Só o fato do filme apresentar a dupla formada por Boris Karloff e Bela Lugosi no elenco já o qualificaria como um clássico do terror. Mas isso é apenas o começo. Esse suspense é muito bom, acima da média. A história, embora ficcional, foi baseada em fatos reais acontecidos na cidade de Edimburgo durante o século XIX. Naqueles tempos escuros e sombrios a medicina ainda engatinhava em seus fundamentos realmente científicos. Para realizar experiências havia uma grande demanda por cadáveres, só que a lei apenas permitia o uso de corpos de criminosos executados. A solução então era contrabandear dos cemitérios os corpos dos recém enterrados. O serviço sujo geralmente era contratado por médicos, cirurgiões e professores de medicina. Quem geralmente realizava o trabalho eram homens pobres, desesperados para ter alguma renda.
No filme esse "serviço" passa a ser feito por John Gray (Boris Karloff). Todas as madrugadas ele entrava furtivamente nos cemitérios para desenterrar os mortos que tinham sido sepultados naquele dia. Depois os corpos eram levados para a faculdade de medicina, sob os cuidados do professor de medicina Dr. Wolfe MacFarlane (Henry Daniell). O grande Bela Lugosi interpreta um dos empregados do Dr. MacFarlane que sabendo da história toda passa a chantagear todos os envolvidos naquele crime.
O filme me surpreendeu porque nunca derrapa para o exagero ou para o susto barato. Ao contrário disso apresenta um excelente roteiro, muito bem escrito, com o clima noir predominando em todas as cenas. A figura do desprezível John Gray carregando os cadáveres em seus ombros já era assustador o suficiente para a época. A cena final também é muito bem escrita, apostando mais no terror psicológico do que em qualquer outro artifício barato. Por fim não poderia deixar de elogiar Boris Karloff. Esse foi um grande mestre dos filmes de terror. Ele não usou maquiagem e nem qualquer outro recurso artificial para tornar seu personagem mais assustador. Contou apenas com seu talento natural de ator e no final seu trabalho se mostrou absolutamente impecável.
O Túmulo Vazio (The Body Snatcher, Estados Unidos, 1945) Direção: Robert Wise / Roteiro: Philip MacDonald, baseado no conto de terror escrito por Robert Louis Stevenson / Elenco: Boris Karloff, Bela Lugosi, Henry Daniell, Edith Atwater / Sinopse: Precisando de corpos recentemente falecidos o Dr. Wolfe MacFarlane (Henry Daniell) passa a contratar os serviços sujos do charreteiro John Gray (Boris Karloff). Seu trabalho passa a ser invadir o cemitério durante as madrugadas para roubar corpos para a faculdade de medicina em Edimburgo. Um crime que vai acabar trazendo tragédia e morte para todos os envolvidos.
Pablo Aluísio.
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domingo, 26 de agosto de 2018
segunda-feira, 8 de agosto de 2016
Sexta-Feira 13
Título no Brasil: Sexta-Feira 13
Título Original: Black Friday
Ano de Produção: 1940
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Arthur Lubin
Roteiro: Curt Siodmak, Eric Taylor
Elenco: Boris Karloff, Bela Lugosi, Stanley Ridges, Anne Nagel, Anne Gwynne, Edmund MacDonald
Sinopse:
Quando seu amigo pessoal, o professor Kingsley, morre tragicamente, o neurocirurgião Dr. Ernst Sovac (Boris Karloff) decide que precisa preservar sua mente de alguma maneira. Afinal a inteligência de um homem tão brilhante não poderia simplesmente deixar de existir da noite para o dia. Assim ele resolve usar um novo procedimento experimental, ainda não autorizado pelas autoridades, para transplantar o cérebro do amigo para o corpo de um criminoso também recentemente falecido, o gangster Red Cannon. Inicialmente a operação parece ter sido um sucesso, mas em pouco tempo algo parece claro: a mente de inteligência única parece agora fixada em ser usada para o mundo do crime.
Comentários:
Pois é, existe um filme da década de 1940 chamado "Sexta-Feira 13", tal como a série violenta de filmes com o psicopata Jason dos anos 80. Poucos ainda se lembram disso ou possuem conhecimento da existência dessa produção. Aqui não temos psicopatas com machados e máscaras de hockey matando adolescentes e jovens namorados desprevenidos no meio da floresta, mas sim uma mistura até bem feita envolvendo dois clássicos da literatura de terror: "O Médico e o Monstro" de Robert Louis Stevenson e "Frankenstein ou o Moderno Prometeu" de Mary Shelley. Do primeiro os roteiristas tiraram a ideia de duas personalidades diferentes convivendo em um mesmo corpo, sendo uma delas culta, elegante e sofisticada e a outra violenta, psicopata e cruel. Na verdade a união das duas personalidades do transplante - uma do professor falecido e a outra do criminoso em seu próprio corpo. Já do segundo livro temos a figura do cientista louco, que não parece estar interessado nos limites éticos e profissionais de sua atividade médica. Mesmo sabendo dos riscos não hesita em ultrapassar todas as fronteiras da lei para trazer para o mundo um ser monstruoso, feito de pedaços e órgãos de pessoas mortas. Um dos grandes atrativos do filme vem da presença de dois monstros consagrados do cinema de horror clássico: Boris Karloff e Bela Lugosi. É verdade que Lugosi já parecia debilitado em cena por causa de seu vício em drogas pesadas, mas mesmo assim vê-lo ao lado de Karloff certamente vale a pena. Dois grandes mitos atuando em um filme que, como já escrevi, é também a união de dois clássicos da literatura de terror. Poderia haver algo mais interessante para os fãs do gênero? Penso sinceramente que não...
Pablo Aluísio.
Título Original: Black Friday
Ano de Produção: 1940
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Arthur Lubin
Roteiro: Curt Siodmak, Eric Taylor
Elenco: Boris Karloff, Bela Lugosi, Stanley Ridges, Anne Nagel, Anne Gwynne, Edmund MacDonald
Sinopse:
Quando seu amigo pessoal, o professor Kingsley, morre tragicamente, o neurocirurgião Dr. Ernst Sovac (Boris Karloff) decide que precisa preservar sua mente de alguma maneira. Afinal a inteligência de um homem tão brilhante não poderia simplesmente deixar de existir da noite para o dia. Assim ele resolve usar um novo procedimento experimental, ainda não autorizado pelas autoridades, para transplantar o cérebro do amigo para o corpo de um criminoso também recentemente falecido, o gangster Red Cannon. Inicialmente a operação parece ter sido um sucesso, mas em pouco tempo algo parece claro: a mente de inteligência única parece agora fixada em ser usada para o mundo do crime.
Comentários:
Pois é, existe um filme da década de 1940 chamado "Sexta-Feira 13", tal como a série violenta de filmes com o psicopata Jason dos anos 80. Poucos ainda se lembram disso ou possuem conhecimento da existência dessa produção. Aqui não temos psicopatas com machados e máscaras de hockey matando adolescentes e jovens namorados desprevenidos no meio da floresta, mas sim uma mistura até bem feita envolvendo dois clássicos da literatura de terror: "O Médico e o Monstro" de Robert Louis Stevenson e "Frankenstein ou o Moderno Prometeu" de Mary Shelley. Do primeiro os roteiristas tiraram a ideia de duas personalidades diferentes convivendo em um mesmo corpo, sendo uma delas culta, elegante e sofisticada e a outra violenta, psicopata e cruel. Na verdade a união das duas personalidades do transplante - uma do professor falecido e a outra do criminoso em seu próprio corpo. Já do segundo livro temos a figura do cientista louco, que não parece estar interessado nos limites éticos e profissionais de sua atividade médica. Mesmo sabendo dos riscos não hesita em ultrapassar todas as fronteiras da lei para trazer para o mundo um ser monstruoso, feito de pedaços e órgãos de pessoas mortas. Um dos grandes atrativos do filme vem da presença de dois monstros consagrados do cinema de horror clássico: Boris Karloff e Bela Lugosi. É verdade que Lugosi já parecia debilitado em cena por causa de seu vício em drogas pesadas, mas mesmo assim vê-lo ao lado de Karloff certamente vale a pena. Dois grandes mitos atuando em um filme que, como já escrevi, é também a união de dois clássicos da literatura de terror. Poderia haver algo mais interessante para os fãs do gênero? Penso sinceramente que não...
Pablo Aluísio.
terça-feira, 11 de março de 2014
Drácula
Nascido com o nome de Be'la Ferenc Dezso Blasko, o húngaro Bela Lugosi (1882 - 1956) foi um dos grandes intérpretes do personagem "Drácula" nos cinemas. Ele trouxe uma elegância sinistra para sua atuação e essa característica acabou sendo tão marcante que acabou influenciando gerações de atores que interpretaram o conde vampiro nas telas durante as décadas que viriam."Drácula" de 1931 foi o grande divisor de sua carreira. O filme, uma adaptação muito bem realizada da obra de Bram Stoker, mostrava um nobre europeu que era ao mesmo tempo um monstro e uma vítima.
Monstro porque percorria as vielas escuras em busca de sangue para continuar sua existência macabra e sinistra; vítima porque não conseguia se libertar de sua melancólica vida terrena e solitária. Dirigido por Tod Browning, o roteiro mostrava todos os personagens secundários que fizeram a lenda de Drácula atravessar os séculos como a bela Nina, o jovem John Harker e o caçador de criaturas da noite, Van Helsing. Um maravilhoso filme que até hoje é referência para os fãs do personagem e da mitologia dos vampiros que parecem nunca sair de moda, mesmo após tantos anos.
Drácula (Dracula, EUA, 1931) Direção: Tod Browning / Roteiro: Hamilton Deane / Elenco: Bela Lugosi, Helen Chandler, David Manners / Sinopse: Drácula (Lugosi) é um nobre europeu misterioso que tenciona comprar uma propriedade na Inglaterra. Ele viaja de navio até Londres e durante a viagem todos os tripulantes são mortos pelo vampiro. Na capital inglesa ele passa a se interessar por uma jovem, chamada Nina.
Pablo Aluísio.
Monstro porque percorria as vielas escuras em busca de sangue para continuar sua existência macabra e sinistra; vítima porque não conseguia se libertar de sua melancólica vida terrena e solitária. Dirigido por Tod Browning, o roteiro mostrava todos os personagens secundários que fizeram a lenda de Drácula atravessar os séculos como a bela Nina, o jovem John Harker e o caçador de criaturas da noite, Van Helsing. Um maravilhoso filme que até hoje é referência para os fãs do personagem e da mitologia dos vampiros que parecem nunca sair de moda, mesmo após tantos anos.
Drácula (Dracula, EUA, 1931) Direção: Tod Browning / Roteiro: Hamilton Deane / Elenco: Bela Lugosi, Helen Chandler, David Manners / Sinopse: Drácula (Lugosi) é um nobre europeu misterioso que tenciona comprar uma propriedade na Inglaterra. Ele viaja de navio até Londres e durante a viagem todos os tripulantes são mortos pelo vampiro. Na capital inglesa ele passa a se interessar por uma jovem, chamada Nina.
Pablo Aluísio.
domingo, 16 de setembro de 2007
The Body Snatcher - O Túmulo Vazio
Nesse fim de semana aproveitei para ver alguns filmes clássicos. O primeiro e o mais interessante foi "O Túmulo Vazio", dirigido pelo mestre Robert Wise. Contando em seu elenco com dois gênios do terror em sua era de ouro, Boris Karloff e Bela Lugosi, o roteiro do filme explorava um fato real acontecido na cidade de Edimburgo, quando respeitados médicos e professores de medicina começaram a comprar corpos roubados dos cemitérios para usá-los em suas experiências científicas.
É curioso que não faz muito tempo assisti em um canal a cabo um documentário contando justamente essa história. Essa cidade de Edimburgo, com suas construções ao estilo medieval, paredes pretas e ruas escuras, já era algo sombrio por si só. Aproveitando esse clima soturno o diretor Robert Wise (um dos meus cineastas preferidos) rodou esse noir muito competente e eficiente.
O maior destaque em termos de elenco veio mesmo com Boris Karloff. Ele entrou para a história do cinema interpretando a criatura no clássico "Frankenstein" de 1931. Sob uma maquiagem pesada, que se tornaria para sempre clássica, ele procurava trazer uma certa humanidade para aquele trágico homem feito de pedaços de outros homens mortos. Depois disso ele voltaria ao papel em mais filmes, como "A Noiva de Frankenstein", "O Filho de Frankenstein", "A Mansão de Frankenstein" e "O Castelo de Frankenstein". Não poderia assim ficar mais associado à imortal criação da escritora Mary Shelley. Porém resumir seu talento e sua maravilhosa atuação a apenas esses filmes seria banal demais. Em outras produções como esse "O Túmulo Vazio" ele tinha maiores oportunidades de atuar bem. De qualquer forma deixo a resenha completa do filme no link logo abaixo. Adianto que o filme realmente me surpreendeu muito positivamente.
Pablo Aluísio.
É curioso que não faz muito tempo assisti em um canal a cabo um documentário contando justamente essa história. Essa cidade de Edimburgo, com suas construções ao estilo medieval, paredes pretas e ruas escuras, já era algo sombrio por si só. Aproveitando esse clima soturno o diretor Robert Wise (um dos meus cineastas preferidos) rodou esse noir muito competente e eficiente.
O maior destaque em termos de elenco veio mesmo com Boris Karloff. Ele entrou para a história do cinema interpretando a criatura no clássico "Frankenstein" de 1931. Sob uma maquiagem pesada, que se tornaria para sempre clássica, ele procurava trazer uma certa humanidade para aquele trágico homem feito de pedaços de outros homens mortos. Depois disso ele voltaria ao papel em mais filmes, como "A Noiva de Frankenstein", "O Filho de Frankenstein", "A Mansão de Frankenstein" e "O Castelo de Frankenstein". Não poderia assim ficar mais associado à imortal criação da escritora Mary Shelley. Porém resumir seu talento e sua maravilhosa atuação a apenas esses filmes seria banal demais. Em outras produções como esse "O Túmulo Vazio" ele tinha maiores oportunidades de atuar bem. De qualquer forma deixo a resenha completa do filme no link logo abaixo. Adianto que o filme realmente me surpreendeu muito positivamente.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 18 de abril de 2007
A Volta de Drácula
Título no Brasil: A Volta de Drácula
Título Original: The Devil Bat
Ano de Produção: 1940
País: Estados Unidos
Estúdio: Madison Pictures
Direção: Jean Yarbrough
Roteiro: John T. Neville
Elenco: Bela Lugosi, Suzanne Kaaren, Dave O'Brien, Guy Usher, Yolande Donlan, Donald Kerr
Sinopse:
O Dr. Paul Carruthers (Bela Lugosi) é um cientista louco que desenvolve uma loção, um produto químico desconhecido que faz com que seus morcegos gigantescos matem qualquer pessoa que ele ordene, em sua eterna sede de vingança.
Comentários:
O título nacional é completamente enganoso. Não se trata de um filme com o famoso conde vampiro Drácula. Na realidade a única ligação vem da presença de Bela Lugosi no elenco. Como se sabe esse ator se imortalizou interpretando Drácula no clássico filme da Universal. O problema é que ele acabou se viciando em drogas, foi demitido pelo estúdio e acabou se tornando alvo fácil de produtores picaretas que só queriam contratá-lo para estampar seu nome nos cartazes dos filmes. A grande maioria dessas produções eram de classe B ou Z, feitas sem orçamento ou cuidado. Muitos desses filmes eram exibidos em pequenos cinemas do interior, no estilo Kamikaze. Esse "A Volta de Drácula" é um exemplo perfeito disso. Indico o filme "Ed Wood" para que o cinéfilo entenda bem o contexto histórico de como esses filmes eram feitos.
Pablo Aluísio.
Título Original: The Devil Bat
Ano de Produção: 1940
País: Estados Unidos
Estúdio: Madison Pictures
Direção: Jean Yarbrough
Roteiro: John T. Neville
Elenco: Bela Lugosi, Suzanne Kaaren, Dave O'Brien, Guy Usher, Yolande Donlan, Donald Kerr
Sinopse:
O Dr. Paul Carruthers (Bela Lugosi) é um cientista louco que desenvolve uma loção, um produto químico desconhecido que faz com que seus morcegos gigantescos matem qualquer pessoa que ele ordene, em sua eterna sede de vingança.
Comentários:
O título nacional é completamente enganoso. Não se trata de um filme com o famoso conde vampiro Drácula. Na realidade a única ligação vem da presença de Bela Lugosi no elenco. Como se sabe esse ator se imortalizou interpretando Drácula no clássico filme da Universal. O problema é que ele acabou se viciando em drogas, foi demitido pelo estúdio e acabou se tornando alvo fácil de produtores picaretas que só queriam contratá-lo para estampar seu nome nos cartazes dos filmes. A grande maioria dessas produções eram de classe B ou Z, feitas sem orçamento ou cuidado. Muitos desses filmes eram exibidos em pequenos cinemas do interior, no estilo Kamikaze. Esse "A Volta de Drácula" é um exemplo perfeito disso. Indico o filme "Ed Wood" para que o cinéfilo entenda bem o contexto histórico de como esses filmes eram feitos.
Pablo Aluísio.
Bela Lugosi
Bela Lugosi
O ator que ficou extremamente famoso interpretando o Conde Drácula no cinema. Seu visual e figurinos entraram para sempre no universo da cultura pop. Uma imagem das mais marcantes na história do cinema.
quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007
Drácula
É incrível, mas eu nunca havia assistido a esse clássico do terror. Essa produção de 1931 foi a primeira adaptação autorizada do livro de Bram Stoker para o cinema americano. Também foi uma das mais importantes obras cinematográficas na transposição desse famoso personagem para as telas. O curioso é que o filme teve muitos problemas de produção. A Universal Pictures não queria investir muito dinheiro. Por isso contratou basicamente o mesmo elenco da peça na Broadway. Foi um acerto. Tanto Bela Lugosi (na pele do Conde Drácula), como Edward Van Sloan (que interpretava Van Helsing), estavam muito entrosados quando o filme começou a ser rodado. Eles basicamente apenas repetiram o que vinham fazendo nos palcos. O cinema mudo estava desaparecendo e a possibilidade do uso do som foi uma revolução e tanto. E eles tinham ótimos diálogos para seus personagens. Aliás é bom lembrar que esse foi um dos primeiros filmes falados da história.
O diretor Tod Browning fez um bom trabalho, principalmente na questão envolvendo a direção de arte do filme, como também nos cenários, figurinos, etc. Ele deu um visual ao vampiro que seria imitado por décadas e décadas. Algumas cenas, como a do grande salão do castelo de Drácula, até hoje impressionam pela beleza gótica. E pensar que essa primeira versão foi realizada com pouco dinheiro e com um diretor que não conseguiu terminar o filme porque o prazo estourou e ele teve que ir para outro lugar, para começar um outro filme pelo qual tinha assinado contrato. Quem terminou as filmagens foi Karl Freund, que também ajudou na sala de edição, criando assim um corte final rápido e sem excessos, trazendo muita agilidade para o filme de uma maneira em geral.
Em relação à teatralidade de certos momentos, principalmente nos gestos bem teatrais de Bela Lugosi, isso obviamente foi fruto de suas origens, pois ele na época era um ator de teatro. Seu visual estranho, seu sotaque húngaro, tudo se encaixou perfeitamente com a proposta de interpretar esse estranho conde. Outro aspecto digno de nota é que os produtores cortaram todas as cenas que pudessem ser consideradas violentas demais. Por isso o filme traz uma curiosa característica. O Drácula de Lugosi morde suas vítimas, mas isso nunca é mostrado no filme. Tudo fica apenas na sugestão e na imaginação do espectador. Também não se vê presas de vampiro. Para os executivos da Universal da época isso seria de muito mau gosto. Mal sabiam que o estava por vir nas décadas seguintes. Enfim, esse Drácula pioneiro do cinema é item obrigatório para quem se interessa pela história do cinema. O filme captou o nascimento nas telas de um dos personagens mais marcantes da sétima arte.
Drácula (Dracula, Estados Unidos, 1931) Direção: Tod Browning, Karl Freund / Roteiro: Hamilton Deane, baseado na obra escrita por Bram Stoker / Elenco: Bela Lugosi, Edward Van Sloan, Helen Chandler, David Manners / Sinopse: Um estranho nobre chamado Conde Drácula (Lugosi) viaja até Londres e acaba se interessando pela jovem Mina. Desconfiado de sua verdadeira natureza, o professor Van Helsing (Van Sloan) decide confrontar aquela estranha criatura que ele acredita ser um vampiro.
Pablo Aluísio.
O diretor Tod Browning fez um bom trabalho, principalmente na questão envolvendo a direção de arte do filme, como também nos cenários, figurinos, etc. Ele deu um visual ao vampiro que seria imitado por décadas e décadas. Algumas cenas, como a do grande salão do castelo de Drácula, até hoje impressionam pela beleza gótica. E pensar que essa primeira versão foi realizada com pouco dinheiro e com um diretor que não conseguiu terminar o filme porque o prazo estourou e ele teve que ir para outro lugar, para começar um outro filme pelo qual tinha assinado contrato. Quem terminou as filmagens foi Karl Freund, que também ajudou na sala de edição, criando assim um corte final rápido e sem excessos, trazendo muita agilidade para o filme de uma maneira em geral.
Em relação à teatralidade de certos momentos, principalmente nos gestos bem teatrais de Bela Lugosi, isso obviamente foi fruto de suas origens, pois ele na época era um ator de teatro. Seu visual estranho, seu sotaque húngaro, tudo se encaixou perfeitamente com a proposta de interpretar esse estranho conde. Outro aspecto digno de nota é que os produtores cortaram todas as cenas que pudessem ser consideradas violentas demais. Por isso o filme traz uma curiosa característica. O Drácula de Lugosi morde suas vítimas, mas isso nunca é mostrado no filme. Tudo fica apenas na sugestão e na imaginação do espectador. Também não se vê presas de vampiro. Para os executivos da Universal da época isso seria de muito mau gosto. Mal sabiam que o estava por vir nas décadas seguintes. Enfim, esse Drácula pioneiro do cinema é item obrigatório para quem se interessa pela história do cinema. O filme captou o nascimento nas telas de um dos personagens mais marcantes da sétima arte.
Drácula (Dracula, Estados Unidos, 1931) Direção: Tod Browning, Karl Freund / Roteiro: Hamilton Deane, baseado na obra escrita por Bram Stoker / Elenco: Bela Lugosi, Edward Van Sloan, Helen Chandler, David Manners / Sinopse: Um estranho nobre chamado Conde Drácula (Lugosi) viaja até Londres e acaba se interessando pela jovem Mina. Desconfiado de sua verdadeira natureza, o professor Van Helsing (Van Sloan) decide confrontar aquela estranha criatura que ele acredita ser um vampiro.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 25 de janeiro de 2007
A Volta do Vampiro
Título no Brasil: A Volta do Vampiro
Título Original: The Return of the Vampire
Ano de Produção: 1944
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Lew Landers
Roteiro: Randall Faye, Griffin Jay
Elenco: Bela Lugosi, Frieda Inescort, Nina Foch, Roland Varno, Miles Mander, Matt Willis
Sinopse:
Em 1918, uma família inglesa é aterrorizada por um vampiro! Eles porém conseguem deter os ataques do monstro e o aprisionam, até que mais de vinte depois, bombas alemãs jogadas sobre Londres durante a Segunda Guerra Mundial,libertam o vampiro de sua prisão. De volta ao mundo, Drácula (Lugosi) assume a identidade de um cientista, recruta seu velho assistente, um sujeito que se transforma em lobisomem durante a lua cheia, e parte para a vingança contra aqueles que o aprisionaram por tanto tempo.
Comentários:
Bela Lugosi volta ao papel que o consagrou, a do conde vampiro Drácula. Infelizmente os tempos eram outros e o personagem já não causava mais o mesmo impacto de antes, além disso o ator já passava por vários problemas pessoais graves como seu sério problema com drogas, o que iria destruir sua vida e sua carreira nos anos que viriam. O que temos aqui é uma produção B sem muita relevância. Ao contrário dos primeiros filmes de Bela como Drácula, que hoje em dia são considerados clássicos do terror, esse filme é visto apenas como um exemplo de sua decadência pessoal e artística. Nada de muito relevante em uma tentativa de ganhar alguns trocados com sua fama do passado. Em termos de roteiro também não há muito o que se elogiar. A trama não avança e assume inovações que soam forçadas e sem sentido, como a que traz um lobisomem para ser o assistente pessoal do nobre das trevas. Também leva o lendário vampiro para a época da Segunda Guerra Mundial, o que no final não faz muita diferença, já que o filme simplesmente não empolga. Ao terminar de assistir o cinéfilo certamente sentirá uma certa melancolia pelo destino trágico de Bela Lugosi.
Pablo Aluísio.
Título Original: The Return of the Vampire
Ano de Produção: 1944
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Lew Landers
Roteiro: Randall Faye, Griffin Jay
Elenco: Bela Lugosi, Frieda Inescort, Nina Foch, Roland Varno, Miles Mander, Matt Willis
Sinopse:
Em 1918, uma família inglesa é aterrorizada por um vampiro! Eles porém conseguem deter os ataques do monstro e o aprisionam, até que mais de vinte depois, bombas alemãs jogadas sobre Londres durante a Segunda Guerra Mundial,libertam o vampiro de sua prisão. De volta ao mundo, Drácula (Lugosi) assume a identidade de um cientista, recruta seu velho assistente, um sujeito que se transforma em lobisomem durante a lua cheia, e parte para a vingança contra aqueles que o aprisionaram por tanto tempo.
Comentários:
Bela Lugosi volta ao papel que o consagrou, a do conde vampiro Drácula. Infelizmente os tempos eram outros e o personagem já não causava mais o mesmo impacto de antes, além disso o ator já passava por vários problemas pessoais graves como seu sério problema com drogas, o que iria destruir sua vida e sua carreira nos anos que viriam. O que temos aqui é uma produção B sem muita relevância. Ao contrário dos primeiros filmes de Bela como Drácula, que hoje em dia são considerados clássicos do terror, esse filme é visto apenas como um exemplo de sua decadência pessoal e artística. Nada de muito relevante em uma tentativa de ganhar alguns trocados com sua fama do passado. Em termos de roteiro também não há muito o que se elogiar. A trama não avança e assume inovações que soam forçadas e sem sentido, como a que traz um lobisomem para ser o assistente pessoal do nobre das trevas. Também leva o lendário vampiro para a época da Segunda Guerra Mundial, o que no final não faz muita diferença, já que o filme simplesmente não empolga. Ao terminar de assistir o cinéfilo certamente sentirá uma certa melancolia pelo destino trágico de Bela Lugosi.
Pablo Aluísio.
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