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sábado, 6 de janeiro de 2024

As Aventuras de Tintim

Argumento e roteiro: O roteiro de "As Aventuras de Tintim" é bastante feliz no aspecto de não deixar a bola cair nunca durante a projeção do filme. O ritmo é realmente de história em quadrinhos, com muita ação e bom humor mesclados de forma a não deixarem o espectador se entediar ou perder o interesse pelo que se passa na tela. O ritmo é ágil e adequado a proposta do personagem. Até mesmo o desvendamento do mistério no qual a trama se desenvolve é bem roteirizado. Nunca fui leitor do personagem Tintim mas pelo que ando lendo o filme realmente é fiel à obra original. Então mais um ponto positivo para o roteiro aqui.

Produção: Assim como "A Invenção de Hugo Cabret" aqui a produção ganha importância ímpar. O filme é todo produzido em cima da tecnologia de captação de movimentos, algo que se desenvolveu absurdamente desde os tempos de "O Expresso Polar", um dos primeiros filmes comerciais a usar dessa técnica. Em Tintim se nota muito bem que os personagens ganharam bastante em termos de expressividade, inclusive facial. O ambiente também está extremamente bem feito, inclusive o próprio oceano é recriado com ótima veracidade (sempre houve problemas em recriar água e fumaça digitalmente). Em resumo a produção é de encher os olhos do espectador.

Elenco: Em um filme baseado na tecnologia de captação de movimentos é até complicado avaliar o elenco do filme. Os produtores ainda tentaram emplacar uma indicação para o ator Andy Serkis (que faz o Capitão Haddock, o melhor personagem do filme) mas não conseguiram. Pelo visto a Academia ainda não comprou essa ideia, quem sabe no futuro. De qualquer forma o elenco deve ser reconhecido - principalmente aos que além das vozes também contribuíram fazendo as cenas para posterior recriação digital.

Direção: O maior receio dos fãs de Tintim quando Steven Spielberg anunciou seus planos de fazer um filme sobre o personagem era de que suas conhecidas pieguices e sentimentalismos estragassem o projeto. Bom, podem ficar tranquilos. Spielberg apenas dá o melhor de seu talento e não deixa seus defeitos atrapalharem o resultado final. Na minha opinião esse é o melhor trabalho do diretor em muito tempo. Ele foi muito feliz na transposição do personagem de quadrinhos para a telona. Não se colocou á frente do espírito da obra original e nem tampouco atrapalhou essa adaptação com egos inflados. Foi discreto e fiel ao autor Hergé, o que é uma qualidade e tanto. O final abre margem para futuras continuações, demonstrando que Spielberg tem esperanças de inaugurar uma nova franquia. Se tudo der certo e as sequências conseguirem manter o mesmo nível dessa produção então teremos boas coisas vindo por aí. Vamos aguardar.

As Aventuras de Tintim (The Adventures of Tintin: The Secret of the Unicorn, Estados Unidos, 2011) Diretor: Steven Spielberg / Roteiro: Steven Moffat, Edgar Wright, Joe Cornish, baseado na obra de Hergé / Elenco: Vozes na versão original de: Daniel Craig, Simon Pegg, Jamie Bell, Andy Serkis, Cary Elwes, Toby Jones, Nick Frost, Tony Curran, Sebastian Roché, Mackenzie Crook / Sinopse: adaptação do personagem Tintim do desenhista belga Hergé

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

Glass Onion

Glass Onion
Existe filmes que são bons, mas que a crítica não dá muita bola. E existe filmes que são apenas medianos, mas que os críticos colocam lá em cima, como se fossem grandes maravilhas cinematográficas. Esse filme aqui é justamente desse segundo grupo. Veja bem, não é um filme ruim, mas também não é essa maravilha toda que a crítica especializada tentou convencer. Em termos de roteiro, não vi nada de muito original. Essa fórmula é antiga, já era usada brilhantemente pela escritora Agatha Christie há muitas décadas atrás. Resume em colocar um grupo de pessoas em um ambiente fechado para descobrir qual delas teria cometido um crime. Para tornar isso tudo ainda mais difícil, todas elas teriam, de uma forma ou outra, uma razão para cometer esse assassinato. É justamente isso o que vemos no roteiro desse filme. 

Um milionário boçal resolve reunir um grupo de amigos em sua ilha particular. O lugar é o símbolo da breguice de um novo rico com todos os exageros que você possa imaginar. Ele então, propõe um jogo. Seus convidados vão ter que descobrir quem teria lhe matado. Coisa de gente rica e entediada. Vários problemas acontecem. O milionário fica surpreso ao descobrir que o assim aclamado "maior detetive do mundo" está na ilha, mesmo que ele não o tenha convidado. E uma das convidadas que não era esperada, pois se presumia que ela havia sido morta, também aparece por lá. O mistério não se revela grande coisa e se resolve facilmente!. E isso se torna bem decepcionante. A produção é muito boa. E o elenco é acima da média, sob qualquer ponto de vista. Entretanto isso não salva o filme. O que era para ser importante mesmo, o tal mistério revelado, se mostra banal. Tão banal que estragou o roteiro de uma forma geral. Enfim, muito luxo e muito barulho por nada.

Glass Onion: Um Mistério Knives Out (Glass Onion, Estados Unidos, 2022) Direção: Rian Johnson / Roteiro: Rian Johnson / Elenco: Daniel Craig, Edward Norton, Kate Hudson, Dave Bautista, Janelle Monáe, Madelyn Cline / Sinopse: Um milionário boçal resolve reunir um grupo de amigos em sua ilha particular.  Ele então, propõe um jogo. Seus convidados vão ter que descobrir quem teria lhe matado. 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 23 de novembro de 2021

Sem Tempo Para Morrer

Esse é o James Bond mais progressista que você vai assistir em sua vida. Sai de cena o mulherengo conquistador e entra o homem apaixonado. O James Bond desse filme chora ao olhar o horizonte, ao lembrar da mulher que ama. Um sinal dos novos tempos e algo natural sabendo-se que o diretor Cary Joji Fukunaga afirmou em entrevistas que "O James Bond de Sean Connery era praticamente um estuprador". Assim nada de tentar conquistar outras mulheres. O interessante é que houve muitos boatos dizendo que uma mulher negra seria a nova agente 007. Boatos verdadeiros. Bond nesse filme não é mais 007. Seu famoso codinome no serviço secreto foi passado para uma nova agente, confirmando tudo o que se disse antes do filme ser lançado. O roteiro também explora sutilmente a questão da pandemia, ao colocar uma arma biológica no centro da trama. São detalhes para deixar o personagem mais atual. Embora com esse novo espelho progressista em cena, os produtores mantiveram também certos aspectos tradicionais do personagem, como as boas cenas de ação, seu famoso carro e todos aqueles aparelhos tecnológicos que são a marca registrada de Bond desde o primeiro filme. Também há bons vilões na história. Isso faz com que o espectador mais antigo de Bond se identifique pelo menos em parte com essa nova produção.  

Há mais novidades no filme. A partir desse ponto irei falar um spoiler central da história, por isso se ainda não viu o novo Bond sugiro que não continue a leitura. Muito bem, o roteiro progressista do filme não foi o que mais me impressionou. Isso era até mesmo esperado. O que me chocou mesmo foi a morte de James Bond. Ele morreu mesmo? James Bond está morto? Olha, não vejo de outra forma. Afinal que ser humano iria sobreviver a um ataque de mísseis como aquele? Se está morto o personagem ficam algumas perguntas no ar... como por exemplo, qual será o futuro da franquia? Como seguir em frente a partir de agora? A morte de Bond foi algo sugerido pelo próprio ator Daniel Craig. Esse é seu provavelmente último filme como Bond. Nada mais adequado para uma grande despedida do que a morte de seu personagem. Os produtores talvez estejam prontos para deixar James Bond de lado, investindo agora na nova agente 007, Nomi... Será que um filme estrelado apenas por ela seria sucesso de bilheteria? Como seria recebido? Só o tempo dirá mesmo! De qualquer maneira esse filme muito provavelmente será lembrado daqui alguns anos, simplesmente pelo fato de trazer tantos elementos ousados em seu roteiro. Definitivamente não é um Bond banal.

Sem Tempo Para Morrer (No Time to Die, Estados Unidos, 2021) Direção: Cary Joji Fukunaga / Roteiro: Neal Purvis, Robert Wade / Elenco: Daniel Craig, Léa Seydoux, Rami Malek, Lashana Lynch, Ralph Fiennes, Christoph Waltz / Sinopse: James Bond está aposentado. Só que ele vai precisar voltar à ativa para impedir que criminosos internacionais liberem uma perigosa arma biológica na sociedade, o que poderia ocasionar a morte de milhões de pessoas ao redor do planeta.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

Logan Lucky

Título no Brasil: Logan Lucky - Roubo em Família
Título Original: Logan Lucky
Ano de Produção: 2017
País: Estados Unidos
Estúdio: FilmNation Entertainment
Direção: Steven Soderbergh
Roteiro: Jules Asner
Elenco: Channing Tatum, Adam Driver, Daniel Craig, Riley Keough, Katie Holmes, Seth MacFarlane

Sinopse:
A família Logan, um grupo de caipiras, decide roubar todo o dinheiro arrecadado no grande prêmio da Nascar em Charlotte, na Carolina do Norte. Antes disso porém eles precisam tirar da cadeia o especialista em arrombamento de cofres Joe Bang (Daniel Craig) e isso não vai ser muito fácil de fazer.

Comentários:
Esse filme foi inspirado em um fato real que ficou conhecido nos Estados Unidos como o "Roubo dos caipiras". Um bando de criminosos praticamente amadores, caipirões do interior do país, decidiram fazer um ousado roubo, colocando toda a grana de uma conhecida corrida da Nascar em sacos de lixo. O problema era sair dali com todo esse dinheiro sem despertar suspeitas. Filme muito bom, bem divertido, que em minha opinião foi muito mal divulgado em seu lançamento nos cinemas. Não é a toa que a bilheteria ficou bem abaixo do esperado. E o mais absurdo de tudo é saber que o filme contava com um ótimo elenco. Channing Tatum é o líder do bando, um cara até honesto e legal, que perde tudo ao ficar desempregado. O irmão dele é interpretado por Adam Driver, um sujeito que perdeu o braço numa linha de montagem.  Riley Keough, a neta de Elvis, é a caçula da família. Garota esperta, boa motorista de carros velozes. E para completar o núcleo central do bando temos o próprio 007, ou melhor dizendo, o ator Daniel Craig. Cumprindo pena numa prisão ele precisa dar o fora, para participar do roubo. Enfim, bom filme que passou meio despercebido, injustamente aliás.

Pablo Aluísio.

sábado, 8 de fevereiro de 2020

Entre Facas e Segredos

Um escritor de livro de mistérios, rico e famoso, é encontrado morto em seu escritório. Supostamente ele teria cometido suicídio com uma faca. Porém a sua morte deixa inúmeras dúvidas. Afinal ele não demonstrava que queria acabar com sua vida. Um detetive particular, Benoit Blanc (Daniel Craig), é contratado por uma pessoa desconhecida para participar das investigações. Com todos os familiares do morto reunidos em sua mansão começam as especulações. Todos ali pareciam ter bons motivos para matar o velho. Mas afinal quem seria o real assassino? E como teria sido cometido esse assassinato? São perguntas que Blanc tentará responder.

Essa é a premissa básica desse "Entre Facas e Segredos". Para quem conhece livros de mistério fica claro que o roteiro aqui bebe de uma fonte bem conhecida. A obra literária de Agatha Christie é uma referência óbvia. Sempre há uma morte misteriosa e todos os personagem que gravitaram em torno de morto são suspeitos. Filhos, filhas e netos são suspeitos.

Com ótimo elenco, esse filme recebeu uma indicação honrosa ao Oscar na categoria de Melhor Roteiro Original. Dito isso, devo confessar que não achei o mistério tão inspirado assim. Qualquer livro de Agatha Christie tem trama muito mais bem elaborado. O filme procura criar um clima pois o enredo se passa praticamente todo dentro de uma velha mansão, mas até nisso penso que o filme ficou um pouco superficial. O grande mérito desse filme em minha opinião vem do elenco, todo muito bom. A começar pelo veterano Christopher Plummer, um ator que não canso de elogiar. Ele interpreta o escritor que é encontrado morto. Porém não se preocupe, ele tem várias cenas no filme, sempre retornando em longos flashbacks. A bonita Ana de Armas interpreta a assistente e enfermeira do velho escritor. Ele é ponto central da história. Com olhos azuis, quase sempre olhando para o vazio, ela ainda consegue ser expressiva. Penso que é um bom filme, mas para quem é leitor dos grandes livros de mistério do passado, sua trama não soará tão excelente como andaram dizendo por aí. É sim algo até bem trivial.

Entre Facas e Segredos (Knives Out, Estados Unidos, 2019) Direção: Rian Johnson / Roteiro: Rian Johnson / Elenco: Daniel Craig, Christopher Plummer, Chris Evans, Ana de Armas, Jamie Lee Curtis, Michael Shannon, Toni Collette / Sinopse: O detetive particular Benoit Blanc (Daniel Craig) vai até uma velha mansão para investigar uma morte misteriosa. O rico e famoso escritor de livros de mistério Harlan Thrombey (Christopher Plummer) foi encontrado morto. Há uma versao oficial de que ele teria se matado, mas será que isso seria a verdade dos fatos? Filme indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Filme, Melhor Atriz (Ana de Armas) e Melhor Ator (Daniel Craig).

Pablo Aluísio. 

quinta-feira, 13 de setembro de 2018

Kings

O filme se passa durante aqueles tumultos que se espalharam em Los Angeles quando os policiais agressores de Rodney King foram inocentados pela justiça americana. Isso aconteceu no começo dos anos 90. Rodney era um taxista negro e foi violentamente espancado por policiais brancos. A tensão racial dentro da sociedade americana sempre foi latente e nesse dia tudo explodiu numa reação em cadeia da comunidade negra da cidade. Lojas e asas foram roubadas, prédios incendiados e pessoas baleadas a esmo pelas ruas. O caos urbano em sua mais nítida caracterização virou realidade. A personagem principal desse filme é interpretada pela atriz Halle Berry. Uma mulher negra de bom coração que acolhe todas as crianças perdidas e abandonadas de seu bairro, o que acaba dando à sua casa a impressão de ser um verdadeiro orfanato não oficial. Ela tem um vizinho branco, espalhafatoso e muitas vezes raivoso, interpretado pelo "James Bond" Daniel Craig. Apesar das diferenças ela tem uma quedinha por ele.

Quando a violência explode na cidade ela e seu vizinho vão para as ruas resgatar as crianças, que acabam se envolvendo em tudo, até mesmo nos saques das lojas. É um filme curto, com não muito mais do que 70 minutos de duração. O roteiro não tem grande profundidade, nunca entrando de vez na questão racial que deu origem a todos os tumultos. No máximo a TV ligada o tempo todo vai informando ao espectador o que estaria acontecendo (na realidade dando o contexto histórico dos acontecimentos). Acima da média mesmo apenas a primeira cena, do assassinato irracional de uma adolescente negra, que foi um fato real acontecido na época. Fora isso vale apenas para relembrar que uma simples faísca social pode colocar tudo a perder em uma sociedade em constante tensão racial.

Kings - Los Angeles em Chamas (Kings, Estados Unidos, 2017) Direção: Deniz Gamze Ergüven / Roteiro: Deniz Gamze Ergüven / Elenco: Halle Berry, Daniel Craig, Lamar Johnson / Sinopse: O filme mistura realidade e ficção ao mostrar um grupo de personagens fictícios que vivem em uma Los Angeles sob fogo cerrado e tensão causados por tumultos durante o caos que se instalou na cidade durante o começo dos anos 90, após a absolvição dos policiais brancos que agrediram o taxista negro Rodney King.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 1 de novembro de 2017

África dos Meus Sonhos

Título no Brasil: África dos Meus Sonhos
Título Original: I Dreamed of Africa
Ano de Produção: 2000
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Hugh Hudson
Roteiro: Paula Milne
Elenco: Kim Basinger, Vincent Perez, Eva Marie Saint, Daniel Craig, Liam Aiken, Nick Boraine

Sinopse:
Baseado no romance escrito por Kuki Gallmann, o filme narra a história de uma socialite italiana que decide mudar de vida após um grave acidente de carro. Ela repensa sua vida e deixa tudo para trás ao se apaixonar por um homem que vive na África, na região do Quênia. Deixando a civilização de lado ela mergulha nos desafios e nas belezas do continente africano.

Comentários:
Esse filme chegou a ter uma certa repercussão em festivais importantes como Cannes, mas de uma maneira em geral não fez qualquer sucesso entre o público. No Brasil foi lançado diretamente no mercado de vídeo VHS, sem causar qualquer impacto. É um filme realmente fraco que usa pela milionésima vez o lado mais exótico da África para atrair o público americano. Se isso deu certo em obras como "Entre dois amores" aqui passa muito longe de ser relevante.  Kim Basinger, já um pouco diferente por causa da idade, até tentava sensualizar em certos momentos, mas a coisa toda não deu certo. Hoje em dia, revista, essa produção vale mais por encontrar o jovem ator (e ainda desconhecido) Daniel Craig tentando chamar alguma atenção. Ele ainda estava muito distante de James Bond, mas já demonstrava um certo carisma e presença de cena no filme. Outro bom nome do elenco vem com Eva Marie Saint, a veterana atriz da fase de ouro do cinema americano. A classe continuava a mesma, pena que sua personagem não tinha mesmo muito destaque. Então é isso, "África dos Meus Sonhos" podia até ter uma boa fotografia, mas no geral não convencia muito, em nada.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 14 de julho de 2016

As Aventuras de Tintim

Título no Brasil: As Aventuras de Tintim
Título Original: The Adventures of Tintin
Ano de Produção: 2011
País: Estados Unidos
Estúdio: Amblin Entertainment
Direção: Steven Spielberg
Roteiro: Steven Moffat, Edgar Wright
Elenco: Jamie Bell, Andy Serkis, Daniel Craig
  
Sinopse:
O garoto Tintim acaba descobrindo o segredo de um tesouro maravilhoso ao mexer em um velho navio em forma de maquete. A descoberta abre as portas para uma grande aventura, onde ele, ao lado de seus amigos, parte para terras distantes com o objetivo de descobrir onde está localizado o tesouro! Adaptação para o cinema do famoso personagem dos quadrinhos Tintim, criado pelo cartunista Hergé em ""The Adventures of Tintin". Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Trilha Sonora (John Williams). Vencedor do Globo de Ouro na categoria de Melhor Animação. 

Comentários:
Durante muitos anos se especulou quando o famoso personagem dos quadrinhos Tintim iria estrear nos cinemas. Quando Steven Spielberg comprou os direitos todos sabiam de antemão que viria algo muito bom pela frente. A decepção porém começou quando o diretor anunciou que o filme seria realizado de forma virtual, não com atores em carne e osso, mas sim em um processo moderno de captação de movimentos em estúdio para recriação em computação gráfica. Em minha opinião essa foi a pior das decisões. Até mesmo se Spielberg tivesse optado por uma versão em animação tradicional - que recriasse os traços imortais de Hergé - as coisas teriam sido melhores. Não que o filme seja mal realizado, muito longe disso, pois a produção é um primor técnico, mas o uso de uma forma que acabou não agradando aos velhos fãs de Tintim (basicamente os únicos que ainda existem, pois o personagem não é muito popular entre os mais jovens) acabou deixando todo mundo meio frustrado. Assim ficou-se com uma impressão ruim, de algo muito artificial, sem vida e sem carisma. O que era para ser o primeiro filme de uma franquia acabou ficando pelo meio do caminho, justamente pelo uso errado de uma linguagem cinematográfica que no fundo ninguém realmente queria ver.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

007 Contra Spectre

Já deu! Depois de quatro filmes como James Bond o ator Daniel Craig se despede do agente inglês com um filme bem chato e sem novidades. O roteiro me lembrou um pouquinho os primeiros filmes de 007, ainda na década de 60, quando ele tinha que enfrentar um vilão megalomaníaco e desvairado que deseja controlar o mundo. Esse papel coube ao bom ator Christoph Waltz que não foi nada bem aproveitado. Para piorar são poucas as cenas memoráveis de ação. Como se tem repetido os filmes com Craig não conseguiram capturar o charme e a elegância do Bond dos livros. Ele tem um casinho aqui e outro acolá, porém seu poder de conquistar não é nada elegante ou sedutor. Em muitas situações o Craig surge até mesmo meio constrangido. Como ele é fraco nas cenas com as Bond Girls o jeito é caprichar na ação. O problema é que nem nesse quesito o filme empolga.

Considerei uma queda de qualidade muito acentuada se formos comparar com o filme anterior. Se lá a trama era muito interessante, com ótimos desdobramentos, aqui tudo soa muito vazio e sem conteúdo. Inventaram uma ligação inexistente nos livros ligando Bond e o vilão Blofeld (Christoph Waltz). Eles supostamente teriam criado a rivalidade por algo que aconteceu em seu passado, envolvendo uma figura paterna para ambos. Que bobagem sem tamanho! O filme tem bonitas locações em Roma, mas até mesmo a cidade eterna é mal aproveitada. Em conclusão, o que temos aqui é realmente um adeus um tanto decepcionante e melancólico de Daniel Craig da franquia James Bond. Não deixará saudades, até porque ele nunca me convenceu completamente na pele desse icônico personagem, um dos mais populares de todos os tempos da sétima arte.

007 Contra Spectre (Spectre, Estados Unidos, Inglaterra, 2015) Direção: Sam Mendes / Roteiro: John Logan, Neal Purvis, baseados no personagem criado por Ian Fleming / Elenco: Daniel Craig, Christoph Waltz, Léa Seydoux, Ralph Fiennes, Monica Bellucci, Andrew Scott, Judi Dench / Sinopse: James Bond (Craig) descobre a existência de uma ampla organização internacional dedicada ao crime denominada Spectre. Liderado pelo vilão Blofeld (Christoph Waltz) esse grupo almeja ter o controle completo sobre todos os serviços de inteligência do mundo.

Pablo Aluísio

terça-feira, 10 de novembro de 2015

007 Contra Spectre

Depois dos acontecimentos do filme anterior o agente James Bond (Daniel Craig) resolve ir atrás do criminoso Marco Sciarra (Alessandro Cremona) na Cidade do México. Ele foi indicado por M (Judi Dench) em um vídeo, determinando que Bond o eliminasse assim que o encontrasse. Tudo de forma não oficial. Ao colocar as mãos no mafioso, Bond descobre que há uma organização muito maior e mais organizada por trás de tudo o que anda acontecendo, inclusive dentro do próprio governo inglês. Há uma movimentação para que o o projeto de agentes 00 (com licença para matar) seja encerrado de forma definitiva. Além disso um burocrata chamado C (Andrew Scott) está lutando para que todos os serviços de inteligência sejam unificados, numa clara tentativa de controlar todo esse poder. Mal sabe Bond que tudo está sendo determinado pelo misterioso Blofeld (Christoph Waltz), líder de um grupo criminoso internacional chamado Spectre. O objetivo final é o controle completo do aparato de espionagem dos principais países ocidentais. "Spectre" é o quarto e ultimo filme de James Bond com o ator Daniel Craig já que o próprio ator anunciou recentemente que não mais voltará ao personagem. Depois de nove anos interpretando o agente 007, Craig se justificou dizendo que não havia mais nada a explorar dentro desse universo. Ele deseja agora trilhar outros caminhos na carreira. Uma pena já que esse também é seguramente o pior filme da era Craig. Isso até me surpreendeu de forma negativa porque havia gostado bastante do anterior, "Operação Skyfall" de 2012.

Nesse novo filme se nota claramente que os roteiristas tentaram em vão voltar aos velhos tempos, partindo de uma trama mais tradicional. Não deu muito certo. Apesar de trazer de volta um dos vilões mais clássicos da franquia, o cruel Blofeld, que apareceu pela primeira vez em "Moscou Contra 007" de 1963, o resultado se mostrou apenas morno demais. A trama é bem básica e se desenvolve de maneira quase preguiçosa. Não há tantas sequências memoráveis de ação como nos filmes anteriores mais recentes e a sensação de Déjà vu logo se impõe. Rodado na Cidade do México, Roma e Londres, além de inúmeras tomadas de cenas nas geleiras da Áustria e nos desertos do Marrocos, o filme decepciona até mesmo na beleza dessas paisagens naturais, bem pouco aproveitadas. E por falar em desperdício de talento o grande equívoco do filme vem principalmente da pouca exploração da presença do ótimo ator Christoph Waltz. Ele tem poucas cenas realmente importantes e em nenhuma delas tem uma oportunidade real de mostrar seu talento dramático. Ao invés de desenvolver melhor o lado psicológico de seu duelo com James Bond, os roteiristas escolheram o caminho mais fácil, apelando para clichês (como na explosão das instalações no meio do deserto, algo que já saturou em se tratando de filmes da série). Outro velho problema que se repete vem das inúmeras situações de conclusão ao longo do filme. Toda uma teia é tecida com extremo cuidado para depois ser dissolvida das formas mais banais. O vilão está incomodando? Explode-se tudo! C é um burocrata odioso? Jogue ele do alto do prédio... e por aí vai. Provavelmente o surgimento tardio da Spectre nessa era Craig que se encerra aqui seja aproveitada no próximo filme, já sem o ator. Vai funcionar? Só o tempo dirá. O que podemos dizer é que nessa nova produção definitivamente não pareceu dar muito certo.

007 Contra Spectre (Spectre, Estados Unidos, Inglaterra, 2015) Direção: Sam Mendes / Roteiro: John Logan, Neal Purvis, baseados no personagem criado por Ian Fleming / Elenco: Daniel Craig, Christoph Waltz, Léa Seydoux, Ralph Fiennes, Monica Bellucci, Andrew Scott, Judi Dench / Sinopse: James Bond (Craig) descobre a existência de uma ampla organização internacional dedicada ao crime denominada Spectre. Liderado pelo vilão Blofeld (Christoph Waltz) esse grupo almeja ter o controle completo sobre todos os serviços de inteligência do mundo.

Pablo Aluísio. 

domingo, 18 de janeiro de 2015

Um Ato de Liberdade

Título no Brasil: Um Ato de Liberdade
Título Original: Defiance
Ano de Produção: 2008
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Edward Zwick
Roteiro: Clayton Frohman, Edward Zwick
Elenco: Daniel Craig, Liev Schreiber, Jamie Bell
  
Sinopse:
Um grupo de judeus decide fugir para as florestas da Bielorrússia durante a ocupação nazista na Europa Oriental. Lá eles se unem a combatentes da resistência russa. Juntos decidem construir uma vila como forma de proteção em relação às tropas alemãs. Filme indicado ao Oscar e ao Globo de Ouro na categoria de Melhor trilha sonora incidental (James Newton Howard).

Comentários:
Tinha tudo para ser um grande filme. O roteiro era baseado em fatos reais, históricos até, havia um bom elenco capitaneado pelo próprio "James Bond" Daniel Craig, a produção de fato era muito bem realizada. Apesar de parecer ter todos os ingredientes presentes e no lugar certo, o filme não consegue decolar. Achei o resultado muito frio, distante, e isso não combina muito bem com o tema proposto. Era para ser algo bem mais visceral, impactante, sensibilizador. Não foi. Daniel Craig interpretando um personagem chamado Tuvia Bielski confirma o que já venho desconfiando há anos: ele não tem carisma! Craig é aquele tipo de ator que não cativa. Ele certamente é o tipo adequado para cenas de ação e brutalidade - o que talvez o tenha segurado como Bond por todos esses anos - mas fora isso não existe mais nada a explorar. Ele particularmente não tem grande talento dramático e falha em momentos mais tensos. Nesse filme há um grande drama humano envolvido, afinal a estória gira em torno de uma grande tragédia humanitária, mas Craig não esboça nenhuma emoção mais profunda. Sua expressão facial é quase sempre a mesma. Assim o que sobra é a frieza, que não se refere ao clima onde o enredo se passa, mas sim na superficialidade que no final se sobressai.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Invasores

Título no Brasil: Invasores
Título Original: The Invasion
Ano de Produção: 2007
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Oliver Hirschbiegel
Roteiro: David Kajganich
Elenco: Nicole Kidman, Daniel Craig, Jeremy Northam

Sinopse:
Uma misteriosa epidemia começa a se espalhar sobre a Terra. A psiquiatra Carol (Nicole Kidman) começa então a trabalhar para descobrir a cura ao lado do colega Ben (Daniel Craig) após seu próprio filho ser infectado. O que afinal estará por trás desses misteriosos incidentes?

Comentários:
Apesar do bom elenco, do tema interessante (baseado na novela de Jack Finney), esse filme não consegue decolar em nenhum momento. De certa forma há uma indecisão sobre qual gênero ele pretende escolher. Em certos momentos há tensão, drama e o lado Sci-fi de todo o enredo fica envolto em uma neblina, nunca se mostrando completamente ao espectador. No meio de jogo de esconde esconde só o que sobra ao público é um ritmo arrastado, beirando o tédio completo. Para quem conhece a fundo os filmes de ficção dos anos 50 haverá ainda algo a gostar, já que o texto procura de certa maneira imitar aquelas antigas produções, mas isso é pouco. Nicole Kidman inclusive surge com um figurino que ficaria bem naquele tipo de ficção. Pena que embora esteja linda em cena também se mostra apagada (o seu personagem também não ajuda muito). Pior se sai Daniel Craig, o James Bond que praticamente entra mudo e sai calado. Em conclusão temos aqui um filme que poderia ser muito melhor caso cumprisse todo o seu potencial. Do jeito que ficou não convence e nem muito menos diverte.

Pablo Aluísio.

sábado, 12 de abril de 2014

Munique

Título no Brasil: Munique
Titulo Original: Munich
Ano de Produção: 2005
País: Estados Unidos
Estúdio: DreamWorks SKG
Direção: Steven Spielberg
Roteiro: Tony Kushner e Eric Roth, baseado na obra de George Jonas
Elenco: Eric Bana, Daniel Craig, Ciarán Hinds, Mathieu Kassovitz

Sinopse:
Durante as Olimpíadas de Munique em 1972 um grupo de terroristas palestinos fazem de reféns e depois matam onze atletas israelenses. Depois da tragédia o serviço secreto de Israel começa a procurar os responsáveis pelo bárbaro crime cometido contra os esportistas. O próprio Estado de Israel então começa uma verdadeira caçada em busca dos assassinos.

Comentários:
Achei um filme muito frio para um tema tão quente! Spielberg obviamente só mostra um lado da história. Ele tem raízes judaicas, o que talvez explique sua postura em relação ao material. O problema político que deu origem a tudo continua em aberto, sem sinal de solução. É uma questão complexa. Infelizmente não vejo solução a curto prazo. Enquanto existirem duas nações em um só território os conflitos não cessarão. De qualquer maneira o diretor tenta lidar com esse tema, o que não é nada comum em sua filmografia. Como bem se sabe Spielberg construiu sua brilhante carreira em cima de filmes fantasiosos que mexiam com a imaginação de seu público acima de tudo. Filmes com conteúdo político são bem raros em sua carreira e do estilo de "Munique" não encontraremos nada parecido. Certa vez li uma entrevista em que Spielberg fazia uma mea culpa sobre si mesmo. Ele afirmou que durante décadas negligenciou suas origens e isso mais cedo ou mais tarde começou a ser cobrado dentro de sua comunidade. Muito provavelmente isso explique a produção desse "Munique". Foi a forma encontrada por Spielberg de pedir desculpas aos seus compatriotas. Infelizmente isso não redime o filme de ser fraco e muitas vezes enfadonho. Melhor mesmo é voltar ao seu velho estilo onde sempre reinou absoluto.

Pablo Aluísio.

sábado, 29 de março de 2014

A Bússola de Ouro

Título no Brasil: A Bússola de Ouro
Título Original: The Golden Compass
Ano de Produção: 2007
País: Estados Unidos
Estúdio: New Line Cinema
Direção: Chris Weitz
Roteiro: Chris Weitz, baseado na obra de Philip Pullman
Elenco: Nicole Kidman, Daniel Craig, Dakota Blue Richards

Sinopse:
A garotinha Lyra Belacqua (Dakota Blue Richards) é uma órfã que descobre a existência de uma nova substância desconhecida da ciência e dos mestres de sabedoria de seu mundo. Em busca de respostas ela viaja para Londres e entra em contato com uma nova realidade mágica ao seu redor.

Comentários:
Embora muitos não parem para pensar sobre isso o fato é que cinema também é um negócio. Os investidores investem fortunas esperando ter um retorno espetacular de volta. Esse "A Bússola de Ouro" nasceu como um projeto ousado, que prometia se tornar uma nova franquia ao estilo "O Senhor dos Anéis" e "Harry Potter". Os produtores investiram 180 milhões de dólares na realização do filme (uma fortuna!) esperando um big hit, um enorme sucesso de bilheteria mas... o público desprezou o filme assim que chegou nas salas de cinema. O prejuízo foi enorme e praticamente levou a New Line Cinema à falência. A companhia só não fechou as portas porque rapidamente investiu numa série de remakes de filmes de terror famosos dos anos 80 para sobreviver ao tsunami financeiro. Em minha opinião foi um fracasso comercial injusto pois "The Golden Compass" tem uma produção muito bonita, de encher os olhos, com excelente elenco (Nicole Kidman está deslumbrante) e uma boa direção, que conseguiu adaptar muito bem a obra de Philip Pullman para o cinema (alguns arriscam a dizer que o filme consegue ser mesmo até superior ao livro). Assim o que era para ser o primeiro de uma longa franquia acabou ficando pelo meio do caminho. Os estúdios não querem nem ouvir falar em continuações desse filme hoje em dia. Uma pena porque tudo ficou pela metade, sem conclusão. O filme é bem feito e sinceramente não entendo porque ele não caiu no gosto do público. Tinha tudo para dar certo. Vai entender o que as pessoas querem... Eles deveriam agora tentar continuar o enredo em forma de animação - sairia mais barato e talvez criasse um grupo de fãs... quem sabe um dia...

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Lara Croft: Tomb Raider

Título no Brasil: Lara Croft: Tomb Raider
Título Original: Lara Croft: Tomb Raider
Ano de Produção: 2001
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Simon West
Roteiro: Sara B. Cooper, Mike Werb
Elenco: Angelina Jolie, Jon Voight, Iain Glen, Daniel Craig.

Sinopse: 
Adaptação da popular personagem do mundo dos games  Lara Croft, aqui interpretada pela bela estrela Angelina Jolie. Na trama ela terá que enfrentar um grupo perigoso de vilões que estão em busca de artefatos antigos dotados de grande poder.

Comentários:
Abrindo o jogo devo dizer que nunca gostei dessa franquia. É artificial demais. O que era muito elegante em Indiana Jones aqui vira puro pixel. Também nunca vi um roteiro de Tomb Raider que valesse alguma coisa. Dizem que 99% das adaptações de games para o cinema são bombas. Bom, assistindo a Lara Croft não tenho como discordar. O único interesse maior para o cinéfilo é a presença da atriz Angelina Jolie e do futuro James Bond Daniel Craig. Jolie se apaixonou pelas locações no Camboja a ponto de adotar um garotinho que encontrou por lá. Já Craig chamou a atenção a ponto de virar a estrela de uma das mais populares séries do cinema mundial, a do 007. Em suma todos ganharam de uma forma ou outra menos o espectador que não terá muito o que fazer a não ser bocejar nas inúmeras sequências de ação forçadas ao longo do filme.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 11 de março de 2013

Estrada Para Perdição

Muito provavelmente o melhor filme da carreira de Sam Mendes (embora “Beleza Americana” costumeiramente ostente esse título). “Estrada Para a Perdição” é uma homenagem ao cinema clássico, mais particularmente aos chamados filmes noir, com suas sombras e personagens fatais. O clima de nostalgia se reflete inclusive na estrutura do roteiro que foi escrito em cima das memórias de um homem adulto que relembra sua conturbada infância. A estória se passa na década de 1930 no auge da era dos gangsters. Michael Sullivam Jr (Tyler Hoechlin) relembra os poucos momentos que conviveu ao lado do pai, Michael Sullivan (Tom Hanks). Ele é homem de confiança de um irlandês poderoso e ameaçador, John Rooney (Paul Newman em atuação primorosa) que manda Sullivan realizar alguns serviços sujos para ele. O problema é que o garotinho acaba descobrindo toda a verdade desencadeando uma série de problemas envolvendo inclusive a chamada “queima de arquivo” pois ele agora se torna um alvo em potencial uma vez que testemunhas de crimes não vivem de acordo com a lei imposta pelo chefão Rooney. Para liquidar o jovem é enviado então Connor (Daniel Graig) mas tudo acaba saindo muito errado.

No fundo o roteiro lida com aquela situação tão comum no mundo do crime, conhecida popularmente como “acerto de contas”. Em um ambiente tão brutal poucos acabam sobrevivendo às regras impostas pelo crime organizado. Além da direção excepcional de Sam Mendes o filme “Estrada da Perdição” se destaca ainda por dois aspectos que logo chamam a atenção. O primeiro é o elenco simplesmente primoroso. Tom Hanks e Paul Newman brilham intensamente. Hanks consegue captar todo o conflito psicológico de seu personagem pois de uma hora para outra ele se vê entre a lealdade ao seu chefe e a proteção ao seu próprio filho. Já Paul Newman, o mito, se despede do cinema com uma obra digna de seu talento. Seu papel é intenso, sem concessões e o ator, mesmo com a idade já bem avançada, esbanja sofisticação e elegância, mesmo em um personagem tão brutal e violento. Coisa que só grandes mestres conseguem. O elenco principal é completado ainda por Daniel Graig (antes de virar Bond) e Jude Law (perfeito como um matador da máfia com ares de psicopata cruel). A segunda grande característica que salta aos olhos aqui é a linda direção de arte que recria o clima da década de 1930 com extremo bom gosto. Tudo é perfeitamente recriado nos mínimos detalhes, carros, utensílios, armas, moveis, figurinos, um primor transformando “Estrada Para Perdição” em um filme bonito de se assistir, realmente belo e bem fotografado. Em suma, uma obra prima moderna com o sabor dos antigos filmes de gangster. Quem precisa de mais alguma coisa? Simplesmente imperdível.

Estrada Para Perdição (Road to Perdition, Estados Unidos, 2002) Direção: Sam Mendes / Roteiro: David Self baseado na graphic novel de Max Allan Collins e Richard Piers Rayner / Elenco: Tom Hanks, Paul Newman, Jude Law, Daniel Craig, Jennifer Jason Leigh, Tyler Hoechlin, Rob Maxey / Sinopse: Garoto, filho de um assassino da máfia, se vê em perigo de vida após presenciar um crime dentro da organização da qual seu pai faz parte.

Pablo Aluísio.

sábado, 29 de dezembro de 2012

Quantum of Solace

Esse foi o segundo filme de James Bond com o ator Daniel Craig. O êxito do primeiro filme demonstrou que o público de uma forma em geral havia aprovado o novo ator na pele do mais famoso agente secreto da história do cinema. Craig surgia com uma caracterização bem mais séria, sem espaços para humor ou até mesmo chanchada (que se tornou marca característica de Roger Moore no papel). Com o fim da guerra fria Bond ficou sem os seus vilões preferidos, os comunistas soviéticos e assim as tramas de seus filmes foram modernizadas para a realidade sociopolítica do mundo atual. Os novos escritores responsáveis por essa revitalização se viram como podem para suprir essa lacuna (os agentes russos continuam imbatíveis como vilões da franquia Bond mas hoje em dia soam ultrapassados, anacrônicos). Talvez por essa razão – a falta de vilões mais consistentes – a trama desse filme tenha sido tão criticada. Outro ponto fraco do filme anterior aqui também é atenuado. No primeiro filme muitos reclamaram da falta do velho charme sedutor do agente e por essa razão os roteiristas aqui capricharam envolvendo Bond não apenas com uma Bond Girl mas com duas! Funcionou? Apenas em termos. A verdade é que Daniel Craig é ótimo em cenas de ação e violência mas quando tem que interpretar o lado mais romântico do personagem não se sai bem. Isso é uma característica muito pessoal desse ator. Talvez por essa razão os seus filmes tenham sido tão movimentados, com impecáveis cenas de ação e perseguições. Muito provavelmente os produtores queiram compensar sua falta de charme com muita correria e pirotecnia.

Na trama James Bond (Daniel Craig) passa por um momento de desilusão amorosa após ser abandonado por uma paixão. Procurando seguir em frente ele acaba descobrindo uma grande organização criminosa especializada em extorsões e chantagens. Para piorar o serviço secreto britânico descobre que há um traidor agindo dentro do sistema. Bond é designado para tentar descobrir de quem se trata. Suas investigações acabam levando o famoso espião ao encalço de Dominic Greene (Mathieu Amalric), um empresário poderoso que pretende ter sob controle os recursos naturais de uma extensa parte do planeta. Suas ligações incluem não apenas políticos locais corruptos como também membros do próprio serviço britânico e CIA, o que leva Bond ao descobrimento de uma extensa e complexa rede criminosa com vários tentáculos nos próprios governos dos principais países ocidentais. Como não poderia de ser o filme tem várias cenas espetaculares mas todos aqueles diálogos sobre controle de águas em terras áridas acaba cansando um pouco. Como é de praxe em filmes da série, Bond também viaja para várias partes do mundo. Aqui ele passa por Afeganistão, Chile, México, Áustria e Itália (locações onde o filme foi realizado). Ao custo de 200 milhões de dólares (orçamento digno dos maiores blockbusters da indústria americana), o filme rendeu ao redor do mundo mais de 500 milhões de dólares – um lucro excepcional. O sucesso absoluto sedimentou o caminho de Daniel Craig na franquia. Se tudo ia bem nas bilheterias o mesmo não se podia dizer nos bastidores pois brigas judiciais pelos direitos autorais nublavam o futuro de Bond no cinema. Felizmente ano passado os problemas foram finalmente resolvidos e celebrados com mais um lançamento com o personagem. Não foi dessa vez que acabaram com 007 que ao que parece terá ainda vida longa nas telas de cinema de todo o mundo.

Quantum of Solace (Idem, Estados Unidos, Inglaterra, 2008) Direção: Marc Forster / Roteiro: Paul Haggis, Neal Purvis, Robert Wade baseados no personagem criado por Ian Fleming / Elenco: Daniel Craig, Olga Kurylenko, Mathieu Amalric, Judi Dench, Giancarlo Giannini, Gemma Arterton, Jeffrey Wright / Sinopse: O agente secreto James Bond tem que superar uma desilusão amorosa ao mesmo tempo em que combate uma complexa organização liderada por um empresário poderoso e corrupto que pretende dominar vastos recursos naturais do planeta para atender seus interesses criminosos.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

007 Operação Skyfall

No ano em que se celebram os 50 anos do surgimento de James Bond no cinema chega nas telas o novo filme do personagem, um dos mais famosos da sétima arte. A boa notícia é que "007 Operação Skyfall" é o melhor da franquia com o ator Daniel Craig. A produção consegue ser fiel aos aspectos mais tradicionais de Bond com uma nova roupagem, mais atual, e de acordo com o cenário geopolítico em que vivemos. Como bem resume M (Judi Dench) o inimigo agora não tem bandeira, nem é uma nação organizada, mas sim criminosos internacionais sem rosto, sem nacionalidade, sem pátria. Obviamente o roteiro se refere aos grupos terroristas que hoje em dia assolam os países do primeiro mundo, em especial EUA e Inglaterra. Curiosamente porém o vilão, líder de um dessas organizações, não é um árabe muçulmano proveniente de algum país fundamentalista do Oriente Médio e sim um antigo membro do próprio serviço secreto britânico, numa excelente atuação do ator Javier Bardem, que surge em cena completamente à vontade com seu papel. De fato seu personagem é desde já um dos melhores antagonistas de Bond nessa longa franquia. Ao invés de tentar conquistar ou destruir o mundo, como vários vilões do passado, ele almeja apenas ter um acerto de contas com um alto membro do escalão da inteligência de sua majestade.

O roteiro como se percebe é bem construído, aproveitando o que há de melhor dentro da franquia. Objetos marcantes de Bond como seu carro Aston Martin e sua pistola preferida Walther PPK estão lá como ponte de ligação com os filmes anteriores, até porque certas coisas na franquia simplesmente não podem ser mudadas. Do mesmo modo as cenas de ação continuam presentes (e extremamente bem realizadas) como a luta no teto de um trem em movimento (algo que me lembrou alguns faroestes do passado) e um terrível confronto em uma fazenda isolada na Escócia. Essa parte da trama aliás é muito interessante pois revela aspectos da infância de Bond - algo que em tantos anos de série nunca foi bem explorado em cena. No mais vale a pena destacar a boa direção de Sam Mendes. Ele consegue criar todo um clima em cima das situações e o faz sem que o filme perca ritmo ou se torne enfadonho. Assim se você é fã de Bond a produção é obrigatória. Uma película acima da média que faz jus ao aniversário do famoso agente inglês no cinema.

007 - Operação Skyfall (Skyfall, Estados Unidos, Inglaterra. 2012) Direção: Sam Mendes / Roteiro: Neal Purvis, Robert Wade, John Logan / Elenco: Daniel Craig, Javier Bardem, Judi Dench, Naomie Harris, Bérénice Marlohe, Ralph Fiennes, Albert Finney, Ben Whishaw, Rory Kinnear, Helen McCrory / Sinopse: Uma lista contendo o nome e os locais onde atuam agentes do serviço secreto britânico caem nas mãos de uma rede terrorista que não demora a publicar na internet os dados sigilosos, levando vários deles à morte. Para tentar recuperar a lista e desvendar quem é o líder dessa nova organização terrorista o serviço secreto de sua majestade envia Bond, James Bond.

Pablo Aluísio.

domingo, 29 de janeiro de 2012

A Casa dos Sonhos

O roteiro tem ecos de várias produções que eu conheço. Não quero entregar as reviravoltas mas estão lá pedaços de "Terror em Amytiville", "A Ilha do Medo", "Ghost", "Poltergeist" e até "Coração Satânico". Não que esses filmes sejam iguais a "Dream House" mas sim as semelhanças de suas principais reviravoltas psicológicas, interação mundo dos vivos e mortos, trocas de identidade, etc. Não gostei muito da produção em si. A casa que deveria ser um dos pontos altos do filme não assusta, não mete medo. Claro que aqui temos algo mais psicológico mas não custava nada a direção de arte e a equipe de cenografia criarem algo mais assustador, afinal quem já viu filme de casa mal assombrada com casa que não dá medo no espectador? Além disso achei muito mal aproveitadas as cenas com "o homem que ronda a casa na floresta". Perdeu-se muito potencial ali - justamente em cenas de suspense tipicamente de filmes de terror! Uns sustinhos ali caíam bem!

O elenco tem espasmos de esforço. Daniel Craig até tenta, se esforça mas nunca convence. Fiquei imaginando seu papel interpretado por outro ator com mais talento. Ele falha nas cenas de angústia, de terror e de loucura. Como um bom James Bond só funciona nas poucas cenas de ação mesmo! Mas isso convenhamos é muito pouco. Sem dúvida o filme ganharia muito. Eu gosto da Rachel Weisz mas aqui nada de mais. Atua no controle remoto, idem a bonita Naomi Watts. O diretor é Jim Sheridan que teve o auge de sua carreira ao lado de Daniel Day Lewis em vários bons filmes nos anos 80 e 90 como "Meu Pé Esquerdo", "Em Nome do Pai" e "O Lutador". Infelizmente aqui parece que perdeu o controle das filmagens e edição, brigou com o estúdio e não ficou feliz com os resultados. Uma pena, esperava bem mais dele - talvez sua época já tenha passado, quem sabe. Enfim, "A Casa dos Sonhos" ficaria melhor se tomasse outro rumo. A pirotecnia e o final "Ghost" - com direito a adeus e tudo mais - tirou mais impacto ainda do filme. No saldo final posso dizer que é apenas um filme mediano que não cumpre tudo aquilo que promete. Fica para a próxima então.

A Casa dos Sonhos (Dream House, Estados Unidos, 2011) Direção: Jim Sheridan / Roteiro : David Loucka / Elenco: Daniel Craig, Rachel Weisz, Naomi Watts, Marton Csokas, Jane Alexander / Sinopse: Uma família se muda para uma nova casa sem saber que o local é cercado de mistérios e um passado tenebroso.

Pablo Aluísio

sábado, 21 de janeiro de 2012

Os Homens que Não Amavam as Mulheres

O filme é um remake do original sueco. Esse é o tipo de trama que quanto menos se contar melhor. Basicamente se trata de uma investigação feita pelo jornalista Mikael (Daniel Craig) a mando de um rico empresário, Henrik Vanger (Christopher Plummer) que deseja saber o que aconteceu com uma parente de apenas 16 anos que certo dia simplesmente sumiu de vista. Obviamente que esse ponto de partida vai ser apenas a ponta do iceberg pois logo Mikael descobrirá que há algo podre no reino da Dinamarca (ou da Suécia, rs). O filme americano manteve o nome original dos personagens e a ambientação no país escandinavo, o que me surpreendeu pois geralmente remakes americanos acabam levando a estória do filme para dentro dos EUA e "americanizam" todos os personagens. Aqui pelo menos tiveram bom senso de não fazer isso. O filme é longo, duas horas e meia, com muitas investigações, pistas falsas e reviravoltas Basicamente é aquele tipo de situação do tipo "Nada é o que aparenta ser". É o estilo de enredo que vai cair no gosto de quem gosta de tramas à la Agatha Christie, só que aqui, é claro, tudo foi modernizado aos dias atuais, inclusive a assistente de Mikael, a estranha Lisbeth (Rooney Mara) representa bem isso.

Gostei do elenco de uma forma em geral. Daniel Craig continua sem carisma nenhum mas aqui pelo menos se esforça para dar maior credibilidade ao seu personagem jornalista. Curiosamente ao contrário de James Bond ele aqui teve que compor um investigador mais intelectual, sem aquelas correrias do famoso agente britânico. A atriz Rooney Mara também é competente em cena. Interpretando uma personagem andrógina a atriz consegue bons resultados. Christopher Plummer também está bem. Esse é um ator que sempre admirei e ele se mostra mais talentoso do que nunca. Já Stellan Skarsgard não me convenceu muito, principalmente em seu momento mais importante no filme. David Fincher continua com sua regularidade. Um diretor que oscila entre a ousadia ou a burocracia mas sempre mantendo um nível bom. Aqui ele não ousa muito, segue a cartilha sem maiores licenças autorais. De qualquer forma não atrapalha e conta a estória com eficiência (embora poderia ter caprichado um pouco no corte final pois a duração é realmente excessiva). Enfim, no saldo final recomendo a fita. O roteiro envolve, ficamos interessados em saber aonde tudo vai dar e diverte, acima de tudo.

Millennium - Os Homens que Não Amavam as Mulheres (The Girl with the Dragon Tattoo, Estados Unidos, 2011) Direção de David Fincher / Roteiro de Steven Zaillian e Stieg Larsson / Elenco: Daniel Craig, Rooney Mara, Christopher Plummer / Sinopse: Basicamente se trata de uma investigação feita pelo jornalista Mikael (Daniel Craig) a mando de um rico empresário, Henrik Vanger (Christopher Plummer) que deseja saber o que aconteceu com uma parente de apenas 16 anos que certo dia simplesmente sumiu de vista.

Pablo Aluísi.