quarta-feira, 7 de agosto de 2024
O Expresso do Horror
segunda-feira, 22 de julho de 2024
O Ataúde do Morto-Vivo
quarta-feira, 19 de junho de 2024
Drácula no Mundo da Minissaia
sábado, 6 de janeiro de 2024
A Invenção de Hugo Cabret
Produção: A grande qualidade de "A Invenção de Hugo Cabret" é sua produção nota 10. Não é complicado de entender porque tiveram tanto capricho nesse aspecto do filme. Rodado para se tornar o primeiro projeto 3D do diretor Martin Scorsese o filme supervaloriza cada cena, cada cenário, cada ambiente, tudo ricamente desenvolvido chegando quase ao ponto da saturação, da poluição visual (são tantos os detalhes que o espectador simplesmente cansa de prestar atenção de tudo). Em resumo, uma produção de alto luxo e rica direção de arte.
Elenco: Aqui se destacam os veteranos Ben Kingsley (finalmente fazendo um personagem carismático depois de aparecer em alguns abacaxis por aí) e Christopher Lee (que consegue se destacar mesmo em um papel mínimo e mal desenvolvido pelo roteiro). Já o elenco infantil é de mediano para fraco, o que é um problema em um filme baseado nas peripécias dos guris. Achei o ator que faz o garoto Hugo (Asa Butterfield) sem carisma, quase beirando a antipatia. Não mostrou nada de muito especial em cena, sendo apenas correto. A garotinha Chloe Grace Moretz (que fez a vampirinha do remake "Deixe-me Entrar") se sai melhor mas como o papel dela é limitado não melhora muito sua situação.
Direção: Não é o tipo de filme que estamos acostumados a ver com Martin Scorsese. De fato, "Hugo" é seu filme mais singular. Em vista disso não consegui visualizar maiores marcas da presença do cineasta. A antiga maestria em extrair o melhor de seu elenco aqui está nitidamente atenuada, uma vez que o filme é baseado mesmo em alta tecnologia na criação de cenários e ambientes totalmente virtuais. De certa forma achei a direção mais modesta desde "Gangues de Nova Iorque".Espero que ele deixe de lado essa fase "George Lucas" para retornar aos bons e velhos filmes baseados em atuações e situações reais.
A Invenção de Hugo Cabret (Hugo, Estados Unidos, 2011) Direção: Martin Scorsese / Roteiro: John Logan / Elenco: Ben Kingsley, Sacha Baron Cohen, Asa Butterfield, Chloë Grace Moretz, Ray Winstone, Emily Mortimer, Christopher Lee, Helen McCrory, Michael Stuhlbarg, Frances de la Tour / Sinopse: Garoto vive aventuras na estação de trem em Paris. Lá acaba conhecendo uma garotinha que irá lhe levar a ter uma outra perspectiva de vida.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 15 de maio de 2023
O Túmulo do Horror
quinta-feira, 17 de março de 2022
A Salamandra
Título Original: The Salamander
Ano de Produção: 1981
País: Inglaterra, Itália
Estúdio: Opera Films
Direção: Peter Zinner
Roteiro: Robert Katz, Rod Serling
Elenco: Anthony Quinn, Christopher Lee, Franco Nero, Eli Wallach, Claudia Cardinale, Martin Balsam
Sinopse:
Um policial italiano investiga uma série de assassinatos envolvendo pessoas em posições de destaque. Um desenho de uma salamandra sempre é deixado para trás em cada cena do crime. O policial começa a suspeitar que esses assassinatos estão ligados a um complô fascista para tomar o controle do governo.
Comentários:
Filme bem interessante e com elenco internacional onde astros do cinema vindos da Itália, Inglaterra e Estados Unidos unem forças para fazer a produção funcionar. Talvez o maior problema do filme seja justamente condensar e resumir a trama complexa do livro original de Morris West que deu origem ao roteiro. Um filme apenas não daria conta disso. Seria melhor adotar um formato de série ou minissérie. De qualquer forma o filme mesmo falhando na adaptação da literatura ainda consegue ser um bom programa. Além disso nunca é demais apreciar a beleza da atriz Claudia Cardinale, ainda encantando na tela. Já Anthony Quinn segue com seu tipo habitual, explosivo, impulsivo, pura emoção. Enfim temos aqui um filme de ação e conspirações políticas que merece uma revisão e uma reavaliação nos dias atuais.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 6 de agosto de 2021
1941 - Uma Guerra Muito Louca
Título Original: 1941
Ano de Produção: 1979
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures, Columbia Pictures
Direção: Steven Spielberg
Roteiro: Robert Zemeckis, Bob Gale
Elenco: John Belushi, Dan Aykroyd, Treat Williams, Christopher Lee, Toshirô Mifune, John Candy, Nancy Allen
Sinopse:
Durante a Segunda Guerra Mundial os habitantes da Califórnia entram em pânico quando um boato se espalha em todas as cidades. Os rumores dão conta que as cidades da costa oeste serão em breve bombardeadas por uma grande esquadrilha de aviões japoneses. Assim que a falsa notícia se espalha o caos se instala em todos os lugares por causa do iminente ataque!
Comentários:
Ontem citei o comediante John Belushi (1949 - 1982) comentando uma comédia mais recente e isso me fez recordar desse "1941 - Uma Guerra Muito Louca". Belushi como todos sabemos foi cria do programa SNL da TV americana. Lá ele criou tipos inesquecíveis e virou ídolo da juventude que morria de rir com suas performances. Isso obviamente abriu as portas do cinema americano para ele e depois do sucesso de "Clube dos Cafajestes" o comediante estrelou esse filme, considerado o mais ambicioso de sua carreira até então. Dirigido por Steven Spielberg e roteirizado por Robert Zemeckis havia grandes expectativas de que se tornaria um grande campeão de bilheteria. Infelizmente isso não aconteceu. Produção muito cara o filme não conseguiu atrair a atenção do público, mesmo parecendo estar tudo em ordem, com as peças certas. O que deu errado? Muito provavelmente o tema (comédia passada em plena II Guerra Mundial) não tenha despertado a atenção do público na época. Afinal o cinema vivia uma outra fase, com filmes de ficção e aventura dominando as atenções. Outro problema vem do próprio roteiro escrito por Zemeckis e seu colega Bob Gale (os mesmos que criariam a franquia "De Volta Para o Futuro" alguns anos depois). Tudo é desorganizado, com excesso de personagens e falta de foco. Não demora muito para o espectador ficar desorientado no meio daquele enredo sem muito pé, nem cabeça. Para piorar as piadas são fracas e a sensação de estar vendo uma comédia sem graça logo domina. Revisto hoje em dia o filme serve apenas como curiosidade. Para relembrar John Belushi e entender que nem mesmo Steven Spielberg, o mago do cinema, era imune ao fracasso.
Pablo Aluísio
domingo, 20 de junho de 2021
Os Três Mosqueteiros
Título Original: The Three Musketeers
Ano de Produção: 1973
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: 20th Century Fox
Direção: Richard Lester
Roteiro: George MacDonald Fraser
Elenco: Michael York, Oliver Reed, Raquel Welch, Richard Chamberlain, Christopher Lee, Geraldine Chaplin, Frank Finlay,
Sinopse:
Baseado na clássica obra da literatura escrita por Alexandre Dumas, o filme "Os Três Mosqueteiros" conta a história do jovem D'Artagnan (Michael York) que sonha um dia se tornar um dos mosqueteiros do rei. Só que antes disso ele precisará provar sua honra e sua destreza com uma espada. Filme indicado ao BAFTA Awards nas categorias de melhor direção de arte, melhor figurino, direção de fotografia e melhor edição.
Comentários:
Essa versão cinematográfica dirigida pelo talentoso Richard Lester segue sendo, ainda nos dias de hoje, uma das melhores versões da obra de Dumas para o cinema. E isso vem não apenas da boa fidelidade ao texto original, como também da opção do diretor em contar essa conhecida história sem deixar de lado seu aspecto mais precioso, o sabor de aventura e entretenimento das antigas matinês. A produção também é acima da média, com ótima reconstituição histórica. E celebrando ainda mais essa excelente qualidade o filme ainda contava com um elenco de astros e estrelas do cinema da época. Afinal onde mais você encontraria uma reunião de grandes nomes da atuação como Christopher Lee, Geraldine Chaplin e Michael York? A atriz Raquel Welch acrescenta também muito com sua beleza. Eu me recordo que assisti a esse filme pela primeira vez no Supercine, sessão de cinema da Rede Globo nos sábados à noite, ainda nos anos 80. Gostei bastante. É um excelente filme.
Pablo Aluísio.
A Vingança de Milady
Título Original: The Four Musketeers
Ano de Produção: 1974
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Richard Lester
Roteiro: George MacDonald Fraser
Elenco: Michael York, Raquel Welch, Oliver Reed, Christopher Lee, Geraldine Chaplin, Faye Dunaway
Sinopse:
Após D'Artagnan (York) finalmente se tornar um mosqueteiro, ele se junta aos seus amigos mosqueteiros Athos, Aramis e Porthos para defender a nova rainha dos planos de dominação do maquiavélico Cardeal Richelieum, que cobiça o trono real ao lado da Milady de Winter. Filme indicado ao Oscar na categoria de melhor figurino (Yvonne Blake e Ron Talsky).
Comentários:
Em um tempo em que Hollywood não produzia muitas sequências (elas eram bem raras para dizer a verdade), o filme "Os Três Mosqueteiros" ganhou essa continuação, que foi lançada exatamente um ano depois do primeiro filme entrar em cartaz. Toda a equipe técnico e o elenco foi reunido novamente para esse novo filme. O tom é bem mais leve do que o primeiro, inclusive com a opção do roteiro em apostar muitas vezes no humor. Claro que não é melhor do que o filme original, mas até que tem seus méritos cinematográficos, entre eles a valorização maior das personagens femininas da história. Outro aspecto interessante é que essa mesma equipe de filmagem seria reunida novamente, alguns anos depois, para a produção de "Superman II", também com direção de Richard Lester. Era uma continuação, para muitos melhor até mesmo que o primeiro filme "Superman" de 1978. O Richard Lester era craque nesse tipo de filme.
Pablo Aluísio.
domingo, 16 de maio de 2021
Uma Filha para o Diabo
Revisto hoje em dia "Uma Filha para o Diabo" envelheceu bastante, mas só em certos aspectos. Algo que nunca vai desagradar ao fã de cinema é seu estilo bem anos 70, mais cru, mais visceral. Parece até mesmo em certos momentos que o cinéfilo está vendo um velho documentário sobre bruxaria. Outro ponto positivo vem da presença da atriz Nastassja Kinski. Ela era ainda bem novinha no filme, mas os produtores não perderam tempo. Suas cenas vestidas de freira misturam o sagrado com o profano, trazendo uma inesperada dose de sensualidade a um filme que deveria ser de puro terror psicológico. Na década seguinte, nos anos 80, a Nastassja Kinski iria se tornar símbolo de sensualidade e erotismo no cinema. As origens dessa imagem podem ser encontrados justamente nesse que foi um de seus primeiros filmes no cinema inglês.
Uma Filha para o Diabo (To the Devil a Daughter, Inglaterra, Alemanha 1976) Direção: Peter Sykes / Roteiro: Christopher Wicking, John Peacock / Elenco: Richard Widmark, Christopher Lee, Nastassja Kinski, Honor Blackman / Sinopse: Um romancista ocultista americano luta para salvar a alma de uma jovem de um grupo de satanistas, liderados por um padre excomungado, que planeja usá-la como representante do Diabo na Terra.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 17 de janeiro de 2020
Amargo Triunfo
Temos aqui um bom filme. Não é nada espetacular, nem grandioso, mas é uma boa diversão. O ator Richard Burton fez muitos filmes nesse estilo, sendo um dos mais lembrados o clássico "Selvagens Cães de Guerra", onde a fórmula atingiu sua perfeição. Nesse aqui as coisas são um pouco mais modestas. A questão é que o filme foi assinado pelo ótimo diretor Nicholas Ray, o que elevou minhas expectativas antes de assistir. E aí aconteceu o velho problema quando expectativas grandes encontram filmes meramente medianos. Fica um gostinho de decepção no ar.
O roteiro poderia ter explorado melhor a rivalidade entre o Capitão de Burton e o Major, esse com a dor de saber que sua esposa na verdade amava outro homem. Para um filme de guerra também não há grandes cenas de ação. Existe o combate contra os alemães na cidade da Líbia, depois eles fogem para o deserto e aí o filme se concentra mais em uma tensão psicológica entre os homens. Curiosamente - e aqui vai um spoiler - foi um dos poucos filmes em que vi o personagem de Richard Burton morrer. E não em campo de batalha. Ele é picado por um escorpião do deserto. Em um filme com heróis e covardes em cena os roteiristas poderiam ter escrito um final melhor para seu personagem. Porém a intenção foi mesmo colocar em evidência a pouca honradez do Major, o que acabou funcionando na cena final, com os bonecos de pano do exercício militar. Enfim, não é dos melhores filmes da carreira de Richard Burton, mas cumpre bem seu papel no quesito entretenimento.
Amargo Triunfo (Bitter Victory, Estados Unidos, França, 1957) Direção: Nicholas Ray / Roteiro: René Hardy, Nicholas Ray / Elenco: Richard Burton, Curd Jürgens, Ruth Roman, Christopher Lee / Sinopse: Durante uma expedição no deserto, na II Guerra Mundial, dois oficiais ingleses duelam psicologicamente entre si. A esposa do Major Brand (Curd Jürgens) foi apaixonada pelo Capitão Leith (Burton) no passado, o que cria uma grande tensão entre eles durante a missão. Filme indicado ao Venice Film Festival.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 24 de outubro de 2019
A Vida Íntima de Sherlock Holmes
A verdade é que Billy Wilder quis mesmo realizar um entretenimento bem despretensioso, que hoje em dia pode até mesmo soar como bobo ou banal. Os fãs das tramas mais elaboradas dos livros de Arthur Conan Doyle, com suas tramas complicadas e complexas, também podem vir a se decepcionarem pois nesse quesito Wilder também quis amenizar bastante. Talvez por essas razões o filme não tenha sido muito bem recebido em sua época de lançamento. A questão é que qualquer coisa com a assinatura de Billy Wilder já vinha com certa expectativa de ser uma verdadeira obra prima cinematográfica e quando isso não acontecia o clima de desapontamento e decepção era geral entre público e crítica. A verdade pura e simples é que não existe cineasta na história do cinema que tenha conseguido ser genial em todos os seus filmes. Assim é perfeitamente compreensível que obras menores, feitas com essa intenção, fiquem lado a lado com verdadeiros clássicos do cinema na filmografia desses realizadores. Certamente "The Private Life of Sherlock Holmes" não é um filme inesquecível ou algo parecido, mas é divertido e bem humorado o suficiente para agradar bastante os fãs de Wilder, o que no final das contas era exatamente o que ele queria.
A Vida Íntima de Sherlock Holmes (The Private Life of Sherlock Holmes, Inglaterra, 1970) Direção: Billy Wilder / Roteiro: Billy Wilder, baseado na obra do escritor Arthur Conan Doyle / Elenco: Robert Stephens, Christopher Lee, Colin Blakely / Sinopse: O famoso detetive Sherlock Holmes (Robert Stephens) e seu fiel escudeiro Dr. Watson (Colin Blakely) são contratados para desvendar um misterioso caso que levarão ambos a descobrirem o que está por trás do mundialmente conhecido monstro do Lago Ness.
Pablo Aluísio.
Os Ritos Satânicos de Drácula
A tentativa de transformar Drácula numa espécie de vilão corporativo afunda o filme totalmente. Vai embora o charme, vai embora o clima, os figurinos de época e até mesmo a trama, que nunca consegue convencer ninguém. Para piorar ainda mais o filme tem uma série de assassinos em motos (todos parecendo mais o vocalista do Queen, Freddie Mercury) que me deixou quase em modo de humor involuntário. E se você pensa que as mudanças se resumem a essa troca de tempo, é bom saber que a morte do Conde Drácula é completamente surreal (e estranha). Nunca tinha visto nada parecido no cinema, nem antes e nem depois. Bizarro mesmo. Por fim, para não deixar apenas visões negativas sobre o filme, vale a pena elogiar o ator Peter Cushing. aqui interpretando o Dr. Van Helsing. Seguramente é a melhor coisa desse datado filme do Drácula. Cushing tinha mais dignidade e elegância do que todos os demais atores do elenco. Ele realmente conseguia sobreviver a qualquer coisa, até mesmo a filmes fracos como esse.
Os Ritos Satânicos de Drácula (The Satanic Rites of Dracula, Inglaterra, 1973) Direção: Alan Gibson / Roteiro: Don Houghton / Elenco: Christopher Lee, Peter Cushing, Michael Coles / Sinopse: Drácula (Lee) ressurge, agora comandando uma poderosa empresa. Controlando um grupo de pessoas poderosas ele quer reviver a idade média, quando a peste negra matou milhões de seres humanos na Europa. Para combater seus planos surge o professor Van Helsing, disposto a tudo para matar o lendário vampiro.
Pablo Aluísio.
Drácula - O Perfil do Diabo
Por falar nessa personagem, a da indefesa jovem Maria, temos que chamar a atenção para o fato dela ter sido interpretada pela atriz inglesa Veronica Carlson, uma beldade que acabou se tornando musa dos filmes da Hammer. Modelo na juventude, ela era certamente uma boa razão para se conferir filmes como esse, até mesmo por causa das ousadas cenas de quase nudez em que aparecia. Seu namorado no filme é um rapaz que não acredita em Deus e que precisará, mesmo sem fé nenhuma, enfrentar o vampiro. Tempos difíceis. Por fim e não menos importante, temos que sempre valorizar a presença do veterano Christopher Lee em cena. Seu Drácula aqui surge um pouco mais sedutor, com mais diálogos do que nos filmes anteriores. Nota-se, mesmo de forma bem tímida, uma pequena mudança no personagem. Ao invés de ser apenas um monstro feroz como era retratado nos primeiros filmes, aqui já há uma certa sedução no ar, principalmente nas cenas em que ele encontra a jovem Maria em seu quarto.
Esse tipo de característica pessoal de Drácula só iria aumentar nos anos que viriam a ponto do conde ter se transformado quase em um personagem puramente romântico, sempre atrás do grande amor de sua vida, como no filme de 1979 onde seria interpretado por Frank Langella, em uma das melhores adaptações já feitos do imortal vampiro criado por Bram Stoker para as telas. Então é basicamente isso. Um boa produção, valorizada ainda mais pela atuação de Christopher Lee, um ator cuja a simples presença sempre valia a sessão de cinema. Em suma, uma pequena obra, um pouco esquecida, do cinema de horror inglês. Vale conferir.
Drácula - O Perfil do Diabo (Dracula Has Risen from the Grave, Inglaterra, 1968) Estúdio: Hammer Films / Direção: Freddie Francis / Roteiro: Anthony Hinds / Elenco: Christopher Lee, Rupert Davies, Veronica Carlson, Barbara Ewing, Ewan Hooper, Barry Andrews / Sinopse: Uma estranha criatura surge no meio da noite, um conde milenar que se alimenta de sangue humano. O grande lord vampiro, o Conde Drácula!
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 22 de março de 2018
Aeroporto 77
A viagem com tantas obras de arte caríssimas chama a atenção de um grupo de criminosos. Eles se infiltram na tripulação. Seu plano é tomar controle do avião, tirando ele da vista dos radares, o levando para uma velha pista de pouso abandonada desde a II Guerra Mundial. Essa pista fica em uma ilha isolada do Caribe. Eles querem obviamente roubar toda a galeria de arte, onde estão quadros de Renoir, Picasso, Van Gogh, etc. Cada um desses quadros valem milhões de dólares. No começo o plano criminoso sai bem, mas logo o copiloto, que também faz parte da quadrilha, perde o controle do 747 e o grande avião sofre um acidente. O piloto é interpretado por Jack Lemmon. Ele tenta de todas as formas salvar a vida dos passageiros, mas isso não será algo fácil de fazer. O avião cai no mar e vai afundando aos poucos. O roteiro é um clássico da série "Aeroporto". Todos os grande atores do elenco, com exceção de James Stewart e Jack Lemmon, tem poucas chances de desenvolver seus personagens. A grande dama Olivia de Havilland, por exemplo, não tem maiores possibilidades de mostrar seu talento. Ela interpreta uma passageira milionária que no final das contas tenta apenas sobreviver ao desastre. Idem para o "Drácula" Christopher Lee. Casado com uma mulher insuportável ele acaba tendo um final trágico. Enfim, um filme que não decepcionou os fãs do cinema catástrofe. Como foi mais um sucesso de bilheteria abriu espaço para outras produções da mesma linha. Nos anos 70 os filmes "Aeroporto" eram sucessos certos nos cinemas.
Aeroporto 77 (Airport '77, Estados Unidos, 1977) Direção: Jerry Jameson / Roteiro: Arthur Hailey, Michael Scheff / Elenco: Jack Lemmon, James Stewart, Christopher Lee, Olivia de Havilland, George Kennedy, Lee Grant, Joseph Cotten / Sinopse: Grande avião Boeing 747 é sequestrado, sofre um acidene e cai no mar. Enquanto vai afundando o piloto tenta uma forma de salvar as vidas de todos os passageiros. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Direção de Arte (George C. Webb e Mickey S. Michaels) e Melhor Figurino (Edith Head, Burton Miller).
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 9 de março de 2018
O Senhor dos Anéis: As Duas Torres
Outro aspecto digno de nota vem das inúmeras e excelentes cenas de batalha campal. O diretor Peter Jackson teve receios do filme ficar com cara de videogame, algo que aconteceu bastante em outras produções que exageram na computação gráfica. Em momentos pontuais isso realmente aconteceu, temos que admitir, mas não foi a regra geral. Considero todas as cenas muito bem feitas, o que foi fruto do uso do que havia de melhor no mercado em termos de efeitos digitais de última geração. Grande parte do orçamento de 94 milhões de dólares aliás foi usado justamente para pagar por esses efeitos especiais. Para os padrões atuais o orçamento desse segundo filme nem foi algo fabuloso, de impressionar. Poderíamos dizer que foi apenas mediano, o que não atrapalhou em nada o resultado final. Sucesso de público e crítica, o filme conseguiu até mesmo arrancar uma indicação ao Oscar de Melhor Filme do ano, o que achei um certo exagero na época. Até porque todas as demais indicações eram apenas técnicas. Não venceu, mas acabou trazendo pela primeira vez um grande prestígio por parte da Academia para esse tipo de produção de fantasia.
O Senhor dos Anéis: As Duas Torres (The Lord of the Rings: The Two Towers, Estados Unidos, 2002) Direção: Peter Jackson / Roteiro: Fran Walsh, Philippa Boyens, Stephen Sinclair e Peter Jackson. baseados na obra imortal de J.R.R. Tolkien / Elenco: Elijah Wood, Ian McKellen, Viggo Mortensen, Cate Blanchett, Orlando Bloom, Billy Boyd, Christopher Lee, Sean Bean, Andy Serkis / Sinopse: Frodo e seus companheiros continuam na sua jornada para destruir o anel. Durante a viagem descobrem que estão sendo perseguidos por uma estranha criatura obcecada pelo objeto. Ele se apresenta como Gollum, antigo possuidor da joia, alguém corroído pela ganância e pela sede do poder do anel. Enquanto isso Aragorn, Legolas e Gimli chegam no Reino do Rohan, onde o Rei está amaldiçoado pelo maléfico Saruman. Filme vencedor do Oscar nas categorias de Melhor Edição de Som e Melhores Efeitos Especiais.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 21 de setembro de 2017
As Profecias do Dr. Terror
Título Original: Dr. Terror's House of Horrors
Ano de Produção: 1965
País: Inglaterra
Estúdio: Amicus Productions
Direção: Freddie Francis
Roteiro: Milton Subotsky
Elenco: Christopher Lee, Peter Cushing, Donald Sutherland, Roy Castle
Sinopse:
Durante uma viagem, em um vagão de trem, um homem misterioso que se diz chamar Dr. Schreck (Peter Cushing) começa a colocar cartas de tarot para os demais passageiros, mostrando através delas o futuro de cada um deles. Isso dá origem a uma série de contos de terror onde elementos fantásticos cruzam o caminho do destino de todos eles.
Comentários:
Um filme de terror inglês muito bem realizado, com boa produção e um elenco realmente acima da média. São cinco contos de terror, todos eles profetizados pelo Dr. Terror (Cushing), um dos passageiros em uma viagem de trem. No primeiro denominado "Werewolf" um arquiteto é contratado para ir até uma velha casa. Sua proprietária quer reformar o lugar. Ao descer no porão o sujeito descobre por acaso uma tumba que supostamente teria pertencido a um homem que em um passado distante se transformava em lobisomem nas noites de lua cheia. Em "Creeping Vine" uma planta misteriosa parece ter inteligência, matando todos os que cruzam seu caminho. No terceiro conto chamado "Voodoo" um músico inglês em viagem a um país caribenho debocha de uma antiga divindade vodu. Ele resolve copiar a música usada em cultos religiosos a essa divindade e a leva de volta a Londres com consequências terríveis para todos. "Disembodied Hand" mostra um arrogante e petulante crítico de arte, Franklyn Marsh (Christopher Lee), que parece ter imenso prazer em desmoralizar o trabalho de alguns pintores. Ao ser humilhado por um deles, resolve se vingar, passando com seu carro em cima da mão desse artista. Ele morre, mas sua mão resolve voltar do além para acertar contas com o assassino. Por fim, fechando o filme, surge o quinto conto, "Vampire". Um jovem médico, o Dr. Bob Carroll (Donald Sutherland) tem sua vida, que parecia tão perfeita, virada de cabeça para baixo ao descobrir que sua jovem e bela esposa é na verdade uma vampira. Todas as estórias possuem uma fina ironia, típica do humor negro inglês, que melhora ainda mais o resultado final. Como era de se esperar alguns contos são melhores do que os outros, mas de uma maneira em geral tudo é muito divertido, nostálgico e até mesmo saboroso. Um exemplo perfeito do charme do cinema inglês em seu momento de auge criativo no gênero terror. Imperdível realmente.
Pablo Aluísio.
domingo, 23 de julho de 2017
Drácula - O Perfil do Diabo
Título no Brasil: Drácula - O Perfil do Diabo
Título Original: Dracula Has Risen from the Grave
Ano de Produção: 1968
País: Inglaterra
Estúdio: Hammer Films
Direção: Freddie Francis
Roteiro: Anthony Hinds
Elenco: Christopher Lee, Rupert Davies, Veronica Carlson, Barbara Ewing, Ewan Hooper, Barry Andrews
Sinopse:
Durante uma visita à Transilvânia um Monsenhor católico (Rupert Davies) descobre que o povo daquela região ainda vive apavorado, mesmo após a morte de Drácula (Lee). Ele então decide subir as montanhas, onde está o castelo do conde vampiro, para realizar um rito de exorcismo e purificação no lugar. Após suas orações e rituais finca uma grande cruz nos portões do castelo amaldiçoado. De volta à existência, Drácula fica furioso com isso e decide seguir o sacerdote até sua terra natal, na Alemanha, para acertar contas com ele. Durante a viagem transforma um padre em seu escravo pessoal e começa a procurar obsessivamente por Maria (Carlson), a sobrinha do Monsenhor, para seduzi-la. O confronto assim se torna inevitável entre o bem e o mal.
Comentários:
Dez anos depois de interpretar Drácula pela primeira vez em "O Vampiro da Noite" o ator Christopher Lee voltou para a Hammer para rodar mais esse novo filme de terror com o personagem. Um aspecto que chama a atenção é que de uma maneira em geral o roteiro do primeiro filme acabou servindo de base para essa nova produção. Claro que há diferenças substanciais, mas de um modo em geral ambos os filmes são bem semelhantes. O grande rival que agora enfrenta o mitológico vampiro não é mais Van Helsing, como era de se esperar, mas sim um Monsenhor que vê sua própria sobrinha cair nas garras do conde sanguinário. Por falar nessa personagem, a da indefesa jovem Maria, temos que chamar a atenção para o fato dela ter sido interpretada pela atriz inglesa Veronica Carlson, uma beldade que acabou se tornado musa dos filmes da Hammer. Modelo na juventude, ela era certamente uma boa razão para se conferir filmes como esse, até mesmo por causa das ousadas cenas de quase nudez em que aparecia. Seu namorado no filme é um rapaz que não acredita em Deus e que precisará, mesmo sem fé nenhuma, enfrentar o vampiro. Tempos difíceis.
Por fim e não menos importante, temos que sempre valorizar a presença do veterano Christopher Lee em cena. Seu Drácula aqui surge um pouco mais sedutor, com mais diálogos do que nos filmes anteriores. Nota-se, mesmo de forma bem tímida, uma pequena mudança no personagem. Ao invés de ser apenas um monstro feroz como era retratado nos primeiros filmes, aqui já há uma certa sedução no ar, principalmente nas cenas em que ele encontra a jovem Maria em seu quarto. Esse tipo de característica pessoal de Drácula só iria aumentar nos anos que viriam a ponto do conde ter se transformado quase em um personagem puramente romântico, sempre atrás do grande amor de sua vida, como no filme de 1979 onde seria interpretado por Frank Langella, em uma das melhores adaptações já feitos do imortal vampiro criado por Bram Stoker para as telas. Então é basicamente isso. Um boa produção, valorizada ainda mais pela atuação de Christopher Lee, um ator cuja a simples presença sempre valia a sessão de cinema. Em suma, uma pequena obra, um pouco esquecida, do cinema de horror inglês. Vale conferir.
Pablo Aluísio.
A Maldição de Frankenstein
Título Original: The Curse of Frankenstein
Ano de Produção: 1957
País: Inglaterra
Estúdio: Hammer Films
Direção: Terence Fisher
Roteiro: Jimmy Sangster
Elenco: Peter Cushing, Christopher Lee, Hazel Court, Robert Urquhart, Melvyn Hayes, Paul Hardtmuth
Sinopse:
Considerado por muitos como um louco, o Dr. Victor Frankenstein (Peter Cushing) decide realizar a maior de suas experiências. Usando de energia elétrica colhida por raios, ele acredita que dará vida a uma criatura composta de vários pedaços de corpos humanos roubados de cemitérios e necrotérios de Londres. Sua ambição é demonstrar que há possibilidade científica de gerar vida em cadáveres!
Comentários:
Mais um filme baseado na obra imortal de Mary Shelley. Essa versão da Hammer Films, produzida no auge criativo do estúdio britânico, segue bem fiel ao texto original de Shelley. Seu enredo é bem de acordo com o livro clássico. Um dos aspectos mais curiosos dessa produção é a atuação do ator Christopher Lee como a criatura criada em laboratório pelo lunático cientista Victor Frankenstein. A maquiagem que Lee usou foge dos padrões clássicos dos filmes da Universal nos Estados Unidos. Ao invés de ter parafusos e um topo quadrado em sua cabeça, como no visual antigo, aqui os diretores da Hammer preferiram algo menos cartunesco, com Lee usando algo mais discreto, mais humano, vamos colocar assim. Ele tem um rosto deformado, porém mais de acordo com o visual de um corpo humano após sua morte. Ficou muito bom para dizer a verdade. Já Cushing surpreende ao não tentar fazer o estereótipo do cientista maluco e cruel. Ele procurou ser menos exagerado, procurando até mesmo por uma interpretação mais cuidadosa do que seria um pesquisador e cientista da era vitoriana. Então é basicamente isso. Mais um belo trabalho de direção e atuação da Hammer, um estúdio que realmente marcou história no universo da cultura pop cinematográfica mundial. Esse é aquele tipo de filme que já nasce clássico, desde seu lançamento original. Imperdível.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 5 de abril de 2017
A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça
Título Original: Sleepy Hollow
Ano de Produção: 1999
País: Estados Unidos, Alemanha
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Tim Burton
Roteiro: Washington Irving, Kevin Yagher
Elenco: Johnny Depp, Christina Ricci, Miranda Richardson, Christopher Walken, Christopher Lee
Sinopse:
Em fins do século XVIII, uma série de mortes misteriosas começam a assustar os moradores do pequeno e distante vilarejo de Sleepy Hollow. Quem seria o autor de mortes tão horrendas? Para solucionar o mistério chega um investigador de Nova Iorque chamado Ichabod Crane (Johnny Depp). Ele tem seu próprio estilo de investigação e acaba descobrindo a figura de um sinistro cavaleiro sem cabeça, que cavalga pelas noites escuras da região aterrorizando os pacatos moradores que lá vivem. Filme vencedor do Oscar na categoria de Melhor Direção de Arte (Rick Heinrichs e Peter Young). Também indicado nas categorias de Melhor Fotografia (Emmanuel Lubezki) e Melhor Figurino (Colleen Atwood).
Comentários:
O conto original "The Legend of Sleepy Hollow" faz parte do folclore americano, das tradições que deram origem ao feriado nacional daquele país conhecido como Halloween, o dia das bruxas. É aquele tipo de obra cultural que já deu origem a livros, filmes, desenhos e todos os tipos de produtos que você possa imaginar. Adaptar algo assim sempre envolve controvérsias pelo fato de ser algo muito conhecido pelo público em geral. Nas mãos de Tim Burton, o mais gótico de todos os cineastas americanos, era de se esperar que tivéssemos pelo menos um grande filme para assistir. Na realidade essa produção só é realmente fantástica em termos de direção de arte. Figurinos, cenários, efeitos digitais, tudo é de primeira linha. Fora isso algumas coisas realmente parecem bem fora do lugar. O próprio elenco não foi bem escalado. Johnny Depp, em eterna parceria com Burton, tem certamente o seu valor, mas não se mostra adequado para viver o personagem Ichabod Crane. Depp não tinha idade e nem o visual certo para interpretar Crane, que basicamente era um sujeito na meia idade, nada heroico, que tinha que enfrentar um grande perigo vindo diretamente das trevas. Em termos de roteiro Burton não quis arriscar muito, preferindo rodar uma história que lembra bastante o texto original. Provavelmente teria sido melhor dar pitadas de inovação em certos aspectos. Do jeito que está, não existe grande justificativa para a produção de algo tão elaborado assim. O orçamento do filme foi milionário, algo em torno de cem milhões de dólares, o que aumentou a decepção quando o filme finalmente chegou nas telas de cinema. Foi muito dinheiro investido para pouco resultado artístico. Nas bilheterias o estúdio teve pouco resultado em termos de retorno financeiro. O filme praticamente apenas arrecadou seu custo de produção, sem muito lucro, o que serviu para queimar um pouco Tim Burton dentro da indústria. A única coisa realmente memorável vem das participações de veteranos consagrados como o mito Christopher Lee, recentemente falecido. Sua presença vale por quase todo o filme.
Pablo Aluísio.