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quinta-feira, 13 de janeiro de 2022

Apresentando os Ricardos

A atriz Nicole Kidman foi premiada com o Globo de Ouro há poucos dias justamente por sua atuação nesse filme. Ela interpreta a famosa comediante Lucille Ball que por anos foi campeã de audiência na TV americana com o programa "I Love You Lucy". Essa sitcom chegou a ter uma audiência de 60 milhões de telespectadores todas as semanas. Um recorde absoluto que hoje em dia não mais se repetirá. Na vida pessoal Lucille Ball tinha muitos problemas com seu marido, o galã latino Desi Arnaz (Javier Bardem). Ele era mulherengo ao extremo, um autêntico Latin Lover. Ao lado dela criou a Desilu que foi uma produtora muito bem sucedida, chegando a produzir programas como "Jornada nas Estrelas" e "Os Intocáveis". Ficaram ricos com a TV, mas ao mesmo tempo viviam em brigas sem fim, justamente por causa da infidelidade dele.

A história de Lucille Ball foi longa e cheia de eventos interessantes, mas os roteiristas desse filme se concentraram mesmo em uma semana de sua vida em que ela foi acusada de ser comunista. Na juventude, inspirada por seu avô, Lucy assinou uma carta de filiação ao Partido Comunista dos Estados Unidos e isso foi o bastante para ela cair nas garras da imprensa, bem no meio das "caças às bruxas" que varreu Hollywood. Outro fato interessante explorado pelo roteiro foi a frustração que ela teve em toda a sua carreira profissional. Ela tinha sonhos de ser uma estrela de cinema ao estilo de Bette Davis, mas nunca conseguiu. Presa no enorme sucesso de sua comédia para a TV, nunca chegou no tipo de carreira que sonhava. Tinha sucesso, mas nunca ficou realmente satisfeita com o que aconteceu na sua jornada como atriz. Eu gostei do filme e bato palmas para a atuação de Nicole Kidman, mas definitivamente não apreciei a maquiagem que ela usou no filme. Ficou esquisita! Logo ela, uma das mais belas atrizes de Hollywood! Não havia necessidade desse tipo de coisa.

Apresentando os Ricardos (Being the Ricardos, Estados Unidos, 2021) Direção: Aaron Sorkin / Roteiro: Aaron Sorkin / Elenco: Nicole Kidman, Javier Bardem, J.K. Simmons, Nina Arianda, Tony Hale / Sinopse: O filme conta a história de uma semana tensa na vida da comediante Lucille Ball. Ela descobre que está grávida ao mesmo tempo em que jornais começam a acusá-la de ser comunista! Filme premiado pelo Globo de Ouro na categoria de melhor atriz (Nicole Kidman).

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 19 de julho de 2021

Vicky Cristina Barcelona

Esse filme é uma espécie de "novela latina" dentro da filmografia de Woody Allen. Duvida dessa percepção? Então basta dar uma olhada rápida na história. Duas amigas americanas, Vicky (Rebecca Hall) e Cristina (Scarlett Johansson) vão passar férias em Barcelona, na Espanha. Durante um jantar elas conhecem o pintor espanhol Juan Antonio (Javier Bardem), um autêntico "Latin Lover" que as convida para fazer uma viagem a três em Oviedo, uma pequena e bucólica cidade do interior. E deixa claro para as duas que tem intenção de levá-las para a cama! Vicky, a mais certinha, noiva, prestes a se casar, acha um absurdo o convite. Vicky, liberal e sem compromissos, acha tudo normal. Ela gosta do convite. E elas acabam viajando com o galanteador latino, cheio de sensualidade.

Para completar o quadro de puro folhetim, Vicky acaba ficando apaixonada por Juan Antonio, apesar do noivo que passa a levar chifres em série. Cristina nem pensa duas vezes, se atira na cama do conquistador. Só que há mais um elemento envolvido nesse triângulo amoroso, a ex-esposa do pintor, uma mulher escandalosa, dada a gritos e gestos extremos, Maria Elena (Penélope Cruz) que não consegue esquecer o ex-marido! Lendo esse resumo da história não lhe pareceu tudo uma grande novela? Pois é isso mesmo. Woody Allen aqui deixou de lado seus papos intelectuais de lado e partiu para algo bem de acordo com a tradição do folhetim, que tanto agrada aos latinos em geral. Eu também gostei do filme, apesar de sua proposta mais modesta de apenas contar uma boa história. Algumas vezes isso já basta.

Vicky Cristina Barcelona (Estados Unidos, Espanha, 2008) Direção: Woody Allen / Roteiro: Woody Allen / Elenco: Rebecca Hall, Scarlett Johansson, Javier Bardem, Penélope Cruz / Sinopse: Duas amigas americanas, uma delas noiva e prestes a se casar, sucumbem aos galanteios de um amante latino durante suas férias em Barcelona. O problema vai ser superar a ex-esposa do sujeito, uma espanhola com um gênio forte e acostumada a fazer muitos escândalos.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 11 de julho de 2018

Escobar - A Traição

Não estava esperando por muita coisa, mas acabei sendo surpreendido. Apesar do tema envolvendo o traficante Pablo Escobar já estar bem saturado ainda conseguiram fazer um filme interessante. O roteiro foi escrito a partir do livro escrito pela amante de Escobar, a jornalista Virginia Vallejo. Ela é interpretada pela atriz Penélope Cruz. Através de sua própria narrativa voltamos ao passado para mostrar seu relacionamento conturbado com Escobar. Inicialmente ela é atraída por esse homem vindo de baixo, das classes mais pobres, que acabou se tornando um dos homens mais ricos da Colômbia. Ela tenta passar para o espectador que não sabia quem ele era e de onde vinha sua fortuna, mas sinceramente falando não consegue convencer ninguém. Era óbvio que ela sabia que Pablo era um traficante e que seu dinheiro era proveniente da exportação de cocaína para os Estados Unidos. Todo o resto é apenas uma tentativa de suavizar sua culpa pelo que aconteceu.

Um dos grandes pontos positivos dessa produção é a caracterização do próprio Pablo Escobar. Javier Bardem nem precisou de muita maquiagem, perucas e figurinos para ficar parecidíssimo com Escobar. Gordo, nada glamoroso (como alguns filmes tentam fazer parecer), o bandido é retratado como ele era na vida real. Também não poupa em mostrar os inúmeros crimes e assassinatos mandados por ele ao seu grupo, o famigerado Cartel de Medellín. Como o filme é muito centrado em sua vida pessoal e de crimes, pouco espaço sobra para os policiais, os agentes que se esforçaram tanto para sua prisão e punição. Todos esses agentes assim são unificados no agente americano Shepard (Peter Sarsgaard). No final temos aqui um filme bem realista, honesto, mostrando os fatos como aconteceram. Sem essa coisa toda de romancear a vida de pessoas que no fundo eram apenas criminosos perigosos. 

Escobar - A Traição (Loving Pablo, Espanha, Bulgária, 2017) Direção: Fernando León de Aranoa / Roteiro: Fernando León de Aranoa, baseado no livro autobiográfico da jornalista Virginia Vallejo / Elenco: Javier Bardem, Penélope Cruz, Peter Sarsgaard / Sinopse: O filme mostra o romance entre o traficante internacional Pablo Escobar e sua amante, a jornalista Virginia Vallejo. Ela fica atraída por sua riqueza e poder, sem saber (segundo ela) que ele era um dos maiores traficantes do mundo. Depois que o cerco se fecha, com a perseguição das autoridades, sua vida se transforma em um verdadeiro inferno.
 

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

Mãe!

Esse filme foi absurdamente elogiado pela crítica em seu lançamento. Tudo fruto da inegável competência do diretor Darren Aronofsky, um cineasta que aliás gosto muito. Um verdadeiro artista da sétima arte. Dito isso, devo deixar claro também que esse filme não me agradou. Na verdade foi, até o momento, o pior trabalho de Darren Aronofsky que já assisti. Está muito longe da genialidade de "Cisne Negro" ou da emoção de "O Lutador", as duas obras primas desse diretor. Aronofsky caiu na velha armadilha de ser pretensioso demais, tentar parecer cult além da conta. O enredo começa até de forma convencional com um casal vivendo numa bela e isolada casa no campo. Curiosamente os personagens não possuem nome. Ele é apenas um escritor de livros que passa por uma crise de criatividade (isso é um clichê em personagens de escritor, não vamos esquecer disso). Ela é uma dona de casa, uma mulher que tenta dar apoio ao marido, fazendo os trabalhos domésticos enquanto ele tenta finalmente escrever um novo livro.

A esposa é interpretada por Jennifer Lawrence, o marido por Javier Bardem. Tudo caminha relativamente bem até a chegada de um estranho, um médico que vai parar na residência do casal. Interpretado por Ed Harris, esse personagem parece esconder algo. Pior é quando sua esposa também chega, fazendo com que a expressão "visitantes inconvenientes" ganhe uma nova dimensão. A coisa não para por aí. Logo chegam os filhos do casal, dois sujeitos que se odeiam e vivem brigando e daí a coisa toda vai virando um caos até tudo terminar em um final simplesmente caótico e devastador. Embora você tenha a sensação de estranheza durante todo o filme, nada vai lhe preparar para a bizarrice de seu final. É tudo muito estranho, bizarro, onde Darren Aronofsky tenta transmitir uma mensagem que provavelmente nem ele saiba qual é! É aquele tipo de filme que força uma barra para ser cult, moderninho, caindo na graça do público mais descolado. Nada errado em tentar alcançar esse tipo de objetivo. O problema é a chatice que vem com tudo isso. O saldo geral me soou bem negativo. É um filme estranho para pessoas estranhas. Não adiciona em nada nas carreiras de Jennifer Lawrence, Javier Bardem ou Ed Harris, nem muito menos para Darren Aronofsky, que acabou sendo atropelado pelo seu próprio ego.

Mãe! (Mother!, Estados Unidos, 2017) Direção: Darren Aronofsky / Roteiro: Darren Aronofsky / Elenco: Jennifer Lawrence, Javier Bardem, Ed Harris, Michelle Pfeiffer, Brian Gleeson, Domhnall Gleeson / Sinopse: Esposa (Lawrence) e seu marido escritor (Bardem) vivem em uma casa no campo quando suas vidas são reviradas de cabeça para baixo após a chegada de um estranho (Ed Harris) que diz ser médico em um hospital da região. Filme indicado ao Leão de Ouro no Venice Film Festival na categoria de Melhor Filme.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 5 de setembro de 2017

Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar

Esse é o quinto filme da franquia "Piratas do Caribe". Somando-se as bilheterias de todos os filmes anteriores o estúdio faturou quase quatro bilhões de dólares arrecadados nos cinemas! É um valor assombroso! Por isso a Disney parece não querer largar o osso. Curiosamente esse quinto filme acabou decepcionando comercialmente, mostrando que o público finalmente cansou das aventuras do capitão pirata Jack Sparrow. Com orçamento de 230 milhões de dólares (outra fortuna), o filme mal conseguiu até agora se pagar nas bilheterias de cinema. Provavelmente, depois desse pífio desempenho, a franquia finalmente chegue ao seu tão adiado final. Realmente não há muito mais a se explorar. O roteiro desse novo filme, por exemplo, é apenas uma variação de todos os anteriores. Há obviamente o protagonista carismático, sempre envolvido em cenas absurdas, um capitão querendo vingança  e alguns personagens secundários que não fazem muita diferença no final. E claro, não poderíamos esquecer, muitos efeitos visuais, os mais bem realizados de Hollywood. Aqui temos tubarões zumbis (isso mesmo que você leu!) aliados a um navio fantasma (literalmente falando) com toda a tripulação morta voltando ao mundo dos vivos para uma acerto de contas definitivo com Sparrow.

Por falar nesses marinheiros mortos, a melhor coisa do filme é justamente o vilão, o capitão espanhol Salazar (Javier Bardem), No passado ele teve seu navio afundado por uma manobra de Jack Sparrow. Sua nau bateu nos recifes e todos morreram, inclusive ele. Envoltos numa maldição eterna eles conseguem voltar ao mundo dos vivos para se vingarem finalmente de Sparrow. Os efeitos digitais são muito bem feitos, como já escrevi, em especial o visual etéreo de Salazar, com seus cabelos sempre dando a impressão de que ele está afundando no fundo do mar (afinal ele morreu justamente assim). Fora isso esse quinto filme é mais do mesmo. Há o breve retorno de alguns personagens do primeiro filme e até uma aparição divertida de Paul McCartney como o tio de Sparrow,  Pena que são apenas aspectos menores que ajudam a passar o tempo.

Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar (Pirates of the Caribbean: Dead Men Tell No Tales, Estados Unidos, 2017) Direção: Joachim Rønning, Espen Sandberg / Roteiro: Jeff Nathanson / Elenco: Johnny Depp, Geoffrey Rush, Javier Bardem, Geoffrey Rush, Orlando Bloom, Keira Knightley, Paul McCartney / Sinopse: O falecido capitão espanhol Salazar (Bardem) volta para o mundo dos vivos para se vingar do capitão pirata Jack Sparrow (Depp), a quem ele culpa por sua morte e de seus tripulantes. Filme indicado ao Teen Choice Awards.

Pablo Aluísio.

domingo, 2 de julho de 2017

A Última Fronteira

A atriz Charlize Theron interpreta a diretora de uma organização não governamental que presta assistência médica em regiões de conflito e miséria na África ocidental. A região é devastada por uma guerra civil que parece nunca ter fim. Por essa razão todos os médicos que trabalham naquele lugar sofrem risco de vida. Durante uma viagem de reconhecimento, ela acaba se apaixonando por um cirurgião idealista, Miguel Leon (Javier Bardem). Inicialmente relutantes eles acabam vivendo um conturbado caso amoroso, bem no meio do caos do inferno do continente africano. O tipo de idealismo que move um médico que vai até a África trabalhar em organizações ao estilo "Médicos Sem Fronteiras" é algo admirável. Principalmente quando sabemos que todos eles podem ser mortos por guerrilheiros africanos a qualquer momento. Essa gente não deseja a paz e nem o bem das pessoas. Pelo contrário, quanto maior o dano promovido contra as populações, melhor é o resultado para esses grupos armados. Não é por outra razão que a África hoje é o continente onde mais se realizam massacres e genocídios em massa. Diante de um quadro tão avassalador é de se perguntar por que um médico europeu (ou americano) joga fora um bom trabalho em hospitais de primeira linha para ir trabalhar em um lugar que mais se parece o inferno na Terra?

O roteiro desse filme investe em duas linhas. Mostra o relacionamento problemático entre o casal de médicos e a situação de caos que vive essa parte da África. Há cenas de extrema brutalidade, principalmente quando milícias armadas invadem os acampamentos dos médicos estrangeiros ou quando seus comboios são assaltados, geralmente por crianças armadas até os dentes! Nada é tão ruim que não possa ser piorado no continente africano. Por fim fica a reflexão: por anos os africanos culparam o colonialismo europeu por seus problemas. Pois bem, passaram-se décadas de independência e a maioria dos países africanos continuam miseráveis e devastados por sangrentas e insanas guerras civis! De quem seria a culpa agora?

A Última Fronteira (The Last Face, Estados Unidos, 2016) Direção: Sean Penn / Roteiro: Erin Dignam / Elenco: Charlize Theron, Javier Bardem, Adèle Exarchopoulos / Sinopse: Wren (Charlize Theron) e Miguel Leon (Javier Bardem) são dois médicos que se apaixonam na África, durante uma expedição de ajuda médica a populações pobres da África ocidental. Filme indicado a Palma de Ouro no Cannes Film Festival.

Pablo Aluísio.

domingo, 10 de maio de 2015

O Franco-Atirador

Título no Brasil: O Franco-Atirador
Título Original: The Gunman
Ano de Produção: 2015
País: Espanha, França, Inglaterra
Estúdio: Sony Pictures
Direção: Pierre Morel
Roteiro: Jean-Patrick Manchette, Don MacPherson
Elenco: Sean Penn, Javier Bardem, Idris Elba, Jasmine Trinca
  
Sinopse:
Sean Penn interpreta Terrier, um mercenário americano que vai até a distante República Democrática do Congo. Sob a fechada de ser um membro de um grupo de ajuda humanitária ele é na verdade um assassino profissional, um franco-atirador disposto a matar qualquer um que se oponha aos interesses do grupo minerador estrangeiro poderoso que contratou seus serviços. Assim acaba matando um ministro de Estado do Congo, um sujeito que estava colocando em dúvida os milionários contratos de mineração de seu país. Após o assassinato Terrier descobre que ele próprio agora se tornou um alvo. Alguém quer matá-lo, numa típica operação de queima de arquivo. A questão porém é descobrir quem deseja que ele seja eliminado o mais rapidamente possível.

Comentários:
Que decepção Mr. Sean Penn! Alguns meses atrás o ator deu uma entrevista a um jornal inglês afirmando que o cinema comercial americano estava péssimo, apelando sempre para os mesmos roteiros sem inspiração, as mesmas cenas de ação tediosas e a uma fórmula que já não tinha mais o que dar em termos cinematográficos. Pois bem, depois de falar tudo isso o que o ator faz? Sim, um daqueles mesmos filmes de ação vazios que tanto criticou! Não sei onde Penn estava com a cabeça para estrelar essa fitinha comercial descartável. Logo ele, que vinha numa vibe bem mais artística, principalmente como cineasta, dirigindo pequenas preciosidades como "Na Natureza Selvagem", por exemplo. De repente o ator jogou suas convicções artísticas pela janela e resolveu estrelar essa produção sem nenhum atrativo, sem nenhuma novidade. O roteiro é um clichê da primeira à última cena. É aquele velho argumento de vingança, jogo de gato e rato e tudo o mais que você já deve estar farto de ver em tantos filmes americanos de ação semelhantes (a única novidade é que essa é uma produção feita na Europa que tenta imitar, sem muito sucesso, o que é realizado nos Estados Unidos). A impressão que tive foi que Sean Penn, aos 55 anos de idade, tenta voltar ao topo das bilheterias, seguindo os passos de seu colega Liam Neeson, que aos 62, entrou numa sucessão de filmes de ação cujo único objetivo se resume em fazer bonito em cinemas comerciais pelo mundo afora. Uma péssima escolha. Enfim, não recomendo o filme, é bem vazio e sem nenhuma proposta interessante de fato. A trama em si é mais do que previsível e você descobre quem está tentando matar o personagem de Penn com facilidade. Uma bobagem que será esquecida muito rapidamente. Não vale a pena o preço do ingresso no cinema.

Pablo Aluísio.

domingo, 16 de março de 2014

O Conselheiro do Crime

Título no Brasil: O Conselheiro do Crime
Título Original: The Counselor
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Ridley Scott
Roteiro: Cormac McCarthy
Elenco: Michael Fassbender, Penélope Cruz, Cameron Diaz, Javier Bardem, Brad Pitt

Sinopse:
Michael Fassbender interpreta um jovem e bem sucedido advogado que atua na fronteira entre Estados Unidos e México. Planejando casar com sua noiva ele acaba entrando em um jogo mortal. Seus principais clientes são traficantes e membros do submundo do crime na região. Após um carregamento de caminhão com 20 milhões de dólares em cocaína sumir de seu trajeto as suspeitas acabam caindo sobre o advogado que agora terá que lutar para continuar vivo pois ele acaba virando alvo de poderosos traficantes da região.

Comentários:
Ridley Scott faz parte daquele seleto grupo de cineastas que você tem que assistir todo e qualquer filme dele que for lançado. Mesmo que seus dias de glória tenham ficado para trás não há como deixar de conferir suas novas produções. Esse "The Counselor" foi uma grata surpresa. Scott foca suas câmeras para a fronteira entre México e Estados Unidos. Como todos sabemos o México hoje está dominado por poderosos cartéis que controlam o tráfico na região (importante entreposto para levar os carregamentos de drogas para as principais cidades americanas onde estão situadas os mercados consumidores). Nessa terra praticamente não existe lei. A traição é punida com morte e nenhuma vida humana tem valor. A criminalidade é tão acentuada que mesmo não tenho qualquer culpa qualquer um acaba virando alvo. O enredo do filme não é seu grande mérito. De certa forma é até mesmo levemente banal. O que vale a pena mesmo aqui é a riqueza dos diálogos e atuações. O elenco é excepcionalmente bom mas curiosamente Michael Fassbender não se destaca. Quem rouba as atenções de fato são Brad Pitt (seu personagem não tem muito espaço mas ele está excepcionalmente bem), Javier Bardem  (o figurino exagerado e brega, estilo novo rico ajuda bastante) e, acredite se quiserem, Cameron Diaz (envelhecida mas mandando muito bem em suas cenas). A direção de Ridley Scott não traz maiores inovações técnicas e seu conhecido estilo com influência do mundo da publicidade não se faz muito presente mas mesmo assim ele consegue manter o interesse da primeira à última cena. O resultado é violento e cru mas também inteligente. Esse é um daqueles filmes que você não desviará a atenção da tela. O bom e velho Scott pelo visto ainda tem alguns trunfos em sua cartola - ainda bem!

Pablo Aluísio.

sábado, 7 de setembro de 2013

Amor Pleno

O americano Neil (Ben Affleck) conhece a bela francesa Marina (Olga Kurylenko) em Paris. Ela é mãe solteira e tem uma pequena filha de seis anos. Seu primeiro marido a deixou assim que a menina nasceu. O romance logo se torna intenso a ponto de Neil levar sua amante para sua cidade natal no meio oeste americano. A adaptação nos EUA porém se torna complicada para ela e a filha. Para complicar ainda mais a situação seu visto logo expira e ela precisa voltar para a França. Em sua ausência Neil acaba conhecendo e se apaixonando por outra mulher, Jane (Rachel McAdams), uma jovem divorciada que está se recuperando emocionalmente do fim de seu casamento e da morte de sua filha. Como se isso não fosse ruim o bastante ela ainda tem que lidar com os problemas em seu racho que está indo para a falência rapidamente. Ao mesmo tempo, na pequena comunidade onde vivem, um padre católico (Javier Bardem) passa por uma grande crise existencial e de fé. Sentindo-se solitário e tendo que dar ajuda espiritual para todos na comunidade ele começa até mesmo a questionar sua própria crença em Deus.

"Amor Pleno" é o novo filme do cineasta Terrence Malick. Eu sempre costumo dizer que o cinema de Malick não é para todos os tipos de público. Ele segue um estilo muito pessoal, intimista, sensível e sensitivo. Não há espaço para objetividade em sua filmografia. O diretor sempre optou por um estilo muito subjetivo de fazer cinema o que nem sempre agrada a todo mundo. Aqui temos um perfeito exemplo. São poucos os diálogos, na maioria das cenas o que impera é realmente uma narração em off dos principais personagens que vão contando suas reflexões, impressões sobre o mundo e até mesmo poemas. A estória se desenvolve na tela mas com raros diálogos e conversas entre os atores em cena. Tudo é muito mais sugerido do que mostrado. Além disso Malick não conta seu enredo de uma forma muito linear. O romance vai surgindo na tela aos poucos, em doses suaves, geralmente mostrando momentos de tensão ou reflexão interior dos principais personagens. Um trabalho com essa proposta tem que contar com uma certa cumplicidade do espectador, que certamente sofrerá um impacto de surpresa nas primeiras cenas. Alguns certamente acharão tudo muito chato e deixarão o filme pelo meio do caminho mas quem persistir vai acabar gostando tanto do ponto de vista do diretor como do romance atribulado que ele conta em forma peculiar. Embora tenha sido recebido com certas reservas pela crítica é aquele tipo de produção que vale realmente a pena ser conhecida. Certamente é diferente, fora dos padrões convencionais mas isso não diminui em nada seus méritos cinematográficos.  

Amor Pleno (To the Wonder, Estados Unidos, 2012) Direção: Terrence Malick / Roteiro: Terrence Malick / Elenco: Ben Affleck, Olga Kurylenko, Javier Bardem, Rachel McAdams / Sinopse: "Amor Pleno" é um drama existencial romântico que conta a estória de um triângulo amoroso envolvendo um americano, uma francesa e uma rancheira com problemas emocionais. Pontuando toda a estória temos ainda um padre católico tentando vencer uma crise existencial e de fé numa pequena cidade do meio oeste americano.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

007 Operação Skyfall

No ano em que se celebram os 50 anos do surgimento de James Bond no cinema chega nas telas o novo filme do personagem, um dos mais famosos da sétima arte. A boa notícia é que "007 Operação Skyfall" é o melhor da franquia com o ator Daniel Craig. A produção consegue ser fiel aos aspectos mais tradicionais de Bond com uma nova roupagem, mais atual, e de acordo com o cenário geopolítico em que vivemos. Como bem resume M (Judi Dench) o inimigo agora não tem bandeira, nem é uma nação organizada, mas sim criminosos internacionais sem rosto, sem nacionalidade, sem pátria. Obviamente o roteiro se refere aos grupos terroristas que hoje em dia assolam os países do primeiro mundo, em especial EUA e Inglaterra. Curiosamente porém o vilão, líder de um dessas organizações, não é um árabe muçulmano proveniente de algum país fundamentalista do Oriente Médio e sim um antigo membro do próprio serviço secreto britânico, numa excelente atuação do ator Javier Bardem, que surge em cena completamente à vontade com seu papel. De fato seu personagem é desde já um dos melhores antagonistas de Bond nessa longa franquia. Ao invés de tentar conquistar ou destruir o mundo, como vários vilões do passado, ele almeja apenas ter um acerto de contas com um alto membro do escalão da inteligência de sua majestade.

O roteiro como se percebe é bem construído, aproveitando o que há de melhor dentro da franquia. Objetos marcantes de Bond como seu carro Aston Martin e sua pistola preferida Walther PPK estão lá como ponte de ligação com os filmes anteriores, até porque certas coisas na franquia simplesmente não podem ser mudadas. Do mesmo modo as cenas de ação continuam presentes (e extremamente bem realizadas) como a luta no teto de um trem em movimento (algo que me lembrou alguns faroestes do passado) e um terrível confronto em uma fazenda isolada na Escócia. Essa parte da trama aliás é muito interessante pois revela aspectos da infância de Bond - algo que em tantos anos de série nunca foi bem explorado em cena. No mais vale a pena destacar a boa direção de Sam Mendes. Ele consegue criar todo um clima em cima das situações e o faz sem que o filme perca ritmo ou se torne enfadonho. Assim se você é fã de Bond a produção é obrigatória. Uma película acima da média que faz jus ao aniversário do famoso agente inglês no cinema.

007 - Operação Skyfall (Skyfall, Estados Unidos, Inglaterra. 2012) Direção: Sam Mendes / Roteiro: Neal Purvis, Robert Wade, John Logan / Elenco: Daniel Craig, Javier Bardem, Judi Dench, Naomie Harris, Bérénice Marlohe, Ralph Fiennes, Albert Finney, Ben Whishaw, Rory Kinnear, Helen McCrory / Sinopse: Uma lista contendo o nome e os locais onde atuam agentes do serviço secreto britânico caem nas mãos de uma rede terrorista que não demora a publicar na internet os dados sigilosos, levando vários deles à morte. Para tentar recuperar a lista e desvendar quem é o líder dessa nova organização terrorista o serviço secreto de sua majestade envia Bond, James Bond.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Sombras de Goya

Em momento histórico particularmente delicado, com choques entre a Igreja Católica e o movimento protestante uma jovem chamada Inés (Natalie Portman) é acusada de práticas de heresia. O Frei Lorenzo (Javier Bardem) tentará de todas as formas salvar Inés de sofrer torturas e posteriormente ser condenada pelo tribunal da Santa Inquisição. Eu gostei bastante de Sombras de Goya. As razões são muitas. Pessoalmente gosto de dramas históricos e quando eles mostram grandes acontecimentos da história gosto ainda mais. A grande lição deixada por esse filme é simples: não importa quem ou qual ideologia está no poder. Seja a Igreja, seja a monarquia ou seja o poder revolucionário, todos eles, sem exceção vão em algum momento barbarizar o povo e abusar desse poder. O filme mostra bem isso. No começo temos os absurdos da chamada Santa Inquisição, onde qualquer menor suspeita já era suficiente para jogar a pessoa no pior calabouço imaginável, com direito a todas as torturas possíveis.

Depois acompanhamos a invasão francesa à Espanha. Interessante essa parte do filme pois os franceses são mostrados com bastante realismo (eles se imaginavam libertadores mas o povo espanhol os trataram apenas como invasores estrangeiros). Por fim a volta da monarquia espanhola e seu absolutismo cruel. O roteiro é bem escrito pois coloca no centro da drama o pintor Goya, a pobre Inés (interpretada aflitivamente por Natalie Portman) e o padre Lorenzo, um sujeito que faz da sua história pessoal um retrato dos acontecimentos políticos que aconteceram na época. O filme é bem interessante, achei as alegorias do argumento bem desenvolvidas e bem situadas. Enfim, recomendo bastante. É um drama histórico acima da média e no final das contas nos leva à reflexão de que não importa mesmo a ideologia dominante, todas elas mais cedo ou mais tarde vão querer a sua alma e sua cabeça numa bandeja. Se prepare...

Sombras de Goya (Goya's Ghosts, Estados Unidos, 2006) Direção: Milos Forman / Roteiro: Milos Forman, Jean-Claude Carrière / Elenco: Javier Bardem, Natalie Portman, Stellan Skarsgård, Randy Quaid, Blanca Portillo, Michael Lonsdale / Sinopse: Em momento histórico particularmente delicado, com choques entre a Igreja Católica e o movimento protestante uma jovem chamada Inés (Natalie Portman) é acusada de práticas de heresia. O Frei Lorenzo (Javier Bardem) tentará de todas as formas salvar Inés de sofrer torturas e posteriormente ser condenada pelo tribunal da Santa Inquisição.

Pablo Aluísio.

sábado, 24 de março de 2012

Comer, Rezar, Amar

Liz Gilbert (Julia Roberts) é uma mulher com vários problemas emocionais e afetivos. Para superar os problemas decorrentes de seu divórcio ela resolve viajar ao redor do mundo para conhecer outras pessoas, outras culturas. Nesse processo de conhecimento dos costumes e culturas de outros países acaba se descobrindo a si mesma. De uma forma em geral o filme "Comer, Rezar, Amar" poderia trocar de nome e se denominar "Guia de turismo para balzaquianas divorciadas", isso porque o argumento mais parece um guia de turismo passando por diversos países como Itália, Bali e Índia. Nesses lugares a personagem principal (interpretada por Julia Roberts) tenta superar seu divórcio problemático e para isso medita, viaja, come as especiarias locais e tem casos amorosos com os homens interessantes que encontra pelo caminho. Tudo muito soft, com cara de cartão postal o que ajuda no resultado final pois a fotografia do filme ficou muito bonita. O problema é que os americanos não conseguem fazer filmes sobre outras culturas que não caiam numa visão estereotipada. Todos os personagens não americanos do filme são clichês. Os italianos, por exemplo, só falam alto, gesticulam em excesso e comem massa o dia inteiro. Os indianos são todos pobres miseráveis, vivendo pelas ruas, mas obviamente espiritualizados. O filme inclusive tem uma frase horrível sobre a Índia quando Julia Roberts é aconselhada a não "tocar em nada", nem em uma garrafa de refrigerante local, para não pegar uma doença ou uma difteria. Mais preconceituoso impossível!

Nem os brasileiros escapam dos clichês. A primeira personagem brasileira que aparece no filme está numa loja procurando por um "chapéu de bananas" (Valha-me Deus, como se todas as brasileiras fossem covers da Carmen Miranda!) O ator Javier Bardem também interpreta um brasileiro que não sabe pronunciar uma única frase em português sem parecer um portunhol horripilante. Também passa o dia ouvindo bossa nova e beija o filho na boca (costume que seu filho diz ser comum no Brasil!). Para completar a clichezada seu filho também aparece com uma bola de soccer na mão! Enfim, com todos esses defeitos "Comer, Rezar, Amar" não foge daqueles clichês românticos banais que estamos acostumados a ver em novelas da pior qualidade. O filme até que não é ruim de todo e nem aborrece muito mas também não tem profundidade nenhuma. Pra falar a verdade poderia facilmente ser adaptado pela Globo para virar uma novela das oito que ninguém iria notar a diferença.

Comer, Rezar, Amar (Eat Pray Love, Estados Unidos, 2010) Direção: Ryan Murphy / Roteiro: Ryan Murphy, Jennifer Salt / Elenco: Julia Roberts, Javier Bardem, Richard Jenkins / Sinopse: Liz Gilbert (Julia Roberts) é uma mulher com vários problemas emocionais e afetivos. Para superar os problemas decorrentes de seu divórcio ela resolve viajar ao redor do mundo para conhecer outras pessoas, outras culturas. Nesse processo de conhecimento dos costumes e culturas de outros países acaba se descobrindo a si mesma.

Pablo Aluísio.