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segunda-feira, 13 de abril de 2020

A Conversação

Depois da consagração do filme "O Poderoso Chefão", o diretor Francis Ford Coppola poderia ter dirigido qualquer filme que quisesse em Hollywood. Seu nome e prestigio estavam em alta. Só que ao invés de embarcar em outra saga épica, ele resolveu escolher um roteiro que ele havia escrito alguns anos antes. Se tratava de "The Conversation", uma história sobre um especialista em captar sons que entrava em uma roleta russa na sua vida profissional e pessoal. O personagem principal do filme se chama Harry Caul (Gene Hackman). Ele é um mestre em gravar conversas alheias sem autorização. O tipo de sujeito que faz o jogo sujo para qualquer um que pague por seus serviços. Geralmente é contratado por criminosos ou então maridos desconfiados que precisam de alguma prova da traição de suas esposas supostamente infiéis. Quando o filme começa ele está novamente em campo, gravando a conversa de um casal que passeia numa praça de Nova Iorque.

Seu cliente é um rico executivo que deseja confirmar se a jovem esposa tem mesmo um amante. Caul arma todo um esquema para gravar o casal e descobre que eles podem ser mortos se tudo for revelado. A partir daí as coisas começam a se complicar. Ele hesita em entregar o que gravou. Tem crises éticas, religiosas e existenciais sobre isso. Com isso sua vida vai entrando em parafuso, com ele cada vez mais paranoico, suspeitando de que virou um alvo de pessoas poderosas que querem se vingar de algo que fez.

Francis Ford Coppola, como grande diretor que sempre foi, tenta equilibrar o filme entre o drama existencial e o suspense. O protagonista é um sujeito com vida pessoal vazia, sem ligação com ninguém, que vive apenas para o trabalho e quando esse lhe traz uma aflição emocional pelo que faz, a sua vida sai dos trilhos. É um filme muito bom, que consegue ser bem sucedido nos dois gêneros apontados pelo cineasta. Tanto funciona bem como drama, como também no desenvolvimento do suspense envolvendo todas as situações. Um Coppola menos conhecido nos dias atuais, porém não menos interessante.

A Conversação (The Conversation, Estados Unidos, 1974) Direção: Francis Ford Coppola / Roteiro: Francis Ford Coppola / Elenco: Gene Hackman, Harrison Ford, Robert Duvall, John Cazale, Allen Garfield / Sinopse: Harry Caul (Gene Hackman) é um especialista em som, que é contratado por um executivo que quer provas da infidelidade da jovem esposa, só que as coisas não saem exatamente como planejado. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Filme, Melhor Roteiro Original (Francis Ford Coppola) e Melhor Som (Walter Murch, Art Rochester). Também indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Filme - Drama, Melhor Direção (Francis Ford Coppola), Melhor Ator (Gene Hackman) e Melhor Direção ( Francis Ford Coppola).

Pablo Aluísio. 

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

O Show Não Pode Parar

Título no Brasil: O Show Não Pode Parar
Título Original: The Kid Stays in the Picture
Ano de Produção: 2002
País: Estados Unidos
Estúdio: Highway Films
Direção: Nanette Burstein, Brett Morgen
Roteiro: Brett Morgen
Elenco: Robert Evans, William Castle, Francis Ford Coppola, Catherine Deneuve, Ava Gardner, Ernest Hemingway

Sinopse:
Esse é um documentário sobre a vida do produtor Robert Evans, um dos mais poderosos e criativos executivos da história do cinema americano, tendo trabalhado como chefe dos estúdios Paramount durante os anos de 1966 a 1974. 

Comentários:
Para quem gosta da história do cinema americano, esse documentário é um item essencial. Ele conta a vida de Robert Evans. E quem foi ele? Começou como ator, mas já aos 34 anos de idade enveredou para a produção, onde se deu muito bem. Acabou como chefe de produçao da Paramount Pictures, reinando na companhia durante anos. Foi dele a ideia de levar para as telas o livro "O Poderoso Chefão", além de ser o homem por trás de filmes como "Chinatown", "O Bebê de Rosemary" e diversos outros clássicos da época. Chegou a ser chamado de o "Golden Boy" da indústria cinematográfica americana, mas viu seu brilho ir embora por causa de problemas com drogas pesadas, inclusive cocaína. Depois enfrentou muitos problemas legais após seu divórcio e foi vendo sua estrela parar de brilhar aos poucos. Esse documentário mostra tudo, desde a sua ascensão, até sua queda. O melhor para quem é cinéfilo é descobrir os bastidores de alguns dos grandes filmes da história, com Evans tendo que lidar com atores problemáticos e diretores egocêntricos. Um bom retrato de uma época do cinema que infelizmente não existe mais.

Pablo Aluísio.

domingo, 25 de outubro de 2015

Jack

Outro filme de um grande diretor que de certa maneira foi esquecido com o tempo. "Jack" foi dirigido por Francis Ford Coppola, um dos maiores diretores de cinema da história. O enredo é pueril. Um garoto tem uma estranha síndrome que faz com que seu corpo envelheça quatro vezes mais rápido do que a de um ser humano normal. Assim quando ele finalmente vai para a escola ele está com a aparência de um homem de 40 anos (interpretado por Robin Williams). Coppola optou por fazer uma comédia leve, divertida e nada mais, sem espaço para explorar dramas ou qualquer coisa parecida. O resultado não poderia ser diferente.

Tudo é muito sem importância, nada marcante e sendo bem sincero até chato. É aquele tipo de filme que você levava para casa na época das locadoras VHS e depois de uma semana esquecia completamente, o que é bem anormal em se tratando de um filme assinado por esse excelente diretor. A única coisa que se salva no meio da irrelevância geral é justamente a atuação de Robin Williams que, carismático como sempre, consegue até mesmo convencer o espectador de que ele é na realidade apenas um garotinho preso no corpo de um adulto. Fora isso o filme é tão descartável como um saco de pipocas ou uma lata de Coca-Cola.

Jack (Jack, Estados Unidos, 1996) Direção: Francis Ford Coppola / Roteiro: James DeMonaco, Gary Nadeau / Elenco: Robin Williams, Diane Lane, Jennifer Lopez, Fran Drescher, Brian Kerwin / Sinopse: O filme conta a história de um garoto em corpo de adulto. Filme indicado ao Kids' Choice Awards na categoria de Melhor Ator (Robin Williams).

Pablo Aluísio.

sábado, 25 de julho de 2015

Jardins de Pedra

Depois do fim da Guerra do Vietnã os americanos procuraram exorcizar os traumas desse que foi seguramente o conflito mais desastroso de sua história recente. Assim o cinema acabou cumprindo de certa maneira essa função, usando a obra cinematográfica como terapia coletiva do desastre daquela nação. Muitos filmes foram realizados tendo como tema central o Vietnã, principalmente na década de 1980, período em que as melhores produções sobre o assunto foram realizadas. Em "Jardins de Pedra" o aclamado diretor Francis Ford Coppola procurou mudar o ponto de vista, o foco sobre o tema. Ao invés de mostrar o drama dos militares americanos no meio das selvas do sudeste asiático ele optou por mostrar o outro lado da guerra, a dos corpos de jovens americanos sendo enviados de volta para casa, para serem sepultados em cemitérios militares, com toda a pompa e cerimônia a que tinham direito. Esse é o enfoque desse roteiro que sempre considerei um dos mais criativos e reveladores sobre o conflito que ceifou muitas vidas, todas elas em vão, lamento dizer. Coppola, com muita sensibilidade, captou muito bem esse aspecto pouco visto e pouco lembrado de uma matança em grande escala como aquela.

Assim desfilam pela tela todos os dramas das famílias, dos entes queridos e também dos encarregados desses enterros. Afinal  imagine ter que trabalhar eternamente em luto, enterrando dezenas de seus companheiros de armas todos os dias, sem trégua ou descanso. É um excelente filme, mas não ousaria dizer que é uma obra fácil, para todos os gostos. Talvez por isso tenha fracassado comercialmente em seu lançamento. Para o público americano já era complicado lidar com a derrota americana no Vietnã, agora entenda como era bem pior ter que assistir o enterro dos seus soldados. É de fato um filme para um tipo de espectador mais refinado, específico. Sua grande lição é a de que em uma guerra estatísticas não podem ser encaradas como mera matemática, mas sim com humanidade, pois todos aqueles números representam na verdade pessoas que perderam suas vidas em combate.  

Jardins de Pedra (Gardens of Stone, Estados Unidos, 1987) Direção: Francis Ford Coppola / Roteiro: Nicholas Proffitt, Ronald Bass / Elenco: James Caan, Anjelica Huston, James Earl Jones, Dean Stockwell, Mary Stuart Masterson / Sinopse: O filme "Jardins de Pedra" conta a dura realidade de um grupo de militares norte-americanos durante a guerra do Vietnã. Eles tinham a função de enterrar os colegas mortos no campo de batalha.

Pablo Aluísio.

sábado, 18 de julho de 2015

Peggy Sue, Seu Passado a Espera

Definitivamente nunca gostei de "Peggy Sue", o que não deixa de ser algo surpreendente. Não é segredo para absolutamente ninguém que eu sempre gostei muito dos anos 1950. A cultura, tanto do ponto de vista musical como cinematográfica, sempre me agradou muito. Assim é de se admirar que eu realmente não tenha apreciado esse filme nostálgico sobre uma mulher que descobre que sua vida definitivamente não tomou o rumo certo. Frustrada e deprimida, ela acaba desejando voltar ao passado, em plenos anos 50, para consertar todos os seus erros. Então sem muita explicação lógica lá está a personagem de Kathleen Turner de volta aos anos de colégio, aos primeiros amores e passos na vida. A diferença agora é que ela tem uma mente de uma mulher madura e calejada pelas experiências vividas e assim começa a mudar tudo, pensando em finalmente ter um destino melhor para seu futuro. As coisas parecem no lugar nesse filme assinado pelo mestre Francis Ford Coppola, um dos meus diretores preferidos.

O problema é que o enredo nunca se encaixa direito. De fato é necessário uma dose fora do normal de cumplicidade para curtir o filme em seu proposta principal. Quando a volta ao passado é jogada assim na cara do espectador, sem nenhuma explicação melhor, as coisas realmente ficam comprometidas. Se você não comprar a ideia do roteiro nos primeiros 20 minutos tudo vai acabar indo por água abaixo. Muito provavelmente é o que aconteceu no meu caso. Apesar de ser um fã da cultura vintage não consegui absorver a proposta (ou falta dela) de um roteiro que soa muitas vezes muito forçado e sem sentido. A direção de arte é bonita, a trilha sonora é recheada de grandes clássicos e Kathleen Turner está deslumbrante com seu figurino nostálgico. Nem tudo isso porém salva o filme de si mesmo. Uma grande pena. Faltou realmente uma dose maior de imaginação de seus roteiristas.  

Peggy Sue, Seu Passado a Espera (Peggy Sue Got Married, Estados Unidos, 1986) Direção: Francis Ford Coppola / Roteiro: Jerry Leichtling, Arlene Sarner / Elenco: Kathleen Turner, Nicolas Cage, Barry Miller / Sinopse: Uma mulher olha para o passado e deseja reviver seus anos de juventude para consertar algumas coisas! Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Atriz (Kathleen Turner), Melhor Fotografia (Jordan Cronenweth) e Melhor Figurino (Theadora Van Runkle). Também indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Filme - Comédia ou Musical e Melhor Atriz (Kathleen Turner).

Pablo Aluísio.

terça-feira, 16 de junho de 2015

Sombras do Terror

Título no Brasil: Sombras do Terror
Título Original: The Terror
Ano de Produção: 1963
País: Estados Unidos
Estúdio: Alfa Cinematografica
Direção: Francis Ford Coppola, Roger Corman
Roteiro: Jack Hill, Leo Gordon, Roger Corman
Elenco: Boris Karloff, Jack Nicholson, Dick Miller, Dorothy Neumann

Sinopse:
O tenente Andre Duvalier (Jack Nicholson) é socorrido em uma praia por uma mulher, que some logo depois. Ele acaba descobrindo que seu paradeiro é um grande castelo, junto do sinistro Barão Victor Frederick Von Leppe (Boris Karloff). Porém, quando lá chega, ele a reconhece no quadro de uma garota falecida.

Comentários:
Antes de se tornar um dos cineastas mais celebrados da história com filmes como "O Poderoso Chefão", o diretor Francis Ford Coppola foi um pupilo de Roger Corman. Como se diz no ditado todos precisam começar de algum modo e foi isso que Coppola fez. Esse "Sombras do Terror" foi uma das primeiras experiências do cineasta atrás das câmeras. O interessante é que ele não faz feio, mesmo com a precariedade da produção. Isso se deveu ao fato de que Corman resolveu aproveitar os figurinos e cenários do filme "O Corvo" para rodar esse filme aqui em tempo recorde. A intenção era economizar ao máximo. O resultado passou longe de ser um desastre. Outro destaque óbvio vem da presença no elenco de Jack Nicholson. Na época ele era apenas um empregado do departamento de animação do estúdio que sonhava se tornar um astro. Infelizmente ele havia encontrado inúmeras portas fechadas. Alguns diretores chegavam a dizer que ele era careca e feio e jamais seria um astro! Assim Nicholson correu atrás de quem o aceitasse. Acabou encontrando apoio com Roger Corman e o resto é história. Esse filme assim demonstra bem que Corman, além de ser um dos mais produtivos diretores de Hollywood também foi extremamente importante ao dar uma primeira chance para profissionais que anos depois iriam se consagrar no cinema americano. Todos precisam de uma pequena ajuda no começo da carreira e Roger Corman, muito solícito e solidário, acabou exercendo essa função.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Cotton Club

Título no Brasil: Cotton Club
Título Original: The Cotton Club
Ano de Produção: 1984
País: Estados Unidos
Estúdio: Zoetrope Studios
Direção: Francis Ford Coppola
Roteiro: William Kennedy, Francis Ford Coppola
Elenco: Richard Gere, Gregory Hines, Diane Lane

Sinopse:
As estórias, dramas, romances e decepções daqueles que fizeram a fama do Cotton Club, uma popular casa noturna de jazz localizada no bairro do Harlem em Nova Iorque. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Direção de Arte e Melhor Edição (Barry Malkin e Robert Q. Lovett). Também indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Filme - Drama e Melhor Direção (Francis Ford Coppola).

Comentários:
Verdade seja dita: poucos diretores amaram mais a sétima arte do que Francis Ford Coppola. E essa não é uma frase vazia. O cineasta apostou alto em seu amor pelo cinema. Não mediu esforços e colocou toda a sua fortuna em prol da realização de filmes que sonhava realizar. Muitos deles foram fracassos comerciais monumentais que destruíram sua estabilidade financeira. Mas Coppola, tão idealista e apaixonado, não se importava em pagar esse alto preço. "The Cotton Club" faz parte da série de filmes que arruinaram o diretor do ponto de vista comercial. Ele porém amou a oportunidade de realizar esse velho sonho, quase uma homenagem ao mundo da música, tudo rodado em um universo meio mágico, quase uma fábula. Pode ter sido um fracasso comercial, mas do ponto de vista puramente artístico é uma grande obra cinematográfica. O diretor estava tão inspirado que conseguiu até mesmo arrancar uma grande interpretação do ator Richard Gere, considerado até então um canastrão inveterado. E o que dizer de Gregory Hines? Ele literalmente rouba as cenas em que aparece. Assim o que temos aqui é uma declaração de amor ao cinema e à música, pelas mãos do genial Francis Ford Coppola! Se as pessoas na época de lançamento não entenderam isso, certamente não é culpa do diretor, que sempre esteve tão a frente de seu tempo. Excelente musical.

Pablo Aluísio.

domingo, 25 de maio de 2014

O Poderoso Chefão II

Título no Brasil: O Poderoso Chefão II
Título Original: The Godfather Part II
Ano de Produção: 1974
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Francis Ford Coppola
Roteiro: Francis Ford Coppola, Mario Puzo
Elenco: Al Pacino, Robert De Niro, Robert Duvall, Diane Keaton, John Cazale, Lee Strasberg 

Sinopse:
Nova Iorque. Década de 1920. Vito Corleone (Robert De Niro) é um imigrante italiano que tenta subir na vida na grande metrópole americana. Vindo de baixo, acaba sendo alvo de criminosos que querem extorquir e se aproveitar de seu pequeno negócio. Sem outra alternativa resolve reagir contra as injustiças, nascendo daí uma das mais poderosas famílias mafiosas dos Estados Unidos. 

Na outra linha narrativa, Michael Corleone (Al Pacino) começa a se envolver cada vez mais nas atividades ilícitas de seu clã, ao tentar ampliar os negócios dos Corleones através de Nevada e de Cuba, prestes a passar por uma grande revolução comunista. Filme indicado a onze prêmios da academia, sendo vencedor do Oscar nas categorias de Melhor Filme, Melhor Direção (Francis Ford Coppola), Melhor Roteiro (Francis Ford Coppola, Mario Puzo), Melhor Ator Coadjuvante (Robert De Niro), Melhor Direção de Arte e Melhor Música. Filme vencedor do BAFTA Awards na categoria Melhor Ator (Al Pacino).

Comentários:
Considerado por grande parte da crítica americana como o melhor filme da saga "The Godfather", o que não deixa de ser curioso pois quando o projeto da produção foi anunciado nos anos 70 muitos criticaram a proposta, afinal de contas o primeiro filme foi considerado um clássico absoluto, uma obra de arte completa. Fazer uma continuação era visto como algo indigno. Para surpresa de toda essa gente o fato é que "The Godfather Part II" se mostrou um filme não apenas à altura do primeiro, mas também em certos aspectos bem superior. O roteiro, brilhantemente escrito por Francis Ford Coppola e Mario Puzo, não apenas se limitou a levar em frente o enredo do filme original, mas também desenvolveu de forma genial o passado de Vito Corleone, aqui interpretado de forma irrepreensível por Robert De Niro. 

Assim não são poucos os que acham que na realidade se trata de dois (grandes) filmes em apenas um só! O espectador acaba conhecendo as origens da família Corleone, mostrando que na realidade Don Vito era apenas um imigrante italiano tentando vencer na América honestamente e que precisou trilhar o caminho da violência para proteger seus entes queridos. Na outra linha narrativa o espectador também começa a ver a transformação de Michael Corleone (Pacino). Criado para se tornar o orgulho da família, afastado do lado criminoso de suas atividades, ele acaba ficando no meio do fogo cruzado por diversas circunstâncias que lhe fogem das mãos. Seu destino então se torna traçado a partir desses acontecimentos. Não restam dúvidas, o filme é de fato uma obra prima da sétima arte, um dos melhores da história do cinema americano. Simplesmente maravilhoso.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 26 de novembro de 2013

O Apocalipse de Um Cineasta

Título no Brasil: O Apocalipse de Um Cineasta
Título Original: Hearts of Darkness: A Filmmaker's Apocalypse
Ano de Produção: 1991
País: Estados Unidos
Estúdio: American Zoetrope
Direção: Fax Bahr, George Hickenlooper, Eleanor Coppola 
Roteiro: Fax Bahr, George Hickenlooper
Elenco: Dennis Hopper, Martin Sheen, Marlon Brando, John Milius, Francis Ford Coppola

Sinopse: 
Documentário que mostra as filmagens do clássico "Apocalypse Now" uma das maiores obras primas da história da sétima arte. O enfoque se concentra no tumultuado processo de filmagens, na complicada relação entre equipe técnica e atores e na luta para se filmar em uma região de clima indomável e imprevisível.

Comentários:
Para quem é fã da sétima arte esse documentário é simplesmente imperdível. Aqui acompanhamos os complicados bastidores de filmagens de "Apocalypse Now", que segundo o próprio Francis Ford Coppola, foi a mais terrível filmagem de que participou em toda a sua carreira. Assim que chegaram nas locações o ator Martin Sheen sofreu um infarto. O outro astro do elenco, o mitológico Marlon Brando, conhecido por ser um ator impossível de se controlar, também se tornou uma fonte de dores de cabeça para Coppola. Demorou para chegar no set de filmagens e quando finalmente se instalou resolveu trazer uma série de sugestões para o roteiro do filme. Algumas foram realmente ótimas como se pode conferir no filme. Brando sugeriu a Coppola que não fizesse mau uso de seu personagem, o deixando na penumbra até o clímax. Esse por sua vez foi um monumental trabalho por parte de Marlon. Ele não usou script - pois não tinha mais paciência para memorizar falas nessa altura de sua vida. Tudo o que ouvimos e vemos na cena final é fruto de pura improvisação de sua parte, o que mostra sua genialidade, acima de tudo.

Brando, por exemplo, resolveu por conta própria raspar seu cabelo para dar uma aura de misticismo e mistério ao alto oficial americano que está perdido no meio da floresta em plena guerra do Vietnã. Francis Ford Coppola foi inteligente o suficiente para incorporar todas as sugestões, reescrevendo por inúmeras vezes o roteiro. Por falar nisso não são poucas as cenas em que Coppola surge em cena, martelando sua surrada máquina de escrever. O curioso é que presenciamos muito de improvisação, decisões tomadas no calor do momento e maleabilidade por parte de Coppola e sua equipe. Isso demonstra que até mesmo as grandes obras de arte não nascem completamente idealizadas ou organizadas. O caos também pode servir de ótimo caldeirão de criação, como muito bem podemos notar aqui ao acompanhar tudo. No geral esse documentário é uma verdadeira delícia para quem gosta de cinema pois mostra diversos gênios trabalhando juntos para dar vida a um dos maiores clássicos da sétima arte. Quer algo melhor do que isso?

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

O Poderoso Chefão III

Título no Brasil: O Poderoso Chefão III
Título Original: The Godfather: Part III
Ano de Produção: 1990
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures, Zoetrope Studios
Direção: Francis Ford Coppola
Roteiro: Mario Puzo, Francis Ford Coppola
Elenco: Al Pacino, Diane Keaton, Andy Garcia, Talia Shire, Eli Wallach, Joe Mantegna, George Hamilton, Bridget Fonda, Sofia Coppola 

Sinopse: 
Tentando legalizar as atividades de sua família, o agora chefão Don Michael Corleone (Al Pacino) tenta se tornar um homem respeitável. Ao lado de um pupilo ao qual tem grandes esperanças ele combate velhos e novos inimigos de seu grupo. Também vê uma oportunidade de lavar o dinheiro de suas atividades criminosas usando o Banco do Vaticano. A morte do Papa João Paulo I porém trará alguns problemas para seus planos iniciais. indicado a sete Oscars, incluindo Melhor Filme, Melhor Diretor (Francis Ford Coppola) e Melhor Ator Coadjuvante (Andy Garcia).

Comentários:
Terceira parte da genial franquia "The Godfather". Esse filme tive o prazer de assistir no cinema. Foi uma das produções mais comentadas do ano. O problema básico era que os dois primeiros filmes sempre foram considerados clássicos absolutos da história do cinema - tanto que foram os grandes vencedores do Oscar em seus respectivos anos - e por isso houve uma verdadeira comoção quando a Paramount anunciou que iria fazer a terceira parte da saga. As filmagens foram extremamente complicadas e polêmicas. Coppola resolveu escalar sua filha, Sofia, para um dos papéis e isso caiu como uma bomba no meio cinematográfico. Acusações de nepotismo barato vieram de todas as partes. De fato Sofia (que anos depois iria se revelar uma cineasta talentosa) era muito fraca como atriz. Mesmo assim não há como negar que estamos na presença de um belo filme. Sim, é bem inferior ao primeiro e segundo "Poderoso Chefão" mas isso não o desmerece. Há todo um enredo muito bem estruturado em seu roteiro, além disso não há como negar o fato de que Al Pacino está perfeito na pele de Don Michael Corleone. Não é uma obra prima certamente mas também não deixa de ser um grande filme. Se puder assistir não perca!

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Tucker - Um Homem e seu Sonho

Uma das obras mais nostálgicas da filmografia de Francis Ford Coppola. A ideia nasceu do próprio cineasta que, colecionador de carros, resolveu contar a história desse empresário ousado que teve a coragem de desafiar as grandes corporações automobilísticas ao criar um carro diferente, muito inovador e avançado para a época, o Tucker Torpedo. Assim Coppola investiu seu personagem de um certo heroísmo, ao colocar o empreendedor como alguém que desafiou todo um monopólio poderoso dentro da indústria para realizar o seu sonho. “Tucker” foi uma produção cara, bancada pelo próprio Francis Ford Coppola, que através de seu estúdio, Zoetrope, captou recursos e levou em frente seu projeto. O grande impulso acabou vindo depois da Lucasfilm, de George Lucas, que também investiu bastante na produção. O próprio desafio de colocar o carro original em cena se revelou complicado. Poucos carros Tucker sobreviveram, sendo que Coppola teve que contar com o apoio de um grupo de colecionadores americanos que cederam gentilmente suas preciosidades sobre quatro rodas para serem usadas no filme.

Como foi um filme feito com muito capricho e carinho por parte de Coppola, logo vemos isso na tela. Tecnicamente o filme é muito bem realizado, muito bem fotografado, com ótimas tomadas de cena e reconstituição histórica primorosa. Jeff Bridges defende muito bem o papel principal dando o entusiasmo e a paixão que o personagem exige. Embora o resultado final tenha se mostrado bem realizado o filme não escapou das criticas na época de seu lançamento. A principal foi a de que Coppola teria romantizado demais o próprio Preston Tucker, em um processo que anos depois se repetiria de certa forma com o industrial Oskar Schindler no famoso filme de Spielberg. Pessoalmente não vejo isso como uma falha ou um demérito, alguns ajustes sempre são feitos para que o filme seja mais interessante do ponto de vista dramático, algo que se repete aqui. Assim deixamos a dica de “Tucker – Um Homem e seu Sonho”, um filme que retrata a visão e os sonhos de um industrial americano que ousou inovar no selvagem mundo dos negócios do capitalismo americano.

Tucker - Um Homem E Seu Sonho (Tucker: The Man and His Dream, Estados Unidos, 1988) Direção: Francis Ford Coppola / Roteiro: Arnold Schulman, David Seidler / Elenco: Jeff Bridges, Joan Allen, Martin Landau / Sinopse: Cinebiografia do industrial Tucker que no pós guerra resolveu criar um carro revolucionário que ia contra os interesses da grande indústria automobilística dos EUA.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Apocalypse Now

Um dos maiores clássicos da história do cinema. A idéia não era nova, longe disso. Na verdade se trata de uma adaptação do famoso livro Heart of Darkness de Joseph Conrad. Um dos primeiros cineastas a se interessar em levar para as telas esse texto foi o mitológico Orson Welles. Infelizmente foi mais um dos inúmeros projetos dele que nunca chegaram a virar filme. Coube então ao mestre Francis Ford Coppola encarar o desafio. Logo de cara resolveu que iria modificar completamente o contexto histórico da estória. O diretor em parceria com o roteirista (e também diretor) John Milius decidiu que seria melhor trazer o enredo para algo mais próximo da realidade contemporânea. Assim eles levaram todos os anseios, todas as divagações filosóficas e toda a sordidez da trama para o meio da Guerra do Vietnã. O personagem mais enigmático agora seria um Coronel americano completamente enlouquecido que desaparecia no meio das entranhas da selva asiática. Assim que escreveu as últimas linhas de seu novo texto Coppola sabia que apenas um grande ator daria conta da complexidade e das nuances psicológicas desse profundo personagem. Marlon Brando, que havia brilhado em “O Poderoso Chefão”, era obviamente um nome ideal para viver o Coronel Kurtz. Após negociações complicadas finalmente Brando resolveu entrar no projeto. Para o papel do Capitão Willard, que sairia em missão pela selva, com o objetivo de encontrar Kurtz, Coppola escolheu Martin Sheen. Ambas as escolhas foram acertadas e tudo parecia correr muito bem. Mal sabia Coppola no pesadelo em que estava prestes a entrar.

As filmagens foram completamente caóticas. Logo no começo dos trabalhos o ator Martin Sheen teve uma parada cardíaca. O clima hostil das Filipinas não ajudava em nada, arrasando cenários e atrasando as filmagens, que logo estouraram o orçamento, levando o estúdio a pressionar cada vez mais o diretor. Brando relembrou em seu livro de memórias o caos reinante. Ele havia surgido no set bem acima do peso, logo entendendo os problemas que assolavam os trabalhos. Muitos membros da equipe estavam doentes com doenças tropicais e Coppola tentava de forma desesperada colocar alguma ordem naquela confusão. Brando então resolveu colaborar, participando de forma muito mais ativa do que costumava fazer. Começou a mexer no roteiro, trazendo novas idéias para o diretor. Também resolveu, por conta própria, cortar todo o cabelo, ficando completamente careca (uma decisão que se mostraria muito acertada como se pode ver depois que o filme ficou pronto). Sua intenção era criar uma imagem mítica para seu personagem, que surgiria como um Buda insano no meio da selva. Como não era um ator comum, que aceitasse scripts e roteiros sem discutir, resolveu mexer em seu personagem cada vez mais. Aconselhou Coppola a deixar Kurtz dentro de uma penumbra de mistério e sombras durante todo o filme, só surgindo de forma triunfante na cena final. Essa foi outra ótima sugestão de Brando para Apocalypse Now. De fato ele praticamente roubou o filme em seus minutos finais em um longo e conturbado monólogo – em que o ator misturou diálogos previamente escritos com pura improvisação, colocando inclusive pensamentos e devaneios de sua própria vida pessoal. Usando desse recurso Brando conseguiu produzir um de seus maiores momentos no cinema. Ele próprio reconheceria depois que Coppola era realmente um gênio pois lhe abriu espaço dentro do filme para atuar e colocar suas aptidões cênicas com total liberdade. O resultado final foi simplesmente uma das maiores obras primas da história do cinema. Um filme sensorial, sombrio e muito complexo sob qualquer ângulo que se analise.

E como toda grande obra prima o filme causou reações diversas em seu lançamento. Não era o corte ideal para Coppola, ele fez várias concessões comerciais ao estúdio que queria um filme menos profundo e complexo porém mais acessível. Mesmo assim Coppola conseguiu chegar a uma versão intermediária que agradou tanto a ele como ao estúdio (só depois de muitos anos o diretor conseguiria lançar o filme do jeito que inicialmente planejou). “Apocalypse Now” é uma notável crônica sobre a América e seu envolvimento na guerra do Vietnã, um conflito sem sentido, moldado por interesses obscuros e contraditórios. O Coronel Kurtz, brilhantemente interpretado por Marlon Brando, era um retrato do enlouquecimento não apenas de um homem perdido no meio da selva mas também um retrato da própria insanidade do envolvimento americano no Vietnã. Era a América perdendo sua própria razão e racionalidade. O resultado final de tantos talentos trabalhando juntos não poderia resultar em outra coisa. “Apocalypse Now” é uma obra de arte simplesmente magnífica.

Apocalypse Now (Apocalypse Now, Estados Unidos, 1979) Direção: Francis Ford Coppola / Roteiro: Francis Ford Coppola, John Milius, Michael Herr baseados no livro Heart of Darkness de Joseph Conrad / Elenco: Marlon Brando, Robert Duvall, Martin Sheen, Frederic Forrest, Albert Hall, Sam Bottoms, Laurence Fishburne, Dennis Hopper / Sinopse: O capitão Willard (Martin Sheen) parte em busca do paradeiro do Coronel Kurtz (Marlon Brando) que desapareceu nas entranhas da selva do Vietnã. A busca irá se transformar em um pesadelo de delírio e insanidade. Vencedor da Palma de Ouro em Cannes. Premiado com os Oscars nas categorias Melhor Fotografia e Melhor Som. Vencedor do Globo de Ouro nas categorias Melhor Direção, Melhor Ator Coadjuvante (Robert Duvall) e Melhor Trilha Sonora Original.

Pablo Aluísio.

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Vidas Sem Rumo

Mais um excelente filme com a assinatura do mestre Francis Ford Coppola. Por essa época o cineasta resolveu focar em suas obras os anseios, medos e desafios da juventude americana. Duas obras marcantes surgiram dessa fase. Esse é um deles, o outro é o clássico moderno "O Selvagem da Motocicleta". "Vidas Sem Rumo" é menos cult e menos sofisticado,  talvez por isso seja mais acessível ao grande público. Já "Rumble Fish" tinha um roteiro mais bem trabalhado, mais introspectivo. Porém na categoria revelação "Vidas Sem Rumo" vence com folga pois revelou diversos atores que se tornariam astros anos depois. Basta ler a lista do elenco para entender. Estão lá Tom Cruise (dispensa maiores apresentações), Ralph Macchio (que iria estrelar a franquia de sucesso “Karate Kid”), Patrick Swayze (que iria se tornar ídolo adolescente com filmes ao estilo “Dirty Dancing”), Emílio Estevez (irmão de Charlie Sheen, filho de Martin Sheen e estrela da franquia “Young Guys”), Rob Lowe (um dos grandes ídolos juvenis da década de 80 que viu sua carreira no cinema afundar após um escândalo sexual envolvendo menores de idade) e Matt Dillon (que também iria brilhar em “O Selvagem da Motocicleta”). Curiosamente o elenco seria encabeçado por um ator que não conseguiu trilhar o mesmo caminho de sucesso dos demais membros do elenco, C. Thomas Howell.

O roteiro novamente era baseado em um livro de autoria de S.E. Hinton. Essa autora sempre teve como tema principal a vida dos jovens, seus anseios, suas inseguranças e suas lutas. Aqui ela conta a estória de violência envolvendo os irmãos Johnny (Ralph Macchio) e Ponyboy (C. Thomas Howell) que sofrem um ataque violento cometido por uma gangue de jovens marginais. Durante a agressão, para se defender, Ponyboy acaba matando um dos agressores, o que acaba desencadeando uma série de rixas e revanches entre duas gangues rivais que infestam as ruas das grandes cidades. O tom de “Vidas Sem Rumo” é de desesperança completa. Como o próprio título nacional revela, os jovens que passeiam pela tela são garotos sem qualquer futuro pela frente. Filhos de famílias pobres, muitas vezes desestruturadas, tudo o que lhes restam é entrar em alguma gangue das redondezas em busca de proteção (as ruas são verdadeiras selvas) e dinheiro (pequenos e grandes delitos que acabam rendendo alguns trocados para os membros desses grupos). O filme foi rodado em 1983 e de lá pra cá a situação só piorou, principalmente nos EUA onde os subúrbios das grandes cidades são completamente dominados por essas coletividades de marginais precoces. Coppola aqui mostra o beco sem saída em que se encontra a maior parte da juventude de seu país. O filme foi produzido pela Zoetrope Studios – de propriedade do próprio diretor – e com problemas de distribuição, por ser uma filme praticamente independente, não rendeu uma boa bilheteria. Só foi redescoberto depois quando lançado no mercado de vídeo VHS. O elenco cheio de astros certamente ajudou na promoção pois quando a fita finalmente chegou nas locadoras todos os atores que faziam parte de seu elenco já tinham suas famas consolidadas entre o público. De qualquer modo fica a dica. Não há como negar que “Vidas Sem Rumo” seja um Coppola menor, pouco conhecido, mas muito bom. Um olhar mais do que brilhante desse grande cineasta sobre as vidas sem rumo de seus personagens perdidos na vida.

Vidas Sem Rumo (The Outsiders, Estados Unidos, 1983) Direção: Francis Ford Coppola / Roteiro: Kathleen Rowell baseado na obra de S.E. Hinton / Elenco: C. Thomas Howell, Matt Dillon, Ralph Macchio, Tom Cruise, Rob Lowe, Patrick Swayze, Emilio Estevez / Sinopse: Jovens são alvos de uma gangue rival durante um assalto. A morte de um dos agressores acaba desencadeando uma série de rixas, rivalidades e violência que explodem pelas ruas.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

O Homem Que Fazia Chover

Poucos gostos são tão amargos quanto o da injustiça. Só quem foi injustiçado em sua vida sabe o que sente e o quanto dói passar por isso. O pior é quando a injustiça vem do sistema judiciário que foi criado justamente para evitar isso. "O Homem Que Fazia Chover" é o último grande filme da carreira de Francis Ford Coppola. Hoje em dia o grande mestre está mais empenhado em fazer fortuna com sua vinícola do que em produzir grandes obras primas. Esporadicamente ele lança um ou outro pequeno filme no mercado, muitas vezes indo direto para o mercado de vídeo mas na época em que dirigiu "O Homem Que Fazia Chover" ainda estava em plena forma, num pico de criatividade artística admirável. A trama mostra o primeiro caso da vida de Rudy Baylor (Matt Damon), jovem advogado recém saído da faculdade. Ele é contratado por um casal para defender os interesses de seu pequeno filho que sofre de Leucemia e precisa de dinheiro para se submeter a uma cirurgia de transplante de medula óssea. O problema é que a seguradora que administra o plano de saúde do garoto simplesmente não aceita pagar por esse procedimento. Rudy então terá que lutar como um titã para ganhar a ação e salvar a vida do garoto que está com os dias contados caso não realize a cirurgia. A trama é baseada no livro de John Grisham, autor consagrado de best sellers cujos livros já renderam excelentes filmes. Advogado de profissão ele conhece como poucos as trilhas sinuosas do sistema judiciário americano.

A essência do filme é mostrar a luta de um idealista advogado contra o poder econômico da empresa de seguros que fará de tudo para não pagar as despesas do garotinho doente. É cruel mas é a mais pura verdade - inclusive no Brasil onde esse tipo de situação tem se tornado comum nos tribunais. Eu realmente fico pasmo com a falta de humanidade de certos setores e empresas que se recusam, muitas vezes sem base legal nenhuma, a arcar com procedimentos caros e custosos. O pior é saber que dentro dos atalhos da lei e do poder judiciário existe a possibilidade de algo assim sair impune, sem salvação para os que estão doentes em estado de necessidade. Até que ponto vai a desumanidade dos executivos dessas empresas? Será que conseguem mesmo dormir à noite? Não possuem a menor consciência que seus atos são errados e colocam em risco a vida de muitas pessoas doentes? Eu nunca canso de me surpreender com a falta de caráter desse tipo de gente. Francis Ford Coppola, como sempre, dá show de direção. O filme tem um clima de sordidez fria que gela o sangue. Quem já teve a oportunidade de participar de alguma ação judicial vai se identificar. É um ambiente muitas vezes sórdido onde empresas poderosas defendem seus interesses escusos com pleno apoio dos magistrados - muitos deles corrompidos. E o cidadão onde fica nisso? Fica oprimido, sem chances de ver a justiça sendo feita. Roteiro, atuações e argumentos provam que quando quer Francis Ford Coppola é realmente um gênio na arte de dirigir. Uma produção que faz refletir e pensar sobre os descaminhos que um cidadão pode enfrentar ao tentar alcançar a justiça pelos meios oficiais. 

O Homem Que Fazia Chover (The Rainmaker, Estados Unidos, 1997) Direção: Francis Ford Coppola / Roteiro: Francis Ford Coppola baseado no livro de John Grisham / Elenco: Matt Damon, Danny DeVito, Claire Danes, Jon Voight, Mary Kay Place, Dean Stockwell, Teresa Wright, Virginia Madsen, Mickey Rourke / Sinopse: Advogado recém formado luta contra uma poderosa seguradora que se recusa a pagar o que deve para que a família de um jovem doente realize um tratamento médico do qual sua vida depende. Indicado ao Globo de Ouro de Melhor Ator Coadjuvante pela atuação de Jon Voight.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Drácula de Bram Stoker

Drácula de Bram Stoker (1847 - 1912) é um clássico absoluto da literatura de terror. Publicado originalmente em 1897 o livro é considerado o marco zero na mitologia moderna sobre vampiros. Obviamente que a lenda sobre vampirismo atravessou séculos mas foi Stoker, com raro brilhantismo, que conseguiu unir seus principais elementos em um texto único, extremamente bem trabalhado e rico em detalhes e nuances que anos depois seria usado exaustivamente pela sétima arte. O que fez o genial Stoker foi reunir em um só romance as lendas, os mitos e até as histórias reais (como a da Condessa Isabel Bathory) para criar um personagem singular, um Conde que esconde uma maldição secular em seu castelo sombrio. Foi justamente com a intenção de ser o mais fiel possível a essa obra que Francis Ford Coppola realizou sua versão de Drácula em 1992. Considerado por muitos como a obra definitiva sobre o personagem o filme ainda hoje impressiona por sua brilhante direção de arte, seu clima soturno e o excelente trabalho do roteiro em mostrar um lado até então pouco explorado em todos os filmes sobre Drácula: o aspecto mais romântico da personalidade do Conde. De fato seu maior fardo é a sua dor pela perda de sua amada, dor essa que atravessa os séculos, tornando-se o verdadeiro martírio do monstro. Ao explorar esse aspecto o filme traz uma carga humana muito intensa ao personagem, tornando tudo muito mais real e visceral.

Passados 20 anos de seu lançamento ouso dizer que Drácula foi a última grande obra prima do mestre Coppola. É uma constatação penosa, haja visto que sem dúvida ele foi um dos cineastas mais brilhantes de Hollywood. Seu grande trabalho aqui se revela na escolha do elenco ideal (Gary Oldman personifica as várias faces do vampiro de forma maravilhosa), no uso correto e pontual de ótimos efeitos especiais (todos recriando uma oportuna atmosfera Vitoriana) e na fidelidade ao texto original. O resultado de tanto talento se vê nas telas de forma grandiosa. Ao custo de 40 milhões de dólares o filme demonstra ter todas as peças perfeitamente encaixadas, resultando em um trabalho magnífico, uma obra de arte realmente. O velho Stoker certamente ficaria orgulhoso.

Drácula de Bram Stoker (Dracula, Estados Unidos, 1992) Direção: Francis Ford Coppola / Roteiro:  James V. Hart baseado na obra de Bram Stoker / Elenco: Gary Oldman, Winona Ryder, Anthony Hopkins, Keanu Reeves, Richard E. Grant, Billy Campbell, Sadie Frost, Tom Waits, Monica Bellucci / Sinopse: Jonathan Harker (Keanu Reeves) vai a um distante e isolado castelo com a missão de vender uma propriedade a um estranho e recluso Conde chamado Drácula (Gary Oldman). Ao ver o retrato de sua amada o monstro fica admirado com a semelhança com sua antiga paixão, uma jovem falecida há muitos séculos. Não tardará para que o Conde vá ao seu encontro.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Tetro

Francis Ford Coppola sempre viveu seu trabalho intensamente no mundo do cinema. Via de regra bancava seus próprios filmes nas décadas de 70 e 80, isso lhe trouxe grandes prejuízos financeiros pois nem sempre suas idéias cinematográficas caíam no gosto do grande público. Após vários filmes mal recebidos o diretor resolveu aplicar seu dinheiro em outro tipo de negócio, uma vinícola. Sua incursão no mercado de vinho deu tão certo que o diretor voltou a novamente ser um homem rico e estabilizado. Claro que sua paixão pelo cinema não acabou. Agora ele procura realizar seus filmes com orçamentos mais modestos, em locações mais econômicas. Ele ainda banca suas produções mas agora com os pés no chão. É o caso desse pequeno filme chamado Tetro. Rodado na Argentina, por questões financeiras e incentivo do governo local, Tetro é um novo olhar desse velho cineasta que apesar da idade ainda continua intrigante e provocativo. Como disse em sua entrevista, Coppola agora só dirige projetos em que acredita totalmente. Claro que por se tratar de um grande diretor como esse eu não perderia a chance de ver seu novo trabalho. Tetro é um pouco acima da média dos filmes atuais mas bem abaixo do legado do mestre.

O maior problema de Tetro é seu roteiro truncado demais. A trama em si é simples e começa bem. Em certos momentos a complicada relação entre irmãos me lembrou muito "O Selvagem da Motocicleta" (ainda mais pelo uso da fotografia preto e branco) mas o filme é bem abaixo desse clássico juvenil dos anos 80. O filme não engrena e o desfecho final é muito decepcionante pois a solução encontrada para chocar o espectador lembra o estilo folhetinesco das novelas latinas. Será que o cineasta ficou encantado com a dramaturgia das novelas latino-americanas? É possível.  O elenco está bem porém não há nenhum grande talento em cena. Vincent Gallo não apresenta uma grande interpretação, na maioria das vezes ele se limita a ficar sorumbático em cena, para em outras tentar passar simpatia e paixão. Já Alden Ehrenreich, seu irmão mais novo, também não é muito convincente (eu achei ele parecidíssimo com Leonardo Di Caprio quando era mais jovem, principalmente em certas cenas do filme). O grande ator em cena é Klaus Maria Brandauer mas ele pouco aparece (apenas em flashbacks rápidos que não acrescentam muito). Enfim, Tetro não é bom a ponto de figurar entre os grandes filmes de Coppola. No fundo não passa de um dramalhão, só faltou o Carlos Gardel para cantar um tango no final.

Tetro (Argentina, Estados Unidos, 2009) Direção: Francis Ford Coppola / Roteiro: Francis Ford Copppla, Maurício Kandun / Elenco:  Vincent Gallo, Alden Ehrenreich, Maribel Verdú,  Silvia Pérez,  Rodrigo De la Serna, Erica Rivas / Sinopse: As lutas, brigas e eventos que ligam dois irmãos na Argentina de ontem e hoje.

Pablo Aluísio. 

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Twixt

Que Francis Ford Coppola é um dos grandes cineastas de nosso tempo acredito que ninguém tenha dúvidas. Que ele relegou sua carreira ao segundo plano para se tornar um empresário bem sucedido no ramo de vinhos também. O maior exemplo disso é esse estranho e bizarro filme "Twixt". Uma produção de complicada classificação. Não é necessariamente um filme de terror e nem tampouco um drama existencial. Coppola disse em entrevistas ter tido a idéia do filme em sonhos e pesadelos que teve, realmente faz sentido. "Twixt" não tem um roteiro convencional. Ele alterna sonhos, visões, pesadelos e realidade em uma mesma linha temporal. Confuso? Em certo sentido sim. Certa vez Coppola afirmou que após o sucesso de sua vinícola iria realizar apenas os projetos de que gostasse, sem a pressão dos estúdios. Complicado mesmo é entender porque ele escolheu algo assim, um projeto tão sui generis para retornar às telas. O filme não se parece com nada do que ele tenha feito antes, é disperso, sem foco e com ares de existencialismo. Uma produção muito barata (sete milhões de dólares de orçamento) que usa e abusa de cenários digitais, alguns pouco convincentes. 

A trama se resume em acompanharmos um escritor fracassado, Hall Baltimore (Val Kilmer), que vai até uma cidadezinha do interior tentar vender alguns exemplares de seu último livro, um pulp fiction sobre bruxas. Com problemas de alcoolismo o escritor acaba ficando intrigado com a história de um velho hotel da região, aonde teria ocorrido um assassinato em massa de crianças. O local se encontra fechado e abandonado e havia sido ponto de parada do famoso escritor Edgar Allan Poe em tempos passados. Pressionado pelo seu editor para escrever um novo livro, Hall resolve usar as histórias do local como fonte de inspiração mas começa a confundir realidade com visões e sonhos que tem com as crianças que foram mortas no local. Coppola assim desfila na tela uma variedade de subtramas (como a morte acidental da filha do escritor) em um roteiro com pouco foco, confuso e sem direção. O uso excessivo de ambientações digitais também incomoda, embora algumas sequências sejam bonitas do ponto de vista estético. O diretor também não se furta em colocar Edgar Allan Poe como um personagem ativo na trama (tal como aconteceu recentemente com "O Corvo"). Em conclusão "Twixt" é um filme menor e estranho na importante filmografia do diretor. Para quem já fez obras grandiosas como "O Poderoso Chefão", "Twixt" soa muito amador e sem importância. Talvez venha a encontrar seu público, quem sabe. Para o conjunto de sua obra porém o filme não passa de uma simples nota de rodapé.  

Twixt (idem, Estados Unidos, 2011) Direção: Francis Ford Coppola / Roteiro: Francis Ford Coppola / Elenco: Val Kilmer, Bruce Dern, Ben Chaplin / Sinopse: um escritor fracassado, Hall Baltimore (Val Kilmer), que vai até uma cidadezinha do interior tentar vender alguns exemplares de seu último livro, um pulp fiction sobre bruxas. Com problemas de alcoolismo o escritor acaba ficando intrigado com a história de um velho hotel da região, aonde teria ocorrido um assassinato em massa de crianças. O local se encontra fechado e abandonado e havia sido ponto de parada do famoso escritor Edgar Allan Poe em tempos passado. Pressionado pelo seu editor para escrever um novo livro, Hall resolve usar as histórias do local como fonte de inspiração mas começa a confundir realidade com visões e sonhos que tem com as crianças que foram mortas no local.  

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 15 de março de 2012

O Poderoso Chefão

Nesse ano "O Poderoso Chefão" completa 40 anos. Um dos grandes clássicos da história do cinema americano o filme segue inspirando cineastas e conquistando novas gerações. Baseado na obra imortal do escritor Mario Puzo o filme resistiu muito bem ao tempo mesmo revendo nos dias atuais sob uma ótica mais contemporânea. E pensar que o projeto quase foi arquivado pela Paramount por achá-lo fora de moda e sem chances de trazer grande retorno de bilheteria. Apenas a persistência pessoal do produtor Robert Evans salvou o filme, pois insistiu muito na idéia de trazer do papel para a tela a saga da família Corleone. Até a escalação do elenco gerou brigas internas dentro do estúdio. A simples menção do nome de Marlon Brando já causava arrepios na direção da Paramount. O ator era considerado naquele momento um astro decadente que havia arruinado sua carreira com brigas e confusões nos sets de filmagens pelos quais passou. Além de seu temperamento imprevisível Brando já não era mais visto como sinônimo de bilheteria há muito tempo pois suas últimas produções tinham se tornado grandes fracassos de público e crítica. 

A Paramount definitivamente não queria nem ouvir falar no nome do ator. Foi Evans que comprou a briga e apostou em Brando novamente. Ele inclusive teve que se passar por uma verdadeira humilhação para um nome de seu porte: fazer um teste de câmera para o papel, algo só destinado para novatos e inexperientes atores em começo de carreira. Como estava desesperado para voltar ao primeiro time Brando topou a situação, encheu as bochechas de algodão e mostrou sua visão pessoal de Vito Corleone para os chefões do estúdio. O resultado veio logo após quando todos ficaram maravilhados com o resultado. Certamente não havia mais dúvida e Brando foi contratado. Visto hoje em dia o filme se mostra muito atual e resistente ao tempo. Um de seus trunfos vem justamente da brilhante interpretação de Brando. Como conta em seu livro o ator não interpretou Corleone como um facínora e criminoso mas apenas como um pai de família que fez o que tinha que ser feito para proteger seus filhos. Brando inclusive chega a afirmar que Corleone seria mais ético e honesto do que muito executivo de multinacional que coloca os interesses de sua empresa acima do bem comum de todos. Sua postura de respeito com o personagem se mostrou muito acertada. No final todos ficaram gratificados. 

"O Poderoso Chefão" que foi realizado ao custo de meros seis milhões de dólares rendeu mais de trezentos milhões em bilheteria. Além disso foi premiado com os Oscars de Melhor Ator (Marlon Brando), Melhor Filme e Roteiro Adaptado e foi indicado aos de Ator Coadjuvante (James Caan, Robert Duvall e Al Pacino), Figurino, Direção, Edição, Trilha Sonora e Som. Um êxito sem precedentes. O Oscar de melhor ator para Marlon Brando aliás foi recusado por ele por causa do tratamento indigno que o cinema americano dava aos povos indígenas. O ator mandou uma atriz interpretar uma jovem índia na noite de entrega do prêmio, fato que causou muitas reações, inclusive de membros da Academia como John Wayne que quis entrar no palco para acabar com aquilo que em sua visão era uma "verdadeira palhaçada"! Quem pode entender os gênios como Brando afinal? Enfim escrever sobre "The Godfather" é secundário. O mais importante mesmo é assistir a essa grande obra prima de nosso tempo.  

O Poderoso Chefão (The Godfather, Estados Unidos, 1972) Direção: Francis Ford Coppola / Roteiro: Francis Ford Coppola, Mario Puzo / Elenco: Marlon Brando, Al Pacino, James Caan, John Cazale, Richard Conte, Robert Duvall, Diane Keaton. / Sinopse: "O Poderoso Chefão" conta a saga de uma família de imigrantes italianos liderados pelo grande patriarca Dom Vito Corleone (Marlon Brando).  

Pablo Aluísio.

domingo, 16 de outubro de 2011

10 Curiosidades sobre Francis Ford Coppola

10 Curiosidades sobre Francis Ford Coppola

 1. No total foi indicado mais de 80 vezes em prêmios diversos do cinema ao redor do mundo

2. Venceu o Oscar de Melhor Direção por "O Poderoso Chefão II" e o Prêmio Irving G. Thalberg dado pela Academia pelo conjunto da obra em 2011.

 3. Foi mais premiado como roteirista pelo Oscar do que como diretor. Ao todo venceu dois prêmios na categoria Roteiro - com "O Poderoso Chefão" e "Patton"

 4. Produziu 73 filmes ao longo da carreira, dirigiu 34 e escreveu 27 roteiros

 5. Embora poucos saibam ele também foi ator, aparecendo nos filmes "Desafiando a Morte" e "Obsessão de Matar"

 6. Sua produtora, a Zoetrope, foi por três vezes à falência em 20 anos. Cansado dos problemas financeiros Coppola resolveu fechá-la definitivamente nos anos 90 mas manteve a marca em alguns de seus filmes seguintes.

 7. Ao invés de investir em estúdios de cinema passou a usar seu dinheiro numa bem sucedida vinícola na Califórnia, a Francis Ford Coppola Winery localizada em Napa Valley.

 8. É pai da diretora e atriz Sofia Coppola e tio de Nicolas Cage.

 9. Seu último filme foi "Virgínia" em 2011.

 10. Começou a carreira realizando pequenas obras de terror como "Sombras do Terror" e "Dementia 13".

Pablo Aluísio.

sábado, 2 de janeiro de 2010

O Selvagem da Motocicleta

Um dos melhores filmes já feitos sobre delinquência juvenil e isso não é pouco já que existem clássicos absolutos sobre o tema (vide O Selvagem, Juventude Transviada e Vidas Amargas, entre outros). Coppola novamente dá show de direção com imagens inovadoras em cada cena (o filme tem tiradas ótimas como os peixes coloridos em um filme totalmente preto e branco e as nuvens marcando a passagem do tempo etc). Embora seja estrelado pelo ídolo dos anos 80, Matt Dillon, quem se destaca mesmo, com uma interpretação a la Actors Studio, é Mickey Rourke.

Interpretando um personagem chamado apenas de "Motorcycle Boy", Rourke desfila todo seu talento, mostrando um jovem sem perspectivas, melancólico, introspectivo e completamente cool. Na época de lançamento do filme foi comparado aos grandes ídolos do passado como Marlon Brando e James Dean. Outro destaque fica com Dennis Hooper, fazendo um pai ausente, com problemas de alcoolismo e totalmente fracassado. Diane Lane, muito jovem e linda, e Nicolas Cage (com vasta cabeleira) completam o talentoso grupo de atores e de quebra demonstram como o tempo muda as pessoas. A trilha sonora é de Stewart Copeland, do The Police, o que traz uma ótima atmosfera própria para o filme.

O Selvagem da Motocicleta (Rumble Fish, Estados Unidos, 1983) Direção: Francis Ford Coppola / Roteiro: Francis Ford Coppola, S. E. Hinton / Trilha Sonora: Stewart Copeland / Elenco: Matt Dillon, Mickey Rourke, Diane Lane, Dennis Hopper, Diana Scarwid, Vincent Spano, William Smith, S. E. Hinton, Sofia Coppola, Chris Penn, Michael Higgins, Nicolas Cage, Tom Waits, Laurence Fishburne / Sinopse: Jovem motoqueiro desiludido (Mickey Rourke) tenta ajudar seu irmão e seu pai após se tornar um ícone dos jovens moradores do local.

Pablo Aluísio.