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segunda-feira, 25 de setembro de 2023

O Bebê de Rosemary

O Bebê de Rosemary
Depois de muitos anos decidi rever esse clássico do diretor Roman Polanski. Para se ter uma ideia, a última vez que havia assistido ao filme foi nos anos 80, no Supercine. Pois é, fazia muito tempo realmente. Pude perceber agora nessa revisão que o filme ainda conseguiu se manter bem, apesar do tempo. Há partes que ficaram mais datadas, entretanto em outros momentos o clima de suspense e principalmente do desenvolvimento da história, conseguiu ficar imune à passagem dos anos. Os momentos envolvendo a seita de satanistas realmente se tornaram datados. Polanski errou a mão nesses segmentos. Ficou tudo muito explicadinho, o que não era necessário. Um pouco mais de sugestão cairia muito bem, mesmo na época de lançamento original do filme. Não precisava colocar os idosos, adoradores de Satã, em diálogos tão óbvios. 

De qualquer forma o uso do clima naturalmente sombrio do prédio Dakota de Nova Iorque contribuiu muito para o desenvolvimento do suspense. Foi aqui que John Lennon foi covardemente assassinado. Há alguns breves diálogos entre os personagens explicando que o lugar já era amaldiçoado desde os tempos da colônia inglesa. Eis um ponto que poderia ter sido melhor desenvolvido nesse roteiro. Também poderiam explorar mais os temas envolvendo a mitologia que cerca esse mundo de bruxaria e adoração a Satã. Mas de qualquer forma o resultado geral ainda se mantém firme. Estão falando inclusive em um remake para breve dessa história. Os mais puristas vão reclamar. De minha parte até acho uma boa ideia. Quem sabe um roteiro mais bem trabalhado não venha a aparar todas essas arestas do filme original. 

O Bebê de Rosemary (Rosemary's Baby, Estados Unidos, 1968) Direção: Roman Polanski / Roteiro: Ira Levin, Roman Polanski / Elenco: Mia Farrow, John Cassavetes, Ruth Gordon / Sinopse: Um jovem casal se muda para o velho prédio Dakota em Nova Iorque. A esposa logo fica grávida, mas coisas estranhas e misteriosas começam a acontecer em suas vidas. E ao que tudo indica uma seita satanista está envolvida! 

Pablo Aluísio.

sábado, 29 de julho de 2023

Bem-vindos à Vizinhança

Bem-vindos à Vizinhança
Eu já tinha visto essa história antes, em um documentário do Discovery Channel. É baseado em fatos reais, só que agora ressurge em formato de minissérie na Netflix. Conta a história de um casal que compra uma linda casa que está sendo vendida por um preço muito abaixo do normal. Ora, quem conhece filmes de terror e suspense já sabe de antemão que casa barata demais, ainda mais em bairro nobre nos Estados Unidos, é sinal de fria na certa. Provavelmente tem algum passado tenebroso ou algo do tipo. E é justamente o que ocorre nesse caso. 

Assim que a família se muda para seu novo lar começa o inferno. Os vizinhos mais próximos são tipos bizarros, complicados de se lidar. E o clima parece hostil entre os moradores da cidade, só que ninguém parece disposto a explicar nada. As coisas começam a piorar quando cartas ameaçadoras começam a chegar pelo correio (sim, a história original foi passada nos anos 80, ainda existiam as cartas de papel!). Pois bem, a situação vai ficando tensa, o casal passa a ficar paranoico e se sentir muito ameaçado. É uma boa história, mas devo antecipar que no fundo, no fundo, é tudo pastel de vento. A solução (ou a falta de solução) do caso torna tudo ainda mais frustrante. 

Bem-vindos à Vizinhança (The Watcher, Estados Unidos, 2022) Direção: Paris Barclay, Ryan Murphy, Jennifer Lynch / Roteiro: Ryan Murphy, Ian Brennan / Elenco: Naomi Watts, Bobby Cannavale, Mia Farrow / Sinopse: Casal compra uma belíssima casa com um preço bem abaixo do mercado. Após se mudarem passam a ser ameaçados por cartas anônimas e vizinhos nada simpáticos e amigáveis. Baseado em fatos reais. 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 8 de junho de 2021

Sonhos Eróticos de uma Noite de Verão

Título no Brasil: Sonhos Eróticos de uma Noite de Verão
Título Original: A Midsummer Night's Sex Comedy
Ano de Produção: 1982
País: Estados Unidos
Estúdio: Orion Pictures
Direção: Woody Allen
Roteiro: Woody Allen
Elenco: Woody Allen, Mia Farrow, José Ferrer, Julie Hagerty, Tony Roberts, Mary Steenburgen

Sinopse:
Um inventor maluco e sua esposa convidam dois outros casais para uma festa de fim de semana em uma romântica casa de verão no interior.  E na casa de campo começam os jogos de sedução e também de humor, uma vez nem todos possuem o jeito certo para seduzir.

Comentários:
Esse é considerado um dos filmes fracos do Woody Allen. Nem os críticos que sempre parecem estar ao seu lado apreciaram muito esse filme. Há coisas bem diferentes aqui. Woody Allen deixou sua Nova Iorque querida, onde realizou praticamente todos os seus filmes, para rodar um filme em um lugar mais rural, no campo, longe da cidade grande. Sua intenção era fazer uma espécie de paródia em cima de duas obras de Shakespeare, "Sonho de uma noite de verão" e "A tempestade". Deu certo? Não muito. Eu fiquei com a impressão que ele não conseguiu passar todas as referências que queria nesse roteiro. Além disso o humor inteligente não se fez tão presente. Assim tudo o que sobra é um filme bem esquecível que não vai definitivamente agradar a todo mundo - e nem muito menos aos fãs mais exigentes de Woody Allen.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 11 de junho de 2020

Avalanche

Título no Brasil: Avalanche
Título Original: Avalanche
Ano de Produção: 1978
País: Estados Unidos
Estúdio: New World Pictures
Direção: Corey Allen
Roteiro: Corey Allen, Frances Doel
Elenco: Rock Hudson, Mia Farrow, Robert Forster, Jeanette Nolan, Steve Franken, Barry Primus

Sinopse:
Um empresário inescrupuloso decide construir um resort de luxo perto de uma montanha mesmo sendo alertado que a região é foco de inúmeras avalanches durante o inverno. Depois da inauguração, o desastre. O complexo todo e as pessoas que se encontravam ali acabam sendo soterradas por uma enorme avalanche de neve que desce da montanha.

Comentários:
Na década de 1970 o cinema americano explorou bastange um subgênero cinematográfico conhecido como "Disaster Movies", ou como ficou conhecido no Brasil, "cinema catástrofe". O nome já diz tudo. Geralmente se unia um grupo de personagens, interpretados por atores veteranos, os colocando no meio de uma grande catástrofe. Podia ser um prédio em chamas (Inferno na Torre), um avião caindo (Aeroporto) ou até mesmo um naufrágio (O Destino do Poseidon). Essa produção aqui segue na mesma fórmula. O filme foi produzido pelo rei dos filmes B, Roger Corman. No elenco temos Rock Hudson. Não deixa de ser um pouco triste ver esse grande nome do passado de Hollywood envolvido em um filme menor como esse. Para quem já havia atuado em filmes como "Assim Caminha a Humanidade" foi uma queda e tanto. Sinais de pura decadência. Quem se sai melhor é Mia Farrow. Ela dá duro para tornar sua personagem interessante, antes que todos sejam soterrados por toneladas de neve. Enfim, "Avalanche" envelheceu mal. Eu me recordo desse filme sendo muito reprisado pela Rede Globo nos anos 80. Hoje em dia, por estar muito datado, só é visto mesmo por colecionadores. 

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 29 de maio de 2020

A Era do Rádio

Título no Brasil: A Era do Rádio
Título Original: Radio Days
Ano de Produção: 1987
País: Estados Unidos
Estúdio: Orion Pictures
Direção: Woody Allen
Roteiro: Woody Allen
Elenco: Mia Farrow, Dianne Wiest, Mike Starr, Paul Herman, Michael Tucker, Josh Mostel

Sinopse:
Um olhar nostálgico da idade de ouro do rádio, concentrando-se em uma família comum de Nova Iorque e nos vários artistas do meio radiofônico que atuavam na época. Filme indicado ao Oscar nas categorias de melhor roteiro original (Woody Allen) e melhor direção de arte (Santo Loquasto, Carol Joffe). Filme premiado no BAFTA Awards na categoria de melhor atriz (Dianne Wiest).

Comentários:
Esse filme de Woody Allen é bem diferenciado. Desde a década de 1970 ele vinha apostando em uma certa fórmula para seus filmes. Geralmente o próprio Allen interpretava a si mesmo, como um intelectual judeu em Nova Iorque, com uma visão mordaz e irônica sobre sua própria vida. Em todo filme lá estava ele mesmo, como seu principal personagem. Os roteiros e seus enredos mais pareciam apenas como "bengalas narrativas" para que Allen colocasse na tela seus pensamentos, sua forma de ver o mundo ao seu redor. Com esse "A Era do Rádio" o diretor mudou de foco. Aqui temos um filme mais convencional, buscando retratar memórias afetivas do diretor na época de sua infância. Seu modo de pensar ainda está na tela, em todas as cenas e em todos momentos, mas tudo mesclado com um doce sentimento de nostalgia de seu passado. Aquele era um tempo em que não haiva televisão nos lares, apenas o rádio. E Allen criança viajava na imaginação ouvindo aquelas radionovelas, aventuras de matinê, etc. E para homenagear esse tempo e a arte que era desenvolvida nas estações de rádio de Nova Iorque ele resolveu filmar essa história. Acabou se tornando um dos melhores filmes de sua rica filmografia. Um excelente momento de Woody Allen no cinema.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 5 de março de 2019

Rebobine, por Favor

Comédia muito bobinha sobre dois sujeitos que acabam desmagnetizando as fitas VHS de uma velha locadora de bairro pertencente a um homem idoso e quase aposentado (interpretado pelo veterano Danny Glover). Um deles é Jack Black, com todos aqueles exageros que já conhecemos bem. O outro é meio "pancada da cabeça", aqui sendo vivido pelo ator igualmente "pancada na cabeça" Yasiin Bey. Depois do acidente, eles precisam consertar a besteira que fizeram, mas como? Da pior maneira possível, resolvendo refilmar de forma caseira os filmes que foram apagados. A piada do filme é basicamente essa.

Assim lá vai a dupla de idiotas refilmar obras como "Os Caça-Fantasmas", "Robocop", "2001", entre outros. Tudo feito sem dinheiro, usando um ferro velho, pelas ruas do bairro. Uma coisa pavorosa de mal feita. Quando essa piada perde a graça o roteiro tenta imitar filmes como "Cinema Paradiso" para trazer um pouco de pieguice e melancolia a um roteiro que nunca se encontra. Essa é a pior parte, quase me fez desistir do filme pelo meio do caminho. É muito apelativo, no péssimo sentido da palavra. Além disso há outros problemas. Sempre que deixam Jack Black solto demais nas comédias ele estraga tudo, isso não é novidade. A única coisa que não consegui entender foi como atrizes da categoria de Sigourney Weaver e Mia Farrow aceitaram papéis tão medíocres em uma besteira desse tamanho! Tudo bem, manter a carreira ativa no cinema é uma coisa, só que passar vergonha é outra completamente diferente. Não deveriam ter feito esse papelão.

Rebobine, por Favor (Be Kind Rewind, Estados Unidos, 2008) Direção: Michel Gondry / Roteiro: Michel Gondry / Elenco: Jack Black, Yasiin Bey, Danny Glover, Sigourney Weaver, Mia Farrow / Sinopse: Dois imbecis desmagnetizam todo o acervo de uma antiga locadora de fitas VHS. A loja pertence a um velho senhor idoso e humilde. Para desfazer a besteira que fizeram eles então decidem fazer versões caseiras dos filmes que foram apagados, causando muita confusão pelo bairro.

Pablo Aluísio.

domingo, 18 de novembro de 2018

A Rosa Púrpura do Cairo

Filme muito bom, de um tempo em que o diretor Woody Allen estava mais preocupado em fazer bom cinema do que se explicar para a imprensa por problemas de sua vida pessoal. Além disso esse é um tipo de filme bem mais realizado, com roteiro muito original e inteligente, bem ao contrário de seus últimos filmes que me soam cada vez mais artificiais, plásticos, sem substância. Steven Spielberg uma vez disse que um diretor de cinema só consegue manter o alto padrão de sua filmografia por no máximo uma década. Analisando os filmes de Allen chegamos nessa mesma conclusão. A boa notícia é que esse filme é de sua fase mais original e autoral, com um toque de mestre.

O filme conta uma estorinha pouco usual. Durante a década de 1930 uma espectadora pacata de cinema se vê diante de uma situação surreal. O seu personagem preferido de um filme salta da tela para o mundo real.  Jeff Daniels interpreta esse caçador branco que pula literalmente de um velho filme de aventuras para passar algum tempo no mundo das pessoas comuns. Claro, Allen aqui exercita a metalinguagem em um nível que nunca havia sido visto na sétima arte. Ainda bem que nesse processo acabou criando esse pequena obra prima cinematográfica.

A Rosa Púrpura do Cairo (The Purple Rose of Cairo, Estados Unidos, 1985) Direção: Woody Allen / Roteiro: Woody Allen / Elenco: Mia Farrow, Jeff Daniels, Danny Aiello / Sinopse: Durante os anos 1930 um personagem de cinema resolve atravessar a tela, vindo parar no mundo real das pessoas comuns. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Roteiro Original (Woody Allen). Vencedor do Globo de Ouro na mesma categoria.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 23 de maio de 2018

Morte Sobre o Nilo

Título no Brasil: Morte Sobre o Nilo
Título Original: Death on the Nile
Ano de Produção: 1978
País: Inglaterra
Estúdio: EMI Films
Direção: John Guillermin
Roteiro: Anthony Shaffer
Elenco: Peter Ustinov, Bette Davis, David Niven, Mia Farrow, George Kennedy, Angela Lansbury, Maggie Smith, Jack Warden
  
Sinopse:
Baseado no famoso livro "Death on the Nile" da escritora Agatha Christie, publicado em 1937. No enredo um grupo de turistas em uma exótica viagem pelo Rio Nilo, no Egito, descobre que há um assassino entre eles, após a morte misteriosa de um dos viajantes. O inspetor Hercule Poirot (Peter Ustinov) decide então desvendar o caso e acaba descobrindo, para sua surpresa, que todos os que fazem parte daquele cruzeiro parecem ter algum motivo para o crime. Mas afinal de contas quem seria o verdadeiro assassino? Filme vencedor do Oscar e do BAFTA Awards na categoria de Melhor Figurino (Anthony Powell). Também indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Filme Estrangeiro.

Comentários:
Assim como os livros de James Bond os livros escritos por Agatha Christie seguiam uma fórmula básica. No caso dessa autora ela geralmente reunia várias pessoas suspeitas em um ambiente fechado (como um barco ou trem) e colocava o leitor na situação de tentar descobrir quem seria o assassino de um crime misteriosamente cometido. É exatamente isso que temos aqui nesse "Morte sobre o Nilo". Vários personagens se tornam suspeitos da morte de uma rica herdeira que misteriosamente é morta durante um cruzeiro turístico pelo Egito. O filme em si é muito interessante, tem ótimas cenas externas (filmadas no templo de Karnak e nas pirâmides de Gizé) e um elenco de encher os olhos de qualquer cinéfilo. Na tela desfilam veteranos da era de ouro do cinema americano, muitos deles em suas últimas aparições, o que não deixa de ser duplamente interessante para quem ama a sétima arte. O destaque obviamente vai para o grande ator Peter Ustinov que aqui interpreta um dos personagens mais famosos da escritora, o inspetor excêntrico Hercule Poirot (que todos pensam ser francês, mas que que seria belga na verdade). Ustinov domina a cena, tentando descobrir quem teria cometido o crime. Nunca assisti uma atuação fraca de Ustinov em toda a sua carreira e aqui não seria exceção. Ao lado dele, o auxiliando, temos outro grande ator, David Niven. Já envelhecido, prestes a se aposentar, o ator ainda tinha uma bela presença de cena. Classe, elegância e uma fina ironia se tornaram suas marcas registradas. Entre as atrizes o filme traz uma coleção estelar, com Mia Farrow fazendo mais uma personagem perturbada e a grande diva Bette Davis, discreta, elegante e atuando ao lado da também excelente Maggie Smith, brilhando como nunca. Enfim, só pela oportunidade de ver tanta gente talentosa junta já vale a existência do filme. Assista, se divirta e tente descobrir o quebra cabeça da trama.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 14 de abril de 2016

Os Rifles de Batasi

Título no Brasil: Os Rifles de Batasi
Título Original: Guns at Batasi
Ano de Produção: 1964
País: Inglaterra
Estúdio: George H. Brown Productions
Direção: John Guillermin
Roteiro: Robert Holles
Elenco: Richard Attenborough, Mia Farrow, Jack Hawkins, Flora Robson
  
Sinopse:
Numa distante e isolada colônia britânica na África, uma revolução pedindo a independência daquela nação da Inglaterra pega um grupo de oficiais e soldados britânicos de surpresa. Os rebeldes se apoderam das armas do exército inglês e começam um motim, cercando o regimento de oficiais liderados pelo Sargento-Major Lauderdale (Richard Attenborough). Para piorar a situação ele precisa manter a salvo a parlamentar Barker-Wise (Flora Robson) e a representante da nações unidas Karen Eriksson (Mia Farrow). Lá fora rugem milhares de revolucionários que querem acertar as contas com os imperialistas estrangeiros.

Comentários:
A história da colonização europeia na África foi certamente uma tragédia. Isso não apenas pelo fato de países estrangeiros dominarem aquelas nações africanas por anos, mas também pelas sangrentas guerras civis que explodiram após a saída de ingleses, franceses e belgas do solo africano. Esse filme retrata o momento em que o sistema colonial começava a ruir. O enredo se passa durante a era vitoriana, quando o povo de um lugar inóspito da África resolveu se rebelar contra a presença inglesa. O povo saiu às ruas e um grupo se armou com o próprio arsenal roubado do exército britânico para expulsar os estrangeiros. Avisados para se renderem, um oficial britânico se recusou a depor armas. Esse personagem, o militar Lauderdale, é uma das grandes atrações do filme, justamente por causa da brilhante atuação de Richard Attenborough. Se você acompanha cinema há muito tempo sabe que Attenborough foi um dos mais talentosos e brilhantes diretores ingleses de todos os tempos. Ele dirigiu grandes clássicos como "Uma Ponte Longe Demais" e "Um Grito de Liberdade", mas se consagrou mesmo por "Gandhi" quando foi premiado com o Oscar de Melhor Direção. Era realmente um grande mestre. O interesse nesse filme é que vemos aqui seu trabalho como ator. Ele se sai maravilhosamente bem. Seu papel é deliciosamente exagerado, um oficial absurdamente pomposo e rígido, dado a acessos de fúria quando contrariado nos menores detalhes. Assim que surge em cena pela primeira vez sabemos que estamos diante de uma grande atuação. No mais o filme é muito bem escrito e realizado, mostrando a qualidade do cinema inglês durante os anos 60. Filme vencedor do Globo de Ouro na categoria de Melhor Revelação Feminina (Mia Farrow). Também premiado pelo BAFTA Awards na categoria Melhor Ator (Richard Attenborough).

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 12 de março de 2014

O Bebê de Rosemary

Título no Brasil: O Bebê de Rosemary
Título Original: Rosemary's Baby
Ano de Produção: 1968
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Roman Polanski
Roteiro: Roman Polanski
Elenco: Mia Farrow, John Cassavetes, Ruth Gordon

Sinopse:
Rosemary (Mia Farrow) e Guy Woodhouse (John Cassavetes) formam um jovem e aparentemente feliz casal. O marido está tentando conseguir levantar sua carreira de ator e para isso ambos decidem se mudar para Nova Iorque. Na nova cidade vão morar no sinistro prédio Dakota, bem ao lado do Central Park. Tudo começa a correr muito bem até Rosemary começar a ter estranhas alucinações - algo que parece estar ligado ao fato dela estar grávida de alguns meses. Aos poucos delírios e realidade começam a se misturar em sua mente, a levando para um caminho sem volta...

Comentários:
"Rosemary's Baby" pode não ser o melhor filme da carreira do cineasta Roman Polanski mas certamente é o mais lembrado. Baseado no livro de  Ira Levin, o filme consegue levar um enredo até singelo, simples, com muita simbologia e tensão. Aqui se prova que para se realizar um bom filme de terror e suspense não é necessário toneladas de efeitos digitais e nem excesso de cenas sensacionalistas. Tudo pode ser levado com a singeleza de uma simples sugestão. Polanski também respeita profundamente a inteligência do espectador, procurando não expor de forma explícita o que realmente está acontecendo. Um exemplo perfeito de direção de bom gosto. Já quem brilha no elenco é a atriz Mia Farrow. Seu tipo mais exótico caiu como uma luva na pela da estranha - e complexa - Rosemary. Além de ser muito bem dirigido e atuado "Rosemary's Baby" também entrou na história do cinema por causa das várias lendas que fazem parte de seus bastidores. Filmado no Dakota (o mesmo prédio onde o ex-Beatle John Lennon seria assassinado anos depois), a produção foi complicada e cheia de eventos estranhos e inexplicáveis. Só as filmagens já dariam assunto para um livro inteiro mas por enquanto ignore isso e aproveite para assistir esse que é considerado um dos melhores filmes de suspense de todos os tempos.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Hannah e Suas Irmãs

O mais interessante em "Hannah e Suas Irmãs" é que temos aqui um roteiro que discute sobre assuntos que geralmente são pesados (traições, a existência de Deus, o fracasso pessoal) mas de uma forma tão leve e divertida que nem percebemos isso. O elenco é todo bom, a começar pelo Michael Caine, um ator que só vim a apreciar bem mais tarde pois antigamente o achava muito "pau para toda obra" (pois ele fazia qualquer coisa que lhe ofereciam). Felizmente aqui ele tem um papel muito bom, o de um sujeito que se aventura com a própria irmã da esposa Hannah (interpretada com muita delicadeza por Mia Farrow). Embora esse triângulo amoroso proporcione bons momentos no filme certamente não é a melhor parte do roteiro. O melhor do filme realmente é o papel de Woody Allen (na pele do hipocondríaco e hilário Mickey). O Allen me passa a impressão de que se cerca de ótimos atores para "segurar" as partes mais tensas do filme enquanto ele aproveita para literalmente "passear" em cena em alguns momentos realmente muito divertidos.

O humor do Woody Allen como todos sabem é um humor mais intelectualizado mas isso não vem ao caso já que ele obviamente rouba todas as cenas. A sua tentativa de conversão ao catolicismo rende boas risadas e seus momentos no médico também são pequenas pérolas de humor refinado, muito embora sejam bem pontuais e cirurgicamente colocadas no decorrer de todo o filme. Parece até um jogo: quando o filme vai ficando melodramático demais, Allen entra em cena para aliviar tudo. Achei ótima essa idéia porque afinal o filme fica leve sem perder sua carga dramática. A Academia também parece ter gostado bastante do resultado final e o filme foi vencedor de 3 Oscars: Melhor Ator Coadjuvante (Michael Caine), Melhor Atriz Coadjuvante (Dianne Wiest) e Melhor Roteiro Original (Woody Allen). Ele obviamente não apareceu na premiação para receber seu prêmio. Preferiu passar a noite tocando jazz em um clube de Nova Iorque. Mais Woody Allen do que isso impossível. Enfim, "Hannah e Suas Irmãs" é divertido e inteligente na medida certa. Não deixe de assistir.

Hannah e Suas Irmãs (Hannah and her Sisters, Estados Unidos, 1986) Direção: Woody Allen / Roteiro: Woody Allen / Elenco: Woody Allen, Barbara Hershey, Carrie Fisher, Michael Caine, Mia Farrow, Dianne Wiest, Maureen O'Sullivan, Lloyd Nolan, Max von Sydow, Lewis Black / Sinopse: A estória gira em torno da vida, dos romances e dos problemas cotidianos de Hannah (Mia Farrow) e suas duas irmãs, Holly (Dianne Wiest) e Lee (Barbara Hershey). Na Nova Iorque da década de 1980 elas tentam encontrar o equilíbrio e a felicidade em suas vidas.

Pablo Aluísio.

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Morte Sobre o Nilo

Assim como os livros de James Bond os livros escritos por Agatha Christie seguiam uma fórmula básica. No caso dessa autora ela geralmente reunia várias pessoas suspeitas em um ambiente fechado (como um barco ou trem) e colocava o leitor na situação de tentar descobrir quem seria o assassino. É exatamente isso que temos aqui nesse "Morte sobre o Nilo". Vários personagens se tornam suspeitos da morte de uma rica herdeira que misteriosamente é morta durante um cruzeiro turístico pelo Egito. O filme em si é muito interessante, tem ótimas cenas externas (filmadas no templo de Karnak e nas pirâmides de Gizé) e um elenco de encher os olhos de qualquer cinéfilo.

O destaque obviamente vai para o grande ator Peter Ustinov que aqui interpreta um dos personagens mais famosos da escritora, o inspetor Hercule Poirot (que todos pensam ser francês mas que é belga na verdade). Ustinov domina a cena, tentando descobrir quem teria cometido o crime. Nunca assisti uma atuação fraca de Ustinov e aqui não seria exceção. Ao lado dele, o auxiliando, temos outro grande ator, David Niven. Já envelhecido, prestes a se aposentar o ator ainda tinha uma bela presença de cena. Entre as atrizes o filme traz uma Mia Farrow fazendo mais uma personagem perturbada e a grande diva Bette Davis, discreta, elegante e atuando ao lado da também excelente Maggie Smith. Enfim, só pela oportunidade de ver tanta gente talentosa junta já vale a existência do filme. Assista, se divirta e tente descobrir o quebra cabeça da trama.

Morte Sobre o Nilo (Death on the Nile, Inglaterra, Estados Unidos, 1978) Direção de John Guillermin / Elenco: Peter Ustinov, Bette Davis, David Niven, Mia Farrow / Sinopse: Grupo de ricos em turismo pelo Egito acabam entrando em um cruzeiro pelo Rio Nilo aonde um assassinato é cometido. Todos no navio tem algum motivo para ter matado a vítima. Quem teria afinal feito o terrível crime? Baseado na famosa obra de Agatha Christie.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

O Grande Gatsby

O Grande Gatsby é um filme interessante. Baseado em um grande romance da literatura americana escrito por F Scott Fitzgerald na década de 1920 e roteirizado pelo grande cineasta Francis Ford Coppola (que deveria ter dirigido o filme na minha opinião) essa produção luxuosa tinha todos os ingredientes para dar muito certo. O elenco era excelente, principalmente pelas boas atuações de Robert Redford (um pouco contido, é verdade, mas muito bem no papel de Gatsby) e Bruce Dern (em personagem secundário que acaba roubando a cena dos figurões). Com todos esses pontos positivos a favor a pergunta que vem à mente é: por que essa versão de "O Grande Gatsby" não tem o mesmo status de outros clássicos dos anos 70? E por que anda meio esquecida nos últimos anos?

Na minha opinião o maior problema dessa versão de "O Grande Gatsby" é a direção. O diretor Jack Clayton (cujo filme mais conhecido em sua filmografia é o suspense "Os Inocentes") parece indeciso em vários momentos cruciais do roteiro. Embora a trama seja clássica e à prova de falhas a direção deixa muito a desejar, fazendo o filme cair no marasmo em várias sequências. O ritmo se torna arrastado e sem foco em várias partes. Os 140 minutos de duração são sentidos pelo espectador e isso nunca é um bom sinal. Está tudo lá, os carros antigos, as mansões luxuosas, a boa reconstituição de época mas o que falta mesmo é uma direção mais primorosa, mais cativante, que leve o espectador a criar um vínculo maior com todos aqueles personagens. Daisy, interpretada por Mia Farrow, por exemplo, não é aproveitada corretamente, se tornando muito unidimensional. O mesmo acontece com o personagem Gatsby, que em sua essência é cheio de possibilidades, mas que ao final da projeção deixa o público com várias dúvidas sobre quem ele era afinal, quais eram suas motivações, porque se tornou milionário e por aí vai. Mesmo que o livro deixe isso em aberto o diretor poderia ter explorado mais a personalidade misteriosa de Gatsby. Enfim, o filme está muito longe de ser ruim mas poderia ser muito melhor, um verdadeiro clássico do cinema americano da década de 70 se tivesse sido melhor dirigido.

O Grande Gatsby (The Great Gatsby, Estados Unidos, 1974) Direção: Jack Clayton / Roteiro de Francis Ford Coppola baseado na obra de F. Scott Fitzgerald / Elenco: Robert Redford, Mia Farrow, Bruce Dern / Sinopse: Jay Gatsby (Robert Redford) é um milionário que se diverte dando inúmeras festas em sua mansão para a elite local. Nick Caraway é um comerciante vizinho a Gatsby que começa a se interessar pela passado obscuro dele. De peça em peça ele acaba montando o quebra cabeça da origem do enigmático Gatsby.

Pablo Aluísio.