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terça-feira, 15 de agosto de 2023

Asteroid City

Asteroid City
Existem pessoas que amam o cinema de Wes Anderson e outros que odeiam. Não parece haver meio termo. Bom, eu fico nesse espaço, nem idolatro e nem esculacho. Primeiro vejo o filme. Alguns gostei, outros não. Normal. O problema é que esse aqui se enquadra nos filmes chatos e absurdamente pretensiosos do Wes Anderson. E coloca chato nisso! Que filme irritante! As cenas não parecem seguir uma lógica narrativa, não muito bem delimitada. O roteiro tenta recriar a mente de um escritor de teatro que está montando sua nova peça. Ele só tem alguns elementos definidos, nada muito claro ou coerente. E o filme vai nessa mesma linha. Tem, em vários momentos, a iniciativa de tentar um humor baseado na fina ironia. Ok, tudo bem. Entretanto devo dizer... é um tipo de humor dos mais chatos que já vi na minha vida. Ruim demais até mesmo para chegar ao final do filme. Wes Anderson está afundado em sua própria egotrip. Essa é a verdade! 

Ao que tudo indica, a constante babação da crítica americana em relação aos seus filmes subiu à cabeça de Wes Anderson. Ele perdeu os limites, as estribeiras. Como tudo que faz é recebido pela crítica especializada como a segunda vinda do Messias, ele chegou na conclusão que pode fazer qualquer coisa que os elogios descabelados virão. E todo mundo vai ficar muito intrigado, satisfeito, mesmo que vários deles não tenham entendido nadica de nada. Pura tolice. O filme é ruim, não tem como negar. Eu achei o mais irritante de sua filmografia. No fim do primeiro ato já pensava em abandonar o filme no meio do caminho. Foi um verdadeiro sacrifício chegar ao fim. Os cacoetes cults de Wes Anderson atingiram os picos do Everest aqui. Masturbação completa de seu ego! O diretor está absolutamente deslumbrado consigo mesmo. Seria bom voltar para o Planeta Terra e parar de encher tanto o nosso saco! 

Asteroid City (Estados Unidos, 2023) Direção: Wes Anderson / Roteiro: Wes Anderson, Roman Coppola / Elenco: Jason Schwartzman, Scarlett Johansson, Tom Hanks, Edward Norton, Bryan Cranston / Sinopse: Um grupo de pessoas aleatórias, que não possuem nada em comum, vão parar no meio de uma pequena cidade do deserto chamada Asteroid City. 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 19 de outubro de 2022

A vida em espera

Esse filme traz uma história, no mínimo, fora do comum. Conta a história de um advogado que, cansado da rotina e do trabalho, um dia decide literalmente sair de sua própria vida social. Ele se esconde em um sótão em cima de uma garagem de sua própria casa e fica ali, escondido, passando a ver toda a sua família interagindo sem a sua presença. Vira uma espécie de voyeur social. Essa posição interessante traz algumas indagações filosóficas a quem assiste. Entretanto, o que me vem na mente é uma pergunta simples. Será que uma história desse tipo sustenta um longa-metragem? Será que um filme que conta com uma temática tão inusitada vai realmente prender a atenção do espectador até o final? Eu particularmente me interessei pelo filme, embora ache que em alguns momentos o roteiro vai se perdendo em sua proposta inicial. 

O confinamento do personagem em grande parte do filme em um único ambiente, pode tornar essa história um pouco cansativa para a maioria das pessoas. No meu caso, a questão filosófica que existe por trás dessa história até que me manteve interessado nesses acontecimentos. Só acredito que o final realmente seja muito decepcionante. O roteiro poderia radicalizar, adotando posições extremas. Ir até o fundo do poço ou do abismo social, como podemos perceber. Mas o final se revela inconclusivo, abrupto, frouxo, covarde e sem muito sentido. Muita gente vai chegar na última cena e quando os letreiros finais subirem vai se perguntar: e daí?

A vida em espera (Wakefield, Estados Unidos, 2016) Direção: Robin Swicord / Roteiro: E.L. Doctorow, Robin Swicord / Elenco: Bryan Cranston, Jennifer Garner, Victoria Bruno / Sinopse: Um profissional liberal decide largar tudo, a família, o trabalho, a vida social e passa a se esconder em um sótão. Qual seria o sentido por trás disso?

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 10 de outubro de 2018

Conexão Escobar

Considero um filmão mesmo. Tudo o que se vê na tela foi baseado na história real de Robert Mazur (Bryan Cranston), um agente americano infiltrado no Cartel de Medellín. Ele era um mestre em contabilidade, com especialização em lavagem de dinheiro. Ora, nessa época o Cartel comandado por Pablo Escobar estava faturando alto com o tráfico internacional de drogas, saindo da Colômbia para os Estados Unidos. Com tanto dinheiro jorrando era necessário alguém para "legalizar" essa fortuna ilegal. Coube a Robert essa função. Claro que ao se infiltrar na quadrilha ele acaba testemunhando todos os tipos de crimes e também as personalidades dos principais chefões do tráfico. É um filme bem realista, mostrando a verdade sobre tudo o que aconteceu, sem tentar romantizar a vida dos criminosos. Além do bom roteiro ainda temos uma ótima atuação de  Bryan Cranston. Papel muito adequado, ainda mais para ele que se tornou famoso ao estrelar a série "Breaking Bad", que também tinha como tema o submundo do comércio ilegal de vendas de drogas.

No final ficamos sabendo de muitos detalhes, dos políticos corruptos, do modo de operação do grupo de Pablo Escobar e também do chamado Lado B do mundo do crime, aquele em que se tenta lavar imensas somas de dinheiro que vinham dos Estados Unidos, o maior mercado consumidor de drogas do mundo. Além de funcionar como cinema de boa qualidade o filme também pode ser visto como uma verdadeira reportagem investigativa, mostrando o que poucos conheciam até então.

Conexão Escobar (The Infiltrator, Estados Unidos, 2016) Estúdio: Paramount Pictures / Direção: Brad Furman / Roteiro: Ellen Sue Brown / Elenco: Bryan Cranston, John Leguizamo, Diane Kruger, Yul Vazquez, Benjamin Bratt, Elena Anaya / Sinopse: O filme conta a história de um agente do DEA infiltrado no maior cartel de tráfico de drogas do mundo durante os anos 80. História baseada em fatos reais.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 2 de julho de 2018

A Melhor Escolha

Esse filme vai falar mais fundo ao povo dos Estados Unidos, em especial aos familiares que perderam entes queridos nas diversas guerras que o país se envolveu nesses últimos anos. É a história de três veteranos da guerra do Vietnã que se reencontram muitos anos depois. Claro que o tempo colocou cada um deles em caminhos diferentes na vida, mas eles voltam a se reunir justamente para o enterro do filho de um deles, um rapaz morto na ocupação do Iraque. Larry 'Doc' Shepherd (Steve Carell) é o pai do jovem soldado morto. Ele resolveu procurar por Sal Nealon (Bryan Cranston), velho amigo dos fuzileiros, para que ele ajude no enterro de seu filho. Ao contrário de Doc que é um sujeito introvertido, Sal é pura extroversão. Dono de um pequeno bar, ele fala pelos cotovelos. Mulherengo e expansivo, é um bom contraponto ao antigo colega de farda.

O último a se juntar ao trio é Richard Mueller (Laurence Fishburne). Na época da guerra do Vietnã ele era um soldado que gostava de jogar cartas e mulheres de bordel. Agora, passados tantos anos, virou pastor de uma pequena igreja de sua cidade. O passado ele quer deixar para trás, mas os antigos companheiros do serviço militar surgem para trazer tudo de volta. O roteiro se desenvolve assim, com os três amigos indo para o funeral do jovem fuzileiro. O choque de personalidades entre eles é o grande fator dramático explorado pelo roteiro. No geral achei um filme com narrativa bem convencional. A única coisa fora do comum é a atuação do ator Steve Carell que deixou a comédia de seus filmes anteriores para abraçar um papel bem de acordo com a proposta do enredo. Então é isso, basicamente um filme sobre o funeral de um soldado, filho de outro soldado, que tenta superar os traumas de um passado no campo de combate.

A Melhor Escolha (Last Flag Flying, Estados Unidos, 2017) Direção: Richard Linklater / Roteiro: Richard Linklater, Darryl Ponicsan/ Elenco: Bryan Cranston, Laurence Fishburne, Steve Carell, J. Quinton Johnson / Sinopse: O filme conta a história de três veteranos de guerra que voltam a se reunir após muitos anos. Eles seguem juntos para o enterro de um jovem fuzileiro naval, filho de Doc, um dos veteranos do Vietnã.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 12 de abril de 2017

Dinheiro Sujo

O filme começa mostrando a rotina dessa jovem mãe chamada Chloe (Alice Eve, muito bonita). Ela cria a filha sozinha, no limite do possível, trabalhando e morando em um motel de beira de estrada. A curadora da infância está no pé dela pois aquele definitivamente não é um ambiente para se criar uma garotinha. O problema é que Chloe não tem dinheiro para alugar uma casa ou um apartamento em outro lugar. A vida é dura. A maioria dos que frequentam o motel são prostitutas e seus clientes, o que significa que de vez em quando há confusões e brigas dentro dos apartamentos. Uma noite chega para se hospedar um estranho sujeito conhecido como Topo (Bryan Cranston), um homem de poucas palavras. Ele parece ter problemas de visão, porém não deixa o jeito misterioso de ser. Ele se hospeda em um dos quartos. Seu parceiro aluga outro, mas acaba no meio de uma enorme confusão com uma garota de programa.

Topo e seu partner são criminosos que precisam levar um "pacote" para uma quadrilha, só que na confusão com a garota que o sujeito levou para o quarto tudo se complica. Ele é esfaqueado, a garota morre com um tiro no peito e a polícia chega. Topo precisa sair dali para continuar sua tarefa, mas a polícia acaba levando o carro apreendido, com toda a grana dentro. A pobre Chloe acaba assim no meio do caos, ao ser levada como refém. Tanta coisa assim acontece apenas nos trinta minutos iniciais de filme, depois começa um jogo mortal em busca do dinheiro que Topo precisa entregar para sua quadrilha, com direito a mortes, acerto de contas e traições. Gostei bastante desse thriller policial, principalmente pelo roteiro eficiente que nunca deixa o ritmo cair. Há sempre uma situação de tensão no ar e a duração certa do filme (com pouco mais de 80 minutos) prende a atenção do espectador, do começo ao fim, sem momentos de tédio ou aborrecimento. Como não poderia deixar de ser o grande destaque no elenco vai para Bryan Cranston, o Walter White de "Breaking Bad". Ele interpreta esse criminoso frio que está ficando quase que completamente cego. Mesmo assim ele precisa entregar o "pacote" para o filho do chefão da quadrilha onde presta "serviços". Outro destaque vai para a gatinha Alice Eve, que mais parece a irmã mais velha de Sarah Jones. Sua personagem, uma sofrida mãe que cria a filha sozinha, não é tão inocente e frágil como se pensa. Então é isso, um bom filme policial onde todos estão do lado errado da lei. Vale conferir.

Dinheiro Sujo (Cold Comes the Night, Estados Unidos, 2013) Direção: Tze Chu / Roteiro: Tze Chun, Oz Perkins / Elenco: Bryan Cranston, Alice Eve, Ursula Parker, Logan Marshall-Green  / Sinopse: Chloe (Eve), a funcionária de um motel, cai nas mãos de um perigoso criminoso, Topo (Cranston), que precisa recuperar o dinheiro de sua quadrilha após a polícia levar o carro onde estava todo a grana dos criminosos que ele deveria entregar.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

O Vingador do Futuro

Esse filme já foi lançado há algum tempo, mas até agora nunca tinha assistido. Ontem acabei conferindo. O que me levou a vê-lo foi o fato de que esse roteiro foi adaptado do livro "We Can Remember It for You Wholesale" de Philip K. Dick. Já havia sido filmado antes com Arnold Schwarzenegger em 1990. Assim esse novo é um remake, dessa vez estrelado por Colin Farrell e dirigido por Len Wiseman. Bom, como se trata de uma ficção era realmente de se esperar que novos efeitos especiais, bem mais avançados, se tornassem um dos grandes atrativos da produção. E realmente eles são excelentes. O interessante é que a colônia onde mora o protagonista, um operário chamado Douglas Quaid, me fez lembrar até mesmo das favelas do Rio de Janeiro. É bem nítido que essa foi a intenção dos responsáveis pelo design do filme. Claro, é uma favela high tech, porém ainda uma favela.

Nesse mundo onde Quaid vive só existem dois países restantes: um representando a Inglaterra, como a Metrópole, e outra a colônia, Austrália. Todos os dias Quaid e outros trabalhadores literalmente atravessam o planeta para ir trabalhar em uma Londres suja, escura e pós-apocalíptica. E como toda relação envolvendo colonialismo há uma clara tensão entre os dois polos, um de exploração e o outro de exaustão. É um mundo controlado por um regime autoritário que é combatido por rebeldes. Quaid pensa ser apenas um trabalhador comum, mas ele está enganado. Ao fazer uma visita a uma empresa chamada Total Recall ele acaba descobrindo que sua memória fora apagada e que ele na realidade é um agente federal infiltrado entre os rebeldes. A partir desse ponto o filme não para um só segundo, com ação desenfreada. Esse aliás é um dos pontos que achei mais negativo desse remake. Com tantas boas ideias de Dick a se explorar tudo acaba se resumindo em confrontos violentos entre o regime e a rebelião. Os soldados inclusive em lembraram das tropas imperiais de "Star Wars". É um confronto atrás do outro, sem pausa. Embora com ótima produção e muitos efeitos digitais de última geração esse novo "Vingador do Futuro" é meio decepcionante justamente pela insistência de ganhar o espectador apenas pela violência e ação. Faltou sutileza e paciência para explorar o mundo imaginado por esse excelente autor de ficção científica. 

O Vingador do Futuro (Total Recall, Estados Unidos, 2012) Direção: Len Wiseman / Roteiro: Kurt Wimmer, Mark Bomback / Elenco: Colin Farrell, Bryan Cranston, Kate Beckinsale, Jessica Biel / Sinopse: Homem comum, operário da Metropóle, descobre que sua vida é uma grande mentira, pois na verdade ele é um agente duplo infiltrado entre rebeldes para destruir os opositores de um regime ditadorial do futuro. Filme premiado pela Alliance of Women Film Journalists.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 11 de outubro de 2016

Conexão Escobar

Título no Brasil: Conexão Escobar
Título Original: The Infiltrator
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Brad Furman
Roteiro: Ellen Sue Brown
Elenco: Bryan Cranston, John Leguizamo, Diane Kruger, Yul Vazquez, Benjamin Bratt, Elena Anaya
  
Sinopse:
Durante a década de 1980 o DEA (Departamento de combate ao tráfico de drogas dos EUA) resolveu infiltrar dois agentes dentro da conexão internacional do Cartel de Medellín na Flórida. Essa organização criminosa estava na época importando para as principais cidades americanas toneladas de cocaína, praticamente dominando todo o mercado do país. O principal membro infiltrado da polícia era o agente Robert Mazur (Bryan Cranston), que se passava como especialista em lavagem de dinheiro. O filme narra parte da operação que foi montada.

Comentários:
Esse filme foi baseado no livro de memórias do agente Robert Mazur que participou de uma ampla operação de infiltração dentro do Cartel de Medellín na década de 80. O objetivo era não apenas prender os chefes do tráfico como também os banqueiros que recebiam todos os valores ilícitos em forma de depósitos, devidamente desviados para paraísos fiscais com o objetivo de lavar o dinheiro obtido nas atividades criminosas, usando para isso o sistema financeiro internacional. O personagem de Bryan Cranston era um elo vital nessa conexão porque ele se apresentava como um verdadeiro gênio da contabilidade, com ampla experiência em lavar o dinheiro do Cartel. Para isso foi se infiltrando aos poucos dentro da organização, se tornando amigo de figuras importantes, conquistando suas confianças. Um trabalho minucioso, exaustivo e obviamente bem perigoso. O roteiro procura mostrar não apenas a operação policial em si como também a forma como ela afetava a vida pessoal do agente Mazur. Seu casamento vivia em constante tensão justamente pelo fato do policial ter que viver praticamente duas vidas separadas, com nomes diferentes e histórias pessoais também conflituosas. Para pegar os traficantes o DEA não poupou esforços. Criou uma nova identidade para Mazur, um casamento com outra policial também infiltrada e todo o tipo de cenários inexistentes para que os traficantes de Medellín não desconfiassem de nada. Um trabalho de ocultação simplesmente perfeito. É interessante também como o filme lida com a figura do chefão Pablo Escobar. Ele atua nas sombras, nunca aparecendo de forma ostensiva, tratando com Mazur apenas através de seus subordinados. Entre eles surgem sujeitos bizarros como Javier Ospina, um traficante homossexual violento, com preferência para figurinos chamativos e de extremo mau gosto. De uma forma em geral gostei bastante desse "Conexão Escobar". O assisti com um pé atrás pois li e ouvi várias críticas que não eram muito boas. Bobagem, o filme é realmente bom. Pode assistir sem receios.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Trumbo - Lista Negra

Esse filme resgata a figura do roteirista americano Dalton Trumbo. O roteiro, baseado na biografia escrita por Bruce Cook, tenta desvendar a trajetória desse escritor que acabou virando um símbolo da paranoia da perseguição do Macartismo durante as décadas de 1940 e 1950 nos Estados Unidos. Trumbo foi um dos mais talentosos roteiristas de Hollywood em sua fase de ouro, mas acabou vendo sua carreira ruir após ser acusado de ser comunista (o que era verdade, já que ele era membro do Partido Comunista daquele país). A questão é que depois disso e de ter se recusado a responder as perguntas do Congresso ele foi preso por desacato, ficando alguns anos na prisão.

Após voltar para a liberdade viu todas as portas dos grandes estúdios fechadas para ele. Sem emprego, estigmatizado e perseguido politicamente, Trumbo precisou fazer o que era preciso para sobreviver, escrevendo seus roteiros com pseudônimos, trabalhando para pequenos estúdios especializados em filmes ruins, fazendo o que estava à mão para sobreviver. Um dos aspectos mais interessantes que o cinéfilo vai encontrar nesse filme é a presença de grandes astros do passado que passaram pela vida de Trumbo. Estão lá o conservador John Wayne, o delator Edward G. Robinson e o corajoso Kirk Douglas, que resolveu enfrentar a todos, contratando Trumbo  para trabalhar no grande épico "Spartacus". Sob esse ponto de vista o filme é uma delícia para os que gostam de cinema clássico, pois vemos os bastidores daquela época de uma forma ímpar.

Pelo que vemos no filme, Dalton Trumbo era um daqueles comunistas românticos (e bastante inocentes) que lutavam por uma ideologia sem saber muito bem o que ela significava. Enquanto tentava angariar simpatizantes para sua causa nos Estados Unidos, ele parecia ignorar os genocídios que Stálin promovia na União Soviética. Era de certa maneira um ingênuo e pagou um preço caro por isso. O filme não entra muito a fundo sobre esse ponto, sobre a essência do pensamento de Trumbo sobre a esquerda mundial e suas ditaduras sanguinárias, porém dá pistas importantes quando, por exemplo, ele reencontra o ator Edward G. Robinson e confessa que eles não tinham qualquer ligação com movimentos comunistas no exterior, provando que eram apenas boas pessoas ingênuas iludidas por uma ideologia realmente danosa.

Já sobre o filme em si não podemos deixar de elogiar o grande (e essa expressão não está sendo usada em vão) Bryan Cranston. Recentemente assisti um filme em que ele interpretava o presidente americano Lyndon Johnson e escrevi que Bryan havia conseguido desaparecer em seu personagem, algo que apenas os grandes atores conseguem fazer. O mesmo se repete aqui. Provavelmente Bryan Cranston seja um dos grandes atores de sua geração, pena que só veio se revelar ao grande público com a série "Breaking Bad". Não faz mal, mesmo tardiamente ele tem se revelado um maravilhoso ator. Então é isso. "Trumbo - Lista Negra" é de fato um ótimo filme, valorizado pela lição histórica que passa. Um retorno a um passado realmente sombrio da história americana. Certamente merece ser visto.

Trumbo - Lista Negra (Trumbo, Estados Unidos, 2015) Direção: Jay Roach / Roteiro: John McNamara, baseado no livro escrito por Bruce Cook / Elenco: Bryan Cranston, Diane Lane, Helen Mirren, Elle Fanning, Michael Stuhlbarg / Sinopse: Durante os anos 1940 o roteirista de Hollywood Dalton Trumbo é acusado de ser um comunista. Preso, perseguido e impedido de trabalhar novamente ele faz de tudo para sobreviver em um clima de profunda paranoia política. Filme baseado em fatos reais. Filme indicado ao Oscar e ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Ator (Bryan Cranston).

Pablo Aluísio.

domingo, 11 de setembro de 2016

Até o Fim

Título no Brasil: Até o Fim
Título Original: All the Way
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos
Estúdio: HBO Films
Direção: Jay Roach
Roteiro: Robert Schenkkan
Elenco: Bryan Cranston, Frank Langella, Bradley Whitford, Melissa Leo, Stephen Root, Anthony Mackie
  
Sinopse:
Após o assassinato de JFK em Dallas, assume a presidência dos Estados Unidos seu vice, Lyndon Johnson (Bryan Cranston). Na Casa Branca seu grande desafio passa a ser a aprovação pelo Congresso da Lei dos Direitos Civis. Para isso ele passa a contar com o apoio do pastor e líder negro Martin Luther King, Jr (Anthony Mackie). Os desafios porém são muitos, inclusive dobrar a ferrenha oposição de parlamentares do Sul, região tradicionalmente mais racista daquele país. Enquanto tenta a aprovação da lei o presidente Johnson também precisa lidar com o crescente envolvimento militar americano em um país asiático distante chamado Vietnã. Filme indicado a oito prêmios Emmy, entre eles melhor filme, melhor direção (Jay Roach), melhor ator (Bryan Cranston) e melhor atriz (Melissa Leo).

Comentários:
Lyndon Johnson (1908 - 1973) foi um presidente americano diferente. Ele era um político tradicional e meio apagado que de repente se viu no meio do furação após o assassinato em Dallas do presidente John Kennedy. Como era o vice de JFK assumiu a presidência. Ao contrário de seu antecessor ele passava longe de ser um grande estatista. Meio bronco e chucro, um autêntico caipira sulista, ele tinha um jeito diferente de tratar com todos os problemas políticos que lhe surgiam pela frente. Era um sujeito pragmático, que nem sempre pensava com muita sensatez. Também sondava constantemente com a ilegalidade, como podemos ver no filme em suas delicadas relações com o diretor geral do FBI, J. Edgar Hoover. Esse presidente ficou marcado na história por dois eventos principais durante seu mandato, um positivo e outro negativo. O positivo foi a aprovação da lei dos direitos civis, uma velha bandeira de JFK. O negativo foi o envolvimento cada vez maior dos Estados Unidos na lama do Vietnã, o conflito armado mais desastroso da história daquela nação. Como ele não tinha muita visão de política internacional foi enviando cada vez mais tropas para o Vietnã, o que acabou causando aquele desastre imenso que bem conhecemos. 

O roteiro do filme porém pouco lida com a questão dessa guerra (que inclusive foi determinante para que ele depois desistisse de se reeleger por uma segunda vez). Ao invés disso prefere mostrar os esforços de Johnson em aprovar as leis de direitos civis em prol da população negra, sem desviar a atenção do presidente da tormentosa questão de sua própria reeleição. Quem interpreta o presidente nesse bom filme é o talentoso ator Bryan Cranston. Usando forte maquiagem para se parecer com Lyndon Johnson, ele pouco lembra de seu papel mais famoso, o do professor de química Walter White da série "Breaking Bad". Penso que nessa altura do campeonato ninguém mais tem dúvidas de como ele é um grande ator. Aqui, na pele do presidente Johnson, ele consegue simplesmente desaparecer em seu personagem (algo que apenas os grande atores conseguem realizar). Outro grande destaque vem da interpretação do veterano Frank Langella. Ele interpreta um velho senador do sul chamado Richard Russell, um político que luta para derrubar a lei que amplia os direitos dos negros, embora ele próprio seja um grande amigo pessoal do presidente. Enfim, muito bom esse filme. Historicamente bem realizado, é um interessante retrato desse presidente que se considerava acima de tudo um mero acidente da história.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Godzilla (2014)

Título no Brasil: Godzilla
Título Original: Godzilla
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos, Japão
Estúdio: Warner Bros., Legendary Pictures
Direção: Gareth Edwards
Roteiro: Max Borenstein, Dave Callaham
Elenco: Aaron Taylor-Johnson, Elizabeth Olsen, Bryan Cranston, Ken Watanabe

Sinopse:
Após o colapso em uma usina nuclear no Japão um estranho monstro voador, de proporções gigantescas, se utiliza da radiação para se alimentar e se proliferar. Para destruir a ameaça a própria mãe natureza envia outro monstro vindo diretamente das profundezas do oceano, Godzilla, que tentará aniquilar com o estranho ser que mais parece um inseto colossal. Adaptação moderna do famoso personagem japonês, Godzilla.

Comentários:
O monstro Godzilla nasceu dentro da paranoia que havia sido criada durante a Guerra Fria. As pessoas em geral tinham receio de tudo acabar da noite para o dia em uma terrível guerra nuclear. Assim o termo nuclear foi ganhando aspectos monstruosos dentro do inconsciente coletivo do homem comum. Não é de se admirar que o cinema tenha se aproveitado desse medo irracional. Assim surgiu esse personagem, uma besta fruto da energia nuclear, com aparência de dinossauro mas centenas de vezes maior do que os verdadeiros répteis que andaram sobre a Terra no período pré-histórico. O roteiro desse novo filme procura de certa forma resgatar todos os elementos que deram origem ao personagem. Assim está lá a usina nuclear e todo o perigo proveniente de sua existência, a situação fora de controle que gera entidades monstruosas e o surgimento do próprio Godzilla como uma resposta da mãe natureza contra os erros da humanidade. O espírito do enredo também procura criar um laço direto com os filmes japoneses, onde um homem vestido com macacão de borracha destruía cidades feitas de papelão. De certa forma, por esses e outros motivos, achei essa nova produção bem mais interessante do que aquele filme com Mathew Broderick lançado alguns anos atrás. Não é um filme isento de críticas, tampouco é uma maravilha, porém por ter tantos elementos referenciais ao surgimento do monstro temos que ao menos reconhecer que se trata de uma produção interessante e curiosa. Como o final deixou a possibilidade em aberto vamos torcer para que haja continuações e que elas sejam bem melhores, corrigindo os defeitos eventuais que esse filme trouxe.

Pablo Aluísio.

domingo, 21 de dezembro de 2014

Godzilla

Título no Brasil: Godzilla
Título Original: Godzilla
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos, Japão
Estúdio: Warner Bros., Legendary Pictures
Direção: Gareth Edwards
Roteiro: Max Borenstein, Dave Callaham
Elenco: Aaron Taylor-Johnson, Elizabeth Olsen, Bryan Cranston, Ken Watanabe
 
Sinopse:
Um acidente nuclear numa usina japonesa desencadeia uma série de eventos literalmente monstruosos quando uma estranha criatura desperta de seu sono milenar, alimentado pela radiação emitida pela explosão dos reatores. Agora a humanidade precisa lutar para sobreviver a um verdadeiro desastre de proporções épicas! Filme indicado aos prêmios da Teen Choice Awards, Golden Trailer Awards e World Soundtrack Awards.

Comentários:
Se há algo a elogiar nessa segunda tentativa de levar Godzilla para Hollywood foi a opção dos roteiristas em seguir os passos dos filmes originais do monstro no Japão. Assim temos não apenas uma criatura gigantesca destruindo as cidades, mas três deles, sendo dois formando um casal que deseja infestar o planeta com suas crias. Outro fato curioso é a forma como o próprio Godzilla é encarado, não como um destruidor de mundos, mas sim como uma resposta da natureza para manter seu equilíbrio. Isso porém não salva o filme de apresentar muitos problemas, sendo o pior deles justamente aquilo que todos esperavam ser o maior mérito da produção: seus efeitos especiais. As cenas em que Godzilla enfrenta os dois MUTOS são de certa forma bem decepcionantes. No meio de uma fotografia excessivamente escura pouco se vê da luta, atrapalhada ainda mais por um jogo exagerado de sombras e fumaças. De que adianta gastar 160 milhões de dólares em um filme de monstros se o espectador tem que fazer uma força incrível para ver os bichanos? Além disso o design dos inimigos de Godzilla é bem desengonçado e mal feito. O roteiro é dos mais simples e curiosamente o protagonista (interpretado pelo ator Aaron Taylor-Johnson) não faz a menor diferença dentro da trama. O único nome digno de nota no elenco é Bryan Cranston, mas o ator que realizou um maravilhoso trabalho no papel de Walter White na série "Breaking Bad" tem pouco a fazer a não ser se tornar um mero coadjuvante de luxo. Pior se sai Ken Watanabe que passa o filme inteiro com a mesma expressão facial (de boca aberta, espantado com o tamanho do Godzilla). Dessa maneira, com tantos problemas, não há outra conclusão a se chegar pois definitivamente não foi dessa vez que o mais famoso monstro Made in Japan conseguiu um filme à altura em Hollywood.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Argo

Para entender a trama de Argo é necessária uma pequena explicação sobre o contexto histórico em que o enredo se desenvolve. Durante anos os Estados Unidos deu apoio a um líder fantoche no Irã chamado Mohammad Reza Pahlavi. Esse foi um dos mais brutais ditadores do Oriente Médio – uma região muito rica nesse tipo de déspota sanguinário. Com apoio americano o Xá Reza Pahlavi torturou, matou e executou centenas de milhares de opositores ao seu regime. Tamanha opressão criou uma consciência popular entre o povo do Irã que clamava por mudanças políticas em seu país. E ela veio sob a forma de uma revolução de conteúdo religioso liderada pelo carismático e popular líder islâmico Iatolá Komeini. Assim que esse tomou o poder o antigo ditador Pahlavi fugiu para os EUA em busca de asilo político. O povo revoltado então resolveu invadir a embaixada americana no Irã, fazendo todos os seus funcionários como refém até que os americanos lhe entregassem de volta o antigo ditador. Seis desses funcionários conseguiram fugir antes da tomada da embaixada e encontraram refúgio na casa do embaixador canadense na capital Iraniana. É justamente aqui que começa a trama de “Argo”, quando a CIA resolve resgatar esses diplomatas. Mas como fazer isso dentro de um clima tão instável como aquele?

Nesse ponto surge o plano do agente Tony Mendez (Ben Affleck), A CIA tinha consciência que agentes deveriam entrar no Irã para resgatar essas pessoas mas sem conflito. Deveria ser realmente um serviço limpo, sem mortes, de inteligência. Após vários planos que logo se mostravam falhos, Mendez sugeriu um no mínimo ousado e inusitado. Entrar no Irã disfarçados como membros de uma equipe de cinema. Assim eles estariam no país em busca de locações para as filmagens de uma ficção científica típica da década de 70 chamada “Argo”. Para parecer real a CIA realmente teria que armar toda uma encenação ainda nos EUA usando a imprensa para divulgar “Argo”. Dessa forma não levantariam suspeitas de que tudo não passava de um plano de resgate da agência. Um roteiro vagabundo foi adquirido, atores contratados e até mesmo uma conferência de imprensa montada. No comando dessa operação apenas Mendez (Affleck), um especialista em maquiagem chamado John Chambers (John Goodman) e um produtor veterano, Lester Siegel (Alan Arkin) sabiam da verdade, da realidade dos fatos. Embora o enredo pareça muito fantasioso o fato é que tudo aconteceu mesmo de verdade, foi uma história real. Essa operação muito criativa só foi reconhecida pela CIA muitos anos depois. Inclusive nos créditos finais surge a narração do próprio presidente americano da época, Jimmy Carter, explicando os eventos e agradecendo ao verdadeiro agente Tony Mendez pelo seu trabalho.

“Argo” é o segundo candidato ao Oscar de Melhor filme desse ano cujo enredo gira em torno de uma operação secreta da CIA. O primeiro foi o polêmico “A Hora Mais Escura”. Ambos tem semelhanças entre si, pelo próprio contexto em que se passa a estória mas “Argo” se mostra superior em vários aspectos. Curiosamente o ator Kyle Chandler está em ambos os filmes fazendo o mesmo tipo de personagem, um diretor da agência de inteligência americana. Aqui em “Argo” outro destaque do elenco é o excelente ator da série “Breaking Bad”, Bryan Cranston. Quem acompanhou a série sabe de seu inegável talento. Aqui seu personagem não é muito presente em cena mas se destaca por estar no centro de controle da operação em Washington. “Argo” é um projeto pessoal de Ben Affleck. Durante anos ele foi considerado apenas mais um canastrão em Hollywood mas depois que passou a dirigir filmes foi surpreendendo cada vez mais. Certamente o talento que lhe falta como intérprete foi compensado pela sua habilidade em dirigir bem. Recentemente inclusive levou o Globo de Ouro de melhor direção justamente por esse filme. Além disso a produção foi agraciada pelo mesmo prêmio como melhor filme (Drama) do ano. Será que desbancará “Lincoln” na noite do Oscar, levando a mais cobiçada estatueta do cinema? Há grandes possibilidades disso realmente acontecer. “Argo” certamente poderá sair consagrado na noite de premiação da Academia. Só nos restar esperar.

Argo (Argo, Estados Unidos, 2012) Direção: Ben Affleck / Roteiro: Chris Terrio / Elenco: Ben Affleck, Bryan Cranston, John Goodman,  Kyle Chandler,  Alan Arkin,  Victor Garber / Sinopse: Um agente da CIA elabora um plano ousado para resgatar um pequeno grupo de diplomatas americanos que precisam sair do Irã o mais rapidamente possível. Ele se disfarça de produtor de cinema, fingindo estar procurando locações para seu novo filme de ficção chamado “Argo”, para assim retirar os americanos do país. Vencedor do SAG Award de Melhor Elenco.

Pablo Aluísio.

domingo, 18 de novembro de 2012

Batman: Ano Um

Já tive a oportunidade de chamar a atenção dos leitores sobre uma série de animações que a DC Comics e a Warner tem lançado ultimamente no mercado de venda direta ao consumidor. Esse Batman: Ano Um é outro exemplo de bom produto, com excelente nível técnico aliado a uma boa estória que prende a atenção. Como sugere o título, aqui acompanhamos o primeiro ano de atividades do novo herói, chamado pela imprensa de Gotham City de Batman, o Homem-Morcego. Na verdade se trata do milionário Bruce Wayne (Ben McKenzie) que traumatizado pela morte de suas pais resolve ganhar as ruas, varrendo a criminalidade dos becos mais escuros da cidade. Em outra linha narrativa vemos a chegada de um novo policial na cidade, um promissor tenente chamado Jim Gordon (Bryan Cranston). Ético e honesto, recém-casado, ele logo enfrentará muitos problemas pelo nível de corrupção que está mergulhada a polícia de Gotham. Os caminhos desses dois personagens não tardarão a se cruzarem.

A animação segue o estilo tradicional, procurando de certo modo recriar a direção de arte dos primeiros quadrinhos de Batman (o uniforme do herói, por exemplo, é bem fiel ao que conhecemos dos primeiros gibis do personagem nos EUA). Foi essa inclusive a intenção da Graphic Novel de Frank Miller e David Mazzucchelli, que deu origem a essa animação. Curiosamenmte o roteiro trabalha bastante a figura de Jim Gordon (futuro comissário Gordon). Sua vida pessoal é mostrada em detalhes, os problemas com a esposa, seu filho recém nascido e até uma pequena falha de caráter do personagem, que apesar de toda a ética profissional acaba se envolvendo em um caso extraconjugal com uma colega de trabalho. O clima é soturno, pessimista e dentro das possibilidades também realista. O vilão é materializado na rede de corrupção da própria polícia. A Mulher-Gato também surge mas sem grande atuação dentro da trama. Coringa também é citado, mas não chega a surgir na aventura. Enfim, Batman: Ano Um é um ótimo programa para os fãs do herói que o conhecem mais pelos filmes de cinema. Que tal ver Batman na forma da qual foi concebido? Você não irá se arrepender.

Batman: Ano Um  (Batman: Year One. Estados Unidos, 2011) Direção: Sam Liu, Lauren Montgomery / Roteiro: Tab Murphy, Frank Miller, David Mazzucchelli, baseados na obra de Bob Kane / Elenco: Bryan Cranston, Ben McKenzie, Eliza Dushku / Sinopse: Após ter seus pais mortos por um criminoso, o herdeiro milionário Bruce Wayne resolve assumir  uma nova identidade, Batman. Ao mesmo tempo um jovem policial chamado Jim Gordon chega para trabalhar na polícia de Gotham City, uma corporação completamente corroída pela corrupção e pelo crime.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Breaking Bad

Outra série do canal AMC digna de menção é essa "Breaking Bad", que tive o privilégio de acompanhar do primeiro ao último episódio. No total foram cinco temporadas exibidas entre 2008 a 2012, totalizando 62 episódios. Na trama acompanhamos a estória de Walter White (Bryan Cranston, excelente), um pacato professor de química de High School que descobre estar com câncer. Desesperado, sem dinheiro e sem perspectivas de futuro ele resolve produzir a droga metanfetamina, muito popular nos Estados Unidos. Para se produzir esse tipo de substância só é necessário alguns produtos químicos e conhecimento técnico, coisa que Walter tem de sobra; Para tanto ele se alia a um jovem, seu ex-aluno e também usuário, Jesse Pinkman (Aaron Paul). No começo eles "cozinham" a droga num velho furgão no meio do deserto para depois vendê-la nas ruas de forma bem amadora. Conforme o produto se torna um sucesso nas ruas eles resolvem se aliar a um poderoso traficante e negociante de drogas, Gustavo 'Gus' Fring (Giancarlo Esposito). O que no começo parecia apenas uma parceria comercial bem sucedida logo se torna um jogo de roleta russa, com todos querendo eliminar todos pelo controle do poder dentro do narcotráfico. Para piorar ainda mais a situação Walter é cunhado do chefe local da DEA, o órgão de repressão ao tráfico de drogas nos EUA.

Breaking Bad é uma série excepcional porque lida com um aspecto que poucos se dão conta. O tráfico e a comercialização de drogas nos EUA tem atraído cada vez mais gente comum para seu mercado. Não são bandidos em essência, mas pessoas ditas acima de qualquer suspeita, com família, profissão, emprego. O caso de Walter é significativo nesse ponto. Ele é um professor comum, tem uma família normal mas sucumbe ao alto poder de lucro advento do comércio de drogas. Até o traficante Gus se enquadra nesse perfil. Ele tem um estabelecimento comercial do ramo de alimentação, é inserido dentro da sociedade local, admirado e querido por seus pares. O que ninguém desconfia é que seu grande poder econômico vem justamente da venda de Meta por todo o Novo México. Diante de tal desafio podemos assim ter uma idéia de quão complicado é combater a proliferação do comércio de drogas naquele país. É a pura lei da oferta e da procura, enquanto houver demanda sempre haverá alguém disposto a comercializar o produto, mesmo que seja um crime federal. Todas as temporadas são ótimas mas destaco o final da quarta temporada, realmente marcante. Destaque também para o elenco inspirado e a galeria de personagens carismáticos, como o próprio Saul (Bob Odenkirk), um advogado picareta sempre vivendo no fio da navalha.  Em suma, não deixe de conhecer Breaking Bad, uma das melhores séries surgidas na TV americana nos últimos tempos.

Em suma, essa é uma série que adoro! Costumo brincar afirmando que "Breaking Bad" é extremamente viciante! Bobagens à parte, o fato é que se trata de um daqueles seriados que você simplesmente não consegue deixar de acompanhar. Roteiro, direção e atuação de alto nível, um primor. É uma das melhores representantes da excelente fase pelo qual passa a televisão americana nesse momento. Pois bem, na minha opinião a série teria terminado no último episódio da Mid-season quando Hank Schrader (Dean Norris) descobre no banheiro, de forma completamente casual, que seu próprio cunhado, Walter White (Bryan Cranston) é o grande traficante de metanfetamina que ele tanto procurava nos últimos anos. Pense bem, se tudo tivesse terminado naquela última cena o final seria completamente aberto! Seria fantástico e cada espectador daria asas à sua própria imaginação para tentar entender o que iria ocorrer dali para frente.

Porém, não foi essa a visão dos produtores e do criador Vince Gilligan. Como "Breaking Bad" foi uma série de sucesso fenomenal resolveu-se ir adiante, até o fim. Aqui nesse episódio as coisas já estão completamente fora do controle. Walter contrata assassinos para matar Jesse - mas esses não querem dinheiro, apenas que ele ensine a fazer a meta azul que é sucesso de mercado. Walter aceita. Ele quer encontrar Jesse (Aaron Paul) e arma uma emboscada mas dá tudo completamente errado! Há uma tentativa de se localizar onde está todo o dinheiro de Walter - e eles chegam lá, mas haverá surpresas para todos os que se encontram naquele buraco árido. Um intenso tiroteio no meio do deserto encerra o episódio, o primeiro que realmente me empolgou nessa reta final de série (os anteriores me deixaram uma sensação ruim de que estavam enchendo linguiça). Faltam apenas dois episódios para que eu termine a longa caminhada de "Breaking Bad", que desde já, posso dizer que foi uma das melhores que assisti em minha vida. Espero que tudo termine em alto nível.

Breaking Bad (EUA, 2008 - 2012) Criado por Vince Gilligan / Elenco: Bryan Cranston, Anna Gunn, Aaron Paul, Giancarlo Esposito, Bob Odenkirk / Sinopse: Pacato professor de química do ensino médio, Walter White (Bryan Cranston) resolve começar a produzir e vender drogas.

Episódios comentados:

Breaking Bad 5.13 - To'hajiilee
Outra série que adoro! Costumo brincar afirmando que "Breaking Bad" é extremamente viciante! Bobagens à parte, o fato é que se trata de um daqueles seriados que você simplesmente não consegue deixar de acompanhar. Roteiro, direção e atuação de alto nível, um primor. É uma das melhores representantes da excelente fase pelo qual passa a televisão americana nesse momento. Pois bem, na minha opinião a série teria terminado no último episódio da Mid-season quando Hank Schrader (Dean Norris) descobre no banheiro, de forma completamente casual, que seu próprio cunhado, Walter White (Bryan Cranston) é o grande traficante de metanfetamina que ele tanto procurava nos últimos anos. Pense bem, se tudo tivesse terminado naquela última cena o final seria completamente aberto! Seria fantástico e cada espectador daria asas à sua própria imaginação para tentar entender o que iria ocorrer dali para frente. Porém, não foi essa a visão dos produtores e do criador Vince Gilligan. Como "Breaking Bad" foi uma série de sucesso fenomenal resolveu-se ir adiante, até o fim. Aqui nesse episódio as coisas já estão completamente fora do controle. Walter contrata assassinos para matar Jesse - mas esses não querem dinheiro, apenas que ele ensine a fazer a meta azul que é sucesso de mercado. Walter aceita. Ele quer encontrar Jesse (Aaron Paul) e arma uma emboscada mas dá tudo completamente errado! Há uma tentativa de se localizar onde está todo o dinheiro de Walter - e eles chegam lá, mas haverá surpresas para todos os que se encontram naquele buraco árido. Um intenso tiroteio no meio do deserto encerra o episódio, o primeiro que realmente me empolgou nessa reta final de série (os anteriores me deixaram uma sensação ruim de que estavam enchendo linguiça). Faltam apenas dois episódios para que eu termine a longa caminhada de "Breaking Bad", que desde já, posso dizer que foi uma das melhores que assisti em minha vida. Espero que tudo termine em alto nível. / Breaking Bad 5.13 - To'hajiilee (Estados Unidos, 2013) Direção: Michelle MacLaren / Roteiro: Vince Gilligan, George Mastras / Elenco: Bryan Cranston, Anna Gunn, Aaron Paul. 
 
Breaking Bad 5.15 - Granite State
Penúltimo episódio de Breaking Bad. O episódio anterior foi maravilhoso, com alta carga dramática e então tudo vai por terra nesse aqui que sinceramente falando me soou como gratuito, sem maior relevância. Walter White (Bryan Cranston) consegue escapar das garras da lei e vai parar em um lugar remoto, uma cabana no meio de uma montanha bem no meio de lugar nenhum. Um esconderijo perfeito para não ser encontrado por ninguém. O isolamento porém começa a mexer psicologicamente com White que não resiste e resolve ligar para o filho naquela que é sem dúvida a melhor cena do episódio. Do outro lado Jesse Pinkman (Aaron Paul) se torna cativo de seus algozes que procuram em essência seu talento para "cozinhar" Meta. Só ele ainda consegue fabricar a droga com alto grau de pureza, além da cor azul que tanto sucesso faz entre os drogados da região. Assim "Granite State" só serve mesmo como uma ante-sala do episódio final que espero não seja decepcionante.

Breaking Bad 5.16 - Felina
E assim, depois de cinco anos, cinco temporadas e 62 episódios, finalmente "Breaking Bad" chega ao seu final. Nos Estados Unidos a exibição desse episódio foi um evento e tanto, com ampla cobertura da mídia e excelentes pontos de audiência. Estava bem receoso, pensei que viria literalmente uma bomba pela frente, mas apesar de reconhecer que foi um pouco sem surpresas, gostei do resultado final. Escrevi a sentença "sem surpresas" porque realmente era algo esperado. O final de Walter White (brilhantemente interpretado por esse grande ator Bryan Cranston) vem bem de acordo com os padrões morais e éticos que imperam dentro da sociedade americana. Ele, seja por boas ou más razões, enveredou por esse mundo do tráfico de drogas e no final de tudo tinha que pagar por seus erros. White é seguramente um dos personagens mais fascinantes da história da TV americana. Um sujeito de uma personalidade complexa e cativante, que reflete bem o lado positivo e negativo de todas as pessoas. Uma de suas falas finais, ao reconhecer que gostava do que fazia pois o fazia se sentir vivo realmente é muito reveladora, mostrando o seu lado verdadeiro e sem retoques. Confesso que muitas vezes torci por Walter, até porque suas razões pareciam dignas em certo sentido, mas tenho que dar o braço a torcer e reconhecer que se o final não foi ousado ou surpreendente, pelo menos foi adequado e digno. Assim "Breaking Bad" deu adeus e não se enganem, deixará um enorme vácuo em seu lugar já que não visualizo nada atualmente em exibição que tenha tanta qualidade.

Pablo Aluísio.

sábado, 23 de junho de 2012

Larry Crowne - O Amor Está de Volta

Larry Crowne (Tom Hanks) é demitido de seu trabalho de longos anos por não ter curso superior. Sem renda, trabalho e com problemas familiares Larry resolve dar uma guinada em sua vida. Vai para a universidade e lá conhece uma professora (Julia Roberts) com a qual cria um vínculo muito especial. Apesar das boas intenções e da mensagem positiva temos que admitir que "Larry Crowne - O Amor está de Volta" é um filme completamente inofensivo. Ele lida com temas importantes mas tem medo de levar a discussão de forma mais adulta. No meio da crise da economia americana o filme insiste em ter uma abordagem muito boba - para não dizer infanto-juvenil. O roteiro é fofinho, o casalzinho é guti guti e a direção é bobinha, bobinha. Eu já sabia que o Tom Hanks (muito envelhecido e gordo, por sinal) sempre prezou pela sua persona boa praça no cinema mas também não precisava exagerar na sacarina. Senão vejamos: o sujeito se divorciou, se deu mal no divórcio ficando endividado, foi despedido, perdeu a casa para o banco, teve que vender o carro e praticamente tudo de valor da sua vida... e ainda consegue passear pelo filme inteiro despejando simpatia, gentilezas e sorrisos? Well, de que planeta esse Larry Crowne é afinal? 

A Julia Roberts quase repete o personagem de Cameron Diaz em "Professora sem Classe". Ela parece odiar a profissão (ultimamente todo professor retratado no cinema parece odiar ser professor) e ainda por cima tem um marido voyeur, viciado em pornografia que não consegue sair da frente do computador (interpretado pelo bom ator Bryan Cranston de Breaking Bad). Aliás o elenco de apoio é bom (vide a boa participação de George Takei) mas não tem muito o que fazer diante de um material tão fraquinho como esse. Basicamente é isso, o filme não passa de um passatempo inofensivo, para não dizer simplório ao extremo. Se você não gosta de comédias românticas saiba que essa é uma das mais bobinhas que já foram lançadas.  

Larry Crowne - O Amor Está de Volta (Larry Crowne, Estados Unidos, 2011) Direção: Tom Hanks / Roteiro: Tom Hanks, Nia Vardalos / Elenco: Tom Hanks, Julia Roberts, Nia Vardalos, Bryan Cranston, Wilmer Valderrama, Taraji P. Henson, Rami Malek, Pam Grier / Sinopse: Larry Crowne (Tom Hanks) é demitido de seu trabalho de longos anos por não ter curso superior. Sem renda, trabalho e com problemas familiares Larry resolve dar uma guinada em sua vida. Vai para a universidade e lá conhece uma professora (Julia Roberts) com a qual cria um vínculo muito especial.  

Pablo Aluísio.