quinta-feira, 4 de janeiro de 2024
Meus Queridos Presidentes
quinta-feira, 24 de março de 2022
O Fã: Obsessão Cega
Título Original: The Fan
Ano de Produção: 1981
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Ed Bianchi
Roteiro: Bob Randall
Elenco: Lauren Bacall, James Garner, Michael Biehn, Maureen Stapleton, Anna Maria Horsford, Kurt Johnson
Sinopse:
Douglas é um jovem comum que trabalha numa loja de discos. Ele é obcecado e muito fã de uma artista, uma grande diva do cinema e expressa seus sentimentos em uma carta que é ignorada pela estrela que tanto idolatra. Furioso, decide então chamar a atenção dela por atos insanos de violência, colocando em risco a sua vida.
Comentários:
Eu me recordo desse suspense sendo exibido em Supercine durante os anos 80. Foi um filme até bastante badalado na época e realmente podemos dizer que o roteiro tem ideias bem interessantes, a começar por essa relação muitas vezes doentia entre um fã e uma artista. As pessoas muitas vezes esquecem que a palavra fã é um derivativo da palavra "fanático". Por isso é bem estreito a separação entre admirar uma obra de um artista e se tornar obcecada pela pessoa, fruto de sua admiração. Ouro ponto muito positivo desse filme é o elenco, contando com veteranos da era de ouro de Hollywood como a estrela Lauren Bacall que já estava idosa quando fez o filme. O talento porém continuava intacto. Sua atuação foi digna de todos os aplausos.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 20 de janeiro de 2022
Uma Cidade Contra o Xerife
No fundo esse é um simpático filme de western que abre espaço também para toques e momentos de humor em seu roteiro, embora não se assuma como uma comédia. De maneira em geral o filme “Uma Cidade Contra o Xerife” é bastante divertido, com ótimos diálogos e uma atuação bem inspirada de James Garner, o eterno Maverick da televisão. Essa série televisiva de faroeste fez tanto sucesso na época. Anos depois acabou virando filme estrelado pelos astros Mel Gibson e Jodie Foster. James Garner aqui repete com muito mais bom humor o papel de xerife que tenta impor lei e ordem numa cidade dominada pela anarquia. Para quem havia interpretado o mito Wyatt Earp dois anos antes no filme “A Hora da Pistola”, até que não havia muitos desafios em voltar para esse estilo de personagem.
O maior diferencial é que aqui pouca coisa é levada realmente a sério. Seu personagem vive dizendo a todos que está de passagem para a Austrália – o que rende um ótimo diálogo com seu assistente sobre o distante país – mas nunca se decide ir para lá realmente. Rápido no gatilho, consegue impor sua autoridade mesmo com a precariedade de sua delegacia. Para se ter uma ideia da situação, as celas ainda não tinham nem grades, o que tornava tudo muito divertido pois os presos não se atreviam a sair da prisão por puro medo do novo xerife. A família Darby também tam seu lado divertido, pois é formada por bandidos que não conseguem superar sua falta de inteligência. Em suma, se você estiver em busca de algo leve, divertido e que brinca com os dogmas do western americano (com o devido respeito, é claro), esse “Uma Cidade Contra o Xerife” é o filme indicado.
Uma Cidade Contra o Xerife (Support Your Local Sheriff!, Estados Unidos, 1969) Direção: Burt Kennedy / Roteiro: William Bowers / Elenco: James Garner, Joan Hackett, Walter Brennan, Harry Morgan, Jack Elam, Henry Jones, Bruce Dern / Sinopse: Novo xerife tenta colocar lei e ordem numa cidadezinha do velho oeste dominada por mineradores de ouro e bandidos de todos os tipos.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 8 de outubro de 2021
Diário de uma Paixão
Título Original: The Notebook
Ano de Produção: 2004
País: Estados Unidos
Estúdio: New Line Pictures
Direção: Nick Cassavetes
Roteiro: Jeremy Leven
Elenco: Rachel McAdams, Ryan Gosling, James Garner, Gena Rowlands, Heather Wahlquist, Renée Amber
Sinopse:
Durante a década de 1940, uma garota rica, da alta sociedade, se apaixona por rapaz pobre, da classe trabalhadora. O romance entre eles é avassalador, mas juntos vão precisar enfrentar os preconceitos sociais e a oposição dos pais que não querem que a filha se case com um "pobretão". Baseado no romance escrito por Nicholas Sparks.
Comentários:
Esse é aquele tipo de filme que cada cena parece uma pintura, um quadro romântico de grandes pintores do passado. A trilha sonora é sempre grandiosa, com lindos temas incidentais orquestrais. E como cereja do bolo temos um casal protagonista excelente. Precisa de algo mais para se fazer um belo filme romântico? Acredito que não! E se o lado épico está faltando, você pode pensar, nem isso se furta o roteiro. O personagem de Ryan Gosling é enviado para a II Guerra Mundial, o que abre oportunidade ao filme de mostrar até boas cenas do campo de batalha. Mas claro que isso tudo é secundário. O roteiro se baseia mesmo em muito romantismo, muita paixão entre o casal protagonista. Eles querem viver esse amor, mesmo que para isso precisem passar por cima de tudo, inclusive dos pais dela e do meio social em que ela sempre viveu. Eu gostei bastante do filme. É um filme romântico que parece mesmo uma pintura, de tanto bom gosto que apresenta na elaboração das cenas. Um filme bonito de se ver.
Pablo Aluísio.
sábado, 19 de junho de 2021
Vítor ou Vitória?
Título Original: Victor Victoria
Ano de Produção: 1982
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Blake Edwards
Roteiro: Blake Edwards, Hans Hoemburg (
Elenco: Julie Andrews, James Garner, Robert Preston, Lesley Ann Warren, Alex Karras, ohn Rhys-Davies
Sinopse:
Na década de 1930 a atriz e cantora Victoria Grant (Julie Andrews) precisa se travestir de homem para conseguir trabalho nos palcos e fazer sucesso. E aos poucos, seu disfarce vai sendo descoberto. Filme vencedor do Oscar na categoria de melhor música original (Henry Mancini e Leslie Bricusse).
Comentários:
A peça teatral musical que deu origem ao roteiro desse filme foi escrita na década de 1930, na Alemanha. Após fazer sucesso acabou sendo proibida e censurada pelo nazistas quando esses chegaram ao poder. Por isso o diretor Blake Edwards fez questão de dirigir essa adaptação tardia. E seu esforço resultou em um excelente musical, o último grande filme nesse estilo da carreira da atriz Julie Andrews. Você pode até não gostar do estilo dela como cantora ou como atriz, porém será inegável reconhecer seu talento. Julie foi mesmo um talento único em Hollywood, sendo a última grande estrela musical do cinema, em uma fase em que esse gênero, tão consagrado no passado, vivia já seu período de decadência artística e comercial. Ela conseguiu, praticamente sozinha, revitalizar o musical em uma série de filmes bem sucedidos. E por esse trabalho nessa produção teve uma merecida indicação ao Oscar de melhor atriz. Em minha opinião deveria ter vencido. Por essa razão deixo a indicação desse excelente "Vítor ou Vitória?", uma obra de arte que venceu até mesmo o ódio da ideologia nazista.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 14 de janeiro de 2021
A Hora da Pistola
Após um sangrento tiroteio em Tombstone o xerife Wyatt Earp (James Garner), seus irmãos e o pistoleiro Doc Holliday (Jason Robards) são julgados pelas mortes dos Clantons. Para surpresa de muitos eles são finalmente absolvidos por terem agido de acordo com a lei e em legitima defesa. Revoltado com a absolvição de todos eles, Ike Clanton (Robert Ryan) resolve fazer justiça com as próprias mãos. Ele se reúne a um grupo de foras-da-lei e fere gravemente um dos irmãos de Earp. Não satisfeito finalmente consegue encurralar e matar mais um membro da família Earp. Diante de todas as represálias Wyatt Earp resolve novamente se unir a Doc Holliday para juntos partirem para um acerto de contas final e definitivo com os Clantons. Em praticamente todos os filmes que exploram a história do lendário xerife Wyatt Earp, os eventos no OK Curral são mostrados no final, até porque não há como ter um clímax melhor do que aquele em um western. Pois bem, aqui temos algo diferente.
O confronto entre a lei e os foras-da-lei ocorre logo na primeira cena do filme. Logo não é o ponto de chegada do roteiro mas sim seu ponto de partida para a história que o espectador verá. Isso é bem interessante pois o tiroteio no OK Curral deu origem a várias outras matanças ocorridas entre os clãs Earp e Clanton. Em certos aspectos esse acerto de contas sangrento acabou se tornando mais curioso do que o próprio tiroteio famoso ocorrido em Tombstone pois revelou a verdadeira face de muitos dos personagens envolvidos naquele duelo histórico. O mais instigante é saber que tudo foi baseado em fatos reais, ou seja, a matança continuou ainda por vários meses, provando que no velho oeste sangue só era lavado com mais sangue, não havendo espaço para o perdão em nenhuma de suas modalidades. James Garner está muito bem como Wyatt Earp. Sua caracterização pode ser considerada seca e dura demais para alguns mas na verdade achei bem adequada. Garner tinha tradição de interpretar personagens mais irônicos, bem humorados, até mesmo em faroestes, mas aqui não há espaço para esse tipo de coisa. Ele está rude e casca grossa como foi o Wyatt Earp real. A verdade é que certos personagens históricos precisam de um certo respeito quando suas histórias são contadas no cinema. Não há espaço para piadinhas - o que afinal é uma ótima notícia para os fãs de westerns clássicos e tradicionais em geral.
Já Jason Robards está na pele do mitológico Doc Holliday. Esse sempre foi um personagem à prova de falhas, temos que admitir. As características que todos conhecemos (jogador, beberrão, rápido no gatilho, tuberculoso, etc) estão todas lá. Doc foi certamente o mais trágico pistoleiro do velho oeste. Um homem que sabia que não viveria muito e por essa razão não tinha medo algum de morrer em um duelo. Talvez por isso tenha sido um matador sem remorsos, dos mais eficientes que se tem notícia. Em suma, "A Hora da Pistola" é aquele tipo de faroeste que não pode faltar em sua coleção pois ele completa e conta a história que poucos conhecem de verdade. Muitos fãs sabem bem o que aconteceu no OK Curral mas não os eventos que se seguiram, os efeitos daquele conflito. Aqui temos o aconteceu depois de tudo. Uma pequena aula de história que não se aprende na escola.
A Hora da Pistola (Hour of the Gun, Estados Unidos, 1967) Estúdio: United Artists / Direção: John Sturges / Roteiro: Edward Anhalt / Elenco: James Garner, Jason Robards, Robert Ryan, Charles Aidman, Steve Ihnat, Michael Tolan, William Windom / Sinopse: Faroeste passado no velho oeste, estrelado pelo simpático e carismático ator James Garner, contando mais uma vez a história dos irmãos Earp, de seu amigo Doc Holliday e dos famosos eventos que aconteceram após o tiroteio no OK Curral. Filme com roteiro baseado em fatos históricos reais.
Pablo Aluísio.
domingo, 4 de outubro de 2020
Maverick
Adaptação para o cinema de uma antiga série de TV que fez muito sucesso na década de 1960. Aqui Mel Gibson se apropriou do personagem que foi consagrado por James Garner, para atuar ao lado de Jodie Foster nesse remake. Ele esbanja humor e simpatia em um western que definitivamente não se leva à sério. E é justamente essa a razão do filme ter recebido uma saraivada de críticas negativas em seu lançamento. Embora a série que lhe deu origem fosse também assumidamente bem humorada, seu tom de comédia não era tão acentuado como aqui nessa produção. E nesse época Mel Gibson era um dos atores mais populares do cinema americano. Ele era conhecido por seus filmes de ação. Ninguém estava esperando um western com toques de humor.
De fato “Maverick” nas mãos de Mel Gibson virou quase uma paródia, com aquela infinidade de sequências inverossímeis e piadas, muitas delas fora de hora. Faltou o timing certo. O que parece ter acontecido de fato foi uma tentativa do diretor Richard Donner em acrescentar ao filme aquele estilo mais alucinado da série “Máquina Mortífera”. Mel Gibson, por exemplo, repete seus maneirismos da famosa franquia. Atribuo também a má recepção ao fato dos fãs de filmes de western estarem esperando por algum filme que fosse o verdadeiro redentor do gênero, algo que definitivamente “Maverick” passa longe de ser. Esse é o tipo de roteiro que o espectador tem que criar um certo vínculo, embarcar em sua proposta, tomar uma atitude de cumplicidade pois caso contrário tudo vai por água abaixo.
Por outro lado, Mel Gibson e Jodie Foster pareceram estar se divertindo como nunca nas filmagens. Eles se tornaram grandes amigos no set de filmagens, algo que permanece até os dias atuais. Basta lembrar que em premiações como o Oscar ou o Globo de Ouro, eles quase sempre estão juntos. Esse "Maverick" também foi uma interessante experiência para a carreira dos dois. Mel Gibson nunca havia atuado em um faroeste antes. O mesmo podia se dizer de Jodie Foster. Para ela em especial, foi algo muito inusitado, com todo aquele figurino pesado, aqueles grandes vestidos. Interpretar uma mulher de uma época em que as mulheres não tinham o espaço dos dias de hoje, foi para a feminista Foster algo novo, curioso até. No saldo final “Maverick” até que diverte bem. Não é uma obra que vá satisfazer a todos os fãs de Western, principalmente aos mais tradicionalistas, os que gostam dos antigos filmes de John Wayne, mas pode virar um passatempo interessante se não se esperar muito dele. A produção é classe A, com ótimo design de produção. Figurinos, cenários, tudo feito com extremo capricho e bom gosto. Além disso o roteiro abriu espaço para homenagear o Maverick original, ou melhor dizendo, o ator James Garner. Foi um belo reconhecimento para esse veterano das telas de cinema e televisão.
Maverick (Maverick, Estados Unidos, 1994) Direção: Richard Donner / Roteiro: Roy Huggins, William Goldman / Elenco: Mel Gibson, Jodie Foster, James Garner / Sinopse: Maverick (Mel Gibson) é um pistoleiro tão bom com a mira quanto com as cartas. Participando de um torneio de pôquer dos mais competitivos e violentos, ele acaba conhecendo a bonita Annabelle (Jodie Foster), uma garota esperta e inteligente que tentará lhe passar a perna no jogo e no amor. Filme indicado ao Oscar na categoria de melhor figurino (April Ferry).
Pablo Aluísio.
sábado, 21 de março de 2020
Fugindo do Inferno
Tudo se passa dentro de um campo de prisioneiros de guerra do III Reich, da Alemanha nazista. Um grupo de prisioneiros ingleses e americanos tenta de todas as formas fugir desse campo. O interessante é que pelo menos nessa época os alemães separavam militares inimigos presos no campo de batalha das pobres vítimas do holocausto. Depois com a deterioração completa da Alemanha as coisas ficaram mais complicadas, misturando priscioneiros de guerra com judeus. Todos acabavam nos campos de extermínio. Era uma violação direta de tratados internacionais sobre guerras mundiais como essa.
Essa prisão retratada no filme, por outro lado, foi especialmente construída pelo Terceiro Reich para abrigar os maiores mestres em fugas sob custódia no conflito. Esse é certamente um dos filmes mais lembrados quando se trata de fitas sobre fugas espetaculares. Além disso é considerado uma das produções mais populares estreladas pelo carismático Steve McQueen, na época no auge de sua popularidade como astro de filmes de ação. Embora pouca gente perceba isso, o fato é que "The Great Escape" tem grande "parentesco" com outro clássico estrelado por McQueen, o clássico e aclamado faroeste "Sete Homens e Um Destino". Ambos foram dirigidos pelo mesmo cineasta e conta com praticamente a mesma equipe no mesmo estúdio de cinema. São produções irmãs, vamos colocar nesses termos.
E se comparar bem os dois filmes veremos que "Fugindo do Inferno" conta com uma produção bem acima da média. Melhor do que o faroeste anterior. Tudo fruto, é óbvio, do grande sucesso do primeiro filme. Nesse filme de guerra a direção do cineasta John Sturges se destaca. Sempre o considerei um diretor subestimado na história de Hollywood. Provavelmente não lhe davam o devido valor porque seus filmes eram bem populares e tinham grande apelo junto ao público. O velho preconceito contra filmes que eram considerados comerciais demais. Bobagem. Pessoalmente considerado esse filme aqui uma verdadeiro obra-prima do cinema.
O roteiro foi baseado no livro de memórias de um participante da fuga, que realmente aconteceu em 1944, já na fase final da II Guerra Mundial. Claro que o filme toma enormes liberdades com o material original, o livro de Paul Brickhill. O túnel que vemos em cena certamente é irreal, tal o seu grau de sofisticação. Obviamente que a escavação real mais parecia com um mero buraco do que qualquer outra coisa, muito longe do que vemos na tela. A cena em que Steve McQueen pula a cerca do campo com uma moto também é puramente ficcional. Acabou se tornando a cena mais famosa do filme. De qualquer forma isso não desmerece as qualidades do filme. Afinal cinema tem sua própria linguagem e em determinados momentos exige uma certa mudança do que efetivamente aconteceu no mundo real. "Fugindo do Inferno" é certamente um dos melhores filmes de guerra já feitos. Movimentado, bem escrito e com muito suspense e emoção. Um marco nesse gênero cinematográfico.
Fugindo do Inferno (The Great Escape, Estados Unidos, 1963) Direção: John Sturges / Roteiro: James Clavell, W.R. Burnett baseados no livro de Paul Brickhill / Elenco: Steve McQueen, James Garner, Richard Attenborough, James Donald, Charles Bronson, Donald Pleasence, James Coburn, Hannes Messemer, David McCallum / Sinopse: Durante a Segunda Guerra Mundial um grupo de prisioneiros é enviado para um campo de prisioneiros do exército alemão. Os que estão ali são especializados em fugas, por isso o lugar passa a ter forte esquema de segurança, o que não impede dos militares aliados de procurarem por novos meios de fugir daquele inferno. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Edição (Ferris Webster). Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Filme - Drama.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 15 de outubro de 2019
Fugindo do Inferno
O roteiro foi baseado no livro de memórias de um participante da fuga (que foi real e aconteceu em 1944, já na fase final da II Guerra Mundial). Claro que o filme toma enormes liberdades com o material original, o livro de Paul Brickhill. O túnel que vemos em cena certamente é irreal, tal o seu grau de sofisticação. Obviamente que a escavação real mais parecia com um mero buraco do que qualquer outra coisa, muito longe do que vemos na tela. Aliás essa falta de veracidade seria satirizada anos depois na comédia "Top Secret" de 1984. O fato é que "Fugindo do Inferno" é acima de tudo uma obra de entretenimento e não esconde isso, principalmente em seus letreiros iniciais quando deixa claro que embora baseado em história real houve várias mudanças nos personagens, locais e tempo em que aconteceram os fatos reais. Longo em sua duração o filme não cansa o espectador pois a trama é muito bem amarrada e mantém o interesse. O roteiro também causa surpresa por ter basicamente dois finais, o primeiro na fuga e o segundo nos acontecimentos que ocorreram após a mesma ter sido levado a cabo. De qualquer forma "Fugindo do Inferno" é certamente um dos melhores filmes de guerra já feitos. Movimentado, bem escrito e com muito suspense e emoção. Se não conhece ainda não deixe de assistir.
Fugindo do Inferno (The Great Escape, EUA, 1963) Direção: John Sturges / Roteiro: James Clavell, W.R. Burnett baseados no livro de Paul Brickhill / Elenco: Steve McQueen, James Garner, Richard Attenborough, James Donald, Charles Bronson, Donald Pleasence, James Coburn, Hannes Messemer, David McCallum / Sinopse: Um grupo de prisioneiros ingleses e americanos tenta de todas as formas fugir de um campo de prisão alemão durante a II Guerra Mundial. O local foi especialmente construído pelo Terceiro Reich para abrigar os maiores mestres em fugas sob custódia no conflito.
Pablo Aluísio.
domingo, 18 de agosto de 2019
Assassinato em Hollywood
Título Original: Sunset
Ano de Produção: 1988
País: Estados Unidos
Estúdio: TriStar Pictures
Direção: Blake Edwards
Roteiro: Rod Amateau, Blake Edwards
Elenco: Bruce Willis, James Garner, Malcolm McDowell, Mariel Hemingway, Kathleen Quinlan, M. Emmet Walsh
Sinopse:
Tom Mix e Wyatt Earp se unem para solucionar um crime, um assassinato, na Hollywood dos anos 1920. E tudo acontecendo na semana da entrega dos prêmios da academia cinematográfica. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Figurino (Patricia Norris).
Comentários:
Bruce Willis como o lendário ator e cowboy Tom Mix? Sim, o roteiro prometia bastante pois a premissa era realmente muito interessante, especialmente para quem sempre apreciou a história de Hollywood desde os seus primórdios, ainda nos tempos do cinema mudo. O problema é que o diretor Blake Edwards mais uma vez pesou a mão. Cineasta dado a excessos, principalmente na questão do humor, aqui ele novamente colocou elementos que não cabiam. Essa coisa de muitas vezes cair no pastelão de fato cansou muito em termos de filmografia de Edwards. De positivo não podemos deixar de elogiar a bonita fotografia e a bela reconstituição de época, inclusive contando com uma réplica do espalhafatoso carro de Tom Mix, uma ode ao exagero (e à breguice também!). A produção de fato é impecável, mas com um roteiro meio indeciso o filme deixou um pouco a desejar. Também foi pouco visto pois foi um tremendo fracasso de bilheteria, o primeiro da carreira de Bruce Willis. Pois é, não tem como acertar sempre.
Pablo Aluísio.
domingo, 9 de junho de 2019
Divinos Segredos
Título Original: Divine Secrets of the Ya-Ya Sisterhood
Ano de Produção: 2002
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Callie Khouri
Roteiro: Mark Andrus
Elenco: Sandra Bullock, Ellen Burstyn, Fionnula Flanagan, James Garner, Ashley Judd, Maggie Smith
Sinopse:
Filme com roteiro baseado no romance escrito por Rebecca Wells. Conta a história de um grupo de amigas que na adolescência forma uma espécie de irmandade. Os anos passam e elas sempre continuam próximas. Filme indicado ao Teen Choice Awards.
Comentários:
Um bom filme mostrando a amizade que supera o tempo envolvendo amigas de uma cidade do interior dos Estados Unidos. É uma daquelas produções especialmente recomendadas para o público feminino, embora os homens também possam vir a apreciar a história que é ao mesmo tempo dramática e tocante, com pontuais momentos de bom humor. Essa adaptação cinematográfica só nasceu por insistência da estrela Sandra Bullock. Ela conseguiu reunir um bom elenco, inclusive com veteranas de primeira linha como a sempre ótima Maggie Smith. Obviamente por tratar de um tema tão terno o filme não chegou a ser um sucesso de bilheteria. É algo mais contido, mais sentimental, nada a ver com as comédias bobonas que a Bullock se acostumou a fazer para gerar lucro para os estúdios. Sendo assim esse drama atemporal e nada pretensioso, que atravessa gerações de suas personagens, poderia ser até mesmo considerado um dos melhores filmes da atriz. Quem diria...
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 19 de abril de 2019
Periscópio a Vista
O filme é muito bom. Contando com o apoio da marinha americana tudo o que se vê na tela foi disponibilizado pelos militares para a produção do filme pelo estúdio Warner Bros. Para quem gosta de cenas de ação há duas excepcionalmente bem feitas. A primeira, já citada, acontece quando o submarino é atacado por caças japoneses (o famigerado modelo Zero) e a segunda ocorre quando um destroyer japonês localiza o submarino americano e o ataca com cargas de profundidade - quem já assistiu a um filme de submarinos sabe bem como um ataque desses poderia ser terrível para uma tripulação no fundo do oceano. Então é isso. "Periscópio a Vista" é um bom filme dos anos 50 que resgata os acontecimentos da guerra acontecida na década anterior.
Periscópio a Vista (Up Periscope, Estados Unidos, 1959) Direção: Gordon Douglas / Roteiro: Richard H. Landau, baseado no livro escrito por Robb White / Elenco: James Garner, Edmond O'Brien, Andra Martin / Sinopse: Kenneth M. Braden (James Garner) é um jovem tenente que é designado para servir em um submarino comandado pelo capitão Paul Stevenson (Edmond O'Brien). A missão é capturar um livro de códigos usado pelos militares japoneses durante a guerra.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019
Artistas do Amor
Título Original: The Art of Love
Ano de Produção: 1965
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Norman Jewison
Roteiro: Richard Alan Simmons, William Sackheim
Elenco: James Garner, Dick Van Dyke, Elke Sommer
Sinopse:
As coisas não andam nada bem para o pintor Paul Sloane (Dick Van Dyke). Apesar de ser talentoso, ele não consegue vender nenhum de seus quadros. Sentindo-se um fracasso, acaba sendo consolado pelo dono da galeria onde expõe suas obras. Esse lhe explica que no mundo da arte apenas os pintores famosos e mortos é que vendem pinturas a preços exorbitantes. Isso dá uma ideia para Sloane. Por que não fingir sua própria morte para ver se alguma de suas pinturas finalmente é vendida?
Comentários:
Uma comédia divertida estrelada pelo ator e comediante Dick Van Dyke, que foi muito popular durante a década de 60 nos Estados Unidos (basta lembrar de seu maior sucesso, "Mary Poppins" e de sua série de grande audiência na TV, "The Van Dyke Show"). Com certo receio poderia qualificar essa película como uma comédia de humor negro, mas poderia ser mal entendido. Isso porque não há nada de muito ofensivo em seu humor simples e direto. Pelo contrário, é uma daquelas produções super coloridas que faziam a festa da garotada nos cinemas. As brincadeiras todas são feitas em cima do fato do pintor fingir que está morto para vender seus quadros e todas as confusões que nascem dessa farsa. O roteiro brinca o tempo todo com o mito de Vincent Van Gogh, que em vida não conseguiu vender nenhuma pintura, só se tornando um sucesso de vendas após sua trágica morte. O diretor Norman Jewison tenta, de certa maneira, repetir a fórmula de seu filme anterior, "Não Me Mandem Flores", com Rock Hudson, que também tinha esse clima de humor negro, brincando com a morte. De uma maneira ou outra vale a pena dar algumas risadas nostálgicas com essa pequena e divertida comédia dos anos 60.
Pablo Aluísio.
sábado, 23 de fevereiro de 2019
Duelo em Diablo Canyon
"Duelo em Diablo Canyon" começa quando o cowboy Jess Remsberg (James Garner) salva uma mulher branca das garras dos apaches selvagens. É uma tribo muito conhecida por causa de sua violência. Com a intervenção de Jess a jovem é finalmente salva da morte certa. Assim ele acaba entrando como batedor numa caravana liderada por um tenente do exército americano. Sua experiência na região é o grande motivo para ser contratado. O objetivo é atravessar esse lugar dominado por apaches e guerreiros rebeldes, que querem se vingar da presença do homem branco em suas terras. A travessia não demora a se tornar um jogo de vida e morte entre nativos e soldados da cavalaria. Esse é um western americano muito subestimado. "Duel at Diablo" foi bem recebido pela crítica em seu lançamento original, mas foi perdendo prestígio ao longo dos anos até ser quase que completamente esquecido.
O filme é de um tempo de transição para o faroeste americano, onde ainda havia uma simbiose entre o velho western - dos filmes de cavalaria de John Ford - e elementos novos, como uma trilha sonora de rock, com guitarras e instrumentos modernos. Some-se a isso personagens que eram raros nos antigos filmes, como um negro bem sucedido, com boas roupas e desafiando seus "superiores" brancos - em excelente atuação de Sidney Poitier que dá vida a um ex-sargento, agora comerciante de cavalos para o exército, que não aceita mais se rebaixar para seu antigo tenente dos tempos de cavalaria. O roteiro é muito bom e investe em uma situação limite com os soldados e demais membros da caravana emboscados no Diablo Canyon, sem lugar a concessões que suavizem a ferocidade dos nativos americanos daquele período. Por fim há a boa presença do ator James Garner (falecido há pouco tempo) que empresta muito carisma ao seu personagem em cena. Diante de tudo isso "Duelo em Diablo Canyon" é um western sessentista que merece ser redescoberto pelos fãs do gênero.
Duelo em Diablo Canyon (Duel at Diablo, Estados Unidos, 1966) Estúdio: United Artists / Direção: Ralph Nelson / Roteiro: Marvin H. Albert, Michael M. Grilikhes / Elenco: James Garner, Sidney Poitier, Bibi Andersson / Sinopse: Um veterano cowboy ajuda um regimento da cavalaria do exército dos Estados Unidos a atravessar uma região perigosa, dominada por tribos violentas durante a ocupação do velho oeste americano.
Pablo Aluísio.
sábado, 14 de janeiro de 2017
Fugindo do Passado
Título Original: Twilight
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Robert Benton
Roteiro: Robert Benton, Richard Russo
Elenco: Paul Newman, Susan Sarandon, Gene Hackman, Reese Witherspoon, James Garner
Sinopse:
Ex-policial, agora aposentado, o detetive particular Harry Ross (Paul Newman) ganha a vida fazendo pequenos serviços, muitos deles sem grande importãncia. Tudo muda quando ele é contratado para entregar uma mala cheia de dinheiro a um chantagista. Seu cliente decide pagar uma alta soma em razão de uma chantagem que vem sofrendo, cujos detalhes Harry não tem pleno conhecimento. O problema é que há algo muito maior por trás, inclusive uma conspiração envolvendo um assassinato.
Comentários:
Bom filme policial cujo maior atrativo é a presença do veterano Paul Newman. Apesa da idade, o astro da era do cinema clássico americano esbanja carisma e versatilidade nesse bom roteiro, cheio de reviravoltas, que prende a atenção do espectador da primeira à última cena. Como se não bastasse toda a riqueza de nuances da trama principal, ainda temos um elenco de apoio excelente, de primeira linha, cheio de grandes nomes de Hollywood como Susan Sarandon, Gene Hackman, James Garner e Reese Witherspoon! O grande Gene Hackman (hoje aposentado das telas definitivamente) interpreta um velho ator que ficou milionário com sua carreira de sucesso. Os tempos de fama e glória porém ficaram no passado pois ele está morrendo de um agressivo tipo de câncer. Susan Sarandon interpreta sua esposa, uma atriz que não teve o mesmo êxito profissional. Ela parece esconder algo em seu passado, principalmente em relação ao desaparecimento de seu primeiro marido, um homem que simplesmente nunca mais foi visto, não deixando quaisquer pistas sobre o seu paradeiro. Teria ela algo a ver com o sumiço dele? Para Harry tudo pode ser investigado e encaixado em algo mais misterioso e nebuloso do que muitos pensam. Com essa boa trama, personagens bem desenvolvidos e um roteiro acima da média esse filme é sem dúvida muito bom. Enfim, eis aqui mais um grande momento na carreira de Paul Newman, cuja filmografia sempre foi uma das mais ricas da história de Hollywood. Ele foi um ator cuja simples presença já tornava obrigatório qualquer filme.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013
Cowboys do Espaço
Anos depois, em entrevistas, Clint Eastwood esclareceu que o projeto inicialmente contava com Jack Nicholson e Sean Connery como primeiras opções para os personagens mas eles, por um motivo ou outro, declinaram do convite. Nicholson alegou que já havia interpretado um astronauta veterano em “Laços de Ternura” e por isso não queria de certa forma repetir aquele tipo de personagem. Já Connery estava muito aborrecido com a Warner por causa de problemas contratuais de filmes anteriores. De fato Sean se aposentaria pouco depois com o fiasco de bilheteria de “A Liga Extraordinária”. De qualquer modo, apesar de não ser um filme brilhante, “Cowboys do Espaço” é simpático e bem realizado dentro de sua proposta inicial – que é unir comédia e aventura em um só filme. Alguns críticos acusaram a produção de ser uma mera cópia de filmes do passado como “Os Eleitos” mas esse tipo de colocação não tem muito sentido. Clint em momento algum quis realizar um épico sobre a corrida espacial, pelo contrário, sua intenção foi mesmo apenas brincar com sua idade ao lado de seus colegas veteranos do cinema. Olhando por esse lado não há como desgostar desse filme. Não é o melhor do diretor, passa longe disso, mas nem só de obras primas vivem os grandes cineastas. Dentro da categoria “diversão descompromissada” esse “Cowboys dos Espaço” já está bom demais.
Cowboys do Espaço (Space Cowboy, Estados Unidos, 2000) Direção: Clint Eastwood / Roteiro: Ken Kaufman, Howard Klausner / Elenco: Clint Eastwood, Tommy Lee Jones, Donald Sutherland, James Garner, Lee Majors, Rade Serbedzija / Sinopse: Um velho satélite da NASA apresenta graves problemas, podendo inclusive cair na Terra. Como se trata de uma tecnologia obsoleta, desconhecida dos jovens astronautas na ativa, a agência espacial americana resolve convocar os profissionais do espaço da época em que o satélite foi lançado, uma vez que apenas eles podem consertar o artefato. Mesmo na terceira idade eles aceitam a missão de voltar ao espaço!
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 23 de maio de 2007
Infâmia
Seguramente um dos roteiros mais instigantes e corajosos que já vi em um filme produzido na década de 1960. O filme não tem medo de tocar em assuntos que até hoje são tabus e que no passado eram ainda mais fortes. Também é curioso como o argumento do filme é dúbio. Em certo sentido ele realmente deixa completamente desnorteado o espectador, pois ao mesmo tempo que ficamos indignados com o acontecimento que atingem a vida das protagonistas, sabemos de antemão que as acusações possuem um fundo de verdade, mesmo que de forma unilateral por parte de uma delas. Além disso o tema levanta o debate sobre a hipocrisia moral reinante na sociedade.
O elenco está ótimo. Shirley MacLaine, ainda jovem, está linda. Muito charmosa, demonstra que já era uma excelente atriz naquela época. O interessante é que ela era considerada apenas uma estrela de filmes mais comerciais Já Audrey Hepburn desfila toda sua classe habitual em cena. Incrível como mesmo nas maiores adversidades ela jamais perdia a elegância, nem na trágica cena final. Aliás sua caminhada para fora do cemitério, de cabeça erguida, mostrando toda a sua dignidade diante de tudo o que lhe aconteceu, é seguramente uma das maiores cenas de sua carreira. Por fim fica aqui os elogios ao grande cineasta William Wyler. Que ele foi diretor de grandes clássicos da história do cinema, todo mundo já sabe, mas muitos irão se surpreender em ver como ele lidou com o delicado tema desse filme. Genial o seu trabalho. "Infâmia", em suma, é uma obra prima que merece ser descoberta por quem ainda não assistiu. Nota dez.
Infâmia (The Children's Hour, Estados Unidos, 1961) Direção: William Wyler / Roteiro: Lillian Hellman, John Michael Hayes / Elenco: Audrey Hepburn, Shirley MacLaine, James Garner, Fay Bainter, Miriam Hopkins / Sinopse: Amigas desde os tempos da universidade, Karen Wright (Audrey Hepburn) e Martha Dobie (Shirley MacLaine), decidem abrir uma escola para moças. Tudo começa muito bem, até o dia em que elas viram alvos de mentiras perigosas. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Atriz Coadjuvante (Fay Bainter), Melhor Fotografia (Franz Planer), Melhor Direção de Arte (Fernando Carrere, Edward G. Boyle), Melhor Figurino (Dorothy Jeakins) e Melhor Som (Gordon Sawyer). Filme indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Direção (William Wyler), Melhor Atriz (Shirley MacLaine) e Melhor Atriz Coadjuvante (Fay Bainter).
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 2 de fevereiro de 2006
Duelo em Diablo Canyon
Título Original: Duel at Diablo
Ano de Produção: 1966
País: Estados Unidos
Estúdio: United Artists
Direção: Ralph Nelson
Roteiro: Marvin H. Albert, Michael M. Grilikhes
Elenco: James Garner, Sidney Poitier, Bibi Andersson
Sinopse:
Jess Remsberg (James Garner) é um cowboy que após salvar uma mulher branca das garras dos apaches acaba entrando como batedor numa caravana liderada por um tenente do exército americano. O objetivo é atravessar uma região dominada por apaches guerreiros rebeldes, que querem se vingar da presença do homem branco na região. A travessia logo se tornará um jogo de vida e morte entre nativos e soldados da cavalaria.
Comentários:
Um western americano muito subestimado, assim eu vejo esse "Duel at Diablo" que apesar de sua boa recepção na época de seu lançamento foi perdendo prestígio ao longo dos anos até ser quase que completamente esquecido. O filme é de um tempo de transição para o faroeste americano, onde ainda havia uma simbiose entre o velho western - dos filmes de cavalaria de John Ford - e elementos novos, como uma trilha sonora de rock, com guitarras e instrumentos modernos. Some-se a isso personagens que eram raros nos antigos filmes, como um negro bem sucedido, com boas roupas e desafiando seus "superiores" brancos - em excelente atuação de Sidney Poitier que dá vida a um ex-sargento, agora comerciante de cavalos para o exército, que não aceita mais se rebaixar para seu antigo tenente dos tempos de cavalaria. O roteiro é muito bom e investe em uma situação limite com os soldados e demais membros da caravana emboscados no Diablo Canyon, sem lugar a concessões que suavizem a ferocidade dos nativos americanos daquele período. Por fim há a boa presença do ator James Garner (falecido recentemente em julho desse ano) que empresta muito carisma ao seu personagem em cena. Diante de tudo isso "Duelo em Diablo Canyon" é um western sessentista que merece ser redescoberto pelos fãs do gênero.
Pablo Aluísio.