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quinta-feira, 25 de janeiro de 2024

Os Pequenos Vestígios

Título no Brasil: Os Pequenos Vestígios 
Título Original: The Little Things
Ano de Lançamento: 2021
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: John Lee Hancock
Roteiro: John Lee Hancock
Elenco: Denzel Washington, Rami Malek, Jared Leto

Sinopse:
Nesse filme o ator Denzel Washington interpreta um policial veterano que foi rebaixado em sua carreira. Ele atuava como detetive do departamento, no setor de homicídios, mas ultrapassou limites legais e éticos. De volta à mera função de policial comum, ele não consegue se desvencilhar do antigo caso que investigava e volta a se envolver na solução, na busca por um serial killer que está matando prostitutas em sua região. 

Comentários:
Realmente gostei do filme, mas fiquei com a clara sensação de que poderia ser muito melhor. Ele tem seu próprio ritmo narrativo e não parece estar muito apressado em contar sua história. Isso não é algo negativo, mas nos dias atuais vai ser encarado com lentidão narrativa.  Denzel Washington como sempre está ótimo, fazendo valer qualquer filme em que esteja no elenco, mas me incomodei um pouco com Rami Malek. Vamos ser sinceros, ele não tem pinta para interpretar policiais. Além disso fiquei com Freddie Mercury na cabeça durante o filme, estragando seu personagem. Coisa chata! Melhor se sai Jared Leto que tem um personagem dúbio para interpretar. Tanto pode ser realmente o assassino real como um mero boboca que de tanto ser fã de serial killers acabou atraindo a atenção do departamento de polícia. Então é isso. Um bom filme, que de certa forma perdeu parte de seu potencial. Ainda assim vale a pena assistir e conhecer. 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 9 de janeiro de 2024

O Plano Perfeito

Título no Brasil: O Plano Perfeito
Título Original: Inside Man
Ano de Lançamento: 2006
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Spike Lee
Roteiro: Russell Gewirtz
Elenco: Denzel Washington, Clive Owen, Jodie Foster, Christopher Plummer, Willem Dafoe, Chiwetel Ejiofor

Sinopse:
Uma quadrilha de assaltantes de bancos, fortemente armados, entram em uma agência bancária em Nova Iorque e fazem de funcionários a clientes de reféns. Logo o local é cercado pela polícia e começa uma tensa negociação com os criminosos! Afinal o que eles estariam planejando? Queriam apenas assaltar o banco ou haveria algo mais por trás de tudo?

Comentários:
Filme de assalto a banco não tem como errar. Com um roteiro certo e uma boa produção então a coisa fica fácil. E ainda mais contando com um elenco desses... impossível não dar certo! E foi justamente o que aconteceu aqui. O filme é realmente muito bom. Provavelmente haverá quem não goste do final, até porque em certos aspectos fica mesmo complicado acreditar que tudo iria terminar daquela forma, mas eu penso diferente. Isso aqui não é vida real, isso aqui é cinema. Uma arte feita para entreter seu público por mais ou menos duas horas. E foi justamente o que tive ao assistir esse filme. Uma boa diversão, com lances que prenderam minha atenção. Diante disso e daquilo que eu estava mesmo buscando, não tenho do que reclamar. É um filme de assalto a banco dos bons e o mais diferente dentro da filmografia ativista de Spike Lee. Pode ver (se ainda não viu) sem qualquer receio de se aborrecer. 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 18 de maio de 2022

A Tragédia de Macbeth

Macbeth (Denzel Washington) sempre foi um cavaleiro leal ao seu rei. Durante a jornada de regresso de mais uma operação militar ele encontra na estrada com três velhas e estranhas bruxas que mais se parecem com corvos. Elas profetizam que ele será o próximo rei! Macbeth então fica com aquilo em sua mente. E as coisas pioram quando ele conta a tal profecia para sua esposa Lady Macbeth (Frances McDormand), uma mulher ambiciosa, fria e vil. A oportunidade surge quando o rei Duncan (Brendan Gleeson) chega para passar uma noite nos aposentos do castelo de Macbeth. Seu plano se torna bem sucedido. Ele se torna um regicida e pouco tempo depois assume o trono, mas a que preço? Cercado por inimigos por todos os lados, odiado pela nobreza, Macbeth vai se tornando cada vez mais sanguinário, paranoico e insano. Mais e mais mortes devem acontecer por todo o reino para que sua ganância de poder sem fim não seja interrompida.

Temos aqui mais uma adaptação da obra de William Shakespeare para o cinema. O que me causou estranheza foi saber que esse filme foi dirigido pelo Joel Coen. Não me entenda mal, considero ele um cineasta dos mais talentosos de sua geração, mas sinceramente não esperava vê-lo dirigindo nada envolvendo Shakespeare! Curiosamente deu certo, principalmente porque ele optou claramente por seguir os passos de Orson Welles. O seu filme é bem parecido com o clássico. Fotografia em preto e branco, cenários intimistas e fidelidade ao texto original da peça. Denzel Washington está ótimo no papel. Grande ator, aqui prova mais uma vez seu grande talento. Foi indicado ao Oscar por esse trabalho. Nessa fase de sua carreira nada poderia ter sido melhor.

A Tragédia de Macbeth (The Tragedy of Macbeth, Estados Unidos, 2021) Direção: Joel Coen / Roteiro: Joel Coen / Elenco: Denzel Washington, Frances McDormand, Brendan Gleeson, Alex Hassell / Sinopse: Adaptação para o cinema da obra de William Shakespeare. Na história um regicida começa a enlouquecer após subir ao trono. Inimigos e ameaças de morte estão por toda a parte. Filme indicado ao Oscar nas categorias de melhor ator (Denzel Washington), melhor design de produção e melhor direção de fotografia (Bruno Delbonnel).

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 19 de junho de 2020

Tempo de Glória

A guerra civil americana foi uma das mais devastadoras da história daquele país. Mais americanos morreram nessa guerra do que na I e na II Guerra Mundial juntas. Como se cantava numa famosa canção da época,aquele era um conflito onde irmão matava irmão, sem perdão. “Tempo de Glória” é um dos melhores filmes que retrataram aquele momento histórico. Como se sabe, um dos motivos que levaram o Sul a se rebelar contra a federação americana foi a abolição da escravidão. Naquela época os Estados Unidos estavam divididos não apenas politicamente, mas ideologicamente também. Havia o norte urbano e industrial, baseado na mão de obra operária livre e o sul rural, atrasado, dependente das extensas plantações de algodão, onde imperava a mão de obra escrava negra. Quando a abolição da escravidão foi proclamada, o sul procurou romper com a federação para a formação de estados independentes, confederados, que tivessem a liberdade de continuar ou não unidos de acordo com seus interesses políticos. Com a recusa do norte em aceitar essa situação, a guerra explodiu. “Tempo de Glória” se passa durante a Guerra Civil e mostra um dos primeiros batalhões formados exclusivamente por soldados negros, comandados por oficiais brancos. É a história daqueles que lutavam não apenas pela União, mas também por sua própria liberdade. É um filme historicamente bastante correto e humano que merece ser revisto sempre que possível. Além disso traz uma história real que merece ser conhecida pelas novas gerações.

O elenco é surpreendentemente excepcional. Matthew Broderick abandona seus personagens adolescentes em comédias juvenis (como "Curtindo a vida adoidado") para viver o primeiro grande papel adulto de sua carreira. Aqui ele interpreta o Coronel Robert Gould Shaw, o comandante do primeiro regimento formado por homens negros na Guerra da Secessão. O curioso em sua personalidade é que Shaw se sente bastante confuso com a incumbência de liderar os negros, sem se definir se isso era uma grande honra ou um tipo de punição por algo que tenha desagradado seus superiores. Porém conforme a guerra avança, ele vai descobrindo o real valor de todos aqueles homens que eram tão bravos quanto os melhores soldados brancos. Percebe-se nitidamente sua luta interna contra seus próprios preconceitos. E o fato dele superar isso e crescer como ser humano é um dos grandes méritos desse roteiro.

Outro destaque de peso do elenco é a presença do sempre competente e talentoso Denzel Washington. Esse faz parte daquele seleto grupo de atores que conseguem passar uma dignidade acima da média. Basta adentrar o set para percebermos que ali está um homem de valor, acima de tudo. É isso é basicamente o que seu personagem pede dentro do roteiro. Seu trabalho foi devidamente reconhecido e ele foi premiado com o Oscar de melhor ator coadjuvante. Morgan Freeman é outro ator excepcional em cena. Só o fato de termos esses dois grandes talentos já justificaria a importância do filme em si. Dois grandes profissionais da arte de representar. No final a conclusão que chegamos sobre tudo o que aconteceu durante a Guerra Civil americana é a de que não se pode parar os progressos da humanidade. A roda da história gira para frente e esse movimento não pode ser detido. A escravidão era um absurdo dentro daquele momento histórico em que os Estados Unidos viviam e qualquer um que a defendesse seria derrotado. “Tempo de Glória” mostra esse aspecto excepcionalmente bem. Um filme histórico que entretém e ensina ao mesmo tempo. Simplesmente obrigatório a todos que queiram entender os mecanismos e os preconceitos de todos aqueles homens que lutaram dentro daquela terrível guerra.

Tempo de Glória (Glory, Estados Unidos, 1989) Direção: Edward Zwick / Roteiro: Marshall Herskovitz, Kevin Jarre / Elenco: Matthew Broderick, Denzel Washington, Morgan Freeman, Cary Elwes, Cliff De Young, Jane Alexander./ Sinopse: "Tempo de Glória" conta a história real do 54º Regimento de Massachusets, o primeiro batalhão do exército americano formado apenas por soldados negros. Sob o comando do Coronel Robert Gould Shaw (Matthew Broderick) o regimento lutou na Guerra Civil americana. Filme premiado com o Oscar nas categorias de Melhor Ator Coadjuvante (Denzel Washington), Melhor Direção de Fotografia (Freddie Francis) e Melhos Som (Donald O. Mitchell, Gregg Rudloff).

Pablo Aluísio. 

quinta-feira, 28 de maio de 2020

Um Grito de Liberdade

Título no Brasil: Um Grito de Liberdade
Título Original: Cry Freedom
Ano de Produção: 1987
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Richard Attenborough
Roteiro: John Briley
Elenco: Denzel Washington, Kevin Kline, John Matshikiza, Josette Simon, Penelope Wilton, Kate Hardie

Sinopse:
Filme baseado em fatos históricos reais. O jornalista sul-africano Donald Woods (Kevin Kline) é forçado a fugir do país, depois de tentar investigar a morte sob custódia de seu amigo, o ativista negro Steve Biko (Denzel Washington). Filme indicado ao Oscar nas categorias de melhor ator (Denzel Washington), melhor música original e melhor trilha sonora incidental.

Comentários:
Esse filme foi baseado no livro escrito por John Briley. Em suas páginas o autor relembrou parte do crime que foi cometido pelo Estado da África do Sul em relação ao ativista negro Steve Biko e a luta de um jornalista branco em revelar toda a verdade sobre sua morte. Ele foi um nome importante na luta contra o regime racista da África do Sul durante as décadas de 1970 e 1980. Nesse período histórico existiu um regime de Estado que não escondia seu racismo contra pessoas negras, dentro de um país africano! Foi algo realmente impressionante pois a máquina estatal foi conduzida para massacrar os direitos dos negros (que formavam a maioria da população) em favor da parte branca da população (uma pequena parte do país). O resultado, como não poderia deixar de ser, foi o sistemático sistema de violação de direitos humanos e civis, além do cometimento de crimes por parte do aparato estatal. Esse filme é muito bom, muito importante em denunciar tudo o que aconteceu. A consagração veio na indicação de três categorias do Oscar, entre elas a de melhor ator para Denzel Washington. No Globo de Ouro o filme foi ainda indicado ao prêmio de melhor filme do ano no gênero Drama. Poderia ter vencido tranquilamente. É sem dúvida uma obra cinematográfica importante, que inclusive deveria ser exibida em escolas e universidades com mais regularidade. É o cinema em favor das boas causas, denunciando regimes criminosos ao redor do mundo.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 8 de abril de 2020

Mais e Melhores Blues

Título no Brasil: Mais e Melhores Blues
Título Original: Mo' Better Blues
Ano de Produção: 1990
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Spike Lee
Roteiro: Spike Lee
Elenco: Denzel Washington, Spike Lee, Wesley Snipes, Samuel L. Jackson, John Turturro, Giancarlo Esposito,

Sinopse:
O filme conta a história do músico de jazz Bleek Gilliam (Denzel Washington). Enquanto tenta levantar sua carreira no mundo da música, ele precisa lidar com uma vida pessoal conturbada, pois se relaciona ao mesmo tempo com duas mulheres problemáticas. Filme premiado no Venice Film Festival na categoria de melhor direção (Spike Lee).

Comentários:
O pai de Spike Lee foi um músico de jazz. Assim o cineasta decidiu fazer um filme que fosse tanto uma homenagem ao passado de seu pai, como também uma homenagem ao próprio jazz. Muitos podem pensar que por causa do título do filme esse seria algo relacionado ao bom e velho blues, outro estilo musical muito importante na história dos Estados Unidos. Só que esse tipo de pensamento não procede. O foco é mesmo o jazz. Todos os personagens do filme estão envolvidos de uma forma ou outra com esse estilo musical. O enredo é puramente ficcional, criado por Spike Lee, mas há traços de histórias reais que ele tirou do passado de grandes músicos do gênero musical, além de pequenos momentos biográficos da história de seu próprio pai. O personagem interpretado pelo ator Denzel Washington é praticamente um retrato do pai de Spike Lee. Assim é certamente um filme que ele sempre teve como um de seus favoritos na sua filmografia. E de fato o resultado ficou muito bom. Com um bonita direção de fotografia e uma trilha sonora recheada de grandes clássicos do jazz, essa fita é especialmente indicada para quem aprecia conhecer melhor esse estilo musical que merece ser sempre reverenciado.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 6 de novembro de 2018

O Protetor 2

Um bom exemplo de que Hollywood ainda sabe produzir bons filmes de ação. O primeiro me deixou com sabor de nostalgia, pois lembrava algumas fitas de ação dos anos 80. Esse segundo investe mais em um roteiro bem escrito, uma boa trama e, como não poderia deixar de ser, em boas cenas de ação, todas extremamente bem feitas.  Denzel Washington retorna ao papel de Robert McCall. No passado ele foi um bem treinado marine das forças especiais. Agora de volta à vida civil, vai tentando espalhar um pouco de justiça por onde passa. Na primeira cena, ótima por sinal, ele está em um trem indo em direção à Turquia. Um dos passageiros, um muçulmano, casou no passado com uma americana e depois levou a filhinha deles para lá, sem dar chance à mãe de rever a garotinha. Uma situação típica para McCall agir. Depois ele reencontra uma velha amiga dos tempos de serviços especiais. Ela acaba sendo assassinada durante uma missão em Bruxelas onde estava investigando um crime.

E aí começa a linha principal da narrativa do filme, não sem antes também desenvolver uma amizade do protagonista com um jovem negro que tem talento para a pintura. O rapaz gostaria de ganhar a vida com sua arte, mas o chamado das ruas, das gangues, muitas vezes fala mais alto... e paga melhor também. De uma forma ou outra tudo vai se desenvolvendo muito bem nesse filme assinado pelo cineasta Antoine Fuqua, com destaque para a cena final, toda passada numa cidade evacuada pela chegada de um furacão. Imagine vários homens treinados tentando liquidar uns aos outros no meio dessa tempestade! Ficou muito bom, como assim todo o filme. Boa diversão em mais um filme de qualidade com o sempre eficiente e talentoso Denzel Washington. É um dos bons filmes comerciais do ano. Não vá perder. 

O Protetor 2 (The Equalizer 2, Estados Unidos, 2018) Direção: Antoine Fuqua / Roteiro: Richard Wenk, Michael Sloan / Elenco: Denzel Washington, Pedro Pascal, Ashton Sanders, Melissa Leo, Bill Pullman / Sinopse: Robert McCall (Washington) é um ex-marine das forças de operações especiais que decide descobrir quem teria matado sua amiga dos tempos de serviço militar. Ela foi brutalmente assassinada em Bruxelas enquanto investigava uma chacina envolvendo uma família americana.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 3 de julho de 2018

Um Limite Entre Nós

Uma das melhores atuações da carreira do ator Denzel Washington que inclusive deveria ter sido premiado com o Oscar por esse seu trabalho. Em ritmo teatral ele interpreta um lixeiro chamado Troy. No passado ele foi considerado um promissor jogador de beisebol, mas a promessa não se cumpriu. O tempo passou, ele envelheceu e diante de uma família para criar acabou arranjando um trabalho comum. Isso porém não tornou Troy uma pessoa amargurada ou depressiva. Ele tem seus valores e não deixa de ser um homem muito rico em experiências de vida. Sua visão de mundo pode até ser considerada dura demais pela esposa, filhos e amigos, mas é assim que ele pensa.

O roteiro traz ótimos diálogos para o elenco. Nesse altura de sua carreira é realmente um presente para Denzel Washington encontrar um texto tão bom para declamar em cena. Entre risos e lágrimas, ele demonstra que é um dos grandes atores de sua geração. Palmas merecidas também para Viola Davis. Premiada como melhor atriz no Oscar e no Globo de Ouro, ela é sem dúvida a alma de um filme muito humano, muito caloroso e também verdadeiro. Provavelmente Denzel Washington tenha criado um carinho tão grande pelo filme que resolveu ele mesmo dirigir. Acabou fazendo também uma excelente direção de atores. Enfim, se você é fã e admirador de Washington não pode deixar passar em branco esse fenomenal momento de sua filmografia. Filme realmente grandioso.

Um Limite Entre Nós (Fences, Estados Unidos, 2016) Direção: Denzel Washington / Roteiro: August Wilson / Elenco: Denzel Washington, Viola Davis, Stephen Henderson, Jovan Adepo, Russell Hornsby, Mykelti Williamson / Sinopse: Troy (Denzel Washington) é um pai de família que trabalha como lixeiro na cidade onde vive. Além das dificuldades do trabalho duro, ele ainda precisa lidar com todos os problemas familiares que vão surgindo em sua vida, sempre com uma visão peculiar, própria, do mundo. Filme premiado no Oscar e no Globo de Ouro na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante (Viola Davis). Também indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Ator (Denzel Washington), Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Filme.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 6 de março de 2018

Dia de Treinamento

Denzel Washington ten uma filmografia maravilhosa. Mesmos seus filmes considerados "menores" ainda assim são grandes filmes se formos comparar com as demais produções de Hollywood. Esse "Dia de Treinamento" nunca foi dos meus filmes preferidos com o ator. Sempre considerei um filme bem cru, seco, algumas vezes até cruel. O personagem de Denzel Washington também tem características repugnantes, o que para ele como ator deve ter sido um presente. Ele interpreta um policial chamado Alonzo. Não é um tira comum. Forjado nas ruas, vivendo numa tênue linha entre o mundo do crime e o mundo da lei, ele faz suas próprias regras. Agora imagine um cara como esse tendo um novato como parceiro. O sujeito que deseja ser todo certinho, seguindo o livro de regrinhas da Academia de polícia. Claro que o choque se torna inevitável.

Embora a estrutura do roteiro possa ser considerado clichê em termos de filmes policiais, com aquela velha coisa de dupla de tiras com personalidades diferentes, o diretor Antoine Fuqua pegou essa situação banal e transformou em um filme muito bom, que deixa o espectador sempre no interesse do que vai acontecer a seguir. O filme foi bem nas bilheterias, mas não tanto quanto se esperava. Conseguiu faturar praticamente o dobro de seu custo, chegando aos 100 milhões de dólares arrecadados. O curioso é que Denzel deixou um pouco os dramas mais artísticos para se arriscar em um filme para ser comercialmente bem sucedido. Ficou no meio do caminho. O filme porém lhe valeu o Oscar de Melhor Ator naquele ano, algo que como ele mesmo explicou algum tempo depois jamais esperaria acontecer. Afinal ele queria mesmo era fazer sucesso em um filme policial feito para as massas. Nem sempre se acerta no alvo, mas com Denzel uma coisa é certa, sempre vem algo bom pela frente.

Dia de Treinamento (Training Day, Estados Unidos, 2001) Direção: Antoine Fuqua / Roteiro: David Ayer / Elenco: Denzel Washington, Ethan Hawke, Scott Glenn / Sinopse: Alonzo (Denzel Washington) é um policial veterano que joga com suas próprias regras. Após trabalhar anos nas ruas, enfrentando a criminalidade na divisão de narcóticos, ele já não está muito certo sobre o que seria legal ou não. Quando um novo parceiro é designado para trabalhar ao seu lado, o novato Jake (Ethan Hawke), as coisas ficam ainda mais complicadas. Filme vencedor do Oscar na categoria de Melhor Ator (Denzel Washington). Também indicado ao Oscar na categoria de Melhor Ator Coadjuvante (Ethan Hawke). Igualmente indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Ator (Denzel Washington).

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

Roman J. Israel, Esq.

Por seu trabalho nesse filme o ator Denzel Washington está concorrendo ao Oscar esse ano. Seu trabalho é excepcional. É aquele tipo de atuação em que o ator desaparece em seu personagem. Na realidade você pouco se lembrará do Denzel Washington quando assistir ao filme. Só verá mesmo seu personagem pela frente. Denzel interpreta um advogado que por anos trabalhou nas sombras de um pequeno escritório, agindo mais no bastidores. Quando seu chefe sofre um AVC ele é informado que a firma de advocacia será fechada. Para que Roman não fique desempregado acaba sendo levado por um jovem advogado para trabalhar em seu próprio escritório. O novo estilo de advocacia não o agrada. Pior do que isso, indo contra sua própria ética pessoal e profissional ele acaba cometendo um deslize em um dos casos criminais em que trabalha. Algo que coloca em risco sua licença para a advocacia e sua própria vida.

"Roman J. Israel, Esq." foi produzido pelo próprio ator Denzel Washington. Claramente ele viu muito potencial nesse personagem. Com cabelos longos, modo de ser nada convencional, desandando para o esquisito e estranho, óculos grandes demais e cafona, seu advogado foge dos padrões. Antigo ativista dos direitos civis, ele nem consegue mais encontrar um espaço dentro dos novos movimentos sociais (a cena em que ele é ofendido por uma jovem negra durante uma palestra retrata bem isso). Sentido-se deslocado no trabalho e até mesmo entre os ativistas da nova geração, ele acaba se dando a si mesmo uma "folga" em seus valores morais, ficando com a recompensa pela captura de um criminoso, cujo paradeiro ele acaba sabendo no exercício de sua profissão de advogado. Com isso a situação foge do controle.

Obviamente o filme vai atrair mais aos que são da área jurídica. O trabalho de Roman abre margem para muitas discussões legais, inclusive a ação que ele sonha propor para acabar com a verdadeira "linha de montagem" de acordos com a promotoria, algo que faz com que inocentes se declarem culpados para fugir dos julgamentos, onde sempre são ameaçados com penas bem maiores, caso sejam vencidos. A insensibilidade dos juízes e sua arrogância também ganham espaço no roteiro. Além disso há a sempre discutível questão da comercialização absurda da advocacia nos Estados Unidos. O novo empregador de Roman é um advogado que só pensa em números, em aumentar a quantidade de clientes, sem se preocupar realmente com o bem estar deles. Interpretado por Colin Farrell ele é a imagem do novo advogado vendedor, que nada tem a ver com o velho advogado de Roman, um sujeito que estava mais preocupado em mudar o mundo com os seus princípios e valores jurídicos.

Roman J. Israel, Esq. (Roman J. Israel, Esq, Estados Unidos, 2017) Direção: Dan Gilroy / Roteiro: Dan Gilroy / Elenco: Denzel Washington, Colin Farrell, Carmen Ejogo / Sinopse: Roman J. Israel (Denzel Washington) é um advogado da velha escola que após a morte de seu antigo patrão precisa encontrar um novo emprego. Ele então passa a trabalhar para o jovem advogado George Pierce (Colin Farrell) que está mais preocupado em ficar rico do que com qualquer outra coisa. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Ator (Denzel Washington). Também indicado ao Globo de Ouro e ao Screen Actors Guild Awards na mesma categoria.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 3 de outubro de 2017

Duelo de Titãs

Título no Brasil: Duelo de Titãs
Título Original: Remember the Titans
Ano de Produção: 2000
País: Estados Unidos
Estúdio: Buena Vista Pictures
Direção: Boaz Yakin
Roteiro: Gregory Allen Howard
Elenco: Denzel Washington, Will Patton, Wood Harris, Ryan Gosling, Hayden Panettiere, Craig Kirkwood

Sinopse:
Desde sua fundação uma escola na Virginia, estado sulista dos Estados Unidos, somente admitiu alunos brancos. Com o avanço dos direitos civis naquele ano surgiram leis proibindo esse tipo de segregação racial. Assim alunos negros acabaram entrando na escola. Mais do que isso, um técnico de futebol negro, Herman Boone (Denzel Washington), acaba sendo contratado para dirigir a equipe da escola.

Comentários:
É até difícil de acreditar que o produtor Jerry Bruckheimer está por trás desse filme. Não tem robôs gigantes, nem explosões a cada minuto e nem um roteiro estúpido. Nem parece uma produção do dito cujo. Pois é, olhando-se para trás chegamos na conclusão que esse é certamente o melhor filme de sua carreira. De fato é mesmo um belo filme, que mexe com a velha questão racial nos Estados Unidos, algo que vai década, vem década e nunca parece ser superado. Claro que ter um excelente ator como Denzel Washington ajuda demais. Ele, como sempre, está muito digno em seu papel. Um treinador que não precisa apenas mostrar que é bom no campo, mas fora dele também. O fato de ser negro torna tudo terrivelmente complicado, pesado de superar. Sua história acaba sendo uma lição de vida, não apenas para seus alunos (brancos e negros), mas para toda a comunidade. Esse tipo de drama esportivo sempre compensa, mesmo que você não entenda absolutamente nada de futebol americano. Infelizmente filmes sobre esse esporte no Brasil nunca fazem sucesso, justamente por essa razão. Ignore e procure se concentrar na história, que é certamente o mais importante nesse filme socialmente muito consciente. Vale realmente a pena assistir. 

Pablo Aluísio.

sábado, 9 de setembro de 2017

Sete Homens e um Destino

Uma pequena cidade do velho oeste vive sob o jugo de um empresário inescrupuloso chamado Bartholomew Bogue (Peter Sarsgaard). Usando da violência e força bruta, respaldado por um exército de bandidos, ele humilha e extorque toda a população. Procurando por ajuda alguns moradores vão atrás de alguém que os protejam e encontram o que procuravam na figura do pistoleiro Chisolm (Denzel Washington), que forma um grupo de sete homens para libertar todas aquelas pessoas subjugadas pelo crime. Agora, ao lado de todos, eles vão tentar expulsar Bogue daquela região, custe o que custar. Aqui temos mais um remake de um filme clássico do passado. Eu já deixei claro inúmeras vezes que não gosto de remakes cinematográficos. De forma em geral eles são inúteis, desnecessários e muitas vezes decepcionantes. Essa é praticamente uma regra geral. Então no deserto de originalidade em que vive Hollywood nos dias atuais eis que surge o remake do clássico de western "The Magnificent Seven" que, por sua vez, é sempre bom lembrar, já era uma versão Made in USA do filme de Akira Kurosawa, "Os Sete Samurais".

Pois bem, nesse novo filme, turbinado por um orçamento generoso, tendo como destaque a presença do astro Denzel Washington, temos algumas modificações na estória, muito embora a espinha dorsal dos filmes originais se tenha mantido. Basicamente é a mesma coisa, com pessoas de uma cidade oprimida por uma quadrilha que procuram por alguma ajuda. Embora seja um bom faroeste - é inegável isso - essa nova versão tem alguns problemas. O primeiro deles é o fato do diretor Antoine Fuqua ter optado por realizar um filme longo demais. Esse tipo de filme, com esse tipo de enredo, não necessita de uma metragem tão extensa. Se o corte final fosse mais enxuto penso que o filme ganharia mais em termos de agilidade e edição. O fato de Fuqua ter procurado levar à sério demais o próprio enredo também é um problema. Nunca foi essa a proposta da primeira versão americana. Por fim temos a violência, que em determinados momentos extrapola um pouco. São problemas eventuais, pontuais, que não chegam a atrapalhar muito. O filme foi malhado bastante desde que foi lançado, mas penso que não é para tanto. É um faroeste bem produzido, com um elenco interessante, embora em minha opinião Denzel Washington esteja um pouco fora de seu habitual. Passa longe de ser tão ruim como alguns críticos afirmaram. Na verdade, na pior das hipóteses, temos aqui pelo menos uma boa diversão. Sim, continua desnecessário, como todo remake, mas com um pouquinho de boa vontade até que não faz feio. Escapou de ser um filme inútil.

Sete Homens e um Destino (The Magnificent Seven, Estados Unidos, 2016) Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM) Direção: Antoine Fuqua / Roteiro: Nic Pizzolatto, Richard Wenk / Elenco: Denzel Washington, Chris Pratt, Ethan Hawke, Vincent D'Onofrio, Peter Sarsgaard, Manuel Garcia-Rulfo / Sinopse: Um pequeno e pacata vilarejo, oprimido por uma quadrilha de mercenários, bandoleiros e ladrões, pede ajuda a um pequeno grupo de pistoleiros que se dispõe a ajudá-los. Filme baseado no clássico "The Magnificent Seven" de 1967. Filme indicado ao Black Reel Awards na categoria de Melhor Ator (Denzel Washington).

Pablo Aluísio.

terça-feira, 15 de agosto de 2017

Déjà Vu

Título no Brasil: Déjà Vu
Título Original: Deja Vu
Ano de Produção: 2006
País: Estados Unidos
Estúdio: Touchstone Pictures
Direção: Tony Scott
Roteiro: Bill Marsilii, Terry Rossio
Elenco: Denzel Washington, Val Kilmer, Paula Patton, Jim Caviezel, Elle Fanning, Bruce Greenwood

Sinopse:
Uma balsa é explodida em um atentado terrorista em New Orleans. Mais de 500 pessoas são mortas, entre eles marinheiros e familiares. Para investigar o caso é enviado o agente Agente Especial Doug Carlin (Denzel Washington). Ele começa as investigações e descobre que há um meio de voltar ao passado, para reviver os acontecimentos e quem sabe mudá-los!

Comentários:
Esse filme é uma produção de Jerry Bruckheimer, então meio que você sabe tudo o que vai acontecer. Muitas explosões, muitas cenas de ação. Um verdadeiro Deja Vu! O diferencial é que essa fita foge um pouco do lugar comum ao investir em um roteiro mais diferenciado, com toques de ficção (puro Sci-fi!). Isso porque há um programa especial do governo que consegue ver o passado com nitidez. Chamado de "Branca de Neve" ele consegue recriar todos os acontecimentos envolvendo o ato terrorista. E vai além disso, se for bem manipulado! Particularmente gostei desse filme, mas devo dizer que com certas reservas. Nem sempre a ideia principal do roteiro funciona muito bem. Em alguns momentos inclusive achei tudo muito forçado, causando um certo cansaço. É aquele tipo de enredo que exige muita boa vontade do espectador para embarcar em suas propostas (que são bem complicadas de engolir em um primeiro momento). Tecnicamente porém tudo é muito bem realizado. O diretor Tony Scott (que se matou em 2012) era um especialista nesse tipo de blockbuster. Já o elenco traz além de um sempre competente Denzel Washington, outro astro carismático, Val Kilmer. Ele trabalhou ao lado de Scott em "Ases Indomáveis" e aqui repetiu a bem sucedida parceria. Então é isso, um filme que pode ser considerado até bom, isso se você conseguir abraçar todas as situações inusitadas criadas por esse roteiro diferente. 

Pablo Aluísio.

sábado, 8 de julho de 2017

Um Anjo em Minha Vida

Título no Brasil: Um Anjo em Minha Vida
Título Original: The Preacher's Wife
Ano de Produção: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: The Samuel Goldwyn Company
Direção: Penny Marshall
Roteiro: Robert E. Sherwood
Elenco: Denzel Washington, Whitney Houston, Courtney B. Vance, Gregory Hines
  
Sinopse:
O bondoso Dudley (Denzel Washington) é um anjo enviado por Deus para ajudar no casamento em crise do reverendo Henry Biggs (Courtney B. Vance) e sua bela e simpática esposa Julia (Whitney Houston). Sua missão é unir novamente os dois, mas algo sai errado quando Julia começa a mostrar muito mais do que simples interesse no recém chegado ser angelical. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Música (Hans Zimmer).

Comentários:
Essa foi mais uma tentativa de transformar a cantora Whitney Houston em uma estrela de cinema. O roteiro é bem simples, onde aspectos religiosos, música e romance tentam se misturar em formato de comédia romântica inofensiva. Na verdade se trata de um remake do filme "The Bishops's wife" estrelado por Cary Grant em 1947. A mais notável diferença - além da inclusão de várias canções para Houston - vem da presença de um elenco predominantemente de artistas negros. Apesar disso não espere por uma obra de natureza ativista ou nada parecido. O tom é realmente muito leve, feito para a família. Apesar do carisma sempre presente de Denzel Washington e da simpática presença da estrela da música Whitney Houston (que nunca foi grande atriz, mas que sabia se impor apenas por ser bem carismática), o filme nunca decola. É, em poucas linhas, artificial demais. Nada convence, nem o roteiro com sua trama pseudo religiosa e nem a lição de moral que tenta passar ao espectador. Esse é daqueles filmes que você se esforça para chegar ao final após quase cochilar no sofá de tanto tédio a que é submetido. Quando o roteiro procura ser pueril demais a coisa desanda mesmo, sem força dramática tudo o que sobram são bocejos em série. É um filme indicado apenas para os fãs mais fiéis da cantora Whitney Houston e nada mais.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 15 de maio de 2017

Sete Homens e um Destino

Título no Brasil: Sete Homens e um Destino
Título Original: The Magnificent Seven
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Antoine Fuqua
Roteiro: Nic Pizzolatto, Richard Wenk
Elenco: Denzel Washington, Chris Pratt, Ethan Hawke, Vincent D'Onofrio, Peter Sarsgaard, Manuel Garcia-Rulfo
  
Sinopse:
Uma cidade do velho oeste vive sob o jugo de um empresário inescrupuloso chamado Bartholomew Bogue (Peter Sarsgaard). Usando da violência e força bruta, respaldado por um exército de bandidos, ele humilha e extorque toda a população. Procurando por ajuda alguns moradores vão atrás de alguém que os protejam e encontram o que procuravam na figura do pistoleiro Chisolm (Denzel Washington), que forma um grupo de sete homens para libertar todas aquelas pessoas subjugadas pelo crime. Agora, ao lado de todos, eles vão expulsar Bogue daquela região, custe o que custar. Filme indicado ao Black Reel Awards na categoria de Melhor Ator (Denzel Washington).

Comentários:
Eu já deixei claro inúmeras vezes que não gosto de remakes cinematográficos. De forma em geral eles são inúteis, desnecessários e muitas vezes decepcionantes. Essa é praticamente uma regra geral. Então no deserto de originalidade em que vive Hollywood nos dias atuais eis que surge o remake do clássico de western "The Magnificent Seven" que, por sua vez, é sempre bom lembrar, já era uma versão Made in USA do filme de Akira Kurosawa, "Os Sete Samurais". Pois bem, nesse novo filme, turbinado por um orçamento generoso, tendo como destaque a presença do astro Denzel Washington, temos algumas modificações na estória, muito embora a espinha dorsal dos filmes originais se tenha mantido. Basicamente é a mesma coisa, com pessoas de uma cidade oprimida por uma quadrilha que procuram por alguma ajuda. Embora seja um bom faroeste - é inegável isso - essa nova versão tem alguns problemas. 

O primeiro deles é o fato do diretor Antoine Fuqua ter optado por realizar um filme longo demais. Esse tipo de filme, com esse tipo de enredo, não necessita de uma metragem tão extensa. Se o corte final fosse mais enxuto penso que o filme ganharia mais em termos de agilidade e edição. O fato de Fuqua ter procurado levar à sério demais o próprio enredo também é um problema. Nunca foi essa a proposta da primeira versão americana. Por fim temos a violência, que em determinados momentos extrapola um pouco. São problemas eventuais, pontuais, que não chegam a atrapalhar muito. O filme foi malhado bastante desde que foi lançado, mas penso que não é para tanto. É um faroeste bem produzido, com um elenco interessante, embora em minha opinião Denzel Washington esteja um pouco fora de seu habitual. Passa longe de ser tão ruim como alguns críticos afirmaram. Na verdade, na pior das hipóteses, temos aqui pelo menos uma boa diversão. Sim, continua desnecessário, como todo remake, mas com um pouquinho de boa vontade até que não faz feio. Escapou de ser um filme inútil.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 3 de março de 2017

Um Limite Entre Nós

Que Denzel Washington é um dos mais talentosos atores do cinema americano atual, isso todos os cinéfilos já sabem. O que não se esperava é que ele poderia ir além, subir um degrau acima. Pois nesse novo filme "Fences" ele conseguiu. Posso dizer, sem medo de me equivocar, que essa é a grande interpretação da carreira de Denzel. Nunca vi nada igual em sua filmografia antes e olha que sou fã desse ator há muitos anos. Ele está realmente magistral na pele de Troy Maxson, um trabalhador comum que tenta sobreviver dia a dia, apesar de todos os desafios que precisa enfrentar. Não se trata de um herói, Troy na verdade está mais para um daqueles personagens trágicos e humanos criados por Tennessee Williams. Ele tem muitos defeitos, inúmeros deles, mas a despeito disso se torna uma figura grandiosa, marcante, mesmo com todos os aspectos desprezíveis de sua personalidade. Troy tem um relacionamento conturbado, realmente difícil, com os filhos. Sua visão cruel do mundo, a absorção de seus fracassos pessoais, suas falhas de caráter e sobretudo seu casamento nada perfeito com a sofrida esposa Rose (em magistral interpretação da atriz Viola Davis) selam o conjunto desse excepcional personagem, um verdadeiro presente para Denzel Washington. Depois de assistir a essa sua atuação posso afirmar, sem qualquer medo de errar, que a sua não premiação na última noite do Oscar foi seguramente uma das grandes injustiças do prêmio em sua história. Um absurdo Denzel não ter sido premiado como melhor ator por esse filme! Ele incorporou Troy de uma maneira quase sobrenatural. Esqueça o Denzel que você conhece, aqui ele está quase irreconhecível pois é um trabalho ímpar em sua carreira. Fantástica atuação!

O roteiro tem claramente uma estrutura teatral, até porque foi baseado na peça escrita por August Wilson. Ele captou como poucos o cotidiano de uma família negra na América dos anos 1950. O pai, um jogador de beisebol fracassado, precisa lidar todos os dias com o que o destino lhe reservou. Nada de fama, nada de riquezas e nem sucesso, apenas o trabalho duro para sustentar sua família. O interessante é que ao lado das amarguras de sua vida ele ainda consegue criar uma áurea muito rica, até mesmo divertida, quando se mete a contar velhas histórias absurdas, mentiras deslavadas, que vão se tornando engraçadas com o passar dos anos. Tudo para escapar do tédio da vida cotidiana. Com isso Denzel acabou tendo alguns dos melhores diálogos já escritos para declamar em cena. Magistral! Todos os personagens em cena - basicamente uma família negra, com alguns amigos - são extremamente bem desenvolvidos. Desde a presença opressiva de Troy, passando por sua esposa Rose, representando todas as dificuldades da vida de uma esposa e mãe, seus filhos e até mesmo seu irmão, um homem com problemas mentais causados por ferimentos de guerra, em brilhante atuação do ator Mykelti Williamson. Tudo se encaixa excepcionalmente bem na trama. De todos os filmes que concorreram ao Oscar na categoria de Melhor Filme esse é, até o momento, o melhor que assisti. Não ter vencido em mais categorias é uma prova da politicagem rasteira que impera na academia. Se o critério fosse puramente meritório, com certeza "Fences" teria tido uma sorte melhor. Grande filme, realmente imperdível.

Um Limite Entre Nós (Fences, Estados Unidos, 2016) Direção: Denzel Washington / Roteiro: August Wilson / Elenco: Denzel Washington, Viola Davis, Stephen Henderson, Jovan Adepo, Russell Hornsby, Mykelti Williamson / Sinopse: Troy (Denzel Washington) é um pai de família que trabalha como lixeiro na cidade onde vive. Além das dificuldades do trabalho duro, ele ainda precisa lidar com todos os problemas familiares que vão surgindo em sua vida, sempre com uma visão peculiar, própria, do mundo. Filme premiado no Oscar e no Globo de Ouro na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante (Viola Davis). Também indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Ator (Denzel Washington), Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Filme.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 12 de julho de 2016

Um Ato de Coragem

Título no Brasil: Um Ato de Coragem
Título Original: John Q
Ano de Produção: 2002
País: Estados Unidos
Estúdio: New Line Cinema
Direção: Nick Cassavetes
Roteiro: James Kearns
Elenco: Denzel Washington, Robert Duvall, Ray Liotta, James Woods, Anne Heche, Gabriela Oltean
  
Sinopse:
Após a internação de seu filho com problemas cardíacos, John Q. Archibald (Denzel Washington) entra em desespero ao perceber que não tem condições financeiras de pagar por seu tratamento. O garoto precisa urgentemente de uma cirurgião de transplante de coração, mas o plano de saúde pago por John não cobre esse tipo de procedimento. Tampouco ele tem o dinheiro necessário para tanto. Sem pensar racionalmente ele então decide fazer todos de reféns no hospital, para que algo seja feito e seu filho seja salvo da morte. Filme indicado aos prêmios BET Awards, Black Reel Awards, BMI Film & TV Awards e Political Film Society.

Comentários:
Os fins justificam os meios? O roteiro desse filme retoma esse tipo de pergunta de uma maneira, digamos, inovadora. Qual seria o grau de culpa de um pai que comete um crime para salvar a vida de seu próprio filho? A questão também lida com os problemas relacionados à saúde nos Estados Unidos. Ao contrário de países europeus, onde há saúde pública bancada pelo Estado para os mais pobres, nos Estados Unidos ela praticamente inexiste. Ou você tem um bom plano de saúde para cobrir os gastos de alguma emergência médica ou então morrerá sem assistência alguma. Para piorar os procedimentos médicos são extremamente caros, deixando grande parte da população sem qualquer tipo de apoio nesse sentido. Denzel Washington que sempre foi um ator bem interessado em questões sociais fez o filme justamente para trazer à tona esse tipo de debate e questionamento. De quebra também deu aos espectadores de cinema que só queriam realmente se divertir um bom filme, com excelente timing de tensão e suspense. Realmente um bom momento na carreira de Denzel que ainda contou com dois ótimos atores como coadjuvantes: Robert Duvall (interpretando um veterano negociador da polícia) e Ray Liotta (como o chefe de polícia que deseja resolver tudo da forma mais rápida e violenta possível). Se ainda não viu não deixe de conferir.

Pablo Aluísio.

sábado, 5 de março de 2016

Assassino Virtual

Título no Brasil: Assassino Virtual
Título Original: Virtuosity
Ano de Produção: 1995
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Brett Leonard
Roteiro: Eric Bernt
Elenco: Denzel Washington, Russell Crowe, Kelly Lynch
  
Sinopse:
Um serial killer do mundo virtual consegue romper a barreira do tempo e espaço e vem parar no mundo real, na nossa realidade. Uma vez nesse ambiente ele resolve levar em frente sua trajetória de crimes violentos. Apenas um policial poderá detê-lo em sua jornada de cadáveres. Filme indicado ao Prêmio Sitges - Catalonian International Film Festival na categoria de Melhor Ficção do ano.

Comentários:
Com a popularização de computadores pessoais (os chamados PCs) houve uma explosão de interesse no assunto. Essa ficção, produzida há mais de vinte anos, apostava justamente nesse crescente interesse pelo mundo virtual pelos jovens. O roteiro, até muito bem bolado, procurava trazer o que poderia acontecer se as duas realidades (a real e a virtual) colidissem em um mesmo ambiente, um mesmo mundo. No caso temos o serial killer do mundo virtual transportado para o nosso mundo e um policial fazendo de tudo para impedi-lo. Soa meio bobo para você? Provavelmente sim, já que o tempo não costuma ser muito gentil ou favorável a filmes de ficção. Com o tempo eles tendem a ficar ridículos pois os avanços da tecnologia torna todas as previsões obsoletas e até cômicas. Nesse filme, por exemplo, apesar de sua proposta futurista, nem há o uso de telefones celulares, por exemplo. De qualquer maneira sempre é de interesse do cinéfilo em ver dois grandes atores em cena, atuando juntos. Denzel Washington e Russell Crowe se saem muito bem embora esse último pareça meio deslocado nesse tipo de filme que definitivamente nunca foi sua especialidade. Já Denzel parece empenhado em fazer a fita dar certo. Até que em alguns momentos ele consegue mesmo dar um bom ritmo ao filme como um todo.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 25 de junho de 2015

O Diabo Veste Azul

Quando esse filme foi lançado Denzel Washington ainda não era Denzel Washington, se é que você me entende. Ele não era ainda um astro de Hollywood e nem um campeão de bilheterias no verão americano. Isso porém é secundário. O que realmente importa aqui é a qualidade cinematográfica do filme em si. E nesse aspecto não há o que reclamar. Temos aqui um filme de detetives ao velho estilo, lembrando muito o clima do cinema noir, com claras referências a filmes como "Chinatown". E não é à toa que toda a história se passa na era dos grandes romances policiais.

Nessa trama Denzel Washington interpreta um personagem chamado Easy Rawlins. Ele é contratado para encontrar o paradeiro de uma mulher, só que isso acaba sendo apenas a ponta do iceberg porque em seu desaparecimento há crimes envolvendo figurões da política, inclusive um asqueroso candidato à prefeitura da cidade. O roteiro também explora a tênua linha que separava brancos e negros na época em que a história se passa. E essa linha não poderia ser cruzada, algo que o detetive Easy Rawlins não pensa duas vezes antes de ultrapassar. Bom filme, com ótimo clima vintage e aquele jeitão de produção antiga, inclusive contando com uma ótima trilha sonora.

O Diabo Veste Azul (Devil in a Blue Dress, Estados Unidos, 1995) Direção: Carl Franklin / Roteiro: Carl Franklin, baseado no livro escrito por Walter Mosley / Elenco: Denzel Washington, Tom Sizemore, Jennifer Beals, Don Cheadle / Sinopse: Uma mulher desaparece. Easy Rawlins (Denzel Washington) é contratado para encontrá-la. No caminho descobre um jogo sujo e violento envolvendo inclusive políticos influentes e corruptos. Filme indicado ao Screen Actors Guild Awards.

Pablo Aluísio. 

terça-feira, 12 de maio de 2015

O Colecionador de Ossos

Filmes sobre psicopatas geralmente costumam serem, no mínimo, bons. Claro que existem exceções, principalmente no submundo dos filmes B, de baixo orçamento, mas dificilmente veremos uma produção classe A com enredo girando em torno de um serial killer que seja realmente fraco ou ruim. Assim não poderia ser diferente com esse "O Colecionador de Ossos". O elenco formado por Denzel Washington e Angelina Jolie funciona muito bem. Denzel interpreta um especialista veterano que está com problemas de locomoção, o que o impede de ir "in loco" participar das investigações.

Assim ele acaba funcionando como o lado intelectual dessa dupla formada ainda com a presença da inexperiente policial Amelia Donaghy (Jolie, estranhamente sensual em um papel que não deveria abrir margem para esse tipo de coisa). Como o próprio título sugere o assassino tem uma estranha obsessão por ossos humanos, o que torna tudo ainda mais macabro. Eu particularmente gostei do resultado final, mas a crítica da época se dividiu, sendo que o roteiro foi acusado, entre outras coisas, de ser pouco original e sem surpresas. Discordo, considero o filme até acima da média do que era produzido na década de 1990. Além disso o diretor Phillip Noyce (de "Perigo Real e Imediato" e "Jogos Patrióticos") sempre foi um competente realizador de blockbusters.

O Colecionador de Ossos (The Bone Collector, Estados Unidos, 1999) Direção: Phillip Noyce / Roteiro: Jeremy Iacone, baseado no livro escrito por Jeffery Deaver / Elenco: Denzel Washington, Angelina Jolie, Queen Latifah / Sinopse: Thriller de suspense e ação dos anos 90. Na trama uma dupla de investigadores precisa descobrir a identidade de um perigoso serial killer que está aterrorizando toda uma região.

Pablo Aluísio.