quarta-feira, 24 de julho de 2024
Voltar a Morrer
quinta-feira, 30 de maio de 2024
Vestígios do Dia
Além desse aspecto emocional principal temos também um subtexto bem interessante. O mordomo de Hopkins trabalha para um Lord prestes a cair em desgraça no Reino justamente por tentar a todo custo construir uma aliança com os nazistas. O filme explora bem isso com suas duas linhas narrativas. Na primeira vemos Stevens no auge da casa onde trabalha, com a chegada de importantes políticos e chefes de Estado. A casa resplandece de brilho e glamour. Já na segunda linha encontramos tudo mudando, a aristocrata casa sendo colocada em leilão e o velho mordomo em viagem de reencontro ao seu passado (algo que novamente não trará frutos satisfatórios).
Tudo acaba caindo nas mãos de um americano, em bom momento de Christopher Reeve no cinema. Ele obviamente tem um outro modo de ver o mundo e de agir, fugindo completamente dos rígidos padrões britânicos de educação e estilo. Isso claro vai contrastar completamente com Mr. Stevens e sua refinada classe. Enfim, são muitos subtextos enriquecedores. Assim "Vestígios do Dia" continua sendo uma obra prima da sutileza, das frases não ditas e dos sentimentos não expressados. Um filme realmente emocionante ao seu próprio modo.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 3 de julho de 2023
Um Ato de Esperança
sábado, 18 de fevereiro de 2023
Carrington
sexta-feira, 10 de dezembro de 2021
Segredos do Poder
Embora não se assuma como uma biografia não autorizada do presidente Clinton, o filme era óbvio nesse sentido, a ponto inclusive de ter sido criticado pelo próprio Partido Democrata. A "piada" incomodou o alto escalão do poder, quem diria. Só por essa razão já valeria a pena conferir essa divertida e demolidora crítica ao mundo político americano. Ironicamente o cinema americano que sempre foi tão alinhado ao Partido Democrata tornava alvo um de seus principais políticos, o que causou surpresas na época. Afinal era de se esperar que Hollywood procurasse sempre demolir políticos Republicanos, conservadores, mas Democratas? Era uma surpresa geral mesmo. O filme é bom, entretanto com o passar dos anos muitas das bem boladas piadas do roteiro simplesmente se perderam. Uma pena.
Segredos do Poder (Primary Colors, Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha, 1998) Direção: Mike Nichols / Roteiro: Joe Klein, Elaine May / Elenco: John Travolta, Emma Thompson, Kathy Bates, Billy Bob Thornton, Diane Ladd / Sinopse: Sátira em tom de comédia em cima da figura do presidente dos Estados Unidos Bill Clinton. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Atriz Coadjuvante (Kathy Bates) e Melhor Roteiro Adaptado.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 1 de julho de 2021
Cruella
A tendência em Hollywood atualmente parece ser essa, a de fazer filmes de vilões. Basta lembrar do sucesso de "Coringa". Esse filme da Cruella resgata a vilã do desenho animado "101 Dálmatas". Uma personagem que nasceu na verdade dentro da literatura, nos primeiros livros infantis dessa história que depois foi adaptada para o mundo da animação pelos estúdios Walt Disney. Agora o roteiro tenta explicar as origens da vilã, as razões porque ela odeia tanto essa raça de cachorros e seus primeiros passos rumo ao que vemos no desenho original. E apesar de tudo posso dizer que assim como aconteceu com "Coringa", esse filme ficou muito bom, bem interessante, por vários motivos.
Parte desse bom êxito vem da dupla de atrizes que protagonizam o filme. Emma Stone interpreta a vilã. No começo uma garota que se vê numa situação terrível após a morte de mãe. Sem ninguém no mundo, órfã, ela começa a viver de pequenos golpes que dá ao lado de dois outros garotos. O tempo passa e ela luta pela sobrevivência. Acaba indo trabalhar com a estilista fria e cruel vivida pela igualmente ótima atriz Emma Thompson. Aliás que grande interpretação. Uma figura esnobe ao extremo. A veterana ficou perfeita nessa caracterização.
Além das ótimas atrizes principais, destaco mais dois aspectos dessa produção que fazem valer muito a pena assistir a esse filme. A primeira é a música. É uma sucessão de clássicos musicais dos anos 60 que simplesmente não param de tocar ao longo do filme. Atmosfera é tudo, muitas vezes se consegue isso com apenas boas canções escolhidas. E por fim, há a moda. Exagerada, kitsch, extrema. O filme gastou boa parte de seu orçamento na produção de figurinos exóticos, além de uma direção de arte muito caprichada. Com tudo isso esse "Cruella" se revelou um filme bem melhor do que eu poderia esperar.
Cruella (Cruella, Estados Unidos, 2021) Direção: Craig Gillespie / Roteiro: Craig Gillespie, Dana Fox, Tony McNamara / Elenco: Emma Stone, Emma Thompson, Joel Fry, Paul Walter Hauser, John McCrea, Mark Strong / Sinopse: Após a morte da mãe a pequena Estella passa a viver nas ruas de Londres como órfã. O tempo passa e ela começa a trabalhar para uma famosa estilista, sendo que sua patroa tem ligação com seu próprio passado. E tudo isso vai resultar na criação de Cruella de Vil.
Pablo Aluísio.
domingo, 7 de março de 2021
Planeta do Tesouro
Título Original: Treasure Planet
Ano de Produção: 2002
País: Estados Unidos
Estúdio: Walt Disney Studios
Direção: Ron Clements, John Musker
Roteiro: Ron Clements
Elenco: Joseph Gordon-Levitt, Emma Thompson, Martin Short, Patrick McGoohan, Austin Majors, Patrick McGoohan
Sinopse:
Com roteiro inspirado no clássico da literatura juvenil "A Ilha do Tesouro", escrito por Robert Louis Stevenson, essa animação da Disney conta a história de um grupo de aventureiros especiais que partem em busca de uma grande fortuna, escondida em algum planeta distante.
Comentários:
Eu não gostei. E olha que sempre fui muito fã das animações dos estúdios Disney. Aqui o problema básico é até bem fácil de localizar. Tentaram fazer uma animação Sci-fi usando os elementos do clássico livro "A Ilha do Tesouro". Não funcionou e me leva a seguinte pergunta: Por que não adaptaram o livro fielmente? Será que faltam elementos e aventuras na obra da literatura, uma das mais consagradas do mundo? Claro que não! Então por qual razão não aproveitaram o que já estava pronto e consagrado? Ao invés disso enfiaram um monte de ficção no meio, sinceramente? Nada a ver. Ficou ruim em todos os aspectos. Talvez por isso também seja um dos filmes menos lembrados dessas nova safra da Disney. Agora, se tivessem feito de acordo apenas com o universo criado por Robert Louis Stevenson, tenho plena certeza que seria um pequeno clássico moderno. Não foram por essa caminho e quebraram a cara. É isso.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 1 de janeiro de 2021
Razão e Sensibilidade
Título Original: Sense and Sensibility
Ano de Produção: 1995
País: Inglaterra, Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Ang Lee
Roteiro: Emma Thompson
Elenco: Emma Thompson, Kate Winslet, Hugh Grant, Alan Rickman, James Fleet, Gemma Jones
Sinopse:
Baseado no romance escrito por Jane Austen, o filme "Razão e Sensibilidade" conta a história de Elinor Dame (Emma Thompson). Quando seu pai falece e deixa toda a herança para um filho de outro casamento, ela e suas irmãs, mais sua mae, ficam numa situação financeira bem ruim e isso em um tempo de sua vida que ela é também pressionada para arranjar um marido rico para se casar. Filme vencedor do Oscar na categoria de melhor roteiro adaptado(Emma Thompson).
Comentários:
Tive a oportunidade de assistir no cinema, na época de seu lançamento original. Esse filme é um primor de elegância e estilo. Não poderia ser diferente, uma vez que é a adaptação de um dos maiores clássicos da literatura inglesa, um romance escrito pela genial Jane Austen. Quem conhece sua obra sabe do que se trata. Ela escreveu sobre a sociedade britânica de seu tempo, os valores sociais que imperavam, as pequenas e grande hipocrisias, as dificuldades de ser um mulher inteligente e de personalidade dentro daquele meio social. Em um tempo cheio de muitos preconceitos e costumes rígidos, era extremamente complicado pensar de uma maneira original e até mesmo mais sensata. Esse filme foi um grande sucesso de crítica, sendo considerado um dos melhores de seu ano de lançamento. O detalhe diferenciado é que apesar de ser um material extremamente ligado à cultura da Inglaterra vitoriana, foi dirigido por um oriental, Ang Lee. O surpreendente é que apesar dessas diferenças culturas básicas, o filme como um todo deu muito certo. È um dos melhores dos anos 90, sem dúvida. Além de ter sido premiado com o Oscar de melhor roteiro adaptado, "Razão e Sensibilidade" ainda foi indicado nas categorias de melhor filme, melhor atriz (Emma Thompson), melhor atriz coadjuvante (Kate Winslet), melhor direção de fotografia (Michael Coulter), melhor figurino (Jenny Beavan, John Bright) e melhor música (Patrick Doyle).
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 5 de outubro de 2020
Rei Lear
Título Original: King Lear
Ano de Produção: 2018
País: Inglaterra, Estados Unidos
Estúdio: Playground Entertainment
Direção: Richard Eyre
Roteiro: Richard Eyre
Elenco: Anthony Hopkins, Emma Thompson, Jim Carter, Emily Watson, John Macmillan, Florence Pugh
Sinopse:
Com roteiro baseado na obra de William Shakespeare, o filme "Rei Lear" conta a história de um velho mornarca que ao chegar ao final de sua vida precisa lidar com a perda de sua sanidade e as inúmeras traições, que partem inclusive de suas próprias filhas e seus maridos. Todos desejam a morte do abatido Rei. Filme indicado ao Primetime Emmy Awards.
Comentários:
William Shakespeare escreveu Rei Lear em 1606. Desde a primeira apresentação essa peça já foi considerada uma verdadeira obra-prima do autor. E realmente era, um verdadeiro clássico da dramaturgia. O Rei Lear era de certa forma um símbolo de muitos reis ingleses, homens poderosos que ficavam reinando até mesmo em uma idade em que já deveriam ter sido afastados. A idade avançada, a loucura, a destruição de familiares, de membros da corte, tudo acabava levando a um reinado de terror e violência. Eu sempre considerei essa uma das minhas peças preferidas de Shakespeare e quando esse filme foi anunciado, trazendo Anthony Hopkins como Rei Lear, fiquei realmente empolgado. Porém devo confessar que erraram em um aspecto crucial nessa adaptação. Ao invés de mostrar uma corte real do século XVII, tal como foi concebida por Shakespeare, os produtores decidiram trazer a trama para os dias atuais, com soldados vestidos com os uniformes do exército britânico atual, carros, tecnologia... sinceramente, perdeu-se aí mais da metade do encanto nessa transposição para as telas. Penso que Shakespeare deve semore ser adaptado respeitando o contexto histórico em que as histórias se passam. Tentar modernizar, mantendo o texto original, em linguagem culta e rebuscada, só transforma tudo em algo artificial, complicado de digerir. O elenco está excepcionalmente bem, mas isso eu já esperava por conta dos nomes envolvidos. O que estragou mesmo foi a péssima ideal de trazer tudo para os dias atuais. Esse aspecto definitivamente não me agradou.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 5 de março de 2020
Dolittle
Esse novo filme procura ser mais fiel ao personagem original, por isso toda a história é passada na era vitoriana. Isso deu uma direção de arte (design de produção) de primeira linha para o filme. Tecnicamente é um daqueles filmes bem bonitos de se assistir, com computação gráfica perfeita. Os animais estão todos lá. Aquele clima de obra infantil, para libertar a imaginação das crianças, também está presente. Afinal são animais falantes, coisa que os pequenos adoram. Pena que esqueceram de escrever um roteiro melhor. Tudo soa genérico e sem graça. É um filme bonito, sem dúvida, mas igualmente sem alma.
Robert Downey Jr não encontrou o tom certo para sua atuação. Ela vai soar bem esquisito para as crianças (que afinal de contas é o público alvo desse filme). O ator tem tendência a soar caricato, mesmo em outros filmes. Aqui ele perdeu a linha completamente. Ficou até mesmo estranho, esquisito, bizarro mesmo. O desastre só não é completo por causa de um detalhe técnico do filme. Ele acabou sendo salvo pela galeria de animais que o cerca, como um urso polar, uma girafa, um gorila, etc. As crianças vão prestar mais atenção nesses bichos digitais do que no protagonista. Outro aspecto que me chamou a atenção foi a edição. Parece que o filme foi cortado meio às pressas, para não ultrapassar uma hora de meia de duração (para não cansar a criançada). Isso deu uma rapidez nada interessante ao filme. Parece mais pressa de terminar do que qualquer outra coisa. Enfim, temos aqui um filme que não agradou muito nem o público e nem muito menos a crítica. Não foi dessa vez que acertaram nessa adaptação.
Dolittle (Dolittle, Estados Unidos, Inglaterra, China, 2020) Direção: Stephen Gaghan / Roteiro: Stephen Gaghan, Dan Gregor, baseados na obra de Hugh Lofting / Elenco: Robert Downey Jr, Antonio Banderas, Michael Sheen, Emma Thompson, Ralph Fiennes / Sinopse: O Dr. John Dolittle (Robert Downey Jr) decide se isolar do mundo após a morte de sua esposa. Seu isolamento é interrompido quando a rainha manda que ele vá até o palácio. Ela está morrendo de uma doença misteriosa. Dolittle, que tem a capacidade de falar com os animais, descobre que ela foi envenenada. Assim ele parte em uma grande aventura em busca do fruto da árvore do Éden, que salvará a vida da monarca.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 16 de agosto de 2019
Tinha Que Ser Você
Título Original: Last Chance Harvey
Ano de Produção: 2008
País: Estados Unidos
Estúdio: Overture Films
Direção: Joel Hopkins
Roteiro: Joel Hopkins
Elenco: Dustin Hoffman, Emma Thompson, Kathy Baker, Richard Schiff, Liane Balaban, James Brolin
Sinopse:
Harvey Shine (Hoffman) é um pianista que ganha a vida escrevendo músicas para comerciais. Ele vai a Londres para o casamento da filha e descobre que ela já não o considera tanto, preferindo que seu padastro assuma as honrarias de sua cerimônia. Desiludido, ele acaba conhecendo a inglesa Kate Walker (Thompson) e se apaixona por ela.
Comentários:
Um bom filme que valoriza o romantismo já em um momento mais avançado da vida das pessoas. Os dois protagonistas, o casal central, já ultrapassou a fase da vida de namorar, conhecer alguém e se casar. O personagem de Dustin Hoffman já não tem mais tantas ilusões. Ele é divorciado, um tanto distante da filha que vai se casar e tem um clima pesado com a ex-mulher. Reencontrar a antiga família já não é um motivo de felicidade há anos. A personagem de Emma Thompson também tem seus problemas pessoais. É uma solteirona que vive sendo pressionada pela mãe idosa para se casar. Além disso carrega um trauma pois anos antes fez um aborto que a deixou com um grande sentimento de culpa. O curioso é que o roteiro, mesmo com esses personagens dramáticos, consegue levar o filme numa certa leveza. Nada é trágico ou melodramático demais, pelo contrário. O casal principal vai tentando se agarrar a uma última chance de ser feliz (como o título original do filme sugere), mas sem aquela coisa de derramar muitas lágrimas. Foi uma boa opção pois assim o filme se salvou de ser mais um daqueles dramalhões chatos. No geral gostei de tudo, mas especialmente das boas atuações de Hoffman e Thompson que nunca derrapam e nem caem na vala comum do novelão piegas.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 1 de agosto de 2019
MIB: Homens de Preto - Internacional
Título Original: Men in Black: International
Ano de Produção: 2019
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures, Sony Pictures
Direção: F. Gary Gray
Roteiro: Matt Holloway, Art Marcum
Elenco: Chris Hemsworth, Liam Neeson, Emma Thompson, Tessa Thompson, Rebecca Ferguson, Kumail Nanjiani
Sinopse:
Uma nova dupla de agentes formada por H (Chris Hemsworth) e M (Tessa Thompson) precisa evitar que uma arma poderosa caia nas mãos de uma raça de alienígenas violentos, que desejam conquistar o universo.
Comentários:
Sete anos depois do último filme da franquia MIB, os estúdios decidiram trazer de novo os homens de preto ao cinema. Para isso a dupla original dos filmes anteriores formada por Will Smith e Tommy Lee Jones foi dispensada. Como tem acontecido com uma certa frequência aqui os produtores decidiram retomar uma nova série de filmes. Ao custo de 110 milhões de dólares a fita decepcionou nas bilheterias. Nem mesmo a contratação de atores classe A para atuarem como meros coadjuvantes (caso de Liam Neeson e Emma Thompson) serviu de atrativo para o público. O fato é que os novos agentes não empolgaram. A atriz Tessa Thompson é sem carisma, antipática e não agradou. Já o "Thor" Chris Hemsworth até se esforça, tenta agradar, mas não consegue levar o filme sozinho nas costas. Os vilões são genéricos. O enredo também não traz novidades, é bobo e derivativo. Nada do que já não tenha sido explorado nos filmes anteriores. E o pior de tudo: os efeitos especiais não são tão bons como era de se esperar. Há menos criaturas e menos imaginação nas cenas digitais, o que se tratando de MIB é o fim da picada. Enfim, parece que a franquia está esgotada no cinema. Apenas um diretor muito talentoso e um roteiro melhor poderiam revitalizar essa franquia, algo que definitivamente não aconteceu nesse quarto filme.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 4 de julho de 2019
Anjos na América
Título Original: Angels in America
Ano de Produção: 2003
País: Estados Unidos
Estúdio: HBO
Direção: Mike Nichols
Roteiro: Tony Kushner
Elenco: Al Pacino, Meryl Streep, Patrick Wilson, Emma Thompson, Mary-Louise Parker, Jeffrey Wright
Sinopse:
Minissérie em sete episódios que conta o drama das pessoas que foram infectadas pelo vírus HIV durante a década de 1980. Uma nova doença que surgia, sem cura, que praticamente condenava à morte os que eram diagnosticados com ela. Vencedor de 3 prêmios no Globo de Ouro, incluindo o de Melhor Minissérie do ano.
Comentários:
A AIDS apareceu no final dos anos 70. Inicialmente dita como uma espécie de "câncer gay" por atingir principalmente homossexuais, logo se espalhou entre a população em geral, levando milhares de pessoas à morte. Essa minissérie da HBO foi a primeira a levar o tema para a TV americana em forma de episódios. Cada um contando a história de uma pessoa que foi diagnosticada com a doença na década de 1980. Naquela época era uma sentença de morte pois a medicina e a ciência ainda não tinham desenvolvido um tratamento que prolongasse a vida dos doentes. O coquetel químico, hoje aplicado nos infectados, ainda era algo em vias de elaboração. Assim a morte era praticamente certa. Pelo tema e pela importância do assunto vários astros de Hollywood aceitaram trabalhar no projeto, entre os mais conhecidos temos Al Pacino, Meryl Streep e Emma Thompson. Eles que sempre atuaram apenas em filmes para o cinema abriram uma exceção. Afinal muitos tiveram parentes e amigos atingidos pela doença. No mais o tema é tratado com uma grande sensibilidade e respeito para com as vítimas, tudo resultando em uma série excelente, acima da média.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 4 de junho de 2019
Retorno a Howards End
Sem saber de nada, Ruth deixa de herança para Margaret sua casa de campo, Howards End, um lugar bucólico e muito agradável onde ela passou sua infância. Só que o marido Henry esconde esse fato. Ele quer deixar o imóvel para seu filho mais velho. O destino porém tem suas artimanhas e assim o viúvo acaba se apaixonando pela amiga de sua esposa falecida. Após alguns desencontros eles finalmente decidem se casar. A irmã mais jovem Helen não simpatiza muito com o novo marido dela, uma vez que ela tem suas próprias ideias de liberdade social, que conflitam quase sempre com o capitalista que Henry se torna. Para piorar um conhecido, o desafortunado Leonard Bast (Samuel West), perde seu emprego, justamente por algo que Henry indiretamente causa. Esse e outros acontecimentos acabam desgastando o relacionamento entre as irmãs. Helen vai embora morar na Alemanha. Quando retorna a situação se complica ainda mais, gerando um grande mal-estar entre todos os envolvidos.
Esse filme tem muitas características de outra produção inglesa que gosto muito, "Vestígios do Dia". É praticamente a mesma equipe técnica, o mesmo produtor (Ismail Merchant, antigo parceiro de Ivory) e a mesma classe e sofisticação. É curioso porque a casa de Howards End funciona não apenas como cenário para as cenas, mas também como um catalisador de momentos importantes. Sempre que algo fundamental na trama vai acontecer o escritor Foster desloca todos os personagens para esse lugar bem bucólico, longe da agitação de Londres. Com excelente elenco e uma nobreza ímpar, esse filme é essencial para quem aprecia o melhor do cinema inglês dos anos 90.
Retorno a Howards End (Howards End, Inglaterra, 1992) Direção: James Ivory / Roteiro: Ruth Prawer Jhabvala, baseado na obra de E.M. Forster / Elenco: Anthony Hopkins, Emma Thompson, Vanessa Redgrave, Helena Bonham Carter, Samuel West / Sinopse: Após a morte de sua amiga Ruth Wilcox (Vanessa Redgrave), Margaret Schlegel (Emma Thompson) se casa com seu marido Henry Wilcox (Anthony Hopkins). Afinal ambos são livres e desimpetidos, nada tendo contra esse casamento. Só que a irmã mais jovem de Margaret, a temperamental Helen Schlegel (Helena Bonham Carter), não gosta de Henry e seu jeito de ricaço arrogante, criando assim um abismo entre elas. Filme vencedor do Oscar nas categorias de Melhor Atriz (Emma Thompson), Melhor Roteiro Adaptado (Ruth Prawer Jhabvala) e Melhor Direção de Arte (Luciana Arrighi e Ian Whittaker).
Pablo Aluísio.
sábado, 6 de outubro de 2018
Simplesmente Amor
Esse filme tive a oportunidade de ver no cinema. Como já sabia de antemão ele apresentava vários problemas, um deles que é bem comum nesse tipo de produção com grande elenco e roteiro fragmentado, é a dispersão de foco. Com dezenas de personagens acaba que nenhum deles tem maior importância. Quando um estúdio resolve unir vários astros em um só filme já sabemos que nenhum deles terá personagens bem desenvolvidos na tela. É algo previsível. Muitos personagens, pouco foco. Além disso nem todo mundo aprecia esse tipo de roteiro ao estilo mosaico, com várias estórias correndo em paralelo ao mesmo tempo. Para muitos é algo que deixa o filme disperso demais. Enfim, "Simplesmente Amor" é isso, um filme prejudicado por suas próprias pretensões exageradas.
Simplesmente Amor (Love Actually, Estados Unidos, Inglaterra, 2003) Direção: Richard Curtis / Roteiro: Richard Curtis / Elenco: Hugh Grant, Liam Neeson, Colin Firth, Emma Thompson, Keira Knightley, Alan Rickman, Rodrigo Santoro, Billy Bob Thornton, Rowan Atkinson, Elisha Cuthbert, January Jones, Denise Richards, Claudia Schiffer, Bill Nighy, Martin Freeman, Martine McCutcheon / Sinopse: São nove estórias de amor, mostrando as dificuldades de encontrar o amor de nossas vidas. Filme indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Filme - Comédia ou Musical. Premiado pelo BAFTA Awards na categoria de Melhor Ator Coadjuvante (Bill Nighy).
Pablo Aluísio
terça-feira, 8 de agosto de 2017
O Bebê de Bridget Jones
Aliás por se tratar de uma comédia era de se esperar que fosse ao menos engraçado. Esse é outro problema sério dessa produção. O filme não tem graça nenhuma. É muito chato! A personagem Bridget Jones inclusive perde toda a sua essência, se transformando numa mulher cheia de complexos, tentando se casar, ter um filho, ou seja, seguir aquela velha ladainha imposta pela sociedade às mulheres, como se uma mulher não pudesse ser feliz solteira e sem filhos! Assim ela começa a agir como uma adolescente meio boboca e fica grávida, mas sem saber quem seria exatamente o pai de seu filho. Os candidatos são o seu antigo namorado Mark Darcy (Colin Firth) que inclusive está casado ou o bonitão Jack (Patrick Dempsey) que ela acabou de conhecer em um festival de música. E basicamente é isso. Nada muito bem bolado, nada muito original, apenas a saturação de uma série de filmes que já deu o que tinha que dar após todos esses anos. Para piorar o péssimo roteiro ainda temos que lidar com a mudança radical do rosto de Renée Zellweger e o fato dela ter perdido grande parte de suas expressões faciais após tantas plásticas. Um desastre! Enfim, uma situação constrangedora e nada divertida, para dizer o mínimo.
O Bebê de Bridget Jones (Bridget Jones's Baby, Estados Unidos, Inglaterra, 2016) Direção: Sharon Maguire / Roteiro: Helen Fielding, Dan Mazer / Elenco: Renée Zellweger, Colin Firth, Patrick Dempsey, Emma Thompson / Sinopse: Bridget Joens (Renée Zellweger) descobre que está grávida, mas ao mesmo tempo não tem certeza sobre quem seria o pai da criança. Aos 42 anos de idade e cheia de dúvidas sobre seu futuro, ela tenta descobrir a paternidade da maneira menos escandalosa possível, algo que pelo seu histórico não será nada fácil de acontecer.
Pablo Aluísio.
domingo, 19 de março de 2017
A Bela e a Fera
Já em termos de carreira ela tem agora um baita sucesso em sua filmografia. O filme vai muito bem nas bilheterias, liderando rankings de vendas de ingressos em todos os mercados. Nada mal. O roteiro segue basicamente o mesmo da animação. É curioso porque o conto de fadas original, escrito pela Madame Gabrielle-Suzanne Barbot em 1740, foi tantas vezes adaptado ao longo de todos esses anos, que pouca coisa sobrou do texto original. Barbot viveu na França do século XVIII, na época de ouro do absolutismo da Casa de Bourbon. Sua obra era bem mais interessante, sob diversos aspectos, mas seria pouco atrativa para as crianças de hoje. Como se trata de um produto com o selo de qualidade Disney é meio desnecessário elogiar a bonita produção, a direção de arte de bom gosto, os efeitos de computação gráfica, etc. A Disney mantém um padrão de qualidade tão absurdo que todos os seus filmes são impecáveis nesses aspectos. A única crítica que teria a fazer sobre isso seria sobre o design da fera, que ao meu ver, está mais parecida com um werewolf de filmes de terror do que com um personagem cheio de sentimentos de uma produção feita para agradar as crianças. Tirando isso de lado, todo o mais me agradou. A espinha dorsal do enredo é o musical da Broadway, com belas canções por todo o desenrolar do filme. E sim, no final das contas a Emma Watson interpreta mesmo uma típica princesinha Disney. Nem adianta disfarçar.
A Bela e a Fera (Beauty and the Beast, Estados Unidos, 2017) Direção: Bill Condon / Roteiro: Stephen Chbosky, Evan Spiliotopoulos / Elenco: Emma Watson, Kevin Kline, Ewan McGregor, Ian McKellen, Emma Thompson, Stanley Tucci, Dan Stevens, Luke Evans / Sinopse: Após o desaparecimento de seu pai em uma floresta sinistra e sombria, Belle (Watson) vai atrás dele e descobre que ele é prisioneiro de uma fera em seu castelo, um antigo príncipe que fora amaldiçoado por uma bruxa. Apenas o amor poderá salvá-lo de seu trágico destino.
Pablo Aluísio.
domingo, 22 de janeiro de 2017
Sozinho em Berlim
Título no Brasil: Sozinho em Berlim
Título Original: Alone in Berlin
Ano de Produção: 2016
País: Inglaterra, França, Alemanha
Estúdio: IFC Films
Direção: Vincent Perez
Roteiro: Achim von Borries, Vincent Perez
Elenco: Emma Thompson, Daniel Brühl, Brendan Gleeson, Mikael Persbrandt
Sinopse:
Baseado numa história real o filme conta o que aconteceu com o casal alemão Quangel em Berlim durante a II Guerra Mundial. No campo de batalha morre o único filho de
Otto (Brendan Gleeson) e Anna Quangel (Emma Thompson). Eles ficam devastados quando recebem a notícia. E o mais doloroso de tudo é saber que o jovem morreu por causa de uma ideologia mentirosa e falsa, que estava enganando todo o povo da Alemanha. Como eles poderiam resistir ao Nazismo naquele momento tão conturbado? Eles resolvem então espalhar por toda a cidade cartões com mensagens contra o regime. Uma oposição feita nas sombras e com coragem.
Comentários:
Esse filme foi indicado ao Urso de Ouro no último Berlin International Film Festival. É uma história muito interessante, mas pouco conhecida, de um casal que procurou resistir ao Nazismo dentro da própria Alemanha, diante de um dos regimes mais duros e opressivos que já se conheceu. Após o filho morrer servindo ao III Reich, marido e esposa resolvem distribuir cartões de oposição ao Nazismo pelas ruas, prédios e casas. Tudo feito de maneira sutil e nas sombras. Não havia imprensa livre e era impossível criticar os absurdos do regime de Hitler. Qualquer manifestação contrária ao seu regime era considerado um crime de alta traição punido com a morte. Assim Otto e sua mulher Anna fazem o que era possível diante daquele sistema. Eles escrevem pequenos cartões com mensagens contra Hitler e o Nazismo. Depois os distribuíam em lugares públicos, sem que ninguém os vissem. Os cartões obviamente logo chegaram nas mãos das autoridades e assim começa imediatamente uma verdadeira caça aos subversivos ao pensamento nazista. O filme se desenrola durante esse período. Otto, um trabalhador comum, um homem do povo, lutando com as armas que tinha em mãos contra a dominação brutal de Hitler e seus seguidores.
Essa história tem nuances bem importantes, que mostra nitidamente a importância de certos valores democráticos como a livre imprensa, o direito de opinião e a necessária existência de uma oposição política. Nada disso existia durante o regime nazista alemão, demonstrando o quanto pode ser desastroso um sistema onde não existem barreiras democráticas para barrar os abusos e ilegalidades dos que estão no poder. Outro aspecto interessante é desvendar como mesmo dentro das entranhas do poder nazista havia arbitrariedades, como no caso mostrado no filme de um investigador policial inteligente e profissional que era completamente subjugado pelos violentos membros da famigerada SS. A estupidez se impondo pela força contra a inteligência e a racionalidade dedutiva do trabalho de investigação. Outro ponto importante desse filme é demonstrar que havia sim um pensamento de oposição dentro da própria sociedade alemã, mesmo que ele fosse violentamente suprimido pela truculência nazista. Em suma, um bom filme que resgata mais uma história de coragem durante a Guerra. Uma história aliás que deveria ser bem mais conhecida nos dias de hoje.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 5 de julho de 2016
Uma Caminhada na Floresta
Título Original: A Walk in the Woods
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos
Estúdio: Route One Entertainment
Direção: Ken Kwapis
Roteiro: Michael Arndt, Bill Holderman
Elenco: Robert Redford, Nick Nolte, Emma Thompson, Mary Steenburgen
Sinopse:
Bill Bryson (Robert Redford) é um escritor consagrado especializado em escrever livros sobre viagens. Durante uma entrevista para a TV ele é perguntado porque escreveu tantos livros sobre quase todos os lugares do mundo e não sobre o seu próprio país, os Estados Unidos. Isso acaba o deixando sem resposta. Depois de um tempo refletindo sobre isso ele resolve então colocar em prática um novo objetivo: fazer a trilha conhecida como Appalachian Trail, de quase 4 mil km, cruzando grande do monte dos Apalaches, indo da Georgia ao Maine. Para isso convida vários amigos e conhecidos, mas todos eles acabam recusando o convite. Apenas um velho conhecido, Stephen Katz (Nick Nolte), aceita o desafio! Assim ambos partem rumo a uma jornada longa e cheia de surpresas. Filme indicado prêmio da Georgia Film Critics Association.
Comentários:
Mesmo perto de completar 80 anos de idade (agora em agosto próximo) o ator Robert Redford se recusa a se aposentar. Segundo ele próprio afirmou em recente entrevista gostaria de fazer filmes até o fim de seus dias. Bom para os cinéfilos que sempre acompanharam sua carreira. O interessante é que Redford tem feito bons filmes ultimamente, algo que não se pode dizer de muitos de seus colegas de geração. Esse "A Walk in the Woods", por exemplo, é bem agradável. Com toques leves de humor (embora não seja necessariamente uma comédia), o filme acompanha a tentativa de dois homens da meia idade que tentam vencer a trilha dos Apalaches, algo que até muitos jovens desistem por causa das longas distâncias e dos desafios que se precisam superar durante a penosa viagem. Ao seu lado Redford conta com um ótimo elenco de veteranos, como Emma Thompson (que interpreta sua preocupada esposa Catherine), Mary Steenburgen (como uma simpática dono de hotel para viajantes) e é claro Nick Nolte (funcionando como alívio cômico pois interpreta um velho aventureiro cansado depois de tantos anos, mas ainda se envolvendo em confusões pelo meio meio do caminho). O diretor Ken Kwapis é mais conhecido por suas comédias românticas (como "Ele Não Está Tão a Fim de Você" e "Licença para Casar") e já tinha rodado um pequeno documentário com tema parecido para a TV. Por essa razão foi escolhido por Robert Redford para a direção. No geral é um filme simpático, leve, com muita natureza e que me fez lembrar até mesmo de uma recente produção estrelada por Reese Witherspoon chamada "Livre". A única diferença entre os dois filmes é que no de Reese a temática era mais dramática, como uma jornada em busca de si mesma, enquanto que o filme de Redford é bem mais modesto em suas pretensões cinematográficas, apostando em uma linha mais divertida, amena. Mesmo assim se trata realmente de um bom entretenimento. Assim deixo a recomendação para os fãs do veterano Robert Redford conferirem mais esse filme de sua safra recente.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 7 de janeiro de 2016
Pegando Fogo
Quando esse filme começou me recordei imediatamente de um filme mais antigo com Catherine Zeta-Jones e Aaron Eckhart chamado "Sem Reservas" (No Reservations, EUA, 2007). A temática é bem parecida e mostra o lado mais concorrido desse mundo da alta culinária mundial. Para trazer mais apelo dramático a esse roteiro os escritores criaram uma personalidade muito atormentada para o personagem central interpretado por Bradley Cooper. Ele aliás está muito bem no papel desse temperamental chefe que vira e mexe protagoniza acessos de fúria e raiva em sua cozinha. Basta um pequeno erro no sabor, um excesso de algum condimento para que tudo voe pelos ares. Como se isso não fosse o bastante há ainda explosões de raiva contra seus subordinados o que transforma seu ambiente de trabalho em um verdadeiro caos de tensão incontida. Ele deseja a cobiçada terceira estrela da famosa publicação Michelin, um guia com os melhores restaurantes e chefes de cozinha de todo o mundo e está decidido a ganhar sua redenção na profissão. Ser um profissional três estrelas no guia iria lhe transformar em um dos cozinheiros mais respeitados de todo o planeta. Para isso Jones realmente não está disposto a ser nada menos do que perfeito em suas criações, o que não será nada fácil uma vez que ele tem uma vida conturbada, com um passado complicado de apagar. No saldo final o filme me agradou, não apenas pela boa dramaticidade como também pelas cenas de preparo dos pratos finos. Cada refeição é tratada praticamente como uma obra de arte. Para um gourmet não poderia haver nada melhor do que isso. Não deixe de conferir e Bon Appétit!
Pegando Fogo (Burnt, EUA, 2015) Direção: John Wells / Roteiro: Steven Knight, Michael Kalesniko / Elenco: Bradley Cooper, Emma Thompson, Uma Thurman, Sienna Miller, Matthew Rhys, Daniel Brühl / Sinopse: Após arruinar sua carreira em Paris, um cozinheiro americano chamado Adam Jones (Bradley Cooper) resolve voltar para a Europa, mais especificamente Londres, para um retorno triunfal ao mercado mais concorrido da alta culinária em todo o mundo. Ele deseja ser reconhecido por seu talento, ganhando a tão cobiçada terceira estrela do Guia Michelin de restaurantes. O caminho até a consagração porém não será nada fácil.
Pablo Aluísio.