquina Mortífera. Stallone segue fazendo seus filmes dos anos 80, mesmo que produzidos nos dias de hoje. Enfim, é realmente uma década que nunca vai terminar... pelo menos no cinema. No caso de "Um Tira da Pesada" o ator Eddie Murphy realmente não queria fazer mais um filme, ainda mais depois do fracasso comercial do terceiro filme. Foi necessário um cachê irrecusável e a garantia da Netflix para que ele finalmente dissesse sim. Também quis o controle dos bastidores, a tal ponto que surge como produtor executivo desse novo filme. Para Murphy o lançamento pela Netflix o poupava do stress de lançar nos cinemas, onde um filme pode afundar nas bilheterias. Na Netflix isso não aconteceria. Dessa maneira ele se sentiu pronto para voltar a interpretar esse antigo personagem de sua carreira. 

Então com todos os acordos e contratos realizados, o filme finalmente ficou pronto e chegou aos assinantes dessa plataforma de streaming. E então o que podemos dizer do resultado? Olha só, o filme em si não é ruim, sendo apenas muito limitado. É uma diversão limitada. Quando uso a palavra limitado estou me referindo a uma certa covardia de seus realizadores que simplesmente se apegaram à velha fórmula dos filmes de ação dos anos 80. Algo que vai agradar aos cinquentões que viram os primeiros filmes e o sucesso naquela época, mas que para os jovens de hoje em dia não vai parecer nada demais. E não é mesmo. É um filme sem criatividade, ousadia e originalidade. Apenas um produto nostálgico mesmo. Até a trilha sonora trouxeram de volta em cada cena mais impactante. Tudo bem, viva os anos 80, mas em termos de cinema esse é um filme genérico de ação como qualquer outro. Lamento. 

Um Tira da Pesada 4: Axel Foley (Beverly Hills Cop: Axel Foley, Estados Unidos, 2024) Direção: Mark Molloy / Roteiro: Danilo Bach, Daniel Petrie Jr, Will Beall / Elenco: Eddie Murphy, Kevin Bacon, Joseph Gordon-Levitt, Taylour Paige, Judge Reinhold, Paul Reiser, John Ashton / Sinopse: O policial Axel Foley (Murphy) está de volta à Beverly Hills, dessa vez para descobrir o paradeiro de seu velho amigo. Além disso ele vai precisar se acertar com sua filha, agora uma advogada, que tem muitas mágoas por ele ter abandonado sua mãe, anos atrás. 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 27 de dezembro de 2023

O Mundo Depois de Nós

Título no Brasil: O Mundo Depois de Nós
Título Original:  Leave the World Behind
Ano de Lançamento: 2023
País: Estados Unidos
Estúdio: Netflix
Direção: Sam Esmail
Roteiro: Rumaan Alam, Sam Esmail
Elenco: Julia Roberts, Mahershala Ali, Ethan Hawke, Kevin Bacon, Farrah Mackenzie, Alexis Rae Forlenza

Sinopse:
Uma típica família norte-americana decide passar o fim de semana em uma casa alugada, numa região mais afastada do stress do dia a dia das grandes cidades. Assim que chegam a internet cai e eles ficam isolados do resto do mundo e isso em um momento em que parece estar acontecendo algo grave dentro dos Estados Unidos. E para piorar surgem pessoas estranhas, que eles nunca viram antes, se dizendo ser os verdadeiros donos daquele lugar. 

Comentários:
Filme que foi lançado com destaque pela Netflix nesse final de ano. Despertou reações meio polarizadas, do tipo ame ou odeie. De minha parte achei um filme apenas morno. De ponto positivo posso citar o fato de que o roteiro mais sugere do que explica. Sinal de roteiro inteligente que não precisa ficar explicando tudo nos menores detalhes. O elenco também está, de maneira em geral, muito bem em cena, embora os personagens não sejam assim tão bem construídos e elaborados. De negativo posso dizer que a história realmente apresenta algumas falhas de lógica e mais do que isso, não demora muito e o filme cai em um  incômodo marasmo. Para quem gosta de histórias mais agitadas, com cenas de ação, não recomendaria esse filme. As coisas vão acontecendo lentamente, em seu próprio ritmo. Não é um filme que vá empolgar. E o final? Bom, eu teria algo melhor a fazer do que ver o episódio final de Friends! Essa seria uma opção um tanto boboca, mas cada um é cada um! Então é isso, um filme meramente regular que acerta ao não tentar explicar tudo, mas erra por ser muitas vezes lento demais para o ritmo dos espectadores dos dias atuais. 

Pablo Aluísio.

sábado, 7 de outubro de 2023

Sleepers: A Vingança Adormecida

Título no Brasil: Sleepers: A Vingança Adormecida 
Título Original: Sleepers
Ano de Lançamento: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: Polygram Filmed Entertainment
Direção: Barry Levinson
Roteiro: Lorenzo Carcaterra, Barry Levinson
Elenco: Robert De Niro, Kevin Bacon, Brad Pitt, Dustin Hoffman, Minnie Driver, Vittorio Gassman

Sinopse:
Depois de muitos anos, quatro amigos de infância e juventude se reencontram. As lembranças se tornam dolorosas porque eles na época cometeram um crime, foram presos e brutalizados na prisão. Superar tudo no presente será um novo desafio. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Música Original (John Williams). 

Comentários:
Em 1996 um jovem astro em ascensão chamado Brad Pitt atuou em um filme com o título de "Sleepers: A Vingança Adormecida", Dirigido pelo cineasta Barry Levinson, o filme contava com um grande elenco, cheio de astros, entre eles Robert De Niro, Kevin Bacon e Dustin Hoffman. No meio de tanta gente famosa, ficou um pouco mesmo complicado se destacar. É um filme bem interessante, mostrando quatro amigos de infância que foram detidos ainda na juventude, por onde sofreram todos os tipos de abusos e agressões. Muitos anos depois se reúnem e decidem se vingar de quem os violentou no passado. O filme não fez tanto sucesso, apesar dos nomes envolvidos, mas é um dos melhores da filmografia do ator, principalmente pelo seu roteiro, muito bem escrito. Além disso foi por demais interessante para Pitt atuar com tantos nomes consagrados de Hollywood ao mesmo tempo. Como ele mesmo disse em entrevista foi um "verdadeiro aprendizado". Provavelmente não fez o sucesso devido por causa do tema pesado. De qualquer forma deixo a dica desse excelente drama dos anos 90. 

Pablo Aluísio.

sábado, 5 de novembro de 2022

They / Them - O Acampamento

Nesse filme, o ator Kevin Bacon interpreta o coordenador de um acampamento. Só que não é um acampamento comum. Na realidade, é um acampamento onde jovens homossexuais que estão insatisfeitos com sua vida tentam mudar sua forma de ver a vida. Mudar sua orientação sexual. É a tal da cura gay sob um verniz mais civilizado. Vamos colocar nesses termos. Acontece que, na realidade, aquele acampamento que parece ser algo até bucólico e ligado à natureza, na verdade, foi um lugar onde no passado, vários crimes foram cometidos. E os jovens LGBTs não parecem muito empenhados em mudar sua orientação sexual. Para azar deles, também há um serial killer envolvido. Ele anda pelas sombras da Floresta, e de vez em quando mata um dos membros do acampamento. Quem poderia ser esse assassino em série? A dúvida fica no ar até a última cena do filme, como era de se esperar de um roteiro como esse.

Esse terror tem pouca coisa original e tem muita coisa copiada do passado. O roteiro é uma mistura irregular. A parte original vem do fato de que os jovens são LGBTs, que estão em um acampamento de cura gay soft. O roteiro até se esforça para desenvolver a personalidade de alguns deles. Nada muito aprofundado, apenas algo para que o público se importe quando eles estiverem em perigo. Agora, o que é realmente uma imitação barata dos filmes de terror dos anos 80 é o tal assassino mascarado com a faca. Até a máscara parece uma imitação da máscara de hockey usada por Jason na linha de filmes "Sexta-feira 13". Fica aquela sensação de que você já assistiu esse filme antes e ele era bem melhor. Assim, o que temos é um terror de mediano para fraco que não inova em quase nada. Não acho que vá satisfazer o admirador habitual de filmes de terror.

They / Them - O Acampamento (They/Them, Estados Unidos, 2022) Direção: John Logan / Roteiro: John Logan / Elenco: Kevin Bacon, Theo Germaine, Anna Chlumsky / Sinopse: Um grupo de jovens homossexuais é enviado para um acampamento sob pressão dos pais. E acabam a mercê de um perigoso assassino serial que começa a matar quem encontra pela frente.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2022

A Grande Comédia

Título no Brasil: A Grande Comédia
Título Original: The Big Picture
Ano de Produção: 1989
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Christopher Guest
Roteiro: Michael Varhol
Elenco: Kevin Bacon, Jennifer Jason Leigh, Martin Short, Teri Hatcher, Emily Longstreth, J.T. Walsh,

Sinopse:

Nesse filme Kevin Bacon interpreta um jovem cineasta que ganha um grande prêmio por seu primeira curta-metragem. Ele então parte para realizar seu grande sonho que é dirigir um filme em longa-metragem em Hollywood. Só que logo descobre que isso vai ser mais complicado do que ele imaginava.

Comentários:

Era para ser uma grande sátira em torno dos bastidores de Hollywood, só que ficou apenas no universo das boas intenções. O personagem de Kevin Bacon, um jovem que pensava que se tornar diretor de cinema em Hollywood seria fácil após ser premiado com um prêmio importante, pode até soar interessante. Provavelmente o roteiro foi escrito através experiências pessoais. Gente que tinha esse sonho e quebrou a cara, caiu do cavalo. A partir do momento em que se corre atrás desse objetivo a vida se torna um mar de frustrações. Os produtores são picaretas, os atores uns boçais egocêntricos e as atrizes umas mulheres que só pensam em ganhar um papel, mesmo que para isso tenham que ir para a cama de cada um que lhes aparece pela frente. Uma fauna nada animadora para quem acredita na Hollywood dos sonhos e das idealizações. Enfim, um filme meio sem graça que parece ser mais divertido no papel do que realmente é. Um filme mais do que esquecível.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 4 de novembro de 2021

Sobre Meninos e Lobos

Clint Eastwood é um grande cineasta. Se você ainda tem alguma dúvida sobre o grande talento dele na direção, é bom conhecer esse excelente drama, "Mystic River" (que no Brasil recebeu o curioso título de "Sobre Meninos e Lobos"). O roteiro não é definitivamente o que aparenta ser. Na superfície temos uma investigação policial envolvendo o desaparecimento de uma jovem garota, filha de Jimmy Marcus (Sean Penn). Quando seu amigo de longa data, Sean Devine (Kevin Bacon), descobre o corpo da menina em um riacho, uma avalanche de sentimentos há muito enterrados voltam à tona, revelando traumas de infância e emoções reprimidas que explodem de forma incontrolável. Clint Eastwood, aqui trabalhando apenas como diretor, conseguiu um grande feito, extraindo maravilhosas atuações, em especial do trio central formado por Penn, Bacon e Robbins, esse último em uma das melhores atuações de toda a sua carreira. A fotografia assinada por Tom Stern também impressiona por explorar visualmente o sentimento interno de cada personagem torturado.

O romance escrito pelo autor Dennis Lehane, que deu origem ao roteiro do filme, é tão rico em nuances psicológicas que apenas um cineasta talentoso como Eastwood poderia transpor algo assim para a tela. No final das contas é uma história sobre traumas, culpas e redenção pessoal. Sem sombra de dúvida uma brilhante obra cinematográfica que vai fundo na alma humana. E coroando tudo, o filme recebeu vários prêmios. Foi vencedor do Oscar nas categorias de Melhor Ator (Sean Penn) e Melhor Ator Coadjuvante (Tim Robbins). Também indicado nas categorias de Melhor Filme, Roteiro Adaptado, Direção e Atriz Coadjuvante (Marcia Gay Harden). Vencedor do Globo de Ouro nas categorias de Melhor Ator (Sean Penn) e Melhor Ator Coadjuvante (Tim Robbins). Igualmente indicado ainda nas categorias de Melhor Filme - Drama, Direção e Roteiro Adaptado.

Sobre Meninos e Lobos (Mystic River, Estados Unidos, 2003) Direção: Clint Eastwood / Roteiro: Brian Helgeland, Dennis Lehane / Elenco: Sean Penn, Tim Robbins, Kevin Bacon, Laurence Fishburne, Marcia Gay Harden / Sinopse: Traumas de um passado que parecia distante retornam quando o corpo de uma menina é encontrado. Ela foi vítima de um crime brutal.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 7 de julho de 2021

O Lenhador

Há salvação para um pedófilo? Existiria redenção para um molestador de crianças? Perguntas pesadas que o roteiro desse ótimo filme tenta responder. O personagem principal, interpretado por um empenhado Kevin Bacon, é um sujeito que passou 12 anos preso por seus crimes, justamente esses de ordem sexual contra crianças. De volta à sociedade, após cumprir sua pena, ele tenta recomeçar a vida. Vai ser complicado, ainda mais depois que ele retorna para sua cidade natal, onde praticamente todos os moradores conhecem seu passado. E ele vai vivendo, um dia de cada vez, tentando reconquistar a confiança de seus parentes, conhecidos e moradores da cidade. Só que é complicado. Sempre que chega perto de alguma escola ou local com crianças todos ficam desconfiados e constrangidos com sua presença. Uma questão que nunca parece ser esquecida pelos que vivem ali naquela região.

O filme é um drama pesado que apresenta um roteiro muito bem escrito. Não poderia ser diferente por causa do tema delicado que desenvolve. Não poderia adotar inteiramente a posição de seu protagonista e nem tampouco o condenar de maneira sumária. Sobra o meio termo, demonstrando bem que existe o aspecto legal e o moral. No aspecto legal, após cumprir os anos de prisão, ele nada mais deve para o sistema judiciário. Porém do aspecto moral, por causa da natureza de seus crimes, ele estaria condenado para todo o sempre na mente das pessoas. Assista ao filme e entenda essa questão tão importante e relevante.

O Lenhador (The Woodsman, Estados Unidos, 2004) Direção: Nicole Kassell / Roteiro: Steven Fechter, Nicole Kassell / Elenco: Kevin Bacon, Kyra Sedgwick, David Alan Grier, Benjamin Bratt / Sinopse: Um molestador de crianças retorna à sua cidade natal depois de 12 anos na prisão e tenta começar uma nova vida. E ele parece disposto a tudo para reconquistar a confiança das pessoas, apesar dos crimes terríveis que cometeu em seu passado.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 6 de abril de 2021

Você Deveria Ter Partido

Título no Brasil: Você Deveria Ter Partido
Título Original: You Should Have Left
Ano de Produção: 2020
País: Estados Unidos
Estúdio:  Blumhouse Productions
Direção: David Koepp
Roteiro: David Koepp, Daniel Kehlmann
Elenco: Kevin Bacon, Amanda Seyfried, Avery Tiiu Essex, Colin Blumenau, Lowri Ann Richards, Eli Powers

Sinopse:
Um casal, prestes a entrar numa crise conjugal, decide viajar para o País de Gales para passar um mês de férias. Eles alugam uma casa bem isolada, no alto de uma colina e a partir do momento que entram nela começam a acontecer situações sem explicação, de natureza sobrenatural.

Comentários:
Mais um filme da companhia cinematográfica Blumhouse, especialista em filmes de terror. Aqui tentaram reciclar a velha história das casas mal assombradas. O problema é que esse tipo de filme só funciona bem com velhas mansões vitorianas, com aquele clima gótico que já ganha o jogo antes mesmo de surgir os acontecimentos sobrenaturais. O problema é que a casa desse filme é moderna, com arquitetura sóbria, linhas frias, sem charme, sem maiores atrativos. O roteiro tenta passar por cima disso explicando que no local onde a casa foi construída havia no passado uma velha torre, que lendas diziam ter sido construído pelo Diabo. Mesmo assim a coisa toda não se desenvolve bem. E olha que esse mesmo roteiro até tem boas ideias, como a explicação sobre o passado do personagem de Kevin Bacon e suas falhas como ser humano. Terror psicológico dos bons. Porém muito do suspense se perde por causa do cenário mesmo, que mais parece uma casa de algum yuppie de Nova Iorque. Não, sou da opinião de que filmes com casas com eventos sobrenaturais precisam ter um certo design de coisa antiga, secular e sinistra. Da maneira que fizeram esse filme muito potencial de suspense simplesmente se perdeu.

Pablo Aluísio.

Ela Vai Ter um Bebê

Título no Brasil: Ela Vai Ter um Bebê
Título Original: She's Having a Baby
Ano de Produção: 1988
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: John Hughes
Roteiro: John Hughes
Elenco: Kevin Bacon, Elizabeth McGovern, Alec Baldwin, James Ray, Holland Taylor, William Windom

Sinopse:
Jake Briggs (Kevin Bacon) se casa com a jovem e bela Kristy (Elizabeth McGovern). E como jovens recém-casados, eles ​​descobrem como estão despreparados estão para o futuro juntos. E as coisas se complicam ainda mais quando ela revela que está esperando um filho!

Comentários:
Depois do sucesso de "Footloose - Ritmo Quente" o ator Kevin Bacon recebeu inúmeras propostas para atuar em outros musicais dos anos 80. Só que ele decidiu que não ia cair nessa. Assim procurou por outros tipos de roteiros. Acabou firmando uma boa parceria com o diretor John Hughes, que também procurava por mudar os rumos de sua carreira. Ele foi diretor dos melhores filmes sobre adolescentes dos anos 80. Considerado um verdadeiro mestre nesse estilo ele então escreveu o roteiro desse que foi considerado seu primeiro filme sobre temas mais maduros. Seu primeiro filme adulto. O tema girava em torno de um jovem casal que tinha que lidar com os problemas envolvendo um casamento e a chegada do primeiro filho. Era baseado, de certa forma, na própria vida de Hughes. Quem curtia seus filmes mais leves, sobre jovens no ensino médio, levou um certo susto. Porém o fato é que esse é um filme muito bom, que resistiu bem ao tempo. Um dos melhores da produtiva e bem sucedida carreira do diretor. Uma bela crônica sobre jovens adultos tentando encontrar seu lugar no mundo.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 29 de outubro de 2019

Tudo por Você

A história do filme, baseada em fatos reais, se passa na década de 1950. A atriz Renée Zellweger,interpreta a esposa que cansada das infidelidades do marido decide acabar com seu casamento. Ela pega seus dois filhos adolescentes, compra um carro e cai na estrada, sem rumo e sem destino, apenas procurando por um futuro melhor. E dentro de uma mentalidade da época aposta em encontrar um novo marido, já que ela não tem trabalho (e nem profissão) para sustentar a si e aos seus filhos. Nessa busca acaba encontrando diversos homens problemáticos. Desde um militar linha dura que parece não ter muito o juízo no lugar, até um mentiroso compulsivo, já casado, que tenta se casar com ela e é impedido no último momento por sua esposa. Um galeria de horrores do sexo masculino.

O pior é que a personagem de Renée Zellweger nunca foi uma boa mãe, nunca foi presente na vida dos filhos. Na estrada eles finalmente acabam desenvolvendo um relacionamento emocional completo, com as idas e vindas da mãe fora dos padrões. O mais interessante nesse filme é que ele conta na verdade a história da família do ator George Hamilton (que inclusive é um dos produtores do filme). Ele quis na verdade imortalizar a história da própria mãe que passou por diversas dificuldades antes de ir parar em Los Angeles, cidade onde a família finalmente encontrou um meio de vida para sobreviver. Justamente a carreira de George que desde muito jovem começou a fazer filmes em Hollywood.

Com uma excelente produção, ótima reconstituição de época, o filme só erra mesmo com o número de filhos. Na realidade eram três jovens e não dois, como mostrado aqui. Os roteiristas decidiram que seria melhor para contar a história do filme. Não faz mal, ainda assim "Tudo por Você" é um bom resgate de um tempo que ficou no passado, mas que deixou saudades em muita gente que viveu aquela época. E para quem gosta dos filmes de George Hamilton e seu eterno bronzeado, fica a dica dessa colorida produção que conta parte importante de sua história.

Tudo por Você (My One and Only, Estados Unidos, 2009) Direção: Richard Loncraine / Roteiro: Charlie Peters / Elenco: Renée Zellweger, Kevin Bacon, Logan Lerman, Mark Rendall / Sinopse: Depois de sofrer todos os tipos de traição por parte do marido músico, jovem esposa decide pegar os dois filhos adolescentes e ir embora, procurando por um novo destino em sua vida. Filme premiado no Berlin International Film Festival.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 3 de maio de 2017

O Dia do Atentado

Inicialmente não estava com muita vontade de assistir a esse filme. Como muitas pessoas que acompanharam os fatos na época do atentado em Boston, fiquei com a sensação de que o assunto já estava saturado. Foi algo marcante, mas assistir a um filme sobre isso não me animava muito. Porém como o filme estreou no Brasil nessa semana resolvi dar um voto de confiança ao diretor Peter Berg e ao ator Mark Wahlberg e resolvi conferir o filme. Olha, devo dizer que fui completamente surpreendido (mais uma vez!). O filme é muito bom, diria até mesmo excelente.

Sem perder tempo com bobagens o roteiro vai direto ao ponto. Em poucos minutos somos apresentados ao protagonista, o oficial da polícia de Boston Tommy Saunders (Mark Wahlberg) e em trinta minutos as cartas já estão na mesa. O atentado é cometido na maratona de Boston e começam as investigações para descobrir quem seria o autor daquele crime terrível. É a tal coisa, nem considero esse tipo de informação como spoiler porque os eventos reais são amplamente conhecidos pelo público. A não ser que você more na Coreia do Norte certamente sabe do que se trata a história do filme e como se deu seus principais desdobramentos - diria até mesmo seu final, como tudo acaba. É algo notório.

Isso porém passa longe de ser o mais importante aqui. O que realmente importa é a preciosa direção do cineasta Peter Berg que deu um dinamismo acima da média ao filme. Embora tenha mais de duas horas de duração, esse é aquele tipo de filme que você nem percebe que o tempo está passando. O elenco também está muito bem escolhido. Mark Wahlberg vem crescendo bastante na carreira. De astro chocho e sem graça ele vem conquistando cada vez mais espaço com bons filmes. Ele parece saber muito bem onde atuar. Suas escolhas andam certeiras nesse aspecto. Kevin Bacon, como o agente do FBI, também acertou em cheio. Ele tem uma participação bem pontual, mas igualmente importante.

E por falar em pequenas, mas preciosas atuações, o que podemos dizer do sargento interpretado por  J.K. Simmons? Ele começa surgindo apenas em pequenos momentos até entrar pra valer na cena que considero a melhor de todo o filme, quando a polícia de Boston encurrala o carro dos terroristas numa rua residencial suburbana da cidade. Excelente sequência, com trocas de tiros face a face! Enfim, falar mais seria estragar surpresas. Tudo o que você precisa saber mesmo no final é que "O Dia do Atentado" é um dos melhores filmes de 2017. Muito, muito bom!

O Dia do Atentado (Patriots Day, Estados Unidos, 2016) Direção: Peter Berg / Roteiro: Peter Berg, Matt Cook / Elenco: Mark Wahlberg, Kevin Bacon,  John Godman, J.K. Simmons, Michelle Monaghan/ Sinopse: Oficial do Departamento de Polícia de Boston é designado para participar da segurança da maratona anual da cidade. Inicialmente ele fica bem contrariado de ter que trabalhar naquele dia, em um serviço que ele considera de rotina. Tudo muda dramaticamente quando um atentado é cometido bem na linha de chegada da maratona, levando Boston a entrar em um situação de segurança nacional contra atentados terroristas. Filme baseado em fatos reais.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Garotas Selvagens

Título no Brasil: Garotas Selvagens
Título Original: Wild Things
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos
Estúdio: Mandalay Entertainment
Direção: John McNaughton
Roteiro: Stephen Peters
Elenco: Kevin Bacon, Matt Dillon, Neve Campbell, Denise Richards, Theresa Russell, Robert Wagner, Bill Murray
  
Sinopse:
O professor Sam Lombardo (Matt Dillon) é detido, acusado de ter estuprado uma aluna, Kelly Van Ryan (Denise Richards), de uma tradicional família da Flórida. O detetive Ray Duquette (Kevin Bacon) começa então a investigar o caso e encontra furos e histórias mal contadas. Mesmo com a testemunha de Suzie Toller (Neve Campbell), outra aluna, de origem humilde, ele acredita que a verdade não está com a versão que as garotas contam.

Comentários:
Nunca gostei muito desse filme, isso apesar de contar com um ótimo elenco, uma mistura esperta entre veteranos e estrelas jovens em ascensão. A tentativa de tornar tudo sensual em uma história de cobiça, luxuria e traição, só funciona em termos. Quando tudo desanda para a (quase) vulgaridade, o filme se perde bastante. É um filme curioso também porque foi produzido pelo ator Kevin Bacon que usou seu prestígio pessoal e amizades no meio cinematográfico para trazer gente como Robert Wagner e Bill Murray em pequenas pontas. Também foi o filme que transformou as gatinhas adolescentes Neve Campbell e Denise Richards em musas sensuais para os jovens dos anos 90. Pena que nenhuma delas acabou fazendo uma carreira mais consistente nos anos que viriam. Pelo visto, como costumava dizer John Lennon, um rostinho bonito só dura alguns anos, depois se não tiver talento dramático real a carreira entra em pane, levando todas elas para um ostracismo. Então é isso, hoje em dia "Wild Things" já nem parece mais tão selvagem, embora na época de seu lançamento tenha chamado bastante a atenção. Revisto, vale como mera curiosidade.

Pablo Aluísio.

domingo, 8 de janeiro de 2017

No Embalo da América

Título no Brasil: No Embalo da América
Título Original: Telling Lies in America
Ano de Produção: 1997
País: Estados Unidos
Estúdio: Banner Entertainment
Direção: Guy Ferland
Roteiro: Joe Eszterhas
Elenco: Kevin Bacon, Brad Renfro, Maximilian Schell
  
Sinopse:
O filme conta a estória do imigrante Karchy (Brad Renfro) que deixa seu país natal, a Hungria, e se muda para os Estados Unidos durante a década de 1960. Lá ele conhece um novo mundo, uma nova cultura. Aos poucos vai se enturmando no novo lar. Sua vida muda porém quando conhece o DJ Billy Magic (Kevin Bacon) que promove eventos e concursos de canto, música e dança. Filme premiado pelo National Board of Review.

Comentários:
Sempre vi essa produção como uma tentativa do ator Kevin Bacon em repetir o sucesso do musical "Footloose". Dito isso é bom saber que o filme realmente não é grande coisa. Tem uma estorinha meio derivativa, quase boba, e algumas músicas pelo menos interessantes na trilha sonora. É um filme independente baseado em parte na história do próprio escritor Joe Eszterhas, também um imigrante que foi tentar "fazer a América". De certa forma, se tivesse seguido mais à risca a história real o filme poderia ser mais interessante, porém como ele é parte ficcional, não se pode esperar por nada muito espetacular. Curiosamente o roteiro só conseguiu ser filmado por causa do ator veterano Maximilian Schell. Ele comprou os direitos da adaptação e praticamente bancou de forma independente a produção do filme. Não era necessário tanto esforço, já que "Telling Lies in America" passa longe de ser uma obra prima ou algo que o valha. Embora tenha uma bonita direção de arte, com boa reconstituição de época, com todos aqueles carrões do modelo rabo de peixe dos anos 60, o roteiro deixa um pouco a desejar. Nada é muito dramático ou forte. Tudo soa meio plástico e vazio. No geral é apenas levemente divertido, nada muito acima da média. Para os fãs de Kevin Bacon (apenas para eles, é bom frisar) porém até que pode ser interessante. Mesmo assim não vá esperando por nada muito marcante ou fenomenal.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

A Escuridão

Uma família vai até o Grand Canyon para fazer turismo. Uma vez lá o garoto Michael (David Mazouz) acaba encontrando algumas pedras antigas, provavelmente de origem indígena. Sem pensar muito sobre o que descobriu acaba levando elas para casa. Seu pai Peter Taylor (Kevin Bacon) e sua mãe Bronny (Radha Mitchell) logo percebem que há algo de errado. Barulhos, sombras e um ataque na cama da irmã de Michael mostram que a casa está assombrada por alguma força maligna e sinistra que eles não conseguem compreender. "The Darkness" é um novo filme de terror que está chegando ao mercado. O roteiro é até interessante porque foge um pouco do lugar comum. O pequeno Michael sofre de autismo e conforme somos informados durante o filme ele acaba se tornando um imã para espíritos perdidos e torturados.

Na verdade o garoto leva para casa sem saber antigas pedras rituais, usadas para aprisionar espíritos indígenas pertencentes a uma antiga civilização chamada Anastasi. Esse era um povo místico e muito espiritualizado que sumiu sem deixar rastros ou explicações. Quando essas pedras sagradas são levadas pelo jovem para sua casa os problemas começam a surgir. O filme me lembrou em alguns momentos do clássico "Poltergeist", isso porque tal como acontecia naquela produção aqui também temos assombrações com ligações nativas, dos antigos povos que povoaram a América antes da chegada dos colonizadores. É uma outra pegada, um outro tipo de espiritualidade. Dito isso, é verdade também que os roteiristas poderiam aproveitar melhor o tema. Alguns sustos são clichês e a cena final, o clímax, deixa um pouco a desejar. Os efeitos especiais e os sustos são, de certa maneira, econômicos, nada de muito exagerado ou impressionante. No geral vale por fugir um pouco do que estamos acostumados a ver, embora, como escrevi, pelo potencial poderia ser bem melhor.

A Escuridão (The Darkness, Estados Unidos, 2016) Direção: Greg McLean / Roteiro: Shayne Armstrong, Shane Krause / Elenco: Kevin Bacon, Radha Mitchell, David Mazouz / Sinopse: Uma família passa a ser assombrada por espíritos malignos antigos pertencentes à antiga civilização Anastasi. Para ajudá-los nessa verdadeira batalha espiritual eles resolvem contactar uma velha curandeira mexicana que promete limpar sua casa do mal que lá se instalou.

Pablo Aluísio.

domingo, 29 de novembro de 2015

O Rio Selvagem

Um dos mais diferenciados filmes da carreira da grande Meryl Streep. Já percebi que ela, de tempos em tempos, procura realizar filmes menos pretensiosos, com menos cara de Oscar. Provavelmente faça esse tipo de coisa para não virar uma atriz que só possa trabalhar em filmes importantes, com tramas edificantes e roteiros épicos! Até Meryl Streep precisa relaxar de vez em quando. Quando esse filme foi lançado ela afirmou que havia aceitado topar participar porque estava querendo tirar longas férias - então como o filme foi rodado numa das regiões mais bonitas de Montana (nas reservas de Kootenai River e Glacier National Park) ela percebeu que poderia unir o útil ao agradável.

O roteiro não apresenta nada demais, de certa forma temos aqui um thriller sem maiores surpresas. Vale a pena porém porque, como eu já escrevi, temos Meryl Streep em um papel diferente, mais físico do que dramático. Ao lado de Kevin Bacon ela acabou tomando belos caldos nos bonitos rios daquela região. Por ser divertido e nada Oscarizável, já está de bom tamanho. Indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Atriz (Meryl Streep) e Melhor Ator Coadjuvante (Kevin Bacon). Também indicado ao Screen Actors Guild Awards na categoria de Melhor Atriz (Meryl Streep). PS: como se pode perceber a Meryl pode atuar em qualquer coisa que ela sempre, mas sempre mesmo, será indicada para algum prêmio do cinema americano!

O Rio Selvagem (The River Wild, Estados Unidos, 1994) Direção: Curtis Hanson / Roteiro: Denis O'Neill / Elenco: Meryl Streep, Kevin Bacon, David Strathairn / Sinopse: Filme de ação explorando as perigosas corredeiras de um verdadeiro rio selvagem. Emoção, suspense e ação em cada curva do rio.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Aliança do Crime

Boston, 1975. James 'Whitey' Bulger (Johnny Depp) é um criminoso sem maior expressão do submundo de uma cidade cada vez mais dominada pela máfia italiana. Para o FBI o principal objetivo passa a ser combater o crime organizado desse grupo mafioso. Em busca de informantes nas ruas o agente do FBI John Connolly (Joel Edgerton) acaba convencendo seus superiores a colocarem Bulger na sua lista de colaboradores. Isso acaba criando uma espécie de "imunidade" informal para Bulger que começa assim a ampliar seu domínio pela cidade, principalmente após a prisão do chefe da família Angiulo. Envolvido em apostas ilegais, assassinato, tráfico de armas e de drogas, extorsão e prostituição, o gângster começa a se tornar um dos maiores chefões de todo o estado, tudo com amparo indireto do próprio FBI. Afinal o agente Connolly que o conhece desde a infância está sempre encobrindo seus atos criminosos. Para completar o seu próprio irmão, Billy Bulger (Benedict Cumberbatch), acaba se tornando um político bem sucedido, principalmente com o apoio da comunidade irlandesa de Boston. O império de Bulger porém começa a ruir quando novos agentes do Bureau passam a desconfiar de que há algo muito errado no combate ao crime naquela divisão. Inexplicavelmente, apesar de seus vários e notórios crimes, Bulger continua à solta, agindo livremente, demonstrando que nem o FBI está livre de ter em seus quadros membros envolvidos com corrupção. A história de "Aliança do Crime" foi baseada em fatos reais. O bandido interpretado por Johnny Depp foi por muitos anos um dos mais procurados criminosos dos Estados Unidos. Na verdade ele acabou se tornando o resultado de uma política equivocada por parte do FBI nas décadas de 1970 e 1980. Na tentativa de prender os principais chefões da máfia italiana a agência acabou firmando pactos não oficiais com criminosos, alguns deles de baixo escalão. Com a prisão das principais famílias mafiosas acabou se abrindo um vácuo de poder dentro do mundo do crime, sendo que foi justamente dentro desse espaço que cresceram novos chefões como James 'Whitey' Bulger.

Três coisas chamam a atenção na produção. A principal delas é a maquiagem do ator Johnny Depp. Usar forte maquiagem não é nenhuma novidade em sua carreira, aliás isso é o comum em suas atuações. No caso desse filme Depp acabou ficando quase irreconhecível. Parecendo ser bem mais velho, calvo, cabelos brancos e com dentição ruim, nem seus olhos escaparam da transformação. Surgem opacos e sem vida, retratando o estado psicológico psicopata de seu personagem. Realmente parece uma outra pessoa. Depp tentou um encontro com o verdadeiro James 'Whitey' Bulger que atualmente está cumprindo pena de prisão perpétua, mas não conseguiu. O infame criminoso não quis saber da adaptação de sua vida para as telas. Ele já está com quase 90 anos e nessa altura de sua vida não quer mais reviver velhas histórias de seu passado criminoso. O segundo aspecto a se destacar em "Aliança do Crime" é a tentativa por parte do diretor Scott Cooper (de "Coração Louco" e "Tudo por Justiça") em recriar o antigo estilo das produções sobre máfia da década de 1970. A fotografia saturada, com jeitão de filme antigo, tenta assim ressuscitar aquele clima antigo. Como ele não é Martin Scorsese ou Francis Ford Coppola, o resultado se torna apenas parcialmente bem sucedido. Faltou a Cooper melhor humanizar (ou desumanizar, dependendo do ponto de vista) seus principais personagens. A vida familiar e pessoal de Bulger, por exemplo, só é em parte bem desenvolvida. Descobrimos que ele perdeu um filho ainda muito jovem por causa de uma doença rara, porém isso não é melhor explorado. Sua esposa simplesmente desaparece a partir de determinado ponto do roteiro, sem maiores explicações. As reais motivações do agente Connolly também nunca ficam muito claras. Ele seria apenas um sujeito meio bobo e sem noção ou teria de fato interesses maiores na atuação de seu conhecido de infância, Bulger? Por fim e não menos importante, o roteiro apesar de apresentar essas falhas, até que se sai razoavelmente bem ao contar uma história que se prolonga por várias décadas. A principal referência que o espectador se lembrará será de filmes como "Os Bons Companheiros" ou "O Pagamento Final". Como Cooper porém jamais será Scorsese ou De Palma, temos assim apenas um bom filme e não uma obra prima como certamente teria acontecido caso fosse dirigido por esses mestres.

Aliança do Crime (Black Mass, Estados Unidos, Inglaterra, 2015) Direção: Scott Cooper / Roteiro: Mark Mallouk, Jez Butterworth / Elenco: Johnny Depp, Kevin Bacon, Joel Edgerton, Benedict Cumberbatch, Dakota Johnson / Sinopse: Durante a década de 1970 o criminoso James 'Whitey' Bulger (Johnny Depp) se torna informante do FBI em Boston. Ele repassa aos federais informações sobre as atividades criminosas da família mafiosa Angiulo. Com a prisão de seus membros a cidade acaba se tornando um território livre para que Bulger expanda sua rede de atividades ilegais. Jogos, apostas, prostituição, tráfico de armas, extorsão e comércio de drogas o tornam um sujeito rico e poderoso do submundo. E tudo isso contando com a preciosa ajuda do agente do próprio FBI John Connolly (Joel Edgerton). Filme vencedor do Hollywood Film Awards na categoria de Melhor Edição.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 1 de setembro de 2015

A Viatura

Título Original: Cop Car
Título no Brasil: A Viatura
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos
Estúdio: Focus World
Direção: Jon Watts
Roteiro: Jon Watts, Christopher D. Ford
Elenco: Kevin Bacon, Shea Whigham, James Freedson-Jackson, Hays Wellford
  
Sinopse:
Enquanto "desova" um corpo de um criminoso no meio do deserto do Colorado, o xerife Kretzer (Kevin Bacon) se vê numa situação inesperada. Enquanto joga o cadáver em um poço próximo, dois garotos, menores de dez anos, entram em seu carro patrulha e saem em disparada. Detalhe: há um homem jogado no porta-malas da viatura, um sujeito que Kretzer estava prestes a executar! Agora o policial tentará de todas as formas recuperar o veículo antes que suas atividades criminosas sejam descobertas pela polícia do condado. Filme indicado no Edinburgh International Film Festival na categoria de Melhor Direção (Jon Watts).

Comentários:
Em algumas situações basta um roteiro esperto para que o diretor consiga contar uma boa história. O enredo desse filme se passa em uma só situação, com obviamente vários desdobramentos. A história é simples: o xerife corrupto de uma pequena cidade do Colorado resolve eliminar alguns criminosos que estavam em seu caminho. Ele os jogam no porta-malas de seu carro patrulha e ruma em direção ao deserto. Sua intenção é executar os dois e depois jogar os corpos em um poço esquecido no meio do nada. Enquanto dá cabo do primeiro bandido, dois garotos que estavam por ali por perto brincando, descobrem seu carro aberto, as chaves e resolvem sair dirigindo o veículo, obviamente pensando em se divertir. O problema é que o outro sujeito que o xerife queria eliminar ainda está no porta-malas da patrulha. Inicia-se então um jogo de gato e rato, com o tira tentando recuperar o carro antes que suas atividades sejam descobertas e os garotos, meio aterrorizados ainda com a situação, tentando escapar ilesos de tudo. 

Nesse meio tempo surgem cenas absurdas, de puro nonsense, com os meninos brincando com equipamentos perigosos que estavam dentro da viatura. Imagine dois garotos com pistolas, escopetas e armas pesadas, tentando dar tiros com elas, mas sem saber direito como proceder! O diretor Jon Watts é praticamente um estreante no cinema, vindo das séries de TV ele acabou filmando esse bom filme policial de humor negro (em termos) baseado em seu próprio roteiro. O resultado é muito bom, até porque Watts teve o bom senso de realizar um filme curto, o que lhe dá uma agilidade e uma eficiência no desenvolvimento dos acontecimentos, tudo sem excessos ou enrolações desnecessárias. Bacon, extremamente magro e com um bigode estranho, está muito bem caracterizado em seu personagem. Um xerife que em pouco menos de trinta minutos de duração do filme consegue violar inúmeros artigos do código penal. Um tira nada honesto e nem correto. Seu personagem é certamente uma das melhores coisas de toda a fita. 

Pablo Aluísio.