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sexta-feira, 19 de julho de 2024

Muti: Crime e Poder

Título no Brasil: Muti: Crime e Poder
Título Original: The Ritual Killer
Ano de Lançamento: 2023
País: Estados Unidos
Estúdio: Black Diamond Films
Direção: George Gallo
Roteiro: Joe Lemmon, Francesco Cinquemani
Elenco: Morgan Freeman, Cole Hauser, Vernon Davis

Sinopse:
Um policial do departamento de homicídios de Los Angeles vai em busca de respostas com um professor universitário especialista em rituais de cultos de religiões africanas antigas. Várias pessoas surgem mortas em cenas de crimes onde esses cultos são ritualizados. Apenas entendendo essas religiões é que se poderá chegar na identidade do verdadeiro assassino. 

Comentários:
Esse é um filme meramente regular que nos deixa com saudades dos bons filmes do passado da carreira do ator Morgan Freeman. Daqueles tempos em que sua carreira era muito relevante para a indústria do cinema. É claramente uma produção B, mas que felizmente mantém a dignidade. Digo isso porque apesar do pouco orçamento, do fato de ser um filme sem muitos recursos, eles até que conseguem passar o recado, contar a história direitinha. Assim diante da modesta produção podemos qualificar como um filme que conta a sua história de forma honesta, em um roteiro até que bem redondinho. Além disso, esse enredo tem até mesmo uma certa dose de coragem. Colocar um vilão como um praticante de um culto de religão africana é sem dúvida uma ousadia. Escaparam do cancelmento por um triz! 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 4 de julho de 2023

A Conquista

A Conquista
Eu sou de um tempo em que a simples presença do ator Morgan Freeman no elenco já era garantia de bom filme. O tempo passou e hoje em dia já não podemos pensar dessa forma. O bom e velho Morgan tem aparecido em alguns filmes bem fracos. Um deles é justamente esse aqui. Ele interpreta um policial corrupto, já aposentado e preso em uma cadeira de rodas, que ainda dá as cartas no submundo do crime. Para cobrar velhas dívidas ele mantém como refém uma garotinha para chantagear sua mãe. Ela deve ir, madrugada adentro, para cobrar cinco dívidas vencidas. O problema é que os devedores são todos criminosos e cobrar dinheiro de pessoas desse baixo nível sempre é algo mais do que perigoso. 

E o filme se resume a isso. Cinco cobranças de dívidas na madrugada que terminam em muita violência e cenas de ação. O personagem do Freeman acompanha tudo pela câmera acoplada no capacete de seu cobradora chantageada. Nada mais do que isso. A história se passa em apenas uma madrugada e o roteiro, genérico demais, só desperta bocejos no velho cinéfilo. A única coisa que se salva é justamante o Morgan Freeman. Com dicção perfeita e aquela dignidade toda em cena que percebemos bem, ele salva o filme de ser uma perda de tempo completa. 

A Conquista (Vanquish, Estados Unidos, 2021) Direção: George Gallo / Roteiro: George Gallo / Elenco: Morgan Freeman, Ruby Rose, Patrick Muldoon / Sinopse: A atriz Ruby Rose interpreta Victoria, uma jovem boa de briga que precisa cobrar dívidas em nome de um ex-policial corrupto que mantém sua filha como refém em seu apartamento high-tech. 

Pablo Aluísio.

domingo, 25 de setembro de 2022

Invasão ao Serviço Secreto

Nesse bom filme de ação, o ator Gerard Butler interpreta Mike Banning, um veterano do serviço secreto dos Estados Unidos. Há muitos anos ele é o encarregado da segurança pessoal do próprio presidente, aqui interpretado pelo sempre ótimo Morgan Freeman. Ele passa, inclusive, a ser cogitado para se tornar o chefe do departamento em que trabalha, mas isso fica em modo de espera. Banning passa por uma situação complicada, pois ele está passando por problemas na vida pessoal. Está sofrendo de uma doença grave, mas esconde isso de todos, dos amigos, dos seus superiores e até mesmo de sua esposa. E sua vida vira de cabeça para baixo quando o presidente sofre um atentado terrorista com drones de alta tecnologia. Depois que vários agentes morrem e o presidente entra em coma, ele passa a ser o principal suspeito, pois sobreviveu sem grandes danos físicos. O FBI também descobre que ele recebeu 10 milhões de dólares em sua conta. O cerco se fecha sobre ele. Assim, fica numa situação limite. Precisando, ao mesmo tempo, salvar sua vida, provar sua inocência e manter protegido o presidente, pois ele é alvo de inimigos internos. 

Esse é um filme de ação a se recomentar. No começo, pensei que seria apenas mais um filme genérico nesse estilo, mas, para minha surpresa, me enganei. O filme tem bom roteiro e ótimas cenas de ação. Existe toda uma conspiração sendo traçada dentro dos prédios da burocracia de Washington. O presidente é, obviamente, o alvo principal. Tudo resultando em um filme coeso e bem realizado, bem-produzido, com ótimas cenas nas quais se destaca o ataque dos drones sobre uma enseada. E o tiroteio final com opositores armados com rifles de alta potência fecha muito bem o filme. Um thriller eficiente que realmente não vai decepcionar quem aprecia esse gênero cinematográfico.

Invasão ao Serviço Secreto (Angel Has Fallen, Estados Unidos, 2019) Direção: Ric Roman Waugh / Roteiro: Ric Roman Waugh / Elenco: Gerard Butler, Morgan Freeman, Frederick Schmidt, Danny Huston, / Sinopse: Após um grave atentado terrorista, um veterano agente do serviço secreto, responsável pela segurança do presidente, precisa provar sua Inocência. Ao mesmo tempo em que investiga uma grande conspiração dentro do próprio governo.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022

Os Imperdoáveis

Título no Brasil: Os Imperdoáveis
Título Original: Unforgiven
Ano de Produção: 1992
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Clint Eastwood
Roteiro: David Webb Peoples
Elenco: Clint Eastwood, Gene Hackman, Morgan Freeman, Richard Harris, Jaimz Woolvett, Saul Rubinek

Sinopse:
Velho pistoleiro aposentado é contratado para um último e decisivo serviço. Vencedor dos Oscars de Melhor Filme, Edição, Direção, Ator Coadjuvante (Gene Hackman), com indicações aos Oscars de Melhor Ator (Clint Eastwood), Direção de Arte, Fotografia, Som e Roteiro Original. Vencedor do Globo de Ouro nas categorias de Melhor Direção e Melhor Ator Coadjuvante (Gene Hackman).

Comentários:
A história de "Os Imperdoáveis" (The Unforgiven -1992) é ambientada em 1880 na belíssima região do Wyoming e discorre sobre a vida de William Munny (Clint Eastwood) um ex-pistoleiro que carrega em seu macabro currículo, assassinatos de mulheres e crianças. Depois de casar-se com o seu grande amor, Claudia, Munny resolve regenerar-se: abandona a vida pistoleiro, a bebida e decide levar uma vida correta cuidando de esposa e filhos. No entanto sua esposa depois de contrair uma grave doença, não resiste e morre. Sozinho, um misantropo Munny segue sua vida de amargura, cuidando de suas terras, de seus porcos e de seus dois filhos. Tempos depois, Munny é surpreendido em sua própria fazenda pela visita de um jovem e inexperiente pistoleiro, Schofield Kid (Jaimz Woolvett). Kid, conhecendo a fama e o passado de Munny, tenta convencê-lo a partir junto com ele atrás de uma recompensa de mil dólares em troca da eliminação de dois vaqueiros que retalharam, de forma covarde, o rosto da prostituta Delilah Fitzgerald (Anna Levine) na pequena cidade de Big Whiskey. No início Munny resiste à proposta, mas seus graves problemas financeiros fazem com que o velho e amargurado pistoleiro mude de idéia. Mais velho e destreinado, Munny, depois de um pequeno treino de tiro ao alvo, descobre que não é mais aquele pistoleiro de outrora.

Com uma trêmula e péssima pontaria além de uma enorme dificuldade para subir em seu próprio cavalo, o pistoleiro, inseguro, resolve dividir a recompensa por três e convoca seu velho companheiro para ajudá-lo nessa caçada humana: Ned Logan (Morgan Freeman). No princípio, Logan, enfrentando a reprovação de sua mulher, também pensa em rejeitar a proposta, mas, precisando do dinheiro alia-se à Munny e Kid e juntos partem para a pequena Big Whiskey em busca da tão sonhada recompensa que será paga pelas próprias prostitutas. Porém, a vida da dupla não será nada fácil, pois além de lutarem contra as suas próprias dificuldades, decorrente da idade e de uma vida de aposentados, os dois terão que aturar o jovem Schofield Kid, um guri falastrão e sem experiência alguma como pistoleiro. Além disso, a polpuda recompensa atrai outros candidatos a vingadores da prostituta como o janota e posudo Bob -"o inglês"- (Richard Harris). A partir daí a pequena Big Whiskey não será mais a mesma pois os candidatos à recompensa terão que enfrentar antes a ira do xerife Little Bill Daggett (Gene Hackman) um sujeito violento, covarde e impiedoso e que não admite ninguém armado em sua pequena cidade.

O longa - eleito como um dos cem maiores filmes de todos os tempos - não tem heróis ou bandidos e nem mesmo a bela mocinha a ser beijada e conquistada. Todos são um pouco de cada coisa e parecem viver no mesmo limbo, entre a desgraça e o mínimo de decência. A ambientação lúgubre e o colorido pálido das tomadas em planos mais fechados soma-se a uma atmosfera triste e desvanecida, aumentando assim a aura de melancolia e desesperança. O viés antipoético e antifilosófico do roteiro funciona para aumentar ainda mais a tensão avassaladora da vingança funesta e inevitável. Clint Eastwood é um gênio corrosivo e implacável; e foi justamente essa verve idiossincrática do diretor que construiu William Munny: um homem de alma ácida que vive os dias soterrado pelo seu próprio passado. Uma mortalha recortada e descarnada pelas dores da lembrança de dias gloriosos como pistoleiro que ficaram para trás e também pela perda trágica do amor de sua vida. O velho pistoleiro depois de alguns goles virará um monstro travestido de drama, dores, mistério e vingança e que inexoravelmente ficará frente a frente com o xerife Litlle Bill em um dos finais mais assombrosos e espetaculares da história dos filmes de faroeste. Depois de ser recusado por vários produtores durante vinte anos, o roteiro de "Os Imperdoáveis" (Unforgiven -1992), escrito magistralmente por David Webb Peoples, acabou caindo nas mãos do alquimista Clint Eastwood que resolveu bancar o filme, escolher o elenco e de quebra assinar a direção. Trata-se de um monumento à sétima arte. Vencedor de 4 Oscars (filme, diretor, edição e ator coadjuvante para Gene Hackman) o longa é uma obra-prima do cinema e um show de interpretações magistrais - não só de Eastwood, mas também dos excepcionais Gene Hackman, Morgan Freeman e do grande e saudoso irlandês, Richard Harris.

Telmo Vilela Jr.

domingo, 26 de dezembro de 2021

Sob Suspeita

Um rico advogado chamado Henry Hearst (Gene Hackman) e sua bela esposa Chantal Hearst (Monica Bellucci) acabam sendo acusados de um crime envolvendo a morte de uma criança, uma menina de 12 anos encontrada morta na ilha de San Juan, em Porto Rico. O casal estaria ali para participar de uma arrecadação de fundos para os desabrigados de um furacão que teria devastada a ilha do Caribe. Só que agora eles se encontram em uma situação extremamente delicada. Afinal teriam mesmo algo a ver com o crime? Ou tudo seria uma grande cilada armada por inimigos do advogado nos Estados Unidos? Morgan Freeman interpreta o policial Victor Benezet, que se torna o responsável pelas investigações do assassinato.

Um bom filme, valorizado (isso fica claro pela simples leitura da ficha técnica da produção) pelo ótimo elenco. O trio central é realmente acima da média. Gene Hackman (hoje em dia, aposentado) é um dos destaques porque seu personagem fica sempre no fio da navalha, levando o espectador a ora acreditar em sua inocência, ora pender para o lado daqueles que o acusam do crime. Morgan Freeman dispensa maiores comentários, pois sempre foi ótimo e Monica Bellucci está belíssima no filme, naquele ano em seu auge de beleza. Assim fica a dica desse bom thriller policial, com uma trama bem bolada que só se desvenda na última cena.

Sob Suspeita (Under Suspicion, Estados Unidos, 2000) Direção: Stephen Hopkins / Roteiro: Claude Miller, baseado no livro de John Wainwright / Elenco: Morgan Freeman, Gene Hackman, Monica Bellucci, Thomas Jane / Sinopse: Um advogado americano é acusado de um crime violento e bárbaro envolvendo uma criança. Seria inocente ou culpado das graves acusações?

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 22 de outubro de 2021

Os Imperdoáveis

Esse filme é até hoje considerado o último grande western da carreira do ator e diretor Clint Eastwood. Praticamente um adeus ao gênero que o consagrou no passado. O roteiro se baseia bastante na figura do lendário pistoleiro. O tempo passa, ele decide largar o mundo do crime e se estabelece ao lado de esposa e filhos em um rancho. Só que a vida para Bill Munny (Clint Eastwood) parece sempre ter uma surpresa desagradável na curva do destino. Sua esposa falece e ele fica em sérias dificuldades financeiras. Uma oportunidade surge no horizonte, uma recompensa para caçar dois cowboys que desfiguraram uma prostituta. No começo ele fica receoso ao voltar para a velha vida, mas as circunstâncias o colocam contra a parede.

E assim o velho pistoleiro, que inclusive já perdeu a mira pelos efeitos do tempo, parte em busca da recompensa. Não vai ser fácil. Ao lado dele também parte um jovem pistoleiro, sem experiência, que fala demais. Para amenizar um pouco a situação Munny recruta um velho parceiro, interpretado pelo excelente ator Morgan Freeman. E assim eles partem para uma jornada que não sabem seu desfecho. Esse retorno de Clint Eastwood ao velho oeste foi saudado e aclamado por público e crítica. A Academia também premiou o filme merecidamente. Para alguns é uma obra-prima do estilo. De fato é inegável que "Os Imperdoáveis" se encontra na galeria dos grandes filmes de faroeste já produzidos.

Os Imperdoáveis (Unforgiven, Estados Unidos, 1992) Direção: Clint Eastwood / Roteiro: David Webb Peoples / Elenco: Clint Eastwood, Gene Hackman, Morgan Freeman / Sinopse: Um velho pistoleiro, há muito fora de ação, precisa retornar ao velho estilo de vida para ir em busca de uma recompensa. Ele precisa caçar dois homens fugitivos, mas logo percebe que as coisas não serão tão facéis como era antigamente. Filme premiado no Oscar nas categorias de melhor filme, melhor ator coadjuvante (Gene Hackman), melhor direção (Clint Eastwood) e melhor edição (Joel Cox).

Pablo Aluísio.

sábado, 21 de agosto de 2021

Os Amores de Moll Flanders

Título no Brasil: Os Amores de Moll Flanders
Título Original: Moll Flanders
Ano de Produção: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Pen Densham
Roteiro: Daniel Defoe, Pen Densham
Elenco: Robin Wright, Morgan Freeman, Stockard Channing, John Lynch, Brenda Fricker, Geraldine James

Sinopse:
Drama de época que mostra a vida de Moll Flanders (Robin Wright), uma jovem que vai do céu ao inferno em sua breve vida. Criada em um convento, ela ao atingir a idade adulta, precisa começar a viver sua vida, por conta própria, o que a leva um crescimento como mulher, baseada nas experiências de sua vida.

Comentários:
O romance "Os Amores de Moll Flanders" foi publicado pela primeira vez em 1722 na Inglaterra. O autor Daniel Defoe era um escritor especialista nesse tipo de drama romântico, com muitas reviravoltas e situações limites para suas protagonistas que eram ao mesmo tempo heroínas e admiráveis para as moças da época. Em uma sociedade com castas sociais bem definidas, o escritor gostava de colocar jovens de classes sociais inferiores no meio da aristocracia, quase sempre retratada como imoral e corrupta. A pobre jovem sempre tinha as maiores virtudes. Era uma fórmula velha na literatura, mas que quase sempre dava certo (aliás ainda hoje dá certo, é bom frisar). No elenco temos um plantel muito bom de talentosos atrizes e atores. Robin Wright interpreta a protagonista e realmente dá show. Ela sempre foi muito talentosa. Pena que nunca se tornou uma estrela. De qualquer maneira ao seu lado também brilha o sempre elegante Morgan Freeman. Em finos trajes de um figurino de época ele quase rouba o show de Wright. Só não o faz porque a personagem de Moll Flanders domina mesmo, da primeira à última cena. Se não fosse isso o filme seria de Freeman. Assim deixo a dica desse bom romance cinematográfico. Um retrato de uma época que já não existe mais.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 12 de agosto de 2021

O Golpe

Filme bem legal. O roteiro é do tipo que vai construindo um plano envolvendo os principais personagens na elaboração de um golpe que vai render a eles algo em torno de 200 mil dólares. E a história toda envolvendo esse trambique é das mais bem boladas. Além da boa trama o elenco traz alguns destaques interessantes. É certo que uma figura como Owen Wilson em um filme como esse não seria uma surpresa para quem gosta de cinema. Ele está bem no tipo de filme que costuma fazer. A novidade mesmo, que despertou a atenção do público, veio nos dois coadjuvantes que o cercam. São atores de prestígio que para falar bem a verdade, sendo bem sincero, nem deveriam fazer parte de um filme tão despretensioso como esse. Uma surpresa e tanto.

Você esperaria mesmo ver Morgan Freeman e Gary Sinise em um filme como "O Golpe"? Certamente não! Eles são de outro estilo, de outro escalão. Comédias espertinhas não são nada comuns em sua filmografia. De qualquer forma esses atores dramáticos parecem se divertir muito, em especial Morgan Freeman. Ele parece estar naquela fase em que se olha para o passado, vê os filmes que fez, como se tudo já tivesse sido feito de bom e agora prefere mais se divertir do que se levar muito à sério. Por isso a cena dele tomando um drink caribenho na praia não poderia resumir melhor sua presença por aqui. E para completar o clima de festa na praia o filme ainda tem "A Little Less Conversation" de Elvis Presley, versão remix, na trilha sonora. Pronto, com isso o cardápio ficou completo.

O Golpe
(The Big Bounce, Estados Unidos, 2004) Direção: George Armitage / Roteiro: Sebastian Gutierrez, baseado no livro de Elmore Leonard / Elenco: Owen Wilson, Morgan Freeman, Gary Sinise, Sara Foster / Sinopse: Um pequeno vigarista e a amante empreendedora e perversa de um incorporador imobiliário havaiano se unem para ganhar uma pequena fortuna com um golpe.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 7 de junho de 2021

A Fogueira das Vaidades

Título no Brasil: A Fogueira das Vaidades
Título Original: The Bonfire of the Vanities
Ano de Produção: 1990
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Brian De Palma
Roteiro: Michael Cristofer
Elenco: Tom Hanks, Bruce Willis, Melanie Griffith, Morgan Freeman, Kim Cattrall, Kevin Dunn

Sinopse:
Baseado no livro escrito por Tom Wolfe, o filme "A Fogueira das Vaidades" conta a história de um choque violento de classes sociais. Depois que sua amante atropela um jovem adolescente negro, um figurão de Wall Street vê sua vida se desfazer sob os holofotes da imprensa sensacionalista

Comentários:
Tinha tudo para ser um grande filme, um grande sucesso. Elenco recheado de astros e estrelas de Hollywood, um bom diretor e um livro de sucesso como base do roteiro. Só que ao invés disso "A Fogueira das Vaidades" se tornou um dos grandes fracassos do cinema americano nos anos 90. O que deu errado? Acredito que o problema principal veio do roteiro mal escrito. Perceba que a fina ironia do texto original escrito pelo autor Tom Wolfe simplesmente se perdeu nessa adaptação. Tudo ficou truncado, resultando em um filme realmente ruim de se assistir. Além disso o elenco não pareceu se encaixar bem, nem mesmo Tom Hanks parece bem. Inclusive considero esse seu pior filme. E assim o que era para ser um sucesso, uma obra-prima, afundou de forma absoluta. Pena que um livro tão interessante tenha resultado em um filme tão fraco. E o pior de tudo é que como o filme foi malhado pela crítica e o público não se interessou em assistir, provavelmente não haverá uma tentativa de adaptação do livro mais uma vez para o cinema. Bom material que se perdeu de forma definitiva na sétima arte.

Pablo Aluísio.

sábado, 8 de maio de 2021

A Força da Inocência

Filho de Martin Sheen e irmão de Charlie Sheen, o ator Emilio Estevez tem uma filmografia por demais interessante. Agora curiosamente seus melhores filmes e os mais lembrados foram os que ele atuou quando ainda era bem jovem. Aqui temos mais um de seus dramas juvenis. A história é baseada em obra da escritora S.E. Hinton; Ora, se você viveu os anos 80 meu caro e gostava de cinema na época, certamente ouviu muito seu nome nas revistas e publicações de sétima arte. Alguns clássicos desse tempo foram produzidos, tomando como base justamente os livros dessa autora. Basta lembrar de filmes como "Vidas sem Rumo", "O Selvagem da Motocicleta" e "Tex - Um Retrato da Juventude". Todos esses filmes são pequenos clássicos cinematográficos desse período.

Pois bem, em "A Força da Inocência" temos novamente uma bela história para contar. O filme conta a história da amizade de dois jovens nos anos 80. Eles sempre foram muito próximos, mas conforme o tempo vai passando e eles vão ficando com mais idade, percebe-se ali uma diferença de mentalidade entre eles. Um se torna mais responsável e ciente dos desafios da vida. O outro continua inconsequente, agindo como um adolescente sem juízo. Emilio Estevez está ótimo em seu papel, muito adequado. Um filme realmente muito bom, que não envelheceu, pois seu tema é atemporal.

A Força da Inocência (That Was Then... This Is Now, Estados Unidos, 1985) Direção: Christopher Cain / Roteiro:  Emilio Estevez, baseado na obra de S.E. Hinton / Elenco: Emilio Estevez, Craig Sheffer, Morgan Freeman, Larry B. Scott / Sinopse: Dois jovens começam a sentir a pressão da vida adulta. Enquanto um amadurece rapidamente, o outro continua tentando levar uma vida inconsequente e sem responsabilidades.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 15 de abril de 2021

Menina de Ouro

Um ano após Charlize Theron ganhar seu Oscar de melhor atriz por "Monster" chegou a vez de Hilary Swank levantar a estatueta por esse drama "Menina de Ouro". Certamente estamos aqui na presença de um dos mais controvertidos filmes de Clint Eastwood. A trama em si e seu desenrolar não foge muito do que estamos acostumados a ver em filmes sobre boxe. A diferença central surge na conclusão do filme que deixou muitas pessoas aborrecidas pelo clímax nada feliz. Certamente "Menina de Ouro" não é uma produção de fácil digestão. Há muito que Clint Eastwood abandonou as soluções fáceis e os epílogos rotineiros. Aqui ele ousou contar uma estória nada edificante, daquelas que os espectadores saem do cinema com a alma lavada. Na verdade o público levou mesmo foi um choque de realidade cruel no desfecho do enredo. A trama para quem ainda não conhece é a seguinte: Frankie Dunn (Clint Eastwood) é um treinador veterano que aceita treinar a jovem Maggie Fitzgerald (Hilary Swank). Ela está disposta a tudo para se tornar uma lutadora de boxe profissional. Frankie, após muita insistência por parte da atleta, resolve acreditar em seu potencial. Ao lado do treinamento também acaba surgindo uma bela amizade entre ambos. Há muito que o velho treinador não vê sua filha. Extremamente fechado no modo de ser, é complicado para ele manter um bom relacionamento com sua própria filha. Assim sua aproximação com Maggie acaba criando um reflexo do tipo de envolvimento que gostaria de ter com sua distante família.

O elenco de apoio é excelente. Morgan Freeman está em cena, com toda aquela dignidade que lhe é peculiar. Hilary Swank também está muito bem mas sua atuação seria mesmo digna de um Oscar? Há uma velha máxima dentro da Academia que diz que todo ator que interprete qualquer personagem com problemas físicos ou mentais tem grande chance na disputa pelo Oscar. Não entrarei em maiores detalhes sobre o destino da personagem de Hilary Swank para não estragar o final de quem ainda não assistiu "Menina de Ouro", mas fica claro que seu papel caiu como uma luva nessa definição. Hilary Swank defende seu trabalho com unhas e dentes mas devo confessar que naquele ano minha favorita era mesmo Catalina Sandino Moreno por "Maria Cheia de Graça", um filme socialmente muito relevante, tocando em um assunto importante. Infelizmente a premiação do Oscar tem muita política envolvida e dessa forma uma atriz latina jamais tiraria o Oscar de Hilary, ainda mais porque "Menina de Ouro" acabou vencendo todos os prêmios importantes da Academia naquele ano. Em suma, temos aqui um filme corajoso realmente, com temática instigante e final surpreendente. Provavelmente muita gente vá torcer o nariz para a ética (ou falta dela) na conclusão do filme mas mesmo assim essa obra é um ótimo representante daquele tipo de produção que nos mostra que nem todos os finais são felizes.

Menina de Ouro  (Million Dollar Baby, Estados Unidos, 2004) Direção: Clint Eastwood / Roteiro: Paul Haggis / Elenco: Clint Eastwood, Hilary Swank, Morgan Freeman, Jay Baruchel, Mike Colter, Lucia Rijker / Sinopse: Jovem garota é aceita por veterano treinador de boxe. Seu sonho é se tornar uma lutadora profissional do esporte. Seu caminho até lá porém não será feito de flores. Filme vencedor dos Oscars de Melhor Filme, Direção, Melhor Atriz (Hilary Swank) e Ator Coadjuvante (Morgan Freeman).

Pablo Aluísio. 

sexta-feira, 2 de abril de 2021

O 5º Passo

Título no Brasil: O 5º Passo
Título Original: Levity
Ano de Produção: 2003
País: Estados Unidos, França
Estúdio: Sony Pictures Classics
Direção: Ed Solomon
Roteiro: Ed Solomon
Elenco: Billy Bob Thornton, Holly Hunter, Morgan Freeman, Kirsten Dunst, Manuel Aranguiz. Geoffrey Wigdor

Sinopse:
Depois de duas décadas na prisão, após ser condenado por assassinato em um assalto, Manuel Jordan (Billy Bob Thornton) é libertado em liberdade condicional e retorna à sua cidade natal em busca de redenção. Será que há um lugar para ele nessa retomada de vida? Filme premiado pelo Sundance Film Festival.

Comentários:
Muito bom esse drama que enfoca a vida de um ex-priosioneiro que ganha a liberdade. Ele ficou mais de vinte anos atrás das grades em uma penitenciária de segurança máxima. Quando as portas do presídio se abrem para ele, surge a dúvida: O que fazer da vida a partir de agora? A maioria das pessoas que ele conhecia antes de ser preso se foram, não restaram muitos contatos, o mundo mudou, é uma outra realidade. Será que haveria lugar nessa nova realidade? No mundo em que vivemos essa é uma situação bastante comum, principalmente para quem conhece o sistema prisional. Uma das coisas mais complicadas que podem existir na vida de uma pessoa condenada é reerguer a própria vida. Billy Bob Thornton nunca esteve tão bem como nesse filme. Com longos cabelos grisalhos seu personagem tenta manter a calma diante da situação. Ele até ensaia um relacionamento com uma mulher que conhece, interpretada com muito carisma pela ótima Holly Hunter. Porém será que isso tudo vai dar certo ou é apenas a calmaria antes da tempestade? Assista ao filme para descobrir.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 19 de junho de 2020

Tempo de Glória

A guerra civil americana foi uma das mais devastadoras da história daquele país. Mais americanos morreram nessa guerra do que na I e na II Guerra Mundial juntas. Como se cantava numa famosa canção da época,aquele era um conflito onde irmão matava irmão, sem perdão. “Tempo de Glória” é um dos melhores filmes que retrataram aquele momento histórico. Como se sabe, um dos motivos que levaram o Sul a se rebelar contra a federação americana foi a abolição da escravidão. Naquela época os Estados Unidos estavam divididos não apenas politicamente, mas ideologicamente também. Havia o norte urbano e industrial, baseado na mão de obra operária livre e o sul rural, atrasado, dependente das extensas plantações de algodão, onde imperava a mão de obra escrava negra. Quando a abolição da escravidão foi proclamada, o sul procurou romper com a federação para a formação de estados independentes, confederados, que tivessem a liberdade de continuar ou não unidos de acordo com seus interesses políticos. Com a recusa do norte em aceitar essa situação, a guerra explodiu. “Tempo de Glória” se passa durante a Guerra Civil e mostra um dos primeiros batalhões formados exclusivamente por soldados negros, comandados por oficiais brancos. É a história daqueles que lutavam não apenas pela União, mas também por sua própria liberdade. É um filme historicamente bastante correto e humano que merece ser revisto sempre que possível. Além disso traz uma história real que merece ser conhecida pelas novas gerações.

O elenco é surpreendentemente excepcional. Matthew Broderick abandona seus personagens adolescentes em comédias juvenis (como "Curtindo a vida adoidado") para viver o primeiro grande papel adulto de sua carreira. Aqui ele interpreta o Coronel Robert Gould Shaw, o comandante do primeiro regimento formado por homens negros na Guerra da Secessão. O curioso em sua personalidade é que Shaw se sente bastante confuso com a incumbência de liderar os negros, sem se definir se isso era uma grande honra ou um tipo de punição por algo que tenha desagradado seus superiores. Porém conforme a guerra avança, ele vai descobrindo o real valor de todos aqueles homens que eram tão bravos quanto os melhores soldados brancos. Percebe-se nitidamente sua luta interna contra seus próprios preconceitos. E o fato dele superar isso e crescer como ser humano é um dos grandes méritos desse roteiro.

Outro destaque de peso do elenco é a presença do sempre competente e talentoso Denzel Washington. Esse faz parte daquele seleto grupo de atores que conseguem passar uma dignidade acima da média. Basta adentrar o set para percebermos que ali está um homem de valor, acima de tudo. É isso é basicamente o que seu personagem pede dentro do roteiro. Seu trabalho foi devidamente reconhecido e ele foi premiado com o Oscar de melhor ator coadjuvante. Morgan Freeman é outro ator excepcional em cena. Só o fato de termos esses dois grandes talentos já justificaria a importância do filme em si. Dois grandes profissionais da arte de representar. No final a conclusão que chegamos sobre tudo o que aconteceu durante a Guerra Civil americana é a de que não se pode parar os progressos da humanidade. A roda da história gira para frente e esse movimento não pode ser detido. A escravidão era um absurdo dentro daquele momento histórico em que os Estados Unidos viviam e qualquer um que a defendesse seria derrotado. “Tempo de Glória” mostra esse aspecto excepcionalmente bem. Um filme histórico que entretém e ensina ao mesmo tempo. Simplesmente obrigatório a todos que queiram entender os mecanismos e os preconceitos de todos aqueles homens que lutaram dentro daquela terrível guerra.

Tempo de Glória (Glory, Estados Unidos, 1989) Direção: Edward Zwick / Roteiro: Marshall Herskovitz, Kevin Jarre / Elenco: Matthew Broderick, Denzel Washington, Morgan Freeman, Cary Elwes, Cliff De Young, Jane Alexander./ Sinopse: "Tempo de Glória" conta a história real do 54º Regimento de Massachusets, o primeiro batalhão do exército americano formado apenas por soldados negros. Sob o comando do Coronel Robert Gould Shaw (Matthew Broderick) o regimento lutou na Guerra Civil americana. Filme premiado com o Oscar nas categorias de Melhor Ator Coadjuvante (Denzel Washington), Melhor Direção de Fotografia (Freddie Francis) e Melhos Som (Donald O. Mitchell, Gregg Rudloff).

Pablo Aluísio. 

domingo, 13 de outubro de 2019

Jogo Entre Ladrões

Mais um filme sobre roubo de joias. Esse é um nicho ainda bem popular no cinema. Aqui dois ladrões profissionais interpretados por Morgan Freeman e Antonio Banderas, resolvem unir forças para roubar as milionárias joias que um dia pertenceram à dinastia Romanov da Rússia. O principal alvo vai para os famosos ovos Fabergé, maravilhosas peças cravejadas dos mais caros e finos diamantes. Cada uma valendo algo em torno de 20 milhões de dólares. O problema passa a ser colocar as mãos nessas peças, uma vez que elas ficam em um cofre com os mais modernos e rígidos esquemas de segurança. Para piorar a máfia russa entra na jogada e começa a chantagear os dois ladrões, pois caso eles não consigam roubar os ovos, a bela namorada de Banderas no filme será executada. 

Bom, considerei um filme bem na média. É uma fita rápida, com pouco mais de 90 minutos de duração. Não se perde muito tempo tentando desenvolver os personagens principais. Tudo é posto com uma relativa pressa em meu ponto de vista. Há uma ou outra cena mais sensual entre Banderas e a linda atriz australiana  Radha Mitchell (uma tremenda gata!) com cenas moderadas de nudez e sexo, mas fora disso tudo se concentra mesmo nos preparativos do roubo e na execução final dos planos. Nessas cenas do roubo propriamente dito é que está o calcanhar de Aquiles desse filme pois não vi nada de muito original ou criativo. Fica na média mesmo, mais do mesmo. Teria sido interessante ao roteiro desenvolver melhor a história das joias, como elas foram feitas, etc, mas como já escrevi o filme foi feito mesmo para ser algo rápido, sem delongas. No geral é apenas mediano. Uma dessas produções de roubos mirabolantes que apenas cumpre tabela, sendo de rotina. Nada espetacular ou memorável. Dá para assistir... e é só!

Jogo Entre Ladrões (Thick as Thieves, Estados Unidos, 2009) Direção: Mimi Leder / Roteiro: Ted Humphrey / Elenco: Morgan Freeman, Antonio Banderas, Radha Mitchell, Robert Forster, Rade Serbedzija / Sinopse: Dois ladrões profissionais unem forças para roubar as joias da dinastia Romanov, peças históricas e de grande valor no mercado negro. O problema vai ser superar o mais moderno sistema de segurança do cofre onde elas se encontram.

Pablo Aluísio.

domingo, 22 de setembro de 2019

Invasão a Londres

Todos os principais líderes do mundo livre se reúnem em Londres para o funeral do primeiro-ministro britânico. Obviamente isso seria um prato cheio para terroristas, o momento ideal para matar vários deles em um só lugar, ao mesmo tempo. O filme assim se desenvolve nessa linha. Terroristas por todos os lados, dominando Londres, enquanto apenas um agente, Mike Banning (Gerard Butler), tenta manter o presidente dos Estados Unidos vivo. Esse é interpretado pelo ator Aaron Eckhart. O filme é bem produzido (a produção inclusive ficou a cargo do próprio Gerard Butler) e tem realmente cenas de ação muito bem feitas.

O problema é que o roteiro é vazio demais. Não que um filme como esse, de pura ação, precisasse ter um roteiro complexo demais, nada disso, porém criar uma estória minimamente bem bolada seria o mínimo a se esperar. Assim sobram bombas e tiros e falta lógica em tudo o que acontece. O grande ator do elenco é Morgan Freeman, mas ele tem pouco a fazer em cena. Ele interpreta o vice-presidente dos Estados Unidos, que fica na torcida para que tudo dê certo. Seu papel consegue ser mais raso do que o próprio filme em si e isso é definitivamente uma péssima notícia. Enfim, "Invasão a Londres" seria muito melhor nas mãos de roteiristas mais talentosos. Do jeito que ficou faltou suspense, veracidade e um enredo melhor.

Invasão a Londres (London Has Fallen, Estados Unidos, 2016) Estúdio: Millennium Films / Direção: Babak Najafi / Roteiro: Creighton Rothenberger, Katrin BenediktElenco: Gerard Butler, Aaron Eckhart, Morgan Freeman, Michael Wildman, Alon Aboutboul, Waleed Zuaiter / Sinopse: Durante o funeral do primeiro-ministro da Inglaterra uma série de atentados terroristas começam a acontecer em Londres, colocando em risco a segurança dos principais líderes mundiais.

Pablo Aluísio.

domingo, 11 de agosto de 2019

Os Últimos Cavaleiros

Título no Brasil: Os Últimos Cavaleiros
Título Original: Last Knighs
Ano de Produção: 2015
País: Inglaterra
Estúdio: Lionsgate Pictures
Direção: Kazuaki Kiriya
Roteiro: Michael Konyves, Dove Sussman
Elenco: Clive Owen, Morgan Freeman, Aksel Hennie, Cliff Curtis, Giorgio Caputo, James Babson
  
Sinopse:
Inglaterra, Idade Média. Sir Amistal Raiden (Clive Owen) é um cavaleiro feudal que resolve partir em busca de vingança após seu senhor, o íntegro e honesto John Bartok (Morgan Freeman) ser morto por se recusar a pagar suborno a um importante e poderoso ministro da corte do Imperador. Dado como irrelevante e decadente, ele está disposto a tudo para honrar o nome de seu clã de cavaleiros guerreiros.

Comentários:
Na Europa medieval um rico senhor feudal, Lord Bartok (Morgan Freeman), é convocado para comparecer na corte, no gabinete do ministro Gezza Mott (Aksel Hennie). Ele é um membro corrupto do governo imperial e está atrás de puro suborno. O nobre Bartok porém se recusa a lhe dar uma grande fortuna em dinheiro, pois entende que isso corrompe os valores mais importantes da nação. Agindo assim acaba ganhando um inimigo poderoso, que estará disposto a tudo para colocar o seu clã Bartok em desgraça. O íntegro e honesto Lord só conta porém com a ajuda do comandante Raiden (Clive Owen), seu braço direito. A luta pela busca do poder será brutal. "Last Knights" (no Brasil, "Os Últimos Cavaleiros") é uma aventura medieval que foi lançada sem muito alarde em nossos cinemas. A proposta era realizar um filme à moda antiga, passada na era medieval, embora o roteiro nunca deixe claro em que exato período histórico se passe a estória. Isso é bem curioso e a direção de arte do filme, que usa elementos de culturas diferentes, parece confirmar a intenção de seus realizadores em não determinar em que momento na história se desenvolve todo o enredo. Em termos de elenco se destaca novamente Morgan Freeman. Sua participação porém dentro do roteiro é breve. Embora seja um dos personagens centrais do argumento ele logo deixa a cena, abrindo margem para a sede de vingança do personagem interpretado por Clive Owen. A produção é bem feita, embora não seja excepcional. Nos tempos atuais não há mais a construção de grandes cenários, sendo tudo criado em computador, em pura realidade virtual. Assim os grandes castelos e muralhas são apenas técnicas da mais pura computação gráfica. Algumas vezes funciona, mas devo confessar que em certos momentos tudo me pareceu pouco convincente. Não me passou veracidade. O roteiro também não traz maiores novidades, se concentrando na velha fórmula da vingança pessoal. Há uma quebra de ritmo na segunda metade do roteiro que poderá desagradar a algumas pessoas. De bom mesmo eu apontaria as boas cenas de lutas de espadas e uma ou outra bem realizada sequência de ação. "Last Knights" não chega a ser um grande filme, mas até que diverte bem, sem maiores pretensões.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

Lucy

Lucy (Scarlett Johansson) é uma garota normal que acaba ficando no lugar errado, na hora errada. Enganada pelo namorado, ela vira alvo de um grupo de traficantes coreanos que lhe transformam numa mula para levar uma nova droga em seu corpo até Paris. Ao chegar em seu destino acaba sendo agredida por criminosos o que faz com que a droga acabe vazando para dentro de seu organismo, causando efeitos inesperados em sua vida. A partir desse momento Lucy começa a desenvolver estranhos poderes mentais. O filme parte de uma premissa, uma teoria, que já não encontra mais sustentação no mundo da ciência, a de que todos os seres humanos só usam na verdade apenas 10% de sua capacidade cerebral. Ora, se o fundamento do roteiro é uma bobagem imagine o resto. O roteiro tenta misturar ficção new age com cenas de ação e o resultado não é dos melhores. Na verdade os poderes que a personagem Lucy ganha ao atingir praticamente 100% de sua capacidade mental não são empolgantes ou impressionantes.

O curioso é ver que ao chegar no suposto ápice de sua mente, tudo que Lucy faz é matar seus inimigos, correr na contramão de uma grande cidade com um carro em alta velocidade e se empenhar em uma caçada em busca da droga que lhe traz esses estranhos poderes - trocando em miúdos, com toda a inteligência do mundo, tudo o que ela consegue ser no final das contas é uma viciada criminosa. Que belo sinal de inteligência não é mesmo? Talvez o Besson esteja em alguma egotrip lisérgica para escrever algo assim. Os efeitos digitais são na média do que Hollywood vem produzindo e o roteiro é um amontoado de pseudociência de botequim, inclusive com direito a um final ao estilo "2001" mas obviamente sem um quinto da arte cinematográfica do gênio Kubrick. Em suma, você não precisa do uso de mais de 10% de sua capacidade mental para entender que esse filme é uma grande bobagem pretensiosa e nada mais.

Lucy (França, 2014) Estúdio: Canal+, EuropaCorp / Direção: Luc Besson / Roteiro: Luc Besson / Elenco: Scarlett Johansson, Morgan Freeman, Min-sik Choi / Sinopse: Jovem desenvolve estranhos poderes mentais após sofrer um acidente com drogas. Depois disso ela parte para a vingança contra todos aqueles que a prejudicaram no passado.

Pablo Aluísio. 

sábado, 2 de fevereiro de 2019

O Quebra-Nozes e os Quatro Reinos

Esse filme foi a aposta da Disney no final de ano. Custou 120 milhões de dólares e teve uma bilheteria decepcionante dentro dos Estados Unidos. Só recuperou o investimento por causa do mercado internacional, mas em nenhum momento conseguiu se tornar realmente um sucesso. De fato não era uma tarefa muito fácil adaptar o clássico "O Quebra-Nozes" para o cinema, em um roteiro que criou uma espécie de fábula, misturando elementos de contos de fadas e fantasia para o público infantil e juvenil. A produção, como era de se esperar, é realmente excelente. De encher os olhos do espectador. Os figurinos e cenários lembram a Rússia Czarista, inclusive no formato das torres dos grandes palácios.  Tudo classe A, do melhor bom gosto.

A estorinha é redondinha, de fácil entendimento para as crianças. Não faltam princesas, rainhas más, fadas, roupas extravagantes, etc. Nesses quesitos não haveria mesmo o que criticar. Penso que o público americano acabou não comprando a ideia do filme justamente por se basear em algo que não é tão familiar ou popular à cultura pop daquele país. Seria algo clássico demais para o público padrão. De qualquer forma a Disney, com sua reconhecida competência técnica, jamais colocaria no mercado um produto de má qualidade, muito pelo contrário. Talvez o problema dessa vez foi que foram, talvez, um pouco longe demais. E é justamente isso também o que explica as boas bilheterias na Europa. Por lá houve uma curiosidade natural do público em conferir a adaptação para o cinema desse que talvez seja um dos grandes exemplos da chamada alta arte no velho continente.

O elenco tem dois nomes de peso. Helen Mirren, com maquiagem e figurinos dos antigos palhaços medievais, começa como vilã, mas como o roteiro dá margem a reviravoltas descobrimos que ela não é tão malvada como se pensava.  Morgan Freeman é um coadjuvante de luxo, um velho relojoeiro, que sabe muitas coisas, se tornando uma espécie de sábio da corte. A protagonista Clara é interpretada pela atriz Mackenzie Foy que é bonitinha e simpática, mas sem grande carisma. No meio de uma produção tão opulenta ficaria mesmo complicado para a mocinha se destacar. Então é isso, temos aqui mais uma pomposa produção com o selo Disney. Pelos esforços envolvidos em sua produção merecia até mesmo maior reconhecimento por parte do público.

O Quebra-Nozes e os Quatro Reinos (The Nutcracker and the Four Realms, Estados Unidos, 2018) Direção: Lasse Hallström, Joe Johnston / Roteiro: Ashleigh Powell, E.T.A. Hoffmann, baseados no ballet criado por Marius Petipa / Elenco: Mackenzie Foy, Helen Mirren, Morgan Freeman, Keira Knightley, Ellie Bamber / Sinopse: Após a morte de sua mãe, a jovem Clara (Foy) vai parar em um mundo mágico. Ela está em busca de uma chave que vai abrir o presente que sua mãe lhe deixou no natal, só que essa chave é muito mais importante do que ela possa imaginar. Filme indicado ao Annie Awards.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 10 de julho de 2018

Truque de Mestre: O 2º Ato

Esse é o segundo filme dessa franquia. O primeiro deu muito certo nas bilheterias, então o estúdio resolveu repetir a dose. Pena que também repetiu todos os problemas do filme original. É a tal coisa, esse tipo de filme é bem o exemplo daquele caso de produção que poderia ser muito boa, mas que acaba abrindo concessões demais ao lado mais comercial, criando assim um produto muito juvenil, complicado de se levar à sério. Tecnicamente tudo é bem produzido, afinal o estúdio investiu bastante dinheiro, porém o roteiro derrapa várias vezes. Em termos de enredo tudo segue as pontas soltas deixadas no primeiro filme. Os tais cavaleiros se reúnem novamente e todos agora correm atrás de um chip que supostamente teria a capacidade de entrar em qualquer sistema de computação do mundo. Um poder cobiçado por todos.

A novidade vem no vilão, com a entrada em cena do eterno Harry Potter, o ator Daniel Radcliffe. Chamado de "nanico" durante uma das cenas, realmente não consegue desempenhar muito bem seu papel. É um tipo muito associado a personagens heroicos como o próprio Harry Potter. Tentar apertar um botão para virar um vilão malvado simplesmente não funciona muito. Nem o fato de usar uma barbicha o torna mais ameaçador. Está marcado mesmo por Potter e vai ser complicado superar isso. Do resto do elenco não se vê muitas novidades. Como quase sempre acontece com grandes astros, aqui os roteiristas decidiram também dar um jeito de amenizar o personagem de Morgan Freeman. Agora ele está ao lado dos mocinhos. Meio chato isso. No final das contas a sensação que tive ao terminar de assistir foi a mesma do filme de 2013. Poderia ser muito bom, mas não foi. O tema envolvendo mágicos sempre é legal, cativante, porém não numa pegada tão bobinha como a que vemos aqui.

Truque de Mestre: O 2º Ato (Now You See Me 2, Estados Unidos, França, 2016) Direção: Jon M. Chu / Roteiro: Ed Solomon / Elenco: Jesse Eisenberg, Mark Ruffalo, Woody Harrelson, Daniel Radcliffe, Morgan Freeman, Michael Caine, Dave Franco, Lizzy Caplan / Sinopse: Os cavaleiros mágicos se reúnem mais uma vez, agora para desmascarar um magnata do mundo da informática. Também precisam lidar com um novo vilão que surge para destrui-los de uma vez por todas. No centro da disputa um chip que dará acesso a todos os computadores ao redor do mundo. 

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 15 de março de 2018

Seven - Os Sete Crimes Capitais

Assisti "Seven" apenas uma vez, há mais de vinte anos, quando o filme chegou nas telas de cinema do Brasil. Claro que gostei bastante. O roteiro era muito bem escrito, uma bem bolada fita policial sobre um assassino em série que matava suas vítimas de acordo com os Sete Pecados Capitais. Os tiras que vão tentar resolver o caso formam uma dupla improvável. O mais velho deles, interpretado por Morgan Freeman, está às portas da aposentadoria. Ele tem apenas mais uma semana de trabalho. Seu novo parceiro é um jovem detetive, na pele de Brad Pitt, que chega para trabalhar ao lado do veterano. O primeiro crime é revelado quando eles encontram um homem absurdamente obeso, com o rosto afundando em um prato de macarrão. Ele teria sido morto por praticar o pecado da gula. A segunda vítima é um advogado, um sujeito que ganha a vida defendendo criminosos, estupradores e assassinos. Ganha a vida mentindo, para deixar nas ruas esses psicopatas, tudo por causa de dinheiro. Seria o pecado da ganância. Depois surge uma modelo, uma mulher extremamente bonita, mas vaidosa ao extremo, apaixonada por si mesma. Ela morre em uma cena de crime muito parecida com a morte de Marilyn Monroe, numa cama de lençóis brancos, segurando um telefone. O cerco vai se fechando e sobram apenas dois pecados: ira e inveja. Esses dois pecados capitais vão ser decisivos na cena final, quando os detetives entram em um jogo armado pelo serial killer. Um final realmente arrebatador - dependendo, é claro, do seu ponto de vista.

O diretor David Fincher criou uma espécie de filme noir moderno. As ruas são sujas, está sempre chovendo (com ecos de "Blade Runner") e tanto o assassino como suas vítimas vivem em ambientes decadentes, imundos. O personagem de Pitt é impulsivo, algumas vezes violento, e não pensa muito antes de agir. O extremo oposto de Freeman, sempre racional, tentando descobrir os próximos passos do assassino. É curioso essa diferença entre eles pois apesar de ser um clichê dos filmes de duplas policiais, até que funciona muito bem. Gwyneth Paltrow, que interpreta a esposa do tira de Brad Pitt, está no filme por motivos óbvios. Ela era namorada do astro galã na época, causando sensação nas revistas de fofocas. O estúdio então pensou que seria uma boa promoção colocá-la no elenco.

Por fim cabe ressaltar o papel de Kevin Spacey no filme. Ele é o vilão, o serial killer dos sete pecados capitais. Hoje em dia Spacey caiu em desgraça por causa das várias acusações de assédio sexual (inclusive contra menores de idade). Algo que provavelmente vai destruir sua carreira. Não deixa de ser uma grande pena porque ele sempre foi um grande ator, como bem demonstrado aqui nesse Se7en. Ele demora praticamente dois terços do filme para aparecer, mas quando finalmente surge na tela acaba roubando as atenções. A cena final, com eles no deserto, no meio daquelas grandes estações de energia, é um primor de ironia e humor negro (sem tentar ser engraçado, é bom frisar). No fim de tudo Morgan Freeman fala uma frase de Ernest Hemingway, que apesar dele próprio não acreditar muito nela, fecha com chave de ouro esse roteiro acima da média. Um grand finale, sem dúvida.

Seven: Os Sete Crimes Capitais (Se7en, Estados Unidos, 1995) Direção: David Fincher / Roteiro: Andrew Kevin Walker / Elenco: Morgan Freeman, Brad Pitt, Kevin Spacey, Gwyneth Paltrow / Sinopse: Dois policias tentam descobrir a identidade de um assassino em série que mata suas vítimas de acordo com os sete pecados capitais (gula, luxúria, avareza, ira, soberba, preguiça e inveja). Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Edição (Richard Francis-Bruce). Também indicado ao BAFTA Awards na categoria de Melhor Roteiro Original (Andrew Kevin Walker).

Pablo Aluísio.