quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

Suplício de uma Saudade

Em Hong Kong, durante os anos 1950, a médica e viúva Han Suyin (Jennifer Jones) conhece durante uma festa o jornalista americano Mark Elliott (William Holden). Ele é um correspondente de guerra na região, uma vez que a revolução comunista na China se espalhou por todas as grandes cidades daquela nação. Mesmo sendo ele casado, acaba atraindo a atenção da Dra. Suyin que, praticamente da noite para o dia, se vê perdidamente apaixonada por ele. Não será um relacionamento isento de problemas, já que o escândalo de ter um romance  com um homem casado começa a causar uma repercussão negativa em sua vida pessoal e profissional. Mesmo assim ela está decidida a ir em frente para ficar ao seu lado, custe o que custar.

"Suplício de uma Saudade" é um dos grandes clássicos românticos do cinema americano. Baseado em um romance autobiográfico escrito pela médica Han Suyin, a história narra seu breve, mas marcante romance, com um jornalista norte-americano, às portas de dois eventos históricos, a revolução comunista na China e a Guerra da Coreia. O cenário não poderia ser mais inspirador, com as colinas de Hong Kong servindo de cartão postal para os apaixonados encontros entre eles. A música vencedora do Oscar "Love Is a Many-Splendored Thing" está presente em praticamente todas as cenas mais românticas, seja em sua versão tradicional, seja em adaptações incidentais. É uma bela música, sempre muito lembrada e uma das marcas registradas mais conhecidas do filme como um todo.

A atriz Jennifer Jones interpreta a doutora Han Suyin. Ela é uma eurasiana, filha de um inglês com uma chinesa. Por ter essa origem de dupla nacionalidade ele quase sempre se vê dividida entre os valores da cultura ocidental e oriental. Do lado ocidental herdou a ética profissional e a seriedade com a qual trata todos os seus pacientes, que na maioria das vezes pertencem às camadas mais humildes da população. Do lado oriental procurou manter as tradições chinesas, inclusive familiares, mesmo sendo uma mulher independente e dona de seu próprio destino. Já William Holden dá vida ao jornalista Mark Elliott, um bom sujeito, bem intencionado, mas que precisa resolver sua vida pessoal pois já é casado e não poderia seguir em frente com seu romance sem antes acertar todos os problemas legais decorrentes de seu estado civil. Sua esposa porém não está disposta a lhe conceder o divórcio para que ele se case com seu novo amor.

Seu destino muda drasticamente quando explode a Guerra da Coreia e ele é enviado até o front do conflito para cobrir mais essa intervenção americana no exterior. Nos tempos cínicos e muitas vezes insensíveis em que vivemos atualmente, o filme, que poderia ser caracterizado como ultraromântico, perde um pouco de sua força original. Mesmo assim é um belo trabalho cinematográfico, com excelente fotografia e direção de arte. Um retrato de uma época em que o verdadeiro amor tinha que lutar contra todas as diversas convenções sociais para se concretizar plenamente.

Suplício de uma Saudade (Love Is a Many-Splendored Thing, Estados Unidos, 1955) Estúdio: Twentieth Century Fox / Direção: Henry King / Roteiro: John Patrick, baseado no livro de Han Suyin / Elenco: William Holden, Jennifer Jones, Torin Thatcher / Sinopse: O filme conta uma história de amor em tempos de guerra e destruição no Oriente. Filme vencedor do Oscar nas categorias de Melhor Canção Original ("Love Is a Many-Splendored Thing" de Paul Francis Webster e Sammy Fain), Melhor Figurino e Melhor Música (Alfred Newman). Também indicado nas categorias de Melhor Filme, Atriz (Jennifer Jones), Fotografia, Direção de Arte e Som.
  
Pablo Aluísio.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

Rachel, Rachel

Rachel Cameron (Joanne Woodward) é uma professora de ensino fundamental que leciona numa pequena cidade do interior dos Estados Unidos. Ela mora com a mãe, que tem problemas cardíacos. Solteira, perto de completar 40 anos, Rachel começa a sofrer uma crise existencial sobre sua própria vida. Seu pai era o agente funerário da cidade o que fez com que Rachel tivesse uma infância marcada pelo bullying dos garotos de sua idade. Ela ao longo dos anos desenvolveu uma personalidade tímida e retraída que só fez piorar seu estado de solidão. As coisas mudam quando um velho conhecido volta para a fazenda de seu pai. Nick Kazlik (James Olson) pode ser o homem que ela tanto procurava ou então mais um motivo para decepção e desilusão. Algo que apenas o tempo dirá.

Drama humano e sensível que foi dirigido com uma grande sensibilidade pelo astro Paul Newman. A estrela de "Rachel, Rachel" foi sua esposa, a talentosa  Joanne Woodward. O casal realizou um belo filme. O roteiro, baseado na novela escrita por Margaret Laurence valoriza o mundo interior da protagonista. O espectador é convidado várias vezes a entrar em seus pensamentos, sua vida interior. Isso cria uma intimidade muito próxima com quem assiste ao filme. É interessante que Rachel tem medo de morrer sozinha, cuidando da mãe, que muitas vezes age de forma egoísta, não pensando na felicidade da filha, mas mesmo assim tenta trazer uma certa normalidade para a sua vida cotidiana. Joanne, pelo ótima atuação, acabou sendo indicada ao Oscar, mas infelizmente não venceu. Ela havia sido premiada dez anos antes com outro drama em que atuou magistralmente bem, "As três Faces de Eva". Não faz mal, o que importa é que o público acabou sendo presenteado com outro de seus grandes momentos. Um primor de atuação.

Rachel, Rachel (Rachel, Rachel, Estados Unidos, 1968) Direção: Paul Newman / Roteiro: Stewart Stern, baseado na novela de Margaret Laurence / Elenco: Joanne Woodward, James Olson, Kate Harrington, Estelle Parsons, Frank Corsaro / Sinopse: Rachel (Woodward) é uma professora de crianças que começa a sofrer uma crise existencial com a chegada da idade. Solteira e solitária, ela ainda tem esperanças de encontrar o homem que a fará feliz pelo resto de sua vida. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Filme, Melhor Atriz (Joanne Woodward), Melhor Atriz Coadjuvante (Estelle Parsons) e Melhor Roteiro Adaptado (Stewart Stern).

Pablo Aluísio.

A Grande Esperança Branca

Título no Brasil: A Grande Esperança Branca
Título Original: The Great White Hope
Ano de Produção: 1970
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Martin Ritt
Roteiro: Howard Sackler
Elenco: James Earl Jones, Jane Alexander, Lou Gilbert

Sinopse:
O lutador de boxe Jack Jefferson (James Earl Jones) se torna o novo campeão mundial da categoria peso pesado. Seu título começa a incomodar certos setores pois o estilo desafiador do boxeador negro soa ofensivo para certa pessoas. Após tentar cruzar a fronteira estadual ao lado de uma branca (Eleanor, sua própria noiva), ele é preso e acusado de violar a Lei Mann, que tipificava o crime de tráfico de mulheres. Sabendo de antemão que pegará uma pena longa ele decide então fugir para a Europa para recomeçar sua carreira de alguma forma.

Comentários:
Muitos pensarão que se trata de um roteiro baseado numa história real, mas na verdade tudo é baseado numa peça teatral de sucesso escrita por Howard Sackler (que também assina o roteiro). O curioso é que apesar do enredo ser mera ficção há nuances de histórias reais que permeiam todo o filme. A própria história do roqueiro Chuck Berry serviu de modelo, uma vez que ele foi um dos mais famosos negros acusados do crime de "tráfico de escravas brancas" ao tentar ir de um estado ao outro na companhia de uma mulher branca. Na verdade a Lei Mann era apenas mais uma das extensas ferramentas que eram colocadas à serviço do aparelho estatal racista de certas legislações de estados do sul dos Estados Unidos. Como não poderia deixar de ser o destaque vai mesmo para o talentoso ator James Earl Jones que se entrega completamente ao personagem. Tão humano o torna, que não é de se admirar sua indicação ao Oscar de Melhor Ator (aliás deveria ter vencido!). A atriz Jane Alexander também foi indicada como Melhor Atriz. Isso demonstra que é mesmo um filme de interpretações mais do que inspiradas. Assim deixamos a dica desse excelente drama esportiva para todos, já que infelizmente o filme anda mesmo muito esquecido pelos cinéfilos. 

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

A Donzela de Salem

Título no Brasil: A Donzela de Salem
Título Original: Maid of Salem
Ano de Produção: 1937
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Frank Lloyd
Roteiro: Walter Ferris, Bradley King
Elenco: Claudette Colbert, Fred MacMurray, Harvey Stephens, Gale Sondergaard

Sinopse:
Baseado na obra teatral escrita por Bradley King, "Maid of Salem" narra a estória de um romance que floresce entre dois jovens moradores da pequena cidade de Salem, no Massachusetts, durante o século XVII. Eles se amam ardentemente, porém a rígida repressão moral e religiosa daquele sociedade os impede de serem inteiramente felizes. No meio de tanto temor de serem descobertos, acabam caindo nas garras de uma tradicional família que os acusam de estarem praticando atos de bruxaria na floresta local. A acusação acaba despertando o que há de pior naquelas pessoas.

Comentários:
Interessante filme que tenta mesclar romance e terror (no sentido mais estrito da palavra) em apenas um roteiro. A simples menção do nome da cidade de Salem já traz à tona um dos mais pavorosos eventos da chamada Inquisição Protestante nos Estados Unidos, quando dezenas de pessoas inocentes foram queimadas vivas em fogueiras por pastores e líderes religiosos locais que, a despeito de combaterem a presença do diabo na região, cometeram crimes terríveis. Tudo se revelaria anos depois como simples paranoia e fanatismo religioso. Esse contexto histórico foi apenas parcialmente aproveitado. Assim o que vemos aqui não é a história real, mas sim uma adaptação, onde o foco se transfere inicialmente para o romance entre duas pessoas extremamente apaixonadas. Como o amor deles acaba despertando ciúmes e ódio em alguns moradores eles logo se tornam vítimas de acusações infundadas, que apontavam o dedo em sua direção, os acusando, sem prova alguma, de que estavam cometendo atos de magia negra e bruxaria. Um absurdo completo. O drama é estrelado pela estrela Claudette Colbert, um dos nomes mais famosos em Hollywood naquela época. Conhecida por clássicos como "Aconteceu Naquela Noite" (1934), "Desde Que Partiste" (1944) e "Mulher de Verdade" (1942) ela empresta todo o seu talento para que o filme funcione plenamente. Um bom retrato da indústria americana daqueles tempos, em que não se deixava o aspecto puramente comercial dos filmes se sobrepor à fortes mensagens de racionalidade e tolerância.

Pablo Aluísio.

Artistas do Amor

Título no Brasil: Artistas do Amor
Título Original: The Art of Love
Ano de Produção: 1965
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Norman Jewison
Roteiro: Richard Alan Simmons, William Sackheim
Elenco: James Garner, Dick Van Dyke, Elke Sommer

Sinopse:
As coisas não andam nada bem para o pintor Paul Sloane (Dick Van Dyke). Apesar de ser talentoso, ele não consegue vender nenhum de seus quadros. Sentindo-se um fracasso, acaba sendo consolado pelo dono da galeria onde expõe suas obras. Esse lhe explica que no mundo da arte apenas os pintores famosos e mortos é que vendem pinturas a preços exorbitantes. Isso dá uma ideia para Sloane. Por que não fingir sua própria morte para ver se alguma de suas pinturas finalmente é vendida? 

Comentários:
Uma comédia divertida estrelada pelo ator e comediante Dick Van Dyke, que foi muito popular durante a década de 60 nos Estados Unidos (basta lembrar de seu maior sucesso, "Mary Poppins" e de sua série de grande audiência na TV, "The Van Dyke Show"). Com certo receio poderia qualificar essa película como uma comédia de humor negro, mas poderia ser mal entendido. Isso porque não há nada de muito ofensivo em seu humor simples e direto. Pelo contrário, é uma daquelas produções super coloridas que faziam a festa da garotada nos cinemas. As brincadeiras todas são feitas em cima do fato do pintor fingir que está morto para vender seus quadros e todas as confusões que nascem dessa farsa. O roteiro brinca o tempo todo com o mito de Vincent Van Gogh, que em vida não conseguiu vender nenhuma pintura, só se tornando um sucesso de vendas após sua trágica morte. O diretor Norman Jewison tenta, de certa maneira, repetir a fórmula de seu filme anterior, "Não Me Mandem Flores", com Rock Hudson, que também tinha esse clima de humor negro, brincando com a morte. De uma maneira ou outra vale a pena dar algumas risadas nostálgicas com essa pequena e divertida comédia dos anos 60.

Pablo Aluísio.

domingo, 24 de fevereiro de 2019

Por uns Dólares a Mais

Clint Eastwood e Lee Van Cleef Interpretam dois caçadores de recompensas no velho oeste que acabam indo atrás do mesmo criminoso, El Indio (Gian Maria Volonté), cuja oferta por sua captura vivo ou morto é avaliada em dez mil dólares! Pistoleiro, psicopata, estuprador e muito violento, El Indio planeja ao lado de sua quadrilha um grande roubo de banco na cidade de El Paso. Ele conseguiu ter acesso a informações privilegiadas sobre o cofre da instituição e pretende roubar uma pequena fortuna de sua sede, mas antes disso terá que se livrar daqueles que querem sua cabeça em troca do valioso prêmio a ser dado como recompensa a quem conseguir lhe tirá-lo de circulação. 

O texto que abre o filme, "Onde a vida não tem valor, a morte, às vezes tem seu preço. É por isso que os caçadores de recompensas apareceram", resume bem a tônica dessa produção. Considerado um dos maiores clássicos do assim chamado western spaguetti, "Por uns Dólares a Mais" surge em um momento em que o cinema italiano começa a mostrar ao mundo que também podia realizar faroestes tão bons quanto os originais americanos. A fórmula de se importar atores e profissionais americanos para trabalharem na Itália havia se mostrado madura o suficiente para assustar até mesmo os grandes estúdios de Hollywood.

Para se ter uma ideia a United Artists ficou tão impressionada com a qualidade desse western que não pensou duas vezes em adquirir os direitos da obra para lançar nos cinemas americanos, no circuito comercial daquele país. Isso era um feito e tanto já que até aquele momento as distribuidoras americanas esnobavam os filmes italianos de faroeste. No elenco, Clint Eastwood e Lee Van Cleef, começavam a virar astros. Ambos amargaram anos e anos de papéis coadjuvantes sem muita importância dentro da indústria americana e tiveram que cruzar o Atlântico para serem finalmente reconhecidos em casa. 

Por fim, e o mais importante de tudo, o filme contava com a ótima direção do mestre Sergio Leone. Cineasta singular, Leone conseguia impor um estilo próprio, autoral, em fitas que em essência eram realizadas para serem acima de tudo comercialmente bem sucedidas. Dentro do circuito mais popular ele conseguia, com raro brilhantismo, trazer inovações e classe a gêneros ditos como extremamente comerciais. Maior prova de sua genialidade não há. Assim, caso você nunca tenha assistido esse western classe A não perca mais seu tempo, pois "Per Qualche Dollaro in Più" é de fato simplesmente indispensável e essencial para qualquer cinéfilo que se preze. Um faroeste europeu que marcou época.

Por uns Dólares a Mais (Per Qualche Dollaro in Più, Itália, Espanha, Alemanha, 1965) Estúdio: Constantin Film Produktion, Produzioni Europee Associati / Direção: Sergio Leone / Roteiro: Sergio Leone, Fulvio Morsella / Elenco: Clint Eastwood, Lee Van Cleef, Gian Maria Volonté/ Sinopse: Dois caçadores de recompensas vão atrás de um criminoso procurado vivo ou morto no velho oeste americano.

Pablo Aluísio.

sábado, 23 de fevereiro de 2019

O Céu Mandou Alguém

Título no Brasil: O Céu Mandou Alguém
Título Original: 3 Godfathers
Ano de Produção: 1948
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: John Ford
Roteiro: Laurence Stallings, Frank S. Nugent
Elenco: John Wayne, Pedro Armendáriz, Harry Carey Jr

Sinopse:
Três bandoleiros liderados por Robert Hightower (John Wayne) decidem roubar um banco na pequenina cidadezinha de Welcome no Arizona. Na fuga acabam sem água, perdidos no meio de um dos desertos mais hostis dos Estados Unidos. Lá encontram uma carruagem abandonada, com uma mulher grávida, prestes a ter um filho. Após ajudar no nascimento da criança a mãe morre. Agora os três assaltantes tentarão sobreviver naquele deserto implacável, tentando fugir do xerife e seus assistentes, ao mesmo tempo em que tentam manter o recém-nascido vivo.

Comentários:
Esse é certamente um dos mais interessantes e menos badalados filmes do mestre John Ford (1894 - 1973). O filme começa como todos os westerns da época, com um trio de bandidos de olho no banco de uma cidadela perdida no meio do deserto. Segue-se a perseguição do xerife e então o diretor dá uma guinada e tanto no enredo, fazendo daqueles três assaltantes pessoas de bom coração, que ajudam uma jovem mãe a ter seu filho no meio do deserto. Os três personagens, um americano (Wayne), um mexicano (Pedro Armendáriz) e um jovem pistoleiro conhecido como 'The Abilene Kid' (Harry Carey Jr.) mostram seu lado mais humano, mesmo após terem cometido um crime. O enredo não disfarça uma conotação levemente religiosa ao comparar aqueles três bandidos, os padrinhos do menino recém nascido (daí o título em inglês, 3 Godfathers), com a própria natividade do menino Jesus (com direito até mesmo a uma estrela brilhante no céu). Como um dos próprios personagens fala, eles seriam versões modernas dos três reis magos! Ford também utiliza a natureza do deserto como um elemento opressor sobre todos os personagens, tanto os perseguidos, como os perseguidores. Essa linguagem serve para demonstrar a pequenez do ser humano diante da natureza. O filme no final das contas, embora pouco conhecido, é mais uma das provas da genialidade de um cineasta realmente diferente, marcante, que deixou sua marca para sempre na história da sétima arte.

Pablo Aluísio.

Duelo em Diablo Canyon

"Duelo em Diablo Canyon" começa quando o cowboy Jess Remsberg (James Garner) salva uma mulher branca das garras dos apaches selvagens. É uma tribo muito conhecida por causa de sua violência. Com a intervenção de Jess a jovem é finalmente salva da morte certa. Assim ele acaba entrando como batedor numa caravana liderada por um tenente do exército americano. Sua experiência na região é o grande motivo para ser contratado. O objetivo é atravessar esse lugar dominado por apaches e guerreiros rebeldes, que querem se vingar da presença do homem branco em suas terras. A travessia não demora a se tornar um jogo de vida e morte entre nativos e soldados da cavalaria. Esse é um western americano muito subestimado. "Duel at Diablo" foi bem recebido pela crítica em seu lançamento original, mas foi perdendo prestígio ao longo dos anos até ser quase que completamente esquecido. 

O filme é de um tempo de transição para o faroeste americano, onde ainda havia uma simbiose entre o velho western - dos filmes de cavalaria de John Ford - e elementos novos, como uma trilha sonora de rock, com guitarras e instrumentos modernos. Some-se a isso personagens que eram raros nos antigos filmes, como um negro bem sucedido, com boas roupas e desafiando seus "superiores" brancos - em excelente atuação de Sidney Poitier que dá vida a um ex-sargento, agora comerciante de cavalos para o exército, que não aceita mais se rebaixar para seu antigo tenente dos tempos de cavalaria. O roteiro é muito bom e investe em uma situação limite com os soldados e demais membros da caravana emboscados no Diablo Canyon, sem lugar a concessões que suavizem a ferocidade dos nativos americanos daquele período. Por fim há a boa presença do ator James Garner (falecido há pouco tempo) que empresta muito carisma ao seu personagem em cena. Diante de tudo isso "Duelo em Diablo Canyon" é um western sessentista que merece ser redescoberto pelos fãs do gênero.

Duelo em Diablo Canyon (Duel at Diablo, Estados Unidos, 1966) Estúdio: United Artists / Direção: Ralph Nelson / Roteiro: Marvin H. Albert, Michael M. Grilikhes / Elenco: James Garner, Sidney Poitier, Bibi Andersson / Sinopse: Um veterano cowboy ajuda um regimento da cavalaria do exército dos Estados Unidos a atravessar uma região perigosa, dominada por tribos violentas durante a ocupação do velho oeste americano.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

O Álamo

Título no Brasil: O Álamo
Título Original: The Alamo
Ano de Produção: 1960
País: Estados Unidos
Estúdio: United Artists
Direção: John Wayne
Roteiro: James Edward Grant
Elenco: John Wayne, Richard Widmark, Laurence Harvey, Frankie Avalon

Sinopse:
Durante o ano de 1836 cresce o sentimento de separação do Texas do México. A intenção dos revolucionários é transformar o isolado estado em uma República independente. Para destruir o foco rebelde o governo mexicano envia um formidável exército de repressão comandado pelo general Santa Anna. Para resistir a invasão se insurge um pequeno mas valente grupo de homens no Álamo. Formado por soldados de carreira, voluntários e americanos do Tennessee liderados pelo coronel Davy Crockett (John Wayne) eles resolvem ficar no local para enfrentar bravamente o inimigo. Filme indicado aos Oscars de Melhor Filme, Melhor Fotografia, Melhor Edição, Melhor Trilha Sonora Original, Melhor Música e Melhor Ator Coadjuvante (Chill Wills). Filme vencedor do Oscar de Melhor Som. Filme vencedor do Globo de Ouro na categoria Melhor Trilha Sonora Original (Dimitri Tiomkin).

Comentários:
Ao longo da carreira John Wayne dirigiu oficialmente apenas dois filmes, esse "O Álamo" e "Os Boinas Verdes" em 1968. De maneira não creditada ainda participou como co-diretor de "Rota Sangrenta" de 1955, "Os Comancheros" de 1961 (quando o diretor Michael Curtiz ficou doente demais para finalizar o filme) e por fim "Jake Grandão" de 1971. Em todas essas produções Wayne não fez feio como cineasta, muito pelo contrário, sempre pareceu tomar todas as decisões corretas. De todos os que assinou a direção nenhum foi tão pessoal quanto esse ousado faroeste de 1960. A intenção era recriar em cores épicas o famoso combate pela luta do forte Álamo (na verdade uma missão abandonada) no Texas. O evento histórico até hoje é celebrado no estado da rosa amarela justamente por ter sido um exemplo da bravura e orgulho do homem texano, que se recusou a se render mesmo diante de um poderoso exército mexicano que estava ali para garantir que o Texas continuasse a ser parte do México. No total o Álamo contava com apenas 185 homens que lutaram de forma corajosa contra mais de sete mil soldados sob comando do generalíssimo Santa Anna. 

Vale a pena ressaltar a coragem de John Wayne em algumas decisões que tomou ao rodar essa produção. A primeira delas foi o comprometimento com a história, evitando se render a meras concessões comerciais. Isso fez com que Wayne rodasse um filme longo, com duas horas e quarenta minutos de duração. Como bem sabemos filmes longos demais vendem menos ingressos pois ganham menos sessões de cinema durante o dia. Isso porém não depõe contra o resultado final, pois o filme jamais se torna pesado ou cansativo de assistir. O importante é que Wayne quis contar sua história da forma correta, sem perder nenhum detalhe histórico importante. A boa notícia é que seu objetivo foi alcançado. No desenrolar da trama também podemos notar que o cineasta John Wayne trouxe para a película muita coisa que aprendeu ao trabalhar ao lado de grandes diretores em sua carreira. A influência mais notável vem de John Ford. Wayne tenta recriar na tela pequenas nuances e detalhes que eram muito presentes na obra de Ford. Obviamente não consegue o mesmo impacto, até por falta de maior experiência atrás das câmeras, mas se sai muito bem. Assim "The Alamo" é uma prova que se quisesse, John Wayne poderia ter tido também uma bela carreira como diretor. Infelizmente o ator achava que dirigir trazia muita pressão, responsabilidades e riscos e por isso preferiu seguir trabalhando apenas como ator, atuando em seus bons e velhos faroestes. Uma pena, se tivesse seguido certamente teríamos por aí algumas pequenas joias cinematográficas como esse "O Álamo".

Pablo Aluísio.

Tempo de Massacre

Título no Brasil: Tempo de Massacre
Título Original: Le Colt Cantarono La Morte e Fu... Tempo di Massacro
Ano de Produção: 1966
País: Itália
Estúdio: I.F. Produzioni Cinematografiche, Mega Film
Direção: Lucio Fulci
Roteiro: Fernando Di Leo
Elenco: Franco Nero, George Hilton, Linda Sini, Giuseppe Addobbati

Sinopse:
O enredo se passa no ano de 1866 no Novo México. Tom Corbett (Franco Nero) após longos anos cavalgando pelo velho oeste, resolve retornar para sua cidade natal, Laramie Town. Sua principal intenção é rever seus familiares e matar as saudades. As coisas porém não andam bem por lá. A região está dominada por Jason Scott (Giuseppe Addobbati), um bandoleiro que ficou rico usando de táticas criminosas. O irmão de Tom, Jeffrey (George Hilton) um homem honesto e íntegro, está dominado pelo alcoolismo. Ele pretende recuperar a saúde de seu irmão para que juntos expulsem Scott e sua quadrilha da cidade.  

Comentários:
O ator Franco Nero foi sem dúvida uma das maiores estrelas do western Spaghetti. Após ficar consagrado como o personagem Django ele voltou a estrelar novos filmes de faroeste. Esse aqui aliás foi produzido no mesmo ano de "Django", com poucos meses de diferença entre os lançamentos, o que garantiu para a fita uma ótima bilheteria (inclusive no Brasil). O roteiro segue também os passos do famoso clássico, onde redenção e vingança estão na ordem do dia. Embora dessa vez o personagem de Nero não seja um pistoleiro tão sinistro e durão como em seu filme anterior. Logo após ele voltaria à tona, estrelando mais um spaghetti bem conhecido, "Adeus, Texas", confirmando seu nome como um dos mais populares do gênero na década de 1960. Nesse "Tempo de Massacre" Franco Nero contracena com o ator uruguaio George Hilton, que também se tornou bem conhecido na época, estrelando inúmeros filmes nesse estilo, entre eles "Eu Mato... e Recomendo a Deus" (seguindo a tradição de títulos chamativos do cinema italiano) e "Bandoleiros Violentos em Fúria". Filmes com muita ação e cenas violentas, como bem rezava a cartilha dos faroestes produzidos na velha bota. Os fãs do gênero não terão do que reclamar.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

Grey's Anatomy - Nona Temporada

É uma daquelas séries intermináveis. Só para se ter uma ideia a série médica mais famosa dos Estados Unidos chegou na TV em 2005 e agora, 14 anos depois, ainda está no ar, sendo exibida nesse momento a décima sexta temporada. É algo para uma vida toda! Tem que ter muito fôlego renovado para encarar algo assim. Some tudo isso ao fato de que as temporadas são longas - com média de 24 episódios cada - e você vai entender porque no meio do caminho eu simplesmente desisti de assistir. Acabou o gás, não deu mais para encarar! Sim, larguei a maratona no meio da jornada, devo admitir! Cansei...

É muito investimento de tempo e paciência para encarar uma série que simplesmente parece não ter fim. Quando comecei a assistir a "Grey's Anatomy" ainda nem tinha escrito esse blog - haja tempo! - por isso dezenas e dezenas de episódios que acompanhei nunca sequer pensei em escrever resenhas. Só algumas sobreviveram ao tempo, as que compilo aqui nessa postagem. São todas da nona temporada pois nessa época comecei a fazer pequenas resenhas de séries para o blog! Devo confessar que como todo espectador da série também criei uma fantasia de um dia me tornar médico - quem sabe... A vida porém me levaria por outro caminho... Para finalizar não custa relembrar uma piada muito corrente entre fãs de séries onde se dizia que se você conseguisse assistir a essa série inteira certamente iria ter mais conhecimento do que muito recém-formado em medicina! Não duvido nada...

Grey's Anatomy 9.11 - The End Is the Beginning Is the End
Ok, não é segredo para ninguém que essa série é na verdade mais um daqueles novelões do horário nobre da TV americana que praticamente nunca acabam. Enquanto houver audiência a série seguirá em frente. Eu acredito que em minha vida poucas séries consegui assistir mais de sete ou oito temporadas seguidas, mas continuo assistindo "Grey's Anatomy" e não me pergunte o porquê! Você simplesmente segue vendo e se divertindo com os roteiros cada vez mais absurdos e sem noção que vão surgindo pelo meio do caminho, fruto de uma natural saturação por causa das inúmeras temporadas no ar. Pois bem, nesse episódio em particular temos três estorinhas básicas. Na primeira um casal dá entrada no hospital após ela cair por cima dele em uma performance de pole dance (com aquelas barras de metal usadas em coreografias de strippers). Como é uma senhora, dona de casa, cinquentona, as coisas saem do controle e ambos acabam parando no hospital, esmagados (é sério, não disse que os roteiros são cada vez mais estranhos?). Na segunda linha narrativa um adolescente com uma rara síndrome tem que operar seu rosto pois os ossos da face crescem a um ritmo acelerado, o que lhe deixa com uma expressão disforme. Esse enredo foi puxado obviamente daquele filme com Cher, "Marcas do Destino" de 1985. Por fim os médicos ganham uma bela indenização de 15 milhões de dólares pelo acidente que sofreram (só em Grey´s mesmo para acontecer algo assim!). O seguro não quer pagar e o hospital não tem esse dinheiro, o que significa que provavelmente irá a falência! Pois é gente, dramalhões mexicanos perdem, e esse talvez seja o charme kitsch que me faz seguindo acompanhando essa série que pelo jeito não tem fim (foi anunciado recentemente mais duas temporadas!). Há alguns dias a atriz Ellen Pompeo anunciou que irá se aposentar após o fim da série. Pelo visto nem ela mesma aguenta mais sua Meredith Grey (que nesse episódio anuncia para todos que está grávida!) por mais tempo. Enfim, são coisas de Grey's Anatomy... / Grey's Anatomy - The End Is the Beginning Is the End (EUA, 2013) Direção: Cherie Nowlan / Roteiro:  Shonda Rhimes, Joan Rater / Elenco: Ellen Pompeo, Sandra Oh, Justin Chambers, Patrick Dempsey.

Grey's Anatomy 9.12 - Walking on a Dream
Já que estamos falando de séries médicas... Embora um pouco atrasado sigo assistindo "Grey's Anatomy". Ao contrário de "The Knick" essa série é uma veterana nas telas, bem conhecida do público que acompanha seriados pela TV a cabo onde é exibida no Brasil pelo canal Sony. Recentemente "Grey's Anatomy" virou notícia por dois fatos: a saída da atriz Sandra Oh (que interpreta a Dra. Cristina Yang) do elenco e o anúncio de Ellen Pompeo (Dra. Meredith Grey, a principal personagem) que iria se aposentar após a última temporada. Nada mais de séries e nem muito menos de cinema. Para ela chega! Aqui o foco se concentra no trauma vivido pela Dra. Arizona Robbins (Jessica Capshaw). Ela teve a perna amputada após sofrer um grave acidente de avião (que inclusive matou outros personagens da série). Depois de sofrer uma forte depressão ela retornou finalmente ao trabalho, mas está apresentando sintomas da síndrome do membro fantasma (uma dor sentida em um membro que não mais existe!). Um caso médico real e extremamente curioso, por causa de suas implicações psicológicas. Na outra linha narrativa o hospital recebe uma auditora disposta a cortar custos de todas as maneiras possíveis, já que a instituição anda muito mal das pernas em termos financeiros. Bom episódio, valorizado ainda mais pela cena final quando Meredith Grey precisa vencer seus medos do passado para entrar novamente em um avião pela primeira vez após o acidente! / Grey's Anatomy 9.12 - Walking on a Dream (EUA, 2013) Direção: Rob Hardy / Roteiro: Shonda Rhimes, Tia Napolitano / Elenco: Ellen Pompeo, Sandra Oh, Justin Chambers.

Grey's Anatomy 9.13 - Bad Blood
E "Grey's Anatomy" segue em frente. Nesse episódio um jovem acidentado precisa urgentemente de uma transfusão de sangue, uma solução relativamente simples para salvar sua vida. A religião da família do rapaz porém proíbe esse tipo de procedimento médico. Algo bem conhecido dentro da doutrina das Testemunhas de Jeová. Cria-se assim um dilema: Poderia o médico fazer a transfusão mesmo sem a autorização familiar? A Dra. Cristina Yang (Sandra Oh) não tem a menor intenção de passar por cima da vontade deles, sendo processada depois. Já sua residente fica revoltada com a situação! Enquanto isso o hospital continua a passar por inovações administrativas. Várias alas são fechadas e o Pronto Socorro é devidamente desativado. Um administrador de empresas começa a dar palestras obtusas aos médicos, enquanto a verdade começa a vir à tona: sim, o Seattle Grace está sendo preparado para ser vendido! Para isso as finanças devem passar por uma nova abordagem, eliminando custos desnecessários, para ser vendido no mercado por um preço lucrativo. Claro que algo assim colocará o emprego de todos os médicos no fio da navalha. Na outra linha narrativa da estória uma adolescente, daquelas bem irritantes, enfrenta seus médicos, não aceitando suas sugestões para começar a andar pelo quarto onde está hospitalizada. Ela treinou a vida inteira para ser uma atleta olímpica e agora, frustrada e decepcionada, acredita que tudo está perdido. Somente a Dra. Arizona Robbins (Jessica Capshaw) poderá fazer a garota mudar de ideia, usando para isso sua própria experiência pessoal. / Grey's Anatomy 9.13 - Bad Blood (EUA, 2013) Direção: Steve Robin / Roteiro:  Shonda Rhimes, Jeannine Renshaw/ Elenco: Ellen Pompeo, Sandra Oh, Justin Chambers, Jessica Capshaw.

Grey's Anatomy 9.14 - The Face of Change
Como vem se desenrolando nos últimos episódios o hospital Seattle Grace está à venda. A empresa que controla esse processo está tentando repassar o complexo hospitalar para um grupo que não vê a saúde de um modo muito humano. Para eles hospitais em geral são grandes negócios que devem ser geridos essencialmente para dar lucros acima de tudo. Nesse episódio a dupla formada pelo Dr. Richard Webber (James Pickens Jr.) e a Dra. Callie Torres (Sara Ramirez) decide conhecer um hospital que já foi vendido e que já passou por todo essa situação antes. O que eles encontram é pura propaganda, um estabelecimento cheio de fotos de médicos e médicas que mais parecem modelos pelas paredes, com sorrisos largos (e falsos). Fingindo ser pacientes eles então decidem conhecer a forma como os doentes são tratados nesses lugares. A consulta, descobrem depois, só pode ter 15 minutos, no máximo. Nesse breve intervalo de tempo um médico jovem, claramente recém-saído da universidade, faz perguntas do tipo padrão em seu tablet, sem envolvimento ou interesse pela situação do doente. Uma coisa fria e sem qualquer tipo de calor humano. O roteiro desse episódio critica abertamente a excessiva mercantilização dos serviços médicos hospitalares nos Estados Unidos a acerta bem no alvo. Uma ótima pedida para entender a crise da saúde que se espalhou naquela nação. / Grey's Anatomy 9.14 - The Face of Change (EUA, 2013) Direção: Rob J. Greenlea / Roteiro: Shonda Rhimes, Stacy McKee/ Elenco: Ellen Pompeo, Sandra Oh, Justin Chambers, Sara Ramirez, James Pickens Jr.  

Grey's Anatomy 9.16 - This Is Why We Fight
A série "Grey's Anatomy" caminha a passos largos para se tornar um dos mais longos programas da TV americana da história. Não só são muitas temporadas (foi confirmada recentemente a produção da décima terceira nos Estados Unidos pela Sony) como também é enorme o número de episódios (chegando aos 250 em breve, com média de 22 episódios por temporada). Assim você tem que ser um espectador hard de séries para seguir "Grey's Anatomy". Definitivamente não é um seriado para os fracos! Tem que ter resistência e paciência dobradas. Pois bem, como não sou de me enfiar em maratonas (quando as pessoas fazem loucuras do tipo assistir dez episódios em um único dia) vou ficando um pouco para trás, assistindo os episódios aos poucos, de forma gradual e quando me sobra tempo. Nessa nona temporada a trama central gira em torno da venda do hospital Seattle Grace. Praticamente quebrado, o conselho procura por compradores para a instituição. O preço estimado é de 270 milhões de dólares. Claro que os médicos não possuem toda essa grana, então a solução é procurar por um milionário que esteja disposto a investir. Eles até arranjam um nome capaz desse feito, mas no último minuto ele pula fora do negócio. O problema é que o grupo de médicos que estão unidos para tentar comprar o hospital (formado pelos personagens protagonistas da série) não possuem experiência administrativa para tanto. Provavelmente o hospital seja mesmo vendido ou adquirido aos pedaços no mercado financeiro, mas... eis que surge uma nova oportunidade onde menos se esperava, para surpresa de todos! / Grey's Anatomy 9.16 - This Is Why We Fight (EUA, 2013) Direção: Jeannot Szwarc / Roteiro: Shonda Rhimes, Austin Guzman / Elenco:  Ellen Pompeo, Sandra Oh, Justin Chambers.

Grey's Anatomy 9.17 - Transplant Wasteland
Via de regra as temporadas da série "Grey's Anatomy" são longas, com muitos episódios. Por isso, apesar de já estar na décima segunda temporada nos Estados Unidos, eu ainda me encontro acompanhando a nona. Tudo caminhando a passos de tartaruga. Esse é o tipo de programa também que você precisa abrir uma certa margem de tempo para ir assistindo os episódios aos poucos, para não saturar muito. Sinceramente não conseguiria ver uma maratona de "Grey's Anatomy" (sim, existe gente louca o bastante que consegue assistir toda uma temporada, com mais de 20 episódios, em apenas um fim de semana!). Esse tipo de coisa não faz minha cabeça e nem é o meu caso. Assistir séries para mim é diversão, não obsessão! Dessa maneira vou vendo de forma bem gradual, em doses homeopáticas. Na nona temporada o hospital foi colocado à venda, mas ninguém realmente se interessou. Os médicos então se uniram e tentaram comprá-lo, mas sem sucesso. A salvação acabou vindo de uma fundação que incorporou o empreendimento. A questão é que uma das diretoras é justamente a mãe de um dos internos, então criou-se uma situação bem fora do normal onde um rapaz, jovem ainda, acabou se tornando o chefe de todos aqueles médicos veteranos e experientes, tudo isso praticamente acontecendo da noite para o dia. Sob nova direção as coisas não funcionam muito bem, a burocracia emperra e a organização e o caos se instala. Para uma série que tenta se renovar a cada nova safra de episódios novos até que funcionou bem, muito embora não podemos perder a noção de que na verdade "Grey's Anatomy" é uma grande novelona americana passada em um ambiente hospitalar e nada muito além disso. Tente acompanhar e sobreviva se for capaz. / Grey's Anatomy 9.17 - Transplant Wasteland (EUA, 2013) Direção: Chandra Wilson / Roteiro: Shonda Rhimes, Zoanne Clack / Elenco: Ellen Pompeo, Sandra Oh, Justin Chambers.

Grey's Anatomy 9.18 - Idle Hands
Depois de muito tempo decidi voltar a asssitir a essa série. De fato é um bom programa, vale a pena seguir em frente. Pois bem, aqui nesse episódio temos algumas novidades. Agora o hospital é controlado pelos próprios médicos. A Dra. Meredith Grey tem uma nova paciente. Uma professora. No começo as coisas parecem simples, mas depois Grey descobre que ela tem um câncer incurável. E o drama surge quando a veterana professora precisa se despedir de seus alunos que vão visitá-la. Esse é o drama do episódio, mas também há espaço para um certo humor, principalmente quando chega uma nova máquina de Raio-X, que a despeito de ser uma máquina das mais modernas nunca parece pronta para ser usada, pois os pacientes que vão chegando ao hospital não precisam dela. Imagine a ansiedade que vai criando em toda a equipe médica. / Grey's Anatomy 9.18 -  Idle Hands (Estados Unidos, 2013) Direção: David Greenspan / Roteiro: Shonda Rhimes, Gabriel Llanas / Elenco: Ellen Pompeo, Sandra Oh, Justin Chambers.

Grey's Anatomy 9.19 - Can't Fight This Feeling
Nunca ignore seus instintos. Esse é o tema central desse episódio. Uma mãe vai até o hospital e começa a rejeitar todos os diagnósticos que são feitos em relação ao seu filho. Em pouco tempo os médicos começam a pensar que ela é uma doida. Até que a Dra Meredith Grey (Ellen Pompeo) decide ouvir a mãe, dar um crédito aos instintos maternos dela. E realmente a jovem senhora estava certa. O menino sofre de uma doença rara, conhecida como doença de Kawasaki, que atinge o coração. Na outra linha, um grupo de pacientes chega ao hospital após um grave acidente envolvendo vários carros. E a situação fica bem perigosa porque todos estão molhados com... gasolina! Perigo em dobro! / Grey's Anatomy 9.19 - Can't Fight This Feeling (Estados Unidos, 2013) Direção: Mark Jackson / Roteiro: Shonda Rhimes, Meg Marinis / Elenco: Ellen Pompeo, Sandra Oh, Justin Chambers.

Grey's Anatomy 9.20 - She's Killing Me  
A Dra. Meredith Grey descobre através de um exame genético que tem o fator de risco de um dia desenvolver mal de Alzheimer, a mesma doença que vitimou sua mãe. A partir daí ela decide mudar seu testamento, escolhendo outras pessoas para se tornarem tutoras de suas filhas, caso o pior aconteça, só que quem poderia aceitar esse pedido? Enquanto isso, no hospital, os médicos americanos tentam ajudar médicos sírios a trabalharem com os poucos instrumentos que possuem no front de guerra. Por fim, a Dra. Miranda Bailey acaba contaminando uma série de pacientes, causando infecção em muitos deles. Uma paciente inclusive vem a óbito após passar por suas mãos. Imagine os problemas jurídicos que algo assim poderiam causar no hospital. Problemas à vista. / Grey's Anatomy 9.20 - She's Killing Me (Estados Unidos, 2013) Direção: Nicole Rubio / Roteiro: Shonda Rhimes, Debora Cahn / Elenco: Ellen Pompeo, Sandra Oh, Justin Chambers.

Grey's Anatomy 9.21 - Sleeping Monster  
O monstro adormecido do título original em inglês desse episódio é o agente que causa uma grande infecção dentro do hospital. Um órgão da vigilância sanitária é chamado para uma investigação e eles descobrem que o Staphylococcus que infectou vários pacientes e levou a morte dois deles veio de uma médica, a Dra. Miranda Bailey. Porém no final das investigações descobriu-se que apesar de tudo ela não seria a grande responsável pelas mortes, mas sim as luvas usadas pelos médicos na cirurgias. Luvas que deixavam passar a contaminação. Na outra linha narrativa do episódio uma família inteira vai parar no hospital após perder seus dedos numa brincadeira de cabo de guerra. Algo bem terrível. / Grey's Anatomy 9.21 - Sleeping Monster (Estados Unidos, 201 ) Direção: Bobby Roth / Roteiro: Shonda Rhimes, Bronwyn Garrity / Elenco: Ellen Pompeo, Sandra Oh, Justin Chambers. 

Grey's Anatomy 9.22 - Do You Believe in Magic
Uma assistente de mágico é literalmente serrada ao meio quando um truque dá muito errado. E mesmo assim ela não morre, fazendo com que todos os cirurgiões tentem salvar sua vida, que fica por um fio. A Dra Arizona conhece uma nova cirurgiã, especialista em restauração facial. Pinta um grande clima entre elas, mas será que ela vai largar sua esposa para tentar uma nova aventura com essa sensual doutora nova? Por fim a Dra Miranda Bailey cria um trauma depois daquela contaminação em que ela foi agente transmissora e que resultou na morte de várias pacientes. Ela está mal, sem conseguir falar com os demais médicos. Um clima pesado se impõe. / Grey's Anatomy 9.22 - Do You Believe in Magic (Estados Unidos, 2013) Direção: Kevin McKidd / Roteiro: Shonda Rhimes, Dan Bucatinsky / Elenco: Ellen Pompeo, Sandra Oh, Justin Chambers. 

Grey's Anatomy 9.23 - Readiness Is All
Uma grande tempestade cai sobre Seattle. Vários pacientes começam a chegar no hospital, inclusive um que caiu sobre lanças, daquelas que são bem conhecidas em grades de prédios e casas. Tirar essas lanças de seu corpo vai ser um problema, porque elas precisam ser serradas e dentro de uma sala de cirurgia, com muito oxigênio inflamável no ar, poderia causar uma grande explosão. Nesse episódio a Grey sofre um acidente, ao tentar subir uma escada do hospital, se desequilibra e cai. O problema é que ela está grávida e isso obviamente colocaria a vida da criança em perigo. Bom episódio, com direito a um pedido de casamento bem bobo envolvendo uma das jovens médicas. O romantismo está no ar, quem diria... / Grey's Anatomy 9.23 - Readiness Is All (Estados Unidos, 2013) Direção: Tony Phelan / Roteiro: Shonda Rhimes, William Harper / Elenco: Ellen Pompeo, Sandra Oh, Justin Chambers. 

Grey's Anatomy 9.24 - Perfect Storm  
Último episódio da nona temporada. A Dra Meredith Grey entra em trabalho de parto, mas no pior momento possível. No meio de uma "tempestade perfeita", como bem sugere o título original em inglês. Enquanto está na sala de parto ela descobre que será necessária uma cirurgia de cesariana. O problema é que é noite de tempestade forte em Seattle, falta luz no hospital, não há médicos suficientes e pior do que isso, até mesmo um grave acidente com uma ambulância acontece bem na porta do hospital. E o veículo pega fogo! Gostei desse último episódio, apesar de um certo exagero dramático. De qualquer forma não deixou de ser um bom desfecho para essa temporada número 9 da série. / Grey's Anatomy 9.24 - Perfect Storm (Estados Unidos, 2013) Direção: Rob Corn / Roteiro: Shonda Rhimes, Stacy McKee / Elenco: Ellen Pompeo, Sandra Oh, Justin Chambers.

Pablo Aluísio.

The Good Wife

Acompanhei a série "The Good Wife" por três temporadas. A história mostrava uma advogada que tinha que reconstruir a vida e a carreira após seu marido a trair. O esposo era procurador geral, algo cargo, por isso ela tinha deixado a profissão de lado apenas para cuidar dos filhos e do casamento. Quando tudo ruiu, precisou correr atrás, já numa outra fase da vida. Assim acabava encontrando emprego em um escritório de advocacia, começando bem por baixo. Uma boa série, com bons episódios e personagens secundários bem escritos. Obviamente todas as atenções foram para a personagem principal, Alicia Florrick (Julianna Margulies), cuja vida tinha que reerguer.

De uma maneira em geral essa série me lembrou dos antigos dramas da TV americana como "Dallas", por exemplo, só que obviamente numa escala menor. Como foi um programa exibido num canal mainstream nos Estados Unidos (A CBS) não havia espaço para maiores desafios a um tipo de série bem moldada no estilo mais tradicional. Nada de maiores ousadias na narrativa no formato. É uma série recomendada principalmente para o público feminino, atual, que está tentando conciliar uma vida profissional com a pessoal, tendo muitas vezes que lidar com uma jornada tripla de trabalho (em casa e no escritório). Também é uma boa pedida para quem quer conhecer um pouquinho mais sobre o mundo jurídico dos Estados Unidos. Sim, há corrupção, sim há tráfico de influência e sim há também muitas atividades nada éticas. Demolindo um pouco a imagem que os brasileiros possuem do mundo da lei naquele irmão do norte. Abaixo seguem algumas resenhas que fiz da série, justamente os últimos episódios que acompanhei. Larguei a série nessa mesma temporada.

The Good Wife 3.02 - The Death Zone
Estou bem atrasado em relação a "The Good Wife". Nos Estados Unidos o canal CBS já está exibindo a sexta temporada e eu ainda estou lá atrás, três temporadas atrasado! Isso acontece porque apenas esporadicamente assisto episódios pois é aquele tipo de série que se não chega a empolgar, pelo menos faz com que você não queira abandonar inteiramente. A tensão sexual entre Alicia Florrick (Julianna Margulies, outra atriz da TV extremamente sensual) e Will Gardner (Josh Charles, sim, um dos alunos de "Sociedade dos Poetas Mortos") continua. Aqui Alicia tem que defender um cliente envolvido em difamação ao contestar um livro contando aventuras de uma escalada ao Everest do qual ele participou. O episódio tira uma casquinha do direito inglês - extremamente formal e anacrônico para os dias atuais - ao mesmo tempo em que explora o ciúme doentio do ex-marido de Alicia, agora procurador, que arma uma cilada para o escritório onde ela trabalha. Bom episódio, mantendo o interesse em continuar acompanhando a série.

The Good Wife 3.03 - Get a Room
Como quase sempre acontece nos episódios de "The Good Wife" temos duas linhas narrativas bem claras. Na primeira a advogada Alicia Florrick (Julianna Margulies) e seu colega Will Gardner (Josh Charles) tentam fechar um acordo antes de um processo judicial envolvendo erro e negligência médica. Um conceituado médico de Nova Iorque resolveu fazer de uma de suas pacientes uma mera cobaia, colocando nela um dispositivo ainda não autorizado pelo governo americano. O problema é que a máquina, criada por ele mesmo, não consegue amenizar os problemas da paciente e pior do que isso, torna todas as suas dores ainda mais insuportáveis. Na outra linha da narração Eli Gold (Alan Cumming) é contratado como gerenciador de crises de uma grande empresa fabricante de queijos, após o seu produto causar vômitos e diarreias em um grupo de jovens estudantes. A cena dos alunos passando mal na escola acabam indo parar nas redes sociais e obviamente se tornam virais na net. Cabe a Eli amenizar todos os danos de imagem associados àquele desastre de relações públicas. Como bônus o episódio ainda traz uma pequena participação do irmão gay de Alicia, numa cena com direito até mesmo a beijo com seu namorado. Se no Brasil um beijo gay na novela ainda causa grande impacto na mída, lá nos Estados Unidos a impressão que se tem é que ninguém mais liga para isso. Pois é, sinal dos tempos. / The Good Wife - Get a Room (EUA, 2011) Direção: David Platt / Roteiro: Robert King, Michelle King / Elenco: Julianna Margulies, Matt Czuchry, Archie Panjabi, Josh Charles.

The Good Wife 3.04 - Feeding the Rat
Gostei bastante desse episódio. A linha narrativa principal mostra um caso curioso. Travis Dolan (Tim Peper) é um sujeito comum, pai de familia, que decide entrar em uma loja de conveniência. Para seu azar assim que entra no local ocorre um assalto, o atendente reage e é morto imediatamente. A polícia chega logo e o salva de também ser morto. Como nem tudo é uma questão de sorte ele também tem o azar de se tornar o principal suspeito do crime. Acusado logo é preso. Cabe a Alicia Florrick (Julianna Margulies) defender o seu estado de inocência. Na outra linha narrativa Will Gardner (Josh Charles) vai até uma convenção de advogados tentar convencer uma velha amiga de faculdade (e antiga amante) a incorporar um setor especializado em falências ao seu escritório. Ela reage a proposta com uma contra proposta, que faz Gardner balançar. Ele deixaria sua firma e entraria na dela, que está se formando. Ele ganharia mais e teria a chance de realizar um velho sonho, a de entrar como comodoro jurídico da liga de beisebol do país. O episódio mostra bem como Gardner fica em dúvida. O problema é que se ele sair de sua firma será o fim da mesma. Afinal ele é um dos sócios majors do escritório. Episodio de rotina, mas muito interessante, que traz aspectos em seu roteiro que certamente terão efeitos ao longo dos próximos enredos. The Good Wife - Feeding the Rat (EUA, 2011) Direção: Fred Toye / Roteiro: Robert King, Michelle King / Elenco: Julianna Margulies, Matt Czuchry, Archie Panjabi.

The Good Wife 3.06 - Affairs of State
Essa série é um dos maiores sucessos da TV americana. Fruto provavelmente da personalidade carismática da advogada Alicia Florrick (Julianna Margulies). Humilhada publicamente por casos amorosos escandalosos de seu ex-marido, ela resolve reconstruir toda a sua vida, voltando ao trabalho em um escritório de advocacia. Nesse episódio ela precisa defender um jovem natural de Taiwan que acaba sendo acusado de estuprar e matar uma garota numa festa. Como é um estrangeiro que trabalha numa missão diplomática o roteiro lida também com a chamada imunidade diplomática. Na outra linha narrativa temos Kalinda Sharma (Archie Panjabi) fazendo um favorzinho a Eli Gold (interpretado pelo excelente ator Alan Cumming). Ela precisa investigar sua ex-esposa, para saber se uma candidatura dela seria viável. O que Kalinda descobre é devastador: a ex não apenas teve um caso conjugal enquanto era casada com Eli, como também namorou um membro da família Bin Laden! Mais explosivo do que isso, impossível! Por fim, para quem curte o personagem do assistente de procurador, Cary Agos (Matt Czuchry), nesse episódio ele finalmente ganha o devido reconhecimento, indo parar em um escritório digno, que não parece um quarta-roupa e nem um armário! Tudo muito bem escrito, divertido e bem conduzido. Não é à toa que faz tanto sucesso. / The Good Wife 3.06 - Affairs of State (EUA, 2011) Direção: Dean Parisot / Roteiro: Robert King, Michelle King / Elenco: Julianna Margulies, Matt Czuchry, Archie Panjabi, Alan Cumming.

The Good Wife 3.07 - Executive Order 13224
Processar o governo americano pode ser muito perigoso. Que o diga os advogados da Lockhart & Gardner. Eles abrem um processo contra o Estado alegando que seu cliente, um militar americano no Afeganistão, foi preso e torturado pelo exército após surgirem suspeitas que estaria colaborando com o inimigo, terroristas perigosos e procurados pela CIA. Alicia Florrick (Julianna Margulies) acaba inclusive entrando em uma cilada jurídica ao depor sob juramento sobre detalhes da causa. Enquanto isso o cerco também se fecha contra Will Gardner (Josh Charles) pois a Procuradoria entende que ele no passado roubou dinheiro das contas de um cliente para pagar dívidas de jogo. Essa nova investigação seria impulsionada por questões puramente legais ou seria uma retaliação por parte do procurador Peter Florrick (Chris Noth) por causa do romance que Will mantém com sua ex-esposa Alicia? Dados de um jogo marcado onde os próprios personagens se tornam peças de um xadrez de poder, traição e revanche. / The Good Wife 3.07 - Executive Order 13224 (EUA, 2011) Direção: Brooke Kennedy / Roteiro: Robert King, Michelle King / Elenco: Julianna Margulies, Matt Czuchry, Archie Panjabi.

The Good Wife 3.08 - Death Row Tip
O mal existe. Essa é a grande lição de moral desse episódio. A firma de advocacia de Alicia Florrick (Julianna Margulies) precisa das informações de um prisioneiro do corredor da morte que está prestes a ser executado em poucos dias. Ele poderia dizer quem seria o verdadeiro assassino de um outro homicidio do qual está sendo acusado um dos clientes do escritório de Alicia. Acontece que para isso é necessário ganhar mais tempo, evitando assim que a pena seja cumprida em menos de uma semana. Também é necessário criar algum tipo de barganha para que ele diga o nome do assassino. Algo não muito fácil de se fazer. Alicia é enviada para falar com o tal detento. Ele foi condenado pelo estupro e morte de duas adolescentes e isso perturba ela que é mãe de uma garota da mesma idade das vitimas. A partir daí as coisas vão ficando cada vez mais claras para Alicia. A defesa tenta pintar um quadro de coitadinho do preso, mas depois ela vai entendendo que ele é de fato um criminoso cruel e sádico, provando de uma vez por todas que o coitadismo nem sempre é aplicado a todos os que estão no corredor da morte pois alguns são realmente psicopatas sem nenhum traço de arrependimento por seus atos de barbárie. Uma bela lição de vida exposta com maestria nesse episódio. / The Good Wife 3.08 - Death Row Tip (EUA, 2011) Direção: Joshua Marston / Roteiro: Robert King, Michelle King / Elenco: Julianna Margulies, Matt Czuchry, Archie Panjabi.

The Good Wife 3.10 - Parenting Made Easy
Uma operadora de drones é acusada de assassinato pela justiça militar. Acontece que ela perdeu o timing certo para apertar o botão de ataque e por essa razão matou 12 civis no Afeganistão, entre eles 6 crianças inocentes. Para lhe defender é contratado o escritório de advocacia Lockhart & Gardner. Seu objetivo é livrar a militar de uma pesada pena. Enquanto Alicia Florrick (Julianna Margulies) tenta vencer a causa, Will Gardner (Josh Charles) tenta escapar do cerco que está se fechando sobre ele. A promotoria está preparando uma ação criminal por suborno de juízes. Will será acusado de ter aliciado magistrados em jogos de basquete que ele organizava no fim de semana. A forma como ele corrompeu esses juízes era algo bem elaborado. Ele apresentava bookmakers (agenciadores de apostas) a essas autoridades e depois quando eles se endividavam muito, Gardner se propunha a resolver a questão, mas em troca disso os magistrados lhe dariam sentenças favoráveis em casos importantes. O velho tráfico de influência, tão bem conhecido no Brasil. A operação é obviamente uma retaliação pelo caso amoroso entre Will e Alicia, uma vez que seu ex-marido é atualmente o procurador geral. Pelo visto não é apenas no Brasil que interesses públicos e privados costumam se misturar. / The Good Wife 3.10 - Parenting Made Easy (EUA, 2011) Direção: Rosemary Rodriguez / Roteiro: Robert King, Michelle King  / Elenco: Julianna Margulies, Matt Czuchry, Archie Panjabi.

The Good Wife 3.11 - What Went Wrong
Mesmo atrasado sigo em frente acompanhando "The Good Wife". Como sou da area é sempre interessante assistir aos seus episódios, olhando tudo sob olhos mais críticos e também jurídicos. Nesse episódio o escritório de Alicia Florrick (Julianna Margulies) precisa defender uma jovem acusada de um crime de Homicídio. Para infortúnio da banca de advogados de defesa ela acaba sendo condenada a uma dura pena, quase por unanimidade pelo corpo de jurados. Isso acaba levando a uma investigação mais aprofundada sobre o que poderia estar acontecendo nos bastidores do caso. Depois de Kalinda Sharma (Archie Panjabi) investigar bem a fundo ela acaba descobrindo uma brecha legal, para criar uma exceção de suspeição em cima do juiz que julgou a ação. Curiosamente tudo fundamentado em uma simples adição de amizade entre o magistrado e uma jurada no Facebook! Esse roteiro demonstrou bem que um dos pontos fortes dos grandes escritórios de advocacia nos Estados Unidos vem justamente da investigação extra-judicial, onde profissionais bem treinados caem em campo atrás de pistas e informações nos casos mais complicados. Enquanto isso Will Gardner (Josh Charles) continua tentando sair de uma iminente investigação da procuradoria que o acusa de usar tráfico de influência com juízes. Claro que tudo não passa de uma jogada de Peter Florrick (Chris Noth) para minar o relacionamento de Will com Alicia. Pois é, não é apenas no Brasil que temos esse tipo de situação, onde instituições públicas são usadas para fins puramente particulares e pessoais. A corrupção, meus caros, não é exclusividade nossa, embora a impunidade seja algo bem verde e amarelo! / The Good Wife 3.11 - What Went Wrong (EUA, 2011) Direção: James Whitmore Jr / Roteiro: Robert King, Michelle King / Elenco: Julianna Margulies, Matt Czuchry, Archie Panjabi.

The Good Wife 3.13 - Bitcoin for Dummies
Bitcoin é aquela moeda virtual que circula livremente na internet. Quem a criou? O que significa? Seria uma violação das leis monetárias e financeiras do Estado? Todas essas perguntas formam a espinha dorsal desse episódio. A advogada Alicia Florrick (Julianna Margulies) se envolve em um caso mais do que interessante, quando seu cliente começa a ser processado pelo Estado por supostamente ter criado o Bitcoin, algo que seria ilegal, uma vez que apenas o governo americano teria poder para criar moeda dentro de seu sistema financeiro. Antes da ação seguir em frente será necessário porém chegar a certas definições mais precisas. A mais interessante delas é se o Bitcoin seria mesmo de fato uma nova moeda! Tecnicamente, por representar valor e ter capacidade de troca e circulação ele seria de fato um tipo de moeda paralela, não oficial. Para se ter uma ideia até câmbio a mesma teria, mas com a realidade da internet velhos conceitos do passado nem sempre valem para os dias de hoje. De qualquer forma as simples questões levantadas aqui já são por si mesmas interessantes e relevantes. Vale a pena conferir. / The Good Wife 3.13 - Bitcoin for Dummies (EUA, 2012) Direção: Frederick E.O. Toye / Roteiro: Robert King, Michelle King / Elenco: Julianna Margulies, Matt Czuchry, Archie Panjabi.

The Good Wife 3.14 - Another Ham Sandwich
Na faculdade de direito aprendemos que todos os magistrados precisam adotar uma postura imparcial nos casos em que julgam. Para isso qualquer outro fator externo que venha a influenciar suas decisões devem ser afastados, seja por exceções de suspeição ou impedimento. Pois bem, no direito americano, plenamente jurisprudencial, também temos as mesmas prerrogativas que devem ser seguidas sob risco de se violar o devido processo legal. Justamente por violar o dever de imparcialidade de juízes é que Will Gardner (Josh Charles) acaba sendo indiciado e depois enviado para julgamento no grande júri (que ao contrário do que ocorre no direito brasileiro não se limita a casos legais específicos, mas a uma gama muito maior de crimes em geral). Will é acusado de usar sua influência com os magistrados. Disfarçados de inocentes jogos de basquete ele teria se reunido com vários juízes para em plena quadra de esportes discutir o futuro e os desfechos de casos importantes do tribunal. Um caso tipicamente de tráfico de influência, também infelizmente muito comum dentro do sistema judicial brasileiro. Pois bem, com o risco de perder sua licença na ordem dos advogados ele passa por um verdadeiro inferno profissional para não ter sua carteira de advogada cassada e o pior de tudo, ir preso pelos crimes e delitos de que é acusado! Apenas a habilidade de seus colegas de escritório poderia lhe salvar dessa verdadeira armadilha jurídica. Gosta do mundo jurídico e do direito como esse que vos escreve? Então não deixe de assistir a "The Good Wife". Dentro das séries sobre advogados atualmente em exibição na TV americana certamente é uma das melhores. Vale o desafio de acompanhar. / The Good Wife 3.14 - Another Ham Sandwich (EUA, 2012) Direção: Fred Toye / Roteiro: Robert King, Michelle King/ Elenco: Julianna Margulies, Matt Czuchry, Archie Panjabi.

The Good Wife 3.16 - After the Fall
Uma jovem resolve dar um fim em sua própria vida. Ela então sobe em uma ponte e se joga de lá. Seria apenas mais o desfecho triste de uma existência deprimida se tudo não fosse filmado por um diretor de documentários que supostamente teria filmado tudo com seu consentimento e com as melhores boas intenções possíveis, uma maneira de desestimular outra pessoas a seguirem pelo mesmo caminho... mas será mesmo? Não teria sido uma forma desprezível de faturar com a desgraça alheia? É justamente esse o ponto e a questão que passará a ser discutida no novo processo em que trabalha Alicia Florrick (Julianna Margulies). Em lados opostos da lide temos a família da suicida e o diretor, o realizador do documentário onde as chocantes cenas de seus últimos momentos de vida foram inseridas. Os limites entre a ética do cineasta e a vulgaridade de tentar lucrar com algo tão terrível como o suícidio de uma garota ainda tão jovem, na flor da idade, são bem debatidos nesse roteiro. Bom episódio de "The Good Wife", uma série que consegue manter o bom nível mesmo sendo tão mainstream. A nota triste vem da coincidência entre a história do episódio e a morte de seu próprio produtor, Tony Scott, que morreu em circunstâncias extremamente semelhantes ao também se suicidar pulando de uma ponte nos Estados Unidos. Teria se inspirado de alguma forma no que vemos nesse episódio? Impossível responder agora a esse tipo de questão. / The Good Wife 3.16 - After the Fall (EUA, 2012) Direção: James Whitmore Jr. / Roteiro:  Robert King, Michelle King/ Elenco: Julianna Margulies, Matt Czuchry, Archie Panjabi.

The Good Wife 3.18 - Gloves Come Off
No campo profissional a advogada Alicia Florrick (Julianna Margulies) tem que ganhar uma causa promissora. Seu cliente sofreu um colapso enquanto dirigia um carrinho de neve. Descendo montanha abaixo ele acabou perdendo o controle do veículo e no choque com uma árvore sua esposa não resistiu, vindo a falecer logo depois. Agora ele está processando a empresa que fabricou o carrinho pois em sua opinião houve uma falha mecânica na direção do mesmo. A ação acaba ganhando novos contornos quando a empresa alega que na verdade o piloto, por ter sido atleta de hóquei no passado, sofreu um problema neurológico, provavelmente fruto de anos praticando o violento esporte. Em pouco tempo se abre um litisconsórcio processual envolvendo até mesmo a liga de hóquei americana, acusada de incentivar indiretamente a violência em campo, com desdobramentos imprevisíveis. Alicia também se sente tentada a abandonar seu escritório para ir trabalhar no de Louis Canning (Michael J. Fox) com melhores salários e benefícios. Já no campo emocional ela não consegue disfarçar o ciúme que sente por Will Gardner (Josh Charles), já que ele agora está aparentemente envolvido com uma bela jornalista. "The Good Wife" é uma boa pedida para um fim de noite sem mais nada de muito interessante para assistir. Os bons roteiros conseguem manter o interesse, além do mais temas como a responsabilidade civil proveniente de um acidente, como é explorado aqui, não deixam de ser curiosos. / The Good Wife 3.18 - Gloves Come Off (EUA, 2011) Direção: Michael Zinberg/ Roteiro: Robert King, Michelle King/ Elenco: Julianna Margulies, Matt Czuchry, Archie Panjabi.

The Good Wife 3.20 - Pants on Fire
Mais atrasado do que salário de jogador do Botafogo eu sigo em frente acompanhando "The Good Wife". Aos trancos e barrancos estou chegando no final da terceira temporada (quando nos Estados Unidos já está sendo exibida a sétima!!!). Enfim, devagar e sempre, já dizia o velho ditado. E o que está rolando nessa fase? Alicia Florrick (Julianna Margulies) está defendendo um grupo de três garotas acusadas de um suposto homicidio no passado. Sua maior tese de defesa é sustentada em erros que foram cometidos na análise de DNA por parte da procuradoria, algo que pode até mesmo atingir seu ex-marido. Ela também precisa lidar com Mike Kresteva, um sujeito nada ético, que mente pelos cotovelos, com a clara intenção de disputar o governo de Illinois, concorrendo justamente contra Peter Florrick (Chris Noth). Para os fãs de "Friends" fica a informação que o personagem é interpretado por Matthew Perry, o Chandler Bing da antiga série. Os dias de simpatia e humor porém ficaram para trás. Aqui ele está bem mais envelhecido e antipático, afinal seu personagem é notoriamente um antagonista para Alicia. Esse é um episódio padrão que vai abrindo caminho para o final da temporada. A principal base do argumento é saber se Peter vai ou não concorrer ao governo do estado. Interessante, mas bem na média. / The Good Wife 3.20 - Pants on Fire (EUA, 2012) Direção: Roxann Dawson / Roteiro:  Robert King, Michelle King / Elenco: Julianna Margulies, Matthew Perry, Matt Czuchry, Chris Noth, Archie Panjabi.

The Good Wife 3.21 - The Penalty Box
Aos trancos e barrancos estou chegando ao final da terceira temporada de "The Good Wife" (esse é o penúltimo episódio). O que acontece é que além de ter pouco tempo para assistir aos episódios as temporadas dessa série são longas demais (vinte e dois episódios em média a cada season). Definitivamente não é fácil. Quero chegar ao final dessa terceira (afinal só falta um episódio para isso), mas sinceramente falando não sei se seguirei em frente (nos Estados Unidos está sendo exibida a sétima temporada, só para se ter uma ideia do longo caminho ainda a percorrer!). Pois bem, nesse episódio um juiz é acusado de ter forjado provas na época em que atuava como promotor de justiça. Um crime bárbaro foi cometido e ele, ao que tudo indica, resolveu dar um jeitinho para que o suspeito fosse condenado. O problema é que ele era na verdade inocente. Agora, muitos anos depois, o caso volta para atormentar sua carreira. Para defendê-lo o escritório de Alicia Florrick (Julianna Margulies) é contratado. Nesse episódio também temos a possibilidade da volta de Cary Agos (Matt Czuchry) ao mundo da advocacia privada. Ele deixa a promotoria por não se sentir valorizado o suficiente por Peter Florrick (Chris Noth), o procurador geral. Então é isso. Nada de muito revelador ou surpreendente. Não sei como "The Good Wife" foi tão longe pois já nessa terceira temporada já sinto sinais de desgaste e saturação bem claros. / The Good Wife 3.21 - The Penalty Box (EUA, 2012) Direção: Michael Zinberg / Roteiro: Robert King, Michelle King / Elenco:  Julianna Margulies, Matt Czuchry, Archie Panjabi, Chris Noth.

The Good Wife 3.22 - The Dream Team
Nesse episódio o escritório de advocacia Lockhart Gardner ganha uma ação milionária. A indenização é uma bolada de 25 milhões de dólares. Com esse dinheiro a firma finalmente superaria os problemas financeiros, mas... Para surpresa dos advogados eles começam a ser processados pela mesmo empresa farmacêutica que perdeu a ação anterior. Agora estão sendo acusados de fraude processual. Como superar essa cilada jurídica? Ao mesmo tempo Alicia Florrick (Julianna Margulies) resolve ligar para uma empresa de construção. Há um cheque de 21 mil dólares que precisa ser emitido novamente. Mal sabe ela que a empresa sequer existe. Na verdade o telefone se refere ao ex-marido de Kalinda Sharma (Archie Panjabi). Pelo visto o sujeito é perigoso e violento, uma vez que a primeira coisa que Kalinda faz ao saber do fato é se armar! Bom episódio que fecha a terceira temporada. A série continua numa média muito boa, acima do que normalmente se vê. O segredo é fácil de entender: com bons índices de audiência a CBS resolveu caprichar nos roteiros, só trazendo material de boa qualidade. Mesmo absurdamente atrasado ainda penso em continuar a acompanhar a série. Vamos ver no que vai dar. / The Good Wife 3.22 - The Dream Team (EUA, 2012) Direção: Robert King / Roteiro: Robert King, Michelle King / Elenco: Julianna Margulies, Matt Czuchry, Archie Panjabi.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

Salem

Salem
Eu ainda não terminei de assistir a essa série de terror chamada "Salem". É a tal coisa, de maneira em geral, gostei do que vi. Obviamente ela ainda se rende muitas vezes a clichês televisivos, certos cacoetes que imperam nesse tipo de programa, mas mesmo assim consegue ainda trazer coisas bem interessantes, principalmente personagens fortes que lhe fazem seguir em frente, mesmo com alguns episódios fracos, sem razão de ser. Também se sobressai por trazer um visual dark, escuro e sombrio muito bem feito. A direção de fotografia é excelente.

Some-se a isso ao fato de ser uma série de época, histórica, com mesclas de realismo fantástico, é você entenderá porque após poucos episódios ela te prende mesmo. Há um clima de bruxaria no ar, mas não bruxaria infantojuvenil como estamos acostumados a ver, que acaba mesmo prendendo a atenção de quem gosta do gênero terror. Abaixo eu resgatei alguns  comentários que fiz de episódios que mais me chamaram a atenção. Uma pequena amostra de "Salem", que a título de informação adicional teve no total 3 temporadas produzidas e exibidas entre os anos de 2014 a 2017. Por ser de certa forma tão anticonvencional acredito que até durou muito além do que era esperado. Afinal em muitos momentos "Salem" era Heavy Metal demais para a padronizada programação da televisão comercial dos Estados Unidos.

Salem 1.02 - The Stone Child
Na história real Salem foi uma cidade atingida em cheio pela Inquisição Protestante onde muitos homens e mulheres foram queimadas vivas ou enforcadas acusados de bruxaria. Na série porém temos um quadro de realismo fantástico, onde as bruxas existem, são poderosas e dominam o lugar com punhos de ferro. Mais uma produção muito bem realizada com estilosa direção de arte. Esse episódio em especial abre com uma frase interessante que diz: "A maioria das pessoas que já viveu na história estão mortas. E grande parte delas ardem nas profundezas do inferno pela eternidade"! Pela frase já deu para perceber que a série é bem escrita mesmo, palmas aos roteiristas. Mary Sibley é a personagem central. Bruxa, maquiavélica e cruel ela controla seu marido (colocando um sapo em sua boca) e como ele é o homem mais poderoso de Salem também tem a cidade sob seu domínio. Para quem aprecia cenas fortes duas sequências chamam a atenção nesse episódio: um aborto horrível e uma busca por um corpo em uma vala com vários cadáveres em decomposição. Uma série não recomendada para pessoas impressionáveis demais.

Salem 1.04 - Survivors
Um navio contaminado pela temida gripe espanhola chega no porto de Salem, pequena vila da colônia britânica no novo mundo. Para evitar que todos os habitantes morram ao terem contato com essa terrível doença que matou milhões de pessoas na Europa, Mary Sibley (Janet Montgomery) determina que ele fique bem longe da costa, de quarentena. Começa assim mais um episódio dessa série "Salem". O cenário é a famosa cidade americana que foi palco de um dos mais tristes eventos da inquisição protestante quando pastores deram ouvidos a uma jovem de apenas 12 anos de idade e saíram queimando homens e mulheres acusados de bruxaria e magia negra. Nesse episódio um pai católico realiza um exorcismo em sua própria filha pois ela apresenta um comportamento muito estranho, bem de acordo com o que se esperaria de uma jovem possuída por forças do mal. A questão é que ela foi enfeitiçada pela própria Sra Sibley, que debaixo de sua fachada de moradora exemplar da cidade esconde um grande segredo: ela própria é uma bruxa, das mais aterrorizantes da região. No geral "Salem" vem melhorando a cada episódio. Começou meio sem ritmo, ainda vacilante, mas conforme os episódios seguem em frente ela apresenta notáveis avanços. Também colabora e muito a boa presença da atriz Janet Montgomery. Ela tem um olhar tão expressivo que muitas vezes se torna desnecessários o uso de maquiagem e efeitos digitais. Bela interpretação. Por essa e por outras seguirei acompanhando daqui para frente, sem planos de desistir da série. / Salem 1.04 - Survivors (EUA, 2014) Direção: David Von Ancken / Roteiro: Brannon Braga, Adam Simon/ Elenco: Janet Montgomery, Shane West, Seth Gabel.

Salem 1.05 - Lies
Uma das maiores loucuras da inquisição protestante aconteceu na cidadezinha de Salem, Massachusetts, no ano de 1692. Após algumas jovens relatarem que tiveram pesadelos com bruxas o pastor local, que também era um magistrado poderoso dentro da região, começou a perseguição contra as pessoas que supostamente estariam praticando bruxaria em rituais de magia negra realizados no meio da floresta. A paranóia, completamente sem controle, se espalhou e em pouco tempo sessões de torturas e execuções se tornaram prática costumeira. Um horror que serviu para demonstrar que o fanatismo religioso pode ser algo muito perigoso. O trágico acontecimento entrou na história americana, deu origem a livros e filmes e agora chega na TV em forma de série, só que ao invés de contar os acontecimentos históricos tais como se passaram os produtores resolveram investir forte na pura ficção e fantasia. A personagem central chamada Mary Sibley (Janet Montgomery) é de fato uma bruxa que coloca sob seu feitiço o homem mais poderoso do lugar, se tornando assim uma das pessoas mais influentes da cidade. Nesse episódio uma encomenda especial chega para ela, enviada diretamente da Europa. Se trata de um artefato usado em rituais de feitiçaria, que acaba caindo nas mãos erradas. Para Sibley é imperioso que ela tome posse do tal objeto que segundo a tradição teria o poder de invocar demônios de grande poder. Além disso Sibley precisa controlar uma jovem garota que se diz possuída pelo diabo. Ela começa a usar seu suposto poder de reconhecer bruxas e bruxos como forma de manipulação, punição e chantagem com os moradores locais. Algo que realmente aconteceu na história real. Insanidades que só o mais puro fanatismo causado pela religião podem causar. / Salem 1.05 - Lies (EUA, 2014) Direção: Sergio Mimica-Gezzan / Roteiro: Brannon Braga, Adam Simon/ Elenco: Janet Montgomery, Shane West, Seth Gabel.

Salem 1.06 - The Red Rose and the Briar
Um episódio muito bom, movimentado e com cenas de terror que certamente vão agradar aos fãs de séries como "The Walking Dead". Nesse aqui o reverendo da cidade e John Alden (Shane West) conseguem capturar uma bruxa em seu porão. Existe uma lenda que afirma que as bruxas ficam automaticamente obrigadas a contarem a verdade quando o planeta Saturno fica em uma órbita estacionada no sistema solar. Sabendo disso os dois acorrentam a bruxa e a levam para o meio da floresta para que ela conte tudo o que sabe sobre as manifestações demoníacas em Salem. O que eles não contavam é que ela na verdade teria ao seu favor um amplo poder proveniente da escuridão da alma humana, o que faz com que ela consiga até mesmo levantar os mortos de suas próprias covas rasas! Depois que seu sangue cai sob a terra os falecidos se levantam e começam uma verdadeira luta de vida e morte contra àqueles que a aprisionaram. Enquanto isso a toda poderosa bruxa do vilarejo, Mary Sibley (Janet Montgomery), luta entre sua escolha pelo caminho do mal e o sentimento de amor que ainda sente por John Alden, mesmo após tantos anos! Como se sabe ela aprisionou seu velho marido, colocou um sapo em sua boca e o jogou em um feitiço que o deixou completamente incapacitado, como se tivesse sofrido um derrame. Agora precisa também lidar com uma pupila que deseja seguir seus passos de adoração do mal absoluto. / Salem 1.06 - The Red Rose and the Briar (EUA, 2014) Direção: P.J. Pesce / Roteiro: Brannon Braga, Adam Simon / Elenco:  Janet Montgomery, Shane West, Seth Gabel.

Salem 1.07 - Our Own Private America
Outra série de terror que começou meio irregular e foi melhorando com o tempo. O que salva "Salem" de outras séries próximas e derivadas e o caminho escolhido pelos roteiristas em explorar melhor o suspense e o terror. Nada de temáticas mais voltadas ao público adolescente. Aos poucos a série vai escolhendo o caminho do mais sinistro e isso conta muitos pontos a favor. Nesse episódio continua a disputa pelo artefato conhecido como Malum. Um objeto milenar, usado na antiguidade para evocar entidades do mal. Aqui temos uma novidade e tanto, a entrada no jogo de poder de Salem de um velho pastor, um veterano que sabe muito bem como tratar bruxas e seguidores de seitas satânicas (lembrando que dentro do universo de Salem as bruxas são uma realidade e não apenas fruto de superstições de uma era de obscurantismo). Pois bem, para descobrir onde foi parar o tal objeto, Mary Sibley (Janet Montgomery) resolve entrar literalmente na mente e nos pensamentos de John Alden (Shane West), algo muito perigoso e pouco tentado nos séculos passados. O perigo é que Sibley simplesmente se perca ao adentrar a mente de John, ficando presa para sempre nesse universo paralelo. É praticamente uma possessão entre pessoas vivas. Enfim, tudo muito interessante. Destaque para a cena em que três pessoas de uma mesma família são acusadas de bruxaria e queimadas vivas numa grande fogueira bem no centro de Salem. Efeitos especiais muito bem realizados. / Salem 1.07 - Our Own Private America (EUA, 2014) Direção: David Von Ancken / Roteiro: Brannon Braga, Adam Simon / Elenco: Janet Montgomery, Shane West, Ashley Madekwe.

Salem 1.08 - Departures
Nenhuma série de terror sobre bruxas estaria completa sem a presença de um inquisidor. Alguém que colocaria todos os seus conhecimentos para destruir as filhas de Satã. Quem exerce essa função em "Salem" é o pastor puritano Increase Mather (Stephen Lang). Depois de alguns anos fora, viajando pela colônia, ele finalmente retorna para a pequena, mas próspera Salem. Ele havia deixado seu jovem filho como pastor da vila, mas ele se revelou fraco em sua fé. Pior do que isso, acabou caindo nas tentações da carne, vergonhosamente se apaixonando por uma das prostitutas do bordel local. Algo completamente inadmissível para Increase. E é justamente o bordel que se torna seu primeiro alvo. Numa vistoria no estabelecimento ele encontra peças usadas em rituais de magia negra. Imediatamente prende a dona do prostíbulo e a acusa de ser uma bruxa. Depois disso seguem os procedimentos de sempre: torturas e buscas por outras adeptas de satanismo. O que o experiente inquisidor ainda não sabe é que a líder das bruxas é a suposta respeitável Mary Sibley (Janet Montgomery) que logo despacha seu marido enfeitiçado para Boston, com receios de que Mather descubra tudo. Esse é certamente um episódio muito bom. "Salem" começou um pouco sem rumo, mas depois pegou ritmo. Hoje em dia é certamente uma das séries de terror mais interessantes da TV americana. / Salem 1.08 - Departures (EUA, 2014) Direção: Alex Zakrzewski / Roteiro: Brannon Braga, Adam Simon / Elenco: Janet Montgomery, Stephen Lang, Shane West, Seth Gabel.

Salem 1.09 - Children, Be Afraid
Confome vimos nos episódios anteriores o inquisidor Increase Mather (Stephen Lang) segue em sua caça às bruxas de Salem. Desde que resgatou George Sibley (Michael Mulheren) da morte na floresta ele está convencido que ele está sob o feitiço de alguma bruxa. E suas suspeitas vão se concretizando ainda mais, principalmente depois que descobre que a esposa de George, Mary Sibley (Janet Montgomery), mandou um de seus lacaios dar em segredo um estranho líquido para George. Para Mather essa seria mais uma poção proveniente de bruxaria. Convencido disso ruma até a casa de Mary com seus homens - todos com tochas em suas mãos como era comum na captura de bruxas durante aqueles tempos. Uma vez lá acaba sendo surpreendido pois uma das jovens que seguem Mary acusa Tituba (Ashley Madekwe) de ser a verdadeira feiticeira do povoado, uma vez que ela inclusive mantém uma tarântula como entidade de ligação com seu mestre, o próprio Satã. Imediatamente ela é presa e levada até o calabouço de Mather. A fogueira está mais próxima do que nunca. Eis aqui mais um bom episódio da série Salem. É a tal coisa, essa série de terror começou meio vacilante, com problemas de roteiro, mas aos poucos foi se acertando. Hoje já podemos dizer que é um bom programa para o fim de noite, principalmente se você gosta de terror histórico. Pois é crianças, tenham medo, muito medo! / Salem 1.09 - Children, Be Afraid (EUA, 2014) Direção: David Grossman / Roteiro:  Brannon Braga, Adam Simon / Elenco: Janet Montgomery, Shane West, Seth Gabel.

Salem 1.10 - The House of Pain
A tortura foi um método muito utilizado na inquisição protestante que se alastrou pelas colônias americanas. Nesse episódio isso é bem explorado. A escrava negra Tituba (Ashley Madekwe) foi acusada de bruxaria. Não era de toda inverídica a acusação uma vez que ela realmente lidava com forças ocultas e malignas. Presa pelo pastor Increase Mather (Stephen Lang) ela começa a ser torturada para entregar as outras pessoas de Salem envolvidas com bruxaria. É interessante essa cena porque o personagem de Stephen Long (ótimo ator, por sinal) começa a apresentar para sua prisioneira alguns instrumentos de tortura usados pela inquisição. Todos eles, diga-se de passagem, verdadeiros, que foram usados em torturas reais durante a idade média. Entre eles chamo a atenção para a "pera", um artefato completamente macabro e cruel. De uma forma ou outra o velho pastor faz jus a sua fama de realmente arrancar informações de hereges em geral, só que para sua surpresa os nomes que Tituba vai lhe passando não eram bem aqueles que ele esperava. Enquanto isso Mary Sibley (Montgomery), a verdadeira culpada, vai se safando. Pois é, mesmo a passos de tartaruga estou indo em frente nessa série Salem. O tema me interessa, além disso os episódios estão cada vez melhores. Que novas perseguições venham! Vale a pena acompanhar. / Salem 1.10 - The House of Pain (EUA, 2014) Direção: David Von Ancken / Roteiro: Brannon Braga, Adam Simon / Elenco: Janet Montgomery, Shane West, Seth Gabel.

Salem 1.11 - Cat and Mouse
O inquisidor Increase Mather (Stephen Lang, em ótima interpretação) segue sua caça às bruxas. Ele sabe que Mary Sibley (Janet Montgomery) está envolvida em atos de bruxaria, mas ainda não tem provas. Como diz o ditado ele então começa a comer pelas beiradas, atingindo pessoas que rodeiam Sibley. Após prender sua criada acusada de ser uma bruxa, ele parte em busca de um grupo de jovens de Salem, lideradas pela insana Mercy Lewis (Elise Eberle, uma atriz de traços bem marcantes). Ele a enfrenta no meio do nada, na floresta, em uma bem articulada cena, com muito suspense e violência. É a tal coisa, Salem consegue divertir e assustar ao mesmo tempo. Tem algumas boberinhas aqui e acolá, mas nada que comprometa. Aqui Mather promove uma sessão de tortura básica com as garotas presas pela inquisição. Com um grande caldeirão de água fervendo ele resolve respingar gotas em todas elas. Coisa de sádico. Outro bom momento desse episódio acontece quando Increase Mather, em pleno sermão de domingo, é interrompido pelo próprio filho que o acusa de ser o próprio representante do diabo na Terra. Uma vibe pra lá de sinistra, isso literalmente falando, é claro! / Salem 1.11 - Cat and Mouse (EUA, 2014) Direção: Tricia Brock / Roteiro: Brannon Braga, Adam Simon / Elenco: Janet Montgomery, Shane West, Seth Gabel.

Salem 1.13 - All Fall Down 
Último episódio da primeira temporada. É a tal coisa, a série começou meio aos trancos e barrancos, mas depois foi melhorando. Nesse décimo terceiro episódio as coisas ficam ainda melhores, embora em minha opinião a série tenha entrado em um beco sem saída em termos de enredo, afinal de contas o que poderia vir depois de tudo o que acontece aqui? Segue spoiler, assim se você ainda não assistiu fique por aqui na leitura. Pois bem, "All Fall Down" traz o desfecho para vários personagens importantes da série. Por amor, Mary Sibley (Janet Montgomery) resolve salvar John Alden (Shane West) da morte o salvando, tirando ele das mãos do inquisidor, o deixando livre no meio da floresta. Depois disso resolve ir para o tudo ou nada contra o inquisidor Increase Mather (Stephen Lang, certamente interpretando o melhor personagem da série). Depois de uma luta feroz ele acaba sendo morto por Sibley, pior do que isso, descobre também que foi enganado, trazendo o sangue de inocentes para o famigerado ritual que Sibley está prestes a realizar, libertando a morte escarlate pelo mundo. O assassinato de Mather fecha um ciclo narrativo extremamente importante na série e fico com dúvidas se ainda há algo a explorar em uma segunda temporada! Como eu escrevi, tudo parece tão consumado que fica complicado antever o que virá na sequência. De qualquer maneira esse episódio final de Salem vale muito a pena. Realmente acabou superando até mesmo minhas mais elevadas expectativas. Ponto para a série. Que novos episódios venham. / Salem 1.13 - All Fall Down (Estados Unidos, 2014) Direção: David Von Ancken / Roteiro: Brannon Braga, Adam Simon / Elenco: Janet Montgomery, Shane West, Seth Gabel, Stephen Lang.

Salem 2.01 - Cry Havoc
E começa a segunda temporada de Salem (a série teve no total 3 temporadas, só para informar). Pois bem, após a realização do grande ritual nas florestas ao redor de Salem os primeiros efeitos do mal se fazem sentir. A peste negra está assolando a região e muitos acabam morrendo por causa da terrível doença. Mary Sibley, sempre apaixonada por John Alden, visita um oráculo para saber onde ele está! Na visão Mary vê que o amado está morto, mas isso é uma ilusão criada pelos chefes xamãs nativos que procuram proteger John da bruxa. E por falar em bruxas, as velhas anciãs da floresta acabam sendo mortas pela louca Mercy Lewis que acha que foi injustiçada, apesar de seus esforços. Ela também vive no meio da floresta agora, rodeada de suas seguidoras, sujas e em farrapos. Passando por cima de qualquer autoridade da comunidade de feiticeiras ela resolve fazer justiça com as próprias mãos - uma transloucada certamente. Um aspecto interessante nesse episódio é a introdução de um novo personagem, um médico que chega em Salem disposto a vencer a peste negra, não com feitiços ou bruxarias, mas sim com a força da ciência e do conhecimento. Uma boa oportunidade para os roteiristas desenvolverem mais sobre a eterna briga entre ciência e crenças religiosas. Vamos aguardar para ver no que isso vai dar. / Salem 2.01 - Cry Havoc (Estados Unidos, 2014) Direção: Nick Copus / Roteiro: Brannon Braga, Adam Simon / Elenco: Janet Montgomery, Shane West, Seth Gabel.

Pablo Aluísio.

Dallas

Essa série é um remake da antiga Dallas, que inclusive foi exibida por anos a fio pela Rede Globo nos finais de noite, durante os domingos em sua programação. A série original fez muito sucesso, rendeu até imitações, como "Dinastia" e se consolidou como um dos programas mais populares da TV americana durante os anos 70. O tempo passou e os produtores chegaram na conclusão que seria uma boa reviver os velhos tempos. O problema é que essa série remake é bem fraquinha. Vale apenas pela curiosidade de rever personagens como JR. Esse foi o mote principal que me fez me interessar.

O problema é que o ator Larry Hagman morreu bem no meio de uma dessas novas temporadas e isso me fez perder completamente o interesse por essa nova "Dallas". Devo dizer que não me arrependi de ter visto essas duas novas temporadas. Foi uma espécie de despedida de JR e do próprio ator que o interpretou. Além disso a ótima trilha sonora (com destaque para a música de abertura) sempre iria valer a pena. Assim fechei de uma vez por todas as portas para "Dallas", com um misto de tristeza e nostalgia. Nada mais seria como antes, essa é a conclusão. Abaixo publico alguns poucos episódios que resenhei. São apenas amostras avulsas, esporádicas. Vale pelas impressões que tive quando ainda estava assistindo a série. The End.

Dallas 2.09 - Ewings Unite
A morte do ator Larry Hagman deixou um buraco muito grande em "Dallas". Não é novidade para ninguém que seu personagem J.R. Ewing era a alma da série, tanto em suas temporadas originais quanto aqui nessa nova repaginada. Esse é o primeiro episódio após a morte de J.R. e apesar dele não mais aparecer fisicamente é a presença mais constante em todo o episódio, fruto é óbvio de sua importância dentro dessa trama. E por falar em trama a velha e boa "Dallas" continua a mesma, com todo mundo querendo passar a perna em todo mundo. Nesse aqui temos após a leitura do testamento de J.R. uma tentativa de união entre Bobby, John Ross e  Christopher! Mas é óbvio que em se tratando da família Ewing nenhum tipo de união dessa vai muito longe. Melhor não confiar em ninguém realmente. Bom episódio que marca o começo da tentativa de se levar "Dallas" adiante, mesmo sem seu mais marcante personagem. / Dallas 2.09 - Ewings Unite (EUA, 2013) Direção: Steve Robin / Roteiro: David Jacobs, Cynthia Cidre / Elenco: Jesse Metcalfe, Josh Henderson, Jordana Brewster.

Dallas 2.12 - A Call to Arms
Essa nova versão de "Dallas" começa a perder o fôlego. Com a morte de JR Ewing a série ficou sem seu personagem mais forte e em consequência também se perdeu muito em termos de carga dramática. Cada novo episódio se mostra apenas como uma tentativa de reviver os bons tempos, mas obviamente sem o mesmo sucesso. De certa forma você já assistiu tudo isso antes - Cliff Barnes (Ken Kercheval) segue realizando todas as manobras para se apoderar das empresas Ewing. Isso inclui até mesmo colocar em risco a vida da própria filha e de seus netos! O problema é que Barnes não tem mais seu antagonista perfeito dentro da trama (papel que cabia a JR, claro) e assim vamos acompanhando aquela moçada jovem do novo elenco tentando barrar suas vilanices. Está um pouco cansativo, certamente. Curiosamente para o público americano isso tem sido de menor importância pois a série tem conseguido atingir e manter bons índices de audiência. Uma nova temporada foi renovada e sabe-se lá como os roteiristas conseguirão levar essa fórmula desgastada pelos anos em frente. Estou predisposto a assistir essa segunda temporada até o fim, mas seguir adiante ainda é uma incógnita. Confesso que é uma tarefa que está a cada dia mais complicada. Provavelmente jogarei o chapéu texano fora depois do fim dessa segunda rodada de episódios. / Dallas 2.12 - A Call to Arms (EUA, 2013) Direção: Ken Topolsky / Roteiro: David Jacobs, Cynthia Cidre / Elenco: Josh Henderson, Jesse Metcalfe, Jordana Brewster.

Dallas 2.13 - Love & Family
A nova "Dallas" está chegando no final de sua segunda temporada. É curioso porque apesar de ser uma nova roupagem da antiga série em essência tudo continua igual ao passado. O foco é sempre centrado no duelo entre a Barnes Global e as empresas da família Ewing, uma querendo dominar a outra. Nesse episódio o grupo Ewing tem apenas 24 horas para quitar um empréstimo milionário. Caso não seja pago a empresa vai parar nas mãos de Cliff Barnes (Ken Kercheval). Para evitar isso Bobby Ewing (Patrick Duffy) faz de tudo para localizar sua ex-esposa, que está desaparecida e ao que tudo indica está morando em Zurique. Ela detém um terço das ações da empresa de Barnes e poderia virar o jogo em favor da família Ewing. Somando-se as ações dela com as de Pamela Rebecca Barnes (interpretada pela linda atriz argentina Julie Gonzalo) os Ewing assumiriam o controle do grupo de Cliff Barnes, enquanto ele pensa estar dominando a Ewing. Confuso não é mesmo? Eu roubo sua empresa e você a minha! Coisas de "Dallas". Na outra linha narrativa Drew Ramos (Kuno Becker) confessa ter participado do atentado à plataforma de petróleo da empresa de Bobby. Ele precisa fugir para evitar ser assassinado, mas se torna uma peça chave nessa guerra corporativa. Se falar o que sabe o próprio Cliff Barnes pode ir parar atrás das grades! O episódio termina com um casamento surpresa que ninguém esperava, onde obviamente o amor pesa menos do que os interesses financeiros. Afinal estamos falando de "Dallas" onde todos os personagens mais se parecem com víboras do que com qualquer outra coisa. / Dallas 2.13 - Love & Family (EUA, 2013) Direção: Randall Zisk / Roteiro: David Jacobs, Cynthia Cidre / Elenco: Jesse Metcalfe, Josh Henderson, Jordana Brewster, Julie Gonzalo.

Dallas 2.15 - Legacies
Aos trancos e barrancos cheguei no final da segunda temporada da nova série "Dallas". Depois da morte de J.R Ewing (Larry Hagman) pensei seriamente em deixar de acompanhar a série, mas como os roteiristas são verdadeiros malas (e especialistas em capturar a atenção do espectador) acabei indo até o fim para saber como esse grande personagem morreu. É justamente nesse episódio que descobrimos finalmente como! [A partir desse ponto escreverei spoilers, então se ainda não viu ou não sabe sobre a morte de J.R. não siga lendo o texto]. A versão que todos estavam sabendo até agora era a de que J.R. havia sido encurralado em um hotel no México e morto de forma covarde por um assassino profissional contratado por seu inimigo Cliff Barnes (Ken Kercheval). Bom, nesse episódio descobrimos que J.R. encomendou sua morte ao seu próprio capanga Bum (Kevin Page). Ele deveria matar J.R. (que estava com câncer terminal), criando uma série de evidências para confirmar seu suposto assassinato, levando assim Cliff a assumir toda a culpa, o jogando na cadeia pelo resto de sua vida. Uma vingança final de J.R. contra um de seus piores inimigos no mundo dos negócios. Achou forçado e sem noção? Ora, meu amigo, isso é "Dallas", um típico novelão americano onde reviravoltas desse tipo não causam maiores surpresas. Com essa trama final chega ao fim a história de J.R. em "Dallas", certo? Errado! O fantasma dele não será deixado em paz. A ponta solta para a próxima temporada também envolve o personagem mais famoso de "Dallas", que no passado havia roubado terras do pai de Elena Ramos (Jordana Brewster) abrindo margem assim para que ela resolve se unir a Cliff para se vingar da família Ewing de uma vez por todas! Com isso só podemos ter pena de Christopher Ewing (Jesse Metcalfe) mesmo, já que será a segunda esposa em sua vida que agora quer ver sua caveira numa estaca! Esse cara realmente não tem sorte com as mulheres... / Dallas 2.15 - Legacies (EUA, 2013) Direção: Steve Robin / Roteiro: David Jacobs, Cynthia Cidre / Elenco: Jesse Metcalfe, Josh Henderson, Jordana Brewster.

Pablo Aluísio.