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sexta-feira, 19 de novembro de 2021

Dívida de Honra

A vida no oeste selvagem era muito dura. Que o diga três mulheres que acabam enlouquecendo por causa das dificuldades de viver em uma terra tão hostil e perigosa. Diante dessa terrível situação o reverendo Dowd (John Lithgow) decide que pelo bem da comunidade as três devem ser enviadas para uma instituição psiquiátrica no distante Iowa. O problema é que até lá são cinco semanas de jornada a cavalo, bem no meio do nada. Mary Bee Cuddy (Hilary Swank) decide aceitar o desafio. No meio do caminho acaba encontrando o velho George Briggs (Tommy Lee Jones), que também decide seguir viagem ao seu lado. Juntos enfrentarão todos os desafios impostos pela complicada travessia. Esse faroeste é um projeto muito pessoal de Tommy Lee Jones. Só para se ter uma ideia ele produziu, dirigiu e ainda escreveu o roteiro de "The Homesman". Seu personagem é um homem já cansado pela vida que por um acaso do destino acaba entrando numa jornada ao lado da mulher que o salvou de morrer enforcado. O objetivo é levar três mulheres com problemas mentais a uma cidade distante cinco semanas de viagem pela terras selvagens cheias de pistoleiros, nativos e bandoleiros de todos os tipos. Usando uma carroça adaptada eles partem rumo aos confins do oeste americano. Pode-se dizer que em certos momentos a trama se arrasta um pouco, mas no geral é de fato um bom filme.

O elenco tem excelentes atores que interpretam pessoas que Briggs (Tommy Lee Jones) e Mary Bee (Hilary Swank) vão encontrando pelo caminho. James Spader, por exemplo, dá vida a um dono de hotel grã-fino que impede a entrada de Briggs e as mulheres em seu estabelecimento. A recusa não acaba muito bem. Não deixa de ser muito divertido encontrar Spader usando uma chamativa peruca ruiva, com jeito de irlandês, em um trabalho bem diferente que vem desenvolvendo na TV na série "The Blacklist". Já a premiada Meryl Streep tem uma pequena, mas importante participação, só surgindo na parte final do filme, como a esposa do pastor e reverendo que recebe as pobres mulheres para internamento no hospicio da região. Bem envelhecida, ela provavelmente só aceitou o papel em consideração ao amigo Tommy Lee Jones, até porque recentemente trabalharam juntos no delicado drama de relacionamentos "Um Divã para Dois".  No final de tudo quem acaba roubando mesmo o show é a atriz Hilary Swank. Sua personagem é uma balzaquiana desesperada para se casar que não consegue encontrar o homem de sua vida. Com isso ela vai vivendo de decepção em decepção até chegar ao seu limite. O destino de sua personagem me deixou um pouco perplexo e surpreso, confesso, mas ela consegue trazer uma grande carga humana para seu trabalho. Em suma é isso, no geral não há nada de errado na direção de Jones, talvez o filme devesse ter uns vinte minutos a menos para ser mais fluente, dando mais agilidade aos acontecimentos, quem sabe. Provavelmente esse seria o corte ideal, mas enfim. De qualquer forma esse é apenas um detalhe que não compromete o espetáculo. "The Homesman" é assim um bom western, um pouco diferente, é verdade, mas mesmo assim cativante ao seu próprio modo.

Dívida de Honra (The Homesman, Estados Unidos, 2014) Direção: Tommy Lee Jones / Roteiro: Tommy Lee Jones, Kieran Fitzgerald / Elenco: Tommy Lee Jones, Hilary Swank, John Lithgow, James Spader, Meryl Streep / Estúdio: EuropaCorp, Javelina Film Company / Sinopse: Um pastor resolve internar três mulheres com problemas mentais. O problema é que a instituição em que elas poderiam ser internadas fica longe, sendo necessário realizar uma longa viagem até lá, um desafio aceito pela valente Mary Bee Cuddy (Hilary Swank) que irá contar também com o apoio do velho cowboy George Briggs (Tommy Lee Jones).

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 15 de abril de 2021

Menina de Ouro

Um ano após Charlize Theron ganhar seu Oscar de melhor atriz por "Monster" chegou a vez de Hilary Swank levantar a estatueta por esse drama "Menina de Ouro". Certamente estamos aqui na presença de um dos mais controvertidos filmes de Clint Eastwood. A trama em si e seu desenrolar não foge muito do que estamos acostumados a ver em filmes sobre boxe. A diferença central surge na conclusão do filme que deixou muitas pessoas aborrecidas pelo clímax nada feliz. Certamente "Menina de Ouro" não é uma produção de fácil digestão. Há muito que Clint Eastwood abandonou as soluções fáceis e os epílogos rotineiros. Aqui ele ousou contar uma estória nada edificante, daquelas que os espectadores saem do cinema com a alma lavada. Na verdade o público levou mesmo foi um choque de realidade cruel no desfecho do enredo. A trama para quem ainda não conhece é a seguinte: Frankie Dunn (Clint Eastwood) é um treinador veterano que aceita treinar a jovem Maggie Fitzgerald (Hilary Swank). Ela está disposta a tudo para se tornar uma lutadora de boxe profissional. Frankie, após muita insistência por parte da atleta, resolve acreditar em seu potencial. Ao lado do treinamento também acaba surgindo uma bela amizade entre ambos. Há muito que o velho treinador não vê sua filha. Extremamente fechado no modo de ser, é complicado para ele manter um bom relacionamento com sua própria filha. Assim sua aproximação com Maggie acaba criando um reflexo do tipo de envolvimento que gostaria de ter com sua distante família.

O elenco de apoio é excelente. Morgan Freeman está em cena, com toda aquela dignidade que lhe é peculiar. Hilary Swank também está muito bem mas sua atuação seria mesmo digna de um Oscar? Há uma velha máxima dentro da Academia que diz que todo ator que interprete qualquer personagem com problemas físicos ou mentais tem grande chance na disputa pelo Oscar. Não entrarei em maiores detalhes sobre o destino da personagem de Hilary Swank para não estragar o final de quem ainda não assistiu "Menina de Ouro", mas fica claro que seu papel caiu como uma luva nessa definição. Hilary Swank defende seu trabalho com unhas e dentes mas devo confessar que naquele ano minha favorita era mesmo Catalina Sandino Moreno por "Maria Cheia de Graça", um filme socialmente muito relevante, tocando em um assunto importante. Infelizmente a premiação do Oscar tem muita política envolvida e dessa forma uma atriz latina jamais tiraria o Oscar de Hilary, ainda mais porque "Menina de Ouro" acabou vencendo todos os prêmios importantes da Academia naquele ano. Em suma, temos aqui um filme corajoso realmente, com temática instigante e final surpreendente. Provavelmente muita gente vá torcer o nariz para a ética (ou falta dela) na conclusão do filme mas mesmo assim essa obra é um ótimo representante daquele tipo de produção que nos mostra que nem todos os finais são felizes.

Menina de Ouro  (Million Dollar Baby, Estados Unidos, 2004) Direção: Clint Eastwood / Roteiro: Paul Haggis / Elenco: Clint Eastwood, Hilary Swank, Morgan Freeman, Jay Baruchel, Mike Colter, Lucia Rijker / Sinopse: Jovem garota é aceita por veterano treinador de boxe. Seu sonho é se tornar uma lutadora profissional do esporte. Seu caminho até lá porém não será feito de flores. Filme vencedor dos Oscars de Melhor Filme, Direção, Melhor Atriz (Hilary Swank) e Ator Coadjuvante (Morgan Freeman).

Pablo Aluísio. 

sábado, 2 de janeiro de 2021

Tudo o Que Tivemos

O tema principal do roteiro desse filme é o mal de Alzheimer e como ele pode atingir não apenas os pacientes diagnosticados com essa doença, mas também suas relações familiares e seus parentes mais próximos. Hilary Swank interpreta a filha de uma mulher sofrendo dos estágios mais avançados de Alzheimer. Ela não conhece mais o marido, nem os filhos. Ora pensa que ainda é uma garotinha que precisa voltar para a casa dos pais, ora pensa que é uma adolescente em busca de um novo namorado. Por isso sempre some de casa, desaparece, sai de madrugada sem avisar ninguém. Sempre que isso acontece é um pavor entre os familiares.

Assim a filha viaja e chega para ajudar na situação. Seu irmão tenta convencer o pai a deixar a esposa ir para uma instituição que cuida de pessoas com essa doença, mas o velho não aceita. Ele mesmo quer cuidar da esposa e isso cria um drama dentro da família. Os filhos querem internar a mãe, o pai resiste, sendo que ele também deveria ir para um asilo, pois já é um homem de idade avançada. E assim os conflitos familiares vão se acumulando. A personagem de Hilary Swank tem problemas em seu próprio casamento, não ama mais seu marido, tem uma filha adolescente problemática que quer largar a universidade. Um monte de problemas que vão surgindo de uma só vez.

O Alzheimer atinge milhares de pessoas idosas ao redor do mundo. É uma doença sorrateira, que vai destruindo as memórias do paciente. Também tiram dele o senso temporal e de localização. O paciente deixa de entender quem ele é, qual sua idade, onde mora, o que faz, com quem vive. Ele esquece os filhos, o nome do marido, dos parentes, de tudo. É como se uma borracha fosse sendo usada em seu cérebro, apagando todas as lembranças de uma vida inteira. Uma triste realidade que atinge os mais velhos. Esse filme assim tem sua importância por lidar de forma bem humana com esse tema que vai soar familiar para muitos espectadores. O cinema como mensagem e homenagem aos que sofrem desse mal, que infelizmente tem se tornado cada vez mais comum.

Tudo o Que Tivemos (What They Had, Estados Unidos, 2018) Direção: Elizabeth Chomko / Roteiro: Elizabeth Chomko / Elenco: Hilary Swank, Michael Shannon, Robert Forster. Blythe Danner, Taissa Farmiga, Josh Lucas / Sinopse: O filme conta a história de Bridget (Hilary Swank). Ela mora na Califórnia, mas viaja até sua cidade natal para ajudar o irmão com os pais idosos. Ele tem muitos problemas com os velhos. A mãe está sofrendo com o mal de Alzheimer e seu pai se recusa a deixar que ela seja internada em uma instituição de repouso para pacientes dessa doença. Filme premiado no Philadelphia Film Festival e no Heartland International Film Festival.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 6 de março de 2020

55 Passos

Título no Brasil: 55 Passos
Título Original: 55 Steps
Ano de Produção: 2017
País: Estados Unidos
Estúdio: Sony Pictures
Direção: Bille August
Roteiro: Mark Bruce Rosin
Elenco: Helena Bonham Carter, Hilary Swank, Jeffrey Tambor, Michael Culkin, Jonathan Kerrigan, Tim Plester

Sinopse:
O filme conta a história real de Eleanor Riese (Helena Bonham Carter). Durante a década de 1980 ela foi internada em uma instituição psiquiátrica após ser diagnosticada com esquizofrenia. Durante a internação ela sofreu abusos por causa dos fortes medicamentos que era obrigada a tomar. Desesperada, ela acaba contratando uma advogada para defender seus direitos como paciente.

Comentários:
Bom filme que toca numa questão importante envolvendo os direitos das pessoas que são internadas e levadas a tomar medicação sem seu próprio consentimento. O caso da Eleanor Riese, que lutava pelo direito de se recusar a tomar certos remédios, foi parar na Suprema Corte dos Estados Unidos. Quem a defendia era uma jovem advogada chamada Colette Hughes (Hilary Swank). A batalha nos tribunais foi longa, desgastante e sofrida, mas acabou criando uma importante jurisprudência que defendia diversos direitos dos pacientes. O filme conta tudo com muita delicadeza, ao também explorar a personalidade da protagonista. E aqui vão todos os parabéns para a atriz Helena Bonham Carter. Ela encarnou Eleanor, com todos os seus problemas mentais, com uma humanidade digna de aplausos. Quem conhece o trabalho dela sabe o quanto Helena é talentosa. O diferencial é que nesse filme ele conseguiu desenvolver muito bem sua personagem, com a ajuda inestimável da também muito talentosa Hilary Swank. E assim deixo a indicação para quem aprecia bom cinema, tratando de assuntos importantes e relevantes. O filme aliás é especialmente indicado para profissionais de saúde pelo tema tratado.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 17 de junho de 2016

O Núcleo - Missão ao Centro da Terra

Título no Brasil: O Núcleo - Missão ao Centro da Terra
Título Original: The Core
Ano de Produção: 2003
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Jon Amiel
Roteiro: Cooper Layne, John Rogers
Elenco: Aaron Eckhart, Hilary Swank, Delroy Lindo
  
Sinopse:
Por causas desconhecidas da ciência o núcleo do planeta Terra deixa de girar. Isso causa um grande problema para todo o mundo, pássaros não sabem mais como se localizar no espaço, marcapassos e aparelhos eletrônicos param de funcionar e o pior de tudo: com o fim de seu eixo gravitacional e magnético a camada de ozônio passa a desaparecer de forma rápida. Para evitar o desastre completo uma equipe é enviada em uma nave especialmente adaptada para o centro da Terra, para assim tentar descobrir o que de fato estaria acontecendo.

Comentários:
Boa ficção que não teve o sucesso merecido. Acontece que o filme foi lançado logo após o desastre com a nave Columbia, onde vários astronautas morreram e isso causou um certo mal estar no público americano, que acabou deixando os cinemas vazios. Com isso a bilheteria foi ruim e não conseguiu recuperar o orçamento investido. Uma pena já que a produção tem seu charme, principalmente por optar por algo diferente. A nave usada pela equipe que vai para o centro da Terra se chama Virgin e é bem interessante, praticamente uma broca gigante que começa uma missão única e diferente. Os efeitos especiais são muito bons, porém o grande atrativo desse sci-fi é o elenco (formado por oscarizados como Hilary Swank) e os personagens principais, pessoas de certa forma comuns que precisam lidar com uma situação extremamente importante para o planeta. De certa maneira o roteiro busca inspiração nos livros de Júlio Verne, em especial a obra prima "Viagem ao centro da terra" de 1864, o que torna tudo ainda mais saboroso. Não deixe de conferir.

Pablo Aluísio.

sábado, 17 de outubro de 2015

P.S. Eu Te Amo

Título no Brasil: P.S. Eu Te Amo
Título Original: P.S. I Love You
Ano de Produção: 2007
País: Estados Unidos
Estúdio: Alcon Entertainment, Grosvenor Park Productions
Direção: Richard LaGravenese
Roteiro: Richard LaGravenese, Steven Rogers
Elenco: Hilary Swank, Gerard Butler, Harry Connick Jr.

Sinopse:
Holly Kennedy (Hilary Swank) é uma mulher feliz, casada com um irlandês muito carismático chamado Gerry (Gerard Butler). Seus dias ao seu lado são de muito amor e afeto. Sua felicidade porém não dura muito. O marido acaba sendo vítima de uma doença fatal. Falecido precocemente a vida de Holly parece também finalmente ter chegado numa encruzilhada. Tudo parece perdido quando ela finalmente descobre que ele deixou uma série de cartas para guiá-la em sua vida. Isso irá lhe trazer um sentimento de presença do marido morto que lhe ajudará a passar pelas adversidades da vida.

Comentários:
Talvez as mulheres venham a gostar - eu achei um pouco piegas e chatinho além do normal. O casal não teve química em cena suficiente para sustentar um amor dessa magnitude. Tudo soa fake, até mesmo as tais cartas. Hilary Swank é uma atriz talentosa mas ela sempre desenvolve melhores trabalhos quando interpreta personagens femininas fortes, em dramas pesados. Sua personagem aqui é levemente destituída de maior interesse pois no fundo não passa de uma heroína romântica de livros açucarados de romance, daquelas bem exageradas, cuja paixão sobrevive por longos anos até mesmo à morte do marido. Gerard Butler também me pareceu mal escalado para seu papel. Não encaixou bem sua atuação. Se o personagem principal do livro que originou o filme era um irlândes cheio de vida, extrovertido e alegre, aqui temos um Butler apenas pagando mico, exagerado também, beirando à simples bobeira. Em conclusão é um romance que parece ter tido uma escolha de elenco equivocada. Mesmo assim se você é uma romântica inveterada, arrisque, possa ser que venha a gostar, quem sabe.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

A Colheita do Mal

Título no Brasil: A Colheita do Mal
Título Original: The Reaping
Ano de Produção: 2007
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros, Dark Castle Entertainment
Direção: Stephen Hopkins
Roteiro: Carey Hayes, Chad Hayes
Elenco: Hilary Swank, David Morrissey, AnnaSophia Robb
        
Sinopse:
Katherine Winter (Hilary Swank) foi, durante anos, uma engajada missionária da fé cristã. Sua postura em relação à religião mudou dramaticamente após uma tragédia familiar. Revoltada com o acontecimento deixou de acreditar em Deus. Agora ela ganha a vida desmascarando charlatões de todos os tipos, procurando explicar os fenômenos paranormais com a visão da ciência. Sua forma de analisar esses acontecimentos a leva até uma cidadezinha da Louisiana onde coisas completamente fora do normal estão acontecendo. Será que ela poderá também explicar o que se passa por lá?

Comentários:
Gostei bastante dessa produção. Em um primeiro momento fiquei com receio de assistir porque afinal de contas foi produzido pela Dark Castle que já colocou no mercado grandes bobagens no gênero terror mas como havia a talentosa Hilary Swank no elenco resolvi arriscar. Não me arrependi. O roteiro é muito bem escrito e mostra o duelo entre uma mente racional e científica perante fatos sobrenaturais inexplicáveis. A religião explica o que está acontecendo mas a pesquisadora se recusa a todo custo acreditar nesse ponto de vista. Assim que a personagem de Swank chega na região pantanosa onde fica a cidade ela começa a testemunhar o surgimento de eventos que remetem imediatamente às pragas bíblicas. Nuvens de insetos, sapos, mortes sem explicação e trevas. Os efeitos especiais são extremamente bem inseridos e estão à serviço da trama - bem ao contrário do que estamos acostumados a ver por aí. O elenco é todo mundo bom - bem acima da média para produções desse tipo - e a direção se mostra precisa. Um filme realmente muito bom, aliás surpreendemente bom.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Dívida de Honra

Título no Brasil: Dívida de Honra
Título Original: The Homesman
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos, França
Estúdio: EuropaCorp, Javelina Film Company
Direção: Tommy Lee Jones
Roteiro: Tommy Lee Jones, Kieran Fitzgerald
Elenco: Tommy Lee Jones, Hilary Swank, John Lithgow, James Spader, Meryl Streep

Sinopse:
A vida no oeste selvagem era muito dura. Que o diga três mulheres que acabam enlouquecendo por causa das dificuldades de viver em uma terra tão hostil e perigosa. Diante dessa terrível situação o reverendo Dowd (John Lithgow) decide que pelo bem da comunidade as três devem ser enviadas para uma instituição psiquiátrica no distante Iowa. O problema é que até lá são cinco semanas de jornada a cavalo, bem no meio do nada. Mary Bee Cuddy (Hilary Swank) decide aceitar o desafio. No meio do caminho acaba encontrando o velho George Briggs (Tommy Lee Jones), que também decide seguir viagem ao seu lado. Juntos enfrentarão todos os desafios impostos pela complicada travessia.

Comentários:
Esse faroeste é um projeto muito pessoal de Tommy Lee Jones. Só para se ter uma ideia ele produziu, dirigiu e ainda escreveu o roteiro de "The Homesman". Seu personagem é um homem já cansado pela vida que por um acaso do destino acaba entrando numa jornada ao lado da mulher que o salvou de morrer enforcado. O objetivo é levar três mulheres com problemas mentais a uma cidade distante cinco semanas de viagem pela terras selvagens cheias de pistoleiros, nativos e bandoleiros de todos os tipos. Usando uma carroça adaptada eles partem rumo aos confins do oeste americano. Pode-se dizer que em certos momentos a trama se arrasta um pouco, mas no geral é de fato um bom filme. O elenco tem excelentes atores que interpretam pessoas que Briggs (Tommy Lee Jones) e Mary Bee (Hilary Swank) vão encontrando pelo caminho. James Spader, por exemplo, dá vida a um dono de hotel grã-fino que impede a entrada de Briggs e as mulheres em seu estabelecimento. A recusa não acaba muito bem. Não deixa de ser muito divertido encontrar Spader usando uma chamativa peruca ruiva, com jeito de irlandês, em um trabalho bem diferente que vem desenvolvendo na TV na série "The Blacklist". 

Já a premiada Meryl Streep tem uma pequena, mas importante participação, só surgindo na parte final do filme, como a esposa do pastor e reverendo que recebe as pobres mulheres para internamento no hospício da região. Bem envelhecida, ela provavelmente só aceitou o papel em consideração ao amigo Tommy Lee Jones, até porque recentemente trabalharam juntos no delicado drama de relacionamentos "Um Divã para Dois".  No final de tudo quem acaba roubando mesmo o show é a atriz Hilary Swank. Sua personagem é uma balzaquiana desesperada para se casar que não consegue encontrar o homem de sua vida. Com isso ela vai vivendo de decepção em decepção até chegar ao seu limite. O destino de sua personagem me deixou um pouco perplexo e surpreso, confesso, mas ela consegue trazer uma grande carga humana para seu trabalho. Em suma é isso, no geral não há nada de errado na direção de Jones, talvez o filme devesse ter uns vinte minutos a menos para ser mais fluente, dando mais agilidade aos acontecimentos, quem sabe. Provavelmente esse seria o corte ideal, mas enfim. De qualquer forma esse é apenas um detalhe que não compromete o espetáculo. "The Homesman" é assim um bom western, um pouco diferente, é verdade, mas mesmo assim cativante ao seu próprio modo.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Insônia

Título no Brasil: Insônia
Título Original: Insomnia
Ano de Produção:
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Christopher Nolan
Roteiro: Hillary Seitz, Nikolaj Frobenius
Elenco: Al Pacino, Robin Williams, Hilary Swank

Sinopse:
Dois detetives do departamento de homicídios de Los Angeles são enviados a uma cidade do norte, onde o sol não se põe, para investigar o assassinato de um adolescente local. As provas parecem confirmar a atuação de um serial killer na região. Filme indicado ao prêmio da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films nas categorias Melhor Roteiro e Melhor Ator Coadjuvante (Robin Williams).

Comentários:
Um dos mais interessantes filmes do cineasta Christopher Nolan. Ele conseguiu trazer para o público todo um clima opressor e sufocante, levando o espectador a sentir o dilema pelo qual passa o protagonista. Esse grande domínio das técnicas de narração foi aliás o fator que levou a Warner a se decidir definitivamente pelo nome de Nolan para dirigir a nova franquia de Batman para os cinemas. Afinal de contas basta ver o clima onde tudo se passa aqui para entender que o espírito sombrio que seria usado nas aventuras do cavaleiro das trevas já estava presente. Já para os fãs de Pacino o filme se mostrou um grande presente pois o ator se entregou de corpo e alma para seu personagem. Aqui Pacino se utilizou de uma interpretação bem menos intensa, preferindo optar pelos pequenos detalhes, pelas mínimas nuances em cada momento. Outro ponto a se destacar vem com Robin Williams, que aqui ressurge em um papel perturbador, bem longe de suas atuações cômicas. Sempre fico intrigado quando vejo Williams nesse tipo de atuação pois ele prova que não é apenas um comediante ao estilo metralhadora giratória mas também um ator de mão cheia. Em suma, um filme diferente que revela aspectos adormecidos em todos esses grandes nomes da sétima arte.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 11 de abril de 2014

Meninos Não Choram

Título no Brasil: Meninos Não Choram 
Título Original: Boys Don't Cry
Ano de Produção: 1999
País: Estados Unidos
Estúdio: Fox Searchlight Pictures
Direção: Kimberly Peirce
Roteiro: Kimberly Peirce, Andy Bienen
Elenco: Hilary Swank, Chloë Sevigny, Peter Sarsgaard

Sinopse:
Brandon Teena (Hilary Swank) é uma garota que decide assumir uma identidade masculina numa cidadezinha do Nebraska, um dos estados mais atrasados do interior dos Estados Unidos. Se fazendo passar por menino ela acaba ganhando a confiança dos moradores da região, inclusive iniciando um caso amoroso com uma linda jovem de sua idade. As coisas porém logo complicam pois sua identidade é desmascarada, dando origem a muita violência e intolerância por parte daquela sociedade.

Comentários:
O roteiro de "Boys Don't Cry" foi baseado numa história real e talvez por isso tenha mexido tanto com o público em seu lançamento. O interessante é que não se trata de uma fita que levante a bandeira do movimento gay ou algo do tipo mas sim apenas um retrato de uma jovem garota que não consegue lidar com sua identidade feminina. Essa mudança de papel acaba despertando e trazendo à tona o pior lado das pessoas, inclusive de gente próxima a ela, pelo qual tinha verdadeira confiança e amizade. Mesmo após todos esses anos não há como negar que esse foi o melhor trabalho da carreira da atriz Hilary Swank, que inclusive foi merecidamente premiada com o Oscar da Academia. Ela incorpora sem medo o personagem Brandon Teena e dá show de atuação para os espectadores. Um momento brilhante de sua vida como atriz. Assim podemos dizer que "Meninos Não Choram" é um filme que conscientiza e impressiona nas mesmas proporções sem se tornar em nenhum momento panfletário ou vulgar. Não deixe de assistir.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Amelia

Nos primórdios da aviação muitos heróis foram formados, geralmente quando conseguiam realizar grandes feitos, como ir da Europa aos Estados Unidos atravessando o Oceano Atlântico ou então quando conseguiam dar a volta ao mundo. É o caso de Amelia Earthart (1897- 1937) que se tornou notória ao tentar ser a primeira mulher a dar a volta ao mundo em seu pequeno avião. Em uma época em que as mulheres lutavam pelos direitos mais básicos de igualdade, Amelia conseguia se sobressair ao tentar provar com seus feitos que não havia grandes diferenças entre homens e mulheres no final das contas. Sua celebridade foi tão marcante nas décadas de 1920 e 1930 que chegou inclusive a ser tema de um filme clássico, sendo interpretada nas telas por outro mito, Katherine Hepburn. Eram tempos mais românticos e a aviadora despertava admiração por ser destemida e aventureira, não recuando nem diante dos maiores desafios. Infelizmente quem se propõe a viver uma vida de aventuras como Amelia também se propõe a viver eternamente em riscos. A tragédia pode estar inclusive na próxima curva. É justamente a vida dessa mulher muito especial que esse “Amelia” se propõe a contar. Embora esteja um tanto esquecida (o que é de certa forma natural por causa do longo tempo em que morreu) a heroína despertou o interesse da Fox que já andava atrás de um bom roteiro de aventuras há algum tempo. O fato de sua história ser conhecida talvez atrapalhasse um pouco mas os executivos entenderam que fazia tanto tempo que ela havia morrido que as novas gerações provavelmente nem sequer a conheciam de fato. Infelizmente é verdade. Tão esquecida que inclusive não despertou o interesse do público.

O filme tinha pretensões de ser ao menos indicado ao Oscar mas sua má repercussão de público e crítica atrapalhou os planos da Fox. E o que há de errado com o filme? A direção de Mira Nair perdeu o foco. Ao invés de se concentrar nos feitos mais heróicos e aventureiros da vida da aviadora (o que era de se esperar) a diretora preferiu mostrar muito mais seu relacionamento com o marido (Richard Gere, em papel coadjuvante de luxo). O que era um filme de aventuras virou um romance açucarado demais. Some-se a isso o fato da atriz Hilary Swank não estar bem no papel. Vacilante, não consegue convencer ao espectador que é uma mulher á frente de seu tempo (no máximo ela passa a impressão de que é uma criadora de casos, uma encrenqueira). Tecnicamente não há o que se criticar – o filme é muito bem realizado, com efeitos digitais que se encaixam perfeitamente na proposta da história. O problema é que infelizmente o tempo é o senhor de tudo e Amelia Eckhart e seus feitos parecem datados demais para os dias altamente tecnológicos em que vivemos. Mesmo com esses problemas pontuais recomendo Amelia, não só em respeito a essa mulher que perdeu sua vida por uma boa causa como também pelo fato de ser um filme de memória, que visa resgatar sua figura, a tirando da obscuridade das páginas amareladas do tempo.

Amelia (Amelia, Estados Unidos, 2009) Direção: Mira Nair / Roteiro: Ronald Bass,  Anna Hamilton Phelan baseados nos livros "East To The Dawn: The Life of Amelia Earhart" de Susan Butler e "The Sound of Wings: The Life of Amelia Earhart" de Mary S. Lovell / Elenco: Hilary Swank, Ewan McGregor, Richard Gere, Christopher Eccleston, Joe Anderson, Cherry Jones, Mia Wasiwoska / Sinopse: O filme narra a história de Amelia Earhart, aviadora pioneira que tinha um sonho: ser a primeira mulher a dar a volta ao mundo em um avião.

Pablo Aluísio.

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Dália Negra

Sou da opinião que esse filme tinha tudo para dar certo. Até porque mexe com a história real de um dos casos de morte mais infames da história de Hollywood. Para quem não conhece o caso da Dália Negra ficou muito conhecido na época. Esse era o nome usado por Elizabeth Short, uma aspirante à atriz em Hollywood que foi encontrada assassinada de forma brutal numa manhã de 1947, numa rua de Los Angeles. Ela tinha sido esquartejada e seus membros estavam separados. O tronco ao lado de suas pernas No rosto o toque maquiavélico do assassino: ele rasgou a boca da vítima dando-lhe uma expressão parecida com a do Coringa do famoso personagem dos quadrinhos. A opinião pública, como não era de se espantar, ficou completamente chocada e exigiu a prisão do assassino mas os anos se passaram e até hoje o homicídio se encontra em aberto no Departamento de Polícia, sem que se tenha chegado à solução do caso. Assim como aconteceu com Jack o Estripador, o caso ficou sem desfecho e o assassino jamais foi encontrado. A morte horrenda porém entrou na cultura pop e deu origem a vários livros, teorias da conspiração e documentários.

Um dos livros mais interessante sobre a morte de Elizabeth Short foi escrito pelo autor James Elroy. Foi justamente essa a base desse filme dirigido pelo mestre Brian De Palma. O simples fato dessa história terrível ser enfocada com as lentes desse diretor já era motivo para comemoração, uma vez que De Palma legou ao cinema contemporâneo alguns dos melhores filmes de suspense dos últimos anos. Infelizmente o tão talentoso cineasta de outrora parece passar por uma crise criativa. Assim as boas expectativas logo se tornaram mais uma decepção. “Dália Negra” por Brian De Palma ficou pelo meio do caminho. O filme é estilizado demais e logo se torna muito falso, apostando em um realismo fantástico que simplesmente não funciona. O roteiro também é muito confuso, misturando fatos reais com imaginação, causando no final cansaço no espectador. Analisando bem esse “Dália Negra” cheguei na conclusão que De Palma errou em tentar responder a pergunta sobre quem teria sido o assassino da atriz. Se tivesse optado por contar apenas os fatos históricos como aconteceram na realidade o resultado teria sido fantástico. Ao invés disso escolheu adotar uma das teorias que rondam essa morte, mas tudo realizado sob uma ótica sensacionalista e infeliz que joga os poucos méritos do filme no chão. O desfecho então nem se fala, completamente sem noção e obtuso. Tive a oportunidade de assistir no cinema, só para se ter uma idéia de como minhas expectativas estavam altas, mas no final tudo se transformou em um enorme desapontamento. O filme, como não poderia deixar de ser, fracassou nas bilheterias. É uma pena pois provavelmente não veremos mais, pelo menos por algum tempo, alguma produção melhor enfocando essa história, uma das mais sinistras e sombrias da história de Hollywood.

Dália Negra (The Black Dahlia, Estados Unidos, 2006) Direção: Brian De Palma / Roteiro: Josh Friedman / Elenco: Josh Hartnett, Scarlett Johansson, Hilary Swank, Aaron Eckhart, Mia Kirshner, William Finley, John Kavanagh / Sinopse: Elizabeth Short, uma aspirante à atriz em Hollywood é brutalmente assassinada em Los Angeles. Seu corpo é encontrado com sinais de tortura e sadismo incomparáveis. Agora o departamento de polícia da cidade terá que se empenhar para solucionar essa morte horrenda.

Pablo Aluísio.