domingo, 13 de fevereiro de 2022
Os Sem-Floresta
Título Original: Over the Hedge
Ano de Produção: 2006
País: Estados Unidos
Estúdio: DreamWorks
Direção: Tim Johnson, Karey Kirkpatrick
Roteiro: Len Blum, Mike de Seve
Elenco: Bruce Willis, William Shatner, Nick Nolte, Steve Carell, Wanda Sykes, Garry Shandling
Sinopse:
Um grupo de animais da floresta acaba caindo no golpe de um guaxinim esperto e muito do malandro. Só que isso nem vai ser o pior de tudo. Eles estão prestes a perderem o lugar onde vivem.
Comentários:
Que coisa chata! Os distribuidores nacionais quiseram fazer uma analogia com o Movimento dos Sem Terra no Brasil e saíram com esse título nacional completamente estúpido! Mais um na longa lista de títulos nacionais sem noção. Já em relação a essa animação em si, é bem mais ou menos. Mais uma tentativa do estúdio de Spielberg, o DreamWorks, em acertar na bilheteria. Não foi dessa vez. A animação não foi comercialmente bem e a intenção de criar uma nova franquia cinematográfica só ficou no papel mesmo. Se vale por alguma coisa é pelo roteiro ecologicamente correto. Afinal de contas o mundo deve manter o habitat dos animais, caso contrário eles não terão onde viver. Se tornarão "sem-floresta"! Ah e antes que me esqueça, o protagonista é dublado pelo Bruce Willis que diz ter feito o trabalho para sua filha caçula. Então tudo bem. Está explicado.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 2 de agosto de 2021
Jornada nas Estrelas IV
Titulo Original: Star Trek IV: The Voyage Home
Ano de Produção: 1986
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Leonard Nimoy
Roteiro: Steve Meerson, Peter Krikes, Harve Bennett, baseados nos personagens criados por Gene Roddenberry
Elenco: William Shatner, Leonard Nimoy, DeForest Kelley, George Takei, James Doohan, Walter Koenig
Sinopse:
Uma força alienígena desconhecida que vaga pelo universo durante o século XXIII, chega até o planeta Terra. Diante do caos, a federação dos planetas resolve enviar a U.S.S. Enterprise para o passado, em San Francisco, no ano de 1986, para investigar as raízes do problema. Ao que tudo indica há uma estreita relação entre as baleias (no futuro estão extintas) e as forças do universo que chegam até o nosso mundo. Filme indicado ao Oscar nas categorias de melhor direção de fotografia (Donald Peterman), melhor som, melhor música original (Leonard Rosenman) e melhores efeitos especiais.
Comentários:
Certamente um dos melhores filmes da série Star Trek original. Além do bom humor, o filme tem uma mensagem ecológica muito bem desenvolvida e inteligente. As baleias e o risco de sua extinção ganham o devido espaço em um roteiro extremamente bem elaborado, como sempre foi regra em se tratando de filmes dessa franquia. Dizem que os bons filmes de "Star Trek" no cinema sempre foram os de número par (II, IV e VI) e os ruins os de número ímpar (I, III e V). Faz até sentido se formos comparar os filmes. O que vale porém no final das contas é a bonita mensagem ecológica envolvendo as baleias e sua preservação. O roteiro até surtiu efeitos positivos na época, nos anos 80, pois pouco tempo depois a pesca das baleias foi proibida em várias partes do mundo, coroando ainda mais os méritos dessa produção. Outro ponto digno de nota é a transposição dos personagens do futuro para o presente (entenda-se o presente da época do filme, ou seja, os anos 80). O cerebral Spock tendo que lidar com aqueles jovens fãs de Michael Jackson e do "Break" rendeu algumas boas piadas. Por fim vale elogiar o trabalho de direção de Leonard Nimoy, aqui provando mais uma vez que além de um bom ator, era igualmente um cineasta talentoso.
Pablo Aluísio.
domingo, 4 de julho de 2021
Carro Comando
E assim chegamos nessa série "Carro Comando" que por anos foi exibida pelo canal aberto brasileiro SBT. Não havia nada de muito especial nessa série policial, de maneira em geral seguia bem a fórmula das séries americanas mais convencionais, que por aqui no Brasil ganhou o apelido de "enlatados Made in USA". De bom mesmo havia a bela presença da atriz Heather Locklear que era tão bonita que parecia uma boneca Barbie. Imagine se uma beldade dessas iria convencer como uma policial de rua? Claro que não! Entretanto isso também fazia parte desse charme de séries americanas. O surreal também era um ingrediente nesse bolo.
Carro Comando (T.J. Hooker, Estados Unidos 1982 - 1986) Direção: Rick Husky, entre vários outros diretores / Roteiro: Rick Husky, entre vários outros roteiristas / Elenco: William Shatner, Heather Locklear, Adrian Zmed / Sinopse: A série "Carro Comando" contava a história de um grupo de policiais trabalhando nas ruas de Los Angeles durante a década de 1980.
Pablo Aluísio.
domingo, 16 de agosto de 2020
Apertem os Cintos, o Piloto Sumiu 2
Título Original: Airplane II - The Sequel
Ano de Produção: 1982
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Ken Finkleman
Roteiro: Ken Finkleman
Elenco: Robert Hays, William Shatner, Julie Hagerty, Lloyd Bridges, Chuck Connors, Peter Graves
Sinopse:
Um computador com defeito faz com que um ônibus espacial de passageiros vá direto para o sol. Será que Ted Striker conseguirá salvar o dia e colocar o ônibus espacial de volta nos trilhos - de novo? Sequência do sucesso "Apertem os Cintos, o Piloto Sumiu".
Comentários:
Se o primeiro filme fez tanto sucesso, por que não fazer uma sequência? A Paramount Pictures porém fez modificações. A mais sentida pelos fãs do filme original foi a saída do trio ZAZ, que havia roteirizado e dirigido o filme anterior. Além disso houve mudanças no elenco e em grande parte da equipe técnica. Muitos acreditaram que com tantas mudanças essa parte 2 iria afundar... mas não, devo dizer que essa continuação é tão engraçada quanto a parte 1. Aqui o escracho pareceu ser maior, onde outros filmes, além da franquia "Aeroporto" também foram satirizados. Além disso a modificação de um avião comercial de carreira por um ônibus espacial só demonstrava bem o tamanho da chacota. E como cereja do bolo havia ainda uma participação muito divertida do ator William Shatner. O ator que havia ficado marcado para sempre como o Capitão Kirk da série clássica de "Jornada nas Estrelas" demonstrava que também tinha talento para o humor. Enfim, uma comédia muito divertida, uma das melhores dos anos 80.
Pablo Aluísio.
sábado, 11 de julho de 2020
Batman vs. Duas-Caras
Perceba que o desenho dos animadores seguiu também à risca a direção de arte da série dos anos 60. Os mesmos uniformes e as mesmas bugigangas que o Batman tirava de seu cinto com mil e uma utilidades. Só faltou o "Bat-Repelente de tubarões"! Com tudo isso na tela, o tom acaba sendo de galhofa e chanchada, mas era essa mesma a intenção dos realizadores. Dizem inclusive que isso também está ocorrendo no mundo dos quadrinhos, com uma linha de gibis inspirada no Batman gorducho e gaiato dos anos 60. Agora, uma coisa é certa. O espectador tem que entrar no cilma e entender que tudo nessa animação foi feito na base da referência de um passado do herói que nem todo mundo gosta ou aprecia. Quem curte o Batman sombrio, dark, sério, esqueça. Esse Batman aqui é nostalgia pura, infantil, algo feito para quem gostava do seriado antigo. Nada a ver com o Batman pós Cavaleiro das Trevas.
Batman vs. Duas-Caras (Batman vs. Two-Face, Estados Unidos, 2017) Direção: Rick Morales / Roteiro: Michael Jelenic, James Tucker / Elenco: Adam West, Burt Ward, William Shatner, Julie Newmar / Sinopse: Nessa homenagem ao antigo seriado de TV da década de 1960, Batman e Robin enfrentam um novo desafio. O promotor público Harvey Dent (Shatner) é exposto a um produto químico que divide sua personalidade em duas. Uma boa e outra má. Surgindo daí o vilão Duas-Caras.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 16 de julho de 2019
Osmose Jones
Título Original: Osmose Jones
Ano de Produção: 2001
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Bobby Farrelly, Peter Farrelly
Roteiro: Marc Hyman
Elenco: Bill Murray, Laurence Fishburne, William Shatner, Chris Rock, David Hyde Pierce, Ron Howard
Sinopse:
Uma aventura policial onde um tira persegue criminosos. Tudo estaria dentro do convencional se tudo não se desenvolvesse dentro de um corpo humano, com vírus, bactérias e glóbulos brancos numa verdadeira batalha dentro do organismo humano.
Comentários:
A Warner tem muita tradição em animações. Isso não é de hoje, vem desde os tempos de Pernalonga e sua turma. Geralmente esses desenhos sempre foram mais anárquicos do que o convencional. Aqui temos uma mistura de personagens em animação com atores reais. Ficou muito divertido, embora eu reconheça que no fundo, no fundo, não é um filme para todos os públicos e nem todas as idades. Essa coisa de ter uma bactéria como protagonista, com várias cenas nojentas, deixou muita gente de fora. Bastava ver o trailer para desistir de conferir o desenho. Sim, para os mais, digamos, "higiênicos", o filme não vai colar muito bem. Já para quem curte um tipo de humor mais amalucado, até negro, fica a dica. Ah e antes que me esqueça, o Bill Murray continua o mesmo. Com seu jeitão conquista todos logo nas primeiras cenas. É aquele tipo de ator naturalmente engraçado. Nem precisa fazer força para ser divertido.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 12 de junho de 2019
Miss Simpatia 2
Título Original: Miss Congeniality 2 - Armed & Fabulous
Ano de Produção: 2005
País: Estados Unidos
Estúdio: Castle Rock Entertainment
Direção: John Pasquin
Roteiro: Marc Lawrence, Katie Ford
Elenco: Sandra Bullock, Regina King, William Shatner, Ernie Hudson, Heather Burns, Diedrich Bader
Sinopse:
Depois de salvar um concurso de miss, a policial Gracie Hart (Sandra Bullock) se torna uma celebridade. Só que ela quer mesmo é ser uma policial de verdade e não apenas um rostinho bonito no FBI. Sua oportunidade de mostrar seu valor como policial surge quando um apresentador de concursos de miss e uma miss vencedora do ano passado são sequestrados em Las Vegas.
Comentários:
O primeiro filme fez um sucesso inesperado pelo estúdio. Assim era natural que os produtores voltassem ao mesmo tema, abrindo as portas para essa segunda parte. É a tal coisa, o primeiro filme já era fraco, bem mais ou menos. O que esperar de uma sequência que surgia com um roteiro do tipo "igual, mas procurando ser um pouquinho diferente"? E assim podemos resumir a existência desse "Miss Simpatia 2" que ganhou o pomposo subtítulo de "Armada e Poderosa". Se podemos dar um mérito a esse filme como um todo é a presença de Sandra Bullock. Seu carisma resiste a praticamente tudo, desde roteiros fracos, passando por cenas que deveriam ser engraçadas, mas que no final só são constrangedoras. A Bullock aqui mostra que consegue mesmo tirar leite de pedra, pois só não abandonei o filme pela metade por causa dela. No mais, em termos de elenco, ainda temos um esforçado William Shatner. Claro os fãs de "Star Trek" nem gostam de lembrar que seu adorado Capitão Kirk já pagou mico nesse tipo de filme, mas é a vida. Como ele mesmo disse certa vez "é um trabalho para se viver". Ponto final.
Pablo Aluísio
sábado, 20 de abril de 2019
O Julgamento de Nuremberg
Na verdade histórica não houve apenas um julgamento em Nuremberg, mas vários, com muitos réus dos mais diversos setores da Alemanha nazista. Esse filme se concentra no julgamento de membros do poder judiciário (juízes em sua maioria) e promotores públicos que não apenas colaboraram com o nazismo como chancelaram leis e decretos do Reich completamente absurdos, como os que previam pena de morte para arianos que se envolvessem com não-arianos e judeus ou que traziam normas sobre esterilização dos indesejados ao regime como comunistas, doentes mentais e membros de etnias consideradas inferiores pela doutrina nazista. No banco de réus se encontrava justamente um dos maiores juristas do direito alemão, o Dr. Ernst Janning (Burt Lancaster), homem culto, amante das artes e um autor e magistrado consagrado que a despeito de sua vasta cultura jurídica e humanista não hesitou em colaborar diretamente com os ideais de Hitler, inclusive enviando milhares de inocentes para campos de concentração do Terceiro Reich.
O roteiro do filme é primoroso, mostrando essa enorme contradição em que intelectuais e homens da mais fina cultura se tornavam meros instrumentos de morte para a máquina de extermínio nazista. O argumento também ousa perguntar até onde teria ido a responsabilidade do povo alemão pelos terríveis crimes de guerra promovidos pelos homens de Hitler. Isso é bem exemplificado pelos próprios réus no processo. Embora ocupassem altos cargos dentro do Reich todos negaram de forma incisiva que jamais souberam do que se passava dentro dos muros dos campos de extermínio.
O juiz americano Dan Haywood, indicado para julgar esses criminosos de guerra, é magnificamente interpretado por Spencer Tracy. Seu personagem é um sujeito provinciano do interior dos EUA, que fica chocado com a extrema brutalidade que toma conhecimento durante os depoimentos de testemunhas. Não menos talentosos em cena estão Richard Widmark como o promotor, membro das forças armadas americanas e Maximilian Schell, interpretando o advogado de defesa. Elenco fabuloso que conta ainda com grandes atores dando vida às testemunhas do caso, com destaque para Montgomery Clift como uma das vítimas da política nazista de pureza racial. O filme exige um certo comprometimento do espectador uma vez que sua duração ultrapassa as três horas, mas quem se propor a assistir a “O Julgamento de Nuremberg” será muito bem recompensado pois certamente se trata de uma obra prima da história do cinema.
O Julgamento de Nuremberg (Judgment at Nuremberg, EUA, 1961) Direção: Stanley Kramer / Roteiro: Abby Mann / Elenco: Spencer Tracy, Burt Lancaster, Richard Widmark, Maximilian Schell, Montgomery Clift, Judy Garland, William Shatner, Marlene Dietrich / Sinopse: O filme narra os acontecimentos que ocorreram durante um dos mais famosos julgamentos realizados na cidade de Nuremberg após o fim da Segunda Guerra. No banco dos réus juízes e promotores alemães que colaboraram com a política nazista de extermínio e esterilização de raças consideradas inferiores.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 14 de junho de 2018
Quatro Confissões
A atriz Claire Bloom também está excelente - pois seu personagem rapidamente passa de jovem donzela em perigo a vagabunda de plantão. O mais interessante em "Quatro Confissões" é que ao final do filme, após todos darem seu testemunho sobre o que teria acontecido entre o bandido Carrasco e o casal, saímos sem saber exatamente o que aconteceu! Isso mesmo, o filme é totalmente livre na interpretação do espectador que assim vai escolher (ou tentar escolher) em qual versão irá acreditar. O diretor Martin Ritt (parceiro de Paul Newman em várias produções) conseguiu algo muito valioso: fazer um filme ágil com roteiro bem elaborado, de bastante conteúdo. Tanto que recomendo que se assista mais de uma vez para destrinchar todos os detalhes que ocorrem durante o filme. Recomendo sem receios - inclusive para estudantes de direito pois é muito curioso acompanhar como uma mesma história pode ter tantas versões diferentes entre si, dependendo de quem as conta.
Quatro Confissões (The Outrage, EUA, 1964) Direção de Martin Ritt / Roteiro de Michael Kanin e Akira Kurosawa / Elenco: Paul Newman, William Shatner, Edward G Robinson, Laurence Harvey e Claire Bloom / Sinopse: Carrasco (Paul Newman) é um bandoleiro mexicano que captura a diligência onde se encontram um veterano Coronel da Guerra Civil e sua bela e jovem esposa. A partir desse momento acabam surgindo diversas versões do que efetivamente teria ocorrido durante o julgamento do crime que ocorreu.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018
Os Irmãos Karamazov
Título Original: The Brothers Karamazov
Ano de Produção: 1958
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer
Direção: Richard Brooks
Roteiro: Julius J. Epstein
Elenco: Yul Brynner, Maria Schell, Claire Bloom, Lee J. Cobb, William Shatner, Richard Basehart
Sinopse:
O filme conta a história de três irmãos que vivem na Rússia czarista na década de 1870. O mais velho deles é o tenente Dmitri Karamazov (Yul Brynner), homem honesto, mas problemático, sempre envolvido com dívidas de jogo e mulheres sem reputação. O irmão do meio é o escritor e jornalista Ivan Karamazov (Richard Basehart). Por fim há o caçula Alexi Karamazov (William Shatner) que resolve dedicar sua vida à santidade, se tornando monge da Igreja. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Ator Coadjuvante (Lee J. Cobb). Também indicado à Palma de Ouro do Cannes Film Festival.
Comentários:
"Os Irmãos Karamazov" de Fyodor Dostoevsky é uma das obras mais importantes da literatura russa. Adaptar um romace como esse, com centenas de páginas, para um filme de pouco mais de duas horas de duração nunca foi uma tarefa fácil. Mesmo assim o diretor Richard Brooks conseguiu realizar um bom filme. Nessa trama envolvendo a família Karamazov há praticamente de tudo: assassinatos, traições, duelos, etc. Até mesmo há uma mulher chamada Grushenka (Maria Schell) que é disputada entre pai e filho. Ao assistir a esse filme o espectador vai perceber que em determinados momentos o enredo pode parecer truncado, com situações forçadas que acontecem rápido demais. Isso se deve mesmo ao fato de se adaptar um livro longo para um filme de limitada duração. Assim quando o tenente Dmitri Karamazov (Yul Brynner) cai de amores por Grushenka, praticamente da noite para o dia, ficamos com aquela sensação de que aquilo aconteceu de forma rápida demais. O que no livro levam páginas e mais páginas, capítulos e mais capítulos, acaba ocorrendo no filme entre uma cena e outra. Por isso é necessário ter uma certa consciência disso para que o filme realmente funcione bem. Outro aspecto que temos que levar em conta é que na Rússia do século XIX havia um outro código de honra, outros valores que atualmente não fazem muito sentido. Assim quando o garotinho filho do velho capitão Snegiryov cai doente, com vergonha das atitudes de seu pai, há uma certa sensação de que nada daquilo faz muito sentido. Sem colocar o contexto histórico na equação, de fato essa parte da dramaturgia não funciona. A despeito dessas observações ainda considero uma bela obra cinematográfica, valorizada por uma boa produção, elenco afinado (até o "capitão Kirk" William Shatner funciona como um monge!) e roteiro coeso, que no final fez o que era possível para trazer a monumental obra escrita por Dostoevsky para as telas de cinema.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 9 de dezembro de 2016
For the Love of Spock
Para sobreviver, enquanto a carreira de ator não dava certo, Nimoy se virou como foi possível, afinal ele já era pai de família, mas não conseguia trabalhos como ator (talvez, muito provavelmente, por causa de sua aparência diferente). Assim ele tentou ser vendedor, construiu aquários para vender, consertava bicicletas na vizinhança, o que aparecia pela frente. Sua vida porém mudou totalmente quando caiu nas graças do diretor e produtor Gene Roddenberry que viu na aparência de Leonard a imagem certa para interpretar um alien do planeta Vulcano, um sujeito que por ter um lado humano e outro alienígena, tentava represar suas emoções. A partir daí, como todos sabemos, tudo é história. O Sr. Spock virou um ícone popular e Adam Nimoy tenta capturar tudo o que gravita em torno desse personagem único. No final das contas temos um belíssimo trabalho de resgate, não apenas de Spock e sua influência na cultura e no mundo da ciência, mas também na figura do talentoso Nimoy que certamente teve uma vida longa e próspera sob todos os sentidos.
For the Love of Spock (Estados Unidos, 2016) Direção: Adam Nimoy / Roteiro: Adam Nimoy / Elenco: Leonard Nimoy, Adam Nimoy, William Shatner, Chris Pine, Zachary Quinto, George Takei, Nicholas Meyer, Jim Parsons / Sinopse: Documentário que conta a história do ator Leonard Nimoy e seu mais famoso personagem, o vulcano Dr. Spock da mitológica série de sucesso "Jornada nas Estrelas".
Pablo Aluísio.
domingo, 20 de setembro de 2015
Jornada nas Estrelas V - A Última Fronteira
Título Original: Star Trek V The Final Frontier
Ano de Produção: 1989
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: William Shatner
Roteiro: Gene Roddenberry, William Shatner
Elenco: William Shatner, Leonard Nimoy, DeForest Kelley, James Doohan, Walter Koenig, Nichelle Nichols, George Takei, Laurence Luckinbill
Sinopse:
Após a Enterprise passar por reparos a tripulação do Capitão Kirk (William Shatner) é convocada para uma nova missão. Vários diplomatas de planetas da confederação caíram em mãos de um líder rebelde vulcano chamado Sybok (Laurence Luckinbill). Ele tem laços de parentesco com Spock (Leonard Nimoy), o que faz a missão ganhar traços pessoais jamais imaginados por ele. Na realidade Sybok almeja ir até os confins da galáxia onde pretende encontrar a origem do universo, o ponto zero da criação onde tudo começou.
Comentários:
Dirigido e roteirizado pelo ator William Shatner, o quinto filme da tripulação original da Enterprise marcou a despedida dos atores da série de TV do cinema. O que era para ser uma grande despedida porém se tornou um aborrecimento e tanto. O filme foi mal recebido pela crítica (de forma justa aliás) e o público não prestigiou. Na realidade Shatner, cego por seu ego descomunal, escreveu um enredo sem pegada, sem a dramaticidade necessária. Talvez com ciúmes de Leonard Nimoy que fez um ótimo trabalho no filme anterior, Shatner acabou trocando as mãos pelos pés e realizou um dos mais fracos filmes da série. Tudo soa muito enfadonho e chato. Para piorar Shatner escreveu cenas piegas e bobocas como por exemplo colocar os tripulantes em volta de uma fogueira no meio da noite para relembrar os velhos tempos. Santa bobagem, Batman! Os efeitos especiais também não enchem os olhos e mostram um certo desleixo por parte da Paramount em realizar uma produção melhor e mais bem cuidada. É aquele tipo de filme que deixa um gosto de decepção no ar, mesmo com as melhores expectativas possíveis. Assim o quinto filme só serviu mesmo para decepcionar os fãs. Era melhor que a turma da velha Enterprise se despedisse no filme anterior porque esse aqui obviamente não fez jus ao legado de todos eles.
Pablo Aluísio.
domingo, 10 de maio de 2015
Jornada nas Estrelas: Generations
Bom filme que tenta unir as pontas entre duas gerações de atores da franquia "Star Trek". De um lado a equipe comandada pelo lendário Capitão Kirk (William Shatner) e do outro a nova geração capitaneada pelo comandante Jean-Luc Picard (Patrick Stewart). Para conciliar a falta de lógica de juntar em um mesmo enredo duas tripulações que viveram suas histórias em tempos diferentes da saga Jornadas nas Estrelas, os roteiristas acabaram dando um jeito, manipulando o espaço-tempo entre as duas equipes da Enterprise. O resultado desse malabarismo temporal é meio complicado de engolir, mas uma vez ultrapassado esse mal estar inicial as coisas até que ficam divertidas, principalmente se formos comparar a diferença de estilos entre Picard e Kirk.
Esse último sempre foi o típico canastrão de ação dos anos 1960 (quando a série televisiva original surgiu nos Estados Unidos) e o segundo sempre se caracterizou por ser bem mais sério, contido e íntegro em seus ideais. Eu sempre preferi Picard por causa de sua personalidade mais realista e forte, já que o estilo de Kirk nunca me convenceu - uma pessoa como ele, que mais parecia um caminhoneiro espacial, dificilmente receberia o comando de uma nave como a Enterprise em um mundo real. De qualquer maneira como "Star Trek" é acima de tudo um produto de cultura pop, pura diversão, o filme acabou cumprindo seus objetivos. Aliás mais divertido mesmo que o próprio filme em si foi a indicação do Framboesa de Ouro para William Shatner na categoria Pior Ator Coadjuvante. Pelo visto os dias dos grandes canastrões acabaram mesmo.
Jornada nas Estrelas: Generations (Star Trek: Generations, Estados Unidos, 1994) Direção: David Carson / Roteiro: Rick Berman / Elenco: Patrick Stewart, William Shatner, Malcolm McDowell, Jonathan Frakes. / Sinopse: Com a ajuda do Capitão Kirk, capitão da nave Enterprise em seu passado remoto, o Capitão Picard deve parar um cientista louco disposto a matar e destruir civilizações inteiras em uma escala planetária para entrar em uma matriz espacial.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 4 de maio de 2015
Miss Simpatia
“Miss Simpatia” aliás investe justamente nisso, no choque que surge entre uma garota durona e o mundo fútil e artificial dos concursos de misses! É a tal coisa, choques de realidades geralmente são divertidos e engraçados e o roteiro do filme foi todo escrito aproveitando essa premissa. Sandra Bullock aqui interpreta uma policial rude e machona que acaba tendo que se disfarçar de miss para desvendar um crime ocorrido em um dos principais concursos de beleza dos EUA. O jeito sulista de Bullock então cai como uma luva para o enredo que explora exatamente a diferença existente entre o seu jeito de ser e as regras que norteiam a vida dessas dondocas e beldades. Não posso dizer que o filme é todo ruim porque há sim seqüências divertidas e engraçadas mas nada que justifique a grande bilheteria que essa comédia teve em seu lançamento. O público simplesmente adorou o jeito cafona e mal educada, além da risada de “porquinha” da personagem de Bullock! Agora uma coisa deve-se reconhecer: nada é mais engraçado no filme inteiro do que ver o eterno Capitão Kirk, o ator William Shatner, pagando mico como apresentador de concurso de misses! É realmente de rolar de rir... Por essa nem o Dr. Spock esperava...
Miss Simpatia (Miss Congeniality, Estados Unidos, 2000) Direção: Donald Petrie / Roteiro: Marc Lawrence, Katie Ford / Elenco: Sandra Bullock, Michael Caine, Benjamin Bratt, William Shatner / Sinopse: Gracie Hart (Sandra Bullock) é uma policial que precisa se infiltrar em um fútil e frívolo concurso de miss para solucionar um caso dos mais complicados.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 18 de setembro de 2014
Jornada nas Estrelas III - À Procura de Spock
Título Original: Star Trek III - The Search for Spock
Ano de Produção: 1984
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Leonard Nimoy
Roteiro: Gene Roddenberry, Harve Bennett
Elenco: William Shatner, Leonard Nimoy, DeForest Kelley
Sinopse:
Após o terrível combate com Khan, o capitão Kirk (William Shatner) toma consciência do alto preço que sua nave e tripulação tiveram que pagar ao enfrentar seu inimigo. Entre as maiores perdas está justamente a morte de seu principal oficial, o Dr. Spock (Leonard Nimoy), cujo corpo é enviado para o planeta Gênesis. Algo porém parece estar errado, pois a consciência de Spock, ao que tudo indica, sobreviveu à morte de seu corpo! Agora Kirk fará de tudo para trazer seu leal amigo de volta à vida. Filme indicado ao prêmio da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films em cinco categorias, entre elas Melhor Filme de Ficção, Melhor Direção e Melhor Ator (William Shatner).
Comentários:
Considerado até hoje um dos melhores filmes da franquia "Star Trek". O motivo que levou muitos a creditarem tantos méritos ao filme nem são tão complicados de explicar. Logo nos créditos descobrimos que a direção foi entregue ao próprio Sr. Spock, ou melhor dizendo, ao ator Leonard Nimoy. Para quem acompanha cinema não foi uma novidade digna de nota já que Nimoy é considerado não apenas um bom ator, mas também um cineasta de mão cheia. Antes de estrear no cinema como diretor nesse filme ele dirigiu algumas séries como "Carro Comando" na TV. Tão elogiado foi por essa direção que voltaria em "Jornada nas Estrelas IV - A Volta para Casa", esse considerado por muitos o melhor filme de "Star Trek" no cinema. O enredo dá sequência aos acontecimentos que foram mostrados no filme anterior, criando uma ligação essencial e obrigatória entre os dois filmes. Por essa razão aconselho rever "Jornada nas Estrelas II - A Ira de Khan" antes de assistir a esse. É também o filme da franquia que melhor explora as nuances e complexidades do personagem Spock, que sempre foi um dos pilares de "Star Trek", tanto na TV como no cinema. Some-se a isso bons efeitos especiais e um roteiro envolvente e esclarecedor, e você terá um excelente marco não apenas dentro do universo de "Jornada nas Estrelas" como também de todo o gênero Sci-fi.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 3 de janeiro de 2014
Jornada nas Estrelas II - A Ira de Khan
Título Original: Star Trek: The Wrath of Khan
Ano de Produção: 1982
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Nicholas Meyer
Roteiro: Gene Roddenberry, Harve Bennett
Elenco: William Shatner, Leonard Nimoy, Ricardo Montalban, DeForest Kelley, George Takei, Walter Koenig, James Doohan
Sinopse:
Enquanto o capitão Kirk (Shatner) se ocupa do treinamento de novos membros da frota estelar, seu inimigo de longa data, o guerreiro Khan (Montalban), se prepara para colocar as mãos no projeto da frota chamado Gênese cuja finalidade é criar vida sustentável em planetas distantes e inóspitos. Sem alternativas Kirk então resolve retomar o comando da nave Enterprise para enfrentar Khan em um novo e terrível combate.
Comentários:
O primeiro filme de Jornada nas Estrelas para o cinema dividiu opiniões. Alguns gostaram de sua trama mais cabeça, quase ao estilo de "2001", já outros qualificaram o filme de chatice. De fato era um enredo mais cerebral, sem tanta enfase na aventura. Foi justamente nisso que os produtores pensaram ao realizar esse segundo filme pois "Jornada nas Estrelas II - A Ira de Khan" tinha muito mais ação, confrontos e batalhas pelo espaço, afinal de contas o vilão Khan estava de volta. Ele havia surgido na série clássica pela primeira vez no episódio "Space Seed" de 1967. Logo na sua primeira aparição já conquistou os fãs da série. Era um vilão muito visceral, instintivo e guerreiro que elevou esse episódio à categoria de ser um dos melhores da série original. Na ocasião havia sido interpretado pelo mesmo Ricardo Montalban e já que a intenção desse filme era recuperar o espírito dos episódios de TV nada mais natural do que trazer o personagem e o ator que marcaram tanto. O resultado dessa nova mentalidade se mostrou certeira. O filme de fato é excelente. Bem distante da racionalidade do primeiro "Jornada nas Estrelas - O Filme" esse segundo aposta mesmo no clima de matinê, algo que foi bastante elogiado na época. Khan mais parece um antigo vilão dos filmes de Flash Gordon e isso fez toda a diferença. O diretor Nicholas Meyer era um especialista, já tendo dirigido alguns pequenos clássicos Sci-fi como por exemplo "Um Século em 43 Minutos" e "The Day After". Ele inclusive voltaria à série em "Jornada nas Estrelas VI - A Terra Desconhecida" mas essa é uma outra história. Aqui certamente conduziu tudo com muito talento. De qualquer forma, como reza a lenda, os episódios de números pares de Star Trek sempre foram considerados os melhores, pois bem, esse filme aqui mostra e confirma o que dizem dos filmes de Jornada nas Estrelas no cinema já que inegavelmente é um dos melhores da série.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 21 de maio de 2012
Jornada Nas Estrelas - O Filme
A trama acompanha a chegada na Terra de um estranho fenômeno cósmico que sai destruindo tudo por onde passa. Os principais cientistas não sabem ao certo do que se trata e nem qual seria sua verdadeira natureza. Desesperados enviam a nave Enterprise para tentar entender o que afinal seria esse verdadeiro "destruidor de mundos" que ruma direto em direção ao nosso planeta. O mais curioso é que embora desconhecido em nosso sistema solar a estranha "criatura" parece soar muito familiar para todos. Seria parte de algo inerente à nossa própria história que estaria voltando para um acerto de contas final? Não convém revelar mais nada. Como já escrevi antes, grande parte da força dessa produção provém de um roteiro muito bem elaborado, que certamente causou muito impacto aos fãs da antiga série televisiva. Como sempre digo Star Trek tem tanta força mesmo após tantos anos por causa da qualidade absoluta de seus roteiros. Os efeitos podem ficar velhos (até ridículos) mas tudo o que envolve Jornada nas Estrelas consegue romper a barreira do tempo justamente por causa das tramas magistralmente bem escritas. Aqui não é exceção. Considero o argumento uma preciosidade, que vai tocar fundo em todos aqueles que amam a saga e acompanham os nossos avanços científicos a cada ano. Uma preciosidade do gênero Sci-Fi que merece ser reavaliado e revisto sempre. Uma obra prima certamente.
Jornada Nas Estrelas - O Filme (Star Trek: The Motion Picture, Estados Unidos, 1979) Direção: Robert Wise / Roteiro: Alan Dean Foster, Harold Livingston baseados nos personagens criados por Gene Roddenberry / Elenco: William Shatner, Leonard Nimoy, DeForest Kelley, James Doohan, George Takei, Majel Barrett, Walter Koenig, Nichelle Nichols / Sinopse: Uma terível ameaça ao nosso planeta vem em direção à Terra. Não se sabe ao certo do que se trata, ou qual seria sua natureza cósmica! Para investigar a nave Enterprise é enviada em direção ao "destruidor de Mundos" para tentar descobrir do que realmente se trata.
Pablo Aluísio.