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quinta-feira, 20 de julho de 2023

Wham!

Wham!
Documentário da Netflix contando a história da dupla de música pop dos anos 80, o Wham! Era formado pelos amigos de infância George Michael e Andrew Ridgeley. Eles adoravam música e decidiram que iriam formar uma banda, ainda nos tempos de colégio. Conforme o tempo foi passando os demais colegas de escola deixaram o Wham!, só que os dois seguiram firme em busca de seus sonhos. E deu certo! Na década de 1980 eles estouraram nas rádios e paradas de sucesso com um repertório que era a cara daqueles anos. Um som cheio de sintetizadores e letras que, para os padrões atuais, soariam bem inocentes. Como eram jovens se apresentando em roupas coloridas, com músicas bem dançantes, lotaram estádios e foram mesmo um fenômeno de popularidade. 

Só que se o sucesso foi enorme, a duração da dupla também foi fugaz. Os produtores e a gravadora logo entenderam que o sucesso deles se devia basicamente apenas ao carisma e talento de George Michael. Ele virou ídolo adolescente, com posters nos quartos das garotas e tietagem sem freios. Assim ficava meio óbvio para todos que ele tinha que partir para uma carreira solo de sucesso. E foi isso mesmo que fez, colecionando recordes de vendas de discos, se tornando nesse processo um dos mais populares cantores dos anos 80. Com isso a dupla se desfez, mas não sem antes fazer muito sucesso com seu pop dos anos 80. Gostei do documentário, bem nostálgico e evocativo daqueles anos. Quem viveu aquela época certamente vai curtir. 

Wham! (Wham!, Reino Unido, 2023) Direção: Chris Smith / Roteiro: Chris Smith / Elenco: George Michael, Andrew Ridgeley, Bono Vox, David Bowie / Sinopse: Documentário da Netflix contando a história de sucesso da dupla de pop music inglesa Wham! Formado por dois jovens eles chegaram ao topo das paradas e das vendas de discos durante os anos 80. 

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 21 de outubro de 2021

Labirinto

Outro filme de fantasia dos anos 80 que me lembrei recentemente. Se "Willow" não foi tão marcante para aquela geração, "Labirinto" certamente o foi. Esse filme tinha não apenas uma excelente produção, como também uma história de contos de fadas realmente cativante e encantadora. Jim Henson, que o dirigiu, era um mestre nesse universo infantil. Ele criou os personagens dos Muppets e também foi responsável por um dos programas infantis mais duradouros e bem sucedidos da TV americana, Vila Sésamo. Assim o que não lhe faltava era experiência em lidar com esse universo. Esse enredo foi escrito pelo próprio Henson. Inicialmente ele pensava em transformar seu roteiro em um telefilme, mas o produtor George Lucas (sim, ele mesmo, o próprio criador de "Star Wars") pensava diferente. O material era bom demais para ser desperdiçado em uma produção menor, com poucos recursos, como era praxe na época para esse mercado televisivo. Assim resolveu colocar à disposição de Henson toda a capacidade técnica da Lucasfilm, a mesma produtora de seus clássicos da ficção.

O resultado não poderia ser melhor. Aliado a uma direção de arte muito bonita, excelentes efeitos especiais e um roteiro bem escrito que explorava uma boa história, o filme realmente não poderia dar errado. A escolha do elenco também foi muito acertada. Para o papel de Jareth, Lucas convenceu o cantor David Bowie a fazer uma de suas raras aparições no cinema. Com um estranho penteado (que lembrava a Tina Turner) ele se deu muito bem com sua atuação. Outro destaque surgia da presença de uma jovem atriz, uma ainda adolescente Jennifer Connelly. Eu sempre a considerei uma das atrizes mais bonitas do cinema americano e aqui, na flor da idade, ainda com o frescor da juventude, ela estava simplesmente maravilhosa, uma graça. Em conclusão foi mesmo um dos filmes de fantasia que mais marcaram nos anos 80. Um verdadeiro primor, hoje um tanto envelhecido pelo passar dos anos, mas ainda assim um belo filme daquela década.

Labirinto - A Magia do Tempo (Labyrinth, Estados Unidos, 1986) Direção: Jim Henson / Roteiro: Dennis Lee, Jim Henson / Elenco: David Bowie, Jennifer Connelly, Toby Froud / Sinopse: uma adolescente é transportada para um incrível mundo de fantasia. Filme indicado ao BAFTA Awards na categoria de Melhores Efeitos Especiais.

Pablo Aluísio.

domingo, 17 de janeiro de 2016

Furyo: Em Nome da Honra

Título no Brasil: Furyo - Em Nome da Honra
Título Original: Merry Christmas Mr. Lawrence
Ano de Produção: 1983
País: Inglaterra, Japão, Nova Zelândia
Estúdio: National Film Trustees
Direção: Nagisa Ôshima
Roteiro: Nagisa Ôshima
Elenco: David Bowie, Tom Conti, Ryuichi Sakamoto
  
Sinopse:
A frágil harmonia existente dentro de um campo de prisioneiros de guerra localizado na ilha de Java é quebrada com a chegada de um oficial inglês, o Major  Jack 'Strafer' Celliers (David Bowie), que não está nem um pouco interessado em colaborar com os japoneses. Como inimigos de guerra, naquele momento em uma luta feroz no Pacífico, os dois oponentes, o Major britânico e o comandante japonês que administra o campo, entram em uma guerra psicológica entre si, tudo com o objetivo de determinar quem sairia vencendo em sua própria guerra particular. Filme indicado à Palma de Ouro no Cannes Film Festival. Vencedor do Awards of the Japanese Academy na categoria de Melhor Filme.

Comentários:
Ao longo de sua vida o cantor David Bowie fez inúmeras participações em filmes, alguns bons, outros medianos e até mesmo alguns lixos. Sua carreira cinematográfica foi irregular, mas não isenta de filmes extremamente interessantes. Quer um exemplo? Veja o caso desse aqui. Esse drama de guerra chamado "Furyo - Em Nome da Honra" (cujo roteiro foi baseado no romance escrito por Laurens van der Post) é certamente um dos melhores filmes da (curta) carreira como ator de David Bowie. Dirigido pelo polêmico Nagisa Ôshima, cuja filmografia foi marcada pelas controvertidas obras O Império dos Sentidos (1976) e O Império da Paixão (1978), o filme explora a tensão crescente entre um oficial britânico interpretado pelo próprio Bowie e o comandante de um campo de prisioneiros na ilha de Java durante a Segunda Guerra Mundial (a trama do filme se passa em 1942, bem no auge do maior conflito armado da história). O interessante de tudo é que Ôshima procura o tempo todo fugir do velho clichê envolvendo soldados aliados sendo torturados e submetidos a todos os tipos de absurdos pelos carrascos japoneses. Claro que esse aspecto também é desenvolvido no roteiro, porém o diretor vai além, criando até mesmo uma polêmica em torno de uma subliminar atração homoafetiva entre os dois personagens principais, algo completamente surreal para um filme passado na II Guerra. Com boa produção, roteiro criativo e excelentes atuações, até mesmo do astro David Bowie, o filme merece ser redescoberto, ainda mais agora com a recente morte do cantor. Para aqueles que acreditam que seu melhor momento nas telas foi "Labirinto" deixo aqui a dica de um filme que causou uma melhor recepção da crítica em seu lançamento (já que em termos de público a fita não foi tão bem como se esperava). Vale a pena conhecer para finalmente reconhecer agora todos os seus méritos e qualidades.

Pablo Aluísio

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Fome de Viver

Hoje o mundo foi surpreendido com a morte do diretor Tony Scott. Isso me recordou um de seus pequenos clássicos, um filme sobre vampiros que causou sensação na década de 80. "Fome de Viver" é puro estilo. É o típico caso de filme em que a forma é muito mais importante do que o conteúdo. Isso porque do ponto de vista de seu conteúdo o filme não traz nada de muito relevante ou surpreendente. O enredo é bem criado, mas não foge demais da mitologia dos vampiros que todos conhecemos. De certa forma é até simples. O grande diferencial é realmente sua forma. Nenhuma cena do filme parece ter sido filmada de forma gratuita. Tudo é pensado, ultra produzido, sofisticado. O diretor Tony Scott não deixa de criar ambientações singulares para cada tomada de cena (usando fartamente de cortinas brancas ao vento, sombras, luz, arquitetura clássica, enquadramentos ousados etc).

Em certos momentos me lembrou muito Blade Runner (inclusive com o uso de pombas brancas voando ao fundo). O elenco todo está bem, desde o cantor David Bowie (usando uma ótima maquiagem simulando o passar do tempo) até Susan Sarandon (mesmo que tenha sido maquiada de forma pesada que escureceu seus marcantes olhos). Já Catherine Deneuve esbanja elegância e sofisticação, até mesmo nas cenas mais violentas. Enfim, quem for assistir "Fome de Viver" esperando um filme de vampiros tradicional vai ter uma bela surpresa. O filme é em sua essência um exercício de estilo, onde tudo é muito chic, com cara de videoclip dos anos 80.

Fome de Viver (The Hunger, Estados Unidos, 1983) Direção: Tony Scott / Roteiro: Ivan Davis, Michael Thomas / Elenco: Catherine Deneuve, David Bowie, Susan Sarandon / Sinopse: Um casal de vampiros tenta manter seu estilo de vida em uma grande cidade americana do século XX

Pablo Aluísio.

domingo, 11 de setembro de 2011

David Bowie

Eu nunca gostei muito do David Bowie. Uma coisa é admitir a importância de um artista dentro da música internacional. Outra coisa é se tornar fã, comprar discos, etc. Pessoalmente eu não deixei de reconhecer a importância do Bowie, porém nunca consegui gostar de sua música. Nunca fui de entrar numa loja de discos atrás de algum álbum do Bowie para comprar...

Eu não sou da época do auge da carreira do Bowie. Quando fui saber de sua existência ele já estava em sua fase anos 80, que para muitos, é um momento pouco inspirado de sua carreira, onde ele se rendeu demais aos aspectos mais comerciais das gravadoras. Sobre isso não vou opinar, afinal nunca cheguei mesmo a acompanhar sua discografia. Aliás do pouco que ouvi (e não gostei muito) pouca coisa sobreviveu. Lembro do clip que ele fez ao lado do Mick Jagger e de sua peruca no filme "Labirinto". Acredito que sejam dois dos mais manjados momentos de sua vida artística dos 80´s.

De uma coisa posso afirmar com certeza. Ele nunca foi muito popular no Brasil. Eventualmente (muito eventualmente) o Bowie emplacava algum hit nas rádios brasileiras. Seus discos também não vendiam muito por aqui. Sua imagem mais andrógina realmente não conquistou muitos admiradores na terra brasilis. Claro, sempre há o nicho de fãs, isso acontece com todos os grandes nomes da música, mas mesmo esse grupo penso ser bem minoritário aqui em nosso país.

De qualquer forma a principal razão de nunca ter gostado da música do David Bowie foi mesmo o tal gosto pessoal. Sim, já ouvi muitos de seus mais famosos discos, mas não dá liga, não criou empatia comigo. Geralmente chegava no fim do Lado B já com cansaço e tédio. Em muitos aspectos o Bowie dava muito mais valor ao aspecto estético de sua imagem do que à beleza de suas melodias. Como não consigo ser fã de um artista que muitas vezes tem mais pose do que notas musicais acabei me tornando um "não fã", alguém que olha de longe e diz "OK!" sobre algum LP que ouviu, mas sem nunca ter tido vontade de comprar um título com seu nome estampado na capa...

Pablo Aluísio.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

David Bowie - Blackstar

Esse é o último CD do cantor David Bowie. Eu confesso, logo de cara, que nunca fui seu fã. Obviamente sempre respeitei sua importância para o mundo da música, porém não era realmente o tipo de som que tocava em minha lista de preferidos. Talvez minhas reservas em relação a Bowie nem tenha muito a ver com sua música, mas com sua imagem. Aqui estou escrevendo apenas como um ouvinte comum, uma pessoa normal que tem seus gostos pessoais, como qualquer outra. Gostar de um cantor, uma banda ou um artista, tem muito a ver com empatia. Os próprios produtores e executivos do meio musical sabem muito bem disso. Por essa razão também as imagens dos músicos geralmente são minuciosamente trabalhadas, justamente para criar empatia com o maior número possível de pessoas, gerando a partir daí o tão esperado sucesso.

Pois bem, eu nunca consegui criar empatia com David Bowie. Sempre achei sua figura muito excessiva, diria até estrambólica demais da conta (pelo menos em minha forma de pensar). Seu estilo completamente kitsch me afastou de sua música. Eu nunca embarquei em coisas como Ziggy Stardust - até achava original e bem criativo, porém ficava aquela sensação de algo muito parecido com o cinema trash de ficção (esse sim do qual gostava realmente). Suas roupas estranhas, seu cabelo cor de laranja, tudo conspirava para que eu não fosse atrás de Bowie como artista, nunca comprasse seus álbuns ou fosse em busca de seu trabalho para ouvir com maior atenção. É uma questão de puro gosto pessoal e não existe nada de errado nisso. Bowie realmente não era a minha praia.

Dito isso devo dizer que esse seu último álbum me agradou. Bowie, já na beira da morte, procurou se livrar de todos os excessos, de todas as perucas, roupas espaciais, androginia, saltos altos, etc. Aqui ele se mostrou da forma mais simples e honesta possível e talvez por essa razão eu tenha finalmente gostado de seu trabalho. De certa maneira isso já havia acontecido antes, em especial com o cantor Cazuza. Na beira da mortalidade, sob pressão psicológica total, esse tipo de artista parece retomar a sobriedade, tentando dar o melhor de si antes do momento final. Uma das coisas mais curiosas é que nesse último adeus, Bowie procurou pelo mais tradicional, pelo bom e velho jazz.

Um cantor que se notabilizou toda a vida por destruir velhos padrões sonoros e de comportamento acabou abraçando o conservadorismo musical em seu último momento. Como eu disse, a partir do momento que se chega na hora da verdade, muitos se transformam e no caso de Bowie essa transformação foi para melhor. Os dias de Ziggy Stardust também tinham ficado para trás definitivamente e isso fez muito bem a Bowie. Assim esse último CD me fez parar para uma reavaliação. Não vou aqui mentir dizendo que começarei a gostar de seus discos anteriores, isso não tem volta. Eles estão no passado e se depender da minha vontade ficarão lá para sempre. Porém uma coisa é certa, "Blackstar" sempre terá um espaço na minha coleção de CDs, tanto pelo fato de ser o último suspiro de Bowie como principalmente por ser um belo trabalho musical. Esse realmente vale a pena.

David Bowie - Blackstar (2015)
Blackstar
Tis a Pity She Was a Whore
Lazarus
Sue (Or in a Season of Crime)
Girl Loves Me
Dollar Days
I Can’t Give Everything Away

Pablo Aluísio.