sexta-feira, 29 de abril de 2022

Os Olhos de Tammy Faye

O filme conta a história real da pastora Tammy Faye (Jessica Chastain). Começa na década de 1960 quando ela começa a viajar ao lado do marido Jim (Andrew Garfield). Eram jovens, desempregados e pobres. Mesmo assim seguem com seus planos, pregando onde eram aceitos. A Tammy criou um número com fantoches, para ensinar o evangelho para crianças. Um pastor de uma cidade do sul achou interessante a ideia e acabou dando a eles um espaço em seu programa de TV. O sucesso se tornou imediato. Logo Tammy e o marido ganharam cada vez mais audiência, ao ponto de em pouco tempo conseguirem seu próprio programa. Essa história mostra como o mundo evangélico funciona nos Estados Unidos. Esse casal foi um dos primeiros a espalhar a teologia da prosperidade, que pregava que quanto mais o fiel doasse para a igreja mais seria abençoado com riqueza material. Se não doasse dinheiro, ficaria na miséria. Claro que Tammy e o marido acabaram muito ricos nesse processo.

Eles ficaram tão ricos com as doações dos que assistiam seus programas que logo compraram sua própria emissora de televisão. O problema é que com dinheiro demais, vem também os excessos. A Tammy usava um estilo que eu só poderia qualificar como "brega evangélica americana". Sempre com roupas luxuosas, maquiagem excessiva e muita ostentação de riquezas, com os dedos lotados de diamantes. Além disso havia mansões, carros luxuosos e tudo o que dinheiro podia comprar. Mensagem de Jesus? Esqueça, o negócio era ter muita grana mesmo! Com uma personagem tão extravagante assim a atriz Jessica Chastain conseguiu realizar aquele que talvez seja a melhor interpretação de sua carreira. Acabou sendo premiada com o Oscar de melhor atriz. Prêmio mais do que merecido.

Voltemos aos fatos. O fisco americano começou a ficar de olho no casal e aí já sabe. Descobriu-se que eles pediam dinheiro para construir casas para os mais pobres, mas que no fundo usavam o dinheiro em benefício próprio. A grana era gasta mesmo em suas vidas de luxos. O FBI bateu em cima e aí o império começou a ruir. A Tammy ainda conseguiu uma sobrevida porque era cantora gospel (daquelas bem bregas) e sempre teria como se sustentar. O problema é que o marido, que posava de senhor da moralidade, eram também um homossexual por trás das cortinas. A Tammy Faye já faleceu, mas deixou um legado bem negativo no mundo religioso dos EUA. Seu único aspecto positivo, pelo que vi no filme, foi que ela tentou combater o preconceito contra homossexuais dentro do mundo evangélico americano. Fora isso deixou discos bregas gospel e muita teologia da prosperidade na cabeça dos seguidores, algo que se repete à todo vapor no Brasil dos dias atuais. Que legado ruim, hein Tammy...

Os Olhos de Tammy Faye (The Eyes of Tammy Faye, Estados Unidos, 2021) Direção: Michael Showalter / Roteiro: Abe Sylvia / Elenco: Jessica Chastain, Andrew Garfield, Vincent D'Onofrio, Mark Wystrach / Sinopse: O filme conta a história da vida da pastora Tammy Faye; De origem humilde, ela se tornou fabulosamente rica ao lado do marido ao espalhar a teologia da prosperidade em programas de TV nos Estados Unidos. Filme vencedor do Oscar nas categorias de melhor maquiagem e cabelo e melhor atriz (Jessica Chastain).

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 28 de abril de 2022

Clean

Depois de uma vida no mundo do crime, que resultou inclusive na morte da própria filha, Clean (Adrien Brody) ganha a vida como lixeiro. Todas as noites, pela madrugada adentro, ele recolhe lixo da cidade dirigindo um velho caminhão. Só que o passado volta para lhe atormentar. Ele começa a ajudar uma pequena garotinha que se parece muito com sua filha falecida. Ela mora na vizinhança. Tentando ser simpático ele até mesmo dá presentas para a menina, como uma bicicleta. Clean conhece a região, infestada de gangues de jovens criminosos. Ele teme pelo futuro daquela garota. As coisas começam a ficar violentas de novo quando o líder de uma dessas gangues decide levar a jovem para uma casa cheia de drogas e sexo. Clean vai até lá para resgatá-la e na pancadaria geral acerta o filho de um mafioso italiano que atua naquele bairro. Isso basta para funcionar como gatilho de uma violência sem fim.

Bom filme de ação. O clima é soturno, sombrio. Não há sorrisos nesse "Clean". Ninguém é feliz. A direção de fotografia do filme escolheu tonalidades cinzentas, justamente para combinar com o estado espiritual do protagonista, um sujeito que tenta uma redenção na vida depois de muitos crimes cometidos no passado. Ele agora leva uma vida de trabalhador pobre, um lixeiro, que de vez em quando recolhe pedaços de coisas que usa para consertar, vendendo tudo em uma loja de penhores de um amigo, também ex criminoso, que vai tentando viver uma vida honesta, pero no mucho. Um filme bom, cru e por isso até mesmo visceral. Vale a pena assistir.

Clean (Estados Unidos, 2021) Direção: Paul Solet / Roteiro: Paul Solet, Adrien Brody / Elenco: Adrien Brody, Glenn Fleshler, Richie Merritt, Chandler DuPont / Sinopse: Sujeito com passado criminoso tenta levar uma nova vida de honestidade, trabalhando como lixeiro de uma grande cidade. Só que os velhos tempos parecem estar de volta após uma briga violenta com uma gangue de adolescentes marginais.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 27 de abril de 2022

Halo

Essa é uma franquia milionária do mundo dos games que agora ganha adaptação em forma de série. Por algum tempo houve uma certa dúvida por parte dos produtores se haveria um filme para o cinema ou uma série para o mundo do streaming. Venceu a última opção. É uma produção em conjunto entre a Paramount e a Amblin, o estúdio de Steven Spielberg. Era algo aguardado pelos fãs do game. A pergunta que fica no ar é simples: Ficou boa a adaptação? Pelo primeiro episódio podemos dizer que pelo menos há uma bela produção envolvida.

O episódio já começa com um grande combate envolvendo aliens gigantescos e brutais e rebeldes em um campo distante, de um planeta desconhecido. Curiosamente para salvar os rebeldes surge, bem no meio da batalha, os soldados Spartans, que são inimigos na realidade da ala rebelde, mas que resolve se unir a eles contra o inimigo comum, a raça de aliens que deseja dominar o universo. O roteiro também explora a crise existencial que se instala na mente de um Spartan, um tipo de guerreiro meio homem, meio máquina, que tem seu passado como ser humano apagado. No caso aqui ele começa a recordar sua infância, o que pode se tornar um grande problema operacional. Ele é uma máquina de guerra, não uma pessoa cheia de sentimentos. Bom primeiro episódio, vamos ver se a série mantém essa qualidade nos episódios que estão por vir.

Halo (Estados Unidos, 2022) Episódio: Contact / Direção: Otto Bathurst / Roteiro: Kyle Killen. Steve kane / Elenco: Pablo Schreiber, Shabana Azmi, Natasha Culzac / Sinopse: No primeiro episódio um acampamento das força rebeldes é atacado por aliens fortemente armados. Para salvá-los da destruição uma tropa de Sparans entre no front de batalha. Série baseada na famosa linha de games.  

Pablo Aluísio. 

Guia de Episódios:

Halo 1.02 - Unbound
Nesse episódio o soldado Spartan Master Chief vai até um planeta onde vivem renegados e fugitivos da lei. Ele reencontra um velho conhecido, um sujeito que decidiu fugir do programa Spartan anos atrás. Ele quer respostas, sobre o que exatamente seria o artefato que pegou naquela caverna sombrio. Descobre que se trata de uma arma, um artefato que não é um mero objeto, mas um poderoso conector com mentes. E ele descobre isso ao consultar um sujeito com problemas mentais, que diz a ele que aquilo na verdade seria uma poderosa arma nas mãos dos inimigos. Se cair nas mãos erradas, quem poderá vencê-los? / Halo 1.02 - Unbound (Estados Unidos, 2022) Direção: Otto Bathurst / Roteiro: Kyle Kullen / Elenco: Pablo Schreiber, Shabana Azmi, Natasha Culzac.

Halo 1.03 - Emergence - Esta série tem tomado contornos bem interessantes. Um dos aspectos que mais me chamou atenção no roteiro vem do personagem principal, o Spartan Master Chief, que passa por uma crise de identidade, relembrando aspectos de seu passado, algo que não deveria acontecer. Isso me lembrou até mesmo do roteiro do primeiro filme do Robocop de 1987. Aquela espécie de fusão entre homem e máquina que começa a entrar em parafuso por causa de lembranças do passado. Além disso, nesse episódio temos o surgimento de uma personagem virtual que foi criada para auxiliar e espionar o protagonista da série. Também destaco a personagem conhecida como "a abençoada". Ela é uma humana com poderes cinéticos especiais que está lutando ao lado do inimigo uma personagem muito curiosa. Inclusive o episódio traz um longo flashback contando sua história desde quando era uma garotinha que foi levada por essa espécie alienígena invasora. / Halo 1.03 - Emergence (Estados Unidos, 2022) Direção: Roel Reiné / Elenco: Pablo Schreiber, Natasha Culzac.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 26 de abril de 2022

Crepúsculo de Uma Raça

Quando o filme começa vemos um posto avançado da cavalaria do exército dos Estados Unidos em território demarcado como reserva indígena do povo Cheyenne. Aos poucos milhares de nativos chegam ali. Eles querem se encontrar com um senador que está chegando da capital. Querem mostrar para ele como as terras daquele lugar são desertas, sem água e nem comida. Que viver ali não seria possível. Os índios chegam pela manhã e ficam em pé esperando o senador que parece nunca chegar. Depois de horas de espera eles cansam de esperar e vão embora. Estão ofendidos e com razão. E decidem ir embora da reserva. O problema é que o comandante da tropa da cavalaria, o capitão Thomas Archer (Richard Widmark) tem ordens para evitar isso, usando de violência, se necessário for. Mas como ele vai atirar em crianças, idosos e mulheres indefesas?

Esse filme de John Ford foi uma espécie de pedidos de desculpas do cineasta para com o povo nativo dos Estados Unidos. Durante anos ele filmou filmes de western usando os indígenas como vilões e selvagens. Nesse filme ele decidiu que também iria mostrar o outro lado, o lado das nações nativas da América. O filme é assim dividido em três atos bem claros. No primeiro temos a fuga dos Cheyennes da reserva deserta e hostil para onde foram levados. No segundo ato, passado na cidade de Dodge City, há um pânico quando moradores descobrem que os índios estão chegando a na última parte vemos o desfecho, a conclusão da história.

Embora seja um filme muito bom ele se torna irregular por causa do segundo ato, em Dodge City. James Stewart aqui interpreta o xerife Wyatt Earp, mas tudo em tom de comédia, de humor, o que destoa do restante do filme. Quando eles saem em perseguição dos índios no deserto tudo parece um episódio de Corrida Maluca. Algo que quebra o ritmo sério e concentrado do restante do filme. O que diabos tinha John Ford na cabeça quando rodou esse segundo ato? Felizmente o filme retoma sua seriedade inicial na terceira e última parte, quando os indígenas chegam em um forte do exército americano. Ali eles esperam um tratamento adequado para seres humanos. Esperam que o governo americano encontre uma solução para eles. Quem se destaca nessa última parte é o veterano ator Edward G. Robinson. Ele interpreta o secretário do interior Carl Schurz, um homem justo e humano.

Então é isso. Temos aqui um filme que quase foi estragado pelo próprio John Ford na sua equivocada decisão de inserir humor em um filme com temática séria demais para esse tipo de coisa. O western assim se vale das duas partes (inicial e final) para se assumir como grande obra cinematográfica. Há elementos demais a se pensar nesse roteiro, de como o governo dos Estados Unidos foi injusto e cruel com os índios daquele país. Uma dívida história que pensando bem até hoje não foi devidamente paga!

Crepúsculo de Uma Raça (Cheyenne Autumn, Estados Unidos, 1964) Direção: John Ford / Roteiro: James R. Webb, Howard Fast / Elenco: Richard Widmark, James Stewart, Edward G. Robinson, Karl Malden, Ricardo Montalban, Carroll Baker, Sal Mineo, Dolores del Rio, Patrick Wayne, Gilbert Roland / Sinopse: O filme conta a história da fuga de um enorme grupo de índios da nação Cheyenne de uma reserva deserta dada pelo governo dos Estados Unidos. Assim que eles deixam a reserva passam a ser perseguidos pela cavalaria, dando origem a diversos confrontos e conflitos. Filme indicado ao Oscar na categoria de melhor direção de fotografia (William H. Clothier). Também indicado ao Globo de Ouro na categoria de melhor ator coadjuvante (Gilbert Roland).

Pablo Aluísio. 


segunda-feira, 25 de abril de 2022

Gilda

Título no Brasil: Gilda
Título Original: Gilda
Ano de Produção: 1946
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Charles Vidor
Roteiro: E.A. Ellington, Jo Eisinger
Elenco: Rita Hayworth, Glenn Ford, George Macready, Joseph Calleia, Steven Geray, Joe Sawyer

Sinopse:
Gilda (Rita Hayworth) é uma dançarina de clubes noturnos que acaba se envolvendo com um influente dono de cassinos. Só que seu coração não pertence apenas a ele, pois ela também tem interesses em outro homem, dando origem a um perigoso triângulo amoroso.

Comentários:
O que torna um filme um clássico do cinema ou um cult movie? Veja o caso desse "Gilda". Lançado no período do pós-guerra era para ser apenas um filme B da Columbia, uma produção sem maiores pretensões a não ser faturar bem com a beleza e o sex appeal da atriz Rita Hayworth. A crítica da época achou o filme apenas mediano, mas com o passar dos anos "Gilda" foi se tornando cada vez mais cultuado, até chegar no patamar que temos hoje. É um dos filmes mais cultuados da história do cinema americano. Entendo que seu estilo que flerta com o cinema noit e a presença exuberante de Rita tenha contribuído para isso tudo, mas ao meu ver o filme não é tão grandioso como se pode pensar. É um bom filme, não me entenda mal, mas não fica entre as grandes Obras-Primas. Ao que me parece o filme deve muito à figura de Rita Hayworth, linda e sensual cantando "Put Blame on Me", insinuando um striptease, em erotismo suave inédito na época. Fora isso é apenas um filme normal, nada de muito memorável.  

Pablo Aluísio.

domingo, 24 de abril de 2022

Batman

Quando o filme começa descobrimos que o milionário Bruce Wayne (Robert Pattinson) está há dois anos atuando como Batman. Ele é mal visto pelos policiais, mas ganha a confiança de Gordon, um tira honesto do departamento. Durante as noites Batman enfrenta a criminalidade pelas ruas de Gotham City. Salva um homem de ser espancado por uma gangue de marginais. Depois captura um criminoso vestido com fantasia de Halloween. Seu maior desafio porém está por vir. Uma série de assassinatos envolvendo figurões da política da cidade começa.

O assassino se auto denomina Charada. É um tipo psicótico que publica seus vídeos nas redes sociais e ganha seguidores com sua mensagem insana de justiça pelas próprias mãos. Nada lhe escapa. Ele mata o prefeito, depois o promotor de Gotham e não parece parar mais. A corrupção parece infiltrada por todos os segmentos de Gotham. E justamente as autoridades que deveriam combater o crime parecem trabalhar por ele. Porém o Charada quer mais. Ele planeja destruir a cidade em um grande evento trágico final.

Esse novo filme do Batman enfrentou diversos problemas durante as filmagens e depois para chegar nos cinemas. O filme teve as filmagens suspensas por um tempo por causa da pandemia e depois seu lançamento foi adiado várias vezes pela mesma causa. A Warner que havia investido milhões de dólares na produção do filme não poderia se arriscar, tinha que lançar o filme no momento certo. Só mais recentemente é que finalmente "The Batman" chegou nas telas de cinema com excelentes resultados. Até o momento o filme já faturou 750 milhões de dólares, ganhando elogios da crítica especializada. Nada mal.

A boa notícia para os fãs é que se trata de um filme muito bom. Eu particularmente acredito que filmes de super-heróis já estão bem saturados no cinema, mas esse aqui funciona muito bem. O roteiro explora o lado mais de detetive do Batman, algo que vem de encontro com suas origens. Nada mais adequado para quem surgiu inicialmente nas páginas de uma revista chamada Detective Comics, Além disso é de se elogiar um filme que optou pela sobriedade. É o filme mais sóbrio do Batman. É um filme tenso, escuro e bem realista se formos pensar bem. O Charada não se parece em nada com o personagem original que foi interpretado por Jim Carrey no passado. Esse aqui é pura insanidade, um tipo mais do que psicótico. Com isso o filme funciona excepcionalmente bem. É desde já a melhor adaptação dos quadrinhos desse ano. Merece todos os elogios.

Batman (The Batman, Estados Unidos, 2022) Direção: Matt Reeves / Roteiro: Matt Reeves, Peter Craig. baseados no universo criado por Bob Kane / Elenco: Robert Pattinson, Jeffrey Wright, Paul Dano, Colin Farrell, Zoë Kravitz, John Turturro, Andy Serkis, Peter Sarsgaard / Sinopse: Milionário traumatizado pela morte dos pais assume a identidade de Batman nas noites escuras de Gotham City. Agora ele vai precisar resolver um caso envolvendo a morte de diversos figurões da cidade. O assassino se autodenomina Charada, mas quem será ele?

Pablo Aluísio. 


sábado, 23 de abril de 2022

Nenhum Passo em Falso

Título no Brasil: Nenhum Passo em Falso
Título Original: 52 Pick-Up
Ano de Produção: 1986
País: Estados Unidos
Estúdio: Cannon Group
Direção: John Frankenheimer
Roteiro: John Steppling
Elenco: Roy Scheider, Ann-Margret, Kelly Preston, Vanity, John Glover, Alex Henteloff, Clarence Williams

Sinopse:
Um homem bem sucedido, bem casado, passa a ser chantageado por criminosos envolvidos com o submundo sórdido e cruel da pornografia clandestina e ilegal. Roteiro baseado em obra de Elmore Leonard.

Comentários:
Caso raro de filme produzido pela Cannon com ótimo diretor e elenco acima da média. Quem poderia prever que um cineasta como John Frankenheimer iria trabalhar nessa companhia? O mesmo vale para a dupla central de atores, Roy Scheider e Ann-Margret, dois veteranos consagrados por sua carreira no passado. A bela presença de Kelly Preston, bem jovem e cheia de charme também é um item positivo do filme. Apesar do talentoso trio o filme se revelou bem fraco, com enredo que muitas vezes não convence muito. Talvez o próprio roteiro não tenha ajudado muito, apesar de ser uma adaptação de um romance policial escrito por Elmore Leonard. De qualquer forma é um daqueles filmes dos anos 80 que até merece ser assistido. Não é um grande filme, mas pelos nomes envolvidos merece ao menos ser conhecido.

Pablo Aluísio.

O Colecionador

Título no Brasil: O Colecionador
Título Original: The Collector
Ano de Produção: 1965
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: William Wyler
Roteiro: John Kohn, Stanley Mann
Elenco: Terence Stamp, Samantha Eggar, Mona Washbourne, Kenneth More, William Beckley

Sinopse:
Freddie Clegg (Terence Stamp) é um pacato e tímido bancário que tem como hobby colecionar belas borboletas, de todas as cores. Um dia acaba ganhando uma pequena fortuna na loteria. A partir daí ele decide colecionar outro tipo de espécie!

Comentários:
Com roteiro baseado no romance de suspense escrito por John Fowles, esse filme é considerado ao lado de "Psicose" um dos melhores sobre esse tema envolvendo assassinos seriais. O personagem principal é um tipo que parece bem inofensivo. Quando se vê rico decide colocar para fora toda a sua crueldade escondida por anos e anos. Ele que sempre teve fixação por borboletas decide colecionar mulheres jovens e bonitas. Para isso compra uma casa isolada no campo e constrói uma jaula no porão. E é para lá que ele leva uma bela garota, uma mulher que ele teve uma paixão platônica por muito tempo. É uma sondagem bem estranha da mente humana, aqui em direção do veterano cineasta  William Wyler, demonstrando uma versatilidade admirável pelo tema do roteiro. Nada que pudesse lembrar de seus grandes filmes do passado. Por fim não poderia deixar de elogiar o trabalho de Terence Stamp. Ele interpreta o perturbado sujeito de uma maneira realmente excepcional. Digno de todos os aplausos!

Pablo Aluísio.

A Casa do Espanto III

Título no Brasil: A Casa do Espanto III
Título Original: The Horror Show
Ano de Produção: 1989
País: Estados Unidos
Estúdio: United Artists
Direção: James Isaac, David Blyth
Roteiro: Allyn Warner
Elenco: Lance Henriksen, Brion James, Rita Taggart, Dedee Pfeiffer, Aron Eisenberg, Thom Bray

Sinopse:
Um detetive veterano finalmente consegue prender um violento seria killer conhecido como "Meat Cleaver Max". Julgado, o criminoso homicida é condenado à pena de morte. Só que ele promete ao policial que após sua morte vai retornar para saciar sua sede de vingança!

Comentários:
O filme recebeu esse título de "A Casa do Espanto III" por puro oportunismo da distribuidora nacional. Estavam obviamente tentando pegar carona na franquia "House" que já era bem conhecida no Brasil. Não precisavam disso, vamos convir. O filme em si é bem mediano, de mediano para fraco, mas ainda traz algumas boas ideias, como a volta de um prisioneiro eletrocutado. Sua alma retorna do inferno para vingar sua prisão e morte. Perceba que essa mesma ideia seria usada em um filme de Wes Craven anos depois. De qualquer forma, apesar de tudo, o elenco ainda traz um bom ator. Lance Henriksen foi um desses bons atores que nunca tiveram uma grande chance no cinema. Uma pena, realmente. Talento certamente nunca lhe faltou!

Pablo Aluísio.

Colheita Maldita

Título no Brasil: Colheita Maldita
Título Original: Children of the Corn
Ano de Produção: 1984
País: Estados Unidos
Estúdio: New World Pictures
Direção: Fritz Kiersch
Roteiro: Stephen King, George Goldsmith
Elenco: Peter Horton, Linda Hamilton, R.G. Armstrong, John Franklin, Julie Maddalena

Sinopse:
Um casal viajando pelo interior dos Estados Unidos se perde na estrada e acaba indo parar em uma estranha cidade que parece estar há anos isolada de tudo. E pelo visto os moradores seguem estranhos rituais religiosos nos vastos campos de milho da região.

Comentários:
Eu sempre considerei esse filme injustamente criticado, principalmente na época em que ele chegou nas telas de cinema pela primeira vez. Nos anos 80 filmes de terror baseados em livros de Stephen King se tornaram uma febre - e grandes sucessos de bilheteria. Esse aqui não fugiu muito desse esquema. O interessante é que King aqui mirou suas críticas naquelas cidades do meio oeste dos Estados Unidos onde o fanatismo religioso e o pensamento fundamentalista imperam. O resultado dessa adaptação pode soar um pouco histérica em alguns momentos, mas o filme nunca perde o foco. E não deixa de ser marcante ver a atriz Linda Hamilton sendo crucificada no meio do milharal! Houve muitos filmes baseados nessa história do King. Na minha opinião esse filme original segue sendo o melhor já produzido.

Pablo Aluísio.

Bonecos da Morte

Título no Brasil: Bonecos da Morte
Título Original: Puppet Master
Ano de Produção: 1989
País: Estados Unidos
Estúdio: Empire Pictures
Direção: David Schmoeller
Roteiro: Charles Band
Elenco: Paul Le Mat, William Hickey, Irene Miracle, Jimmie F. Skaggs, Matt Roe, Andrew Kimbrough

Sinopse:
Um mestre na construção de bonecos descobre na década de 1930 uma fórmula do Egito antigo que consegue animar os seus objetos de madeira. Depois que eles ganham vida, o mestre horrorizado decide tirar sua própria vida. Décadas depois os bonecos são descobertos em um velho depósito, dando origem a novas tragédias.

Comentários:
A história desse filme de terror dos anos 80 foi escrita pelo especialista Charles Band. Ele acertou no alvo. Usando de bonecos realmente assustadores o filme não precisa de muita coisa para desenvolver ótimos sustos. Curiosamente esse "Puppet Master" acabou ficando muito popular no Brasil por causa das inúmeras reprises no SBT. Inclusive o filme, para surpresa geral, chegou a ser exibido no horário da tarde onde seguramente assustou muitas crianças desavisadas! Os programadores do canal certamente não tinham muita noção do que estavam exibindo. No quadro geral é um dos bons filmes do gênero lançado nos anos 80. O roteiro também usa um pouco do humor, mas sem estragar o potencial do horror. Um filme muito bom, para se ter também na coleção. Quem curtiu terror nos anos 80 certamente vai se lembrar!

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 22 de abril de 2022

O Mercador de Veneza

Título no Brasil: O Mercador de Veneza
Título Original: The Merchant of Venice
Ano de Produção: 2004
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: Avenue Pictures, UK Film Council
Direção: Michael Radford
Roteiro: Michael Radford
Elenco: Al Pacino, Joseph Fiennes, Jeremy Irons. Lynn Collins, Zuleikha Robinson, Kris Marshall

Sinopse:
Filme com roteiro baseado na obra escrita por William Shakespeare. Na história um mercador de Veneza do século XVI se vê numa situação terrível ao ter que pagar a um credor uma série de dívidas. Ele aceita outra forma de pagamento, mas o que exige é moralmente condenável.

Comentários:
Um filme como esse simplesmente não poderia ser ruim. Há três maravilhosos atores em cena (Al Pacino, Joseph Fiennes e Jeremy Irons) e um roteiro com diálogos tirados diretamente da obra imortal de William Shakespeare. A produção é elegante e não atropela o que o filme tem de melhor, sua história e as linhas de diálogo, devidamente interpretadas com todo o talento de seu elenco. Nessa história Shakespeare fez uma crítica e uma crônica contra o poder da cobiça e da ganância, onde seres humanos também deixam transparecer seu preço. Se tudo tem um preço no mercado, as pessoas também terão seu preço. So´que isso, obviamente, é uma deslize moral sem proporções. Em suma, temos aqui um belo filme, uma aula de alta cultura.

Pablo Aluísio.

A Vida Marinha com Steve Zissou

Título no Brasil: A Vida Marinha com Steve Zissou
Título Original: The Life Aquatic with Steve Zissou
Ano de Produção: 2004
País: Estados Unidos
Estúdio: Touchstone Pictures
Direção: Wes Anderson
Roteiro: Wes Anderson, Noah Baumbach
Elenco: Bill Murray, Owen Wilson, Anjelica Huston, Cate Blanchett, Anjelica Huston, Willem Dafoe, Jeff Goldblum

Sinopse:
Steve Zissou (Bill Murray), um pesquisador e oceanógrafo dos mistérios dos sete mares, parte para mais uma missão de exploração ao lado de sua tripulação e seus familiares. Seu objetivo é encontrar um tubarão que anos antes matou um de seus amigos mais próximos.

Comentários:
O cinema de Wes Anderson é muito peculiar e singular. Quando comecei a assistir seu filmes achei tudo meio estranho, fora de nexo. Hoje em dia já aprecio muito mais sua filmografia. Esse filme aqui pode ser definido como uma sátira à vida de Jacques-Yves Cousteau. Quem nunca assistiu a um de seus inúmeros documentários sobre a vida marinha? Pois é, só que no roteiro de Wes Anderson as coisas não são tão simples como parece. Com excelente elenco ele conta sua história de uma maneira um tanto diferente. Eu não qualificaria o filme como uma mera comédia, já que os filmes desse diretor não são tão simples de definir. O único conselho que deixo é simples: assista ao filme e veja se gosta da maneira de fazer cinema de Wes Anderson. Na maioria das vezes as pessoas amam ou odeiam sua filmografia. Veremos no que vai dar.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 21 de abril de 2022

Annapolis

Título no Brasil: Annapolis
Título Original: Annapolis
Ano de Produção: 2006
País: Estados Unidos
Estúdio: Touchstone Pictures
Direção: Justin Lin
Roteiro: David Collard
Elenco: James Franco, Jordana Brewster, Donnie Wahlberg, Tyrese Gibson, Jim Parrack, Macka Foley

Sinopse:
O filme conta a história do jovem Jake Huard (James Franco) que sempre sonhou em entrar para a Academia Naval da Marinha dos Estados Unidos em Annapolis. E ele terá que lutar bastante para realizar seus sonhos.

Comentários:
Achei um filme bem fraco, tanto do ponto de vista dramático como também (e principalmente) por sua mensagem. Essa coisa de militarismo, patriotada, meio que já saturou em termos de cinema. Além disso esse roteiro tem semelhanças demais com "A Força do Destino" sendo que aquele filme dos anos 80 com Richard Gere era infinitamente superior. Esse aqui funciona no máximo como uma Sessão da Tarde sonolenta. É uma produção da Touchstone, o braço cinematográfica da Disney, com filmes bem açucarados. Nada de muito dramático ou incisivo é explorado pelo roteiro. Termina sendo pueril. Outro ponto merece ser avaliado. James Franco convence como um militar da marinha dos Estados Unidos? Em minha opinião essa é uma das piores falhas. Ele não tem jeito para interpretar esse tipo de personagem. É uma postura que o ator simplesmente nunca teve em sua carreira. Com isso o filme termina de naufragar de vez.

Pablo Aluísio.

Ultravioleta

Título no Brasil: Ultravioleta
Título Original: Ultraviolet
Ano de Produção: 2006
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Kurt Wimmer
Roteiro: Kurt Wimmer
Elenco: Milla Jovovich, Cameron Bright, Nick Chinlund, Sebastien Andrieu, William Fichtner, Ryan Martin

Sinopse:
No final do século XXI uma super raça de seres humanos é criada com o objetivo de dominar toda a humanidade. O aparecimento de uma criança pode colocar fim a toda essa raça. E esse menino passa a ser protegido pela guerreira Violet Song Jat (Milla Jovovich).

Comentários:
O filme tem uma estética visual excelente. Os efeitos digitais e tudo mais formam um conjunto dos mais belos aos olhos do espectador. A direção de arte também é de primeira linha. Pena que a criação de todo esse futuro não se sustenta em um bom roteiro. Esse é derivativo demais, aquela velha coisa sobre o surgimento de um predestinado, uma espécie de Messias do futuro. E esse é representado pelo garoto que a protagonista precisa proteger. A modelo Milla Jovovich teve muita sorte na carreira. Além de estrelar a franquia "Resident Evil" ela ainda fez filmes secundários como essa ficção de ação. Isso trouxe uma carreira estável para ela. Coisa que muitas atrizes talentosas não conseguiram. Bela como mulher, fraca como atriz, não consegue convencer em cena. Não que isso venha fazer muita diferença em um filme como esse.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 20 de abril de 2022

A Casa no Bayou

Título no Brasil: A Casa no Bayou
Título Original: A House on the Bayou
Ano de Produção: 2021
País: Estados Unidos
Estúdio: Blumhouse Productions
Direção: Alex McAulay
Roteiro: Alex McAulay
Elenco: Angela Sarafyan, Paul Schneider, Lia McHugh, Jacob Lofland, Doug Van Liew, Lauren Richards

Sinopse:
Um casal em crise conjugal decide passar alguns dias de descanso em uma velha casa isolada numa região distante da Louisiana. Dois supostos moradores da região chegam na casa e a vida da família acaba virando um verdadeiro inferno.

Comentários:
Apesar da produção modesta e do baixo orçamento eu gostei desse filme de terror e suspense. No começo o espectador pensa que vai assistir a mais um daqueles filmes de casas mal assombradas, mas espere, há esupresas no roteiro. A chegada de dois homens na antiga casa, um adolescente chamado Isaac e um velho a quem ele chama de avô, mas que não realidade não tem parentesco com ele, vai assombrar aquele casal e sua jovem filha. Eles praticamente se convidam para jantar com a família de turistas e aí a coisa toda desanda. O clima de tensão vai aumentando a cada cena e a pergunta que surge na mente de quem está assistindo ao filme é basicamente a seguinte: Afinal quem seriam aquelas pessoas? O que querem de verdade? É um filme com trama sobre criminosos e assassinatos ou se trata de algo puramente sobrenatural? A resposta só virá na última cena. Enfim, roteiro bem construído, cheio de boas ideias. E o elenco, quase todo desconhecido, também surpreende. Fica aí uma boa dica de um thriller aterrorizante.

Pablo Aluísio.

Histórias de Fantasmas

Título no Brasil: Histórias de Fantasmas
Título Original: Ghost Story
Ano de Produção: 1981
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: John Irvin
Roteiro: Peter Straub
Elenco: Fred Astaire, Melvyn Douglas, Douglas Fairbanks Jr, John Houseman, Craig Wasson, Patricia Neal

Sinopse:
Baseado no romance escrito por Peter Straub, o filme conta a história do passado de uma bela e elegante mulher que morre em um terrível acidente. Cinquenta anos depois seu fantasma retorna para se vingar das pessoas responsáveis por sua morte.

Comentários:
Um filme que procura homenagear os antigos filmes de terror e mistério que eram produzidos na Inglaterra durante os anos 50 e 60. O resultado é muito bom. Eu me recordo de ter assistido a esse horror clássico ainda nos anos 80 quando ele foi exibido pela primeira vez na TV aberta no Brasil (na Sessão de Gala, nos sábados à noite). O elenco traz vários veteranos da era de ouro de Hollywood com destaque para um velhinho Fred Astaire. Esse aliás foi seu último filme pois ele iria se aposentar da carreira de ator pouco tempo depois, por causa da idade avançada. Outro ídolo do passado presente no elenco do filme foi Douglas Fairbanks Jr. Amigo pessoal de Chaplin e um astro de filmes de piratas, de aventuras do tipo capa e espada. Enfim, um bom filme de terror que priorizava o susto elegante ao invés do sangue trash que imperava nas produções da época. Foi lançado no Brasil na era do VHS pelo selo CIC Vídeo.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 18 de abril de 2022

55 Dias em Pequim

A história desse filme se passa em 1900, em Pequim, capital da China. Um grupo de nacionalistas chineses começa a atacar estrangeiros por toda a China. Diplomatas, comerciantes, ministros, turistas, ninguém está a salvo. A diplomacia dos países ocidentais tenta uma solução negociando diretamente com a imperatriz, só que um príncipe de sua corte está por trás dos atentados. Conforme a violência aumenta o exército imperial chinês começa então a lutar em favor dos nacionalistas, dando origem a uma sangrenta guerra contra as potências ocidentais que mantém inclusive tropas em Pequim.

Temos aqui uma grande produção do cinema americano. São várias as cenas de batalhas com milhares de figurantes, etc. Tudo muito bem produzido e realizado. O elenco tem três grandes destaques. David Niven interpreta um diplomata britânico que tudo faz para evitar uma guerra generalizada. Sua educação e modos refinados se tornam um grande contraste com a brutalidade da região. E sua própria família é atingida por essa violência insana que explode na capital do império chinês. Charlton Heston interpreta um oficial do exército americano. Um tipo de militar pragmático que luta com as armas que possui. Há boas cenas no filme para Heston, com destaque para a explosão do depósito de armas e munição do exército imperial da China. Por fim a atriz Ava Gardner interpreta uma baronesa russa arruinada que só quer ir embora daquele lugar. Enquanto tenta fugir também ajuda como enfermeira em um hospital local.

O filme é muito bom, com longa duração. Se há alguma coisa a se criticar certamente vem da mentalidade colonialista de seu argumento, de seu roteiro. Os estrangeiros são os mocinhos da história. Só que a China é dos chineses. A nação a eles pertence. Não pertence à Inglaterra, nem aos Estados Unidos. Então aqueles exércitos estrangeiros lutando em solo chinês no fundo não possuem qualquer razão justificável para estarem ali. É tudo colonialismo puro, nada mais. De qualquer modo, deixando essa observação política de lado temos aqui sem dúvida um bom clássico do cinema da época.

55 Dias em Pequim (55 Days at Peking, Estados Unidos, 1963) Direção: Nicholas Ray / Roteiro: Robert Hamer, Bernard Gordon / Elenco: Charlton Heston, David Niven, Ava Gardner, Flora Robson, John Ireland, Leo Genn / Sinopse: Grupo de diplomatas e militares de países ocidentais como Inglaterra, Estados Unidos e França, tentam sobreviver a uma rebelião de nacionalistas chineses em Pequim. Eles lutam pela expulsão de todos os estrangeiros de sua nação.

Pablo Aluísio.

Tarzan e o Grande Rio

O público em geral acabou gostando das mudanças do primeiro filme de Mike Henry como Tarzan, "Tarzan e o Vale do Ouro". Assim um ano depois de seu lançamento chegou nas telas a segunda produção com o mesmo ator. Agora ele já surge menos tenso com a responsabilidade de encarnar o famoso personagem. O roteiro também tem maior fluidez, abrindo margem até mesmo para cenas mais cômicas e leves, sem tanta seriedade que acabou sendo o tom do primeiro filme. Como em time que está ganhando não se mexe os produtores mantiveram praticamente a mesma equipe, com um diferencial interessante: o filme foi rodado no Brasil!

Na época as filmagens causaram grande sensação em nossos meios de comunicação, que resolveram cobrir com extensas reportagens a produção do filme em nosso país. Nem tudo porém foi festa para o ator Mike Henry. Ele acabou sendo atacado por um macaco em uma cena, o que acabou lhe causando um sério ferimento no queixo. Depois teve que correr de uma vaca que o atacou bem no meio de uma tomada de cena. Obviamente tudo foi parar nas páginas de revistas mensais da época como "O Cruzeiro" e "Manchete". Assim o público brasileiro acabou se divertindo em dobro, com as divertidas histórias do set e depois com o filme propriamente dito.

Tarzan e o Grande Rio (Tarzan and the Great River, Estados Unidos, 1967) Direção: Robert Day / Roteiro: Bob Barbash, baseado na obra do escritor Edgar Rice Burroughs / Elenco: Mike Henry, Jan Murray, Manuel Padilla Jr / Sinopse: No Brasil, a Dra. Ann Philips tenta vacinar os supersticiosos nativos contra uma epidemia, só que há viloes que não desejam que isso seja feito. Para ajudá-la o herói das selvas Tarzan chega ao Brasil.

Pablo Aluísio.

domingo, 17 de abril de 2022

O Romance Gay de Marlon Brando

Durante toda a vida o ator Marlon Brando teve uma orientação sexual basicamente heterossexual. Ele adorava mulheres de belezas exóticas, latinas e orientais das ilhas dos mares do sul. Praticamente nunca se relacionava com mulheres caucasianas, brancas ou como ele gostava de dizer "batatas irlandesas". Preferia as morenas, as estrangeiras. Vários casos teve com mulheres desse estilo. No entanto em fins dos anos 50 ele passou a se interessar pela possibilidade de ter uma experiência homossexual.

Brando havia trabalhado com muitos gays em sua profissão, tanto no teatro como no cinema. E a oportunidade surgiu quando ele estava em Paris, de férias. Brando gostava da França porque basicamente as pessoas o deixavam em paz. Não havia fãs pedindo autógrafos e nem os infernais paparazzis. Ele podia andar pelas ruas como uma pessoa normal, passar uma tarde bebendo e conversando nos bares parisienses. E a vida cultural da França o estimulava, com seus museus, teatros, etc.

Na França Brando conheceu um sujeito chamado Christian. Ele sabia falar inglês, era diretor de teatro e se tornou amigo íntimo do ator (no futuro iria dirigir um de seus filmes). Brando apreciava muito o jeito e os modos daquele francês muito culto e solícito. E depois de um dia andando por Paris, bebendo e se divertindo, ele não deteve os avanços do amigo. Christian pegou em sua mão e eles se beijaram, sentados em um belo restaurante com vista para a Torre Eiffel. Naquela noite Brando resolveu passar abraçado ao lado do novo namorado em seu apartamento de Paris.

Ao que consta nas biografias de Brando esse teria sido seu único caso homossexual em toda a sua vida. O relacionamento entre os dois não durou muito, foi extremamente fugaz, mas a amizade entre eles continuou nos Estados Unidos quando Christian foi passar alguns dias hospedado na casa de Brando em Los Angeles. A esposa do ator, Anna Kashfi, provavelmente percebeu que algo estranho estava acontecendo entre os dois, tanto que não demorou muito para expulsar Christian da casa, dando origem a outra violenta briga do casal. De qualquer forma Brando não esqueceria Christian a ponto de ter dado o nome do francês para seu próprio filho!

Pablo Aluísio.

Errol Flynn - Hollywood Boulevard - Parte 4

Robin Hood e a Virgem
Enquanto filmava o clássico de aventura "Robin Hood" o ator Errol Flynn se envolveu em mais uma de suas confusões de alcova. Acontece que Flynn ficou muito interessado na filha de um dos diretores executivos da Warner, uma garota com rabo de cavalo e rosto de colegial angelical que ele conheceu casualmente pelos corredores do estúdio. O problema básico é que a jovem tinha apenas 16 anos de idade! Mesmo assim o astro estava decidido a levar aquela beldade para sua cama.

Ela vinha de tradicional família de imigrantes italianos católicos, onde havia toda aquela mentalidade de que as mulheres deveriam se casar virgem e tudo mais. Quando soube dessa história Flynn deu risadas! Logo ele que havia sido criado dentro de um navio, viajando da Austrália para os Estados Unidos pelos mares do sul onde havia centenas de ilhas com nativas bem dispostas para o sexo. Tudo era surreal demais para o velho marinheiro.

Tanto fez que conseguiu. Flynn tirou a virgindade da garota nos intervalos das filmagens de Robin Hood. O pai da moça descobriu e exigiu a demissão do ator, algo que estava completamente fora de cogitação. As filmagens estavam avançadas e o estúdio havia gasto uma fortuna com aquele filme. Não havia a menor possibilidade do astro principal ser demitido. O pai da jovem então encarou Flynn de frente e disse que ele deveria se casar com ela para salvar sua honra. Flynn mandou o velho plantar batatas!

Ele ameaçou o ator de processo o que fatalmente causaria um escândalo nas páginas das revistas de fofocas. Flynn mandou às favas o diretor da Warner dizendo que ele tinha uma mentalidade medieval, que deixasse a garota viver em liberdade, que ela deveria se relacionar com quem quisesse e que ele era um obtuso. A Warner colocou uma equipe do estúdio para abafar o caso e realmente a história do ator e sua namoradinha colegial ficou fora de alcance do grande público. O resultado de tudo foi que o filme foi terminado e virou um grande sucesso de público e crítica. Algum tempo depois o diretor da Warner, o pai conservador da moça, foi rebaixado para um cargo de menor importância. E a garota? Foi para Nova Iorque estudar onde acabou se tornando uma bem sucedida profissional na área de psicologia. O ator voltaria a encontrar ela muitos anos depois quando já era uma mulher casada e com filhos. Flynn lhe disse que o principal era que ela deveria preservar sempre sua liberdade e que ninguém deveria mandar em suas escolhas, algo que ela concordou plenamente.

Pablo Aluísio.

sábado, 16 de abril de 2022

Gemini: O Planeta Sombrio

Título no Brasil: Gemini - O Planeta Sombrio
Título Original: Zvyozdniy razum
Ano de Produção: 2022
País: Rússia
Estúdio: KD Studios
Direção: Serik Beyseu
Roteiro: Natalya Lebedeva
Elenco: Egor Koreshkov, Alyona Konstantinova, Samoukov Kostya, Dmitriy Frid, Petr Romanov

Sinopse:
Uma nave espacial é enviada para os confins do universo com o objetivo de colonizar um planeta habitável para os seres humanos. Só que no meio da viagem os controles da nave entram em pane e eles vão parar em um lugar remoto e desconhecido do cosmos. Pior do que isso, há uma criatura desconhecida dentro da nave atacando os tripulantes.

Comentários:
Filme sci-fi produzido na Rússia. Depois da invasão da Ucrânia ninguém mais quer saber de produtos culturais vindos da Rússia. No caso desse filme não vão perder nada. O roteiro é uma imitação barata de filmes americanos. De Aliens copiaram o enredo de um ser desconhecido que começa a matar os tripulantes da nave. Por onde passa, a criatura deixa um rastro de gosma ácida, igualzinho aos filmes da franquia "Aliens". Só não vá esperando um monstro bem feito. Os russos criaram uma porcaria mal feita com tentáculos que mal aparece no meio da escuridão. Pobreza de orçamento. Mas as imitações não param por aí. Eles também copiaram o roteiro de "Interestelar" com a viagem entre dimensões, espaço-tempo, etc. Enfim, uma tremenda de uma picaretagem. Uma pena porque o cinema russo tem tradição no gênero ficção, basta lembrar de "Solaris". Ao que tudo indica o cinema russo, assim como sua asquerosa política internacional, parece andar para trás, em retrocesso.

Pablo Aluísio. 

200 Cigarros

Título no Brasil: 200 Cigarros
Título Original: 200 Cigarettes
Ano de Produção: 1999
País: Estados Unidos
Estúdio: Lakeshore Pictures
Direção: Risa Bramon Garcia
Roteiro: Shana Larsen
Elenco: Kate Hudson, Ben Affleck, Paul Rudd, Christina Ricci, Casey Affleck, Courtney Love, Elvis Costello

Sinopse:
Um grupo de amigos marca de se reunir numa festa de ano novo na casa de um deles em Nova Iorque, no bairro boêmio da cidade, da big apple. No caminho acontecem inúmeras histórias diferentes, onde o filme vai desenvolvendo a personalidade de cada um.

Comentários:
Filme com roteiro em estilo mosaico, vários personagens com várias histórias diferentes para contar. O elo de ligação de tudo é uma festa de ano novo que vai reunir todos eles. O elenco é muito bom, contando com algumas das estrelas jovens de Hollywood. A que se sai melhor é justamente Kate Hudson que tem melhores chances dentro de um roteiro difuso, que muitas vezes parece disperso demais. Ben Affleck não tem a mesma sorte, o espaço dado ao seu papel não é muito expressivo. Estrelas musicais também ganharam seu espaço, entre elas a maluca da Courtney Love e o sóbrio Elvis Costello que prova que também pode atuar bem. No geral é um filme com altos e baixos, mas que no conjunto até que segura bem as pontas. Pontas de cigarro claro, porque todos os personagens aparecem fumando!

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 15 de abril de 2022

A Filha do Rei

Eu me enganei. Quando fui assistir a esse filme pensei que iria ver um drama histórico sobre alguma peculiaridade ou curiosidade da vida do Rei Luís XIV, o Rei Sol. Nada disso. O filme na verdade se revelou ser uma fábula cinematográfica, um conto de fadas, onde a corte de Versalhes é apenas um pano de fundo interessante e nada mais. Na história temos uma filha de Luís XIV (Pierce Brosnan) que ficou por anos isolada e escondida em um convento. Quando fica adulta o Rei, tentando superar os erros de seu passado, manda trazer ela para Versalhes, onde possa conviver com a nobreza e arranjar um belo casamento com algum nobre francês. Ela é uma jovem com muita personalidade, decidida, que não vai aceitar tão facilmente um daqueles casamentos arranjados que eram tão comuns nas monarquias da Europa.

Agora, a parte da fábula. O Rei manda capturar uma sereia nos mares mais distantes. Ele está convencido que apenas a força vital de uma verdadeira sereia iria lhe proporcionar vida eterna. E seus marinheiros se lançam ao mar e são bem sucedidos em sua missão. Eles capturam mesmo uma sereia e levam ela para Versalhes, só que a filha do Rei se aproxima da mitológica criatura e decide que vai levar ela de volta ao mar, de volta à liberdade. Claro, temos aqui no roteiro a pura fantasia, assumida, sem ter vergonha de sua alma de fábula sonhadora. Assim temos um filme romântico narrado em tom de contos de fadas, indicado principalmente para as adolescentes. Para os cinéfilos ficam dois atrativos. Ver o ex-James Bond Pierce Brosnan interpretando o monarca mais exagerado da história e um sempre eficiente William Hurt em um de seus últimos trabalhos. Ele faleceu recentemente. Enfim, se você gosta de filmes nesse estilo, então aproveite. Não era bem o meu caso quando assisti a esse "A Filha do Rei".

A Filha do Rei (The King's Daughter, Estados Unidos, 2022) Direção: Sean McNamara / Roteiro: Barry Berman / Elenco: Pierce Brosnan, Kaya Scodelario, William Hurt, Benjamin Walker, Pablo Schreiber / Sinopse: Na corte do Rei francês Luís XIV (Brosnan), sua filha tenta salvar uma sereia capturada. Roteiro baseado no romance "The Moon and the Sun" de autoria de Vonda N. McIntyre.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 14 de abril de 2022

Meu Vizinho Mafioso 2

Título no Brasil: Meu Vizinho Mafioso 2
Título Original: The Whole Ten Yards
Ano de Produção: 2004
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Howard Deutch
Roteiro: Mitchell Kapner
Elenco: Bruce Willis, Matthew Perry, Natasha Henstridge, Amanda Peet, Kevin Pollak, Frank Collison

Sinopse:
Jimmy (Bruce Willis) é um mafioso aposentado que vê sua paz e tranquilidade abaladas quando é procurado por um velho amigo cuja esposa foi sequestrada por membros da máfia húngara nos Estados Unidos. Sequência do filme "Meu Vizinho Mafioso".

Comentários:
Recentemente a família do ator Bruce Willis divulgou o fim da carreira do astro de filmes de ação. Ele foi diagnosticado com uma doença que o impede de decorar falas e atuar. Bruce já vinha com a carreira no controle remoto há anos. Na época não se sabia ainda que enfrentava uma grave doença. Agora tudo chega ao fim. Esse filme aqui é um retrato da decadência que vinha se abatendo na filmografia do outrora grande astro dos filmes de ação. É uma comédia das mais banais, uma sequência do primeiro filme que já não era nada bom, bem sem graça. Esse tipo de erro, de participar de filmes bobocas de comédia, parece atingir também outros bons atores como Robert De Niro, pois de vez em quando vemos ele em abacaxis vergonhosos e insignificantes como esse filme. Enfim, um filme completamente descartável, um triste retrato da fase mais decadente de Willis.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 13 de abril de 2022

From

Nova série. No primeiro episódio, logo na primeira cena, uma situação inusitada. Um xerife carregando um sino nas mãos vai avisando aos moradores de uma pequena cidade que eles precisam entrar em suas casas pois está anoitecendo e ninguém pode ficar nas ruas após a noite chegar. Quando finalmente anoitece uma garotinha vê na janela de seu quarto uma senhora idosa. Ela diz que é sua vovozinha. A menina, na inocência de sua infância, abre a janela e é imediatamente atacada! No dia seguinte, no funeral da menina, uma família chega na cidade pedindo por informações. São viajantes perdidos, perguntando como chegar na estrada principal. Mal sabem o terror que vão viver nas próximas horas.

OK, achei interessante o primeiro episódio. Já entendi a premissa principal da série mostrando uma pequena cidade cercada por monstros. Que monstros seriam esses? O roteiro do primeiro episódio não explica. Apenas deixa claro que não saem de dia, só surgindo nas sombras da noite. Também precisam ser convidados para entrar nas casas das pessoas. Por essas características fica meio óbvio que são vampiros, mas o roteiro não traz essa informação. Bom, se forem vampiros vou dar uma chance a essa série, mas se forem zumbis não vou seguir em frente. Zumbis são chatos demais e já encheu a paciência depois de tantos filmes e séries com eles. Vamos aguardar para ver no que vai dar.

From - Episódio: Long Day's Journey Into Night (Estados Unidos, 2022) Direção: Jack Bender / Roteiro: John Griffin / Elenco: Harold Perrineau, Catalina Sandino Moreno, Eion Bailey / Sinopse: A série mostra uma estranha cidade que vive com medo. Ela parece estar cercada por estranhas criaturas prontas a atacar na escuridão das noites.

Pablo Aluísio. 


Guia de Episódios - From:


From 1.02 - The Way Things Are Now
Não achei grande coisa esse segundo episódio. A família é resgatada, sem perdas. Outros são recebidos numa casa onde seres humanos normais se protegem dos "monstros". E que monstros são esses? Novamente o roteiro não explica nada. Pelo visto não vai explicar nada. São vampiros? São zumbis? Por que não saem nos dias de sol? Tudo fica no ar. Digo que no quesito suspense esse segundo episódio também falha. Para falar a verdade senti tédio. Se continuar assim nem pensarei duas vezes em deixar de ver o resto dos episódios. Tem que melhorar muito para segurar esse espectador que aqui escreve sua opinião. / From 1.02 - The Way Things Are Now (Estados Unidos, 2022) Direção: Jack Bender / Roteiro: John Griffin / Elenco: Harold Perrineau, Catalina Sandino Moreno, Eion Bailey.

Pablo Aluísio.

Resgate Profundo

Título no Brasil: Resgate Profundo
Título Original: Deep Rescue
Ano de Produção: 2005
País: Estados Unidos
Estúdio: Tranquility Base Productions
Direção: Chris Bremble
Roteiro: Greg Bennett
Elenco: Tamara Davies, Dale Midkiff, Stan Kirsch, Corey Large, Alejo Mo-Sun, G. Peter King

Sinopse:
A tripulação do Discovery luta para sobreviver e escapar para a superfície depois que o ônibus espacial mergulha no Oceano Atlântico.

Comentários:
Filme apenas mediano explorando uma situação que, convenhamos, nunca iria acontecer na vida real. Primeiro porque essas missões espaciais são planejadas em seus mínimos detalhes, jamais iria acontecer uma situação em que os tripulantes iriam ficar perdidos no meio do oceano. Não existe possibilidade de algo assim acontecer. De qualquer foram se você ignorar os inúmeros furos do roteiro ainda poderá se divertir, apenas para puro entretenimento. No mais não espere por grandes efeitos especiais pois se trata de uma produção de baixo orçamento, embora o filme em si não seja pessimamente mal produzido. Dá para assistir numa boa.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 12 de abril de 2022

Homens Indomáveis

Título no Brasil: Homens Indomáveis
Título Original: Silver Lode
Ano de Produção: 1954
País: Estados Unidos
Estúdio: RKO Radio Pictures
Direção: Allan Dwan
Roteiro: Karen DeWolf
Elenco: John Payne, Lizabeth Scott, Dan Duryea, Dolores Moran, Harry Carey Jr, Stuart Whitman

Sinopse:
A história desse faroeste se passa na pequena cidade de Silver Lode. O cowboy Dan Ballard (John Payne) passa a ser acusado de um crime que não cometeu. Ele é preso por quatro xerifes e começa a ser abandonado pelos moradores da cidade. Agora só lhe resta encontrar o verdadeiro culpado para provar sua inocência.

Comentários:
Eu particularmente aprecio bastante filmes de western que foram produzidos na década de 1950. Em meu ponto de vista essas histórias cabiam muito bem naquele momento histórico que a América vinha passando, com prosperidade econômica e explosão da cultura pop. Esse faroeste aqui segue em linhas gerais aquele clima de suspense e tensão que foi a marca registrada do clássico do gênero "Matar ou Morrer". Mostra a história de um homem honesto que prestes a se casar é acusado de um crime que ele definitivamente nunca cometeu. O interessante roteiro coloca um grupo de xerifes como vilões, algo raro dentro do estilo faroeste daqueles anos. Assim o verdadeiro mocinho é justamente o homem bom e honesto interpretado por Payne. O diretor Allan Dwan era um veterano que trabalhava em Hollywood desde os primórdios, desde a era do cinema mudo. Ele tinha a fama de ser o homem dos mil filmes, um número que se um dia for confirmado realmente deverá entrar no livro dos recordes. No mais, em seu elenco coadjuvante, também temos a bela Lizabeth Scott, a primeira lésbica a sair do armário em Hollywood, isso em uma época em que o preconceito era total. Enfim, um bom filme de faroeste, hoje em dia pouco lembrado.

Pablo Aluísio.

Demônios do Céu

Título no Brasil: Demônios do Céu
Título Original: Dive Bomber
Ano de Produção: 1941
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Michael Curtiz
Roteiro: Frank Wead
Elenco: Errol Flynn, Fred MacMurray, Ralph Bellamy, Alexis Smith, Robert Armstrong, Regis Toomey

Sinopse:
Um cirurgião militar se une a um piloto da Marinha para desenvolver um traje de alta altitude que protegerá os pilotos de desmaiar quando entrarem em um mergulho íngreme em aviões de guerra.

Comentários:
Filme sobre os bastidores das forças armadas americanas. O filme na verdade foi filmado antes da entrada dos Estados Unidos na II Guerra Mundial. Foi dito por especialistas que os aviões mostrados no filme já estavam prestes a se aposentar. Também chama atenção os porta-aviões daquela época, bem pequenos se comparados com os que foram usados na guerra. Tudo isso foi compensado pelo grande talento de Michael Curtiz que rodou cenas maravilhosas em cores, aproveitando tudo o que tinha direito do Technocolor, um orgulho da Warner Bros na época em que o filme foi lançado nos cinemas. Em relação ao roteiro é bom, mas não desenvolve muitos os personagens. A verdadeira estrela dessa produção é a aviação militar dos Estados Unidos.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 11 de abril de 2022

As Vinhas da Ira

Baseado na obra homônima do escritor americano John Steinbeck (Nobel de Literatura em 1962), o longa, As Vinhas da Ira, abre a caixa de Pandora de algumas das mazelas da grande depressão americana de 1929 que quase destruíram com a economia dos Estados Unidos. A história gira em torno dos membros da família Joad que vivem há décadas no estado de Oklahoma mas que perdem suas terras que mantêm como meeiros.,Essa perda ocorre devido à chegada de grandes empresários do setor de agricultura que impõe à região o progresso, com modernos tratores e implantando uma nova agricultura mecanizada. Com isso o sistema de agricultura manual dos meeiros da região torna-se obsoleto e praticamente liquidado, fazendo com que a família Joad e várias outras famílias abandonem a região. Sem terras e sem dinheiro os Joad, liderados por Tom Joad (Henry Fonda), Al Joad (O.Z Whitehead) e Ma Joad (Jane Darwell) reúnem-se dentro de um pequeno e velho calhambeque e partem em direção ao estado da Califórnia em busca de trabalho e de dias melhores. Mas toda essa esperança pode tornar-se um grande pesadelo.

Dirigido pelas lentes do genial John Ford, o antológico clássico consegue, em 140 minutos, encapsular toda a angústia e desespero dos agricultores americanos num dos períodos mais negros da história americana. A situação profundamente angustiante, somada a uma paisagem distópica, abrutalhada e entristecida, é filtrada por uma fotografia requintada onde a beleza do preto e do branco parecem amenizar boa parte de toda a miséria e desesperança daquelas pessoas. O longa - vencedor de dois Oscars nas categorias de melhor diretor (John Ford) e melhor atriz coadjuvante (Jane Darwell) - nos brinda com diálogos e metáforas tão memoráveis e atuações tão fantásticas que cada personagem, e até mesmo o calhambeque, deveria, cada um deles, ganhar um Oscar. Um filme realmente magnífico.

As Vinhas da Ira (The Grapes of Wrath, Estados Unidos, 1940) Direção: John Ford / Roteiro: Nunnally Johnson / Elenco: Henry Fonda, Jane Darwell, John Carradine / Sinopse: O filme conta a história de uma família pobre dos Estados Unidos que precisa ir embora, para outro estado, em busca de trabalho e meios de sobrevivência durante a grande depressão que assolou os Estados Unidos. Filme indicado ao Oscar na categoria de melhor filme, melhor ator (Henry Fonda) e melhor roteiro adaptado. Filme vencedor do Oscar na categoria de melhor direção (John Ford) e melhor atriz coadjuvante (Jane Darwell).

Telmo Vilela e Pablo Aluísio.

Tarzan Contra o Mundo

Título no Brasil: Tarzan Contra o Mundo
Título Original: Tarzan's New York Adventure
Ano de Produção: 1942
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Richard Thorpe
Roteiro: Myles Connolly, William R. Lipman
Elenco: Johnny Weissmuller, Maureen O'Sullivan, Johnny Sheffield, Virginia Grey, Charles Bickford

Sinopse:
Nessa aventura Tarzan e Jane precisam viajar até Nova Iorque para resgatar Boy, capturado por um grupo de exploradores inescrupulosos que tinham a intenção de exibi-lo em um circo como atração selvagem.

Comentários:
"Tarzan's New York Adventure" é um dos filmes mais diferenciados de Tarzan. A história não se passa nas selvas africanas, mas sim na selva de pedra de Nova Iorque. O roteiro aproveita então para explorar com muito bom humor a figura de um sujeito selvagem como Tarzan no meio da civilização, diante de uma das maiores metrópoles do mundo. O filme assim tem seu charme e seu ponto diferencial. O ator Johnny Weissmuller estava na verdade se despedindo do personagem que o consagrou nas telas. A idade estava chegando, ele havia ganhado peso e por essa razão o roteiro vinha bem a calhar, pois na maioria das cenas ele surgia usando terno e gravata. Nem todos os fãs de Tarzan curtiram o filme na época, por causa da mudança de perspectiva, mas hoje em dia o filme até tem seu reconhecimento por parte dos críticos.

Pablo Aluísio.

domingo, 10 de abril de 2022

Confissão

Título no Brasil: Confissão
Título Original: Dead Reckoning
Ano de Produção: 1947
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: John Cromwell
Roteiro: Oliver H.P. Garrett
Elenco: Humphrey Bogart, Lizabeth Scott, Morris Carnovsky, Charles Cane, William Prince, Marvin Miller

Sinopse:
Um detetive particular passa a investigar um estranho caso envolvendo um desertor que muito provavelmente esteve envolvido no passado com um assassinato não solucionado. E qual seria a ligação entre esse crime e o seu misterioso desaparecimento?

Comentários:
Cinema noir por excelência contando com um Humphrey Bogart em grande forma, aqui contracenando com a bela Lizabeth Scott. A atriz que trabalhou em muitos filmes noir também se notabilizou por ser uma das primeiras estrelas de Hollywood a assumir sua homossexualidade. Isso depois que sua opção sexual foi revelado por uma popular revista de fofocas e escândalos da época chamada Confidential. Aqui, em estilo loira platinada, ela interpreta essa mulher fatal que tanto pode ser uma vitima como a autora desconhecida de um crime brutal. O filme foi elogiado também pela fotografia, perfeita, trazendo para a tela a noite de Los Angeles. O diretor usa o preto e branco do filme para também expor o estado sentimental dos personagens. Claro, quando estão em momento de rara felicidade, escuro quando o momento é mais sombrio. Enfim, um belo noir, um dos mais representativos desse estilo cinematográfico.

Pablo Aluísio.

A Consciência Acusa

Título no Brasil: A Consciência Acusa
Título Original: The Return of the Whistler
Ano de Produção: 1948
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: D. Ross Lederman
Roteiro: Maurice Tombragel
Elenco: Michael Duane, Lenore Aubert, Richard Lane, Kenner Kemp, Otto Forrest, Olin Howland

Sinopse:
Na véspera de seu casamento, o noivo de uma jovem desaparece. Ele contrata um detetive particular para ajudá-la a localizá-lo, mas logo se vê enredado em uma teia de mentiras, intrigas e assassinatos.

Comentários:
Cinema noir de qualidade. Não há nenhum grande astro ou estrela no elenco, mas isso não significa que seja um filme esquecível, muito pelo contrário. A trama é uma daquelas boas histórias de detetives, aqui temperada com ideais sociais que surpreendem. Afinal colocar como vilões os membros de uma família rica, tradicional e sem escrúpulos que usam o crime para evitar o casamento de duas pessoas de classes sociais distintas, revela claramente  uma carga de mensagem ideológica no meio de tudo. E como sempre acontecia nesse tipo de roteiro (que foi escrito baseado no romance policial escrito por Cornell Woolrich) aqui temos também uma galeria de personagens que só podem ser definidos como patifes, que a despeito de serem todos canalhas agem como se fossem "modelos da sociedade". Enfim, um belo clássico noir para se assistir no final de noite.

Pablo Aluísio.

sábado, 9 de abril de 2022

Amor, Sublime Amor

Título no Brasil: Amor, Sublime Amor
Título Original: West Side Story
Ano de Produção: 2021
País: Estados Unidos
Estúdio: 20th Century Studios, Amblin Entertainment
Direção: Steven Spielberg
Roteiro: Tony Kushner, Arthur Laurents
Elenco: Ansel Elgort, Rachel Zegler, Ariana DeBose, Rita Moreno, David Alvarez, Brian d'Arcy James

Sinopse:
A história de amor de dois jovens numa Nova Iorque violenta e sem esperanças dos anos 1960. Maria é latina, irmã de um violento líder de gangue. Tony já fez parte do grupo rival, os Jets. Eles se amam. Haverá redenção para esse sentimento? Musical indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Filme e Melhor Direção. Vencedor do Oscar na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante (Ariana DeBose).

Comentários:
Steven Spielberg é um nome essencial na história do cinema. Esse diretor foi um dos responsáveis pelo meu amor ao cinema. Por isso sempre achei muito desnecessário que um diretor tão fundamental viesse a dirigir um remake de um filme clássico. Qual seria a razão? Só a nostalgia poderia explicar. Essa história já foi contada de forma definitiva na versão original. O primeiro filme, um clássico insuperável, jamais vai ser esquecido. Nessa nova versão, tecnicamente muito bem realizada é bom salientar, a pergunta que fica na mente do espectador é a razão que levou Spielberg a perder tempo e dinheiro filmando um remake de um filme já perfeito. Eu sempre vou preferir o filme dos anos 60. Nessa nova versão algumas coisas me chamaram a atenção. É um filme mais dramático, mais piegas e por incrível que pareça, também mais violento. Assisti com interesse, mas não me impressionou. Não me emocionou. A máxima pelo visto segue de pé. Todo remake de um filme clàssico do passado também é um filme inútil e sem razão de ser.

Pablo Aluísio.

U2: Rattle and Hum

Título no Brasil: U2 - Rattle and Hum
Título Original: U2 - Rattle and Hum
Ano de Produção: 1988
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Phil Joanou
Roteiro: Phil Joanou
Elenco: Bono, The Edge, Adam Clayton, Larry Mullen Jr, B.B. King, Phil Joanou

Sinopse:
Documentário musical sobre a turnê do grupo de rock U2 que foi realizada nos Estados Unidos na década de 1980. Cenas de bastidores, gravações em estúdio e dos shows da banda em grandes arenas das principais cidades norte-americanas.

Comentários:
Muito bom esse filme documentário sobre o U2 na América. Tem um estilo excelente em termos de direção de fotografia, com ênfase nas tomadas em preto e branco. A edição, rápida e eficiente, captou muito bem a adrenalina de uma grande turnê como essa. Além disso para quem é fã do grupo há o registro histórico do U2 nos Estados Unidos, indo em busca inclusive de suas referências no rock. Eles se encontram com lendas como B.B. King, visitam a Sun Records em Memphis e vão até Graceland, a mansão de Elvis. Em cada uma dessas paradas o U2 deixa sua mensagem de agradecimento aos grandes artistas do passado. Outro ponto alto vem quando o U2 absorve a riqueza da música negra de Nova Iorque. Enfim, um documentário de rock para se ter em casa, na coleção particular. Isso, claro, se você for um roqueiro clássico, da velha escola.

Pablo Aluísio.