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sábado, 22 de março de 2025

Elvis: Ao Longo dos Anos

Título no Brasil: Elvis: Ao Longo dos Anos
Título Original: Elvis: The Years
Ano de Lançamento: 2007
País: Estados Unidos
Estúdio: Looke
Direção: David. D. Martin
Roteiro: David. D. Martin
Elenco: Elvis Presley, Priscilla Presley, Red West (em arquivos de imagens). 

Sinopse:
Documentário que faz um panorama amplo e geral da carreira de Elvis ultrapassando as décadas de 1950, 1960 e 1970. Material compilado de materiais de divulgação de seus filmes e pequenos trechos de jornais televisivos e cinejornais dos cinemas. 

Comentários:
Os realizadores desse documentário não tinham dinheiro suficiente para comprar os direitos autorais de certas músicas de Elvis. Então o que fizeram? Um documentário sem músicas do maior cantor de seu tempo! Além disso encheram o filme de pedaços de cenas tiradas de cinejornais que eram exibidos nos cinemas, trailers dos filmes de Elvis, pequenos trechos, flashes na verdade, das apresentações de Elvis na TV nos anos 50 e algumas fotos avulsas. Pedaços e trechos de pequenas entrevistas que Elvis deu para emissoras de TV e rádio na época também foram reaproveitadas. Esteticamente o documentário ficou uma droga, mas ainda assim é algo interessante para fãs de Elvis do tipo mais raiz. Isso porque tem momentos que você não verá em nenhum outro lugar. Por exemplo, a pequenina entrevista, muito casual, que Elvis deu no Havaí quando viajou até lá para filmar "Girls, Girls, Girls". Ele comenta inclusive sobre a trilha sonora do filme! Algumas perguntas respondidas para jornalistas durante a divulgação de "Aloha From Hawaii" e por aí vai. Não é um produto bem feito ou bem realizado, mas até que tem alguns materiais que me chamaram a atenção. Não me arrependi de ter assistido. 

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 3 de março de 2025

Nossa Coleção de Cinema e Rock Clássico


Coleção Cinema e Rock Clássico
Estamos ampliando nossa esfera de comunicação com o público que gosta de cinema e rock clássico. Já lançamentos três títulos sobre cinema clássico. Abaixo segue nossa lista de livros. Adquira seu exemplar e forme sua própria coleção. 

Elvis Presley
Esse é o primeiro volume de uma longa série que iremos publicar sobre Elvis Presley. Nesse Volume 1 dissecamos os anos de Elvis na Sun Records, sua primeira gravadora. Segue análise e detalhes sobre seus dois primeiros discos. Depois entregamos ao leitor tudo sobre seus dois primeiros filmes no cinema, Love Me Tender e Loving You. Completa o quadro uma longa série de textos comentando seus singles e uma coleção de textos sobre aspectos pessoais e profissionais que aconteciam com Elvis nessa fase inicial de sua carreira. 

Adquira seu exemplar nos links abaixo: 

Marlon Brando
Nesse livro dedicado a esse grande ator da história de Hollywood, temos toda a sua filmografia comentada, com ficha técnica e detalhes cinematográficos. Além disso o livro traz uma série de textos, artigos e crônicas sobre a vida de Marlon Brando, inclusive com muitas curiosidades sobre seus filmes e sua vida pessoal.

Adquira seu exemplar nos links abaixo: 

Marilyn Monroe
A diva do cinema americano em sua era de ouro ganhou espaço especial em nossa coleção. Em seu livro temos todos os seus filmes, desde os primeiros e desconhecidos, até seus grandes sucessos de bilheteria, cada um comentado em seus menores detalhes. Em uma longa série intitulada Hollywood Boulevard trazemos uma série de crônicas sobre a carreira e a vida pessoal de Marilyn, mostrando seus amores e casamentos. 

Adquira seu exemplar nos links abaixo: 

Pablo Aluísio. 

sábado, 22 de fevereiro de 2025

Elvis Presley - Kissin' Cousins / It Hurts Me

Kissin' Cousins / It Hurts Me
Esse foi o único single lançado da trilha sonora do filme "Com Caipira Não se Brinca". O lado A do single não trazia nenhuma grande novidade pois era a mesma versão que o fã de Elvis poderiam ouvir no LP original da trilha sonora. A novidade mesmo para os fãs da época que eram antenados na discografia de Elvis, vinha com a música do Lado B chamada "It Hurts Me". Era uma bela balada, inédita, com Elvis realmente empenhado em cantar bem. Ela foi levada a Elvis em Nashville pela editora Hill and Range. Elvis ouviu a demo e gostou, resolvendo gravar. Sua versão ficou ótima realmente. Embora não tenha sido um grande hit os elogios vieram de todas as partes. Era uma boa música numa caprichada gravação por parte de Elvis e seus músicos! 

Um fato curioso é que essa música foi creditada a Joy Byers. Quem gosta mesmo de Elvis e prestou atenção em sua discografia conhece esse nome muito bem. Só que na verdade a pessoa Joy Byers não escreveu nada. Era praticamente um pseudônimo usado pelo compositor Bob Johnston. Ele usava o nome da esposa por questões contratuais e até mesmo para fugir do imposto de renda! E as coisas iam além. Geralmente Bob Johnston não fazia essas músicas sozinho. No caso dessa música ele a compôs com Charlie Daniels que inclusive teve a ideia original.

Então imaginem a confusão jurídica que isso deu depois. O nome constante nos discos não havia feito a música. Essa foi composto por uma dupla de compositores sendo que um deles sequer foi creditado! Então depois de anos a confusão inclusive jurídica foi armada. Até porque se Elvis gravava uma música ela geralmente rendia muito dinheiro para todos os envolvidos! 

De uma maneira ou outra essa "It Hurts Me" era um sopro de ar fresco numa época em que Elvis estava muito preso com companhias cinematográficas de Hollywood. Quatro anos depois a RCA Victor a colocou no álbum "Elvis Gold Records Vol. 4", embora, como eu já tenha dito, essa balada romântica não tenha de fato sido um grande hit. E para muitos fãs brasileiros, só com esse álbum é que eles finalmente conheceram a música. O compacto original passou em brancas nuvens aqui em nosso país. 

Pablo Aluísio. 

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025

Livros: Coleção de Cinema Clássico


Coleção Cinema Clássico
Estamos ampliando nossa esfera de comunicação com o público que gosta de cinema e rock clássico. Já lançamentos três títulos sobre cinema clássico. Abaixo segue nossa lista de livros. Adquira seu exemplar e forme sua própria coleção. 

Marlon Brando
Nesse livro dedicado a esse grande ator da história de Hollywood, temos toda a sua filmografia comentada, com ficha técnica e detalhes cinematográficos. Além disso o livro traz uma série de textos, artigos e crônicas sobre a vida de Marlon Brando, inclusive com muitas curiosidades sobre seus filmes e sua vida pessoal.

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Marilyn Monroe
A diva do cinema americano em sua era de ouro ganhou espaço especial em nossa coleção. Em seu livro temos todos os seus filmes, desde os primeiros e desconhecidos, até seus grandes sucessos de bilheteria, cada um comentado em seus menores detalhes. Em uma longa série intitulada Hollywood Boulevard trazemos uma série de crônicas sobre a carreira e a vida pessoal de Marilyn, mostrando seus amores e casamentos. 

Adquira seu exemplar nos links abaixo: 

Elvis Presley
Esse é o primeiro volume de uma longa série que iremos publicar sobre Elvis Presley. Nesse Volume 1 dissecamos os anos de Elvis na Sun Records, sua primeira gravadora. Segue análise e detalhes sobre seus dois primeiros discos. Depois entregamos ao leitor tudo sobre seus dois primeiros filmes no cinema, Love Me Tender e Loving You. Completa o quadro uma longa série de textos comentando seus singles e uma coleção de textos sobre aspectos pessoais e profissionais que aconteciam com Elvis nessa fase inicial de sua carreira. 

Adquira seu exemplar nos links abaixo: 

Pablo Aluísio. 

domingo, 26 de janeiro de 2025

Elvis Presley - Volume 1

Elvis Presley - Volume 1
Estamos lançando nessa semana o primeiro livro sobre Elvis Presley. Esse volume 1 traz muitas informações sobre os primeiros discos e filmes da carreira de Elvis. Será uma coleção de livros sobre Elvis daqui em diante. Nosso plano é de lançar um novo volume a cada seis meses, para no final termos uma coleção completa de textos sobre o cantor. Um material realmente muito bom. Abaixo segue a sinopse do livro e os endereços para adquirir seu exemplar. 

Elvis Presley
Nesse primeiro volume escrito por Pablo Aluísio, o leitor é apresentado aos primeiros discos e filmes da carreira de Elvis Presley. Um resgate com muitas informações, fruto de uma pesquisa que durou anos por parte de seu autor. Essa é a história do jovem artista que revolucionou o mundo da música desde os seus primeiros anos de fama, sucesso e impacto cultural. 

Links para comprar

Elvis Presley na Uiclap

Elvis Presley no Clube dos Autores:

Elvis Presley na Amazon

Pablo Aluísio. 

sábado, 28 de dezembro de 2024

Elvis Presley - Kissin' Cousins - Parte 5

Elvis Presley - Kissin' Cousins - Parte 5
Bem, finalizando a análise desse álbum de Elvis Presley lançado no ano de 1964, vamos tecer os comentários sobre as canções restantes da trilha sonora. "Kissin' Cousins (Number 2)" é o segundo tema musical do filme. Bem melhor do que a número 1, essa faixa é uma das melhores do álbum. Tudo funciona por aqui! A música tem bom ritmo, um popzinho muito agradável de se ouvir e Elvis parece muito bem nos vocais. Curioso que os Jordanaires estão na música, mas bem lá no fundo, quase não os ouvimos! Uma música que apesar dos pesares mostrava que Elvis ainda estava em ótima forma!

"Echoes of Love" não foi gravada originalmente para essa trilha sonora. Na verdade foi gravada em outro momento, no ano anterior, quando a RCA Victor tinha planos de editar um LP com gravações convencionais de Elvis. Algo na linha de "Something For Everybody". Só que no meio do caminho os executivos da gravadora desistiram da edição desse disco. Ao invés disso passaram a utilizar essas músicas como meras "Bonus Songs" das trilhas de Elvis nos anos 60. Claro que foi uma péssima ideia! De uma maneira ou outra, esse disco nunca editado (mas gravado) por Elvis acabou ganhando com o passar dos anos o título de "The Lost Album" (o disco perdido de Elvis!). 

Outra faixa do "The Lost Album" que foi usada nesse disco foi "(It's a) Long Lonely Highway". Essa música guarda uma curiosidade interessante. Ele foi uma das poucas e raras gravações de Elvis Presley que fizeram parte de duas trilhas sonoras diferentes da filmografia de Elvis. Primeiro foi lançada como "Bonus Songs" de Kissin Cousins e um ano depois voltou para fazer parte da trilha sonora de "Tickle-Me", ganhando inclusive destaque naquele filme. Na primeira cena, com os créditos subindo, ouvimos essa canção, com Elvis de chapéu de cowboy ao lado de um ônibus da Greyhound Lines. Mais norte-americano do que isso, impossível! 

O álbum "Kissin' Cousins" foi lançado em abril de 1964 e fez sucesso comercial chegando a ganhar um disco de ouro! Em minha opinião é uma boa trilha sonora de um filme fraco realmente. Os Estados Unidos naquele momento estavam no auge da febre da Beatlemania, mas os álbuns de Elvis, mesmo com as amarras de serem trilhas sonoras de cinema, ainda conseguiam resistir com suas limitações artísticas ao avassalador sucesso dos Beatles. 

Pablo Aluísio. 

sábado, 14 de dezembro de 2024

Elvis Presley - Kissin' Cousins - Parte 4

Elvis Presley - Kissin' Cousins - Parte 4
No disco de vinil original de 1964 a canção "Anyone (Could Fall in Love with You)"  abria o Lado B. Eu até gosto dessa balada romântica, mas verdade seja dita, ela não entraria numa lista de melhores músicas lentas da carreira de Elvis dos anos 60. Para muitos ela tem uma melodia meio enjoativa. Dá para ouvir algumas vezes, apreciando o trabalho de Elvis e os Jordanaires (bem presentes na faixa), mas nada muito além disso. Elvis tinha capacidade de fazer algo bem melhor do que isso, vamos ser bem sinceros. 

Eu sempre achei mais do que curioso um filme protagonizado por personagens caipiras contar com uma trilha sonora sem country music de verdade! Eu digo de verdade, porque "Barefoot Ballad" é uma pop music que tira sarro do lado caipira da América. Aqui temos Hollywood tirando uma onda com a caipirada do sul! Pois é, meus caros, acredito que entenderam bem isso. Nunca gostaram dessa música lá nas montanhas do Kentucky, pode ter certeza disso!

Agora, dito isso, devo confessar que sempre achei "Barefoot Ballad" muito divertida! Eu tenho problemas de avaliar esse álbum com muita objetividade porque eu tenho um vínculo emocional com esse disco. Eu estava na infância e já ouvia essa trilha sonora, então, para uma criança, uma música como essa era pura diversão! Não tem como negar isso, em nenhum aspecto. Sinceridade vale ouro!

Já "Once Is Enough" é uma tentativa de ser fazer algo mais sério. A gravação em estúdio ficou boa, não tem como negar. O solo de sax ficou muito bom! O problema é que é justamente na cena em que essa música é apresentada no filme que um casal de bailarinos leva um tombo! E o diretor Gene Nelson deixou esse erro entrar no corte final. Assim uma boa música acabou sendo manchada por um amadorismo absurdo que não poderia ocorrer em um filme feito pela MGM, um dos grandes estúdios de musicais da história de Hollywood! Que lástima!

Pablo Aluísio. 

sábado, 7 de dezembro de 2024

O Retorno do Rei

Título no Brasil: O Retorno do Rei
Título Original: Return of the King
Ano de Lançamento: 2024
País: Estados Unidos
Estúdio: Netflix
Direção: Jason Hehir
Roteiro: Jason Hehir
Elenco: Elvis Presley, Priscilla Presley, Baz Luhrmann, Bruce Springsteen, Ernst Jørgensen

Sinopse:
O documentário "O Retorno do Rei - Ascensão e Queda de Elvis Presley" traz uma retrospectiva dos primeiros anos da carreira de Elvis, sua ida para Hollywood e a tentativa de colocar sua carreira de volta ao topo em 1968 com um programa especial de retorno no canal de TV NBC. 

Comentários:
Com o lançamento do filme "Elvis" houve toda uma renovação de interesse na carreira desse famoso cantor. E surgiu também uma demanda por programas e documentários sobre sua vida. A Netflix não iria ficar de fora dessa onda de interesse. Então como fã de longa data de Elvis, posso até afirmar que gostei do documentário, mas tenho algumas ressalvas a fazer. No começo pensei que seria um documentário bem focado no "Comeback Special". Eu me enganei. Esse roteiro não foi feito para os antigos fãs, que estejam em busca de detalhes inéditos e desconhecidos, mas sim para os mais jovens que estejam interessados em Elvis. Então mais de dois terços da duração é focado em contar a vida de Elvis antes do programa de televisão. É um longo resgate, que consome quase todo o documentário. Só quando chega mais ou menos uns 25 minutos para o final eles finalmente falam sobre o especial. Em meu caso achei mal estruturado, mas entendo também que eles querem apresentar Elvis para quem não conhece sua história muito bem. Então, no final de tudo, acabei gostando. Meio cansativo por voltar para contar tudo de novo, mais ainda assim não deixando de ser interessante. 

Pablo Aluísio.

sábado, 16 de novembro de 2024

Elvis Presley - Kissin' Cousins - Parte 3

Elvis Presley - Kissin' Cousins - Parte 3
Em 1964 enquanto Elvis estava gravando músicas para trilhas sonoras como essa, a Beatlemania tomava conta dos Estados Unidos. O único artista grande o suficiente para enfrentar essa invasão britânica era o próprio Elvis Presley. Só que preso em contratos draconianos com os estúdios e as companhias cinematográficas, ele na verdade nada poderia fazer. Não tinha mesmo material de qualidade para enfrentar o furacão Beatles que devastava toda a América (e o mundo!). 

Então para o fã de Elvis daquela época só sobrava ir nas lojas de discos para comprar um exemplar dessa trilha sonora para ouvir em casa. Um fato digno de nota é que não há grandes hits nesse álbum. Nenhuma das músicas tocou nas rádios com consistência e nem se destacou nas paradas. Embora o disco tenha até vendido bem, realmente não trazia material relevante para Elvis naquele momento crucial de sua carreira. E quando isso acontece, já sabemos bem, o próprio artista deixa de ser relevante! 

O Lado A da trilha sonora fechava com duas canções pop. Duas músicas que eu até simpatizo de certa maneira, mas que ficavam muito distantes daquele Elvis roqueiro que revolucionou o mundo da música nos anos 50. "Catchin' On Fast" até tinha bom ritmo e poderia até mesmo ser trabalhada pela RCA nas rádios, mas a gravadora parecia muito preguiçosa nesse aspecto. Como praticamente tudo que Elvis lançava trazia lucro, eles nem mais se esforçavam em divulgar melhor o material. 

Eu gosto de "Tender Feeling". Essa balada era uma amostra que Elvis estava muito bem nos vocais, ainda mais em músicas românticas. É uma bela canção que se tivesse sido lançada alguns anos antes iria se destacar nas paradas musicais. Apesar de todos os problemas Elvis nunca perdeu seu talento para esse tipo de canção, essa era a verdade. 

Pablo Aluísio. 

sábado, 9 de novembro de 2024

Elvis Presley - Kissin' Cousins - Parte 2

Elvis Presley - Kissin' Cousins - Parte 2
Quando esse filme foi anunciado pela MGM muitas pessoas em Hollywood acharam que viria coisa boa. Afinal o filme seria dirigido por Gene Nelson, que tinha grande prestígio dentro do mundo dos musicais. Ele era um cineasta prestigiado por causa de seus filmes do passado. O problema é que era um homem da velha escola que não gostava de Elvis! Ele, na verdade, odiava rock! E Elvis, como seu maior nome, não ganhava nenhuma simpatia por parte do diretor. O filme havia sido imposto pela MGM e Nelson teve que aceitar com medo de ser processado por quebra de contrato com o estúdio. 

Assim Gene Nelson passou a trabalhar como aqueles técnicos de futebol que odeiam o craque de seu próprio time! Fez o filme, cumpriu contrato, mas sem nenhum capricho, sem nenhum cuidado artístico com o que estava fazendo. Estava sempre mau humorado, mostrando toda a sua má vontade de estar ali no set de filmagens. Filmava tudo em única tomada. Não estava nem aí! Numa das cenas um dos casais de bailarinhos caiu por cima do outro, levando um tombo! Em qualquer produção B essa cena seria refeita, mas não por Nelson. Ele colocou a cena assim mesmo no filme. Agindo de forma nada profissional. 

A sorte para os ouvintes da trilha sonora é que isso tudo aconteceu depois que o disco havia sido gravado. Então Elvis estava dando o melhor de si nas músicas do álbum, sem ser contaminado por Gene Nelson. "There's Gold in the Mountains" era até bem relaxante. Outra faixa composta pelo trio Bernie Baum, Bill Giant e Florence Kaye. Eles inclusive fizeram praticamente quase todas as canções do disco. 

"One Boy, Two Little Girls" era uma boa baladinha romântica. Por essa época, não me perguntem a razão, as trilhas sonoras de Elvis tinham essa mania de colocar numerais em seus títulos. Já tinha acontecido antes com a trilha de "Girls, Girls, Girls". Enfim, uma faixa que mostrava que Elvis ainda estava bem afinado para esse tipo de música com sentimentos românticos juvenis. 

Pablo Aluísio. 

sábado, 2 de novembro de 2024

Elvis Presley - Kissin' Cousins - Parte 1

Elvis Presley - Kissin' Cousins - Parte 1
Esse filme Kissin' Cousins tem muita coisa em comum com Harum Scarum. São boas trilhas sonoras de Elvis para filmes muito ruins. O filme Kissin' Cousins até que não era tão ruim como Harum Scarum. Por outro lado sua trilha sonora era ligeiramente inferior. E ambos foram produzidos pelas mesmas companhias, a MGM no cinema e a RCA Victor no disco. Quando Kissin' Cousins chegou aos cinemas em 1964 o público até estava animado por causa do sucesso de "Viva Las Vegas" que foi indiscutivelmente um dos melhores musicais de Elvis nos anos 60. Só que tudo se transformaria em um balde de água fria. 

Se "Viva las Vegas" tinha boa produção e uma linda Ann-Margret, "Kissin' Cousins" não tinha nada disso. Era uma produção B onde Elvis interpretava dois personagens, um com os cabelos pretos do cantor e outro usando uma peruca loira! Dois papéis em um filme que não deixou saudades. Uma paródia em cima de pessoas caipiras em um tom tão caricato que nos dias de hoje iria soar até mesmo como um desrespeito, algo ofensivo. No Brasil o filme recebeu um nome "digno" dessa coisa toda. Em nosso país o filme recebeu o nome de "Com Caipira Não se Brinca". Pois é, enquanto Elvis afundava nesse tipo de filme os Beatles surfavam a onda da Beatlemania nos Estados Unidos! 

Mas vamos para as músicas da trilha sonora, que eu considero um bom disco. Inclusive até que vendeu muito bem, chegando ao oitavo lugar entre os mais vendidos da Billboard. Nem merecia tanto sucesso comercial assim. Pois bem, o disco abre com a faixa "Kissin' Cousins (Number 2)". Como havia dois personagens interpretados por Elvis, os produtores acharam por bem também colocar duas músicas temas na trilha sonora! Essa faixa Number 2 não é melhor do que a Number 1. Ainda assim é uma boa música. Não faz feio. 

Certa vez eu dei boas risadas quando um colunista brasileiro escreveu que a música "Smokey Mountain Boy" era sobre um garoto que gostava de fumar nas montanhas! Não, caro boboca, tradução completamente errada. As montanhas do Kentucky (onde a história do filme se passa) são conhecidas como Smokey Mountains por causa das fortes neblinas que as encobrem no inverno. Nada a ver com gente fumante no alto da montanha! Chegou a ser engraçado essa tradução bizarra. Essa música é justamente sobre essas pessoas que moram no alto da montanha. É uma faixa até legal, em ritmo de marcha, toda assoviada no arranjo. Dizem que os assovios são de membros do Jordanaires. Ficou interessante. 

Pablo Aluísio. 

sábado, 26 de outubro de 2024

Elvis Presley - Elvis Country - Parte 5

Elvis Presley - Elvis Country - Parte 5
Bom, finalizando essa série de textos sobre esse disco do Elvis, vamos tecer mais alguns comentários sobre as músicas que faltam. Eu gosto de "Make the World Go Away", mas temos que considerar que esse é quase um hino emocional. O Elvis gostava desse tipo de música, bem evocativa, diria quase exagerada. Ele também jamais escondeu que adorava esses grandes arranjos vocais, afinal seu sonho, desde a juventude, sempre foi a de fazer parte de um quarteto vocal gospel, pois ele adorava esse tipo de sonoridade. Era algo que sempre o levava a lembrar dos primeiros anos, quando colecionava discos desse estilo musical. Então certamente aqui se sentiu plenamente gratificado com esse tipo de gravação. 

"I Washed My Hands in Muddy Water" era uma canção tipicamente sulista, falando de coisas do sul. Certamente não era o tipo de música que Elvis gravava para fazer sucesso em grandes centros urbanos como Nova Iorque ou Chicago. Nada disso. Essa era uma música de interior, das pequenas comunidades que viviam no Sul dos Estados Unidos. Uma boa faixa do álbum, com jeito de jam session, o que no fundo era mesmo. Essa era mais uma jam que ficou tão boa que entrou no disco oficial, embora parte dela tenha sido cortada. 

O LP Elvis Country vendeu muito bem em seu lançamento original. Foi o disco mais bem sucedido de Elvis naquele ano. Era realmente um produto comercial voltado para o sucesso pois Elvis sempre teve forte ligação com a country music que nunca deixou de ser o gênero musical mais popular do Sul. E a capa, com Elvis garotinho, no mais puro estilo sulista, também tem um charme todo especial. Não é de se admirar que o disco tenha vendido tantas cópias. 

No Brasil ocorreu um absurdo. O LP não foi lançado em nosso país na época. Só ganhou uma edição em nosso país muito tempo depois, nos anos 90, quando finalmente o disco ganhou sua versão nacional, já no final da era do vinil. Era um disco simples, sem luxos, mas que serviu para marcar espaço nas lojas de discos pelo Brasil afora. E naquela ocasião tive a oportunidade de adquirir uma cópia, que tenho até os dias atuais. 

Pablo Aluísio. 

sábado, 19 de outubro de 2024

Elvis Presley - Elvis Country - Parte 4

Elvis Presley - Elvis Country - Parte 4
Sempre considerei "Faded Love" muito bem gravada. O curioso é que ela apresentava também uma vibe de Jam Session. Não podemos nos esquecer que essas sessões em Nashville foram extremamente produtivas. Elvis gravou uma grande quantidade de canções. Não foi à toa que essas sessões ganharam anos depois o apelido de "Maratona de Nashville". De fato Elvis protagonizou aqui sua mais produtiva sessão de gravação de sua carreira. Esse lote de faixas seria usada em vários álbuns nos anos que viriam, tamanho era o número de músicas que Elvis gravou nessa ocasião. 

E por essa mesma razão algumas faixas tinham mesmo esse jeitão de Jam Session, o que no fundo era mesmo o que acontecia. Elvis chegava no estúdio em Nashville, recebia uma lista de músicas do produtor Felton Jarvis e começava os ensaios. Alguns desses davam tão certo que acabavam virando a versão oficial. Muitas vezes Elvis testava alguma música, via que não estava dando certo e deixava de lado, partindo para outra. 

Elvis sempre queria ter um certo ambiente dentro do estúdio. Não admitia pressão por parte dos produtores e queria uma certa descontração entre ele e os membros da banda. Caso entendesse que as coisas não estavam fluindo ele simplesmente se levantava e ia embora. Não tinha acontecido nada demais, apenas não queria gravar mais. Luxo que apenas um nome de sua altura era capaz de ter sem esperar por algum tipo de punição da gravadora. 

Tampouco esse disco foi pensado como um álbum temático, conceitual ou qualquer coisa parecida. A country music foi surgindo naturalmente durante as sessões. A ideia de juntar todas as faixas desse gênero para lançar em um disco chamado "Elvis Country" partiu exclusivamente da RCA Victor. Elvis não tinha participação nesse tipo de decisão. Ele apenas gravava as músicas e o departamento de marketing da gravadora e o produtor escolhiam a seleção de repertório de cada LP, dando nome ao álbum, criando a capa e toda a direção de arte. 

Pablo Aluísio. 

sábado, 7 de setembro de 2024

Elvis Presley - Elvis Country - Parte 3

 Elvis Presley - Elvis Country - Parte 3
"The Fool" geralmente é confundida com "Fool". São duas músicas diferentes. A segunda saiu no álbum "Elvis" de 1973. Inclusive esse disco ao longo dos anos acabaria ficando conhecido de forma popular como "Fool Album" porque essa era a primeira música do disco e como o nome "Elvis" soava genérico demais, os próprios fãs deram essa denominação informal a esse LP. Das duas músicas do tolo, eu prefiro mesmo a desse disco "Elvis Country". É uma boa canção que contou inclusive com uma excelente performance por parte do cantor. Procure por outros takes alternativos dessa mesma gravação. Alguns deles são melhores do que essa versão oficial que ouvimos aqui. 

"I Really Don't Want to Know" foi uma das últimas gravações de estúdio de Elvis desse excelente compositor, o Don Robertson. Nos anos 60 esse compositor foi responsável por algumas das melhores baladas românticas dos discos de Elvis. Ele era ótimo nesse tipo de composição. Muitas trilhas sonoras fracas inclusive foram salvas em parte por causa de Robertson. Como não poderia deixar de ser, essa faixa era bem na linha country music. Algo que fugia do padrão de Robertson que sempre preferiu compor músicas românticas do homem urbano, de seu tempo. 

"There Goes My Everything" foi outra canção que ganhou versões diferentes dentro da discografia de Elvis. Essa do álbum "Elvis Country" é bem mais conhecida que sua irmã menos popular "He is My Everything". O ritmo era o mesmo, a mesma melodia. A diferença vinha no conteúdo da letra. A segunda trazia uma letra religiosa, gospel, sendo colocada no álbum "He Touched Me", o último dos três discos de música gospel da discografia oficial de Elvis. Comparando as duas, são bem parecidas, mas eu ainda pefiro "There Goes My Everything". Nem sempre estou no espírito certo para ouvir músicas religiosas.

"It's Your Baby, You Rock It" bem poderia estar em algum disco do Eagles. É uma faixa bem na linha desse grupo de country rock que foi um dos mais populares nos Estados Unidos durante a década de 1970. Essa faixa foi outra que levou Elvis a gravar diversos takes para chegar naquele que mais gostava. É um dos melhores momentos desse álbum, com guitarra de James Burton bem marcante e presente. Entra fácil na lista das cinco melhores músicas desse álbum de Elvis Presley 

Pablo Aluísio. 

sábado, 10 de agosto de 2024

Elvis Presley - Elvis Country - Parte 2

Elvis Presley - Elvis Country - Parte 2
Não foi por mero acaso que esse álbum de Elvis se chamou "Elvis Country (I'm 10,000 Years Old)". O cantor tinha esse lado muito espiritualista e ele se considerava uma antiga alma que tinha vivido em várias vidas passadas. Pois é, Elvis acreditava plenamente na possibilidade de reencarnação após a morte, muito embora não fosse um leitor que gostasse das teorias do espiritismo. Estava mais para um lado do budismo e religiões orientais mesmo. Então ele realmente se identificou com essa coisa de ter 10 mil anos de idade! É sempre bom lembrar que Elvis adorava ler livros sobre religião, teologia, seitas esotéricas, esse tipo de leitura. 

Só que no caso desse disco cometeram um erro. Colocaram a faixa "I Was Born About Ten Thousand Years Ago" ligando as músicas do disco, aos pedaços. Ela não aparecia completa, para irritação dos fãs. Tantas foram as reclamações que chegaram no escritório de Tom Parker que ele ligou diretamente para a sede da RCA Victor em Nova Iorque pedindo explicações. De lá ouviu que Elvis havia achado uma boa ideia a sugestão do produtor Felton Jarvis. O velho Coronel porém não admitia ser contrariado. Assim a RCA teve que colocar a música completa no disco "Elvis Now" no ano seguinte. Foi a forma que o Coronel teve de pedir desculpas a quem reclamou dessa edição sui generis e completamente fora do comum do álbum. 

Outra faixa que despertou curiosidade foi "Whole Lotta Shakin' Goin' On". Essa música nem era um country para falar a verdade. Era um rock que havia feito muito sucesso na voz de Jerry Lee Lewis na década de 1950. Elvis havia tido sua cota de problemas com Lewis, mas relevou tudo isso e gravou a música. Quando a produção ficou pronta ela foi levada até Elvis para aprovação. Ele não gostou dos arranjos que Felton Jarvis havia feito. Imediatamente telefonou para o produtor e lhe disse: "Jarvis, tire esse arranjo de metais da canção. Tire as cornetas. Não se trata disso, essa é uma música de rock". O produtor engoliu então seu orgulho e ego e fez o que Elvis lhe ordenou. Ainda assim considero que o arranjo não ficou muito bom. Passou longe de ter a pegada da versão de Lewis. 

Muito melhor ficou a versão de Elvis para uma música de Willie Nelson. Se tratava da faixa "Funny How Time Slips Away". A versão de Elvis é bem mais suave e menos country do que a original. O próprio Nelson gostou do que ouviu e elogiou a releitura de Mr. Presley. Depois confessou que jamais poderia seguir a linha de Elvis porque afinal ele era um artista assumidamente country, que só sabia cantar naquele estilo. De qualquer maneira as palavras elogiosas de Nelson agradaram bastante a Elvis que ficou orgulhoso de sua interpretação na gravação. 

Pablo Aluísio. 

sábado, 25 de maio de 2024

Elvis Presley - Elvis Country - Parte 1

Elvis Presley - Elvis Country - Parte 1
A primeira vez que ouvi "Snowbird" eu pensei se tratar de alguma música de trilha sonora lá por volta de 1968, 1969, por aí. Realmente essa canção ficaria completamente dentro do contexto musical das outras que Elvis havia gravado para filmes de Hollywood nessa época. É uma música bem pueril, diria até bucólica, ideal para aquele momento em que o movimento hippie tomava conta das ruas da Califórnia. Sem dúvida era uma faixa para dialogar com esse tipo de público. Um cabeludo qualquer de San Francisco naqueles anos iria curtir essa canção com absoluta certeza! 

Só que ao invés de ser uma música de Hollywood, ela era na verdade mais uma gravação da chamada Maratona de Nashville. Essa foi uma longa sessão realizada por Elvis em 1970 nos estúdios da RCA Victor na conhecida capital da música country. Elvis gravou tantas músicas que elas iriam dar origem a diversos álbuns do cantor naqueles anos, entre eles esse "Elvis Country" que como o título já deixava bem óbvio, era formado apenas por músicas desse estilo, algo que estava começando a predominar no repertório de Elvis. 

E de todas esas faixas a mais caipira era "Little Cabin on the Hill" que sem a menor sombra de dúvidas foi escrita para um público bem Hillbilly. Uma ironia que um artista que se tornou mundialmente conhecido pelo mais urbano de todos os gêneros musicais, o Rock, tinha também esse lado rural bem acentuado. Claro que Elvis nunca foi um caipira vivendo nas montanhas, mas esse tipo de sentimento muitas vezes falava fundo em seu coração. Então o tema não era apenas conhecido dele, mas se mostrava também muito familiar, por suas próprias origens lá na pequenina e caipira cidade sulista de Tupelo na década de 1930. 

"Tomorrow Never Comes" era mais pretensiosa e diria até mesmo épica. Aquele tipo de música que começa um tanto intimista, mas que vai crescendo a cada nota musical, até finalmente chegar em um clímax de pura apoteose. Foi justamente esse tipo de estrutura melódica que atraiu Elvis que estava decidido a mostra todo o seu poderio vocal nos anos 70. Ele queria não apenas ser conhecido por suas canções de rock e pop, mas também ter o devido reconhecimento como um dos grandes cantores da cultura norte-americana. No final ele estava certo. Os anos iriam trazer esse reconhecimento para ele. 

Pablo Aluísio. 

sábado, 11 de maio de 2024

Elvis Presley - You Don't Have to Say You Love Me / Patch Up

Elvis Presley - You Don't Have to Say You Love Me / Patch Up 
Em termos de single o último lançamento de Elvis em relação a "That´s The Way It Is" foi esse compacto simples com a dobradinha "You Don't Have to Say You Love Me / Patch Up". Era outubro de 1970 e embalado pela promoção extra que vinha das salas de cinema o novo single de Elvis acabou sendo muito bem sucedido nas paradas. 

Quase alcançou o Top 10 da Billboard, chegando na décima primeira posição entre os mais vendidos. Uma ótima posição para Elvis naquela época. As rádios tocaram bastante o Lado A "You Don't Have to Say You Love Me". Já o Lado B com "Patch Up" não teve a mesma sorte, embora Elvis tivesse se esforçado bastante para divulgar a música em seus shows realizados em Las Vegas.

A capa trazia na discografia do cantor uma curiosidade. Era a primeira vez que um disco seu o trazia usando óculos! A foto foi tirada durante os ensaios para a temporada em Las Vegas e como sempre acontecia nesses momentos Elvis mantinha seus óculos pois havia sido aconselhado por médicos a fazer isso pois ela tinha desenvolvido glaucoma. Com a iluminação das filmagens da MGM ele resolveu manter seus olhos protegidos.

Já nos palcos Elvis raramente usava óculos, o que lhe trouxe problemas oculares por causa dos canhões de luz próprios da época. Curiosamente os covers de Elvis não dispensam os óculos de "aviador" nem mesmo quando estão no palco, talvez para reforçar a caracterização do cantor (esse modelo acabou ficando bem marcado com essa fase de Elvis). Então é isso, temos aqui um single muito bem sucedido comercialmente, embora a longo prazo não tenha sido tão marcante assim pois Elvis logo deixaria de cantar as canções em seus concertos. O público também pareceu se esquecer rapidamente delas, apesar do sucesso inicial.

Pablo Aluísio.

sábado, 4 de maio de 2024

Elvis Presley - That's the Way It Is - Parte 7

O disco fecha suas cortinas com o clássico "Bridge Over Troubled Water" de Paul Simon. Essa é uma das maiores canções populares já escritas. Gravada originalmente no final dos anos 60 e lançada em janeiro de 1970 no disco de mesmo nome da dupla Simon e Garfunkel a música logo virou símbolo de uma era e colecionou prêmios em sua vitoriosa trajetória: "Gravação do ano", "Álbum do ano", "Melhor canção escrita do ano" e outros. Além da aclamação da crítica o público também não deixou por menos colocando a música por seis semanas seguidas no topo da parada norte americana. Tanto sucesso não poderia passar despercebido por Elvis Presley. Ele amou a música desde a primeira vez que a ouviu e foi um dos primeiros intérpretes a gravar uma versão, apenas seis meses depois que ela foi lançada originalmente pela famosa dupla dos anos 70. Elvis não perderia a chance de fazer sua versão pessoal de uma canção tão significativa. Logo ele, que estava empenhado em renovar seu repertório e produzir material relevante e de importância, bem longe de seu passado recente de trilhas sonoras medíocres. 

Antenado no que estava acontecendo musicalmente ao seu redor, Elvis logo providenciou seu próprio registro da canção. Quando foi informado da data das sessões de gravação em junho daquele mesmo ano ele logo entrou em contato com seu produtor Felton Jarvis e pediu que ele providenciasse logo a liberação da música pois ele já tinha inclusive feito alguns ensaios com sua banda na estrada e estava procurando achar o tom certo para sua versão. Elvis sabia que seu estilo vocal em pouco se aproximava da linha folk universitária de seus autores originais. Ele procurou adaptar a canção ao seu próprio estilo, deixando a simplicidade da versão original de lado e investindo em algo mais grandioso com presença marcante de orquestra (arranjo inexistente dentro da versão original da dupla Simon e Garfunkel). Isso também se justificava porque Elvis pretendia utilizá-la durante seus concertos e não havia como ele, sendo um barítono, fazer uma versão que se aproximasse da ideia simplória de Paul Simon e seu companheiro de dupla. Alguns ajustes teriam que ser feitos e isso traria todas as características que fariam essa canção única dentro da vasta discografia de Elvis. Esse tipo de material era o que ele iria procurar cada vez mais durante os anos 70.

Canções que representassem de alguma forma um novo desafio, um novo pico a alcançar. Certamente os rocks que tanto caracterizaram sua carreira, ao ponto de receber o título de Rei do Rock, não mais significavam um grande desafio a ser superado em 1970. Elvis procurava algo mais, algo que demonstrassem a todos seu grande talento vocal, que deixasse claro para quem ouvisse seus discos ou assistisse seus shows que ele era, acima de qualquer coisa, um grande cantor, nada mais do que isso. Elvis procurava antes de qualquer coisa ser reconhecido por seus colegas profissionais, pela crítica especializada e principalmente por seu público que manteve-se fiel a ele, mesmo na pior fase de sua carreira nos anos 60. 

O saldo final é conhecido de todos: a canção é considerada uma das maiores interpretações de toda a carreira de Elvis Presley! A versão do Rei para o sucesso imortal da dupla "Simon e Garfunkel" emociona até hoje. Como toque final foram acrescentadas palmas para se dar a impressão que ela foi gravada ao vivo, porém esta é a versão de estúdio e não a versão que aparece no filme (e que também é ótima). Só foi lançada da forma como foi gravada muitos anos depois na caixa de CDs "Walk a mile in my Shoes" com nova mixagem e mostrando toda a extensão de sua beleza. "Bridge Over Troubled Water", sem a menor sombra de dúvida, é um dos maiores marcos da carreira de Elvis Presley.

Pablo Aluísio.

domingo, 28 de abril de 2024

Elvis Presley - That's the Way It Is - Parte 6

Eu não colocaria "Stranger in the Crowd" entre as melhores músicas desse disco, mas ela tem sim seus méritos. Se "Just Pretend" e "Bridge Over Troubled Water" são músicas embasadas nos arranjos de piano, aqui o que se destaca mesmo é o pleno domínio dos arranjos de cordas e de instrumentos percussivos. A mais acústica música do disco não chega ao ponto de ser um dos destaques da trilha, sendo considerada apenas um complemento ao conjunto. Apesar disso, de ser uma mera coadjuvante, não podemos deixar de colocar em destaque seus méritos como a vocalização inspirada de Elvis e o belo solo de guitarra de James Burton, bem diferente do que ele costumava fazer em estúdio. 

Winfield Scott, autor dessa música, compôs várias canções dos filmes de Elvis nos anos 60. Ele esteve muito presente nessa fase e foi dele a descoberta de uma das maiores surpresas em termos de gravações perdidas de Elvis. Quase que por acaso ele acabou descobrindo o tape inédito de "I'm Roustabout", canção que havia sido originalmente composta para ser o tema principal do filme "Roustabout" (O carrossel de emoções, 1964). Assim que soube o que tinha em mãos entrou em contato com Ernst Jorgensen que não perdeu tempo em anunciar para o mundo que pela primeira vez em muitos anos havia sido descoberta uma nova música na voz de Elvis, até então totalmente inédita. A descoberta acabou sendo definida por Joe Di Muro, executivo da RCA / BMG, como a "mais inacreditável da música moderna"!

"The Next Step Is Love" vem logo a seguir. Quando Elvis resolveu retomar o rumo de sua carreira e deixar Hollywood para trás ele procurou encontrar inspiração e renovação em um novo grupo de compositores. Paul Evans, cantor, compositor e famoso produtor certamente se encaixava nesse novo perfil que Elvis tanto procurava. Antes de compor "The Next Step is Love", Evans já era muito conhecido nos EUA por causa de suas músicas românticas, doces e ternas, que fizeram muito sucesso principalmente na primeira metade dos anos 60 como, por exemplo, "Too Make You Feel My Love", "When" e principalmente "Roses are Red (My Love)", seu grande sucesso que chegou ao primeiro lugar nas paradas. Além disso ainda escreveu novas versões para o clássico sacro "Amazing Grace". Compositor de grande talento, foi ainda gravado por Pat Boone, La Vern Baker e Bobby Vinton. Pena que não tenha tido uma parceria de maior duração ao lado de Elvis, pois na visão estreita de Tom Parker ele ainda era considerado um compositor muito "caro"!!! De qualquer maneira a música acabou sendo lançada como Lado B do Single "I've Lost You". No filme Elvis aparece ouvindo e dando sua aprovação final ao resultado da gravação desta canção. É uma bela música sem dúvida, porém perde em comparação com alguns clássicos presentes neste disco. Poderíamos dizer que é um belo complemento ao disco, mas sem jamais ser protagonista dentro da seleção de boas melodias desse trabalho de Elvis. 

A letra da canção exalta principalmente a paixão, os primeiros momentos em que cada um se descobre apaixonado pelo outro. Há uma clara intenção de, em forma poética, tentar capturar esse momento. Até mesmo aspectos bobos ganham relevância, como caminhar descalços pelos campos, rindo debaixo da chuva. Particularmente penso que essa gravação teria ficado bem melhor se tivesse sido feita com a antiga banda de Elvis, principalmente com aquela formação da primeira metade da década de 1960. Essa música tem uma singeleza que combinaria bem com aquele período histórico da carreira do cantor. Além disso se ele tivesse optado por aquela linha vocal mais terna, que tanto caracterizou suas canções naquela época, o resultado teria sido bem bonito. Já em Nashville, com todas aquelas canções para se gravar, onde o tempo era mais do que precioso, houve uma certa pressa em finalizar a faixa. Com isso a melodia não foi tão valorizada. Some-se a isso o fato da TCB Band ser um grupo com características de palco, o que deu a esse registro um certo sabor de música gravada ao vivo. Mas enfim, mesmo sendo feitas essas observações é importante ressaltar a boa qualidade da música como um todo. Nunca chegou a ser um hit ou um standart na discografia de Elvis, porém como coadjuvante nesse ótimo álbum "That´s The Way It Is" está de bom tamanho.

Pablo Aluísio.

sábado, 20 de abril de 2024

Elvis Presley - That's the Way It Is - Parte 5

"I've Lost You" é uma das boas músicas do disco "That´s The Way It Is". Essa famosa dupla britânica de compositores, Ken Howard e Alain Blaikley, foi uma das mais populares durante os anos 60 e 70, tendo escrito temas para grandes astros da época como The Honeycomb e Peter Frampton. Quando escreveram "I've Lost You" eles jamais pensariam que Elvis gravaria uma versão dessa canção muitos anos depois. Aliás a música chegou nas mãos de Elvis meio por acaso, quando um engenheiro de som a tocou de forma acidental durante as gravações em Nashville. Elvis se interessou e pediu que ele a tocasse novamente. O que aconteceu depois não é nenhuma novidade. A música virou título do primeiro single de Elvis composto com músicas desta trilha. A versão do disco foi gravada ao vivo e a que saiu em compacto é gravada em estúdio. A melhor sem dúvida é a do disco pois conta com a energia da plateia, o que dá um sabor especial à canção. A versão de estúdio foi gravada no dia 4 de Junho de 1970 em Nashville a a versão ao vivo foi gravada em Las Vegas no dia 11 de Agosto. 

Por essa época Elvis havia decidido deixar de lado as canções românticas mais voltadas para o público juvenil, afinal de contas ele próprio já não era mais um adolescente e nem um ídolo jovem. Ele estava amadurecido, assim como seus fãs. Os tempos eram outros. Quando gravou essa música Elvis já tinha seus próprios problemas em seu casamento. Foi justamente nessa segunda temporada de 1970 que surgiram os primeiros conflitos sérios com sua esposa Priscilla. Elvis havia se firmado em Las Vegas e essa cidade, como todos sabemos, é conhecida como a "cidade do pecado" nos Estados Unidos. Elvis proibiu Priscilla e as demais esposas de ficarem em Vegas durante as temporadas. Elas poderiam comparecer apenas nas noites de abertura e de encerramento. Fora isso, durante os concertos, deveriam ir embora. "Nada de esposas em Vegas" - decretou o cantor. Obviamente Priscilla soube depois que Elvis a estava traindo sistematicamente com várias mulheres enquanto realizava seus shows na cidade. O casamento começou a ruir justamente por isso e Elvis certamente foi percebendo que começava a perder sua esposa. O tema assim da letra se ajustava perfeitamente com o que ele estava passando em sua vida privada. Elvis só não sabia ainda que seu rompimento conjugal seria tão devastador e traumatizante como foi. O destino de seu casamento porém já estava traçado.

Algumas baladas cantadas por Elvis Presley em sua carreira foram bem injustiçadas. "Just Pretend" está nessa lista, talvez em primeiro lugar. São gravações belíssimas, mas igualmente ignoradas pelo grande público. Não fizeram o devido sucesso na época de seu lançamento e tampouco foram trabalhadas da forma que mereciam por Elvis. Um dos maiores exemplos vem de "Just Pretend". A canção nunca ganhou maior espaço dentro da carreira do cantor. Gravada durante a Nashville Marathon, em junho de 1970, em uma noite particularmente muito produtiva por parte de Elvis, a bela composição foi desaparecendo com os anos, sendo injustamente esquecida. Como bem sabemos Elvis era um artista extremamente produtivo. Basta apenas darmos uma olhada na grande quantidade de canções que ele gravou em sua longa carreira. Com tanto material novo invadindo o mercado de uma só vez não haveria como evitar que certas injustiças fossem cometidas. Uma delas foi, como escrevi, "Just Pretend". 

Essa música é uma das mais bonitas gravadas por Elvis. Com vocalização sóbria e pleno domínio durante as gravações, Elvis legou para a posteridade uma de suas melhores baladas românticas, daquelas que ainda merecem ser redescobertas. Usada timidamente tanto no filme como na trilha sonora, "Just Pretend" merece novas e atentas audições! Com melodia e letra acima da média, a canção que fala sobre reconciliação e reencontro, encontrou eco nos corações mais sensíveis. Ela guarda várias semelhanças de arranjo com outro momento precioso desse disco, "Bridge Over Troubled Water". Não poderia ser diferente pois ambas foram gravadas quase no mesmo dia e local, uma no dia 05 de junho de 1970 a outra um dia depois no mesmo estúdio, em Nashville. Nessa semana realmente Elvis estava extremamente inspirado para cantar belas e ternas canções de amor acompanhadas de belíssimos arranjos de teclados. O veredito final não poderia ser diferente pois essa é uma balada romântica sensível que foi injustamente subestimada na época, não tendo alcançado a devida repercussão que merecia. De qualquer forma nunca é tarde para se reparar uma injustiça.

Pablo Aluísio.