terça-feira, 20 de fevereiro de 2024
A Verdadeira Glória
terça-feira, 4 de abril de 2023
O Morro dos Maus Espíritos
terça-feira, 22 de novembro de 2022
Os Filhos de Katie Elder
O grande destaque fica no relacionamento dos irmãos. Os filmes de Wayne tinham muito isso, não eram apenas westerns com puro bang bang, pelo contrário, havia uma preocupação em criar um conteúdo para os personagens. Isso também acontece nesse filme. Embora Katie Elder esteja morta vamos descobrindo por depoimento dos demais personagens do filme todas as nuances de sua vida, como ela era, do que gostava, o que desejava para os filhos. Não é todo faroeste que tem esse tipo de cuidado em seu roteiro. Como não poderia deixar de ser a dupla central dos atores domina o filme. John Wayne aqui em um papel mais interessante, pois é um pistoleiro fora da lei. Dean Martin também está muito bem em seu personagem, pena que dessa vez não cantou nenhuma música, talvez pelo tom mais sério do filme. Enfim, longe de ser apenas um western de rotina, "Os Filhos de Katie Elder" é um bom programa para quem quer relembrar dos bons faroestes do passado. Ah que saudade desses tempos que não voltam mais!
Os Filhos de Katie Elder (The Sons of Katie Elder, Estados Unidos, 1965) Direção: Henry Hathaway / Roteiro: William H. Wright, Allan Weiss / Elenco: John Wayne, Dean Martin, Martha Hyer, Michael Anderson Jr. Earl Holliman / Sinopse: Após a morte da matriarca da família Elder seus quatro filhos resolvem se reunir novamente para vingar seu assassinato. Juntos buscarão por vingança em nome de sua querida mãe, Katie Elder.
Pablo Aluísio.
sábado, 8 de janeiro de 2022
Capitães do Mar
Título Original: Down to the Sea in Ships
Ano de Produção: 1949
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Henry Hathaway
Roteiro: John Lee Mahin, Sy Bartlett
Elenco: Richard Widmark, Lionel Barrymore, Dean Stockwell, Cecil Kellaway, Gene Lockhart, Berry Kroeger
Sinopse:
Comandante veterano de um navio baleeiro decide levar seu neto na próxima viagem. Sua intenção é ensinar grande valores morais e éticos ao jovem, numa verdadeira aula sobre a vida, só que no meio da viagem tudo mudo e nada acaba saindo como ele havia planejado.
Comentários:
Bom filme que procura misturar drama e aventura em um só pacote. Logo de cara o que chama a atenção é o excelente elenco em cena. Apenas grandes nomes atuando, entre eles o veterano das telas e do teatro Lionel Barrymore, membro de um tradicional clã de atores clássicos, de uma família dedicada ao mundo da arte de representar. Richard Widmark, outro destaque do filme, era um astro popular na época, um tipo bem másculo, ideal para esse tipo de filme com temática mais forte, mais viril. Outro aspecto curioso é que o filme se passa com personagens da marinha mercante, isso em um tempo onde os filmes sobre marinha mostravam militares em combate, principalmente sobre filmes da II Guerra Mundial. Aliás o filme foi lançado justamente poucos anos depois do fim da guerra. É um esboço bem produzido sobre esses homens que dedicaram suas vidas a cruzar os mares em busca de aventuras e emoção. Também pode ser visto como um bom drama sobre relacionamentos humanos, principalmente envolvendo avôs e netos.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 16 de dezembro de 2020
Pôquer de Sangue
Título Original: 5 Card Stud
Ano de Produção: 1968
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Henry Hathaway
Roteiro: Marguerite Roberts, Ray Gaulden
Elenco: Dean Martin, Robert Mitchum, Inger Stevens, Roddy McDowall, Katherine Justice, John Anderson
Sinopse:
No velho oeste qualquer desonestidade no jogo de pôquer era punida com a morte. Assim quando um forasteiro tenta enganar um grupo de jogadores em Rincón, Colorado, ele acaba selando seu destino. Assim que seu golpe é descoberto, os demais jogadores o amarram e o enforcam numa ponte na saída da cidade. Apenas Van Morgan (Dean Martin) tenta salvar o trapaceiro, mas é impedido com violência. O xerife nada pode fazer pois não conhece a identidade dos assassinos. Nesse momento complicado para a comunidade, um novo reverendo chega para pregar a palavra de Deus para todos. Seu nome é Jonathan Rudd (Robert Mitchum), um sujeito com uma forma muito curiosa de levar a palavra do Senhor aos cowboys: com sua arma Colt. Suas boas intenções porém não mudam o quadro e pouco a pouco todos os envolvidos no enforcamento começam a aparecer mortos! Quem estaria por trás dos crimes?
Comentários:
Muito bom o roteiro desse western "Pôquer de Sangue". A trama tem todos os ingredientes que fizeram a mitologia do faroeste americano e mais um adicional que acrescenta muito ao resultado final: o mistério sobre quem estaria matando todos os justiceiros da cidade que tinham enforcado um trambiqueiro no jogo de cartas. O leque de suspeitos é amplo. Van Morgan (Dean Martin) seria um deles, pois provavelmente quis se vingar dos que o espancaram quando ele tentou evitar o crime. Uma nova dama de Saloon, a bonita Lily Langford (Inger Stevens), também pode ser suspeita, pois chegou na cidade assim que as mortes começaram. Até mesmo o novo pregador, Jonathan Rudd (Robert Mitchum), pode ter algum tipo de culpa nas mortes, principalmente depois de pregar afirmando que nenhum dos assassinos escapará da ira de Deus! Assim temos um verdadeiro mistério à la Agatha Christie sobre a identidade do assassino na pequena cidade. Dean Martin, como sempre, está muito correto, além disso canta duas canções no filme (na abertura e nos créditos finais). Sua voz era realmente maravilhosa. Agora quem rouba o show mesmo é o sempre carismático Robert Mitchum. Seu personagem lembra de certo modo o seu papel no grande clássico "Mensageiro do Diabo". E isso só acrescenta ainda mais no belo resultado final dessa produção realmente imperdível para os fãs de western.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 19 de agosto de 2020
Lanceiros da Índia
Título Original: The Lives of a Bengal Lancer
Ano de Produção: 1935
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Henry Hathaway
Roteiro: Grover Jones
Elenco: Gary Cooper, Franchot Tone, Richard Cromwell, Guy Standing, C. Aubrey Smith, Kathleen Burke
Sinopse:
Baseado no romance histórico escrito por Francis Yeats-Brown, o filme "Lanceiros da Ìndia" conta a história do militar inglês Alan McGregor (Gary Cooper). Durante a ocupação colonial britânica na região, ele é enviado para um posto distante da fronteira, onde acaba participando de uma campanha contra os rebeldes locais.
Comentários:
Lançado na agora distante década de 1930, esse filme quase centenário não negava em nada suas origens. A mentalidade, tanto do livro original, como do roteiro em que foi baseado, era claramente a favor do colonialismo de europeus em terras distantes. No caso o povo indiano estava sob domínio do colonizador inglês e qualquer atividade que fosse contra essa política era vista como algo bárbaro que deveria ser reprimida com força bruta. Claro, hoje em dia não haveria mais como produzir um filme com essa proposta. De qualquer forma o espectador da atualidade deve tentar passar por cima disso para apreciar a boa aventura que se desencadeia na tela. O astro Gary Cooper convence plenamente como inglês, embora ele fosse o mais americano dos atores da época. Seu figurino também chama bastante a atenção. Quando o filme foi lançado os críticos de então disseram que era uma maneira de reviver o galã falecido Rodolfo Valentino. E de fato Cooper está mesmo parecido com o mito do cinema mudo. Só não espere o mesmo charme e elegância, já que Cooper estava mais para caipira do interior dos Estados Unidos do que para estrangeiro exótico e conquistador latino. Filme vencedor do Oscar na categoria de melhor assistência de direção. Também indicado ao prêmio nas categorias de melhor filme, direção e roteiro.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 14 de julho de 2020
O Parceiro do Diabo
O ator Gregory Peck era um excelente escolha para esse tipo de personagem, a do sujeito durão, disposto a resolver tudo com seu revólver, mas ao mesmo tempo um homem de bom coração. É incrível como mesmo interpretando um ladrão de bancos, ele conseguia trazer toda aquela dignidade pessoal que foi tão presente em toda sua carreira. O elenco de apoio também é excelente com destaque para Robert F. Lyons no papel do cowboy e também pistoleiro Bobby Jay Jones. Poucas vezes vi um vilão de western tão irritantemente insuportável, sádico e sem escrúpulos como ele. Em uma das cenas mais lembradas de “O Parceiro do Diabo” ele faz toda uma família refém e começa a fazer das crianças seu alvo humano, mandando colocar copos de vidros em suas cabeças para treinar sua pontaria. Além disso seu jeito um tanto quanto imaturo e sem noção o torna ainda mais perigoso. Lyons está perfeito em sua caracterização, chegando inclusive a ofuscar o grande mito Peck nas cenas em que atuam juntos. Aliás é bom destacar que o duelo final entre ambos também é um dos melhores já vistos em filmes dessa época. Clay resolve devolver na mesma moeda o sadismo de Jones.
O diretor Henry Hathaway era realmente um cineasta com talento de artesão pois conseguia realizar grandes filmes mesmo com roteiros e enredos aparentemente simples, sem grandes pretensões. Infelizmente esse “O Parceiro do Diabo” foi seu último grande faroeste no cinema. Com problemas de saúde, só dirigiria mais um filme, “Hongup”, três anos depois. Não faz mal, produções como essa lhe garantiram o lugar no Olimpo dos grandes mestres do western americano. Uma despedida à altura para uma carreira tão marcante no gênero.
O Parceiro do Diabo (Shoot Out, Estados Unidos, 1971) Direção: Henry Hathaway / Roteiro: Marguerite Roberts baseada na novela de Will James / Elenco: Gregory Peck, Patricia Quinn, Robert F. Lyons, James Gregory, Susan Tyrrell / Sinopse: Após cumprir sete anos de prisão por assalto a bancos o pistoleiro Clay Lomax (Gregory Peck) resolve sair no encalço de seu antigo parceiro de crimes, o traidor Sam Foley (James Gregory). Seus planos porém mudam após ele receber de “presente” de uma antiga amante uma garotinha de apenas cinco anos de idade para cuidar!
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 14 de maio de 2020
Torrente de Paixão
Título Original: Niagara
Ano de Produção: 1953
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Henry Hathaway
Roteiro: Charles Brackett, Walter Reisch
Elenco: Marilyn Monroe, Joseph Cotten, Jean Peters, Max Showalter, Denis O'Dea, Richard Allan
Sinopse:
A jovem e bonita Rose Loomis (Marilyn Monroe) viaja com o marido George (Joseph Cotten) para passar um fim de semana nas famosas cataratas do Niágara, um ponto turístico na fronteira entre Estados Unidos e Canadá. Ele é um veterano de guerra, traumatizado e impotente. Ela quer se livrar desse marido o mais rapidamente possível.
Comentários:
Esse é um dos melhores filmes da carreira de Marilyn Monroe. Tecnicamente é um thriller de suspense, com Marilyn interpretando uma típica femme fatale. Uma mulher jovem, muito bonita e com sensualidade à flor da pele. Aqui a atriz não mediu esforços e colocou toda a sua sexualidade natural na tela. O diretor Henry Hathaway entendeu bem isso, criando cenas que são puro deleite visual nas curvas exuberantes da atriz. Na cena mais famosa o diretor deixou a câmera filmar um longo caminhar de Marilyn Monroe, onde ela rebola à vontade para os espectadores. São dois minutos e meio de sequência, algo inédito no cinema até então. Imagine algo assim sendo lançado em plenos anos 1950 com todo aquele moralismo. Claro, os fãs de Marilyn Monroe adoraram. E sua personagem, uma mulher maravilhosa que não estava nem aí para os problemas do marido impotente, procurando sempre por um novo amante de ocasião, ferviam ainda mais o clima de despudor do filme. Assim temos aquele que para muitos é o melhor momento de Marilyn Monroe no cinema, aqui usando e abusando de sua imagem de loira gostosa e sem nenhuma vergonha disso. Uma aula de cinema sutilmente erótico em uma época que isso era considerado um verdadeiro pecado no cinema.
Pablo Aluísio.
domingo, 16 de fevereiro de 2020
A Conquista do Oeste
Realmente é uma produção de encher os olhos, com três diretores e um elenco fenomenal. O resultado de tanto pretensão porém ficou pelo meio do caminho. "A Conquista do Oeste" passa longe de ser o filme definitivo do western americano. Na realidade é uma produção muito megalomaníaca que a despeito dos grandes nomes envolvidos não passa de uma fita convencional, pouco memorável. O problema é definitivamente de seu roteiro. São vários episódios com linhas narrativas que as ligam numa unidade, mas nenhuma delas é bem desenvolvida. Tudo soa bem superficial.
O grande elenco também é outro problema. Apesar dos mitos envolvidos nenhum deles tem oportunidade de disponibilizar um bom trabalho, realmente marcante. John Wayne, por exemplo, só tem praticamente duas cenas sem maior importância. Ele interpreta o famoso general Sherman, mas isso faz pouca diferença pois tão rápido como aparece, desaparece do filme, deixando desolados seus fãs que esperavam por algo mais substancioso. James Stewart tem um papel um pouquinho melhor, de um pioneiro que vive nas montanhas, mas é outro grande nome que também é desperdiçado. A única que faz parte de todos os segmentos é a personagem de Debbie Reynolds, porém ela não é uma figura de ponta no mundo do faroeste. Quem não gosta dela certamente não se importará com sua personagem. Assim, em conclusão, podemos definir "A Conquista do Oeste" como um filme grande, mas não um grande filme. Faltou um melhor equilíbrio.
A Conquista do Oeste (How the West Was Won, Estados Unidos, 1962) Direção: John Ford ("The Civil War") / Henry Hathaway ("The Rivers", "The Plains", "The Outlaws") / George Marshall ("The Railroad") / Roteiro: James R. Webb, John Gay / Elenco: Debbie Reynolds, James Stewart, Lee J. Cobb, Henry Fonda, Carolyn Jones, Karl Malden, Gregory Peck, George Peppard, Richard Widmark, Eli Wallach, John Wayne / Sinopse: A saga de uma família de pioneiros cujos descendentes participarão dos grandes eventos que marcaram a história do oeste americano.Filme vencedor do Oscar nas categorias de Melhor Roteiro (James R. Webb), Melhor Som (Franklin Milton) e Melhor Edição (Harold F. Kress).
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 29 de novembro de 2019
A Lenda dos Desaparecidos
Não é uma viagem fácil de fazer, pois além da falta de água, do sol incandescente e dos ataques de tribos violentas como os Tuaregs, ele precisa ainda localizar no meio daquela imensidão o paradeiro de um homem desaparecido há meses. Completando o trio de personagens principais surge uma mulher, uma meretriz e ladra interpretada por uma jovem e sensual Sophia Loren. Símbolo sexual na época, o diretor soube muito bem utilizar sua beleza, a colocando em roupas provocantes, criando, como era de se esperar, uma tensão sexual no trio, envolvendo John Wayne e o francês que o contratou para atravessar o deserto.
O filme foi todo rodado em locações na Líbia. Na região existem ruínas milenares de uma antiga cidade romana que serviu de cenário perfeito para as cenas finais do filme. John Wayne não precisou se esforçar muito, interpretando novamente o papel de cowboy durão que sempre o caracterizou no cinema. Era sucesso de bilheteria certo. O diferencial vem mesmo do lugar onde a história se passa. A fotografia do filme ficou belíssima por causa das areias e das dunas do deserto do Sahara. Ali o diretor Henry Hathaway conseguiu tomadas maravilhosas da natureza local. Só não espere grandes inovações em termos de roteiro, já que o filme segue de perto a cartilha das produções de aventuras da época, mesmo que desenvolva bem o lado psicológico de cada personagem. Dessa maneira se torna mesmo um ótimo momento das carreiras de Sophia Loren e John Wayne, dupla que aliás só trabalharia uma vez juntos, justamente nessa produção.
A Lenda dos Desaparecidos (Legend of the Lost, Estados Unidos, 1957) Direção: Henry Hathaway / Roteiro: Robert Presnell Jr / Elenco: John Wayne, Sophia Loren, Rossano Brazzi / Sinopse: O americano Joe January (John Wayne) é contratado por um francês chamado Paul Bonnard (Rossano Brazzi) para uma viagem ao deserto do Sahara. Ele quer localizar seu pai, desaparecido há vários meses. A jovem garota Dita (Sophia Loren), apaixonada por Paul, decide também se unir a eles, dando origem a várias aventuras e desafios nas areias do deserto sem fim.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 12 de dezembro de 2018
O Homem da Floresta
Título Original: Man of the Forest
Ano de Produção: 1933
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Henry Hathaway
Roteiro: Jack Cunningham, Zane Grey
Elenco: Randolph Scott, Verna Hillie, Harry Carey, Noah Beery, Barton MacLane, Buster Crabbe
Sinopse e comentários:
"O Homem da Floresta" (Man of the Forest, Estados Unidos, 1933) trazia um Randolph Scott ainda bem jovem, magro, com bigodinho ao estilo Errol Flynn (na época um dos maiores astros de Hollywood). Era um western dirigido pelo grande Henry Hathaway, ainda também em começo de carreira. O roteiro era baseado em um livro escrito por Zane Grey. Esse escritor era tão popular na época que seu nome ganhava grande destaque nos materiais promocionais dos filmes feitos a partir de seus romances e novelas.
Randolph Scott era o xerife na história, que de forma ousada lidava com temas complicados, envolvendo o sequestro de uma jovem garota e um vilão astuto, mestre em jogar a culpa de seus crimes nos outros. O filme tem uma sequência de perseguição em um desfiladeiro nos arredores de Los Angeles que acabou ferindo um dos dublês que caiu com seu cavalo de uma altura considerável. O próprio Scott escapou também de descer ladeira abaixo nessa cena. Anos depois ele ainda se recordaria desse dia de filmagens que quase lhe custou a vida.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 17 de outubro de 2018
Na Pista do Criminoso
Título Original: Sunset Pass
Ano de Produção: 1933
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Henry Hathaway
Roteiro: Jack Cunningham, Gerald Geraghty
Elenco: Randolph Scott, Tom Keene, Kathleen Burke, Harry Carey, Noah Beery, Leila Bennett
Sinopse:
Um agente policial se infiltra no meio de uma quadrilha de criminosos. Seu objetivo é descobrir quem estaria por trás de uma fuga de prisioneiros de uma prisão de segurança no Texas. As coisas porém se complicam quando ele acaba se apaixonando pela irmã de um dos membros da quadrilha.
Comentários:
O faroeste seguinte de Randolph Scott foi "Na Pista do Criminoso" (Sunset Pass, 1933). Ao lado dele no elenco estavam Tom Keene e Kathleen Burke. A direção era do excelente Henry Hathaway, cineasta que assinou grandes clássicos da história do cinema americano como "Bravura Indômita" (que daria o primeiro Oscar na carreira de John Wayne), "Sublime Devoção" e "A Conquista do Oeste", para muitos o filme de faroeste mais pretensioso da história pois queria esgotar o assunto da ida dos pioneiros para as vastas terras do velho oeste. Pois bem, como se pode ver o filme tinha o diretor certo. Acontece que por essa época, ainda na primeira metade dos anos 30, tanto Henry Hathaway como o próprio Randolph Scott eram ainda bem jovens, muito longe dos grandes clássicos em que iriam trabalhar no futuro Voltando para a fita intitulada "Na Pista do Criminoso", aqui temos uma fita B da Paramount Pictures. Uma produção de apenas 61 minutos de duração, feita e realizada para ser exibida em matinês dos cinemas de bairro, a preços promocionais. Tudo feito em ritmo de linha de produção mesmo. Para se ter uma ideia a Paramount produziu mais de 700 fitas como essa entre os anos de 1929 a 1949, todas vendidas depois para a recém nascida TV que exibia os filmes em horários matutinos, tornando o western ainda mais popular, principalmente entre os mais jovens.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 23 de agosto de 2018
Nevada Smith
O filme é realmente muito bom. Embora a vingança seja a espinha dorsal do enredo os roteiristas decidiram explorar outros aspectos do personagem. Em determinado momento ele decide roubar um banco só para ser enviado para a prisão estadual onde estão dois dos homens que ele deseja matar. A tal prisão é localizada em um pântano impossível de atravessar. Malária, mosquitos, cobras venenosas e crocodilos impedem qualquer prisioneiro de fugir. Claro que McQueen vai tentar sua sorte ao ir embora da prisão. Essa parte do filme inclusive me lembrou um pouco de "Papillon", outro clássico do ator.
O único problema maior que vi em todo o filme foi o fato de que Steve McQueen não tinha a idade adequada para seu papel. O personagem que interpreta é um jovem inexperiente, sem muita noção da vida. Também seria um mestiço, com traços indígenas. Bom, em termos de juventude e falta de experiência de vida, McQueen não se parecia em nada com seu personagem. Alguém consegue visualizar esse ator como um jovem completamente inexperiente com armas e com a vida? Impossível. E sobre o fato de ser mestiço, outro problema. O loiro McQueen não tinha mesmo nenhum traço de sangue indígena correndo em suas veias. De qualquer maneira, tirando esses dois probleminhas, o filme funciona muito bem. É outro pequeno clássico assinado pelo excelente cineasta Henry Hathaway;
Nevada Smith (Estados Unidos, 1966) Direção: Henry Hathaway / Roteiro: Harold Robbins, baseado no livro "The Carpetbaggers" escrito por John Michael Hayes / Elenco: Steve McQueen, Karl Malden, Brian Keith, Arthur Kennedy, Suzanne Pleshette / Sinopse: Quando seus pais são mortos em seu rancho por três assassinos o jovem Max (McQueen) decide que vai dedicar toda a sua vida para vingar as mortes. Assim ele parte rumo ao velho oeste em busca dos homens. Assim que os encontra decide acertar a balança da justiça.
Pablo Aluísio.
domingo, 17 de junho de 2018
Bravura Indômita
Além de um roteiro acima da média, com ótimas tomadas externas e conflitos armados, "Bravura Indômita" ainda traz um elenco de apoio de respeito. Nada mais nada menos do que Dennis Hopper e Robert Duvall (que vejam só já estava ficando careca naquela época!). Duvall está particularmente muito bem no papel de um dos procurados por Wayne. Ele não tem muita chance de atuar, mas quando possível mostra domínio do que faz. O diretor Henry Hathaway não esqueceu também de investir em divertidos momentos de descontração e humor (que de certa forma está mais ausente do remake), principalmente nos momentos entre Wayne e Darby (que se dão muito bem em cena, sendo naturalmente divertido o contraste entre a garota e o marshal mal humorado e beberrão). Enfim, eis aqui dos grandes clássicos do western americano. Não resta dúvida que "Bravura Indômita" é mesmo um filmaço!
Bravura Indômita (True Gift, Estados Unidos, 1969) Direção: Henry Hathaway / Roteiro: Marguerite Roberts baseado na novela de Charles Portis / Elenco: John Wayne, Kim Darby, Glen Campbell, Robert Duvall, Dennis Hopper / Sinopse: Jovem gerota contrata os serviços de um agente beberrão e gordo para ir atrás dos assassinos de seu pai. Filme indicado ao Oscar na categoria Melhor Música Original. Vencedor do Oscar na categoria de Melhor Ator (John Wayne). Filme vencedor do Globo de Ouro na categoria Melhor Ator - Drama (John Wayne). Também indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Canção Original. Filme vencedor do Laurel Awards na categoria de Melhor Ator (John Wayne).
Pablo Aluísio.
sábado, 17 de fevereiro de 2018
Maldade
Título Original: The Thundering Herd
Ano de Produção: 1933
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Henry Hathaway
Roteiro: Zane Grey, Jack Cunningham
Elenco: Randolph Scott, Judith Allen, Buster Crabbe, Noah Beery, Raymond Hatton, Blanche Friderici
Sinopse:
Dois caçadores rivais se reencontram em um lugar selvagem e hostil, com índios determinados a exterminarem todos os caçadores brancos de búfalos que se encontram em seus territórios. E a rivalidade não se limita ao comércio de pele, mas também aos assuntos do coração, pois ambos são apaixonados pela mesma mulher.
Comentários:
Randolph Scott voltou a trabalhar com o diretor Henry Hathaway no western "Maldade" (The Thundering Herd, Estados Unidos, 1933). O roteiro era novamente escrito por Zane Grey, que era tão popular entre os fãs de filmes de faroeste que seu nome conseguia até mesmo um grande destaque nos posters dos filmes que chegavam nos cinemas. O enredo não poderia ser mais referente às mitologias do velho oeste norte-americano. Scott interpretava um caçador de búfalos chamado Tom Doan. Ele, ao lado de seus homens, caçavam búfalos para lucrar com a venda de suas peles, que na época valiam pequenas fortunas. O trabalho porém era uma verdadeira luta de sobrevivência em terras hostis. Além dos ladrões de peles, sempre dispostos a matar os caçadores, havia ainda a presença perigosa de guerreiros das tribos locais. No elenco o filme ainda trazia a bela Judith Allen e Buster Crabbe, veterano em filmes de faroeste da época.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018
O Correio do Inferno
Vinnie Holt (Susan Hayward) é uma passageira de uma dessas diligências que faz uma parada no posto onde Tom trabalha. Quando a notícia que uma quadrilha está à solta chega até eles, Vinnie é obrigada a ficar na estação. Ela viaja com uma criança, sua sobrinha, e a companhia não admite que crianças viajem nesse tipo de situação. O problema é que a própria estação é tomada pelos bandoleiros, fazendo com que ela e Tom fiquem como reféns. O filme se desenvolve praticamente todo dentro dessa estação, bem no meio do deserto. Os criminosos estão à espera de uma diligência que chegará por lá no dia seguinte, trazendo ouro da Califórnia. O objetivo é claro é pegar a pequena fortuna e depois partir em fuga novamente.
Esse é um bom faroeste, valorizado pelo roteiro bem escrito, excelente direção do mestre Henry Hathaway e um elenco acima da média. Tyrone Power está menos heroico do que de costume. Ele que se destacou em tantos épicos assinados por King Victor, aqui não faz muito mais do que o habitual. De certa forma ele é superado pela atriz Susan Hayward. Além de ter cenas realmente boas, sua personagem passa longe de ser uma mocinha tolinha de filmes de western, como era muito retratado na época. Cheia de força de vontade e fibra, ela é uma das melhores razões para assistir a esse filme. Além disso, vamos ser sinceros, como ela estava bonita quando fez esse filme! Dizem que tinha um caso com o milionário excêntrico Howard Hughes quando o filme foi realizado. Sorte a dele! No mais é um faroeste que vale a pena conhecer. Hoje em dia não é tão citado, nem pelos fãs do gênero! De qualquer forma nunca é tarde para conferir. Não deixe passar em branco.
O Correio do Inferno (Rawhide, Estados Unidos, 1951) Direção: Henry Hathaway / Roteiro: Dudley Nichols / Elenco: Tyrone Power, Susan Hayward, Hugh Marlowe, Dean Jagger / Sinopse: Durante uma viagem de diligência no velho oeste, a passageira Vinnie Holt (Susan Hayward) e sua sobrinha, uma garotinha de dois anos, é obrigada a ficar numa estação avançada no deserto, até que o xerife capture o bando liderado por Rafe Zimmerman (Hugh Marlowe). O problema é que a quadrilha acaba chegando na estação, fazendo todos de reféns, inclusive o empregado da companhia, Tom Owens (Tyrone Power).
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 15 de dezembro de 2017
O Mundo do Circo
Título no Brasil: O Mundo do Circo
Título Original: Circus World
Ano de Produção: 1964
País: Estados Unidos, Espanha
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Henry Hathaway
Roteiro: Ben Hecht, Julian Zimet
Elenco: John Wayne, Rita Hayworth, Claudia Cardinale, Richard Conte
Sinopse:
Depois de viver anos como cowboy de rodeios o veterano Matt Masters (John Wayne) decide abrir sua própria companhia circense. Por um bom tempo o empreendimento vai muito bem até o dia em que Masters decide realizar uma turnê na Europa. Circos americanos quase sempre fracassaram no velho continente, onde aliás nasceu a cultura desse tipo de diversão, mas Masters decide arriscar. Logo na chegada em um porto da Espanha as coisas começam a dar errado, um acidente faz com que a lona de seu circo desapareça sob as águas. Agora ao lado de seus artistas, Masters terá que levantar o dinheiro necessário para reerguer seu tão amado espetáculo, até porque o show definitivamente não pode parar! Filme vencedor do Globo de Ouro na categoria de Melhor Canção Original ("Circus World" de Dimitri Tiomkin e Ned Washington). Também indicado ao Laurel Awards na categoria de Melhor Ator (John Wayne).
Comentários:
Tecnicamente ficaria até complicado catalogar "Circus World" apenas na categoria Western. O filme é muito mais, pois explora também um drama sobre relações familiares e traumas do passado. Isso porém é um mero detalhe. Lá está o maior ídolo do gênero, John Wayne, interpretando um velho cowboy que agora ganha a vida em apresentações em circo no estilo Velho Oeste Selvagem. Isso significa tentar recriar sob o picadeiro as perseguições de bandidos em diligências, as guerras entre a cavalaria e guerreiros apaches e tudo o mais que ficou imortalizado na mitologia do oeste americano. Se o filme é muito bom em recriar na tela as performances daqueles artistas circenses também se revela muito bom ao retratar os dramas de todas aquelas pessoas. Masters (Wayne) é um empresário movido por sonhos. Seu problema é que quase sempre seu desejo de levar em frente seu circo esbarra em calamidades, como naufrágios e incêndios (há inclusive uma ótima sequência quando parte da grande lona de seu circo pega fogo em um incêndio).
Rita Hayworth, sempre uma presença forte em cena, interpreta uma trapezista marcada por um grande tragédia em seu passado, quando seu marido, também um artista do trapézio, caiu para a morte em um de seus mais ousados números. Após muitos anos perdida, vagando pela Europa, ela resolve voltar ao circo onde agora vive sua filha Toni (Claudia Cardinale), que ela abandonou quando ainda era uma criança. A jovem acabou sendo criada por Masters, que também precisa esconder uma delicada questão pessoal em seu passado. A atriz Claudia Cardinale, ainda bastante jovem, se revela muito talentosa, não apenas quando atua nas apresentações do Oeste Selvagem ou em cima do trapézio, mas também quando participa de quadros com palhaços do circo - ali ela realmente demonstra todo o seu talento, principalmente teatral, com ótimo timing para comédia. Não é de se admirar que tenha se tornado tão popular na década de 1960. Bonita e talentosa. Ela era realmente uma graça. No final de tudo ficamos com a impressão que a produção é na realidade uma grande e sincera homenagem à cultura do circo. O diretor Henry Hathaway deixa claro em cada sequência seu amor por aquela arte. O resultado é dos melhores, um excelente momento da filmografia do mito John Wayne em um dos seus filmes mais simpáticos e carismáticos.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 27 de outubro de 2017
Feitiço Branco
Título no Brasil: Feitiço Branco
Título Original: White Witch Doctor
Ano de Produção: 1953
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Henry Hathaway
Roteiro: Ivan Goff, Ben Roberts
Elenco: Susan Hayward, Robert Mitchum, Walter Slezak
Sinopse:
Ellen Burton (Susan Hayward) é uma enfermeira americana que aceita o convite para trabalhar em um posto médico avançado no interior selvagem do país africano do Congo. A região é de complicado acesso, assim ele precisa contar com o apoio do aventureiro John 'Lonni' Douglas (Robert Mitchum) que ganha a vida como mercador de animais selvagens para os principais zoológicos do mundo. Ele tem suspeitas de que uma tribo isolada da civilização guarda em seu poder um manancial enorme de ouro, algo que ele precisa conferir com os próprios olhos, enquanto finge apenas ajudar Ellen em sua viagem de trabalho.
Comentários:
Apesar do filme ter sido dirigido pelo especialista Henry Hathaway, cineasta que assinou tantos clássicos da era de ouro do cinema clássico americano e do excelente elenco liderado pela carismática Susan Hayward e pelo sempre competente Robert Mitchum, "White Witch Doctor" se revelou realmente um pouco decepcionante. Inicialmente se percebe que o roteiro quis mesmo se inspirar nos antigos seriados de aventuras que reinaram nas matinês das décadas de 1930 e 1940, além de obviamente se mostrar bem próximo dos filmes de Tarzan, que ainda faziam grande sucesso de bilheteria nos cinemas naquela época. O problema é que em nenhum momento a trama se decide entre virar um filme dramático, romântico ou de aventura. Fica tudo no meio termo e nada é desenvolvido até o fim. Em termos de aventura "Feitiço Branco" tem pouco a oferecer, se resumindo mesmo em poucas cenas de combates ou ação. O herói Mitchum passeia em cena como uma figura heróica e aventureira, mas ao mesmo tempo também gananciosa, pois ele está de olho numa fortuna em ouro escondido nos confins da África negra.
Seu romance com a personagem de Susan Hayward também não vai adiante, se resumindo em alguns beijinhos esporádicos e flertes casuais. Tampouco o lado mais dramático do roteiro pode ser considerado bom. Ele se desenvolve no idealismo da enfermeira que decide ir para o Congo para tratar de populações carentes da região. O problema é que uma vez lá ela não encontra mais a médica com a qual iria trabalhar, pois ela teria morrido por uma doença tropical. Sobra assim poucos momentos realmente interessantes nesse aspecto. Ela até tenta salvar vidas, mas como apenas é uma enfermeira e não uma médica e pouco conhece das doenças daquela parte do mundo tudo parece seguir em vão. Por fim temos que admitir também que a produção deixa a desejar em certos momentos. É nitidamente B. O uso excessivo de externas filmadas na África sendo projetadas nas costas do elenco incomoda. Os cenários pintados a mão também não convencem. Há um gorila em cena, logo no começo do filme, mas ele é tão mal feito, deixando tão claro que é um ator vestido de macaco, que chega a criar um humor involuntário, algo muito ruim para um filme como esse. Enfim, uma aventura que envelheceu mal, ficou muito datada e com roteiro inconclusivo e indeterminado. Definitivamente não é dos melhores.
Pablo Aluísio.
sábado, 16 de setembro de 2017
Audácia Entre Adversários
Título Original: Wild Horse Mesa
Ano de Produção: 1932
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Henry Hathaway
Roteiro: Zane Grey, Harold Shumate
Elenco: Randolph Scott, Sally Blane, Fred Kohler, Lucille La Verne, Charley Grapewin, James Bush
Sinopse:
O roteiro desse western é bem interessante, mostrando os conflitos e lutas de um rancheiro chamado Chane Weymer (Randolph Scott). Ele é um homem de bem, honesto, que apenas deseja tocar sua vida em uma região inóspita, bem no meio do deserto do Arizona, mas que para isso terá que enfrentar vilões e facínoras.
Comentários:
O diretor Henry Hathaway voltou a pedir ao estúdio que contratasse Randolph Scott para mais um faroeste. Ele havia assinado para trabalhar na direção da adaptação para as telas de cinema do romance de Zane Grey. Em sua visão apenas Scott tinha os atributos para interpretar o personagem principal, um cowboy chamado Chane Weymer. O filme iria se chamar "Wild Horse Mesa" (no Brasil recebeu o título de "Audácia Entre Adversários"). As filmagens foram feitas em locações desérticas, algo que exigiu muito do elenco e da equipe técnica. Scott ficou bem amigo da estrela do filme, Sally Blane. Essa aproximação (que não passava de simples amizade) acabou caindo nas revistas de fofocas, onde se dizia que os dois atores estavam tendo um caso no set de filmagens. "Pura mentira, mas que ajudava a promover o filme" - relembraria anos depois o próprio ator. "Wild Horse Mesa" foi sucesso de bilheteria. Ainda hoje é cultuado pelos fãs do gênero western. Um bom filme certamente, embora não fugisse muita da mitologia auto centrada que os estúdios de cinema tinham criado para os filmes de faroeste. Havia o mocinho, a mocinha que seria conquistada, os vilões malvados e, é claro, a exuberância dos cenários naturais. A diferença é que o filme foi dirigido pelo grande e talentoso cineasta Henry Hathaway que iria se notabilizar em Hollywood pela diversidade de filmes que dirigiu. Embora tenha feito também grandes filmes de western, inclusive ao lado de John Wayne, esse cineasta procurava ser o mais eclético possível, passeando por todos os tipos de filmes, sem ficar preso a nenhum gênero.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 23 de agosto de 2017
A Herança do Deserto
Título Original: Heritage of the Desert
Ano de Produção: 1932
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Henry Hathaway
Roteiro: Zane Grey, Harold Shumate
Elenco: Randolph Scott, Sally Blane, J. Farrell MacDonald, David Landau, Gordon Westcott, Guinn 'Big Boy' Williams
Sinopse:
Adam Naab (J. Farrell MacDonald) é um fazendeiro, antigo bandoleiro e pistoleiro, que tem ambições de dominar todo o condado em que vive no Arizona. Ele tenta comprar as terras do rancheiro Jack Hare (Randolph Scott), mas esse se recusa a vender seu rancho. Pior do que isso, Naab deseja também a garota de Jack. Com isso a situação vai se tornando cada vez mais tensa até o inevitável duelo final.
Comentários:
Depois de vários filmes mais sofisticados, chiques, produções do tipo "bolhas e champagne", finalmente Randolph Scott foi contratado para atuar em um faroeste. "A Herança do Deserto" de Henry Hathaway trazia Randolph Scott como um cowboy envolvido bem no meio de uma disputa de terras no velho oeste americano. Ele fotografou muito bem com seus trajes de pistoleiro. O roteiro também foi um presente pois era bem escrito, com cenas marcantes. Produzido pela Paramount Pictures, filmado no próprio rancho da companhia, esse foi o primeiro grande sucesso de bilheteria de sua carreira. Um filme bem importante, que determinaria os rumos da filmografia do ator nas próximas décadas. O interessante é que por essa época Scott ainda não havia decidido se dedicar apenas aos filmes de faroeste. Ele tinha a ideia de apenas esporadicamente participar desse tipo de filme, porém com o tempo ele foi percebendo que as bilheterias de seus filmes de western eram bem superiores aos dos dramas e romances. Assim viu que o público o queria ver mesmo em trajes de cowboy, caminho do qual iria se dedicar mais com o passar dos anos.
Pablo Aluísio.