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segunda-feira, 8 de janeiro de 2024

Oppenheimer

Oppenheimer 
Finalmente assisti a esse que foi um dos filmes mais falados, comentados e badalados de 2023. Conta a história do físico teórico J. Robert Oppenheimer em um dos momentos mais importantes de sua carreira, quando participou e coordenou o trabalho de diversos cientistas que iriam desenvolver em conjunto a primeira bomba atômica da história. O projeto Manhattan do governo dos Estados Unidos tinha como objetivo chegar naquela arma que seria tão poderosa que iria colocar um fim definitivo no conflito armado mais letal e destrutivo da história da humanidade, a Segunda Guerra Mundial. E como vemos no filme tudo foi muito bem sucedido, ou melhor dizendo, alcançaram todos os objetivos demarcados inicialmente pelos planos do governo Truman.

O tema, a história do filme, já é por demais interessante. É aquele tipo de filme em que a vitória já está meio confirmada, antes mesmo da bola rolar. A questão seria apenas decidir como contar essa história. No caso do roteiro aqui o foco foi mesmo todo para o protagonista. E aqui vejo problemas. O roteiro não tem coragem suficiente para mostrar exatamente tudo sobre Oppenheimer. Seu pensamento e mentalidae socialista, por exemplo, é sutilmente varrida para debaixo do tapete. Tudo fica em cima do muro, nada é decidido, nada é devidamente explicado. Se ele era ou não um socialista convicto fica sempre no meio das nuvens de indecisão. Parece que o diretor Nolan não teve coragem suficiente para mostrar esse lado da personalidade do cientista. Em tempos tão polarizados, principalmente dentro da política dos Estados Unidos, ele temeu revelar tudo. E isso é sem dúvida um ponto negativo. 

O roteiro também segue numa montanha-russa. O filme começa meio vacilante, mas logo começa a crescer em interesse, principalmente por causa dos planejamentos da primeira bomba atômica. Só que uma vez construída e testada a grande arma de destruição em massa, o filme desce a montanha, se refletindo em uma parte final cansativa, sem rumo, que cai no marasmo. Aquelas reuniões todas, aqueles depoimentos, etc. Nolan deveria ter optado por algo mais ágil, de acordo com o ritmo que a sétima arte pede e necessita para se fazer um bom filme. 

Então é isso. É um bom filme, não deixo de reconhecer. Só que faltou um pouco mais de cuidado no ritmo e na narração dos acontecimentos e também de coragem para revelar tudo sobre o cientista em foco. Poderia ser bem melhor se Nolan não fosse tão precavido, sempre com medo de pisar em ovos. Além disso é um filme, se formos pensar bem, um tanto convencional. Se falou muito em ousadia narrativa do diretor. Bom, eu particularmente não vi nada disso. O filme é no final das contas bem quadradinho e convencional em termos narrativos e de desenvolvimento da história.

Oppenheimer (Estados Unidos, 2023) Direção: Christopher Nolan / Roteiro: Christopher Nolan, Kai Bird, Martin Sherwin / Elenco: Cillian Murphy, Robert Downey Jr, Emily Blunt, Matt Damon / Sinopse: Baseado em fatos históricos reais, o filme conta a história do cientista americano J. Robert Oppenheimer e o seu papel no desenvolvimento da primeira bomba atômica.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 17 de novembro de 2023

A Máfia da Dor

A Máfia da Dor
Uma stripper acaba conseguindo uma chance para trabalhar em uma empresa farmacêutica. Ela não tem qualquer formação para isso, mas logo descobre que o negócio é vender o remédio que a empresa fabrica. Ela precisa convencer médicos a receitarem a tal droga para dor. O problema é que ele é baseado numa substância que causa dependência química e se usado em altas doses pode levar o paciente a ter uma overdose de drogas. Esse é um ponto delicado, mas para todas aquelas pessoas o que interessa mesmo é vender o tal produto, de todo jeito, apenas para embolsar uma bela grana no final do mês. E a ganância logo se espalha entre médicos, representantes e vendedores da farmacêutica e escroques de todos os tipos. Que atendimento humanizado coisa nenhuma, o importante é ganhar dinheiro com a desgraça alheia. 

Gostei demais desse filme que foi lançado na Netflix nessa semana. Expõe mesmo os lances obscuros que imperam no simples ato de receitar um medicamento a um paciente dentro de um consultório médico. Há toda uma sordidez envolvida, uma gente que não quer nem saber do bem estar das pessoas doentes, eles só visam o lucro fácil e nada mais. O elenco é todo bom, contando com uma preciosa interpretação da sempre ótima Emily Blunt. Ela interpreta essa jovem mulher que ganha a vida tirando a roupa em clubes masculinos, mas que logo descobre que tirar o dinheiro de gente doente e desesperada é mais lucrativo! 

Até o Capitão América, ou melhor dizendo, o Chris Evans, deu as caras por aqui. Ele é o executivo da empresa picareta que quer empurrar a nova droga de todo jeito. Um sujeitinho asqueroso sem qualquer ética! E o que dizer o dono da farmacêutica interpretado por Andy Garcia? Sujeito estranho, cheio de manias, picareta no grau máximo, totalmente empenhado em apenas ficar milionário. Enfim muito bom esse novo filme. É o retrato cruel da saúde, não apenas nos Estados Unidos, mas praticamente no mundo todo. Então quer uma boa dica para ver um bom filme na Netflix nesse final de semana? Não deixe de ver esse "A Máfia da Dor". 

A Máfia da Dor (Pain Hustlers, Estados Unidos, 2021) Direção: David Yates / Roteiro: Wells Tower, Evan Hughes / Elenco: Emily Blunt, Chris Evans, Andy Garcia, Catherine O'Hara / Sinopse: Liza Drake (Emily Blunt) é uma stripper vai para o mundo dos negócios, indo trabalhar em uma empresa farmacêutica, onde precisa vender uma nova droga que pode viciar e matar os pacientes. Só que isso não importa, o que importa é ganhar muito dinheiro com essas pessoas doentes!

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 7 de junho de 2023

A Inglesa

A Inglesa
Quer mais uma dica de faroeste no streaming? Pois bem, aqui vai a dica dessa minissérie "A Inglesa". A história se passa no século XIX quando uma dama inglesa decide ir para os Estados Unidos, indo em uma jornada perigosa nos confins do oeste norte-americano, uma jornada mais do que temerária pois nessa região havia muitos criminosos, bandoleiros e até mesmo nativos selvagens, principalmente contra caravanas de brancos. Para não se tornar tão vulnerável ela acaba ganhando a companhia e a proteção de um índio que viaja ao seu lado. Seu objetivo é encontrar seu marido que há muitos anos foi para o oeste e lá desapareceu sem deixar vestígios e nem rastros. O filho do casal morreu na Inglaterra e agora ela quer reencontrar o marido de todo jeito, não se sabe se o ama ou se o odeia, uma vez que houve uma ligação direta entre a morte do garoto e o passado do marido que nunca lhe foi fiel no casamento.

Em relação a essa produção o que mais chamou a atenção foi a presença da atriz Emily Blunt. De fato essa é a sua estreia nesse universo de minisséries. Também vale ressaltar o roteiro que de certa maneira surge um tanto quanto fragmentado, só revelando a totalidade de sua história ao longo dos episódios. Nada é facilitado para o espectador nesse aspecto. Agora o que mais me surpreendeu aqui foi o seu final. Que final de história triste e amargurado! Embora haja um fio de esperança e até mesmo de ternura nessa conclusão, não podemos deixar de lado a surpresa em ver o destino trágico dessa protagonista. Nem sempre uma vida de lutas termina com um final feliz...

A Inglesa (The English, Reino Unido, Estados Unidos, 2023) Direção: Hugo Blick / Roteiro: Hugo Blick / Elenco: Emily Blunt, Tom Hughes, Chaske Spencer / Sinopse: Uma dama inglesa viaja até os Estados Unidos no século XIX e parte em rumo ao oeste norte-americano em busca de seu marido, há muitos anos desaparecido. 

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 9 de agosto de 2021

Jungle Cruise

Divertidíssimo! Assim eu poderia resumir esse primeiro blockbuster da Disney a chegar nos cinemas, nesse momento em que a pandemia está sendo mais controlada por causa das vacinas. E o filme que custou 200 milhões de dólares não fez feio nas bilheterias, liderando a lista dos mais vistos na Europa e nos Estados Unidos. E realmente é um filme muito bem produzido, com enredo divertido e efeitos especiais de última geração. Curiosamente o ator Dwayne Johnson retornou para a selva. Ele é dono de um barco no Rio Amazonas quando é contratado por uma inglesa (interpretada pela sempre carismática Emily Blunt) para encontrar uma árvore mágica, que traz a cura para qualquer mal, em um lugar conhecido como Lágrimas da Lua.

Pura fantasia juvenil! Mas olha, funciona muito bem! Claro que se eu tivesse 14 anos de idade iria curtir muito mais o filme, mas quem disse que uma pessoa mais velha não possa apreciar o ritmo de pura aventura escapista? Pois é, o filme não se contenta em contar mais uma história nos confins de uma floresta cheia de lendas, para ir mais fundo nesse mundo de realismo fantástico. Há elementos de antigos filmes como "Uma Aventura na África" com a saga de Indiana Jones, tudo junto e misturado. Clichês estão por toda parte, mas apesar de tudo isso, no conjunto, o filme é um produto pipoca que cumpre bem seus objetivos que é acima de tudo divertir o espectador. Nesse quesito me senti plenamente realizado.

Jungle Cruise (Estados Unidos, 2021) Direção: Jaume Collet-Serra / Roteiro: Michael Green, Glenn Ficarra / Elenco: Dwayne Johnson, Emily Blunt, Jesse Plemons, Jack Whitehall, Edgar Ramírez, Paul Giamatti / Sinopse: Uma antiga lenda brasileira afirma que existe uma árvore no interior profundo da floresta Amazônica que produz pétalas que irão curar qualquer enfermidade. Uma doutora inglesa e seu irmão decidem ir para o Brasil para encontrar as origens dessa lenda centenária.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 22 de julho de 2021

Um Lugar Silencioso: Parte II

Eu não gostei do primeiro filme. Escrevi que houve uma radicalização nessa coisa toda do silêncio, o que fazia dar sono no espectador. Para quem não conhece a história do filme se passa em um mundo distópico onde seres e criaturas estão basicamente exterminando a raça humana. Esses monstros são cegos, mas possuem uma audição absurda. O menor barulho os desperta e eles surgem com fúria assassina. Pois bem, nessa parte 2 esse problema que chamei a atenção em relação ao primeiro filme foi devidamente corrigido. O silêncio não impera tanto como antes. Já existe um melhor trabalho na trilha sonora incidental e nos próprios efeitos sonoros. O filme assim ficou bem melhor, mais bem resolvido. Não me deu sono, o que já foi uma melhora e tanto!

Agora o roteiro continua apostando apenas nas cenas de suspense e tensão. Não há nada de errado nisso, porém quem estiver em busca de maiores respostas sobre o que aconteceu continuará a ficar sem respostas. Há uma mera tentativa de explicação no começo do filme, mostrando o famigerado Dia 1 da invasão desses bichos, mas tudo o que se fica sabendo é que eles vieram do espaço. O resto não é explicado. O filme se apoia apenas na família tentando sobreviver nesse mundo brutal e violento. De pés descalços, eles vagam, em busca de alimentos e água potável em um mundo destruído. Enfim, minha conclusão é que apesar das perguntas ainda sem respostas, esse segundo filme se revelou bem melhor do que o primeiro. Vale a sessão de cinema.

Um Lugar Silencioso: Parte II (A Quiet Place Part II, Estados Unidos, 2021) Direção: John Krasinski / Roteiro: John Krasinski, Scott Beck, Bryan Woods / Elenco: Emily Blunt, Cillian Murphy, John Krasinski, Millicent Simmonds, Noah Jupe / Sinopse: Uma família (a mãe, dois filhos adolescentes e um bebê) tentam sobreviver em um mundo destruído após a invasão de estranhos seres vindos do espaço sideral.

Pablo Aluísio.

sábado, 6 de abril de 2019

O Retorno de Mary Poppins

A Disney tinha duas opções para trazer a personagem Mary Poppins de volta aos cinemas. A primeira seria fazer um remake do filme clássico original. A segunda seria produzir uma continuação. Acabou decidindo pela segunda alternativa. Esse novo filme da Mary Poppins é uma espécie de sequência do primeiro filme. Ela retorna, reencontra as crianças do primeiro filme (agora adultos, com problemas financeiros) e vai cuidar dos filhos deles. O clima de magia e inocência continua o mesmo. Há muitas canções (o filme poderia ser considerado um musical ao velho estilo) e cenas que misturam animação à moda antiga com atores reais. A produção é caprichada e de bom gosto, porém nada disso parece ter atraído a criançada dos dias de hoje.

O filme custou 130 milhões de dólares e mal conseguiu recuperar o investimento nas bilheterias dos cinemas. Era algo esperado. Esperar a mesma reação de uma criança atual como a das crianças da década de 1960 era algo que definitivamente não iria acontecer. Não se repetiria. As crianças atuais estão mais ligadas em tecnologia e games. Uma babá como Mary Poppins, mesmo com seus "poderes mágicos" não seria mesmo um atrativo para a gurizada.

De bom mesmo temos um ótimo elenco, mesmo que algumas estrelas tenham pouco espaço em cena. A premiada Meryl Streep interpreta uma prima de Mary Poppins, com direito a música e coreografia próprias. A maquiagem é pesada, mas o talento se sobressai. Colin Firth é o banqueiro sem alma que quer colocar as mãos numa casa hipotecada, justamente onde vivem as crianças que Mary está cuidando. O filme revela ainda o talento de Emily Blunt em musicais. Ela canta, dança e se sai muito bem no filme. Todos já sabiam que como atriz ela era realmente muito boa, acima da média, mas esses outros talentos ainda eram desconhecidos do grande público. De fato ela é uma artista completa.

O Retorno de Mary Poppins (Mary Poppins Returns, Estados Unidos, 2018) Direção: Rob Marshall / Roteiro: David Magee / Elenco: Emily Blunt, Meryl Streep, Colin Firth, Lin-Manuel Miranda, Ben Whishaw / Sinopse: A babá Mary Poppins (Blunt) retorna para rever as crianças que cuidou no passado. Elas agora são adultas, com problemas financeiros com o banco. Aos poucos ela vai tentando ajudar, enquanto cuida de novas crianças. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Música Original, Melhor Canção Original ("The Place Where Lost Things Go"), Melhor Figurino e Melhor Design de Produção. Também indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Filme - Comédia ou Musical, Melhor Atriz (Emily Blunt), Melhor Ator (Lin-Manuel Miranda) e Melhor Trilha Sonora.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 6 de abril de 2018

Um Lugar Silencioso

Esse filme de terror tem sido bem elogiado pela crítica. Não é muito comum ver tantas resenhas positivas para um filme desse gênero. E afinal qual é a novidade? Imagine viver em um mundo dominado por estranhas criaturas. Esses bichos que parecem insetos do tamanho de um ser humano são completamente cegos, mas possuem uma audição fora do comum, extremamente sensíveis. Assim resta aos que sobreviveram a essa infestação fazer o menor barulho possível para não atrair os monstros. O menor ruído já chama a atenção desses seres que chegam com extrema violência. São aliens? Experimentos genéticos que deram errado? O roteiro não explica a origem e nem o que são, apenas os usam como elementos de pavor, nada mais. Quando o filme começa vemos essa família que vive isolada em uma velha fazenda no campo. Eles estão cercados por todos os lados pelas criaturas, por isso se comunicam pela linguagem dos sinais. A mulher está grávida e o pai tenta desesperadamente localizar alguém por seu rádio amador. Agora imagine ter um filho no meio dessa situação! O choro estridente do bebê certamente vai chamar a atenção dos monstros que estarão prontos para matar toda a família.

Olha eu apreciei esse filme apenas em termos. Confesso que me incomodou bastante o fato do filme ser quase todo em completo silêncio, com praticamente quase nenhum diálogo sendo dito pelos atores. Chega um momento em que você começa a sentir tédio da situação. Sim, em tese, a ideia pode até ser considerada original e bem bolada, porém silêncio demais pode levar alguns espectadores a simplesmente pegarem no sono, seja no cinema, seja em casa. Acredite, eu vi essa situação na sala de cinema. O silêncio era tanto que alguns dormiram! Provavelmente por causa desse efeito colateral o diretor John Krasinski tenha resolvido fazer um filme curtinho, com pouco mais de 80 minutos de duração. Ele não quis arriscar colocando todo mundo para cochilar. Deixando um pouco a ironia de lado devo dizer que sim, o filme tem bons momentos, principalmente de suspense, mas ao mesmo tempo passa longe de ser esse filmão que muitos estão dizendo por aí aos quatro ventos. Vale uma sessão de cinema, mas antes não deixe de beber bastante café para não dormir no meio do filme.

Um Lugar Silencioso (A Quiet Place, Estados Unidos, 2018) Direção: John Krasinski / Roteiro: Bryan Woods, Scott Beck / Elenco: Emily Blunt, John Krasinski, Millicent Simmonds / Sinopse: Jovem casal vivendo isolados em uma velha casa de fazenda tenta proteger os filhos do ataque de estranhas criaturas completamente cegas, mas que atacam ao menor sinal de um mínimo barulho. Vivendo em silêncio completo os membros da família vão tentando sobreviver, um dia de cada vez.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 5 de maio de 2017

Sicario: Terra de Ninguém

A fronteira entre Estados Unidos e México é seguramente um dos lugares mais violentos do mundo. É justamente essa rota que os cartéis mexicanos de drogas usam para transportar sua produção para o maior mercado consumidor de entorpecentes do mundo. Pois é, os mexicanos produzem e transportam as drogas, enquanto os americanos as consomem. Regra básica do capitalismo. Enquanto houve consumidor de um produto, haverá um produtor. Nesse campo de batalha trabalha a agente do FBI Kate Macer (Emily Blunt). Após sua equipe estourar uma casa do cartel, onde encontram corpos literalmente enterrados em suas paredes, ela aceita o convite para entrar em uma nova missão.

Esse novo grupo é comandado pelo agente da CIA Matt Graver (Josh Brolin). Ele é um sujeito experiente que sabe com quem está lidando. Por isso seu grupo é bem heterogêneo, contando inclusive com um ex-traficante barra pesada conhecido apenas como Alejandro (Benicio Del Toro). Os traficantes do cartel da fronteira mataram sua família no passado e agora ele está disposto a fazer qualquer coisa por vingança. Esses três personagens formam o trio central desse filme policial dirigido por Denis Villeneuve, novo cineasta que tem chamado bastante a atenção, principalmente por causa de seu último filme, a ficção "A Chegada", um dos melhores do ano passado.

Dizem que todo filme desse estilo precisa ter pelo menos três boas cenas. Requisito cumprido por Sicario. A primeira sequência, quando a equipe de Blunt chega na casa utilizada pelos traficantes é muito boa, com suspense e ação nas doses certas. Outra boa cena vem quando eles entram no México para levar até os Estados Unidos um parente do principal chefão mexicano. Andar naquelas ruas sendo cercados por criminosos é pura adrenalina, por si só. Por fim o filme fecha tudo com uma ótima cena final quando Del Toro finalmente tem a chance de concretizar sua vingança pessoal.

Hoje em dia fala-se muito no fracasso da guerra contra o tráfico. Que tudo deveria ser liberado para que não houvesse mais esse tipo de violência, como a que vemos no filme. Embora essa nova forma de pensar tenha alguns bons argumentos em seu favor, sou completamente contra esse tipo de pensamento. Basta ver como vivem e quais são os limites (ou a falta deles) dos que controlam esse tipo de atividade. Fora o fato de que se tudo fosse liberado a sociedade iria ter que arcar com os custos de ter que lidar com uma geração de zumbis, os próprios viciados. Lembre-se da Cracolândia. Assim embora seja algo nocivo, violento, que gera muitas mortes, a repressão ainda se faz necessária. "Sicario" mostra acima de tudo que nessa guerra nem sempre os lados estão bem delimitados. A guerra contra as drogas porém, ao contrário do que muitos dizem, pode sim ainda ser vencida.

Sicario: Terra de Ninguém (Sicario, Estados Unidos, 2015) Direção: Denis Villeneuve / Roteiro: Taylor Sheridan / Elenco: Emily Blunt, Josh Brolin, Benicio Del Toro / Sinopse: O filme acompanha um grupo de agentes do FBI e da CIA atuando na fronteira entre Estados Unidos e México. A missão deles é colocar atrás das grades o grande chefão do tráfico de drogas na região. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Fotografia (Roger Deakins), Melhor Música Original (Jóhann Jóhannsson) e Melhor Edição de Som (Alan Robert Murray).

Pablo Aluísio.

terça-feira, 10 de janeiro de 2017

A Garota no Trem

Título no Brasil: A Garota no Trem
Título Original: The Girl on the Train
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos
Estúdio: DreamWorks Pictures
Direção: Tate Taylor
Roteiro: Erin Cressida Wilson
Elenco: Emily Blunt, Haley Bennett, Rebecca Ferguson, Lisa Kudrow
  
Sinopse:
Após ser abandonada pelo marido, Rachel (Emily Blunt) entra em uma crise depressiva e autodestrutiva. Todas as manhãs ela pega o trem em direção a Nova Iorque e passa bem em frente a sua antiga casa. Seu ex-marido vive com uma nova mulher, tem um filho recém-nascido e parece feliz. Isso acaba destruindo ainda mais a auto estima e o amor próprio de Rachel. Ela se torna inconveniente, invasiva e começa a beber demais. O que ela jamais poderia esperar é acabar se envolvendo em um caso de assassinato e crime. Filme indicado ao BAFTA Awards e ao Screen Actors Guild Awards na categoria de Melhor Atriz (Emily Blunt).

Comentários:
Eu esperava por outro tipo de filme quando comecei a assistir a esse "A Garota no Trem". Como não havia praticamente lido nada sobre ele pensei tratar-se de um drama existencial sobre a infelicidade de uma mulher apaixonada que fora trocada por outra, vendo sua vida praticamente ser destruída por isso. Também esperava por um roteiro que explorasse mais a fundo o alcoolismo da personagem principal. Em poucas palavras, esperava por um filme dramático, com tintas pesadas sobre o fracasso pessoal. Não é bem isso o que encontrei. Sim, a personagem foi traída, colocada de lado e tem problemas com bebidas. Isso é um fato, só que o roteiro não está concentrado apenas nisso. Na verdade tudo o que se vê em torno desse tipo de construção da protagonista é apenas um pano de fundo, um aspecto secundário, do que o argumento está mesmo interessado. Sob esse ponto de vista o filme não é um drama, mas um thriller de suspense apoiado em um assassinato e na busca da verdadeira identidade do próprio assassino. Para ser sincero essa escolha achei até muito banal.

Como é de se esperar nesse tipo de suspense a premissa mais desenvolvida pelos roteiristas se resume em deixar uma série de pistas falsas no meio da investigação para confundir o espectador. Uma hora ele pensará que o personagem A é o assassino, para depois entender que quem cometeu o crime foi B. Esse tipo de fórmula se desgastou muito nos últimos anos. Não traz nada de novo. Além disso o tal mistério nem é tão complicado de descobrir... Se você for atento o suficiente conseguirá descobrir a verdadeira identidade do assassino (ou assassina) com antecedência. Assim a minha impressão foi essa mesma, a de leve decepção. "A Garota do Trem" poderia ser um ótimo drama sobre relacionamentos fracassados e a impossibilidade que certas pessoas possuem de fechar as portas do passado atrás de si para sempre. O roteiro porém ignorou isso e foi por um caminho muito mais fácil e bem mais banal.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 16 de agosto de 2016

O Caçador e a Rainha do Gelo

Esse filme é a sequência (ou quase isso) de "Branca de Neve e o Caçador". Do primeiro filme não gostei realmente de praticamente nada. A ideia de transformar o famoso conto de fadas em uma espécie de genérico de "O Senhor dos Anéis" não me pareceu boa. Além disso havia a péssima atuação da atriz Kristen Stewart como Branca de Neve, um dos maiores erros de casting do cinema atual. Assim quando esse filme foi anunciado eu não tive vontade nenhuma de conferir. Se o primeiro havia sido tão fraco para que assistir sua continuação? De qualquer forma, deixando de lado a má impressão inicial, resolvi dar uma colher de chá. Quem sabe poderia ser um pouquinho melhor...

Para minha surpresa pude constatar que o resultado se mostrou bem melhor do que eu esperava. Eu credito isso a alguns fatores interessantes. O primeiro, mais óbvio, foi a saída de Kristen Stewart do projeto. Seu personagem, a princesa Branca de Neve, é citada no enredo desse novo filme, mas ela nunca aparece em cena. Ao invés disso o roteiro se foca na Rainha do Gelo (Emily Blunt) e seus planos de dominar todos os reinos vizinhos ao seu. Ela recruta crianças órfãs para formar seu exército imbatível. Destruída emocionalmente no passado pela morte de seu filho, ainda uma criança no berço, ela não admite que seu subordinados se rendem ao amor. E é justamente isso que acontece com o casal Sara (Jessica Chastain, maquiada para não parecer tão ruiva!) e Eric (Chris Hemsworth, o próprio Thor que volta para um papel maior). O segundo ponto positivo é justamente esse, pois o enredo é original, não ficando preso a um conto de fadas do começo ao fim, como ocorreu no primeiro filme.

O roteiro, que achei até muito bem escrito, vai e vem no tempo. Há uma introdução, usa-se bem o recurso do flashback, para depois retornar finalmente ao tempo presente. Tudo bem encaixado. O bom é que os roteiristas criaram uma estória com liberdade, sem muita ligação com "Branca de Neve e os Sete Anões". Essa liberdade ajudou ao filme. A estrutura do roteiro é básica, temos que admitir, mas bem conduzida. Os efeitos especiais também se destacam. A personagem de Charlize Theron, a rainha má do conto original, está de volta, porém em outra forma. Sua "saída" de dentro do espelho me fez lembrar os efeitos digitais revolucionários de "O Exterminador do Futuro 2". Muito bem realizado. No geral gostei do filme. Talvez esse salto de qualidade demonstre aos executivos de Hollywood que a aposta em ideias originais pode ser muito mais interessante do que requentar velhas fórmulas ou antigos contos de fadas.

O Caçador e a Rainha do Gelo (The Huntsman: Winter's War, Estados Unidos, 2016) Direção: Cedric Nicolas-Troyan / Roteiro: Evan Spiliotopoulos, Craig Mazin  / Elenco: Emily Blunt, Chris Hemsworth, Charlize Theron, Jessica Chastain, Nick Frost, Rob Brydon, Sheridan Smith, Alexandra Roach / Sinopse: Após a morte da sua irmã, a Rainha do Gelo Freya (Blunt) começa a formar um grande exército de conquista. Além de dominar todo o mundo conhecido, ela pretende colocar as mãos no espelho mágico que pertenceu a Ravenna (Charlize Theron). Com ele pensa ampliar ainda mais suas conquistas. Para isso porém terá que deter um casal apaixonado, ajudado por anões dispostos a tudo para vencer o império do mal de Freya. Filme indicado ao Teen Choice Awards. 

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Caminhos da Floresta

Não parece, mas "Into the Woods" é um musical da Disney adaptado do texto original escrito por James Lapine (que chegou até mesmo a dirigir uma comédia com Michael J. Fox na década de 90 chamada "Um Talento Muito Especial"). A premissa básica é reunir em uma só história quatro contos infantis bem conhecidos: Chapeuzinho Vermelho, Rapunzel, João e o Pé de Feijão e Cinderela. Imagine colocar juntos todos os personagens desses famosos contos de fadas, reunindo todos eles em um só enredo. Depois adicionar uma grande atriz como Meryl Streep como uma bruxa da floresta que jogou uma maldição em um casal e pronto, está feito o roteiro. Como se trata de um musical obviamente há muitos números de canto. Por isso praticamente todo o elenco canta em algum momento do filme, até mesmo atores e atrizes que nunca fizeram isso em cena em outros filmes. De todos eles a que se sai melhor é realmente Meryl Streep. Ela já havia soltado a voz em "Mamma Mia!" e conforme deixou claro em várias entrevistas adora cantar sempre que a oportunidade surge em sua carreira. Claro que o que ouvimos durante as cenas não é o resultado de um tom natural, muitas vezes os atores vão para o estúdio e cantam praticamente o dia inteiro tentando acertar alguma nota musical. Depois com a tecnologia que os estúdios de gravação dispõem atualmente tudo é montado para parecer que a performance de todos eles é impecável. Mesmo sendo fruto de muitos programas de áudio não podemos deixar de elogiar pelo menos a coragem desses profissionais em se expor assim, em algo que nunca foi necessariamente seu ponto forte. Até Johnny Depp dá seu pequeno show como o Lobo Mau na floresta esperando pela Chapeuzinho Vermelho, o que origina um dos momentos mais divertidos do filme.

Já voltando ao roteiro eu devo dizer que nem sempre o resultado de reunir tantas histórias diferentes em uma só me deixou muito satisfeito. A verdade é que o roteiro tem uma característica que me incomodou um pouco. Ele nunca mostra o principal de cada conto de fadas. Assim, por exemplo, você não verá João entrando na casa do gigante após escalar o pé de feijão. Ela já surge depois, fugindo com as moedas e o ovo de ouro que roubou. Uma criança que ainda não conheça os contos de fadas ficará um pouco perdida. Eu considerei isso um erro e tanto por parte do roteirista pois ele presume que cada criança que vá ao cinema ver esse filme já saiba de antemão tudo o que acontece nos contos de fadas que deram origem ao filme. O mesmo vale para todos os demais personagens. Cinderela só aparece fugindo do príncipe depois do baile, sem explicar o que ela estaria fazendo lá, como chegou até a festa, etc. Rapunzel também é pouco explorada e Chapeuzinho Vermelho é só uma garotinha gulosa e mão leve para doces. Para a mente de uma criança de sete anos ou com menos idade tudo vai soar confuso e disperso. Mesmo assim ainda vale a pena conhecer o filme. É uma boa diversão, tem músicas bem escritas e um clima de fantasia que ajuda a digerir a produção. Não é impecável, mas diverte.

Caminhos da Floresta (Into the Woods, Estados Unidos, 2014) Direção: Rob Marshall / Roteiro: James Lapine / Elenco: Meryl Streep, Johnny Depp, Emily Blunt, Anna Kendrick, James Corden, Billy Magnussen, Chris Pine / Sinopse: Uma feiticeira da floresta (Streep) coloca uma maldição em um casal para que eles não tenham filhos. Para quebrar o feitiço ela exige que eles consigam quatro objetos preciosos: a capa da Chapeuzinho Vermelho, a vaca de João dos pés de feijão, o sapatinho de Cinderela e os cabelos de Rapunzel. Só com isso em mãos a bruxa deixará que o jovem casal seja feliz e tenha seu tão sonhado filho. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Atriz Coadjuvante (Meryl Streep), Melhor Figurino (Colleen Atwood) e Melhor Design de Produção. Também indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Filme - Comédia ou Musical, Melhor Atriz (Emily Blunt) e Melhor Atriz Coadjuvante (Meryl Streep).

Pablo Aluísio. 

quinta-feira, 18 de junho de 2015

O Império Romano

Título no Brasil: O Império Romano
Título Original: Empire
Ano de Produção: 2005
País: Estados Unidos
Estúdio: ABC
Direção: Greg Yaitanes, John Gray e Kim Manners
Roteiro: Touchstone Television
Elenco: Vincent Regan, Santiago Cabrera, Emily Blunt, James Frain, Jonathan Cake

Sinopse: 
O ano é 44 A.C. (antes de Cristo). Júlio César, general e político romano, retorna de uma campanha militar vitoriosa na província romana da Hispânia (atual Espanha) após destruir forças rebeldes contra Roma na região. O êxito lhe dá grande prestígio e poder dentro do senado. Ele almeja o poder máximo, passando inclusive por cima dos ideais republicanos, o que lhe traz imediatamente a oposição de setores importantes, liderados por Brutus e Cassius. Ao seu lado porém ele conta com o apoio de outro general vitorioso, Marco Antônio. O jogo de xadrez dentro das instituições de poder de Roma acaba criando uma situação potencialmente explosiva. 

Comentários:
Minissérie de quatro capítulos (com quatro horas de duração) que foi compilado na forma de longa-metragem com três horas de duração. Chegou a ser exibido no SBT. Esse tipo de situação de uma forma em geral me deixa meio desanimado pois geralmente quando isso acontece o filme fica totalmente truncado. Aqui pelo menos os editores foram bem sucedidos pois não há essa sensação de que tudo foi unido sem maiores critérios. O resultado final é interessante, bem produzido (embora seja um produto televisivo teve um orçamento generoso de 50 milhões de dólares) e competente. O enredo é dos mais conhecidos, envolvendo parte da história de Júlio César e a guerra política que se forma ao seu redor quando retorna de uma campanha militar bem sucedida. Em termos de história essa narração parece mesmo ser imortal, sendo sempre enfocada em diversas produções na TV e no cinema. Para quem gosta de produtos épicos, mostrando um dos momentos mais significativos da história antiga e de Roma em particular, é um prato cheio.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

O Lobisomem

Título no Brasil: O Lobisomem
Título Original: The Wolfman
Ano de Produção: 2010
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures, Relativity Media
Direção: Joe Johnston
Roteiro: Andrew Kevin Walker, David Self
Elenco: Benicio Del Toro, Anthony Hopkins, Emily Blunt

Sinopse:
A infância de Lawrence Talbot terminou na noite em que sua mãe morreu. Depois disso ele deixa a aldeia vitoriana de Blackmoor em direção ao futuro. Muitos anos depois retorna porque o corpo de seu irmão foi brutalmente assassinado e ele quer encontrar o verdadeiro assassino que fez aquela monstruosidade. Após algumas investigações descobre um terrível destino reservado para si mesmo. O fato é que alguém ou alguma coisa com uma força descomunal e insaciável sede de sangue está matando os aldeões. Um inspetor da Scotland Yard é então enviado para a região e descobre algo além da imaginação.

Comentários:
A intenção fica clara logo nos primeiros momentos. É uma tentativa de homenagear o clássico "O Lobisomem" da década de 1940. O enredo é praticamente o mesmo, só que melhor desenvolvido. Os personagens são os mesmos e clima do filme original foi recriado com as técnicas modernas. Não gosto de remakes mas esse filme sinceramente achei bem intencionado em seus propósitos. Some-se a isso a bela direção de arte (realmente de primeira classe) e um bom elenco e você terá no mínimo uma diversão honesta. Perceba que a maquiagem procurou resgatar o design do monstro mostrado no primeiro filme. Esse também é outro ponto positivo pois os realizadores poderiam muito bem partir para algo diferente, mais exagerado, um monstro digital, por exemplo. Ao invés disso optaram sabiamente por uma técnica mais analógica o que acabou trazendo mais realismo para as cenas dessa produção. Também gostei de todo o elenco, sem exceções. Benicio Del Toro tem o tipo ideal para seu papel, um sujeito de traços marcantes que esconde algo sinistro em sua vida pessoal. Anthony Hopkins também está ótimo, incorporando maneirismos que nos lembram sutilmente de feras selvagens e por fim temos Emily Blunt, muito bem equilibrada entre a beleza e a força de sua personagem. Dessa maneira "The Wolfman" é sem a menor sombra de dúvida uma ótima diversão, esqueça os críticos mal humorados e se divirta.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Cinco Anos de Noivado

Título no Brasil: Cinco Anos de Noivado
Título Original: The Five-Year Engagement
Ano de Produção: 2012
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures, Relativity Media
Direção: Nicholas Stoller
Roteiro: Jason Segel, Nicholas Stoller
Elenco: Emily Blunt, Jason Segel, Kevin Hart, Alison Brie, Rhys Ifans

Sinopse:
O filme mostra a conturbada estória do casal formado por Violet (Emily Blunt) e Tom (Jason Segel). Eles certamente são apaixonados, se adoram e tudo mais, como manda a cartilha dos pombinhos que se amam. O problema é que nunca conseguem se casar, ficando em um eterno noivado que parece não ter fim. Sempre que estão prestes a se casar algo acontece e tudo vai por água abaixo. Agora, perto de completar cinco anos de noivado a noiva Violet está completamente desesperada para colocar um fim no tormento e vai tentar se casar de todo jeito, seja da maneira que for...

Comentários:
Embora hoje em dia o casamento seja visto por muitos como algo cafona e ultrapassado, o fato é que para muitas mulheres ele ainda é um sonho a se realizar (muitas vezes a todo custo). Como é tradicional, entre o namoro e o casamento, surge aquela fase de noivado, onde o casal supostamente firma compromisso perante a sociedade. Assim o noivado é claramente um momento de transição dentro do relacionamento, o passo que antecede a subida ao altar para o casamento, esse sim (espera-se) definitivo. O noivado é obviamente algo para ser rápido e não durar anos e anos... é justamente em cima disso que essa comédia romântica “Cinco Anos de Noivado” se desenvolve. A questão é que essas comédias românticas sobre casamento parecem nunca sair de moda, todos os anos são produzidas várias delas, provando que são comercialmente muito bem sucedidas. Essa aqui pelo menos conta com algumas novidades dignas de nota como a presença de Emily Blunt no elenco. Ela não é uma atriz comum nesse tipo de filme. O ator Jason Segel é completamente sem sal e não acrescenta muito, o que é uma pena pois Emily Blunt parece interessada em cena. Ela obviamente acreditou na produção mas não encontrou um bom parceiro para isso. Provavelmente Segel só tenha sido escalado por ser também autor do roteiro. Enfim, “Cinco Anos de Noivado” serve como diversão ligeira para mulheres que já não agüentam mais a indecisão de seus companheiros que nunca transformam a fase de noivado em casamento. Caso seja o seu caso passe para ele, quem sabe assim o tal sujeito não se toca e resolve a situação de uma vez por todas.

Pablo Aluísio.

domingo, 29 de junho de 2014

No Limite do Amanhã

Título no Brasil: No Limite do Amanhã
Título Original: Edge of Tomorrow
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Doug Liman
Roteiro: Christopher McQuarrie, Jez Butterworth
Elenco: Tom Cruise, Emily Blunt, Bill Paxton

Sinopse:
Futuro. A Terra luta por sua própria sobrevivência após ser invadida por uma estranha raça de alienígenas. O Major Cage (Tom Cruise) é um ex-publicitário que exerce a função de relações públicas das forças armadas americanas. Seu trabalho consiste em ir em programas de TV para fazer propaganda e levantar o moral das tropas. Ele não tem a menor intenção de ir para o campo de batalha mas acaba sendo enviado para a invasão do norte da França. Lá acaba passando por uma estranha experiência que irá mudar os rumos de sua vida e de toda a humanidade.

Comentários:
Esse filme do Tom Cruise me fez lembrar muito de outro dele recentemente lançado, "Oblivion". Ambos são ficções passadas em um planeta Terra invadido por forças alienígenas. Nos dois casos os invasores são seres biológicos de origem desconhecida. Aqui eles são retratados como monstros de design bem interessante. Alguns são bem parecidos com insetos gigantes, principalmente aranhas (o que me fez recordar imediatamente de "Tropas Estelares"). Com tantas lembranças de outras produções não qualificaria essa fita de original ou nada parecido. A única novidade vem do roteiro que é do estilo fragmentado. Não sei se vocês se lembram de um antigo filme do Bill Murray chamado "Feitiço do Tempo". Lá ele acordava todas as manhãs para viver o mesmo dia, sempre! Pois bem, a premissa aqui me lembrou bastante daquela antiga comédia. O personagem de Cruise está sempre retornando ou como ele diz, em linguagem de videogame, está sempre reiniciando a vida (ou o jogo). Assim que algo lhe acontece e ele aparentemente é abatido em combate, volta para a mesma manhã do dia anterior. Superficialmente pode parecer cansativo esse tipo de coisa mas os roteiristas conseguiram fugir do tédio e do aborrecimento, injetando ritmo e agilidade às situações. Mesmo assim não vá esperando por nada muito profundo. Após ser explicado o estranho evento, o roteiro abraça de vez o estigma mais clichezado do cinema comercial americano e tudo caminha para um final bem convencional, sem maiores surpresas. Cruise está lá e irá salvar o mundo - quantas vezes você não já viu isso no cinema? Sendo bem sincero, como o filme foi bem badalado, estava esperando muito mais. Do jeito que está, é apenas ok! Um passatempo divertido, embora passe longe, bem longe, de ser uma obra prima Sci-fi.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Arthur Newman

Título no Brasil: Arthur Newman
Título Original: Arthur Newman
Ano de Produção: 2012
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Dante Ariola
Roteiro: Becky Johnston
Elenco: Colin Firth, Emily Blunt, Anne Heche

Sinopse: 
Wallace (Colin Firth) é um gerente de uma grande empresa americana. Divorciado, pai de um filho de 13 anos que mal fala com ele, decide jogar tudo para o alto e partir pela estrada. Após assumir a identidade de Arthur Newman em sua viagem conhece uma jovem cheia de problemas, Mike (Emily Blunt). Ela também não parece contar a verdade sobre sua identidade real mas isso pouco importa. Juntos acabam atravessando os Estados Unidos, vivendo várias experiências amorosas e de vida pelos lugares por onde passam.

Comentários:
Arthur Newman é um road movie existencialista. O personagem principal interpretado muito bem por Colin Firth é um sujeito que acima de tudo deseja fugir de si mesmo, da sua vida chata e de seus relacionamentos fracassados. Sonhando entrar em um torneio de golfe para ricaços entediados ele resolve cair na estrada. Fugir da rotina, da monotonia que sua vida se tornou. Mike, que tem nome de homem mas é uma garota bonita, tem certamente mais problemas do que ele. Sua mãe enlouqueceu e sua irmã também. Com receio que a loucura genética a atinja mais cedo ou mais tarde ela procura viver tudo intensamente, o que para Wallace será um achado pois é justamente isso que ele procura. Mesmo com o encontro entre ambos, de seu turbulento relacionamento, não vá esperar um filme romântico tradicional. Uma fina melancolia atravessa o filme de ponta a ponta como se aquele casal não tivesse mesmo qualquer futuro promissor pela frente. Emily Blunt, apesar da maquiagem pesada, está perturbadoramente atraente e sensual. No final das contas o que temos aqui é de fato um romance sui generis, nada banal que certamente agradará aos românticos mais existencialistas. Se é o seu caso, arrisque!

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 18 de março de 2013

Looper – Assassinos do Futuro

Fazia tempo que não assistia a um filme com Bruce Willis que realmente valesse a pena. Esse “Looper” nem é tão original (a referencia mais obvia é certamente “O Exterminador do Futuro”) mas mantém o interesse em um roteiro que se não é uma maravilha pelo menos mostra alguns aspectos bem inteligentes em seu desenvolvimento. Na estória do filme somos apresentados aos chamados “Loopers”. E o que são eles? Basicamente são jovens no presente que se encarregam de dar fim a pessoas que são enviadas do futuro por organizações criminosas. A vitima é enviada para um determinado ponto do passado e o Looper a mata e depois some com seu corpo. A viagem no tempo é uma realidade (o filme se passa no ano de 2074) e o crime organizado do futuro a utiliza como forma de queimar arquivo e sumir com os corpos de seus inimigos, eliminando assim qualquer vestígio de prova que possa lhes comprometer. Joe (Joseph Gordon-Levitt) é um desses Loopers mas comete um grave erro quando deixa escapar a pessoa que deveria matar. Para piorar tudo essa nova vitima é na realidade ele mesmo que foi enviado do futuro para ser eliminado! Confuso? Sim, em certos momentos Looper se torna confuso mas o roteiro consegue driblar isso com soluções bem interessantes.

Filmes de viagem no tempo geralmente rondam em torno de um problema básico: o sujeito volta ao passado para modificar algo que venha a lhe acontecer no futuro. Em Looper é justamente isso o que acontece. O Joe do futuro (interpretado por Bruce Willis) tenta no presente eliminar um garoto que supostamente seria o “Rainmaker”, o grande chefão do seu tempo, responsável pela morte do amor de sua vida. É claro que após ler isso você lembrou imediatamente de “O Exterminador do Futuro”. Como eu disse o argumento não consegue ser completamente original mas pelo menos toma outros rumos, investindo em algo até mais inteligente ao explorar com mais afinco os paradoxos que podem surgir quando alguém do futuro vem ao presente para mudar os rumos dos acontecimentos. Por mais incrível que isso possa parecer Bruce Willis está muito bem em seu papel. Ele demora a surgir em cena – há todo um background dentro do enredo – mas quando surge consegue renascer das cinzas. Só não sei se seus fãs vão aceitar muito bem alguns atos de seu personagem (matar crianças inocentes, por exemplo, realmente é algo de se virar o estomago). A direção do cineasta Rian Johnson é acima da média, talvez por ele também ser o autor do roteiro (o que o deixou em posição de entender completamente tudo o que se passa no enredo da produção) . O filme é um pouco mais longo do que a média das ficções atuais mas sua direção não deixa a estória cair no tédio ou no marasmo. No final fica a recomendação para quem é fã de ficções ao estilo “O Exterminador do Futuro”. Certamente há furos de lógica no roteiro mas de maneira em geral esse “Looper” pode ser considerado um bom filme, sem dúvida.

Looper – Assassinos do Futuro (Looper, Estados Unidos, 2012) Direção: Rian Johnson / Roteiro: Rian Johnson / Elenco: Bruce Willis, Joseph Gordon-Levitt, Emily Blunt, Jeff Daniels, Piper Perabo, Paul Dano / Sinopse: Assassino do futuro volta ao ano de 2074 com o objetivo de eliminar uma criança que no futuro se tornará o “Rainmaker”, um líder criminoso brutal e sem escrúpulos.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

A Jovem Rainha Vitória

Vitória foi uma das monarcas mais importantes da história inglesa. Seu reinado foi um dos mais longos que se tem notícia, indo de 1837 a 1901 e marcou o apogeu do império britânico. O século em que reinou ficou conhecido como "A Era Vitoriana". Tanta importância e esplendor já rendeu muitos filmes, livros e documentários mas agora com esse "A Jovem Rainha Vitória" tentou-se fazer algo diferente. Ao invés de retratar a rainha no auge de sua glória os produtores optaram por mostrar seus primeiros anos, ainda jovem e mocinha, envolvida com amores próprios da idade. Tudo embalado em uma produção digna de uma rainha - lindos cenários, muito luxo e figurinos deslumbrantes. O maior problema do filme parece ser justamente o fato de se focar em um dos períodos menos interessantes da nobre pois não há, para falar a verdade, algo realmente marcante na trama do filme. A Vitória que surge em cena está mais preocupada em arranjar um namorado e ir em bailes de gala do que qualquer outra coisa. Nenhuma intriga palaciana surge em cena e o roteiro passa longe de explorar o clima político de sua época. Além disso Vitória é uma garota do século XIX que parece ter idéias avançadas demais para o contexto histórico em que viveu. 

Os roteiristas ignoraram o fato dela ter sido uma das monarcas mais conservadoras da Inglaterra, o que certamente não se ajusta muito bem com a Vitória "moderninha" que surge em cena. O ponto positivo de "A Jovem Rainha Vitória" é certamente o seu elenco. A britânica Emily Blunt se sai bem. Sua interpretação está no tom correto, embora a corte inglesa fosse mais solene e formal da que vemos no filme. Paul Bettany também está bem, inspirado e marcando boa presença. Seu Lord Melbourne é certamente uma das melhores coisas de "The Young Victoria". Curiosamente para um filme tão britânico escalaram um estrangeiro para a direção, o canadense Jean-Marc Vallée. A escolha desagradou alguns jornalistas ingleses e eles tem certa razão em reclamar, uma vez que provavelmente um cineasta do país poderia ter um olhar mais familiar e próximo com a sua realeza britânica. De qualquer forma o produto final não é ruim. Tem sua dose de erros históricos como explicados aqui, mas como entretenimento até pode funcionar. Não é historicamente correto e macula de certa forma a história real dos fatos. Para os que gostam de produções de luxo, com muito romance e cenas de enamorados adolescentes pode até se tornar uma boa opção. Já para os que querem saber mais sobre a Rainha Vitória recomendamos mesmo uma boa visita à biblioteca mais próxima. Será mais instrutivo e esclarecedor certamente. 

A Jovem Rainha Vitória (The Young Victoria, Inglaterra, Alemanha, 2009) Direção: Jean-Marc Vallée / Roteiro: Julian Fellowes / Elenco: Emily Blunt, Rupert Friend, Paul Bettany, Miranda Richardson, Jim Broadbent / Sinopse: O filme narra a adolescência e juventude de Alexandrina Victoria que se tornaria a famosa monarca inglesa Rainha Vitória. Governando durante praticamente todo um século ela reinou em uma época de ouro para o império britânico em seu auge de esplendor e glória.  

Pablo Aluísio.

domingo, 17 de junho de 2012

Os Agentes do Destino

David Norris (Matt Damon) é um candidato ao senado dos Estados Unidos que descobre estar sendo seguido de perto por estranhos e misteriosos homens que tentam manipular os acontecimentos e eventos de sua vida, numa verdadeira manobra de controle do destino. Algumas coisas me incomodaram no roteiro. Não li a obra de Phillip K Dick e por isso não sei ao certo se os problemas são apenas do filme ou também do conto que lhe deu origem. O fato porém é que a premissa de tudo é um tanto absurda no meu ponto de vista. O filme parte do pressuposto de que todas as pessoas no mundo já possuem seu destino traçado, determinado em livros previamente escritos. Qualquer tentativa de sair dessa linha teria que ser corrigida por agentes (os tais agentes do destino, sujeitos com roupa ao estilo agente do FBI dos anos 50). No centro de tudo teríamos o personagem chamado no filme de presidente (que pelas insinuações do argumento tudo leva a crer tratar-se de quem você está pensando mesmo ou uma entidade equivalente ao Deus judaico cristão). 

Não é complicado ver como seria o caos se algo assim realmente comandasse nossas vidas. Se para impedir um namorico como é mostrado no filme são necessários centenas de agentes do destino imagine monitorar tudo o que acontece em nossas vidas? Além do mais essa visão (Calvinista, diga-se de passagem) cai no paradoxo de que se tudo já é predeterminado então para que a existência dos seres humanos? Aonde foi parar o livre arbítrio de todos nós? Qual é o propósito de nossas vidas? Nenhum obviamente. Tirando as questões filosóficas que emergem do argumento do filme temos um produto que cai na falta de foco várias vezes apesar dos esforços de seus realizadores. É a tal coisa, ou o filme de ficção segue uma linha mais intelectual, intuitiva, ou então que siga pelo caminho da ação desenfreada. Tentar unir essas duas coisas ao mesmo tempo não costuma dar muito certo e é justamente o que acontece aqui. O roteiro não sabe se desenvolve melhor o tema dos agentes do destino ou se abraça as sequências de ação de uma vez por todas. No meio da indecisão o filme ora ganha ritmo frenético, ora cai no marasmo. Damon não está convincente em seu papel que diga-se de passagem exigiria um ator mais velho com cara de durão (ele é jovem demais para ser candidato ao senado dos EUA, cargo que é disputado por veteranos da política americana). Já Blunt não tem muito o que fazer em cena. Em conclusão é isso, "Os Agentes do Destino" tenta agradar ao mesmo tempo os interessados na obra de Dick (um autor intelectual por excelência) e os fãs de filmes de ação e termina por não satisfazer nenhum dos dois grupos.  

Os Agentes do Destino (The Adjustment Bureau, Estados Unidos, 2011) Direção: George Nolfi / Roteiro: George Nolfi baseado no conto de Philip K Dick / Elenco: Matt Damon, Emily Blunt, Michael Kelly / Sinopse: David Norris (Matt Damon) é um candidato ao senado dos Estados Unidos que descobre estar sendo seguido de perto por estranhos e misteriosos homens que tentam manipular os acontecimentos e eventos de sua vida, numa verdadeira manobra de controle do destino.  

Pablo Aluísio.