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domingo, 11 de junho de 2023

Alta Sociedade

Alta Sociedade
Tive o prazer de assistir nesses últimos dias a esse clássico musical da era de ouro em Hollywood. Basta ver os nomes envolvidos na produção para entender que se trata de um excelente filme. A atriz Grace Kelly aqui fez sua última atuação no cinema. Ela resolveu se casar com o príncipe de Mônaco e abandonou sua carreira em Hollywood. Que pena! Ainda era tão jovem e certamente teria muitos anos de atividade no cinema, mas enfim, cada um é dono de seu próprio destino. Na tela ela interpreta uma jovem mimada de família rica. Ela está prestes a se casar pela segunda vez na linda mansão da família. Tudo parece correr bem, mas logo problemas surgem no horizonte. 

Seu primeiro marido, interpretado pelo cantor Bing Crosby, decide aparecer em sua mansão nas vésperas do casamento de sua ex. Ele ainda a ama e não perde a oportunidade de relembrá-la dos bons momentos que viveram juntos, inclusive cantando o clássico "True Love" que foi um dos grandes sucesso da época em que o filme foi lançado. Outro cantor famoso, Frank Sinatra, interpreta um jornaista bisbilhoteiro que trabalha numa revista de fofocas. Ele quer descobrir tudo sobre as novas núpcias da protagonista. Cínico e petulante, aproveita também para ir apresentando suas canções entre uma cena e outra. E dois dos maiores cantores do século XX fazem um belo dueto juntos. Só isso já valeria pelo filme inteiro. Achou pouco? Que tal o talento de Louis Armstrong e sua banda como brinde? E não podemos esquecer que toda a trilha sonora foi composta pelo gênio Cole Porter. Nada mal, não é mesmo?

Um fato que me chamou atenção na despedida de Grace Kelly do cinema é que sua personagem saiu do tipo habitual do que ela costumava interpretar. Grace sempre interpretava loiras elegantes, quase gélidas. Sua personagem aqui tem muita personalidade, é espevitada, gosta de criar situações engraçadas e até mesmo toma um porre daqueles na noite anterior ao seu próprio casamento, claro dando um vexame enorme na frente dos convidados. Quem poderia imaginar algo assim? Enfim, um belo filme, lindamente fotografado, com trilha acima do sublime e cenários requintados e glamorosos. Pois é, esse tipo de classe, elegância, graça e glamour o cinema americano certamente perdeu com o passar dos anos. 

Alta Sociedade (High Society, Estados Unidos, 1956) Direção: Charles Walters / Roteiro: John Patrick, Philip Barry / Elenco: Bing Crosby, Grace Kelly, Frank Sinatra, Louis Armstrong, John Lund, Louis Calhern / Sinopse: Jovem mimada de família rica vai se casar pela segunda vez. Ela planeja uma grande festa, mas logo problemas surgem com a presença de seu ex-marido e de um jornalista que trabalha em uma revista de fofocas. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Música Original (True Love de Cole Porter) e Melhor Trilha Sonora (Cole Porter). 

Pablo Aluísio.


sábado, 17 de fevereiro de 2018

A Última Diligência

Título no Brasil: A Última Diligência
Título Original: Stagecoach
Ano de Produção: 1966
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Gordon Douglas
Roteiro: Joseph Landon, Dudley Nichol
Elenco: Ann-Margret, Alex Cord, Bing Crosby, Stefanie Powers, Van Heflin, Red Buttons
  
Sinopse:
Um grupo de viajantes decide enfrentar um longo trajeto até a cidade de Cheyenne. O problema é que a região está dominada por guerreiros Sioux comandados por um cacique conhecido por sua violência contra caravanas de homens brancos. Contando com o apoio da cavalaria até um terço da jornada, eles precisam sobreviver durante todo o restante do trajeto, algo que definitivamente não será nada fácil de alcançar. Os perigos são muitos, mas todos anseiam ir embora por um motivo ou outro, de acordo com seus próprios problemas pessoais. O objetivo é começar vida nova em um novo lugar.

Comentários:
Gostei bastante desse western. O roteiro é muito bom e consegue desenvolver bem todos os personagens ao mesmo tempo em que não deixa o filme cair no marasmo ou no lugar comum. Basicamente temos esse grupo bem diferente de pessoas precisando se unir para sobreviver a uma perigosa viagem de diligência até a distante Cheyenne. No caminho precisam vencer o perigo da presença dos nativos e guerreiros comandados pelo infame Cachorro Louco (o mesmo cacique que chacinou a Sétima Cavalaria do General Custer). O grupo é bem diversificado, havendo desde bandidos procurados pela lei como Ringo Kid (Alex Cord), até o próprio xerife da região, Curly Wilcox (interpretado pelo veterano ator de faroestes Van Heflin), passando ainda por uma prostituta e dançarina de saloon, Dallas (Ann-Margret), até uma respeitada dama da sociedade, a senhorita Lucy Mallory (Stefanie Powers, que anos depois iria fazer muito sucesso na TV com a série "Casal 20"). 

Por fim, completando o grupo temos um banqueiro almofadinha (que na verdade está tentando fugir com o dinheiro da empresa onde trabalha), um jogador inveterado, um vendedor de whisks e um médico alcoólatra conhecido como "Doc" Josiah Boone (curiosamente interpretado pelo famoso cantor Bing Crosby, que se sai excepcionalmente muito bem em sua atuação). O elenco, como se pode perceber, é acima da média, mas quem se destaca mesmo é uma jovem (e linda) Ann-Margret! Dois anos após seu sucesso ao lado do roqueiro Elvis Presley em "Viva Las Vegas" ela conseguiu outra excelente atuação. Sua personagem Dallas é ao mesmo tempo uma figura doce e terna, mas também esperta, até mesmo por causa da vida que leva. Ela se apaixona pelo fugitivo Ringo Kid e pretende recomeçar vida nova ao seu lado. Se você ainda tinha alguma dúvida se ela foi mesmo uma das mais bonitas atrizes da história de Hollywood basta vê-la aqui em cena. Ann-Margret está simplesmente linda, com figurino de época, realçando ainda mais sua beleza ruiva, roubando todas as atenções do espectador. Enfim, grande faroeste que vale muito a pena conhecer. Uma das melhores produções da Fox no gênero, sem favor ou exagero algum.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Amar é Sofrer

Frank Elgin (Bing Crosby) é um ator e cantor decadente com sérios problemas de alcoolismo que tenta se reerguer na carreira. Tentando conseguir um papel em uma peça off Broadway ele acaba sendo ajudado pelo produtor Bernie Dodd (William Holden) que resolve lhe dar uma última chance. Para isso conta com o apoio da esposa de Frank, Georgie (Grace Kelly), uma mulher de forte personalidade que quer ver o marido brilhar novamente nas marquises da Broadway em Nova Iorque. "Amar é Sofrer" é um excelente drama que foca nos bastidores do meio teatral norte-americano na década de 50. O personagem de Bing Crosby é um presente a qualquer ator. Embora Crosby não fosse um intérprete brilhante aqui ele mostra muita desenvoltura e talento em um papel extremamente complexo, principalmente para ele que era mais cantor do que essencialmente um ator de profissão. Considerado ao lado de Elvis e Frank Sinatra uma das mais belas vozes do século XX, Crosby brilha como Frank Elgin, um sujeito corroído por dentro, amargurado pela vida que tenta desesperadamente por uma redenção final. Para quem é fã do Crosby cantor também não há o que reclamar. Ele interpreta várias canções ao longo do filme, até porque a peça que seu personagem estrela é na verdade um musical de vaudeville. Crosby tinha uma voz poderosa e rica mas era um artista bem modesto em relação ao seu grande talento tanto que mandou colocar em sua lápide a despretensiosa inscrição: "Era apenas um bom sujeito que sabia levar uma boa canção em frente".

Além de Bing Crosby em grande forma o elenco ainda reserva duas outras grandes surpresas. A primeira é a presença magnífica de Grace Kelly. Aqui ela foge completamente dos tipos que costumavam interpretar nas telas. Praticamente sem maquiagem sua caracterização mescla momentos de forte personalidade com ternura. Muitos duvidavam da capacidade interpretativa da atriz, principalmente na época, mas tiveram que dar o braço a torcer diante desse excelente trabalho dela. Grace Kelly acabou vencendo o Oscar de Melhor Atriz e o Globo de Ouro na mesma categoria por essa maravilhosa atuação. Completando o ótimo trio central temos aqui um William Holden dominando todas as cenas com sua imponente presença. Curiosamente em um enredo que toca tão fundo na questão do alcoolismo, Holden parece não ter aprendido muito uma vez que ele próprio sofreu desse mal por anos até ter uma morte indigna de seu nome após uma noite de bebedeiras. Uma ironia do destino? Certamente. Como se tudo isso não bastasse "Amar é Sofrer" ainda tem um dos finais mais sofisticados e elegantes que já vi no cinema. Uma aula de bom gosto em uma produção bem acima da média. Perfeito.

Amar é Sofrer (The Country Girl, Estados Unidos, 1954) Direção: George Seaton / Roteiro: George Seaton baseado na peça de Cliford Odets / Elenco: Bing Crosby, Grace Kelly, William Holden, Anthony Ross / Sinopse: Frank Elgin (Bing Crosby) é um ator e cantor decadente com sérios problemas de alcoolismo que tenta se reerguer na carreira. Tentando conseguir um papel em uma peça off Broadway ele acaba sendo ajudado pelo produtor Bernie Dodd (William Holden) que resolve lhe dar uma última chance. Para isso conta com o apoio da esposa de Frank, Georgie (Grace Kelly) , uma mulher de forte personalidade que quer ver o marido brilhar novamente nas marquises da Broadway em Nova Iorque.

Pablo Aluísio.

sábado, 17 de dezembro de 2011

Bing Crosby - White Christmas

Época de natal! De repente você sente aquela vontade de ouvir músicas natalinas. Certo, muitas pessoas (com razão) não aguentam canções de natal por achar o material de maneira em geral muito brega e piegas. De certa forma praticamente noventa por cento é ruim de doer mesmo. Deixemos essa porcariada de lado. Vamos nos focar nos grandes clássicos de natal. Dentre eles talvez nenhuma música supere em importância e relevância a imortal "White Christmas". Essa canção é tão importante do ponto de vista cultural e comercial que é impossível não a ouvir sendo tocada em algum lugar durante esse período de festas. Do ponto de vista puramente musical ela tem um pedigree incrível pois foi escrita pelo genial Irving Berlin. Sua inspiração veio dos natais de sua infância, quando passou momentos inesquecíveis ao lado de seus pais. Aquele sentimento que provou quando era apenas um garoto jamais o abandonou. Curiosamente ele não tinha planos de compor a canção. Ele estava há dias compondo músicas para um editor de Nova Iorque quando parou para tomar um pouco de café. Entre um gole e outro, as notas foram surgindo em sua mente. Era época de natal então foi mesmo um encontro entre uma casualidade e uma época especial que acabou dando origem a uma obra prima.

A partitura acabou caindo nas mãos de Bing Crosby. Era 1942 e o mundo passava pelo trauma da II Guerra Mundial. Crosby queria gravar algo para os militares que estavam longe de casa, em trincheiras congeladas na Europa. Assim que ouviu "White Christmas" decidiu que aquela era a música que tanto procurava. No estúdio Crosby colocou o coração na ponta do microfone e criou um registro único e inesquecível. Ao seu lado músicos talentosos fizeram também sua parte. O acompanhamento vocal ficou com as delicadas garotas do Ken Darby Singers. E na parte instrumental brilhou o talento de todos os grandes músicos da John Scott Trotter and His Orchestra. Crosby acreditou que estava prestando uma singela homenagem aos soldados que estavam lutando na guerra e não tinha a menor ideia do que iria acontecer. O single com duas canções no lado B ("Let's Start the New Year Right" e "God Rest Ye Merry Gentlemen") pintou nas lojas americanas no natal do mesmo ano e foi um fenômeno de vendas. Pela primeira vez na história da indústria fonográfica dos Estados Unidos um disco conseguia vender mais de cinco milhões de cópias. Depois com as reedições a canção foi batendo recordes e mais recordes de vendagens, todos os anos, e hoje estima-se que no total "White Christmas" vendeu mais de cem milhões de cópias ao redor do mundo (sim, você não leu errado, cem milhões!!!). Uma linda música que merece servir de trilha sonora para a noite de natal de cada lar formado por pessoas de bom gosto musical.

Pablo Aluísio.