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quinta-feira, 11 de janeiro de 2024

Êxodo: Deuses e Reis

Êxodo: Deuses e Reis
Mais uma versão para o cinema da história de Moisés e a saída do povo judeu do Egito Antigo. Ridley Scott fez o filme em homenagem ao irmão que havia se suicidado. Era uma mensagem sentimental, mas acabou que não agradou a quase ninguém. Religiosos torceram o nariz, pessoas que apenas queriam ver um bom épico antigo também não gostaram e a crítica, de maneira em geral, não avaliou bem ao filme. O que deu errado? Antes de qualquer coisa é bom deixar claro que é sim um filme bem produzido. Tem opções de direção de arte bem cuidadosas e acertadas. O elenco também faz o possível, mesmo que alguns atores não estejam muito bem adequados para seus personagens. Enfim, o filme não é, em minha opinião, o desastre todo que pintam por aí. 

O problema desse roteiro é conceitual. A história dos dez mandamentos, de Moisés e tudo o mais desse pacote todo, é de uma mitologia religiosa de fé. Não tem como fazer um filme racional desse enredo. O problema de Ridley Scott foi esse, ele quis fazer um filme racional. Não dá. O Exodus é um desbunde religioso, que pede mesmo exageros irracionais e pensamento mágico. Para funcionar tem que acreditar que tudo aconteceu mesmo, que o mar abriu e o resto todo. O Moisés é uma mistura de mago, profeta e líder messiânico. Não tem com contar essa história com o pé no chão da realidade, tem que afundar o pé na jaca da religião como fez Cecil B. De Mille no passado.

Essa coisa de tentar trazer explicações racionais para o que aconteceu na trama, simplesmente não cola. Não é documentário do canal Discovery ou do History. Não agrada ao fundamentalista religioso e nem ao espectador mais racionalista e progressista que não vai curtir também. Aliás acredito que esse tipo nem foi ao cinema ver ao filme. O simples tema já o deixou fora das salas. Quem não acredita, não vai ver filme de Moisés e Velho Testamento. É demais para eles. 

O fato é que os historiadores nunca acharam uma prova arqueológica da existência de Moisés e nem de uma multidão de judeus atravessando o deserto. Então academicamente o Êxodo é tratado como uma mitologia de fundação do povo de Israel e nada mais, inclusive reutilizando partes de mitologias de outros povos antigos, de mitos estrangeiros praticamente iguais ao de Moisés.

Então ou se mostra tudo sob o ponto de vista religioso ou não se faz filme nenhum, porque para a história, para a Academia, Moisés é meramente um personagem de literatura antiga. Nada mais do que isso. Ele nunca existiu de verdade! De qualquer forma, mesmo com esse erro de conceito, eu gostei do filme. Eu queria ver apenas bom cinema. Já sabia que não era um grande filme, mas esperei por algo ao menos digno de Ridley Scott. E nesse ponto tudo está bem OK. Poderia ser muito melhor, mas não deu. Só não adianta fazer filme de mitologia religiosa como algo racional, porque não vai dar certo, mas fora isso podemos tentar ver ao filme ao menos como mero entretenimento bem produzido. 

Êxodo: Deuses e Reis (Exodus: Gods and Kings, Estados Unidos, 2014) Direção: Ridley Scott / Roteiro: Adam Cooper, Bill Collage, Jeffrey Caine / Elenco: Christian Bale, Joel Edgerton, Ben Kingsley, Sigourney Weaver, John Turturro, Aaron Paul / Sinopse: Filme que entrou recentemente na grade de programação do Netflix contando a história de Moisés, os dez mandamentos e a saída do povo judeu escravizado das mãos do faraó Ramsés II. Baseado no Velho Testamento da Bíblia. 

Pablo Aluísio.

domingo, 15 de janeiro de 2023

O Pálido Olho Azul

Esse filme é um lançamento recente da Netflix e um dos mais assistidos dos últimos dias. Conta a história da morte de um jovem cadete, em uma academia militar tradicional. Seu corpo foi encontrado enforcado em uma árvore próxima onde estudava. Tudo é um mistério. Foi um suicídio ou ele foi assassinado? Assim, o diretor decide contratar um investigador para descobrir o que aconteceu. Interpretado pelo ator Christian Bale, esse detetive precisa descobrir os lances e as minúcias dessa morte misteriosa. Nesse processo, acaba sendo ajudado por um jovem cadete que iria se tornar um escritor famoso no futuro. Basta ouvir nome que você vai saber de quem estou falando. Nada mais, nada menos do que o gótico Edgar Allan Poe. E conforme as investigações vão se sucedendo, descobre-se que há algo a mais do que inicialmente poderia se supor. 

Gostei do filme de um modo em geral, mas tenho algumas críticas a fazer ao seu roteiro. Todos os elementos da narrativa estavam bem delimitados e tinha tudo para funcionar muito bem. Só que existe uma mania atual em certos roteiristas que me irrita muito! Sempre querem colocar um plot twist na história ou como se pode dizer, em nossa língua nativa, um tipo de reviravolta surpreendente. Isso é particularmente irritante quando você chega em uma determinada cena e pensa que o filme vai terminar, pois o mistério foi solucionado e não há mais nada de muito importante a se desenvolver. Então, lá vem o roteiro com mais uma reviravolta caprichosa, tentando unir todos as pontas da história. Nem tudo precisa ser explicado em minúcias. Na vida real também existe o acaso. Não precisa estar tudo interligado. Mesmo assim, com essa pequena ressalva do filme ter na realidade dois finais, eu ainda o recomendo. Com boa produção e uma história que mantém o interesse, esse é um dos filmes para se assistir nesse início de ano.

O Pálido Olho Azul (The Pale Blue Eye, Estados Unidos, 2022) Direção: Scott Cooper / Roteiro: Scott Cooper / Elenco: Christian Bale, Harry Melling, Simon McBurney / Sinopse: Academia Militar em West Point, Estados Unidos. Ano de 1830. Um detetive experiente é contratado para investigar a morte misteriosa de um jovem cadete. 

Pablo Aluísio.

domingo, 18 de setembro de 2022

Thor: Amor e Trovão

Um ser vivendo em um planeta deserto e hostil, vê sua filha morrer de fome e sede. Imediatamente afunda na mais profunda dor. Não consegue entender a situação. Por que o seu deus não o ajudou naquela hora de extrema aflição? Ao se deparar com a própria divindade materializada em sua frente, ele descobre que o seu deus é um ente arrogante, egocêntrico e que não está nem aí para a sorte daqueles que o adoram. De sua revolta, nasce uma vingança. Ele toma posse de uma espada especial que consegue matar divindades. E parte em busca da vingança contra esses seres celestiais. Será que Thor poderia deter essa matança desenfreada de deuses no universo? Esse é o novo filme do personagem da Marvel, Thor. Poderia ser um excelente filme, pois tem um vilão especial. O Carniceiro dos Deuses causou sensação nos quadrinhos. As edições em que apareceu foram muito bem criticadas pelos especialistas na nona arte. Só que tudo isso virou desperdício nas mãos desse diretor. Incrivelmente, ele quis fazer desse filme uma comédia boba, tola! 

É inacreditável, mas o filme tem um tom totalmente errado de comédia e humor. E também se divide em duas partes bem distintas, como se fosse um bolo de aniversário cortado ao meio. Nas cenas que se concentram no vilão Carniceiro dos Deuses, o ator Christian Bale está muito bem. Concentrado em seu papel e atuando seriamente. Já nas cenas do Thor, tudo o que se encontra é pura palhaçada. Incrível, mas o diretor transformou o Thor em um idiota completo. É inacreditável como um filme como esse conseguiu se tornar tão ruim, com tanto potencial para agradar aos fãs da Marvel! Esse Carniceiro dos Deuses é um ótimo vilão. Deveria ter sido melhor aproveitado. Ao invés disso, o diretor Taika Waititi encheu o filme de piadinhas sem graça. Chega a ser totalmente constrangedor. O resultado de tudo isso é um dos piores filmes desse ano.

Thor: Amor e Trovão (Thor: Love and Thunder, Estados Unidos, 2022) Direção: Taika Waititi / Roteiro: Taika Waititi / Elenco: Chris Hemsworth, Natalie Portman, Christian Bale, Russell Crowe, Idris Elba, Chris Pratt / Sinopse: A aposentadoria de Thor é interrompida por um assassino galáctico conhecido como Gorr, o Carniceiro dos Deuses, que busca a extinção dos deuses. Para combater a ameaça, Thor pede a ajuda da Rainha Valquíria, de Korg e sua ex-namorada Jane Foster, que – para surpresa de Thor – inexplicavelmente empunha seu martelo mágico, Mjolnir, como a Poderosa Thor. Juntos, eles embarcam em uma angustiante aventura cósmica para descobrir o mistério da vingança desse vilão para detê-lo antes que seja tarde demais.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 23 de junho de 2022

Tudo por Justiça

O filme conta a história de dois irmãos. O mais velho deles, interpretado pelo ator Christian Bale, é um operário de uma usina decadente em uma daquelas cidades industriais Americanas que estão em pleno declínio. O irmão mais jovem, interpretado pelo ator Casey Affleck, é um rapaz que serviu o exército americano durante a invasão do Iraque. Ao retornar para seu país, ele ficou desempregado e sem maiores perspectivas de um futuro melhor. Para ganhar dinheiro, acabou entrando para o submundo das lutas ilegais. Geralmente se associando a bandidos que manipulavam os resultados das lutas, onde tudo seria forjado. O seu grande erro acontece quando decide participar de uma dessas lutas em uma região montanhosa, onde vivem traficantes e criminosos da pior espécie. Ao entrar nesse meio, ele acaba cometendo o maior erro de sua vida.

Temos aqui um filme muito bom, um drama com toques de crueldade e violência. Basta dar uma olhada na ficha técnica do filme para entender qual é o grande atrativo dessa película. Estou me referindo ao elenco, composto basicamente de feras, só com excelentes atores atuando. Além de Christian Bale e Casey Affleck você tem ainda Forest Whitaker como um policial que tem problemas pessoais com um dos irmãos, mas que precisa de todo modo resolver um crime horrendo que ocorreu nas Montanhas. Willem Dafoe é o pequeno patife, o bandido de pequenos golpes que agencia lutadores para as brigas. Woody Harrelson rouba a cena completamente ao interpretar um vilão asqueroso em um nível odioso. Sua cena no drive-in, que também é a primeira cena do filme, já diz a que veio. Ele está impecável na pele desse caipira das Montanhas que nem pensa duas vezes antes de romper com as normas vigentes. Um escroque da pior laia, raça maldita. Enfim, um filme que me agradou bastante, recomendo.

Tudo por Justiça (Out of the Furnace, Estados Unidos, 2013) Direção: Scott Cooper / Roteiro: Brad Ingelsby, Scott Cooper / Elenco: Christian Bale, Casey Affleck, Woody Harrelson, Willem Dafoe, Forest Whitaker, Zoe Saldana / Sinopse: Após a morte de seu jovem irmão mais jovem,  um homem decide fazer justiça pelas próprias mãos.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 17 de março de 2022

O Novo Mundo

Título no Brasil: O Novo Mundo
Título Original: The New World
Ano de Produção: 2005
País: Estados Unidos
Estúdio: New Line Cinema
Direção: Terrence Malick
Roteiro: Terrence Malick
Elenco: Colin Farrell, Christopher Plummer, Christian Bale, August Schellenberg, Q'orianka Kilcher, Yorick van Wageningen

Sinopse:
Durante a era dos grandes descobrimentos um grupo de navegadores e colonizadores chega na costa leste de um novo continente descoberto, agora chamado de América. E nesse novo mundo eles descobrem uma nova vida, cheia de perigos, mas também de descobertas incríveis.

Comentários:
Eu gosto de definir Terrence Malick como um cineasta sensorial. Ele nunca está interessado apenas em contar uma história linear em seus filmes. Para o diretor tão ou mais importante do que isso é desvendar a alma humana, tentando trazer para a tela os sentimentos e as sensações de seus personagens. É justamente o que acontece aqui. O filme foi de certa forma vendido com o marketing errado. Muitos que nunca viram um filme de Terrence Malick pensaram que iriam assistir a um filme de aventura, com história passada nos tempos em que os primeiros europeus chegaram no novo continente recém descoberto. Nada disso. Embora realmente a história seja passada nesse período o que temos aqui é mais um filme de Terrence Malick seguindo sua linha tradicional de fazer cinema. No meu caso não poderia haver nada melhor!

Pablo Aluísio.

terça-feira, 7 de dezembro de 2021

Retratos de Uma Mulher

No século XIX a jovem americana Isabel Archer (Nicole Kidman) resolve ir para a Europa em busca de seus sonhos. Lá encontra o amor, mas acaba caindo em uma armadilha ao se casar com um homem desonesto, antiético e manipulador. A partir daí toda a sua vida praticamente desmorona. Excelente drama de época estrelada por uma ainda bastante jovem Nicole Kidman, na época procurando se firmar em filmes com mais conteúdo e densidade. Foi uma excelente escolha. O roteiro era baseado no texto do consagrado autor Henry James. Quem conhece sua obra sabe que James sempre explorou os porões da alma humana, muitas vezes dissecando o lado mais cruel e mesquinho de todos os seres humanos. A direção do filme ficou com a excelente cineasta Jane Campion, que naquele momento vivia uma ótima fase pois ainda desfrutava do sucesso de público e crítica de "O Piano".

O filme é bem refinado, tem muito estilo, é sofisticado e com uma finesse à toda prova. A produção é classe A, com ótima reconstituição de época e figurinos luxuosos. Realmente tudo muito bom. Arriscaria até mesmo a dizer que ele traz uma das cinco melhores interpretações da carreira de Kidman. Indicado para quem tem um gosto cinematográfico mais refinado do que o habitual. Tanto bom gosto lhe valeu indicações merecidas ao Oscar. Um filme que realmente vale a pena ser conhecido, ainda mais por quem não teve a oportunidade de assisti-lo nos anos 90. Um dos melhores da filmografia de Nicole Kidman.

Retratos de Uma Mulher (The Portrait of a Lady, Estados Unidos, Inglaterra, 1997) Direção: Jane Campion / Roteiro: Laura Jones, baseada no romance de Henry James / Elenco: Nicole Kidman, John Malkovich, Barbara Hershey, Mary-Louise Parker, Shelley Winters, Christian Bale, Viggo Mortensen, John Gielgud, Richard E. Grant / Sinopse: O filme mostra o drama de uma jovem mulher mergulhada em um casamento infeliz. Filme indicado nas categorias de Melhor Atriz Coadjuvante (Barbara Hershey) e Melhor Figurino (Janet Patterson). Vencedor do Venice Film Festival na categoria de Melhor Filme.

Pablo Aluísio.

domingo, 21 de novembro de 2021

Pocahontas

Depois do enorme sucesso de "O Rei Leão" todos ficaram na expectativa do que viria da Disney dali em diante. Afinal de contas aquele filme tinha sido certamente uma obra-prima dos animadores do estúdio. Por isso houve uma certa surpresa quando foi anunciado que a próxima animação a chegar nos cinemas seria "Pocahontas". Essa história (verídica) fez parte do período de colonização dos Estados Unidos e simbolizava a união entre os colonizadores europeus (encarnados na figura de John Smith, aqui dublado pelo astro Mel Gibson) e os povos nativos (personificados na jovem garota Pocahontas). Obviamente que tudo é muito fantasiado no longa já que na verdade histórica as coisas jamais se passaram da mesma forma. Os diretores Mike Gabriel e Eric Goldberg resolveram valorizar a beleza da natureza nessa animação, deixando um pouco de lado a força de história (algo que havia sido o grande trunfo de "O Rei Leão").

O resultado, apesar de ser tecnicamente perfeito, deixou um pouco a desejar. Provavelmente a grande expectativa criada em torno do filme que sucederia "O Rei Leão" nos cinemas tenha sido responsável por grande parte disso. A animação nunca chega a ser marcante e foi de certa forma destruída pela crítica que não deixou barato, sempre procurando comparar o filme com a verdade histórica, o que sempre achei um exagero. "Pocahontas" nunca se propôs a ser um tratado de história da colonização americana, mas apenas uma animação divertida e romântica. Nesse caso quem errou feio foram os críticos, sempre tão pedantes e arrogantes. Não captaram a essência do filme e nem suas reais intenções.

Pocahontas (Pocahontas, Estadps Unidos, 1995) Direção: Mike Gabriel, Eric Goldberg / Roteiro: Carl Binder, Susannah Grant e Philip LaZebnik / Elenco: Mel Gibson, Christian Bale, Linda Hunt / Sinopse: A história de amor de um colonzador e uma nativa chamada Pocahontas, nos primórdios da América. Filme vencedor do Oscar na categoria de Melhor Música Original ("Colors of the Wind" de Alan Menken e Stephen Schwartz). Também vencedor do Oscar na categoria de Melhor Trilha Sonora.  

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 17 de novembro de 2021

Adoráveis Mulheres

Não importa a época histórica, as mulheres sempre amadurecem emocionalmente muito mais cedo do que os homens. Faz parte da natureza humana. Enquanto os garotos ainda estão envolvidos em brincadeiras infantis, as meninas já começam a se interessar romanticamente por outros rapazes, estimulando muito cedo em suas vidas uma personalidade romântica e sensitiva, mesmo que muitas vezes isso surja apenas dentro da mente delas, de forma bem reservada e íntima. Uma prova disso temos aqui nesse "Little Women". O roteiro foi baseado em um clássico da literatura americana escrito pela autora Louisa May Alcott. O que trouxe longevidade para esse texto foi sua sensibilidade em captar parte do universo feminino para suas páginas. Embora muitos não percebam isso, o fato é que o mundo das mulheres, mesmo das adolescentes, é muito mais rico em nuances sentimentais do que se imagina. As jovens, mesmo em tenra idade, já estão prontas para o amor e as emoções que envolvem esse precioso sentimento humano. 

Além disso o coração da mulher sempre guarda pequenos e grandes mistérios em seu interior. Para explorar esse aspecto da vida delas a história mostra a vida de um grupo de irmãs em um tempo particularmente complicado da história americana, quando a nação ficou dividida pela guerra civil. É um filme feito para elas, especialmente realizado para o público feminino. Também é bastante indicado para você assistir ao lado da namorada pois o roteiro levanta questões interessantes que certamente darão origem a um bom bate papo depois da exibição. Afinal de contas nada é mais estimulante e prazeroso do que a companhia de mulheres inteligentes e cultas que saibam manter uma excelente conversação sobre artes em geral. Assim o filme servirá como estimulante para bons momentos ao lado da pessoa amada. 

Adoráveis Mulheres (Little Women, Estados Unidos, 1994) Direção: Gillian Armstrong / Roteiro: Robin Swicord, baseado na novela escrita por Louisa May Alcott / Elenco: Susan Sarandon, Winona Ryder, Kirsten Dunst, Claire Danes, Christian Bale, Eric Stoltz, Gabriel Byrne  / Sinopse: O filme mostra a história atemporal de um grupo de mulheres em busca da felicidade e do amor,  Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Atriz (Winona Ryder), Melhor Figurino e Melhor Música (Thomas Newman) 

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 13 de novembro de 2020

O Operário

Título no Brasil: O Operário
Título Original: The Machinist
Ano de Produção: 2004
País: Estados Unidos
Estúdio: Filmax Group
Direção: Brad Anderson
Roteiro: Scott Kosar
Elenco: Christian Bale, Jennifer Jason Leigh, Michael Ironside, Aitana Sánchez-Gijón, John Sharian, Anna Massey

Sinopse:
O operário Trevor Reznik (Christian Bale) começa a ter surtos psiquiátricos. Ele vê pessoas que não existem, começa a desenvolver uma mania de perseguição, espasmos de paranoia e a ouvir vozes. Com a mente em desordem e uma grave insônia, ele começa a ver sua vida desmoronar, tanto no trabalho, como também em sua vida pessoal. Filme indicado ao Oscar na categoria de melhor ator (Christian Bale).

Comentários:
Christian Bale surpreendeu nesse filme. Ele perdeu muitos quilos, ficou magérrimo e praticamente desapareceu dentro de seu personagem. Sua dedicação, diria até obsessão, em emagrecer lhe valeu uma indicação ao Oscar, mas também problemas de saúde que até hoje o acompanham. Está praticamente irreconhecível na pele desse personagem, um trabalhador comum, que começa a enlouquecer. Pelo próprio tema o filme tem um clima pesado, praticamente sufocante. A fotografia é toda em tons de cinza, não surgindo cores no caminho desse sofrido homem que submerso em delírios, acaba ficando sabendo sem saber o que é fruto de sua insanidade e o que é real. O roteiro é bem escrito, mas depois de muitos anos assistindo a filmes como esse, devo dizer que matei a charada cedo demais. Fica claro que o personagem de Bale não está bem, que sofre de algum problema mental. Então quando pessoas só aparecem para ele e ninguém mais, fica meio óbvio que se trata de alucinações de sua mente. É um filme tenso, diria nada agradável, mas que como cinema surge tratando de temas relevantes. Se a questão lhe interessa de alguma maneira, não deixe de assistir.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 19 de junho de 2020

O Capitão Corelli

Título no Brasil: O Capitão Corelli
Título Original: Captain Corelli's Mandolin
Ano de Produção: 2001
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: John Madden
Roteiro: Shawn Slovo, Louis de Bernières
Elenco: Nicolas Cage, Penélope Cruz, John Hurt, Christian Bale, Irene Papas, Gerasimos Skiadaressis

Sinopse:
Baseado na novela romântica escrita por Louis de Bernières, o filme conta a história de paixão vivida pela jovem Pelagia (Penélope Cruz) e um militar italiano, o Capitão Antonio Corelli (Nicolas Cage). Eles vivem um grande caso de amor nas ilhas gregas.

Comentários:
Esse filme até tem uma bonita fotografia, com cenas realmente aproveitando a beleza natural da Grécia (onde ele foi filmado), porém não posso deixar de dizer também que é uma daquelas produções históricas que nunca convencem muito o espectador. Em vários momentos fiquei com a impressão ruim de estar assistindo algo muito superficial e nada convincente. Isso é particularmente percebível na falta de química entre o casal  Nicolas Cage e Penélope Cruz. Aliás se tem um tipo de papel que o Cage não encaixa muito bem é o de galã romântico. Ele é ótimo para interpretar sujeitos esquisitos e valentões de filmes de ação, mas como parceiro romantizado, não dá certo. Pior se sai Penélope Cruz que "venceu" o Framboesa de Ouro naquele ano. Ela também não convence como mocinha apaixonada. Em termos de elenco o interessante mesmo é conferir um trabalho de Christian Bale,ainda bem jovem e distante alguns anos de se consagrar comercialmente no cinema com a trilogia do Nolan sobre o Batman. Curioso que o jogo virou com os anos. Aqui Bale era mero coadjuvante de Cage. Depois virou um astro em Hollywood, enquanto Nicolas Cage ia afundando numa sucessão de filmes ruins. Pois é meu caro, o mundo dá voltas.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 8 de janeiro de 2020

Ford vs Ferrari

Na década de 1960 o magnata Henry Ford II enviou seu principal executivo, Lee Iacocca, para a Itália. O objetivo era comprar a Ferrari, lendária marca de carros de luxo. A tentativa de negociação não deu certo. Pior do que isso, Iacocca voltou para os Estados Unidos não apenas com uma resposta negativa, mas também com uma série de insultos proferidos pelo Enzo Ferrari, dono da escuderia. Isso mexeu com os brios de Ford que imediatamente decidiu criar uma nova equipe de carros de corrida para vencer a famosa 24 horas de Le Mans. A ideia de humilhar Ferrari era bem clara. Ford queria dar o troco no industrial italiano.

A história desse filme se concentra justamente na criação dessa equipe de carros de corrida. A Ford Company queria apenas o melhor. Começou contratando o único americano que havia vencido Le Mans, o piloto aposentado Carroll Shelby (Matt Damon). Ele iria comandar a nova equipe. Seu primeiro ato foi ir atrás de Ken Miles (Christian Bale), Ele era um piloto arrojado, tinha muita garra nas pistas e parecia ser o nome certo. Também estava arruinado financeiramente. Nesse aspecto a união dos dois daria origem a uma verdadeira revolução nas competições esportivas de alta velocidade. O único problema seria justamente a hierarquia executiva da própria Ford, cheia de engravatados que mais atrapalhavam do que ajudavam nas pistas.

Esse filme está concorrendo ao Oscar em diversas categorias, entre elas a mais importante, de melhor filme do ano. Não acho que levará esse prêmio, porém não descarto premiação em categorias menores. É de fato um filme muito bom, contando uma história das mais interessantes. Mesmo que você não goste de carros de corrida e todo o universo que gira em torno desse esporte, o fato é que o filme explora muito bem todos os seus personagens. Não poderia ser diferente. Assim ao lado da emoção das competições em si, há ainda espaço para desenvolver o drama pessoal de cada um dos protagonistas. O final também vem para demonstrar que nem sempre o espírito esportivo vence quando os carros cruzam a linha de chegada. Muitas vezes a publicidade e o marketing falam mais alto, deixando o esporte em segundo plano. Uma lição e tanto para entender melhor como funciona o mundo das pistas internacionais.

Ford vs Ferrari (Ford v Ferrari, Estados Unidos, 2019) Direção: James Mangold / Roteiro: Jez Butterworth, John-Henry Butterworth / Elenco: Matt Damon, Christian Bale, Jon Bernthal, Tracy Letts, Caitriona Balfe / Sinopse: Carroll Shelby (Matt Damon) e Ken Miles (Christian Bale) são contratados para a nova equipe da Ford nas pistas de corrida. O objetivo é vencer as 24 horas de Le Mans. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Filme, Melhor Edição, Melhor Mixagem de Som e Melhor Edição de Som. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Ator - Drama (Christian Bale).

Pablo Aluísio. 


segunda-feira, 11 de março de 2019

Os Indomáveis

“Galante e Sanguinário” é uma pequena obra prima do Western americano da década de 50 estrelada por Glenn Ford. Já tivemos inclusive a oportunidade de analisar o filme aqui em nosso blog. Agora vamos falar um pouco sobre seu remake, essa produção intitulada “Os Indomáveis”. A estória é idêntica ao filme original: Um jovem e pacífico fazendeiro chamado Dan Evans (Christian Bale, em um papel que nada lembra seu Batman) acaba sendo eleito como assistente de xerife de uma cidadezinha do velho oeste e como tal ele terá que exercer as funções inerentes ao cargo, entre elas escoltar um pistoleiro famoso, Ben Wade (Russell Crowe), até a estação de trem onde ele pagará a locomotiva das 3:10hs rumo a Yuma, cidade onde está localizado o Tribunal competente para julgá-lo.

O que parece ser uma tarefa até simples se mostrará extremamente perigosa pois Wade é líder de uma quadrilha de facínoras que fará de tudo para libertá-lo. A situação é de extremo perigo mas Evans se mostra decidido a cumprir sua obrigação para mostrar sua firmeza de caráter ao seu filho. Assim ele também provará que é um homem de bravura, muito embora nunca tenha sido um valentão de saloon em sua vida, mas apenas um homem honesto que conseguiu criar sua família com muito suor e trabalho.

Como aconteceu em “Galante e Sanguinário” temos aqui um perfeito exemplo de enredo que ficou conhecido como western psicológico. A denominação cai muito bem pois o que existe realmente entre o rancheiro e o assassino que deve escoltar é uma guerra psicológica de espera e ansiedade. Ben Wade (Crowe) é um assassino de sangue frio, acostumado a viver em situações limites como a mostrada no filme. Já Dan Evans (Christian Bale) é um homem comum, trabalhador do campo, que terá que lidar com tudo da melhor forma possível. Desse duelo de personalidades tão díspares nasce todo o conflito e a base dramática do roteiro, que aliás é extremamente bem escrito.

Também é fácil perceber que estamos na presença de um enredo que exige bastante de seus intérpretes. Nesse aspecto nem Bale e nem Crowe decepcionam. Estão muito bem em seus respectivos personagens. O destaque do elenco porém vai para Ben Foster, perfeito em sua atuação como um dos membros da gangue de Ben. Com os nervos à flor da pele, ele rouba a cena para si. Simplesmente excepcional sua atuação.  Em suma, apesar de definitivamente não gostar de remakes tenho que dar o braço a torcer para esse “Os Indomáveis” que conseguiu resgatar essa estória sem desrespeitar o filme original e nem agredir o fã de westerns clássicos. É uma boa produção, valorizada por um ótimo elenco, que revitaliza o filme de Glenn Ford. Pode assistir sem receios.

Os Indomáveis (3:10 to Yuma, EUA, 2007) Direção: James Mangold / Roteiro: Halsted Welles, Michael Brandt, Derek Haas / Elenco: Russell Crowe, Christian Bale, Chris Browning, Chad Brummett, Kevin Durand, Hugh Elliot, Peter Fonda, Ben Foster, Jason Henning, Henry Herman, Logan Lerman. / Sinopse: Dan Evans (Christian Bale) é um pacato e pacífico rancheiro que terá que escoltar um perigoso assassino e pistoleiro, Ben Wade (Russel Crowe), até uma estação de trem onde será levado até o Tribunal da cidade de Yuma, onde finalmente será julgado e punido por seus inúmeros crimes. Porém antes disso terá que sobreviver ao ataque da gangue de Wade que fará de tudo para libertá-lo antes que embarque na locomotiva. Remake do clássico “Galante e Sanguinário” de 1957 com Glenn Ford.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 4 de março de 2019

Vice

Esse foi mais um a concorrer ao Oscar de melhor filme nesse ano. Dos concorrentes é talvez o menos pretensioso, mais irônico e com um claro viés progressista. Sua intenção é bem clara desde o começo. Não se trata de um cinebiografia comum, que vai contar a história do vice presidente republicano Dick Cheney de maneira convencional. Não, não se trata disso. É uma produção com clara linha política que satirizando seu protagonista, acaba tencionando destrui-lo também no processo. É bem o contrário do filme sobre o Queen. Ali o vocalista Freddie Mercury é glorificado em sua lenda. Aqui Dick Chaney é pisoteado sem dó e nem piedade.

O curioso é que apesar de tudo isso se trata de um bom filme. Veja, não é fácil tornar interessante um filme sobre um político burocrata que no final das contas sempre teve zero de carisma pessoal. Como manter a atenção do espectador nesse tipo de filme? Ora, tirando sarro e satirizando o vice presidente de George W. Bush. E o fizeram muito bem. Cheney sempre foi aquele tipo de homem que subiu os degraus do poder apenas por relações pessoais. Basicamente ele apertou as mãos certas dos políticos poderosos que depois o ajudaram a subir. Sem mérito pessoal, sem ter passado por nenhum tipo de prova que colocasse em perspectiva sua capacidade real de ocupar os cargos que ocupou ao longo da vida.

O filme começa a contar a história dele desde os tempos da universidade quando jogou uma carreira estudantil promissora para se entregar a bebedeiras sem fim. Valentão, gostava de puxar brigas em bares. Acabou sendo ajudado da esposa, que era influente e inteligente, deixando empregos menores (como eletricista de postes) para ir aos poucos servindo como assessor político de figurões. Claro que os republicanos são retratados todos como sujeitos indigestos, nada éticos. Como eu disse o roteiro tem um viés bem forte, alinhado ao partido democrata. No meio de tanta propaganda política se sobressai mesmo o ator Christian Bale. Aliás a pergunta que surge quando o filme acaba é: Onde está Bale? Sim, debaixo de uma pesada maquiagem ele simplesmente desaparece na pele de sua personagem, algo que apenas grandes atores conseguem fazer. Merecia o Oscar, certamente.

Vice (Estados Unidos, 2018) Direçao: Adam McKay / Roteiro: Adam McKay / Elenco: Christian Bale, Amy Adams, Steve Carell, Sam Rockwell, Alison Pill  / Sinopse: O filme conta, de forma irônica, a história do vice presidente Dick Cheney. Político sem brilho ou carisma, acabou subindo na carreira por causa das relações pessoais com homens poderosos. Filme vencedor do Oscar na categoria de Melhor Maquiagem (Greg Cannom, Kate Biscoe e Patricia Dehaney). Vencedor do Globo de Ouro nas categorias de Melhor Ator (Christian Bale), Roteiro e Direção (Adam McKay).

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

Mogli: Entre Dois Mundos

Não faz muito tempo assisti ao novo filme de Mogli produzido pela Disney. Uma produção maravilhosa do ponto de vista técnico e artístico. Pois bem, agora temos essa outra versão, produzida pela Warner e lançada pelo Netflix. É basicamente a mesma história, novamente contando as origens de Mogli, até porque ambos os filmes tentaram se aproximar o máximo possível da obra original escrita pelo inglês Rudyard Kipling. Porém é bom frisar que há diferenças básicas entre os dois filmes, sendo que especialistas em literatura afirmam que esse "Mogli: Entre Dois Mundos" é bem mais fiel ao livro do que o anterior da Disney.

Isso fica claro em vários momentos. Há mais violência, mais crueza e em certos aspectos mais realismo. Sim, Mogli consegue falar com os animais, mas não há espaço para músicas e nem sequências musicais. Os animais também surgem menos caricatos, menos na base infantojuvenil. São bestas com marcas da luta pela sobrevivência na selva. Algumas pessoas reclamaram afirmando que esses animais ficaram com expressões estranhas, uma vez que a equipe de computação gráfica tentou mesclar a imagem das feras com os rostos dos dubladores, suas expressões faciais. Em certas partes isso se torna mais claro, porém não chega a comprometer em nada o resultado final.

Isso se deveu, penso, ao fato de que essa nova versão foi dirigida pelo ator Andy Serkis. Ele é um especialista em captura de imagens, atuando com um aparato tecnológico em cima de seu rosto e corpo, para que informações precisas sejam enviadas para o computador. No final de tudo a impressão fica mesmo um pouco fora da realidade, algumas vezes sem vida no olhar dos personagens... um preço a se pagar por uma tecnologia que ainda não chegou ao auge de seu potencial. Mesmo assim, vale a sessão. É uma tentativa de se chegar ao mais próximo possível do universo criado pelo autor... se bem que o livro e suas páginas de papel ainda são o melhor caminho para se encontrar mesmo, de fato, com a ideia do escritor que deu origem a esse menino das selvas. 

Mogli: Entre Dois Mundos (Mowgli, Estados Unidos, Inglaterra, 2018) Direção: Andy Serkis / Roteiro: Callie Kloves, baseado na obra escrita por Rudyard Kipling / Elenco: Christian Bale, Cate Blanchett, Naomie Harris, Andy Serkis, Benedict Cumberbatch / Sinopse: Após a morte de seus pais o menino Mogli é adotado por lobos selvagens. Ele precisa sobreviver, além dos perigos naturais da selva, à perseguição do tigre assassino Shere Khan. Filme indicado ao London Critics Circle Film Awards na categoria de Melhor Ator (Christian Bale). 

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 17 de setembro de 2018

Hostis

A história do filme se passa em 1892. Um capitão linha dura da cavalaria dos Estados Unidos é designado para uma nova missão que ele simplesmente odeia ter que cumprir. O comando determina que o Capitão Joseph J. Blocker (Christian Bale) escolte um líder tribal indígena em direção a uma reserva onde ele terá que baixar sua guarda, deixar de liderar guerreiros da tribo contra os brancos e viver seus últimos dias de velhice em paz. Para o veterano capitão seria bem melhor dar um tiro na cabeça desse chefe, uma vez que no passado ele mesmo já havia enfrentado sua tribo. Pelas atrocidades que presenciou seria bem melhor matar logo aquele desgraçado!

Só que o governo americano naquela altura já não queria mais prolongar as guerras indígenas. A pacificação seria então o melhor caminho a seguir. A pacificação com todas as nações de índios seria a linha política a seguir dali em diante. O filme assim se desenvolve, mostrando o Capitão no comando de um pequeno grupo de militares americanos que deveriam garantir a segurança do velho indígena. No caminho até seu destino final o roteiro explora a extrema antipatia entre aqueles dois homens que no passado tinham lutado em campos opostos dos campos de batalha. "Hostis" tem um roteiro muito bom, excelente reconstituição de época e uma mensagem de pacifismo e tolerância, acima de tudo. O elenco conta não apenas com o sempre eficiente Christian Bale, mas também com Ben Foster, um dos mais subestimados atores do cinema americano, aqui em papel pequeno, mas ao seu modo também marcante.

Hostis (Hostiles, Estados Unidos, 2017) Direção: Scott Cooper / Roteiro:  Scott Cooper, Donald E. Stewart / Elenco: Christian Bale, Rosamund Pike, Ben Foster, Scott Shepherd, Jonathan Majors / Sinopse: Capitão da cavalaria é designado para levar um velho e doente chefe indígena e sua família para uma reserva no Colorado. Ele odeia isso, simplesmente por odiar nativos em geral. Para ele servir de escolta para o inimigo seria o maior dos absurdos, Porém, ordens são ordens, e ele parte em sua jornada rumo ao destino final. No caminho acaba encontrando guerreiros cheyennes, fazendeiros armados e clima hostil.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 11 de abril de 2018

Hostis

Um faroeste estrelado pelo ator Christian Bale? Taí algo que chama a atenção desde a primeira vez que você ouve falar desse filme! É uma combinação que me fez assistir a esse western assim que tive oportunidade. E logo no começo percebemos que vem coisa boa. A primeira cena é brutal. Temos um rancho onde vive um casal e suas duas pequenas filhas. O homem está cortando madeira quando percebe um grupo de índios Cheyenne se aproximando. O massacre se torna inevitável. Naqueles tempos pioneiros a lei que prevalecia no velho oeste era a do mais forte. É triste ver crianças sendo mortas, mas é através dessa primeira cena que as coisas começam a tomar rumo no roteiro.

Em um forte próximo o Capitão da cavalaria Joseph J. Blocker (Christian Bale) é designado para uma nova missão. E isso envolve a escolta de um antigo chefe tribal. Ele odeia índios. Passou a vida inteira matando nativos em guerras sangrentas, de pura barbárie na fronteira. Por isso fica indignado quando é designado para levar o velho indígena para o território mais ao norte, onde ele poderá reencontrar seu antigo lar. O antigo chefe tribal é conhecido do capitão. No passado eles estiveram em linhas diferentes no campo de batalha. O militar da cavalaria o considera apenas um assassino cruel. Seguindo ordens - com ameaças de ir para a corte marcial - ele finalmente obedece às ordens. Forma uma pequena tropa e começa a seguir viagem pelo oeste. O caminho está cheio de guerreiros ávidos em derramar sangue dos "jaquetas azuis", os soldados da cavalaria. O pior é que ele terá que manter a vida do chefe a salvo, custe o que custar. Claro que no meio da jornada o destino do capitão se cruza com a da mulher do rancheiro assassinado na primeira cena do filme, a única sobrevivente do massacre envolvendo toda a sua família. Esse encontro será a espinha dorsal de toda a história do filme.

De maneira em geral gostei bastante desse novo western. Ele tem o que poderíamos chamar de velho charme dos faroestes do passado. Claro que há também um desenvolvimento maior da parte psicológica de todos os personagens, em especial do capitão de Bale. É um homem forjado pela guerra e pela violência que não consegue viver de outra forma. O filme é um pouco mais longo do que o habitual, com mais de duas horas de duração, mas não senti o tempo passar. Roteiro, reconstituição de época, figurinos, tudo muito bem realizado. A produção é ótima, com belas paisagens do velho oeste. Por fim uma pequena ressalva. O ator Ben Foster interpreta um militar que está sendo enviado para a forca após cometer crimes de guerra. Ele obviamente tem uma personalidade psicopata o que cria uma certa afinidade com o capitão interpretado por Bale. Afinal ambos fizeram parte de grandes carnificinas no passado. Esse personagem poderia render muito mais, até porque Foster é um dos melhores atores de sua geração. Porém infelizmente ele não tem o potencial aproveitado. Um pequeno deslize de um filme realmente muito bom que vai agradar aos fãs do bom e velho western americano.

Hostis (Hostiles, Estados Unidos, 2017) Direção: Scott Cooper / Roteiro:  Scott Cooper, Donald E. Stewart / Elenco: Christian Bale, Rosamund Pike, Ben Foster, Scott Shepherd, Jonathan Majors / Sinopse: Capitão da cavalaria é designado para levar um velho e doente chefe indígena e sua família para uma reserva no Colorado. Ele odeia isso, simplesmente por odiar nativos em geral. Para ele servir de escolta para o inimigo seria o maior dos absurdos, Porém, ordens são ordens, e ele parte em sua jornada rumo ao destino final. No caminho acaba encontrando guerreiros cheyennes, fazendeiros armados e clima hostil.

Pablo Aluísio. 

sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Psicopata Americano

Quando assisti a esse filme pela primeira vez não gostei muito. É um tipo de roteiro asséptico, insípido, sem nenhum calor humano, sendo mais frio que uma faca de corte. Provavelmente tudo isso tenha sido proposital já que o personagem principal (interpretado por um Christian Bale bem perturbador) não sente nada mesmo. Psicopatas não conseguem sentir qualquer tipo de identificação com outro ser humano. Eles apenas matam. O curioso é que o roteiro também faz de tudo para o espectador não decifrar o que está se passando. Seria a realidade ou apenas tudo fruto da mente psicótica de seu protagonista?

O enredo gira em torno de Patrick Bateman (Christian Bale), um figurão, um alto executivo de Wall Street. Ser frio faz parte de seu trabalho. Ao lado da fachada de homem de negócios respeitável ele começa a satisfazer seus estranhos desejos. Ele só consegue sentir algum prazer em sua vida ao matar outras pessoas. E o faz com regularidade, com frequência e brutalidade. Dessa forma começa sua carreira de sangue e tripas. Embora o roteiro seja interessante (filmes sobre serial killers são sempre bons, de uma maneira em geral), esse aqui deixa a desejar justamente pela sua obsessão em ser muito "clean". Tudo parece ser bem surreal, insano, mas que não conseguiu me prender. Definitivamente não consegui mesmo gostar desse "Psicopata Americano", nem numa segunda revisão. Simplesmente não foi dessa vez também.

Psicopata Americano (Estados Unidos, Inglaterra, 2000) Direção: Mary Harron / Roteiro: Mary Harron, baseado no romance policial escrito por Bret Easton Ellis / Elenco: Christian Bale, Justin Theroux, Josh Lucas / Sinopse: American Psycho conta a estranha estória de Patrick Bateman (Christian Bale), um homem de negócios bem sucedido que começa a matar pessoas para satisfazer seus prazeres sádicos e psicóticos. Filme vencedor do Empire Awards, UK, na categoria Melhor Ator (Christian Bale).

Pablo Aluísio.

domingo, 4 de junho de 2017

Cavaleiro de Copas

Em relação aos filmes do diretor Terrence Malick não existe meio termo, ou se gosta muito ou se odeia. Esse cineasta tem um estilo próprio, com seu estilo peculiar de se contar uma história. Praticamente não há diálogos, tudo é levado ao espectador por meio de sensações, momentos, lembranças. O enredo vai assim desfilando na tela sob um ponto de vista bem subjetivo, do próprio protagonista, que está passando por uma crise existencial, com nuances de comportamento depressivo. Aqui o personagem principal atende pelo nome de Rick (Christian Bale). Nunca fica muito claro que tipo de trabalho ele tem nos estúdios de Hollywood (pode ser um ator, um roteirista, etc), só se sabe que ele vive em um mundo de riqueza e celebridades, frequentando suas festas, saindo com mulheres bonitas, etc. O relacionamento dele com elas ocupa grande parte do filme. A maioria sequer tem nome, ficando mais ou menos claro a importância que elas tiveram em sua vida.

E há uma variedade delas. Desde a stripper que ele conhece em um bar, passando por uma elegante e charmosa médica (interpretada por Cate Blanchett), indo até uma mulher que ele chega a pensar ser o verdadeiro amor que ele há muito vinha esperando (aqui em presença carismática de Natalie Portman, que só tem algumas poucas linhas de diálogo em cena). Bale por sua vez passa o filme todo de forma bem passiva, olhar perdido, com as mãos no bolso, como se olhasse para a vida sem se importar muito com o que acontece ao seu redor. Como se trata de uma quase obsessão de Terrence Malick, seu personagem principal também tem problemas de relacionamento com o pai, um sujeito abusivo e verbalmente violento, sempre passando lições de moral aos filhos.  Uma pessoa insuportável, mesmo na velhice.

Não vá esperando por um enredo linear e nem por uma linguagem convencional. Tudo é diferente, como convém aos filmes assinados por Terrence Malick. Ela vai construindo seu filme não através de diálogos, mas sim de imagens. Algumas fazem sentido, outras não. É um tipo de cinema, que como escrevi, vai mais pela vertente sensorial, de suas emoções. Muitos gostam de seu estilo (me incluo nesse grupo), mas não condeno quem acha tudo uma grande chatice sem fim. Vai pela opinião e gosto de cada um. Por outro lado, caso você goste do cinema de Terrence Malick não deixe de conferir, embora esse não possa ser considerado um de seus melhores trabalhos no cinema.

Cavaleiro de Copas (Knight of Cups, Estados Unidos, 2015) Direção: Terrence Malick / Roteiro: Terrence Malick / Elenco: Christian Bale, Cate Blanchett, Natalie Portman, Brian Dennehy, Antonio Banderas, Ben Kingsley, Ryan O'Neal / Sinopse: Em plena crise existencial e com sintomas depressivos, Rick (Bale) não parece mais se importar com o que acontece em sua vida. Imerso em lembranças envolvendo seu pai e as mulheres de sua vida, ele vai vivendo um dia de cada vez, sem muita empolgação por sua própria vida. Filme indicado no Berlin International Film Festival.

Pablo Aluísio.

domingo, 12 de junho de 2016

O Sobrevivente

Título no Brasil: O Sobrevivente
Título Original: Rescue Dawn
Ano de Produção: 2006
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Werner Herzog
Roteiro: Werner Herzog
Elenco: Christian Bale, Steve Zahn, Jeremy Davies
  
Sinopse:
Baseado em fatos reais o filme mostra a captura do piloto americano Dieter Dengler (Christian Bale) por forças inimigas durante a Guerra do Vietnã. Durante uma missão sobre o Laos, país vizinho ao Vietnã, seu avião foi abatido. Nas mãos dos vietcongues ele começa a sofrer todo tipo de torturas e violências enquanto tenta sobreviver em um campo de prisioneiros. Filme indicado ao Independent Spirit Awards.

Comentários:
Christian Bale se notabilizou em sua carreira pela entrega aos seus personagens. Para interpretar o piloto americano Dieter Dengler ele embarcou em uma dieta que quase custou sua vida. Para parecer magérrimo no filme, trazendo realismo ao seu trabalho de atuação, Bale perdeu muitos quilos, que depois lhe custaram bastante em termos de saúde. Além disso resolveu encarar cenas asquerosas, como aquela em que come (de verdade) uma largarta típica da região. Algo realmente de revirar o estômago de qualquer um que assista ao filme. Além de Bale outro bom motivo para se conferir esse filme é o trabalho do diretor alemão Werner Herzog. Durante décadas ele realizou filmes corajosos, quase ao estilo guerrilha cinematográfica como os sempre lembrados "Fitzcarraldo", "O Enigma de Kaspar Hauser" e "Aguirre, a Cólera dos Deuses" e de repente surge com essa produção Made in USA, em um grande estúdio de Hollywood, algo que nunca foi muito comum em sua fimografia. O resultado é muito bom, embora é bom salientar que a tônica do filme nem é tanto em relação a ação ou cenas de combates, mas sim no drama vivido pelo piloto Dieter Dengler, explorando bem a forma desumana como os prisioneiros de guerra eram tratados naquela distante guerra no sudeste asiático. Como denúncia certamente a fita funciona muito bem.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 14 de março de 2016

A Grande Aposta

Durante as décadas de 80 e 90 começou a se formar uma imensa bolha imobiliária dentro da economia americana. Bancos comerciais começaram a disponibilizar crédito ilimitado e sem garantias a qualquer um, tudo embasado em títulos hipotecários podres, sem qualquer tipo de garantia ou lastro financeiro. Com tanto dinheiro voando para todos os lados de maneira tão fácil e simples era apenas uma questão de tempo para que tudo explodisse em um desastre econômico e financeiro de proporções únicas, algo que quase levou a economia americana (e de quebra, a mundial) ao caos. O filme explora justamente esse contexto para mostrar como algo tão insano passou despercebido das autoridades daquele país. O roteiro assim mostra diversos agentes independentes do setor financeiro e de seguros que descobriram antes tudo o que estava acontecendo. Antevendo uma ótima oportunidade de ganhar muito dinheiro com a crise que se aproximava eles procuraram lucrar com o desastre.

O filme "A Grande Aposta" é extremamente interessante porque mostra - muitas vezes até de maneira didática - como se deu a crise da bolha imobiliária dos Estados Unidos, algo tão grave que paralisou a economia americana até bem pouco tempo atrás, causando muitos estragos. Milhares de famílias perderam suas casas, foram despejadas e o desemprego disparou. Muito já se falou sobre essa crise, mas pouca gente realmente procurou ir a fundo na questão. O roteiro é muito inteligente nesse aspecto pois mostra todo o tecnicismo da questão de uma forma fácil e simples para que o espectador médio possa compreender bem tudo o que se passou. Os personagens que gravitam em torno de tudo isso também são destaques. Vão desde o agente de seguros meio louco interpretado por um irreconhecível Christian Bale até por um estressadíssimo executivo especulativo na pele de Steve Carell, tentando se distanciar um pouco de sua imagem de comediante. Até o astro Brad Pitt dá uma canja como um gênio aposentado do mercado financeiro, já um tanto paranoico, que resolve embarcar na jogada decisiva de sua vida profissional apostando suas fichas no estouro da bolha imobiliária. Pitt inclusive é um dos produtores do filme, mostrando que ele também tem faro para ganhar dinheiro em Hollywood. Enfim, temos aqui um bom exemplo de filme inteligente e bem realizado que conseguiu fazer de um tema bem áspero um perspicaz retrato da América corporativa e mercantilista que acreditava até mesmo em suas próprias mentiras. Wall Street nunca foi tão bem retratada nas telas.

A Grande Aposta (The Big Short, Estados Unidos, 2015) Direção: Adam McKay / Roteiro: Charles Randolph, Adam McKay / Elenco: Christian Bale, Steve Carell, Ryan Gosling, Brad Pitt, Marisa Tomei, Melissa Leo / Sinopse: Um grupo de corretores e especuladores do mercado financeiro americano começam a perceber que a economia de seu país em breve sofreria os efeitos do estouro de uma grande bolha imobiliária no mercado. Aproveitando a tempestade econômica que estava por vir eles resolvem então apostar no mercado para ganhar muito, muito dinheiro com a crise que se avizinha. Filme vencedor do Oscar na categoria de Melhor Roteiro Adaptado (Charles Randolph e Adam McKay). Também indicado nas categorias de Melhor Filme, Ator Coadjuvante (Christian Bale), Direção (Adam McKay) e Edição (Hank Corwin). Filme indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Filme - Comédia ou Musical, Ator (Christian Bale), Ator - Comédia ou Musical (Steve Carell) e roteiro.

Pablo Aluísio.