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quinta-feira, 11 de abril de 2024

Sete Dias Com Marilyn

Gostei bastante do filme. A Michelle Williams está sobrenatural na pele de Marilyn Monroe. Sabe eu tinha receios que sua interpretação fosse cair no exagero ou no clichê mas isso não acontece. Ela captou muito bem a verdadeira Norma Jean. Complexa, de convivência turbulenta, fora de controle, terna e ao mesmo tempo irresponsável, dada a impulsos fora de hora. O ator Kenneth Branagh defende seu Sir Laurence Olivier com dignidade mas achei fraca sua interpretação. O Laurence era um sujeito de presença até mesmo intimidadora mas firme - no filme Branagh se limita a dar chiliques em cena, gritando com todos ao redor, algo impensável para o classudo ator original. Dois personagens centrais foram negligenciados no roteiro ao meu ver: Arthur Miller e Vivien Leigh. Miller é uma sombra, mal aparece, mal fala. Vivien Leigh também está quase sumida, me recordo agora de apenas duas cenas com ela - certamente os fãs de "E O Vento Levou" vão reclamar.

Mas nada disso tira os grandes méritos do filme. No fundo é a reconstituição totalmente curiosa do que aconteceu com aquele rapaz, Collin Clark (Eddie Redmayne), um mero terceiro assistente de direção, que acabou tirando a sorte grande ao se tornar próximo da estrela no set de filmagens. Michelle Williams captou perfeitamente a persona do mito: um quê de delicada, doce mas ao mesmo tempo totalmente imprevisível e incontrolável. Eu me senti recordando do que vi da atriz real em "Os últimos dias de Marilyn Monroe". Ela era assim na vida real, quase uma garotinha, sem muita noção das coisas que aconteciam ao redor ou do que ela representava na época (considerada a mulher mais famosa do mundo). Enfim, eu mais do que recomendo. A Michelle Williams na minha opinião foi mais sutil do que a Meryl Streep e merece levar o Oscar; A delicadeza de sua interpretação faz toda a diferença do mundo! Happy Birthday Mr President!

Sete Dias Com Marilyn (My Week With Marilyn, Estados Unidos, 2012) Direção: Simon Curtis / Roteiro: Adrian Hodges baseado no livro de Colin Clark / Elenco: Michelle Williams, Kenneth Branagh, Eddie Redmayne, Julia Ormond / Sinopse: Marilyn Monroe (Michelle Williams) chega à Inglaterra para filmar seu novo filme, "O Principe Encantado" com Laurence Olivier (Kenneth Branagh). As filmagens logo se tornam tensas por causa dos constantes atrasos e problemas da famosa atriz americana.

Pablo Aluísio.

domingo, 25 de setembro de 2022

Downton Abbey II: Uma Nova Era

Downton Abbey fez uma excelente transição do mundo das séries para o cinema. Esse segundo filme vem justamente para confirmar isso. É um filme muito bom, diria até excelente mesmo. Toda a tradição de qualidade e excelência desse produto e dessa franquia se mantém em alto nível. A história também é particularmente saborosa para quem gosta de cinema. Com problemas financeiros, Robert Grantham aceita receber uma equipe de filmagem em sua casa. Estão filmando um filme em locação e precisam de um belo cenário para as cenas. E a vitoriana mansão cai justamente como uma luva para o diretor do filme. Assim, uma equipe de filmagem vai para sua tradicional casa e começam os trabalhos. E tudo soa muito inspirador e autorreferencial. Um belo exercício de metalinguagem cinematográfica. 

Para quem aprecia história do cinema, há aspectos muito interessantes. O filme está sendo filmado bem na época em que o cinema mudo está morrendo e o cinema falado começa a dominar o mercado. A atriz principal do filme é uma mulher extremamente bonita e glamorosa, mas com péssima dicção. Como ela vai sobreviver nesta transição? O galã, cobiçado por todas as mulheres, esconde um segredo pois na verdade é homossexual. Outro aspecto curioso acontece quando Violet Grantham herda uma bela propriedade no sul da França. Um amor do passado dela que se revela em um testamento. Isso esconde uma história que perturba o seu filho. E coloca em dúvida inclusive sua verdadeira ascendência. Como eu escrevi, Downton Abbey segue excelente. Já se tornou uma marca de elegância e sofisticação. Que venham novos filmes. 

Downton Abbey II: Uma Nova Era (Downton Abbey: A New Era, Estados Unidos, 2022) Direção: Simon Curtis / Roteiro: Julian Fellowes / Elenco: Hugh Bonneville, Maggie Smith, Jim Carter, Elizabeth McGovern, Michelle Dockery / Sinopse: Uma equipe de cinema chega para trabalhar na mansão de Downton Abbey, rompendo com os costumes e o modo de vida da elegante e tradicional aristocracia inglesa. E um velho amor do passado ressuscita em um testamento, para surpresa de todos.

Pablo Aluísio.

domingo, 5 de agosto de 2018

Adeus Christopher Robin

O filme conta a história do relacionamento entre um pai e seu filho. O pai é um dramaturgo de sucesso em Londres que precisa superar os traumas da guerra. Veterano na Primeira Guerra Mundial ele retorna para a Inglaterra com problemas psicológicos pelas coisas que viu e viveu no campo de batalha. Acaba encontrando no filho um suporte para isso. Aos poucos vai recuperando o prazer de escrever e de viver. E é justamente nas brincadeiras que tem ao lado do filho em um bosque próximo de sua casa que o inspira a escrever um livro infantil. Esse livro se tornaria um enorme sucesso de vendas, dando origem a uma série de personagens que ainda hoje povoam o imaginário das crianças. O escritor era Alan Alexander Milne, o livro recebeu o nome de "Winnie the Pooh" (no Brasil, "O Ursinho Pooh") e o filho que se tornaria célebre por também fazer parte do livro era o pequeno Christopher Robin.

O roteiro assim apresenta duas linhas narrativas. Na primeira acompanhamos a infância de Robin. De repente ele se torna conhecido mundialmente por causa do livro escrito pelo pai. Entrevistas, aparições públicas e todo o desgaste de ter se tornado uma figura pública mundial ainda quando era apenas uma criança. Na outra linha narrativa, já encontramos Robin como adulto. Ele tem ressentimentos por nunca ter tido paz (justamente por causa da notoriedade do livro) e por essa razão passa a ter um relacionamento conturbado com o pai, que tenta recuperar o afeto do filho. Meio que por rebeldia, meio por tentar seguir seus próprios caminhos, acaba se alistando no exército inglês, justamente no auge da Segunda Grande Guerra Mundial. Embora seja apenas na média o filme se sobressai por trazer a biografia desse autor, o que certamente vai interessar aos apreciadores de literatura inglesa. Também tem um bom elenco, com destaque mais uma vez para a bela Margot Robbie como a mãe de Robin. Nada convencional para a época ela estava mais interessada na fama e no dinheiro vindos do grande sucesso do livro do que propriamente nas necessidades do filho por afeto e carinho materno.

Adeus Christopher Robin (Goodbye Christopher Robin, Inglaterra, 2017) Direção: Simon Curtis / Roteiro: Frank Cottrell Boyce, Simon Vaughan / Elenco: Domhnall Gleeson, Margot Robbie, Kelly Macdonald, Will Tilston, Alex Lawther / Sinopse: O filme conta a história do autor e dramaturgo A.A. Milne que escreveu um dos mais populares livros infantis de todos os tempos, o best-seller "Winnie the Pooh". Na estorinha ele contava as brincadeiras de seu filho único, C.R. Milne, com seus brinquedos, numa casa de campo nos arredores de Londres.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 4 de maio de 2016

A Dama Dourada

Durante a Segunda Guerra Mundial os nazistas se apropriaram (roubaram mesmo) grandes coleções de arte, fossem elas de museus ou de coleções particulares. A protagonista desse filme, chamada Maria Altmann (Helen Mirren), é uma senhora de família judia que foi morar nos Estados Unidos para sobreviver ao holocausto. Seus familiares que ficaram na Europa foram mortos e seus bens, incluindo preciosos quadros, foram levados pelos alemães. Muitos anos depois ela se une a um jovem advogado, Randy Schoenberg (Ryan Reynolds), para tentar reaver essas pinturas nos tribunais. Inicialmente ela enfrenta uma barreira jurídica enorme pois a grande maioria dessas obras de arte foram parar em museus europeus após o fim da guerra. Até a Suprema Corte dos Estados Unidos se torna um empecilho para ela, que não desiste e vai em frente.

Todos os historiadores sabem que uma das paixões de Hitler era a arte. Artista frustrado na juventude (ele chegou a ser reprovado em um exame de admissão na prestigiada escola de artes de Viena) o líder nazista levou sua obsessão às últimas consequências. O curioso é que tudo deveria ser de acordo com seu gosto pessoal, o que não se enquadrava no estilo preferido de Hitler era considerado arte decadente, degenerada, espúria, que deveria ser banida. Por essa razão assim que ocupava um novo país as tropas do exército alemão eram orientadas a recolher todos os quadros e pinturas para serem levadas à Berlim. E se elas pertencessem a famílias de judeus a expropriação era seguida de punição para os antigos proprietários, sendo eles enviados para campos de concentração imediatamente. Foi o que aconteceu com todos os familiares de Maria Altmann. Vivendo de uma pequena lojinha em Los Angeles ela então decide lutar pelas obras que pertenceram à sua família no passado, entre eles um quadro avaliado em 100 milhões de dólares! O principal tema desse filme é a perenidade da justiça. Essa deve ser buscada, não importando o tempo passado. O filme é assim um belo exemplo de perseverança e luta justamente por esse valor, a justiça. Especialmente indicado para profissionais da área jurídica.

A Dama Dourada (Woman in Gold, Inglaterra, 2015) Direção: Simon Curtis / Roteiro: Alexi Kaye Campbell, E. Randol Schoenberg / Elenco: Helen Mirren, Ryan Reynolds, Katie Holmes, Elizabeth McGovern / Sinopse: Uma senhora judia, dona de uma pequena lojinha em Los Angeles, decide lutar nos tribunais pela propriedade de antigas e valiosas obras de arte que foram roubadas de sua família pelos nazistas durante a II Guerra Mundial.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

A Dama Dourada

Título no Brasil: A Dama Dourada
Título Original: Woman in Gold
Ano de Produção: 2015
País: Inglaterra
Estúdio: BBC Films
Direção: Simon Curtis
Roteiro: Alexi Kaye Campbell, E. Randol Schoenberg
Elenco: Helen Mirren, Ryan Reynolds, Katie Holmes, Elizabeth McGovern
  
Sinopse:
O roteiro trata de uma das chagas abertas da Segunda Guerra Mundial, o roubo de obras de artes por tropas da Alemanha Nazista. Como se sabe Hitler era um apaixonado admirador de arte - a ponto inclusive de ter sido um artista frustrado na juventude. Quando a guerra chegou aos países vizinhos da Alemanha ele imediatamente ordenou que as mais maravilhosas obras de arte fossem levadas até o coração do Reich, principalmente as que pertenciam a famílias de judeus ricos. Foi exatamente isso que aconteceu no passado de Maria Altmann (Helen Mirren). Praticamente todos os seus familiares foram mortos no holocausto, sendo a riqueza familiar roubada abertamente pelos nazistas. Agora, muitos anos depois desses acontecimentos, ela tenta recuperar a propriedade de vários quadros que eram de seus pais. Infelizmente acaba esbarrando na inflexibilidade do governo austríaco que começa a lutar nos tribunais pela propriedade definitiva das pinturas, dando início a um longo e penoso processo judicial que acaba se arrastando por anos a fio.

Comentários:
Uma produção demasiadamente interessante que discute através de um caso concreto judicial verídico o direito de propriedade dos bens que foram usurpados (na realidade roubados) pela Alemanha Nazista de Hitler. A protagonista é uma dona de casa humilde que vive de sua pequenina lojinha de roupas em Los Angeles. Ela é uma imigrante austríaca chamada Maria Altmann (Helen Mirren). Durante a ocupação da Áustria por tropas do III Reich ela viu sua vida desmoronar ainda na juventude. Os parentes foram presos e enviados para campos de concentração. O dinheiro, obras de arte e bens em geral de sua família foram todos roubados pelos chacais do nazismo. Agora, já na velhice, ela decide lutar judicialmente por aquilo que entende ser seu de direito, inclusive um famoso quadro cujo valor atual seria estimado em mais de cem milhões de dólares! Para isso ela resolve contratar não um grande escritório de advocacia de Nova Iorque, mas sim os serviços do jovem e inexperiente advogado chamado Randy Schoenberg (Ryan Reynolds). Ele certamente não pode ser considerado um advogado de renome, porém é inteligente, tem fibra e abraça a causa com uma paixão e dedicação fora do normal. A luta de Maria e Randy se torna assim o tema principal do filme. 

Dito isso é bom avisar que de certa maneira "A Dama Dourada" vai agradar mais aos profissionais da área jurídica do que ao público em geral. Isso decorre do fato de que o filme explora um caso judicial cheio de detalhes que acabou dando origem a vários precedentes jurisprudenciais no direito internacional - muitos deles ainda em vigor, principalmente no que se refere ao chamado direito de restituição de obras de artes roubadas pelos nazistas. Certamente por ter esse viés técnico o tema se tornará mais interessante para advogados e profissionais do mundo do direito. Esse aspecto abre outra questão importante. Em filmes de tribunal o elenco precisa estar sempre afiado. Felizmente é o que acontece aqui. O grande destaque, como era de se esperar, vai mesmo para a maravilhosa dama dos palcos e das telas Helen Mirren. Ela consegue imprimir suavidade e garra à sua personagem de uma maneira muito equilibrada e feliz. Contando com seu talento ao lado até mesmo o apenas mediano Ryan Reynolds consegue superar suas já conhecidas deficiências dramáticas. Seu advogado é um misto de doce ingenuidade e sincera capacidade de luta, mesmo diante de tribunais superiores francamente hostis como a Suprema Corte dos Estados Unidos. Apenas Katie Holmes surge muito apagada, mas isso é decorrente de sua própria personagem (a esposa do advogado) do que por qualquer outra coisa. No final ela acaba não fazendo a menor diferença dentro da trama. Então é isso, temos aqui um filme inegavelmente bom, nada extraordinário, mas realmente bom e eficiente, que conta da maneira mais honesta possível a sua relevante história.

Pablo Aluísio

domingo, 10 de janeiro de 2010

Sete Dias Com Marilyn

Hoje tive a grata surpresa de conferir esse "My Week With Marilyn". Quando o projeto foi anunciado eu realmente torci o nariz. Geralmente grandes ídolos do passado não ganham filmes à altura (vide as diversas bobagens feitas sobre Elvis Presley até hoje). Depois quando Michelle Williams foi anunciada fiquei ainda mais receoso. Inicialmente a achei meio inadequada, embora tenha adorado sua atuação em "Blue Valentine" (um excelente filme baseado em atuações maravilhosas sobre as dificuldades de um relacionamento adulto). Será que ela saberia lidar com a complexidade da personalidade de Marilyn Monroe?

Felizmente respirei aliviado quando "My Week With Marilyn" terminou.. Tudo é de muito bom gosto, o roteiro é bem escrito e as atuações são ótimas. Na minha forma de ver essa estrutura do argumento em que é valorizado apenas algum evento especifico da vida do biografado costuma dar muito mais certo do que quando tentam em um só filme retratar toda a história de vida da pessoa enfocada. Isso aconteceu recentemente com "A Dama de Ferro" em que tentaram dar um passo maior do que a perna e contar toda a história de Margaret Thatcher em apenas um filme - algo simplesmente impossível e que geralmente resulta em produções vazias e incompletas (apesar da ótima atuação de Meryl Streep considerei seu filme muito superficial).

Aqui acompanhamos a complicada gravação do filme "O Príncipe Encantado" que Marilyn Monroe (Michelle Williams) filmou na Inglaterra (fato único em sua carreira). Não deixa de ser cômico acompanhar o britânico Sir Laurence Olivier (Keneth Branagh) com toda sua organização e pontualidade arrancando os cabelos da cabeça com os constantes problemas de Marilyn durante as filmagens (sempre atrasada, sempre errando o texto do filme, tendo crises matrimoniais e depressivas, etc). O curioso é que o filme conseguiu retratar esse lado nada lisonjeiro do mito de forma não agressiva ou desrespeitosa. Seria muito fácil colocar uma Marilyn caindo pelo set, obviamente drogada ou bêbada. Felizmente o bom senso falou mais alto e aqui acompanhamos ela tal como realmente aconteceu - a atriz com muitos problemas pessoais, porém sem cair no sensacionalismo barato.

O foco do filme se concentra na aproximação de Marilyn com o terceiro assistente de direção, o jovem Collin Clarke (Eddie Redmayne). No meio do caos ela acaba se aproximando desse garoto que dentro da equipe não tinha nenhuma importância mas que acaba ganhado sua amizade e afeto. O curioso é que tudo que vemos na tela foi inspirado no próprio relato de Collin Clarke que por uma sorte do destino estava lá, no lugar e no tempo certos! Uma dessas coisas que só acontecem mesmo uma vez na vida de qualquer pessoa! Existe até hoje uma certa dúvida sobre a veracidade ou não de seu livro mas de certa forma isso não tem tanta importância pois não seria o primeiro livro a misturar fatos reais com toques de ficção! O texto é divertido e se for apenas uma lorota temos que reconhecer que é tudo muito bem escrito (e descrito). Infelizmente o autor faleceu em 2002 e não teve a oportunidade de ver sua obra adaptada tão bem para a tela de cinema.

Como já era esperado Michelle Williams só tinha dois caminhos ao interpretar Marilyn: ou atuar de forma convincente ou cair na caricatura! Muitos atores que interpretam mitos do passado como Elvis ou Marilyn inevitavelmente caem na caricatura pura e simples! Viram palhaços de forma inconsciente! Embora não seja muito parecida fisicamente com Monroe a atriz Michelle surpreende. Ela está doce, delicada (e complicada) em cena, tal como a Norma Jean da vida real. Concorrendo ao Oscar contra Meryl Streep por "A Dama de Honra" realmente ficarei chateado se perder pois considero seu trabalho muito superior à da colega. Sem grande uso de maquiagem pesada (como Streep), Michelle Williams conseguiu sumir dentro da personagem, o que prova seu fenomenal trabalho de atuação. O fato é que Marilyn era uma pessoa com sonhos, sentimentos e pensamentos que a distanciavam do estereotipo de "loira burra" que seus personagens acabaram criando na mente do público. Captar a essência dessa pessoa é o grande trunfo desse filme.

O diretor Simon Curtis tem uma das melhores séries da BBC no currículo, chamada Cranford (que acompanhei e fiquei maravilhado). Aqui ele repete integralmente seu bom gosto e finesse em cena. Tudo é encenado e recriado com uma delicadeza cuidadosa que foge sempre do lugar comum. A reconstituição de época também me agradou bastante, assim como os pequenos detalhes da produção (que contam muito no saldo final). A única crítica maior que teria a fazer ao filme seria a pouco relevância dada pelo roteiro a outro mito da história do cinema presente na história: Vivien Leigh, esposa de Laurence Olivier. No filme sua figura surge apagada e sem grande atrativo. Uma pena, mas tudo bem, "My Week With Marilyn" não deixa de ser brilhante por esse pequeno tropeço. Do jeito que está o filme me agradou bastante e recomendo aos fãs da eterna Marilyn Monroe, uma mulher tão linda quanto complexa, uma combinação totalmente explosiva vamos convir. Assistam sem susto, pois o filme é acima de tudo uma bela homenagem ao maior mito sexual da história do cinema.

Pablo Aluísio.