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terça-feira, 6 de junho de 2023

Skinheads - A Força Branca

Título no Brasil: Skinheads - A Força Branca
Título Original: Skinheads 
Ano de Lançamento: 1992
País: Austrália 
Estúdio: Film Victoria
Direção: Geoffrey Wright
Roteiro: Geoffrey Wright
Elenco: Russell Crowe, Daniel Pollock, Jacqueline McKenzie

Sinopse:
Skinheads nazistas em Melbourne descontam sua raiva nos vietnamitas locais, que são vistos como uma ameaça à pureza racial. Finalmente, os vietnamitas decidem enfrentar os skinheads em um confronto total.

Comentários:
Esse filme australiano chegou a ser lançado no Brasil no mercado de vídeo e eu tive a oportunidade de locar na época em seu lançamento original. O tema é controverso e polêmico, mostrando um grupo de jovens australianos que decidem abraçar a odiosa ideologia nazista. Logo se tornam racistas e violentos contra imigrantes em sua cidade, um retrato do que acontece em várias partes do mundo. Eu confesso que não gostei muito do filme por achá-lo muito violento e perigoso, pois o roteiro em certo momento cria um certo sentimento de simpatia com esse jovens nazistas. Hoje em dia o destaque é saber que o ator Russel Crowe está no elenco. Foi um dos seus primeiros filmes, ele era bem jovem, muito longe ainda do sucesso que iria alcançar nos anos que viriam, onde iria se tornar realmente um astro em Hollywood estrelando grandes filmes como Gladiador. Na época  eu ainda não o conhecia, sua presença me passou totalmente despercebida, pois ele realmente era um ator desconhecido do grande público.

Pablo Aluísio.

sábado, 6 de maio de 2023

O Exorcista do Papa

Título no Brasil: O Exorcista do Papa
Título Original: The Pope's Exorcist
Ano de Lançamento: 2023
País: Estados Unidos
Estúdio: Screen Gems
Direção: Julius Avery
Roteiro: Michael Petroni, Evan Spiliotopoulos
Elenco: Russell Crowe, Franco Nero, Peter DeSouza-Feighoney, Daniel Zovatto, Laurel Marsden, Alex Essoe

Sinopse:
Uma família norte-americana se muda para um imóvel que no passado foi uma abadia usada pela inquisição durante os anos mais terríveis de tortura e caça aos hereges em solo europeu. A mãe, viúva, quer reformar o lugar para vender, mas antes disso o seu filho caçula começa a mostrar sinais de possessão demoníaca. O Vaticano então envia um padre exorcista para resolver espiritualmente a situação.

Comentários:
Esse tipo de filme sobre exorcismo está bem saturado. Ainda existem filmes que tentam tratar da luta do bem contra o mal no mundo espiritual de forma mais inteligente, mais sutil, de maneira mais intelectualizada. Esses se salvam da mediocridade. Entretanto existem filmes com roteiros mais rasteiros que mostram tudo na base da pancadaria, do quebra-pau generalizado. Infelizmente é o caso desse filme onde a sutileza e o suspense passaram longe. O roteiro até apresenta uma boa narrativa sobre o passado desse demônio Asmodeus com a inquisição espanhola, mas tudo superficial. A impressão que tive foi que os roteiristas acreditam que o público que vai assistir ao filme não tem muita inteligência. Tudo é bem explicadinho para a tal geração Marvel entender tudinho, sem problemas... Com isso nem mesmo essa ideia original se sustenta muito. Em termos de elenco o mais curioso foi ver o ator Franco Nero (O Django do western spaghetti) interpretando o Papa. O roteiro não o nomea por respeito, mas fica bem óbvio que se trataria do Papa João Paulo II. Pena que nem sua presença é melhor aproveitada. Assim o saldo é negativo. Esse é um filme que não me provocou nada, nem muito interesse e nem muito menos o que um filme de terror deveria despertar em seu público, o medo. O velho e bom padre Gabriele Amorth merecia coisa melhor.

Pablo Aluísio.

domingo, 18 de setembro de 2022

Thor: Amor e Trovão

Um ser vivendo em um planeta deserto e hostil, vê sua filha morrer de fome e sede. Imediatamente afunda na mais profunda dor. Não consegue entender a situação. Por que o seu deus não o ajudou naquela hora de extrema aflição? Ao se deparar com a própria divindade materializada em sua frente, ele descobre que o seu deus é um ente arrogante, egocêntrico e que não está nem aí para a sorte daqueles que o adoram. De sua revolta, nasce uma vingança. Ele toma posse de uma espada especial que consegue matar divindades. E parte em busca da vingança contra esses seres celestiais. Será que Thor poderia deter essa matança desenfreada de deuses no universo? Esse é o novo filme do personagem da Marvel, Thor. Poderia ser um excelente filme, pois tem um vilão especial. O Carniceiro dos Deuses causou sensação nos quadrinhos. As edições em que apareceu foram muito bem criticadas pelos especialistas na nona arte. Só que tudo isso virou desperdício nas mãos desse diretor. Incrivelmente, ele quis fazer desse filme uma comédia boba, tola! 

É inacreditável, mas o filme tem um tom totalmente errado de comédia e humor. E também se divide em duas partes bem distintas, como se fosse um bolo de aniversário cortado ao meio. Nas cenas que se concentram no vilão Carniceiro dos Deuses, o ator Christian Bale está muito bem. Concentrado em seu papel e atuando seriamente. Já nas cenas do Thor, tudo o que se encontra é pura palhaçada. Incrível, mas o diretor transformou o Thor em um idiota completo. É inacreditável como um filme como esse conseguiu se tornar tão ruim, com tanto potencial para agradar aos fãs da Marvel! Esse Carniceiro dos Deuses é um ótimo vilão. Deveria ter sido melhor aproveitado. Ao invés disso, o diretor Taika Waititi encheu o filme de piadinhas sem graça. Chega a ser totalmente constrangedor. O resultado de tudo isso é um dos piores filmes desse ano.

Thor: Amor e Trovão (Thor: Love and Thunder, Estados Unidos, 2022) Direção: Taika Waititi / Roteiro: Taika Waititi / Elenco: Chris Hemsworth, Natalie Portman, Christian Bale, Russell Crowe, Idris Elba, Chris Pratt / Sinopse: A aposentadoria de Thor é interrompida por um assassino galáctico conhecido como Gorr, o Carniceiro dos Deuses, que busca a extinção dos deuses. Para combater a ameaça, Thor pede a ajuda da Rainha Valquíria, de Korg e sua ex-namorada Jane Foster, que – para surpresa de Thor – inexplicavelmente empunha seu martelo mágico, Mjolnir, como a Poderosa Thor. Juntos, eles embarcam em uma angustiante aventura cósmica para descobrir o mistério da vingança desse vilão para detê-lo antes que seja tarde demais.

Pablo Aluísio.

sábado, 6 de março de 2021

A Verdadeira História De Ned Kelly

Título no Brasil: A Verdadeira História De Ned Kelly
Título Original: True History of the Kelly Gang
Ano de Produção: 2019
País: Austrália, Inglaterra
Estúdio: Porchlight Films
Direção: Justin Kurzel
Roteiro: Shaun Grant, Peter Carey
Elenco: George MacKay, Charlie Hunnam, Russell Crowe, Nicholas Hoult, Orlando Schwerdt, Essie Davis

Sinopse:
Ned Kelly (George MacKay) foi um criminoso e fora-da-lei que viveu no século XIX. Enforcado com apenas 25 anos de idade por seus crimes, ele acabou se tornando um símbolo de resistência do povo australiano contra a dominação inglesa em sua nação. Filme premiado pela Australian Academy of Cinema and Television Arts.

Comentários:
O que levou um povo culto como o australiano e eleger um criminoso, assassino e ladrão de cavalos, como um dos seus heróis nacionais, é algo que apenas a psicologia coletiva pode responder. De minha parte cabe apenas avaliar os méritos cinematográficos desse filme. E digo que é muito bom. Esse personagem histórico Ned Kelly é pouco conhecido no Brasil. Ele tinha um ódio especial contra autoridades inglesas e ficou conhecido pela brutalidade com que tratava seus inimigos. Vilipendiar cadáveres, por exemplo, era uma constante em seus crimes. Sua família toda era formada por criminosos, a começar por sua mãe e irmãos. Juntos eles formaram uma quadrilha que matava e assaltava diligências e pessoas que se aventuravam em suas terras, no interior deserto e árido da Austrália. Apesar do título desse filme afirmar que é a "verdadeira história", nem tudo o que se vê na tela realmente aconteceu daquela forma na história real. Por exemplo, Ned Kelly foi capturado em um hotel e não no meio de uma propriedade rural abandonada como se mostra no filme. De qualquer forma o filme é bom, bem produzido. E se o personagem lhe interessar de alguma maneira existe uma outra fita, essa estrelada pelo finado Heath Ledger, que conta a mesma história, só que em outro ponto de vista, claro.

Pablo Aluísio.

sábado, 7 de novembro de 2020

Fúria Incontrolável

Esse é o novo filme do ator Russell Crowe. De maneira em geral sempre tenho críticas a fazer em relação aos títulos traduzidos em nossa língua portuguesa, mas devo dizer que esse aqui,"Fúria Incontrolável", é muito adequado ao filme. E a fúria começa logo na primeira cena. O personagem de Russell Crowe, identificado apenas como "The Man" (O homem) desce de seu carro e com um martelo de construção civil derruba a porta da casa da ex-mulher. Ela grita e seu amante tenta controlar o invasor, mas em vão. Com o mesmo martelo em mãos, ele então decide se vingar da ex-esposa. Mata o amante e depois a mata com requintes de crueldade. Não satisfeito coloca fogo na casa. Sai, pega seu carro e vai embora, como se nada tivesse acontecido. Na manhã do dia seguinte, a jovem mãe Rachel (Caren Pistorius) está levando o filho para a escola. Sua vida está desmoronando. O ex-marido pede sua casa no processo de divórcio. Ela vive estressada, sem dinheiro para criar o filho e  é demitida pelo celular... enfim, o puro caos pessoal. E para piorar ainda mais sua vida, ela cruza com o psicótico interpretado por Russell Crowe no trânsito. Ele para no sinal e quando esse abre, não vai adiante. Ela fica possessa de raiva, buzina e grita. Ele, o insano assassino, decide não deixar barato. Vai fazer de tudo para transformar a vids daquela mulher em um verdadeiro inferno. Misógino e assassino, ele tem ódio de todas as mulheres.

Olha, eu gostei desse thriller de violência e ação chamado"Fúria Incontrolável". A história é simples, apenas uma mulher que está no lugar errado, na hora errada e age de forma não pensada. E basta apenas isso para ela virar a caça de um insano, um psicopata que se sente injustiçado pelo mundo e que agora quer se vingar dele, nem que para isso tenha matar inocentes que cruzem seu caminho. Filme relativamente curto e ágil, tem na interpretação de Russell Crowe um dos pontos altos. Ele está bem diferente de seus filmes do passado. Está bem mais velho e engordou muito, mas isso é de menor importância. A carga de ira e fúria violenta que ele imprime ao seu papel é algo poderoso. Vai impressionar muita gente. Esse filme foi lançado nos cinemas americanos em agosto, bem no centro dessa pandemia que parece não ter fim. Apesar de muitos cinemas estarem fechados e o público claramente ter medo de ir para as salas, o filme acabou fazendo boa carreira comercial. Seu lançamento nas telas foi uma tentativa de manter a indústria cinematográfica viva nesses tempos complicados. Agora em novembro está prevista a estreia nos cinemas brasileiros. Será que o público nacional vai assistir? O que posso dizer é que é um bom filme que vai valer a pipoca e a coragem de entrar em um cinema em tempos de coronavírus.

Fúria Incontrolável (Unhinged, Estados Unidos, 2020) Direção: Derrick Borte / Roteiro: Carl Ellsworth / Elenco: Russell Crowe, Caren Pistorius, Gabriel Bateman, Jimmi Simpson / Sinopse: Após o divórcio, onde perdeu praticamente tudo, um homem em fúria decide se vingar da ex-esposa e seu amante. Após o crime, cai na estrada e acaba esbarrando em uma jovem mãe estressada, que ousa buzinar para que ele saia da frente em um sinal. E esse simples ato acaba desencadeando uma série de violência e insanidade sem limites.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 1 de outubro de 2020

Um Bom Ano

Título no Brasil: Um Bom Ano
Título Original: A Good Year
Ano de Produção: 2006
País: Estados Unidos
Estúdio: Scott Free Productions
Direção: Ridley Scott
Roteiro: Marc Klein
Elenco: Russell Crowe, Freddie Highmore, Albert Finney, Abbie Cornish, Patrick Kennedy, Richard Coyle

Sinopse:
Baseado no romance escrito por Peter Mayle, o filme "Um Bom Ano" conta a história de Max Skinner (Russell Crowe), um corretor britânico de investimentos, que recebe como herança de seu tio, um vinhedo, que fez parte de sua infância. Nesse lugar ele descobre um novo estilo de vida, novos valores, uma outra visão do mundo.

Comentários:
Esse filme eu vejo como o filme em que Russell Crowe finalmente assumiu sua idade. Até então ele vinha ainda bancando o herói dos filmes de ação. Aqui sob a batuta de Ridley Scott, ele finalmente conseguiu relaxar mais, assumindo os cabelos brancos e até mesmo a barriga grande, mostrada sem problemas em diversas cenas. E o filme é muito bom. Tem um clima mesmo bem relax, valorizando a vida simples do campo. O personagem de Russell Crowe simboliza de certo modo o capitalista selvagem dos grandes centros urbanos, o sujeito que só pensa em ganhar muito dinheiro com investimentos na bolsa de valores e que de repente se vê em um lugar onde isso definitivamente não é o mais importante para ser feliz. As pessoas que moram na região onde fica o vinhedo que ele herdou do tio, são pessoas simples, mas muito mais felizes do que ele já encontrou no mundo das altas finanças, onde a ganância fala mais alto. Aliás esse é o grande ponto de vista desse roteiro, sua mensagem, vamos colocar nesses termos. A mensagem de que a vida vale por si mesma, pelos pequenos momentos, pelos bons sentimentos e não por aquilo que você tem em sua conta bancária.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 26 de novembro de 2019

Rápida e Mortal

Lady (Sharon Stone) chega numa cidade perdida do velho oeste para participar de uma competição de duelos para saber quem é o mais rápido do gatilho na região. A competição é organizada por Herod (Gene Hackman), um facínora que aterroriza todos os habitantes honestos da cidadezinha. Em troca de uma suposta “proteção” ele cobra valores absurdos de comerciantes e cidadãos que pagam na verdade para não serem mortos por ele e seus capangas armados até os dentes. O que Herod não sabe é que Lady vem em busca de vingança pela morte de seu pai, um xerife que cruzou com o caminho dele em um passado remoto. “Rápida e Mortal” é de certa forma uma homenagem do cineasta Sam Raimi aos antigos filmes clássicos do chamado western spaguetti. Tudo ecoa ao estilo dessas produções – a trilha sonora, os enquadramentos de câmera, a violência e o enredo, que novamente constrói toda uma trama em cima de um ato de vingança, tentando trazer justiça a um evento do passado (tema que era bem recorrente nos faroestes italianos). As cenas de duelos que permeiam toda a estória reforçam ainda mais esse aspecto. A estilização das mortes e os personagens em si são os aspectos mais visíveis da produção nesse sentido.

Muitos podem torcer o nariz pelo fato do filme ser estrelado pela atriz Sharon Stone (no auge de sua carreira) mas o fã de filmes de western deve ignorar esse detalhe. O que não faltam aqui são atores talentosos em cena. O elenco aliás é um dos maiores trunfos do filme pois é recheado de grandes nomes. Além de Sharon Stone (linda e mostrando que ficava muito bonita de figurino country) temos ainda o maravilhoso Gene Hackman (como o vilão, ótimo como sempre), Leonard DiCaprio (Como Kid, filho de Herod, um jovem falastrão e fanfarrão que pensa ser melhor no gatilho do que realmente é na verdade) e Russel Crowe (como um pistoleiro arrependido e convertido que agora só pensa em servir como missionário de Deus, rejeitando a violência). De quebra Cary Sinise surge em flashbacks como o pai da personagem de Sharon Stone, um xerife morto em serviço. Confesso que na época em que assisti pela primeira vez o filme não me marcou muito. Achei apenas um western eficiente e nada mais. Agora em uma nova revisão revi minha antiga opinião pois o achei realmente divertido, com boa fluência e ritmo. O roteiro que gira quase que totalmente em torno do torneio de duelos poderia desenvolver melhor os personagens mas do jeito que está não compromete. No final das contas o tempo acabou fazendo bem a “Rápida e Mortal”, quem diria.

Rápida e Mortal (The Quick and the Dead, Estados Unidos, 1995) Direção: Sam Raimi / Roteiro: Simon Moore / Elenco: Sharon Stone, Gene Hackman, Russell Crowe, Leonardo DiCaprio, Lance Henriksen / Sinopse: Em busca de vingança uma cowgirl conhecida apenas como Lady (Sharon Stone) chega numa cidadezinha aterrorizada pelo bandido Herod (Gene Hackman). Ele está organizando um torneio de duelos para determinar quem é o gatilho mais rápido da região. Não demora para que ela também entre na disputa!

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 11 de março de 2019

Os Indomáveis

“Galante e Sanguinário” é uma pequena obra prima do Western americano da década de 50 estrelada por Glenn Ford. Já tivemos inclusive a oportunidade de analisar o filme aqui em nosso blog. Agora vamos falar um pouco sobre seu remake, essa produção intitulada “Os Indomáveis”. A estória é idêntica ao filme original: Um jovem e pacífico fazendeiro chamado Dan Evans (Christian Bale, em um papel que nada lembra seu Batman) acaba sendo eleito como assistente de xerife de uma cidadezinha do velho oeste e como tal ele terá que exercer as funções inerentes ao cargo, entre elas escoltar um pistoleiro famoso, Ben Wade (Russell Crowe), até a estação de trem onde ele pagará a locomotiva das 3:10hs rumo a Yuma, cidade onde está localizado o Tribunal competente para julgá-lo.

O que parece ser uma tarefa até simples se mostrará extremamente perigosa pois Wade é líder de uma quadrilha de facínoras que fará de tudo para libertá-lo. A situação é de extremo perigo mas Evans se mostra decidido a cumprir sua obrigação para mostrar sua firmeza de caráter ao seu filho. Assim ele também provará que é um homem de bravura, muito embora nunca tenha sido um valentão de saloon em sua vida, mas apenas um homem honesto que conseguiu criar sua família com muito suor e trabalho.

Como aconteceu em “Galante e Sanguinário” temos aqui um perfeito exemplo de enredo que ficou conhecido como western psicológico. A denominação cai muito bem pois o que existe realmente entre o rancheiro e o assassino que deve escoltar é uma guerra psicológica de espera e ansiedade. Ben Wade (Crowe) é um assassino de sangue frio, acostumado a viver em situações limites como a mostrada no filme. Já Dan Evans (Christian Bale) é um homem comum, trabalhador do campo, que terá que lidar com tudo da melhor forma possível. Desse duelo de personalidades tão díspares nasce todo o conflito e a base dramática do roteiro, que aliás é extremamente bem escrito.

Também é fácil perceber que estamos na presença de um enredo que exige bastante de seus intérpretes. Nesse aspecto nem Bale e nem Crowe decepcionam. Estão muito bem em seus respectivos personagens. O destaque do elenco porém vai para Ben Foster, perfeito em sua atuação como um dos membros da gangue de Ben. Com os nervos à flor da pele, ele rouba a cena para si. Simplesmente excepcional sua atuação.  Em suma, apesar de definitivamente não gostar de remakes tenho que dar o braço a torcer para esse “Os Indomáveis” que conseguiu resgatar essa estória sem desrespeitar o filme original e nem agredir o fã de westerns clássicos. É uma boa produção, valorizada por um ótimo elenco, que revitaliza o filme de Glenn Ford. Pode assistir sem receios.

Os Indomáveis (3:10 to Yuma, EUA, 2007) Direção: James Mangold / Roteiro: Halsted Welles, Michael Brandt, Derek Haas / Elenco: Russell Crowe, Christian Bale, Chris Browning, Chad Brummett, Kevin Durand, Hugh Elliot, Peter Fonda, Ben Foster, Jason Henning, Henry Herman, Logan Lerman. / Sinopse: Dan Evans (Christian Bale) é um pacato e pacífico rancheiro que terá que escoltar um perigoso assassino e pistoleiro, Ben Wade (Russel Crowe), até uma estação de trem onde será levado até o Tribunal da cidade de Yuma, onde finalmente será julgado e punido por seus inúmeros crimes. Porém antes disso terá que sobreviver ao ataque da gangue de Wade que fará de tudo para libertá-lo antes que embarque na locomotiva. Remake do clássico “Galante e Sanguinário” de 1957 com Glenn Ford.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

Boy Erased

Filme baseado em fatos reais. O roteiro foi escrito em cima da história do jovem Jared Eamons (Lucas Hedges). Filho único de um pastor protestante, interpretado no filme por Russell Crowe, ele teve tudo que um jovem de sua idade poderia querer. Pais amorosos e presentes, uma boa educação nos melhores colégios, carro novo ao completar 18 anos, ou seja, não poderia reclamar de nada. A mãe, em bom momento de Nicole Kidman, sempre foi amiga e companheira nos momentos mais complicados. Quando vai para a universidade Jared começa a desfrutar de uma ampla liberdade e nesse momento descobre que sempre teve atração por homens. Ele tentou ter uma namorada na época do colégio, mas nunca conseguiu dar muito certo com ela. Na universidade percebeu que o problema é que ele tinha mesmo tendência homossexuais. Seu encontro com um dos alunos vaza, e seus pais acabam descobrindo esse lado que não conheciam do filho.

O pai, um pastor, entende que pode consertar essa questão. Ele se reúne com outros pastores mais experientes e decide enviar Jared para um tratamento de reversão de suas preferências sexuais. É o que vulgarmente se chama "cura gay" no Brasil. Jared aceita passar pelo tal programa, indo para uma instituição que se diz especializada nesse tipo de questão delicada. O roteiro do filme então foca nesse tipo de reversão, que nos Estados Unidos é amplamente utilizado, sendo legal em diversos estados. No Brasil a questão é bem complicada, pois o conselho nacional de psicologia não dá nenhum aval para esse tipo de coisa.

Claro que o filme tem um viés ideológico por trás. Como o roteiro foi escrito a partir do livro publicado pelo próprio Jared, ele toma posição firme contra o tal programa. Seus pais porém não são destruídos por sua retórica. São retratados apenas como pessoas religiosas, que acreditavam no que estavam fazendo. Os pais aliás são o grande interesse para quem gosta de cinema pois são interpretados por atores famosos. Russell Crowe está quase irreconhecível. Muito acima do peso, não se parece mais em nada com os dias de Gladiador. Nicole Kidman, de cabelo curto e muito laquê, interpreta essa dona de casa que no final das contas decide ficar ao lado do filho. O elenco que forma o núcleo familiar aliás é a melhor coisa dessa produção que provavelmente vai gerar ainda mais polêmica e discussão ao ser lançado no Brasil.

Boy Erased: Uma Verdade Anulada (Boy Erased, Estados Unidos, 2018) Direção: Joel Edgerton / Roteiro: Garrard Conley, Joel Edgerton / Elenco: Lucas Hedges, Nicole Kidman, Russell Crowe, Joel Edgerton / Sinopse: O filme conta a história de Jared Eamons (Lucas Hedges), jovem homossexual, filho de pastor, que é enviado para um programa de reversão de sua sexualidade, onde tentará superar esse "problema" em sua vida. Filme indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Ator - Drama (Lucas Hedges) e Melhor Canção Original ("Revelation" de autoria do trio Jon Thor Birgisson, Troye Sivan e Brett McLaughlin)

Pablo Aluísio.

terça-feira, 1 de janeiro de 2019

Mestre dos Mares

Tive a oportunidade de assistir no cinema, em seu lançamento original. De fato esse sempre foi o melhor meio de conferir filmes nesse estilo, produções grandiosas, resgatando o antigo modo de fazer cinema, em sua era clássica. O roteiro foi baseado numa série de romances escritos pelo autor Patrick O'Brian. Esse escritor era apaixonado pelos grandes navios de seu tempo, criando assim uma série de romances sobre as grandes navegações. Nesse, em particular, encontramos o capitão Jack Aubrey (Russell Crowe), comandante de um navio de guerra da armada inglesa, o H.M.S. Surprise. Sua missão seria localizar embarcações francesas nas costas da América do Sul (incluindo o Brasil), destrui-las e aprisionar seus oficiais. O contexto histórico se passava durante as guerras napoleônicas, onde a conquista da hegemonia marítima era essencial. Claro que durante a navegação nada acabaria saindo conforme o planejado, levando o capitão e sua tripulação a ir parar em lugares jamais imaginados por eles ao partirem da Inglaterra.

Belo filme, uma super produção que custou mais de 150 milhões de dólares, onde o estúdio se deu ao luxo de construir uma réplica real de uma antiga nau da esquadra britânica. Visualmente o filme é mesmo de encher os olhos, com maravilhosa direção de arte, figurinos, cenários, etc. Uma produção como não se via há muitos anos. Outro ponto positivo é que o diretor Peter Weir realmente optou por uma narrativa mais lenta, mais detalhista, repetindo o estilo mais conservador de fazer bom cinema. Nada de cortes rápidos e edição insana. O filme é um exemplo perfeito de que ainda é possível fazer cinema de grande qualidade, usando para isso ferramentas e estilos de um passado distante. Ao lado de "Gladiador" pode ser considerado um dos melhores trabalhos de Russell Crowe em sua carreira.

Mestre dos Mares: O Lado Mais Distante do Mundo (Master and Commander: The Far Side of the World, Estados Unidos, 2003) Direção: Peter Weir / Roteiro: Peter Weir, baseado na obra literária escrita por Patrick O'Brian / Elenco: Russell Crowe, Paul Bettany, James D'Arcy, Billy Boyd / Sinopse: Durante o começo do século XIX, um navio de guerra da armada inglesa parte em missão de interceptação de navios franceses, da esquadra de Napoleão Bonaparte. O destino é a distante costa ocidental da América do Sul. Filme vencedor do Oscar nas categorias de Melhor Fotografia (Russell Boyd) e Melhor Edição de Som (Richard King). Também indicado nas categorias de Melhor Filme, Melhor Direção, Melhor Edição e Figurino.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

Uma Mente Brilhante

Segue sendo o trabalho mais memorável tem termos de atuação da carreira do ator Russell Crowe. Ele interpreta um gênio da matemática chamado John Nash. O filme, que é baseado numa história real, mostra Nash em seus primeiros anos, quando se torna um aluno brilhante numa das melhores universidades do mundo. Como é considerado um verdadeiro talento em sua área, acaba sendo procurado pelo governo para trabalhar no deciframento de códigos criptográficos. O que começa até bem logo desanda quando Nash começa a afirmar que está sendo perseguido, se tornando alvo de um complô extremamente complexo para lhe assassinar.

Verdade ou fruto de sua cabeça? O roteirista Akiva Goldsman joga o tempo todo com as duas possibilidades, dando um verdadeiro nó na cabeça dos espectadores. O filme só não é melhor porque o cineasta Ron Howard sempre foi muito convencional, nunca indo para caminhos mais desafiantes. Ele sempre preferiu mesmo o feijão com arroz do dia a dia. Sem esse tipo de coragem o filme acaba perdendo um pouco, até porque o diretor parece nunca estar à altura do roteiro, esse realmente acima da média, muito bem escrito. Fico imaginando um material como esse nas mãos de um Stanley Kubrick, por exemplo. Seria definitivamente uma das maiores obras primas da história do cinema.

Do jeito que ficou está OK, mas como sempre gosto de dizer, poderia ser bem melhor. De uma maneira ou outra o filme acabou se consagrando no Oscar com quatro importantes prêmios: Melhor direção (para Howard, um exagero!), Melhor Atriz Coadjuvante (Jennifer Connelly, a garota de "Labirinto" que cresceu e virou uma boa atriz), Melhor Roteiro (O prêmio mais merecido da noite) e Melhor Filme (achei um pouco forçado). Russell Crowe também foi indicado ao Oscar como Melhor Ator, mas não levou, naquela que foi a chance mais desperdiçada de sua carreira. Nunca mais ele voltaria a concorrer, mostrando que foi mesmo uma chance de ouro que ele perdeu de levantar a estatueta. Em conclusão considero um bom filme, com aquele tipo de roteiro que anda cada vez mais raro nos dias atuais. Muitos vão dizer que é tudo bem inconclusivo no final das contas, porém penso diferente, sendo esse aspecto uma das qualidades mais louváveis de seu texto.

Uma Mente Brilhante (A Beautiful Mind, Estados Unidos, Inglaterra, 2001) Direção: Ron Howard / Roteiro: Akiva Goldsman, baseado no livro escrito por Sylvia Nasar / Elenco: Russell Crowe, Ed Harris, Jennifer Connelly, Christopher Plummer, Paul Bettany, Josh Lucas/ Sinopse: John Nash (Russell Crowe) é um gênio da Matemática que é procurado pelo governo americano para trabalhar na decifração de códigos de países inimigos. Em pouco tempo Nash começa a temer por sua vida, pois o que parecem ser agentes do governo, começam a persegui-lo, colocando em risco sua vida. Seria verdade ou apenas fruto de sua mente perturbada? Filme indicado também ao Oscar nas categorias de Melhor Edição (Mike Hill, Daniel P. Hanley), Melhor Maguiagem (Greg Cannom, Colleen Callaghan) e Melhor Música (James Horner). Vencedor do Globo de Ouro nas categorias de Melhor Filme - Drama, Melhor Ator - Drama (Russell Crowe), Melhor Atriz - Drama (Jennifer Connelly) e Melhor Roteiro (Akiva Goldsman).

Pablo Aluísio. 

domingo, 10 de setembro de 2017

Prova de Vida

Esse filme foi um grande fracasso comercial por causa de um escândalo ocorrido durante as filmagens. A atriz Meg Ryan teve um caso amoroso com Russell Crowe. Até aí tudo bem, já que não era nenhuma novidade que atrizes namorassem atores durante a produção de filmes. Basta lembrar do caso envolvendo Elizabeth Taylor e Richard Burton no set de "Cleópatra". O que pegou mal mesmo foi o fato de que Ryan ainda era casada com Dennis Quaid. Como o romance entre Meg e Russel não foi nada discreto, acabou se tornando bem vergonhoso para todos os envolvidos. O troco veio quando o filme chegou nos cinemas. O público americano simplesmente boicotou o filme, um tipo de protesto moral contra tudo o que rolou durante a produção da fita. Afinal a sociedade americana gosta de se ver como sendo ainda puritana, embora não seja de verdade.

A despeito disso quem ficou em casa acabou se dando bem. Não por causa desse falso moralismo que atingiu as pessoas na época, mas simplesmente porque o filme era ruim demais mesmo! Esse é daquele tipo sem salvação, com péssimo roteiro, trama confusa e mal escrita, elenco desinteressado e produção capenga. Tudo o que poderia dar errado acabou dando. É seguramente o pior trabalho do cineasta Taylor Hackford, que já havia provado inúmeras vezes que tinha talento. Ele dirigiu entre outros, filmes muito bons, diria até excelentes, como "A Força do Destino", "O Sol da Meia Noite" e "Advogado do Diabo". Sua carreira só não afundou nesse aqui porque ele conseguiu recuperar a confiança dos estúdios e realizou o ótimo "Ray", a biografia de Ray Charles que foi grande sucesso de público e crítica, dando o Oscar para o ator Jamie Foxx. Já Meg Ryan não teve a mesma sorte. Culpada por tudo (numa visão bem machista, vamos admitir) ela viu sua carreira afundar de vez. Nunca mais seria considerada a "namoradinha da América", título que havia ganho no auge de sucesso de suas comédias românticas.

Prova de Vida (Proof of Life, Estados Unidos, 2000) Direção:  Taylor Hackford / Roteiro: Tony Gilroy, William Prochnau / Elenco: Meg Ryan, Russell Crowe, David Morse / Sinopse: Engenheiro norte-americano é feito refém por guerrilheiros africanos. Para tentar salvar sua vida sua esposa resolve contratar os serviços de um negociador e perito em armas e situações como essa.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 6 de julho de 2017

A Múmia

Tom Cruise já não é mais o mesmo. Esse seu novo filme na Universal Pictures não conseguiu se tornar um sucesso, apesar da agressiva campanha de marketing. Com orçamento de 125 milhões de dólares faturou pouco mais de 30 milhões no mercado americano. Foi um pouquinho melhor no mercado internacional, mas mesmo assim ainda não se pagou nas bilheterias. Em resumo: é praticamente um fracasso comercial. E isso não foi injusto. O problema é que Cruise tem se concentrado apenas em fazer blockbusters vazios nesses últimos anos e o público já demonstra sinais de estar cansado disso. Cansaram do Cruise, essa é a verdade. Mas e o filme, é bom? Esse filme na verdade é o primeiro de uma série que a Universal quer lançar, todos trazendo os velhos monstros clássicos do estúdio. Com o selo de Dark Universe, eles querem resgatar filmes com Drácula, Frankenstein, Lobisomen, o Homem Invisível, enfim, toda a galeria dos antigos personagens de terror da era clássica da Universal Pictures. É uma boa ideia, mas também é preciso caprichar um pouco mais nesse resgate. Esse primeiro filme com a Múmia deixa bastante a desejar nesse ponto. Cheio de efeitos especiais e furos de roteiro, jamais consegue convencer ou prender a atenção. Ao contrário disso deixa aquela sensação incômoda de que mais uma vez estamos perdendo tempo.

O enredo gira em torno de um grupo de militares que no Iraque acaba descobrindo uma antiga tumba de uma princesa que viveu no antigo Egito. Na verdade ela fez um pacto com o Set, o Deus da Morte. Por isso jamais deixou de viver. Aprisionada numa tumba com mércurio (retiraram essa ideia da tumba real do primeiro imperador da China), a princesa ganha vida novamente depois que seu sarcófago é aberto. Tom Cruise interpreta um desses militares que acaba virando alvo da maldição da múmia, ficando preso pela eternidade ao destino da monstruosidade que retorna à vida. Através de um roteiro pouco original (consegui rapidamente ver plágios envolvendo diversos filmes como "Força Sinistra" e "Um Lobisomem Americano em Londres" com direito a um amigo em estado de putrefação avançada ao longo do filme), esse novo "A Mùmia" não me convenceu. Para piorar os roteiristas resolveram colocar personagens de "O Médico e o Monstro" no meio da trama. O que funcionou em séries como "Penny Dreadfull" aqui não deu muito certo. Enfim, se depender desse primeira produção da Dark Universe não teremos muitos revivals interessantes. Uma pena!

A Múmia (The Mummy, Estados Unidos, Inglaterra, 2017) Direção: Alex Kurtzman / Roteiro: David Koepp, Christopher McQuarrie / Elenco: Tom Cruise, Russell Crowe, Sofia Boutella, Annabelle Wallis / Sinopse: Equipe de militares americanos descobre por acaso a tumba milenar da princesa do antigo Egito Ahmanet (Sofia Boutella). No passado ela matou sua família em busca do poder absoluto do império. Também fez um pacto com Set, o Deus da Morte. Agora ela está de volta à vida, trazendo morte e destruição por onde passa.

Pablo Aluísio.

sábado, 24 de setembro de 2016

Gladiador e os épicos romanos

Onde estão os grandes épicos históricos passados na Roma Antiga? Infelizmente hoje temos uma dominação de filmes de super heróis em Hollywood. Com isso falta espaço para os épicos clássicos históricos antigos, um gênero que já legou tantos grandes filmes no passado. Nem vou citar os imortais "Ben-Hur", "Cleópatra" ou "A Decadência do Império Romano", Pensemos em algo até mais recente como "Gladiador" de Ridley Scott, talvez a última grande superprodução passada em Roma. Outro dia esbarrei no filme sendo exibido em um canal a cabo. Claro que senti saudades desse tipo de produção nos cinemas. Ultimamente nada tem sido feito sobre o tema e os filmes mais recentes explorando a Roma imperial são produções pequenas, de orçamento reduzido. Alguns nem chegam aos cinemas, sendo lançados diretamente em DVD.

É uma pena porque o tema é amplo demais para ser ignorado. Além das histórias envolvendo os imperadores loucos há ainda a possibilidade de explorar o surgimento do cristianismo. Basta lembrar de "O Manto Sagrado" para entender como há um vasto campo religioso para se explorar em roteiros bem escritos. Até mesmo licenças poéticas do ponto de vista histórico são bem vindos. Em "Gladiador" mesmo vemos isso. O imperador Comodus era certamente alucinado por lutas nas arenas romanas, mas certamente jamais se colocaria em risco pessoal como vemos no filme - lembrando da sequência em que ele sai no mano a mano com o personagem interpretado por Russell Crowe. Aliás o Maximus feito por Crowe nos deixam com saudades dos heróis clássicos das telas. Homens forjados na guerra, que não sentem culpa em matar e impor seu ponto de vista nos campos de batalha. Eles passam longe do modelo mais recente de herói torturado o culpado por suas escolhas pessoais. É um guerreiro e ponto final.

O curioso é que o boom de filmes como esse não aconteceu mesmo com o grande sucesso de público e crítica de "Gladiador". A produção de Scott foi extremamente elogiada, venceu vários prêmios internacionais, inclusive cinco Oscars da academia e nada disso ajudou para levantar a moda dos filmes épicos. Eu não sei você leitor, mas pessoalmente prefiro muito mais assistir a um filme com um personagem histórico crível - do tipo um soldado romano no campo de batalha - do que super heróis vestidos em roupas coloridas e colantes. Como sempre adorei história fico realmente plenamente satisfeito quando saio de uma sala de cinema onde todo um passado há muito esquecido foi literalmente reconstruído em cena. As arenas romanas, as táticas de guerra, os uniformes, os códigos de combate, tudo é muito rico para se deixar de lado. Espero que os produtores voltem a enxergar isso em um futuro próximo. Os fãs dos filmes da Roma Antiga certamente agradecem.

Pablo Aluísio. 

domingo, 17 de julho de 2016

Dois Caras Legais

Título no Brasil: Dois Caras Legais
Título Original: The Nice Guys
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos
Estúdio: Diamond Films
Direção: Shane Black
Roteiro: Shane Black, Anthony Bagarozzi
Elenco: Russell Crowe, Ryan Gosling, Kim Basinger, Angourie Rice, Margaret Qualley
  
Sinopse:
Jackson Healy (Russell Crowe) e Holland March (Ryan Gosling) são dois detetives particulares que na Los Angeles dos anos 70 tentam desvendar o mistério da morte de uma pornstar chamada Misty Mountains. Todas as pessoas que trabalharam ao seu lado em seu último filme de conteúdo adulto acabaram mortas, o que torna tudo ainda mais misterioso e complexo de se revelar. Por trás de tudo parece haver a mão da própria diretora do departamento de justiça da cidade, a procuradora Judith Kuttner (Kim Basinger). Qual seria a sua real participação em todos aqueles crimes?

Comentários:
Uma comédia estrelada por Russell Crowe?! Bem, isso já seria motivo suficiente para conferir esse "The Nice Guys". O fato dele contracenar com Ryan Gosling (bem mais à vontade fazendo humor) também é outro atrativo. O problema é que o filme não funciona muito bem. A produção passa longe de ser uma comédia realmente divertida e tampouco agrada como fita policial. Ficou assim no meio do caminho em ambos os gêneros cinematográficos, afundando em suas pretensões. Além disso o diretor Shane Black errou feio a mão no corte final do filme, o tornando longo demais para uma fita como essa, aliás longo e arrastado, muitas vezes bocejante e aborrecido. Se isso já não fosse uma sentença de morte para qualquer filme de humor some-se ainda a preguiçosa trama que não traz nenhuma grande surpresa, ficando aquela sensação desagradável de que tudo já foi visto antes - e bem melhor! Uma das poucas coisas interessantes vem do fato da estória se passar na década de 1970. Essa seria uma boa oportunidade para pelo menos rechear a trilha sonora com clássicos musicais da época, mas o diretor Black cochilou também nesse aspecto, só se salvando mesmo os figurinos e uma ou outra citação sobre a cultura pop (como, por exemplo, quando um cartaz de "Tubarão 2" surge em uma rodovia expressa). Em termos de elenco quem acabou se saindo melhor foi Crowe, o que não deixa de ser uma surpresa. Seu segredo para sair menos chamuscado dessa fraca comédia foi não ter bancado o engraçadinho, tentando fazer o espectador rir com caretas e coisas do tipo. Na verdade Crowe parece estar em um filme sério, sem gracinhas, atuando de cara fechada. Já Ryan Gosling tenta ser um pouco mais divertido, apostando até mesmo em uma interpretação mais caricatural. Afinal alguém tinha que bancar o engraçado. Pena que ele funcione melhor em outro tipo de filme, onde interpreta sujeitos esquisitos, bizarros e fora do comum. Aqui seu personagem não consegue cativar o espectador. Nem a curiosidade de rever a atriz Kim Basinger salva "The Nice Guys" de ser uma chatice! Enfim, diante de tudo isso o saldo é negativo. Com essa boa dupla de atores daria certamente para realizar um filme melhor... bem melhor do que isso.

Pablo Aluísio.

sábado, 5 de março de 2016

Assassino Virtual

Título no Brasil: Assassino Virtual
Título Original: Virtuosity
Ano de Produção: 1995
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Brett Leonard
Roteiro: Eric Bernt
Elenco: Denzel Washington, Russell Crowe, Kelly Lynch
  
Sinopse:
Um serial killer do mundo virtual consegue romper a barreira do tempo e espaço e vem parar no mundo real, na nossa realidade. Uma vez nesse ambiente ele resolve levar em frente sua trajetória de crimes violentos. Apenas um policial poderá detê-lo em sua jornada de cadáveres. Filme indicado ao Prêmio Sitges - Catalonian International Film Festival na categoria de Melhor Ficção do ano.

Comentários:
Com a popularização de computadores pessoais (os chamados PCs) houve uma explosão de interesse no assunto. Essa ficção, produzida há mais de vinte anos, apostava justamente nesse crescente interesse pelo mundo virtual pelos jovens. O roteiro, até muito bem bolado, procurava trazer o que poderia acontecer se as duas realidades (a real e a virtual) colidissem em um mesmo ambiente, um mesmo mundo. No caso temos o serial killer do mundo virtual transportado para o nosso mundo e um policial fazendo de tudo para impedi-lo. Soa meio bobo para você? Provavelmente sim, já que o tempo não costuma ser muito gentil ou favorável a filmes de ficção. Com o tempo eles tendem a ficar ridículos pois os avanços da tecnologia torna todas as previsões obsoletas e até cômicas. Nesse filme, por exemplo, apesar de sua proposta futurista, nem há o uso de telefones celulares, por exemplo. De qualquer maneira sempre é de interesse do cinéfilo em ver dois grandes atores em cena, atuando juntos. Denzel Washington e Russell Crowe se saem muito bem embora esse último pareça meio deslocado nesse tipo de filme que definitivamente nunca foi sua especialidade. Já Denzel parece empenhado em fazer a fita dar certo. Até que em alguns momentos ele consegue mesmo dar um bom ritmo ao filme como um todo.

Pablo Aluísio.

sábado, 21 de março de 2015

Promessas de Guerra

A cena inicial mostra os momentos finais da sangrenta batalha de Gallipoli. As tropas turcas estão decididas a enfrentar o inimigo em campo aberto. Assim deixam suas trincheiras em direção ao campo onde estão as tropas estacionadas do exército britânico. Uma vez lá descobrem surpresos que os ingleses simplesmente bateram em retirada. Quatro anos depois encontramos o fazendeiro Joshua Connor (Russell Crowe) tentando encontrar água em suas terras no deserto e hostil interior australiano. Não é uma coisa das mais simples. A região é uma das mais secas do planeta. Além da luta diária pela sobrevivência ele ainda precisa lidar a cada dia com uma tragédia familiar. Alguns anos antes ele acabou incentivando seus três filhos a se alistarem no exército de seu país para lutarem na sangrenta Primeira Guerra Mundial.

O resultado foi trágico. Seus três filhos acabaram sendo dados como desaparecidos em combate, muito provavelmente mortos no front por participaram de uma das batalhas mais sangrentas do conflito. A esposa de Joshua não resiste à depressão e começa a enlouquecer lentamente, até o dia em que resolve acabar com tudo, com sua própria vida. Em seu leito de morte, Joshua promete ir atrás dos garotos, para ter uma certeza definitiva se realmente morreram ou se existe alguma possibilidade, mesmo que mínima, de ainda estarem vivos em algum lugar. Após enterrar sua amada, ele resolve cruzar os mares, indo parar na distante Turquia, ainda uma nação dividida por inúmeros conflitos, lutando por sua liberdade. Seguindo rastros dos jovens filhos ele acaba indo parar no próprio campo de batalha onde supostamente tombaram. De fato após vários dias procurando acaba encontrando os restos mortais de dois deles. Será que o terceiro filho ainda estaria vivo? Com a ajuda improvável de um major das linhas inimigas ele começa a juntar as pistas que podem lhe levar finalmente ao encontro de seu querido filho desaparecido. Esse é ponto de partida da trama desse novo filme da carreira do ator Russell Crowe, que aqui resolveu se arriscar pela primeira vez na direção de um longa-metragem convencional (antes havia apenas assinado a direção de dois curtas e um documentário).

O resultado de sua coragem e ousadia se mostra bem interessante. Claro que existem alguns probleminhas, como o uso de um corte final um pouco excessivo (sim, o filme poderia ter uma menor duração, sem prejudicar em nada o enredo), além de algumas falhas de ritmo, pois o filme ora parece avançar, ora estagnar. Mesmo assim, com esses equívocos pontuais, perdoáveis em quem não tem muita experiência como cineasta, o filme conseguiu me agradar. O roteiro é baseado em uma história real, a jornada definitiva da vida de um pai em busca do paradeiro de seus filhos perdidos em uma das guerras mais brutais da história. Ele é um homem resignado, destruído pelas tragédias familiares, primeiro a perda de seus amados garotos, depois a morte chocante de sua esposa, corroída pela loucura e pelo desespero. No final tudo o que ele busca é uma redenção pessoal, uma forma de fechar uma porta dolorida de sua existência passada - e assim enterrar seus filhos de uma forma digna, para não deixá-los em uma cova coletiva, típica daquela época. No caminho acaba conhecendo uma viúva de guerra e seu esperto filho, que vivem de forma sofrida ao administrarem uma pequena pousada. Dessa forma o filme acaba se desdobrando em dois: no drama de Joshua em achar os restos mortais de seus filhos e na inesperada constatação que ainda existe lugar para um improvável romance em sua vida. A produção arrisca algumas cenas de combate, mas esse não é certamente o foco principal desse argumento. Ele é bem mais direcionado para o drama interior do personagem interpretado por Russell Crowe. Novamente a fotografia se revela uma grata surpresa ao explorar as maravilhosas tomadas da milenar cidade de Istambul (a antiga Constantinopla cristã, fundada pelo imperador Constantino). Em uma das melhores cenas Crowe inclusive resolve admirar o rico interior da Basílica de Santa Sofia - que hoje em dia virou uma mesquita, fruto da vitoria do Império Otomano sobre o decadente Império bizantino (ou Império romano do Oriente). Então é isso, nada de muito espetacular ou épico, mas que se revela um bom filme no final das contas. É no fundo uma boa produção, com uma trama interessante, procurando contar uma história que de fato aconteceu em 1919, fazendo tudo isso com uma insuspeita honestidade. Vale de fato a pena conhecer e assistir.

Promessas de Guerra (The Water Diviner, Estados Unidos, Turquia, Austrália, 2014) Direção: Russell Crowe / Roteiro: Andrew Knight, Andrew Anastasios / Elenco: Russell Crowe, Olga Kurylenko, Yilmaz Erdogan, Jai Courtney, Jacqueline McKenzie / Sinopse: Joshua Connor (Russell Crowe) é um fazendeiro australiano que decide ir em busca do paradeiro de seus três filhos, dados como desaparecidos de guerra, durante a batalha de Gallipoli. Uma vez na Turquia acaba conhecendo uma jovem viúva da guerra e seu pequeno filho. Será que haveria ainda possibilidade de reconstruir sua vida sentimental e afetiva após tantas tragédias pessoais em sua vida? Filme vencedor do prêmio da Australian Film Institute nas categorias de Melhor Filme, Melhor Ator Coadjuvante (Yilmaz Erdogan) e Melhor figurino (Tess Schofield). Também indicado aos prêmios de Melhor Ator (Russell Crowe), Atria Coadjuvante (Jacqueline McKenzie), Roteiro Original e Edição.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

A Luta Pela Esperança

Título no Brasil: A Luta Pela Esperança
Título Original: Cinderella Man
Ano de Produção: 2005
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures, Miramax
Direção: Ron Howard
Roteiro: Cliff Hollingsworth, Akiva Goldsman
Elenco: Russell Crowe, Renée Zellweger, Paul Giamatti, Craig Bierko
  
Sinopse:
Com história baseada em fatos reais o filme "A Luta Pela Esperança" conta as dificuldades pelas quais passam Jim Braddock (Russell Crowe) e sua esposa Mae (Renée Zellweger), um casal que luta pela sobrevivência durante os anos da grande depressão da economia americana. Ele tenciona se tornar um lutador de boxe de sucesso, mas as derrotas e os fracassos estão sempre presentes em sua trajetória. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Edição, Melhor Maquiagem e Melhor Ator Coadjuvante (Paul Giamatti). Também indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Ator (Russell Crowe) e Melhor Ator Coadjuvante (Paul Giamatti).

Comentários:
Muita gente boa não gostou do clima depressivo desse filme. Alegaram que o enredo era muito baixo astral, com um final mordaz. Eu penso de outra maneira. Acredito que a atual infantilização do cinema americano tem prejudicado dramas mais sérios e centrados como esse. O realismo do mundo real, das dificuldades financeiras e da pobreza precisam ser explorados pelo cinema, caso contrário teremos apenas fantasia e mais fantasia, transformando a sétima arte em um labirinto de hedonismo desenfreado. A realidade social deve sempre ser explorada nas telas, afinal como arte o cinema também tem muito a contribuir com a conscientização da sociedade como um todo. Além disso não podemos ignorar que os grandes clássicos da história foram moldados em torno de histórias reais de luta pela sobrevivência de seus principais personagens. 

Dito isso também temos que reconhecer que temos aqui em mãos um belo roteiro e uma reconstituição sublime de época, tudo aliado a excelentes interpretações. O personagem Jim Braddock se mostrou muito adequado para Russell Crowe. Ele é do tipo rude, mas de bom coração. Renée Zellweger, por outro lado, já demonstrava que suas obsessões com plásticas começavam a prejudicar seu trabalho, afinal de contas como tornar verossímil uma caracterização de dona de casa dos anos 1930 aparecendo na tela com os lábios cheios de botox?! Hoje inclusive ela está simplesmente  irreconhecível pois fez uma plástica desastrosa ano passado que descaracterizou suas feições, a transformando praticamente em outra pessoa! Melhor se sai Paul Giamatti, um grande ator, de muitos recursos, geralmente roubando as atenções para si por causa de suas inspiradas atuações. Deixando tudo isso de lado temos que reconhecer que "Cinderella Man" é de fato uma ótima opção que agradará aos mais conscientes que estejam em busca de algo mais em termos de conteúdo e profundidade.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Noé

Título no Brasil: Noé
Título Original: Noah
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Darren Aronofsky
Roteiro: Darren Aronofsky, Ari Handel
Elenco: Russell Crowe, Jennifer Connelly, Anthony Hopkins, Emma Watson

Sinopse:
O sangue de Caim se espalha na humanidade. A criação de Deus desaponta completamente os anseios de seu criador. Descontente resolve varrer os descendentes do assassino Caim do mundo e para isso manda seu fiel servo, Noé, construir uma grande arca para colocar todas as espécies animais do mundo, as salvando da destruição que se avizinha. Os anos mostrarão a Noé e sua família que essa certamente não será uma tarefa fácil ou destituída de muitos problemas e aflições pessoais.

Comentários:
Há duas formas de encarar "Noé". A primeira seria como um filme religioso, baseado no clássico texto bíblico. A segunda seria como um mero entretenimento do cinema mais comercial de Hollywood. Pois bem, se formos entender "Noé" como algo com alguma profundidade teológica certamente o resultado será bem decepcionante. Do ponto de vista meramente religioso a produção é de fato bem desastrosa. Não é fiel às escrituras e nem traz qualquer mensagem mais profunda nesse sentido. Na realidade já desconfiava disso bem antes de ver o filme, já que os produtores tentaram trazer para a película a benção do Papa Francisco e não conseguiram. Foram inclusive ao Vaticano mas não conseguiram uma audiência com o Papa. Não era para conseguir mesmo com esse tipo de roteiro. 

Assim se você é uma pessoa religiosa e está em busca de um bom filme sobre o personagem bíblico é melhor esquecer. A outra forma de encarar "Noé" é como pura diversão, mero entretenimento. Sob esse ponto de vista não há como negar que o filme de fato até diverte. Chego a dizer que seria algo como um "Senhor dos Anéis encontra Noé". Há gigantes de pedra que se transformam em anjos, batalhas épicas e é claro muitos efeitos digitais, por todos os lados - e nem preciso dizer que são extremamente bem realizados. O elenco é muito bom e todos os atores estão bem, mesmo com os diversos furos de lógica do script (inventaram um monte de coisas que simplesmente não estão presentes na Bíblia e nem fazem muito sentido). Russel Crowe não é muito convincente do ponto de vista físico como o ancião Noé, mas mesmo assim consegue dar certa dignidade ao papel. Pena que tenham se distanciado tanto do texto original do gênesis. Se tivessem seguido mais fielmente o que está escrito na Bíblia sem dúvida poderíamos ter uma pequena obra prima em mãos. Do jeito que ficou serve apenas para uma tarde com diversão desprentesiosa, com muita pipoca e refrigerante em mãos. 

Pablo Aluísio.

domingo, 8 de junho de 2014

Um Conto do Destino

Título no Brasil: Um Conto do Destino
Título Original: Winter's Tale
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Akiva Goldsman
Roteiro: Akiva Goldsman
Elenco: Colin Farrell, Jessica Brown Findlay, Russell Crowe, William Hurt, Will Smith, Jennifer Connelly

Sinopse:
Quando ainda era apenas um bebê, Peter Lake (Colin Farrell) é deixado à deriva no mar por seus pais, imigrantes irlandeses que são impedidos de imigrar para os Estados Unidos. Encontrado por um grupo de pescadores ele passa a ser criado por um gangster violento chamado Pearly Soames  (Russell Crowe). Anos depois decide abandonar a gangue e começa a ser caçado por seu criminoso bando. Para sua surpresa porém é salvo no último momento por um cavalo alado, com asas angelicais. Depois por acaso, em um assalto, conhece Beverly Penn (Jessica Brown Findlay), uma linda garota ruiva que está com os dias de vida contados pois sofre de tuberculose. Esse encontro mudará a vida de Peter Lake para sempre.

Comentários:
Antes de mais nada é bom saber que é um filme de complicada definição. Tem romance mas esse não é o foco principal da trama. O roteiro explora temas religiosos como a eterna luta entre anjos e demônios, mas mesmo assim também não é um filme religioso. Tem cenas de lutas e confrontos mas não se pode considerar um filme de ação. Tem um enredo lírico, quase em tom de contos de fadas, mas não é uma fábula. No final o que acaba atraindo mesmo é a originalidade, pois dificilmente você encontrará por aí algo que seja parecido. As referências bíblica começam logo nas primeiras cenas. O personagem de Peter Lake (Colin Farrell) é abandonado nas águas para ser encontrado (uma clara alusão a Moisés). Depois ele é criado por um sujeito desprezível, um chefe mafioso que se revelará um ser sobrenatural do mal (com direito a um superior bem conhecido, nada mais, nada menos, do que o próprio Lúcifer aqui encarnado em um pouco convincente Will Smith). O texto ainda explora os limites da fé, a veracidade dos milagres e até mesmo a chamada eterna juventude proveniente de algum poder mágico ou divino que nunca fica muito claro. Por se desenvolver em um universo de realismo mágico e misticismo, o roteiro vai exigir uma certa cumplicidade do espectador. Não é aquele tipo de filme que você vai gostar assim imediatamente. Tem que ir ligando os pontos calmamente, para depois criar um mosaico maior sobre a mensagem que o diretor e roteirista quis passar adiante. Com bela direção de arte, ótima trilha sonora e momentos bem cativantes, o filme é mais recomendado para pessoas com sentimentos religiosos mais acentuados. Assim depois de tanto procurar por alguma classificação poderia dizer que se trata de um romance místico, por mais estranho que isso possa parecer. Na dúvida arrisque e não deixe de assistir.

Pablo Aluísio.