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quarta-feira, 19 de outubro de 2022

A vida em espera

Esse filme traz uma história, no mínimo, fora do comum. Conta a história de um advogado que, cansado da rotina e do trabalho, um dia decide literalmente sair de sua própria vida social. Ele se esconde em um sótão em cima de uma garagem de sua própria casa e fica ali, escondido, passando a ver toda a sua família interagindo sem a sua presença. Vira uma espécie de voyeur social. Essa posição interessante traz algumas indagações filosóficas a quem assiste. Entretanto, o que me vem na mente é uma pergunta simples. Será que uma história desse tipo sustenta um longa-metragem? Será que um filme que conta com uma temática tão inusitada vai realmente prender a atenção do espectador até o final? Eu particularmente me interessei pelo filme, embora ache que em alguns momentos o roteiro vai se perdendo em sua proposta inicial. 

O confinamento do personagem em grande parte do filme em um único ambiente, pode tornar essa história um pouco cansativa para a maioria das pessoas. No meu caso, a questão filosófica que existe por trás dessa história até que me manteve interessado nesses acontecimentos. Só acredito que o final realmente seja muito decepcionante. O roteiro poderia radicalizar, adotando posições extremas. Ir até o fundo do poço ou do abismo social, como podemos perceber. Mas o final se revela inconclusivo, abrupto, frouxo, covarde e sem muito sentido. Muita gente vai chegar na última cena e quando os letreiros finais subirem vai se perguntar: e daí?

A vida em espera (Wakefield, Estados Unidos, 2016) Direção: Robin Swicord / Roteiro: E.L. Doctorow, Robin Swicord / Elenco: Bryan Cranston, Jennifer Garner, Victoria Bruno / Sinopse: Um profissional liberal decide largar tudo, a família, o trabalho, a vida social e passa a se esconder em um sótão. Qual seria o sentido por trás disso?

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Não Olhe para Trás

Título no Brasil: Não Olhe para Trás
Título Original: Danny Collins
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Dan Fogelman
Roteiro: Dan Fogelman
Elenco: Al Pacino, Christopher Plummer, Annette Bening, Jennifer Garner, Bobby Cannavale, Katarina Cas
  
Sinopse:
Danny Collins (Al Pacino) é um velho ídolo dos anos 60 que ainda vive de seus antigos sucessos. Geralmente se apresentando para seus fãs da época, em concertos nostálgicos, Collins leva uma vida ridícula, casado com uma jovem que poderia ser sua neta, viciado em cocaína e completamente parado no tempo no que diz respeito a sua carreira. As coisas mudam quando seu empresário (Plummer) lhe dá de presente uma velha carta que John Lennon escreveu a Collins no começo de sua carreira. Inspirado por ela o velho cantor resolve então mudar de vida, procurando um recomeço em sua carreira e no relacionamento com seu filho, que mal conhece. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria Melhor Ator - comédia ou musical (Al Pacino).

Comentários:
"Danny Collins" tenta mostrar a realidade dos antigos astros da música que são engolidos pelo tempo. De ídolos jovens eles passam a ser meros cantores nostálgicos, cantando velhos hits para um público na terceira idade. Mesmo assim ainda insistem em viver como se tivessem 20 anos de idade, se envolvendo com garotas bem mais jovens (que sempre os traem) e completamente viciados em drogas de todos os tipos. Uma caricatura do músico envelhecido e decadente. O filme, com esse enredo, poderia muito bem se tornar um drama pesado, até melancólico. O diretor e roteirista Dan Fogelman resolveu porém ir por outro caminho, procurando por um estilo mais soft, light, nada muito sério ou dramaticamente pesado. O personagem de Al Pacino tem uma fixação pelo beatle John Lennon pois no passado foi comparado a ele. Quando descobre que o próprio Lennon lhe escreveu uma carta dizendo que todo artista deveria ser fiel apenas a ele mesmo, literalmente decide mudar de vida. Começa a compor novas canções, com letras mais profundas, e resolve procurar seu único filho que há muito tempo não vê. O sujeito é um homem comum, pai de família, que mora em um subúrbio de New Jersey. Ele leva uma vida bem simples e tem muitos ressentimentos contra o pai que nunca quis saber muito dele. Assim o velho Collins precisará se esforçar bastante para reconquistar a amizade e o carinho de seu filho. 

Al Pacino é aquela coisa, por sua história e filmografia, vale qualquer ingresso. Ele aqui não tem uma grande atuação (na verdade sua indicação ao Globo de Ouro foi exagerada), mas mantém o interesse, procurando trazer carisma para seu protagonista decadente. Seu único erro é tentar cantar em cena, pois Pacino certamente é um dos piores cantores de todos os tempos! Quando ele abre a boca cantando fica extremamente complicado de acreditar que ele se tornou um ídolo da música daquele jeito! A trilha sonora do filme aliás é toda composta por canções de John Lennon, o que achei uma escolha acertada. No geral é um bom filme sobre redenção, sobre recomeçar a vida, consertando aquilo que não deu muito certo. Para quem gosta do mundo da música certamente há aspectos que no final ajudarão a manter o interesse, muito embora o roteiro fique apenas no meio do caminho. É um filme que diante das obras primas do passado de Al Pacino certamente ficará ofuscado, mas que ao menos serve para manter o veterano ator em atividade. Vale a pena conferir, nem que seja pela mera curiosidade de rever o bom e velho Pacino nos dias atuais. 

Pablo Aluísio.

sábado, 16 de abril de 2016

De Repente 30

Título no Brasil: De Repente 30 
Título Original: 13 Going on 30
Ano de Produção: 2004
País: Estados Unidos
Estúdio: Revolution Studios
Direção: Gary Winick
Roteiro: Josh Goldsmith, Cathy Yuspa
Elenco: Jennifer Garner, Mark Ruffalo, Judy Greer

Sinopse:
Em 1987, maltratada pelos colegas na sua festa de 13 anos, garota sonha em ser adulta e acorda em 2004, com 30 anos, como uma poderosa editora de revista de moda em Nova York. Mas logo se decepciona com o tipo de mulher que se tornou e tenta recuperar o amor de seu ex-vizinho da adolescência, que está para se casar com outra. Filme indicado ao MTV Movie Awards, People's Choice Awards e Teen Choice Awards.

Comentários:
Assisti no cinema, mas falando sinceramente, nunca achei grande coisa. O roteiro explora a velha fórmula dos "corpos trocados" que fez tanto sucesso na década de 1980. No caso aqui não é bem um corpo trocado com outra pessoa, mas sim uma troca de mentalidades, uma garotinha recebe sua mentalidade aos 30 e tantos anos e uma mulher adulta fica com a mentalidade de uma adolescente. Funciona? Em termos apenas. A atriz Jennifer Garner é carismática e talentosa e aqui, vamos fazer jus, segura o filme literalmente nas costas. Existem algumas cenas que cairam no gosto popular como aquela em que ela dança "Thriller" de Michael Jackson em um salão de festas. Inicialmente as pessoas ficam retraídas, mas aos poucos vão se chegando quando Garner, sem timidez, começa a repetir a coreografia clássica do clip de Jackson (só faltou a jaqueta vermelha!). Brega e piegas, mas divertido, temos que admitir. Mark Ruffalo divide os holofotes com Garner e interpreta uma velha paixão da adolescência que ela resolve correr atrás. Ele aliás continua o mesmo, com aquela cara de enfadonho que sabe-se lá o porquê, faz sucesso entre as mulheres. No geral é isso, uma comediazinha com toques dramáticos e um argumento de filosofia de botequim. Vale mesmo pelas pernas maravilhosas da Garner e é só.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 1 de abril de 2015

Cara, Cadê Meu Carro?

Título no Brasil: Cara, Cadê Meu Carro?
Título Original: Dude, Where's My Car?
Ano de Produção: 2000
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Danny Leiner
Roteiro: Philip Stark
Elenco: Ashton Kutcher, Seann William Scott, Jennifer Garner
  
Sinopse:
Jesse e Chester (Ashton Kutcher e Seann William Scott, respectivamente) são dois jovens idiotas que saem de uma festa de arromba e descobrem, abismados, que seu carro simplesmente sumiu! Eles na verdade mal lembram o que aconteceu na noite anterior e por essa razão saem em uma alucinada busca pelo veículo desaparecido, encontrando os tipos mais esquisitos pelo caminho. Comédia adolescente indicada aos prêmios do Las Vegas Film Critics Society Awards, MTV Movie Awards e Teen Choice Awards.

Comentários:
Comédia completamente nonsense que fez sucesso entre os adolescentes da época. É a tal coisa, nunca consegui gostar. Nada contra comediazinhas bobocas focadas em teens, tudo tem seu espaço, porém essa aqui realmente não me agradou em praticamente nada. Com poucos minutos de duração já estava cansado, aborrecido, olhando para o relógio. Curiosamente a crítica, tentando ser indie e antenada, fazendo média com a galera jovem, falou bem quando o filme foi lançado no mercado de VHS / DVD no Brasil (até hoje fico pensando como alguém teve a coragem de ver isso nos cinemas!). De uma forma em geral o filme se apóia bastante na figura de Ashton Kutcher, um comediante que sempre achei muito limitado. Seu personagem pomposamente chamado de Jesse Montgomery III (que coisa!) nada mais é do que uma versão requentada e rebatida do Michael Kelso da série "That '70s Show" (que até era engraçadinha e divertida, mas também nada demais, outro produto pop chiclete direcionado aos adolescentes de corpo e espírito). Então é isso, "Dude, Where's My Car?" nada mais é do que um chicletaço comercial sem sentido para maconheiros chapados de plantão.

Pablo Aluísio.

domingo, 15 de março de 2015

O Demolidor

O personagem Demolidor (Daredevil no original em inglês) foi criado nos anos 60 pelo sempre genial Stan Lee, em parceria com Bill Everett. Era de fato um super-herói diferente, pois era um deficiente visual e advogado que tentava impor a ordem no caótico bairro nova-iorquino de Hell's Kitchen. Nos quadrinhos ele havia ficado cego após um terrível acidente com lixo tóxico. O fato de não enxergar por outro lado ampliou seus demais sentidos a um nível desconhecido para um ser humano normal. Tentando fazer valer a justiça a todo custo o personagem se envolvia com o chamado submundo da grande cidade. Embora tenha tido um começo promissor o Demolidor jamais conseguiu ser um personagem de ponta dentro do universo Marvel até Frank Miller (o mesmo de “Batman – o Cavaleiro das Trevas") o resgatar completamente do obscurantismo. O desenhista e escritor acabou produzindo uma série de aventuras revolucionárias com o personagem, o tornando pela primeira vez um dos mais populares da Marvel. Investindo em enredos mais adultos o Demolidor acabou renascendo das cinzas.

Esse foi justamente o material utilizado por Hollywood para trazer o herói para as telas de cinema. Foi um projeto ambicioso, com orçamento generoso, que tinha como plano virar mais uma franquia de sucesso no cinema americano. Para interpretar o personagem principal o estúdio trouxe Ben Affleck (que seria “premiado” por essa interpretação com um Framboesa de Ouro de pior ator). Elektra, personagem criada pro Frank Miller, também ganhou destaque, sendo interpretada por Jennifer Garner (que infelizmente faria um péssimo filme solo com esse papel depois). Já do lado dos vilões uma dupla de peso, Michael Clarke Duncan (como o Rei do Crime) e Colin Farrell (como o inimigo Mercenário), foram contratados. Tudo parecia ir muito bem. O filme foi lançado em 2003 mas não conseguiu virar a franquia que todos esperavam. A razão? “Demolidor” teve uma bilheteria modesta, morna, bem abaixo da expectativa do estúdio. Não é um filme ruim, longe disso, mas o fato é que o personagem parece funcionar bem melhor no mundo dos quadrinhos. Nas telas a coisa não andou tão bem. De qualquer maneira todos os anos surgem boatos de que Daredevil voltará em nova versão. Já existe até mesmo um roteiro pronto, esperando por aprovação. Será que um dia sairá do papel esse retorno? Só nos resta esperar.

O Demolidor (Daredevil, Estados Unidos, 2003) Direção: Mark Steven Johnson / Roteiro: Mark Steven Johnson, baseado no personagem criado por Stan Lee / Elenco: Ben Affleck, Jennifer Garner, Michael Clarke Duncan, Colin Farrell, David Keith, Jon Favreau, Joe Pantoliano / Sinopse: Matt Murdock (Ben Affleck) é um advogado que esconde a existência de uma identidade secreta. Durante as noites ele incorpora oDemolidor, um herói que limpa as ruas de Nova Iorque da criminalidade.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Minhas Adoráveis Ex-Namoradas

O cinemão americano geralmente não perde a chance de emplacar roteiros de fundo extremamente moralistas. Um exemplo perfeito disso é essa produção “Minhas Adoráveis Ex-Namoradas”, uma comédia romântica que em um só cadeirão junta aspectos de clássicos do passado, contos de natal e estórias moralizantes apenas para defender um ponto de vista ultrapassado sobre a vida sentimental do homem moderno. Na trama acompanhamos a rotina de Connor Mead (Matthew McConaughey), um fotografo que vive de clicar modelos famosas em lugares maravilhosos. Bem sucedido, solteirão convicto, ele não quer nem ouvir falar de compromisso sério. Prefere levar sua vida mansa de forma tranqüila. Casamento? Nem pensar! Na verdade Connor segue os passos e os conselhos de seu falecido tio Wayne (Michael Douglas) que tinha o mesmo estilo de vida. Tudo corre muito bem em sua vida até que Connor é convidado para o casamento do irmão. Chegando lá tenta convencer o mano de todas as formas do erro que está prestes a cometer. Até porque casamento é simplesmente o fim da picada em seu modo de pensar. Para sua surpresa seu tio falecido surge a ele em uma alucinação para tentar demonstrar que apesar dos prazeres que esse tipo de solteirice pode prover há também o lado negativo. Para isso três fantasmas o levarão para o passado, o futuro e o presente para realidades paralelas onde Connor finalmente entenderá os perigos da vida que leva.

Sinceramente, que bobagem é esse filme! O argumento tenta vender a idéia equivocada de que apenas o casamento traz felicidade, fato que os números cada vez maiores de divórcios na sociedade, a cada ano, provam ser justamente o contrário. Usar da famosa obra de Charles Dickens como forma de tentar defender esse tipo de ponto de vista é outro equívoco do roteiro. Além disso a total reviravolta no modo de pensar do personagem de Matthew McConaughey, que de solteirão mulherengo passa a ser um cordeirinho apaixonado  louco para se casar, soa não apenas inverossímil como completamente sem noção. O próprio Matthew McConaughey parece até mesmo brincar com a falta de nexo do roteiro pois mesmo quando surge o “novo eu” de seu personagem ele segue com o mesmo estilo de interpretação, agora com  um sorrisinho cínico nos lábios. Era como se quisesse passar ao espectador a idéia de que ele continuava o mesmo, apesar das besteiras do roteiro do filme. Por fim temos Michael Douglas em um papel ingrato. Eu sou particularmente fã do ator e não gostei nem um pouco em vê-lo nesse personagem, a de um playboy arrependido das escolhas que fez em sua vida. O próprio Douglas parece não acreditar muito no que prega em cena, dando inclusive em cima de uma das “fantasmas”. Para quem conhece a história pessoal de vida do ator o argumento só poderá soar mesmo como uma grande piada. Enfim, esqueça, há comédias românticas bem melhores por aí – e bem mais inteligentes. “Minhas Adoráveis Ex-Namoradas” com seu argumento cafona é completamente dispensável.

Minhas Adoráveis Ex-Namoradas (The Ghosts of Girlfriends Past, Estados Unidos, 2009) Direção: Mark Waters / Roteiro: Jon Lucas, Scott Moore / Elenco: Matthew Mcconaughey, Michael Douglas, Jennifer Garner, Lacey Chabert, Emma Stone / Sinopse: Solteirão mulherengo recebe a “visita” de seu tio falecido que tentará lhe convencer de mudar de vida, arranjando uma esposa para se casar.

Pablo Aluísio.

domingo, 11 de maio de 2014

Clube de Compras Dallas

Título no Brasil: Clube de Compras Dallas
Título Original: Dallas Buyers Club
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: Voltage Pictures, Truth Entertainment
Direção: Jean-Marc Vallée
Roteiro: Craig Borten, Melisa Wallack
Elenco: Matthew McConaughey, Jennifer Garner, Jared Leto, Steve Zahn, Denis O'Hare 

Sinopse:
Ron Woodroof (Matthew McConaughey) é um cowboy de rodeios machão que não perde a chance de sair com qualquer garota bonita que cruze seu caminho. Após um pequeno acidente no trabalho ele é levado a um hospital em Dallas. Isso leva seu médico a realizar uma série de procedimentos padrão sobre sua saúde e um dos testes revela que ele na realidade tem AIDS, naquela época - o enredo do filme se passa em 1985 - uma doença considerada exclusivamente de gays e viciados em drogas injetáveis. A descoberta vira o mundo de Ron de ponta cabeça. Desesperado, ele tentará de todas as formas se manter vivo!

Comentários:
Excelente drama mostrando o terrível diagnóstico de AIDS para um típico machão texano, cowboy e homofóbico, que de repente descobre estar infectado com uma doença que era atribuída apenas aos membros da comunidade gay da região. Logo no começo do filme o personagem de Matthew McConaughey mostra todo o seu preconceito ao comentar a morte do ator Rock Hudson, galã de cinema que morreria da doença após assumir publicamente que era homossexual e que tinha o vírus mortal. O filme é extremamente bem realizado, com um roteiro que explora excepcionalmente bem a luta do cowboy Ron após ele descobrir que está com o vírus HIV. Um dos aspectos mais importantes desse argumento é que ele explora o preconceito do personagem principal e depois como ele próprio enfrenta esse mesmo preconceito contra si. Assim que a notícia se espalha seus antigos "amigos" logo o julgam e acreditam que ele sempre fora um gay dentro do armário (algo que não era verdade). Ron perde os amigos, o emprego e seu médico lhe informa que ele tem menos de 30 dias de vida! Imaginem o desespero...

O filme concorreu a categorias importantes da Academia, entre elas Melhor Filme e Melhor Roteiro Original. Acabou vencendo muito merecidamente os dois Oscars da categoria atuação masculina, sendo que Matthew McConaughey levou o Oscar de Melhor Ator e Jared Leto o de Melhor Ator Coadjuvante. Ambos os prêmios foram mais do que merecidos. Esqueça aquela imagem de galã musculoso de McConaughey, pois aqui ele está literalmente transformado em um outra pessoa. Muitos quilos abaixo de seu peso normal o ator mostra em cada momento o grau de entrega em sua atuação. Realmente impressionante seu trabalho. Conforme a doença avança ele vai ficando cada vez mais abatido e magro, uma sombra do homem que um dia foi. Já Jared Leto também está excepcional, calando a boca de todos os que o criticaram por anos e anos. Ele simplesmente desaparece na pele de seu personagem, o travesti Eve. Aliás deve-se também a ele o mérito do terceiro Oscar ganho pelo filme - o de maquiagem - pois sua transformação é completa, ficando até mesmo complicado reconhecer o ator debaixo de toda aquela mudança de personalidade e visual. No final a lição que fica é a de que muitas vezes interesses comerciais de grandes corporações se sobressaem em relação ao ato de salvar vidas de pessoas infectadas e doentes. Também se mostra muito claramente o momento em que a doença começou a atingir também pessoas heterossexuais, acabando de vez com o preconceito duplo que sempre acompanhou os doentes de AIDS (pelo menos deveria assim ser). Um filme realmente essencial para qualquer cinéfilo que se preze. Fabuloso.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 16 de maio de 2013

O Reino

Talvez o público não agüente mais falar nas intervenções americanas no Oriente Médio ou talvez o roteiro maniqueísta e manipulador tenha ultrapassado o limite do bom senso, não se sabe ao certo, mas o fato desse filme ter sido tão pouco visto talvez demonstre o esgotamento e saturação do tema no cinema. Afinal se todos os dias vemos na TV os equívocos americanos nos países árabes porque pagaríamos para ver a mesma coisa no cinema? O enredo mostra os esforços do agente do FBI Ronald Fluery (Jamie Foxx) em investigar um grave atentado promovido contra cidadãos americanos no Oriente Médio. Atuando em outro país, tendo que lidar com outra cultura e leis, o obstinado agente federal não mede esforços para chegar nos verdadeiros culpados dos atos terroristas. Jamie Foxx teve aqui a chance de demonstrar aos estúdios que poderia arcar com a responsabilidade de estrelar um sucesso, baseado apenas em sua presença do elenco, sem qualquer outro nome por trás. Infelizmente não deu muito certo pois o filme foi mal nas bilheterias.

Atribuo isso ao roteiro que não se exime de passar ao espectador uma visão muito preconceituosa, diria até mesmo racista, contra os árabes em geral. Os agentes americanos em ação, por exemplo, não procuram se dar ao trabalho de conhecer as leis e a cultura do país onde atuam. Passam por cima de tudo com a truculência que lhes é habitual. Além disso cometem o grave erro de generalizar a situação, a ponto de tornar qualquer um suspeito, pelo simples fato de ser árabe. De certa forma o filme não parece estar preocupado em discutir os grandes temas que envolvem as intervenções militares americanas naqueles países. Ao invés disso investe em cenas de ação, nem sempre com bons resultados. Sendo assim o filme acaba virando um belo retrato da forma como muitos americanos encaram esses conflitos. Para eles os terroristas estão em todas as partes e praticamente todos os árabes são suspeitos em potencial. No final da exibição a única certeza que tiramos é que de fato os americanos não parecem ter a menor noção da raiz dos problemas políticos e sociais do Oriente Médio.

O Reino (The Kingdom, Estados Unidos, 2007) Direção: Peter Berg / Roteiro: Matthew Michael Carnahan / Elenco: Jamie Foxx, Jennifer Garner, Jason Bateman, Chris Cooper, Andrew Espósito / Sinopse: Agente federal do FBI investiga um atentado terrorista contra americanos em um distante país árabe.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Elektra

Elektra Natchios foi criada por Frank Miller no começo da década de 80 para contracenar com o Demolidor na ótima série de quadrinhos produzido por ele naquele período. Era uma assassina profissional Ninja, que também serviria como interesse romântico do herói nas estórias. De certa forma seria uma versão para a mitologia do Demolidor daquilo que já conhecíamos bem em Batman com seu sempre inacabado e indefinido romance com a Mulher Gato. Um herói interessado romanticamente por uma vilã, uma mulher fatal em essência. Nesse aspecto não havia muitas novidades, a diferença é Miller acabou criando um carinho especial pela personagem, muitas vezes se concentrando mais nela do que no próprio Demolidor. Essa atitude do escritor acabou despertando ainda mais o interesse dos fãs de quadrinhos a ponto de Elektra ganhar seu próprio espaço. Ela também acabou sendo utilizada em títulos de outros heróis da Marvel como os X-Men. Assim quando surgiu a idéia de se criar um filme solo com a personagem no cinema a atriz Jennifer Garner logo comprou a idéia, afinal poderia ser o começo de uma nova franquia tendo ela como estrela principal.

No enredo do filme o espectador acaba acompanhando as origens da personagem, desde o começo até sua transformação em uma máquina assassina das artes marciais. A atriz Jennifer Garner ficou bastante empolgada com o filme esbanjando simpatia e otimismo nas entrevistas de promoção. O estúdio também acreditou na produção e fez um lançamento de porte, ocupando mais de três mil salas em sua semana de estréia. Os resultados porém não foram nada animadores. A critica de uma maneira em geral detestou o filme, achando seu roteiro básico demais, com uma sucessão de cenas que não empolgavam o espectador. A atriz também foi considerada inadequada, pouco convincente nas seqüências de luta. Com tantas criticas ruins o filme acabou afundando nas bilheterias, rendendo pouco e virando uma decepção completa. Revisto hoje em dia “Elektra” realmente deixa a sensação de algo de fato não deu muito certo. É uma fita bem vazia para falar a verdade, onde muitas vezes se tenta criar todo um clima para esconder suas falhas de roteiro. Assim como o Demolidor, sua parceira de HQs também ainda não encontrou seu espaço no mundo do cinema. Quem sabe um dia isso venha a acontecer.

Elektra (Idem, Estados Unidos, 2005) Direção: Rob Bowman / Roteiro: Zak Penn, Stuart Zicherman, Raven Metzner, baseados na personagem criada por Frank Miller / Elenco:  Jennifer Garner, Goran Visnjic, Will Yun Lee, Cary-Hiroyuki Tagawa, Terence Stamp / Sinopse: O filme narra as origens e lutas da personagem Elektra (Jennifer Garner), uma famosa assassina Ninja criada pelo renomado escritor e desenhista Frank Miller na Marvel.

Pablo Aluísio.