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sábado, 4 de novembro de 2023

Sly

Sly
Está chegando nessa semana na Netflix esse documentário em tom pessoal do ator Sylvester Stallone. Agora idoso, o antigo ídolo dos filmes de ação dos anos 80 olha para o passado e recorda os momentos mais importantes de sua vida pessoal e de sua carreira no cinema. Da infância Stallone relembra o casamento disfuncional dos pais, a dureza dos primeiros anos e também seu sonho de se tornar um ator profissional. Algo que foi muito complicado porque ele logo descobriu que ninguém lhe dava trabalho e que ele não conseguia passar nos testes para ser escolhido para o elenco dos filmes. Assim ele decidiu escrever seus próprios roteiros, onde ele mesmo iria escrever a história e estrelar seus filmes. Claro que naquele tempo era um sonho completamente sem noção para um jovem ator sem experiência como ele, mas é a tal coisa, certos sonhos se tornam realidade. 

E o sonho de Stallone se materializou com a produção e o lançamento do primeiro filme "Rocky um Lutador" que não apenas foi um sucesso de bilheteria, mas também de crítica, chegando ao ponto de ser o grande vencedor do Oscar naquele ano. Depois daquilo a vida dele jamais foi a mesma. Entre erros e acertos, Stallone conseguiu construir sua carreira vitoriosa no cinema e agora presta um longo depoimento sobre isso, inclusive usando lembranças de pessoas que foram importantes em sua vida, como o irmão Frank. No final, Stallone diz uma coisa interessante. Até os 40 anos de idade somamos em nossas vidas, depois dessa idade há subtração, com amigos seguindo outros caminhos, pessoas queridas que morrem, etc. Em sua forma simples de se expressar ele acabou dizendo grandes verdades em cena. Eu gostei muito desse filme, é um bom balança da vida desse astro de Hollywood. Quem viveu e acompanhou seus filmes nos anos 80 sabe de sua importância no cinema. Stallone sempre foi um sujeito admirável. 

Sly (Sly, Estados Unidos, 2023) Direção: Thom Zimny / Roteiro: Sylvester Stallone, Thom Zimny / Elenco: Sylvester Stallone, Arnold Schwarzenegger, Quentin Tarantino / Sinopse: Nesse documentário da Netflix o ator Sylvester Stallone parte em busca de suas memórias, relembrando momentos e eventos marcantes de seu passado. O filme ainda conta com depoimentos preciosos de Arnold Schwarzenegger e do diretor Quentin Tarantino. 

Pablo Aluísio. 

domingo, 7 de maio de 2023

Tulsa King

Título no Brasil: Tulsa King
Título Original: Tulsa King
Ano de Lançamento: 2022
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount +
Direção: Taylor Sheridan
Roteiro: Taylor Sheridan
Elenco: Sylvester Stallone, Andrea Savage, Martin Starr, Domenick Lombardozzi, Vincent Piazza, Jay Will

Sinopse:
O ator Sylvester Stallone interpreta um mafioso veterano de Nova Iorque que ficou anos preso. Depois de cumprir sua pena, ele volta para a liberdade e acaba sendo enviado para a cidade de Tulsa, para reorganizar as atividades da máfia naquela região. Só que no fundo mesmo os mafiosos de Nova Iorque querem se livrar dele de todas as maneiras. 

Comentários:
Stallone aderiu ao mundo das séries. Em momento complicado de sua vida pessoal e profissional, ele parece não ter gostado muito da transição do mundo do cinema para o mundo das séries. Ele sempre se considerou um ator de cinema. Tão irritado anda ultimamente que chegou inclusive a anunciar que esse seria seu último trabalho, que depois dessa série não iria mais voltar a atuar. Fim da carreira. Não dá para acreditar muito, mas suas declarações deixam claro seu estado nesses últimos meses. Eu assisti toda a primeira temporada (que provavelmente também seja a última) e achei uma série apenas mediana. O que fica evidente é uma certa frouxidão nessa história que parece nunca decolar. Sempre fica no quase... Os vilões também são genéricos e o próprio personagem do Stallone não é muito bem desenvolvido. E o final que parece ser o definitivo, também não vai agradar todo mundo, muito menos os fãs do Stallone. E que final foi esse? Bem, o personagem do Stallone termina novamente atrás das grades, o que mostra que o ator nunca vai deixar seu bom mocismo ser arranhado, mesmo fora do cinema. Criminoso tem que terminar preso, em sua opinião. The End.

Pablo Aluísio.

domingo, 30 de outubro de 2022

A Taberna do Inferno

Título no Brasil: A Taberna do Inferno
Título Original: Paradise Alley
Ano de Lançamento: 1978
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures 
Direção: Sylvester Stallone
Roteiro: Sylvester Stallone
Elenco: Sylvester Stallone, Lee Canalito, Armand Assante, Frank McRae, Anne Archer, Kevin Conway

Sinopse:
Três irmãos ítalo-americanos, vivendo nas periferias da cidade de Nova York nos anos 1940, tentam se ajudar na carreira de lutador de um deles, usando para isso as habilidades promocionais de um dos irmãos e das táticas de vigarista de outro para frustrar um gerente desprezível de um clube de lutas.

Comentários:
Stallone ainda estava desfrutando do sucesso do primeiro filme da série Rocky quando estrelou e dirigiu esse filme que eu sempre considerei muito bom. Aliás, é um dos melhores filmes do ator, que ainda hoje, segue pouco conhecido. Assisti pela primeira vez nos anos 80, numa exibição no Supercine, da Rede Globo. Depois disso o filme só melhorou em diversas revisões que fiz. Realmente é muito bom, acima da média. Um fato interessante é perceber como Stallone era ousado e petulante nessa fase de sua carreira. Mesmo ainda não sendo um astro do primeiro time em Hollywood, ele assumia o controle de seus filmes, escrevendo o roteiro e atuando como ator principal. Não era pouca coisa para aqueles tempos. Tinha mesmo que ter coragem. Ainda mais um filme de época como esse, que tinha uma produção muito mais cara do que o convencional. Carros e figurinos dos anos 1940 tinham que ser utilizados. E tudo isso custava e tornava o filme muito mais caro. Penso que aqui Sylvester Stallone demonstrou que realmente tinha muito potencial. Na década que viria, os anos 80, ele iria se tornar o ator mais bem pago de Hollywood. 

Pablo Aluísio.

sábado, 1 de outubro de 2022

Memória de um Crime

Quadrilha assalta um banco e rouba milhões de dólares. Na fuga, eles acabam sob fogo cerrado, não apenas da polícia, mas também de uma quadrilha rival. Um dos criminosos leva um tiro na cabeça, mas não morre. Ele apenas perde a memória completamente dos fatos. E ele justamente foi o responsável por esconder o dinheiro roubado. Assim, um plano de fuga da prisão é orquestrado. Ele consegue sair da cadeia. Só que precisará relembrar onde escondeu o dinheiro, o que trará enormes prejuízos para si e para os outros. Sylvester Stallone interpreta o policial encarregado de resolver o caso. Um caso que ficou em aberto durante 7 anos sem solução. E ele agora parece empenhado mais do que tudo em finalmente chegar no dinheiro roubado e na prisão de todos os envolvidos.

Sylvester Stallone foi um dos atores mais bem pagos do cinema americano durante os anos 80. Só que o tempo passou e as coisas mudaram. Hoje em dia, ele surge no elenco de filmes B como esse. Não existe mais nem a sombra do grande astro que ele foi no passado. Ainda mais agora, quando está enfrentando um divórcio milionário de uma ex-esposa que está na justiça tentando ter direito à metade de sua Fortuna. Então não é de se espantar que ele venha a parecer cada vez mais em filmes B como esse. No geral, este "Memória de um Crime" é bem fraco. É fraco na produção, é fraco na atuação e é fraco no roteiro. Para falar a verdade, o Stallone parece pouco interessado no que acontece. Apenas cumpre seu papel por tabela. Está acima de tudo defendendo o seu cachê e nada mais.

Memória de um Crime (Backtrace, Estados Unidos, 2018) Direção: Brian A. Miller / Roteiro: Mike Maples / Elenco: Sylvester Stallone, Matthew Modine, Ryan Guzman, Meadow Williams / Sinopse: Ao fugir da prisão, criminoso tenta relembrar onde escondeu uma fortuna em dinheiro roubado na sua última empreitada no mundo do crime.

Pablo Aluísio.

domingo, 4 de setembro de 2022

Samaritano

Esse novo filme de Sylvester Stallone percorreu um caminho interessante. Ele foi inicialmente produzido para ser lançado no cinema. Só que a MGM foi comprada por uma plataforma de streaming. E assim os novos produtores decidiram que o filme não seria lançado mais em circuito comercial nos cinemas, e sim na própria plataforma de filmes da empresa. Dessa maneira, o filme chega para os fãs de Stallone, que ainda se mantém em forma. O filme foi criticado por certos setores da imprensa especializada, mas eu acredito que são críticas injustas. Dentro de sua modestas pretensões, o filme funciona até que muito bem. Além disso, é bom que Stallone esteja no seu tipo habitual, o tipo de personagem em que ele se sai melhor. 

Ele interpreta um sujeito comum, que vai levando uma vida simples. Trabalha como lixeiro na suja cidade onde vive. Um lugar degradado pelo caos urbano. Até que um garoto que é louco por super heróis o descobre. O menino acredita que ele é um herói chamado Samaritano que há muitos anos está desaparecido. Supõe-se que ele morreu numa feroz luta contra seu inimigo. Mas será mesmo que isso teria algum fundo de verdade? Esse aqui é um filme que eu diria é que é sobretudo eficiente. Não é uma produção de encher os olhos, isso é certo. Entretanto, conta muito bem sua história. Samaritano é um filme que, mesmo com produção modesta, se revela muito mais interessante do que muita porcaria por aí que está sendo lançado atualmente pela Marvel. Também notei que há uma certa dose de nostalgia neste roteiro, lembrando até mesmo os filmes de Stallone de antigamente. Assim eu digo que é um filme que vai agradar aos velhos fãs do ator. Por meios tortuosos, ele acabou acertando mais uma vez.

Samaritano (Samaritan, Estados Unidos, 2022) Direção: Julius Avery / Roteiro: Bragi F. Schut / Elenco: Sylvester Stallone, Javon 'Wanna' Walton, Pilou Asbæk / Sinopse: Garoto de uma região periférica e pobre de uma grande cidade, passa a acreditar que seu vizinho, que trabalha como lixeiro, na verdade é um super-herói há muito tempo desaparecido. 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 4 de maio de 2022

Cinema News - Edição XI

Sylvester Stallone será chefão mafioso em sua primeira série! - A Paramount publicou a primeira foto de Sylvester Stallone como mafioso na nova série que o astro de Hollywood vai estrelar. É a primeira série da carreira do ator, ídolo do cinema desde os anos 70. No roteiro Stallone vai interpretar o chefão mafioso de Nova Iorque Dwight "The General" Manfredi. Um criminoso que acaba indo parar atrás das grades por seus crimes.

Depois que sai da prisão procura recomeçar em outra cidade, em Tulsa, Oklahoma, com seus familiares. Na nova residência ele começa a reorganizar sua quadrilha de mafiosos, lutando pelo poder no mundo do crime naquela região. Ele quer construir um novo império do crime.

Um dos produtores definiu a história da nova série como  "uma visão emocionante de um homem que prioriza a lealdade e a família acima de tudo, e agora está fazendo um balanço de sua vida, lutando com as escolhas que o trouxeram para Tulsa.". O roteiro está sendo escrito pelo criador da série Yellowstone, Taylor Sheridan. Sem dúvida promete, principalmente para os fãs do ator. 

Warner anuncia The Batman 2 - Será o segundo filme de uma nova trilogia sobre o personagem - A Warner ficou bem satisfeita com o resultado comercial e artístico do novo filme do Batman. Até o momento o filme já faturou 750 milhões de dólares nas bilheterias. Diante disso resolveu anunciar essa semana o começo dos trabalhos para "The Batman 2", a sequência do filme estrelado por Robert Pattinson. O estúdio foi mais longe e deixou claro que esse será o segundo filme de uma nova trilogia com o mesmo ator interpretando Bruce Wayne / Batman e com direção do mesmo cineasta Matt Reeves.

Rumores em Hollywood dão conta que a Warner tenta convencer o ator Joaquin Phoenix a voltar a interpretar o vilão Coringa nesse novo filme, só que Phoenix ainda não teria dado uma resposta. Na verdade ele tinha planos de voltar sim ao personagem, mas em um filme próprio, como sequência do primeiro filme "Coringa" e não como uma continuação de "The Batman". Com isso as cartas ainda estão sobre a mesa, sem uma definição concreta.

Para Robert Pattinson a confirmação de "The Batman 2" caiu como uma luva. Ele queria mesmo voltar a interpretar Bruce Wayne e Batman depois da boa recepção do primeiro filme. Só falta acertar o cachê para o novo filme, uma vez que um novo contrato precisa ser assinado, uma vez que o ator só havia sido contratado para o primeiro filme. Sobre isso o próprio Pattinson avisou que não haverá maiores problemas. Ele declarou: "Esse será o menor dos problemas da Warner na produção desse segundo filme".

Continuação de "Top Gun - Ases Indomáveis" está pronta para ser lançada nos cinemas!
- Depois de vários problemas enfrentados na produção e pós produção da sequência de "Top Gun", finalmente o filme esta pronto! Após as filmagens houve problemas na edição do filme. O próprio Tom Cruise teria recusado uma primeira montagem do filme e solicitou ao estúdio que novos editores fossem contratados. Com isso o filme foi praticamente remodelado nas salas de edição. O ator queria mais energia, edição mais ágil nas cenas de ação.

A pandemia também atrapalhou muito o filme que deveria ter sido lançado no ano passado segundo a cronologia oficial. Não houve como fazer seu lançamento com a maioria das salas de cinema fechadas por causa da pandemia. Com isso o estúdio precisou arcar com novos prejuízos. Filmes milionários prontos e não lançados dão muito prejuízo pois os custos não são recuperados a curto prazo como tem que ser.

Outro problema envolveu o astro Tom Cruise. Ele anda bastante preocupado com o fato de que "Top Gun: Maverick" vai chegar aos cinemas em data próxima para o seu próximo filme "Mission: Impossible - Dead Reckoning - Part One", o sétimo filme da franquia "Missão Impossível". O ator resumiu a questão dizendo: "Não é bom que dois filmes milionários como esses cheguem próximos aos cinemas. Um pode prejudicar o outro, mas enfim... são coisas que não podemos controlar". O filme tem previsão para chegar aos cinemas brasileiros em 26 de maio de 2022.

Marvel prepara lançamento do novo filme do Dr. Estranho no Brasil
- O filme "Doutor Estranho no Multiverso da Loucura" está programado para chegar nos cinemas brasileiros no próximo dia 6 de maio de 2022. O filme, segundo o diretor Sam Raimi, vai ser o mais louco, insano e ousado filme da Marvel lançado até agora! O cineasta diz que a Marvel lhe deu carta branca, liberdade total para elaborar esse novo filme e que ele não deixou por menos, deu asas sem limites para sua imaginação.

E Sam Raimi sabe do que diz. Ele foi o diretor de filmes incrivelmente inovadores no passado como "A Morte do Demônio" (filme de baixo custo que causou sensação em seu lançamento original) e "Uma Noite Alucinante 2" (uma sequência do primeiro filme com mais dinheiro e ousadia simbólica). Em termos de super-heróis e adaptações em quadrinhos ele sabe muito bem o que faz. Dirigiu a primeira trilogia do Homem-Aranha nos cinemas (de 2002 a 2007) e também adaptou para o cinema um personagem secundário em "Darkman - Vingança sem Rosto".

Sobre o novo filme Raimi explica: "Esse personagem da Marvel, o Doutor Estranho, é o mais interessante de todos porque ele lida com o mundo da magia, do sobrenatural, das dimensões paralelas. O céu é o limite quando se dirige um filme com esse tipo de personagem. Eu espero que o público fique assustado e ao mesmo tempo maravilhado com o que vai ver nesse novo filme. É um novo patamar dentro do universo da Marvel". Vamos então aguardar para ver como será esse novo filme.

Novo filme de James Bond terá russos como vilões máximos.
Putin será retratado como um assassino de nações! - A MGM prepara o roteiro do novo filme de James Bond. Ainda não se sabe muito sobre as novidades do próximo filme de 007, mas já se dá como certo o vilão do novo filme, nada menos do que o presidente da Rússia Putin. Ele será retratado no filme como um psicótico, um assassino de massas, um psicopata com alto poder de destruição. Algo não muito distante do que já sabe sobre o líder russo.

E qual ator será escolhido para ser o novo James Bond? Esse é o maior problema do novo filme. A produtora ainda procura por um nome ideal, uma escolha que tem se revelada complicada. Um dos produtores do novo filme declarou: Ainda vai levar um tempo. É uma decisão grande a se tomar. Não é só sobre escalar um papel, mas sobre repensar o caminho para onde estamos indo com os filmes".

De qualquer forma ter russos como vilões das histórias de James Bond não deixa de ser uma volta ao passado, às origens do famoso agente inglês. Em sua origem, nos primeiros livros e filmes, James Bond enfrentava justamente os russos. Era a guerra fria e a antiga União Soviética era a grande vilã do mundo civilizado. Agora as coisas, pelo visto, voltaram ao modo que sempre foram.

Pablo Aluísio.

domingo, 10 de outubro de 2021

Stallone: Cobra

Um dos sucessos de Sylvester Stallone nos anos 80. Durante muito tempo os fãs se perguntaram porque Stallone não fez uma continuação desse filme. Recentemente o próprio ator explicou isso em uma entrevista. Ele disse que não havia gostado do filme, de seu resultado. A crítica malhou muito o filme e acusou Stallone de estar copiando o estilo de outro personagem famoso, o Dirty Harry dos filmes com Clint Eastwood. Pelo visto Stallone ficou bem aborrecido com essas comparações. E tem mais, o filme promovia bastante a atriz  Brigitte Nielsen e como todos sabemos seu casamento com Stallone acabou em desastre. Então ele até mesmo evita de rever o filme hoje em dia.

Já em relação ao filme em si cabem algumas observações. Realmente é um filme muito violento, principalmente nas cenas finais. Sob esse ponto de vista não cabem maiores críticas em relação ao que se mostra em cena. O filme inclusive enfrentou problemas em alguns países (inclusive no Brasil) por causa dessa alta dose de excessos de violência física explícita. E no mais, tirando isso tudo de lado, ainda é um bom filme policial, embora desgastado pela passagem do tempo que o deixou um pouco datado - em especial sua trilha sonora.

Stallone: Cobra (Cobra, Estados Unidos, 1986) Direção: George P. Cosmatos / Roteiro: Sylvester Stallone, baseado na novela policial "Fair Game" de Paula Gosling / Elenco: Sylvester Stallone, Brigitte Nielsen, Reni Santoni / Sinopse: Marion Cobretti (Sylvester Stallone) é um policial durão que use de seus próprios meios para lidar com os criminosos, nem todos eles de acordo com as leis.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 10 de março de 2021

Pequenos Espiões 3

Título no Brasil: Pequenos Espiões 3 - Game Over
Título Original: Spy Kids 3 - Game Over
Ano de Produção: 2003
País: Estados Unidos
Estúdio: Dimension Films
Direção: Robert Rodriguez
Roteiro: Robert Rodriguez
Elenco: Daryl Sabara, Alexa PenaVega, Antonio Banderas, Sylvester Stallone, Ricardo Montalban, Carla Gugino

Sinopse:
Carmen está presa em um jogo de realidade virtual projetado pelo novo inimigo dos Kids, o Toymaker. Cabe a Juni salvar sua irmã e, em última instância, o mundo. Terceiro filme da franquia de filmes juvenis Spy Kids.

Comentários:
Esse filme é uma porcaria, mas não totalmente destituído de interesse para quem gosta de cinema, mesmo que pelas razões menos corretas. O interesse virá pela presença de dois grandes nomes da Hollywood do passado. O ator Ricardo Montalban nunca foi um astro de primeiro time, isso é verdade, entretanto já desfrutou de um certo prestígio dentro da indústria cinematográfica, atuando inclusive em sucessos do cinema e da televisão. Aqui ele perdeu a linha. E o que dizer de Sylvester Stallone? De ator mais bem pago do cinema americano nos anos 80 ele passou a essa triste condição de coadjuvante em um filme como esse? É quase inacreditável para quem chegou a ganhar 20 milhões de dólares por um único filme! Algumas vezes fico me perguntando como um ator pode ganhar tanto dinheiro (e ficar rico nesse processo) e ainda assim ter qeu pagar um mico desses! Será que o Stallone acabou com toda a sua fortuna? É inacreditável pensar que sim...

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 1 de março de 2021

Pare! Senão Mamãe Atira

Título no Brasil: Pare! Senão Mamãe Atira
Título Original: Stop! Or My Mom Will Shoot
Ano de Produção: 1992
País: Estados Unidos
Estúdio: Northern Lights Entertainment
Direção: Roger Spottiswoode
Roteiro: Blake Snyder, William Osborne
Elenco: Sylvester Stallone, Estelle Getty, JoBeth Williams, Roger Rees, Martin Ferrero, Gailard Sartain

Sinopse:
A mãe coruja do sargento da polícia de Los Angeles Joe Bomowski (Sylvester Stallone) vem visitá-lo e começa a interferir em sua vida e carreira, criando uma série de momentos pra lá de constrangedores para o veterano policial. E a vergonha alheia não parece ter limites!

Comentários:
Esse roteiro foi inicialmente oferecido para Arnold Schwarzenegger. Ele achou um dos roteiros mais imbecis que já tinha lido na vida, mas pela imprensa elogiou bastante, dizendo que adoraria fazer o filme. Por qual razão ele fez isso? Para que seu principal rival nas telas, Sylvester Stallone, se interessasse pelo filme. E Stallone caiu como um patinha na armadilha de Schwarzenegger. Ele correu para comprar os direitos do roteiro e... se deu muito mal. Fracasso de público e crítica essa comédia sem graça é qualificada até hoje pelo próprio Stallone como seu pior filme. A verdade é que esses dois astros de filmes de ação se convenceram - sabe-se lá o porquê - de que eram comediantes engraçados. Não eram. Todas as comédias de Stallone (e de Schwarzenegger também, não vamos livrar a barra dele!) são filmes bem ruins. Entram na série "como eu vou destruir minha carreira de sucesso no cinema" sem favor algum. Passe longe e se viu o filme nos anos 90 faça um favor a si mesmo e esqueça!

Pablo Aluísio.

terça-feira, 26 de maio de 2020

F.I.S.T.

Título no Brasil: F.I.S.T.
Título Original: F.I.S.T.
Ano de Produção: 1978
País: Estados Unidos
Estúdio: United Artists
Direção: Norman Jewison
Roteiro: Joe Eszterhas, Sylvester Stallone
Elenco: Sylvester Stallone, Rod Steiger, Peter Boyle, Melinda Dillon, David Huffman, Kevin Conway

Sinopse:
Nesse filme Stallone interpreta Johnny Kovak, um trabalhador braçal que acaba sendo demitido por reivindicar melhores condições de trabalho. Após entrar no sindicato dos caminhoneiros ele acaba subindo na carreira sindical, se tornando um dos principais líderes de sua classe nos Estados Unidos.

Comentários:
Um dos melhores filmes da carreira de Stallone também é um dos menos conhecidos. O roteiro de "F.I.S.T." foi claramente inspirado na vida do líder sindical Jimmy Hoffa que havia desaparecido três anos antes da produção desse filme. E a trajetória do personagem interpretado pelo ator ia bem nessa direção, se tornando quase uma obra didática ao explicar porque homens de sindicatos como Hoffa acabavam caindo nas mãos da máfia. Isso fica bem claro na história de Johnny Kovak (Stallone). No começo ele age por senso de justiça, procurando melhorar mesmo as condições de trabalho dos caminhoneiros. Porém os patrões logo partem para a pura violência física, contratando valentões para espancar os trabalhadores com grandes porretes. Nessa urgência em busca de proteção Kovak acaba aceitando a proteção de chefões mafiosos e uma vez que se tenha feito acordo com esse tipo de criminoso não há mais volta. O roteiro assim procurava justificar pessoas como Hoffa? Em certos aspectos sim. Porém o filme vai muito além disso e se torna uma excelente obra cinematográfica. E olhando para o passado se fica com aquela sensação de que Stallone não deveria ter abandonado esse tipo de cinema para se concentrar apenas em filmes de ação. Ele deveria ter optado por investir mais nesse tipo de filme com mais conteúdo e mensagem. Teria sido muito melhor para sua carreira com o passar dos anos.

Pablo Aluísio. 

quarta-feira, 25 de setembro de 2019

Rambo: Até o Fim

Título no Brasil: Rambo - Até o Fim
Título Original: Rambo - Last Blood
Ano de Produção: 2019
País: Estados Unidos
Estúdio: Balboa Productions
Direção: Adrian Grunberg
Roteiro: Sylvester Stallone, Matthew Cirulnick
Elenco: Sylvester Stallone, Paz Vega, Yvette Monreal, Óscar Jaenada, Sergio Peris-Mencheta, Adriana Barraza

Sinopse:
Após anos de lutas e batalhas, John Rambo (Stallone) parece ter encontrado finalmente a paz. Ele agora vive em um rancho do Arizona ao lado de seus poucos parentes vivos. Sua vida porém muda novamente quando sua sobrinha cai nas garras de uma perigosa quadrilha de criminosos mexicanos. Assim Rambo precisa cruzar a fronteira para salvá-la desse trágico destino.

Comentários:
Pode chamar de Rambo V, sem problemas. O filme tem sido criticado por causa da violência. Bem, Rambo é um personagem violento. Atribuo esse tipo de crítica ao fato de que agora as mortes são mais explícitas. Numa cena Rambo joga fora da janela de seu carro a cabeça de seu inimigo. Na outra arranca o coração dele, ainda vivo, após uma série de flechadas certeiras. Isso sem contar as inúmeras cabeças que ele arranca com um facão. Hoje em dia esse grau de violência só é esperado em filmes de terror, do estilo gore. Mesmo assim não vejo problemas. Aliás é bom salientar que o filme, que é curto, rápido e eficaz, não se apoia apenas em cenas de extrema violência. Pelo contrário, o roteiro procura desenvolver o lado mais humano do personagem. Em sua curta duração se gasta um bom tempo mostrando o relacionamento de Rambo com seus poucos familiares ainda vivos, em especial sua sobrinha. Para falar a verdade a parte mais violenta do filme ocupa mesmo apenas os 12 minutos finais do filme. Todo o resto é um grande preparo para a vingança que virá. Outro aspecto positivo desse novo filme é que Stallone não levou seu velho soldado para a selva. Seria uma repetição desnecessária. Ele agora está no meio urbano, vivendo uma vida relativamente comum, em um rancho. Aspectos de sua personalidade são demonstrados, como o fato dele ter que tomar remédios para controlar seus impulsos e traumas. No quadro geral gostei bastante do filme. O John Rambo que surge nele é mais parecido com o velho Logan do que qualquer outra coisa. Alguém que procura a paz e o equilíbrio, mas que sempre precisa ter que lidar com a guerra e a violência. Se for o último filme da franquia será certamente uma boa despedida desse personagem.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 18 de setembro de 2019

Memória de um Crime

Título no Brasil: Memória de um Crime
Título Original: Backtrace
Ano de Produção: 2018
País: Estados Unidos
Estúdio: Lionsgate
Direção: Brian A. Miller
Roteiro: Mike Maples
Elenco: Sylvester Stallone, Matthew Modine, Christopher McDonald, Colin Egglesfield, Ryan Guzman, Meadow Williams

Sinopse:
Sete anos após um assalto a banco um dos antigos membros da quadrilha, que estava com amnésia, tenta recordar onde foi escondido uma parte do dinheiro roubado. Para isso ele toma uma droga experimental que mexe com sua mente de forma destrutiva.

Comentários:
Antes de rodar "Rambo V", Sylvester Stallone arranjou um tempinho para filmar esse filme policial classe B. Ele interpreta um detetive da polícia estadual que tenta resolver um caso em aberto, envolvendo o roubo de um banco na sua cidade. Durante sete anos as investigações não dão em nada, até que um dos suspeitos entra em campo para tentar encontrar parte do dinheiro que havia sido roubado e escondido numa fábrica. Ok, o roteiro até tenta ser um pouco diferenciado, mas a pura verdade é que o filme não agrada e está lotado de clichês por todos os lados. O próprio Stallone é praticamente um coadjuvante de luxo. Com figurino preto, poucos diálogos, ele poderia ser substituído que o público nem notaria. Quem ganha mais espaço no filme é Matthew Modine. Irreconhecível, com cabelos brancos, ele é um dos comparsas da quadrilha que após muitos anos toma uma dose experimental de uma droga para se lembrar onde o dinheiro foi colocado. Nada de muito especial. Suas dores de cabeça, com a câmera tremendo, quase cria um humor involuntário. Ficou forçado demais. Então é isso. Esse "Backtrace" não passa de um policial B, bem descartável e esquecível. Para os fãs de Stallone só resta mesmo esperar pelo novo filme do John Rambo.

Pablo Aluísio.

D-Tox

Título no Brasil: D-Tox
Título Original: D-Tox
Ano de Produção: 2002
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Jim Gillespie
Roteiro: Howard Swindle, Ron L. Brinkerhoff
Elenco: Sylvester Stallone, Charles S. Dutton, Kris Kristofferson, Stephen Lang, Polly Walker, Robert Patrick

Sinopse
Após uma série de assassinatos sem solução, envolvendo até mesmo a morte de um policial,  um detetive do departamento de polícia, Jake Malloy (Stallone), se infiltra em um grupo para seguir os passos de um potencial suspeito.

Comentários:
Filme pouco lembrado hoje em dia dentro da filmografia do ator Sylvester Stallone. O interessante é que o filme até tem seus bons momentos. O enredo criminal se passa todo em uma cidade fria, escura e gelada do Canadá (onde as filmagens foram realizadas). O clima certo para um filme de caça a um serial killer. Além disso o diretor vinha do sucesso do suspense "Eu Sei o que Vocês Fizeram no Verão Passado". Parecia o nome certo para esse filme policial mais dark. Só que o público não comprou a ideia da produção e esse thriller fracassou nas bilheterias. Para Stallone foi uma péssima notícia pois ele vinha numa fase de maré baixa, de poucos sucessos comerciais. Logo ele que foi um dos campeões absolutos de bilheteria dos anos 80. Mesmo sem ter feito sucesso volto a escrever que o filme em si não é ruim, muito pelo contrário, só não teve êxito de público. A crítica por outro lado até pegou leve em se tratando de um filme com Stallone. Por fim uma curiosidade: "D-Tox" tem coadjuvantes muito bons, como o cantor e compositor country Kris Kristofferson e Robert Patrick, o inimigo cibernético de Arnold Schwarzenegger em "O Exterminador do Futuro 2".

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 11 de setembro de 2019

Assassinos

Título no Brasil: Assassinos
Título Original: Assassins
Ano de Produção: 1995
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Richard Donner
Roteiro: Andy Wachowski
Elenco: Sylvester Stallone, Antonio Banderas, Julianne Moore, Muse Watson, Steve Kahan, Reed Diamond

Sinopse:
Robert Rath (Stallone) é um veterano assassino profissional que agora deseja abandonar essa "profissão" de uma vez por todas. Só que um outro assassino chamado Miguel Bain (Banderas) quer ter a fama de matar o grande hitman do passado. 

Comentários:
Filme que não fez sucesso nas bilheterias, apesar dos nomes envolvidos. Veja, fazia tempo que Sylvester Stallone queria trabalhar ao lado do diretor Richard Donner. O cineasta havia criado a franquia de grande sucesso "Máquina Mortífera", além de ter dirigido filmes do Superman e outros sucessos no cinema. Era um especialista no gênero ação. Nada mais natural de que um dira iria trabalhar ao lado de Stallone, o mais famoso astro dos action movies. Infelizmente algo deu errado. Talvez a dupla ao lado de Antonio Banderas não tenha agradado ao público. O latino estava mais associado a outros estilos de filmes. Seu vilão parece muito caricato. O roteiro também foi considerado genérico e sem novidades. Até a boa atriz Julianne Moore parece deslocada dentro do filme. O interessante é que esse enredo, se formos pensar bem, poderia fazer parte até mesmo do roteiro de um velho faroeste. Afinal eram nos antigos filmes desse gênero que havia bastante essa situação do novo pistoleiro tentando matar o pistoleiro mais veterano para assumir parte de sua fama. Nessa nova releitura, mais moderna, surgem alguns bons duelos e até uma boa fotografia, porém nada muito além disso. Olhando em retrospectiva é um dos mais medianos filmes de Richard Donner.

Pablo Aluísio.

Fuga Para a Vitória

Título no Brasil: Fuga Para a Vitória
Título Original: Victory
Ano de Produção: 1981
País: Estados Unidos
Estúdio: Lorimar Film Entertainment
Direção: John Huston
Roteiro: Yabo Yablonsky, Djordje Milicevic
Elenco: Michael Caine, Sylvester Stallone, Max von Sydow, Pelé, Bobby Moore, Osvaldo Ardiles, Paul Van Himst,

Sinopse:
Na Segunda Guerra Mundial, um grupo de oficiais nazistas cria um evento de propaganda no qual um time nazista de estrelas jogará contra um time composto por prisioneiros de guerra aliados. Os prisioneiros concordam, planejando usar o jogo como um meio de escapar do campo.

Comentários:
"Fuga Para a Vitória" de 1981 foi um caso curioso dentro da filmografia de Sylvester Stallone. Ele abriu mão de ser o ator principal do filme para ter a oportunidade de trabalhar ao lado do grande mestre do cinema John Huston. Embora já fosse um astro de grandes bilheterias em Hollywood, Stallone não queria perder a oportunidade de ver um dos diretores de cinema mais aclamados da história trabalhando em um set de filmagem. Como mero coadjuvante, ele não teve um papel de destaque dentro do filme, isso coube a Michael Caine, mas o fato de ter ficado em segundo plano não foi visto pelo ator como algo ruim. Além disso duas outras razões o convenceram a fazer o filme: o fato de não ter a responsabilidade do sucesso da produção em seus ombros e a chance de atuar com o Rei do futebol, Pelé! No final de tudo, como ele próprio diria anos depois em entrevistas, valeu bastante a experiência. Lançado em julho de 1981 nos cinemas, "Fuga Para a Vitória" não se tornou um grande sucesso de bilheteria, mas conseguiu gerar lucro para o estúdio. Com orçamento de pouco mais de 10 milhões de dólares consegui render nos cinemas meros 27 milhões. Um bom número, mas nada comparado com os grandes sucessos que Stallone vinha colecionando em sua carreira cinematográfica.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 7 de maio de 2019

Rambo - Programado Para Matar

"Rambo - Programado Para Matar" ou "Rambo I", como acabou ficando conhecido, foi provavelmente o segundo filme mais importante da carreira de Sylvester Stallone. Não que fosse tão bem escrito como Rocky, mas seu sucesso popular e o fato de ter sido um ícone dos filmes de guerra dos anos 80 o colocam em um patamar impossível de ignorar.  Agora, o mais curioso de tudo é que esse filme não foi assim um estrondo espetacular em seu lançamento original. Claro, fez sucesso, mas não foi um marco absoluto. Apenas com a chegada de "Rambo II" nas telas é que o primeiro filme acabou sendo relançado nos cinemas, criando assim uma excelente bilheteria. O fato é que o filme também não pode ser encarado como pura ação. Há um subtexto importante em seu roteiro. A história mostra bem o preconceito que muitos veteranos do Vietnã enfrentaram quando voltaram para casa. Eles foram considerados derrotados, vagabundos, homens que decepcionaram sua pátria e o escudo de invencibilidade que cercava os militares americanos na época. Isso pegou muito mal dentro dos setores mais conservadores do país. De repente esses veteranos se tornaram párias!

O John Rambo interpretado por Stallone é assim um homem que não tem para aonde ir. Ele foi forjado na guerra e na vida civil se torna alguém sem valor ou utilidade. Quando chega numa cidadezinha passa logo a ser hostilizado pelo boçal chefe de polícia. Ele "não quer problemas" e por isso resolve dar um "corretivo" em Rambo. Ora, péssima ideia. Com seu treinamento ponta de linha o sujeito acaba se tornando uma máquina de combate, colocando a cidade sob seus pés. Nos filmes seguintes Rambo iria se tornar cada vez mais poderoso, um "exército de um homem só" imbatível. Ora, é bem isso mesmo que o cinema dos anos 80 estava esperando. Acabou virando um filão de ouro do cinema americano naquela década.

Rambo - Programado Para Matar (First Blood, Estados Unidos, 1982) Estúdio: Carolco Pictures / Direção: Ted Kotchef / Roteiro: Sylvester Stallone, Michael Kozoll, William Sackheim / Elenco: Sylvester Stallone, Richard Crenna, Brian Dennehy, David Caruso, Bill McKinney, Jack Starrett ; Sinopse: John Rambo (Stallone) é um veterano que volta para os Estados Unidos após o fim da guerra, mas só encontra violência e desrespeito por seu passado.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 2 de abril de 2019

Creed II

Esse filme tem uma ligação direta com "Rocky IV" de 1985. Quem poderia esquecer do gigante lutador de boxe soviético Ivan Drago? Pois é, ele está de volta. Mas claro que não subirá ao ringue. Quem toma as honras agora é seu filho, um sujeito com muitos músculos e ódio. O alvo passa a ser Adonis Johnson, filho de Apollo, lutador que foi literalmente destruído por Drago no filme original de 1985. Assim temos mais uma revanche de sangue, onde esporte e vingança se mesclam na mesma dose. "Creed II" não é tão bom como o primeiro filme. Claro, a chegada de Drago e seu filho mantém o interesse, principalmente do fã veterano dos filmes de Stallone. Só que convivem na tela duas linhas narrativas que acabam atrapalhando o filme como um todo.

Na primeira temos o drama, com Adonis e sua esposa, prestes a terem uma filha. O medo é de que ela nasça com problemas auditivos da mãe. Essa parte do filme é bem chata e sem ritmo. Pior é que torna o filme excessivamente longo e lento, com cenas desnecessárias. Um roteiro mais enxuto nessa parte cairia muito bem. Já na outra linha narrativa, a que explora o duelo esportivo entre o americano negro em busca de vingança pela morte do pai e o gigante russo que quer o cinturão dos pesos pesados, é excelente. É o que mantém o filme de pé. Há apenas duas lutas no filme, mas elas são tão bem editadas e coreografadas que me fizeram lembrar dos bons filmes da franquia Rocky. E de quebra temos o bom e velho Stallone aqui como um Rocky na terceira idade, relembrando do passado glorioso, enquanto tenta treinar seu jovem pupilo. Um filme que se tivesse se apoiado exclusivamente no suor e nas lutas de boxe no ringue, seria mesmo perfeito como pura diversão cinematográfica.

Creed II (Estados Unidos, 2018) Direção: Steven Caple Jr / Roteiro: Sylvester Stallone, Cheo Hodari Coker, Ryan Coogler / Elenco: Sylvester Stallone, Michael B. Jordan, Dolph Lundgren, Florian Munteanu, Tessa Thompson / Sinopse: Adonis Creed (Jordan), campeão mundial de boxe dos pesos pesados é desafiado por Viktor Drago (Munteanu), filho de Ivan Drago, boxeador russo que no passado venceu seu pai nos ringues.

Pablo Aluísio.

domingo, 3 de fevereiro de 2019

Rota de Fuga

Nessa altura do campeonato todo mundo já percebeu que Stallone é um workaholic, o sujeito não para de trabalhar, tanto que já está chegando na marca dos 70 filmes na carreira - um número robusto para qualquer ator. Pois bem, sempre procurando ficar em evidência Sly agora realiza o velho sonho dos garotos que cresceram assistindo aos seus filmes nos anos 80 ao estrelar um filme com o segundo maior nome dos filmes de ação daquela década, nada mais, nada menos, do que o austríaco Arnold Schwarzenegger.
É curioso porque um filme desses não seria realizado naqueles anos pois os dois astros ganhavam os maiores cachês do cinema, valores que hoje em dia nenhum estúdio aceitaria mais pagar a absolutamente ninguém. Além disso havia problemas pessoais entre os fortões. Eles tiveram desavenças públicas, principalmente depois que Stallone criticou Arnold por enveredar no mundo da política. Por essa razão achei que nunca iriam dividir uma marquise de cinema em suas vidas. De qualquer forma não existe problema que o tempo não apague, assim os veteranos voltaram ao velho estilo nesse filme de prisão.

A última vez que Stallone realizou algo parecido foi com "Condenação Brutal", um filme redondinho, bom entretenimento, mas também com doses generosas de clichês. O mesmo, tirando a devida proporção, poderia ser dito sobre essa produção. O roteiro tem até boas ideias como as diversas formas que o personagem de Stallone consegue achar para fugir das mais seguras prisões de segurança máxima dos Estados Unidos. Lembrando até mesmo outro ícone dos anos 80, o MacGyver, ele consegue transformar os mais cotidianos objetos de uso pessoal em valiosas ferramentas utilizadas em suas fugas espetaculares. Já o papel de Arnold Schwarzenegger não parece tão interessante. Até fiquei surpreso dele ter aceitado ficar na sombra de Stallone em cena desse jeito.

Há poucos bons momentos do ex-mister universe no filme. Talvez a mais interessante aconteça no final quando finalmente a nostalgia bate forte e nos lembramos imediatamente de "Comando Para Matar", com o astro de metralhadora em punho dizimando os soldados inimigos. Mas fica tudo por aí. No saldo geral não consegue, infelizmente, ser um ótimo filme, a verdade deve ser dita. Há problemas de lógica no roteiro e por incrível que pareça o diretor Mikael Håfström perde o ritmo certo que uma produção como essa exige. Mesmo assim ver Sly e Arnoldão em cena, contracenando juntos, sempre será muito gratificante para quem curtiu a filmografia da dupla nos distantes 80´s. Por essa razão é fácil encerrar o texto afirmando que não precisa se preocupar pois ver o filme realmente vale a pena.

Rota de Fuga (Escape Plan, Estados Unidos, 2013) Direção: Mikael Håfström / Roteiro: Miles Chapman, Jason Keller / Elenco: Sylvester Stallone, Arnold Schwarzenegger, Jim Caviezel, Amy Ryan, Sam Neill, Vincent D'Onofrio / Sinopse: Ray Breslin (Stallone) é um especialista em encontrar falhas nas grandes prisões de segurança máxima do sistema penitenciário americano. A CIA porém tem um projeto inovador de um novo presidio que pretende ser simplesmente impossível de escapar. Para descobrir se há de fato alguma falha no sistema, Breslin é contratado para entrar no complexo como um prisioneiro comum. Os planos porém não sairão exatamente como foram inicialmente planejados.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

Os Filmes de Sylvester Stallone

O ator Sylvester Stallone nasceu em um bairro pobre e quente de Nova Iorque chamado Hell´s Kitchen. Ele era de uma família de descendentes de italianos. O pai tinha o sonho de se tornar um cantor famoso ao estilo Frank Sinatra. Infelizmente sua carreira nunca decolou e ele ganhava a vida como cabeleireiro. Sua mãe era uma típica matrona italiana, com temperamento forte e decidido. Em vários sentidos ela era a verdadeira chefe da família Stallone. Durante seu nascimento houve problemas. Stallone nasceu com o uso de fórceps o que acabou danificando os nervos de sua face, o que fez com que tivesse problemas de articulação no rosto. Também atrapalhou sua capacidade de falar. Some-se a isso o fato de ter sofrido muito bullying na época da escola e você entenderá porque em determinada época de sua juventude o ator tenha se tornado praticamente um delinquente juvenil. A falta de jeito, de grana e de perspectivas, fez com que Sly (seu apelido desde a infância) tentasse algo diferente na vida.

Ele queria ser ator. Esse sonho foi sendo destruído por dezenas de professores de cursos de arte dramática dizendo que ele não conseguiria pois não tinha jeito para a profissão. Stallone porém não deu ouvidos e seguiu em frente. Ele se casou com sua namoradinha de adolescência chamada Sasha e foi tentar sobreviver trabalhando em qualquer emprego que surgisse pela frente. De dia trabalhava como açougueiro, jardineiro, etc. De noite ficava insistindo em seu velho sonho, frequentando escolas de teatro. No começo foi complicado. Ninguém estava disposto a lhe dar um papel. Stallone percebeu que precisava de algum diferencial. Acabou encontrando na academia (que pertencia à sua mãe). Ele começou a malhar de forma obsessiva, ganhando músculos. Também comprou uma velha máquina de escrever. Talvez pudesse dar certo como roteirista caso sua carreira como ator não fosse para lugar nenhum. Ele escreveu cerca de 20 esboços até o dia em que assistindo a uma luta de Muhammad Ali na TV teve uma ideia genial para um roteiro. Ali era o grande campeão dos pesos pesados. Agora imagine se um sujeito completamente desconhecido o enfrentasse e vencesse uma luta contra esse mito do boxe! Não seria algo absolutamente histórico? O personagem Rocky Balboa acabava de nascer....

"Rocky: Um Lutador" chegou nas telas de cinema em 1976. Foi um grande sucesso de público e crítica. Embora tenha sido dirigido pelo cineasta John G. Avildsen, todos os méritos foram dados para Sylvester Stallone. O filme foi premiado com o Oscar nas categorias de Melhor Filme, Melhor Direção e Melhor Edição. Stallone foi indicado tanto ao Oscar como ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Ator, mas não venceu. O resultado porém foi extremamente positivo. Literalmente da noite para o dia ele virou um nome quente em Hollywood, passando a fazer parte de todas as listas de futuros astros pelas revistas especializadas em cinema. Poucos se atentaram para o fato de que Stallone já tinha uma série de filmes menores em sua carreira antes de Rocky. No tempos duros ele havia chegado até mesmo a estrelar um filme pornô barato que anos depois, para aproveitar sua fama de estrela de cinema, foi renomeado para "O Garanhão Italiano", sendo lançado no mercado de vídeo VHS. Nada disso porém abalou a carreira de Stallone que passou a escrever diversos roteiros para o cinema. Ele queria se consolidar no cinema, não ficando preso apenas ao personagem Rocky Balboa.

Antes porém que qualquer um desses roteiros se transformassem em filmes, Stallone aceitou o convite de Norman Jewison para atuar no drama "F.I.S.T". Era um filme de época, ambientado na década de 1930, explorando o mundo brutal do sindicalismo americano em seus primórdios. O filme foi bem recebido pela crítica, mas fez pouco sucesso. Na realidade foi uma forma de Stallone em se consolidar como um ator de respeito em Hollywood naqueles tempos pioneiros. Outro bom filme dessa fase foi "A Taberna do Inferno", lançado em 1978. Essa produção foi extremamente importante para Stallone pois foi a primeira vez que ele dirigiu um filme em sua carreira. Era um teste de fogo para o ator. O resultado foi muito bom. Stallone interpretava um personagem chamado Cosmo Carboni. O enredo tinha bastante a ver com a própria vida de Sylvester Stallone e mostrava a dura vida de três ítalo-americanos na Nova Iorque dos anos 1940. Foi, segundo o próprio Stallone, um de seus mais memoráveis momentos no cinema. Mesmo com a boa receptividade, o fato é que o filme também não rendeu muito dinheiro. Assim como "F.I.S.T" era uma produção para elevar seu prestígio, não necessariamente um chamariz de bilheteria. Essa só viria mesmo na sequência de seu maior sucesso. Sim, Stallone estava voltando para a primeira continuação da história do lutador Rocky Balboa e havia acertado um cachê recorde com o estúdio para voltar aos ringues.

Os anos 70 chegaram ao final com mais um grande sucesso de bilheteria na carreira de Sylvester Stallone. O filme "Rocky II" foi um enorme êxito comercial. Quando Stallone anunciou sua sequência a crítica em geral caiu em cima dele, afirmando que era uma tolice fazer uma continuação em cima de um filme como "Rocky, Um Lutador", cuja história já havia se fechado bem em si mesmo. Mal eles sabiam o que Stallone planejava. Ele queria criar uma longa série de filmes com o seu personagem. Embora não tivesse divulgado isso, o fato é que Sly já tinha pronto os roteiros de duas outras continuações, se essa fosse bem sucedida. Dito e feito. "Rocky II: A Revanche" lotou os cinemas. Stallone assumiu completamente o controle do filme, dirigindo e escrevendo o roteiro. As negociações com o estúdio foram tensas pois os executivos não queriam dar tanto controle assim ao ator. Stallone porém era inflexível, ou ele teria controle sobre tudo ou nada feito. E como sem ele não haveria filme a companhia acabou cedendo. O elenco e a equipe técnica foram basicamente os mesmos do filme anterior. Stallone havia criado um vínculo com todos eles. Um fato curioso de seu roteiro é que Stallone não queria transformar o boxeador  Apollo Creed (Carl Weathers) em um vilão da série, mas apenas em um rival dos ringues. Por isso começou a desenvolver melhor o personagem, criando um lado mais humano nele.

Depois do sucesso Stallone pode finalmente respirar aliviado. Afinal ele tinha uma série de filmes de sucesso e seu prestígio comercial em Hollywood seguia firme. O que o ator não sabia é que ele estava prestes a entrar na melhor década de sua carreira. Os anos 80 iriam consagrar Stallone de uma maneira jamais vista. Em pouco tempo ele se tornaria o ator mais bem pago da indústria, batendo recordes de cachês milionários pelos filmes que faria nos anos seguintes. Stallone passou o ano de 1980 em branco, sem lançar filmes, apenas colhendo as glórias e o sucesso de Rocky II. Em 1981 ele finalmente divulgou sua volta às telas. Ele iria surgir no filme policial "Os Falcões da Noite". Embora não fosse escrito por Stallone e nem dirigido por ele, esse policial de ação foi um percursor das fitas de grande sucesso que ele iria estrelar em poucos anos. Esteticamente essa produção está mais para os anos 70, com seu estilo mais cru e realista. Stallone interpreta um tira chamado Deke DaSilva que enfrenta um ótimo vilão, um psicopata interpretado pelo ótimo ator Rutger Hauer. Até mesmo Billy Dee Williams, de Star Wars, também estava no elenco. Stallone, com barba e cara de mau, usava a violência para prender o criminoso de forma pouco usual para a época. Era um prenúncio do que iria vir em sua filmografia.

O filme "Fuga Para a Vitória" de 1981 foi um caso curioso dentro da filmografia de Sylvester Stallone. Ele abriu mão de ser o ator principal do filme para ter a oportunidade de trabalhar ao lado do grande mestre do cinema John Huston. Embora já fosse um astro de grandes bilheterias em Hollywood, Stallone não queria perder a oportunidade de ver um dos diretores de cinema mais aclamados da história trabalhando em um set de filmagem. Como mero coadjuvante ele não teve um papel de destaque dentro do filme, isso coube a Michael Caine, mas o fato de ter ficado em segundo plano não foi visto pelo ator como algo ruim. Além disso duas outras razões o convenceram a fazer o filme: o fato de não ter a responsabilidade do sucesso da produção em seus ombros e a chance de atuar com o Rei do futebol, Pelé! No final de tudo, como ele próprio diria anos depois em entrevistas, valeu bastante a experiência.

Lançado em julho de 1981 nos cinemas, "Fuga Para a Vitória" não se tornou um grande sucesso de bilheteria, mas conseguiu gerar lucro para o estúdio. Com orçamento de pouco mais de 10 milhões de dólares consegui render nos cinemas meros 27 milhões. Um bom número, mas nada comparado com os grandes sucessos que Stallone vinha colecionando em sua carreira cinematográfica. Por essa razão um mês após o fim das filmagens dessa produção com John Huston, Stallone começou a escrever um novo roteiro para a terceira continuação da série do lutador Rocky Balboa. Para voltar a interpretar seu personagem mais famoso a United Artists aceitou pagar a Stallone o cachê recorde de 8 milhões de dólares! Um valor que abalou as estruturas em Hollywood na época, pois foi considerado acima de qualquer comparação com outros atores da indústria. Esse seria o primeiro grande cachê milionário da carreira de Stallone que nos anos que viriam iria bater sucessivos recordes chegando ao ponto, no auge, de receber quase 30 milhões de dólares por apenas um filme! Esses números realmente astronômicos jamais voltariam a se repetir na história de Hollywood, fazendo com que na década de 80 Stallone se tornasse o ator mais bem pago de todos os tempos.

A crítica americana começou a se voltar contra Stallone a partir do filme "Rocky III". Para esses jornalistas ranzinzas essa produção não tinha razão de ser, era apenas uma tentativa leviana de Stallone em faturar em cima do seu personagem mais famoso. O ator não se importou com essas opiniões. Ele explicou: "A história de Rocky não cabe em apenas um filme! Há muito o que se contar sobre ele. Não vou dar ouvidos aos críticos. Eu tenho que continuar a contar a história de Rocky e é isso que eu irei fazer". Stallone concentrou tudo em suas mãos para esse terceiro filme de Rocky Balboa. Ele assumiu a direção e o controle artístico absoluto do filme. Além disso escreveu sozinho o roteiro. O estúdio lhe deu todo o apoio e não atrapalhou o astro durante as filmagens. Ele fez o que quis e quando quis, sem se reportar a ninguém. "Foi uma liberdade incrível que tive, mas também veio as responsabilidades. Eu sabia que Hollywood estava de olho em mim, perguntando se eu conseguiria fazer tudo de forma adequada" - diria em entrevistas após o lançamento do filme.

"Rocky III - O Desafio Supremo" chegou nas telas americanas em maio de 1982 (no Brasil só foi lançado em agosto). Stallone conseguiu manter o orçamento nos eixos e o filme custou relativamente pouco, 17 milhões de dólares, recuperados no primeiro fim de semana em cartaz. Foi um grande sucesso de bilheteria, o público adorou de verdade. Quando a bilheteria começou a bater os 300 milhões de dólares (imagine o lucro que esse filme produziu!) Stallone respirou aliviado. Ele tinha mais um grande sucesso em mãos! Os produtores de Hollywood estavam aos seus pés. O roteiro escrito pelo ator não apostava apenas na luta em si, mas também em acontecimentos dramáticos na vida do boxeador. Para interpretar seu rival nos ringues Stallone contratou o ator negro Mr. T, muito conhecido pelo seu jeito peculiar de ser. Era justamente essa personalidade diferente que Stallone procurava para dar vida ao excêntrico Clubber Lang. "Não poderia ter encontrado um ator mais ideal para o filme" - confessaria Stallone em entrevistas. "Era o tipo que procurava, para dar uma cara, um rosto ao filme. Ele era ótimo dentro e fora das lutas". Com o sucesso de Rocky III Stallone começou a procurar por um novo roteiro para seu próximo filme. A história de um veterano do Vietnã logo despertaria sua atenção.

Em 1982 Stallone entrou em um novo projeto que iria se tornar um dos maiores sucessos de sua carreira. Era a adaptação de um livro contando a história de um veterano da guerra do Vietnã que chegava numa pequena cidade para reencontrar um velho companheiro de farda e passava a sofrer represálias do xerife local. Na época se discutia bastante sobre um certo preconceito contra os que lutaram no Vietnã. Para muitos na sociedade americana era algo vergonhoso ter perdido aquele conflito nas selvas distantes daquele país. Por isso John Rambo era visto como uma pessoa que definitivamente não era bem-vinda naquele lugar. Stallone até cogitou em dirigir o filme, mas no final a direção foi entregue ao cineasta Ted Kotcheff que acabou fazendo um belo trabalho. A única maior interferência de Stallone no filme foi a sugestão dada aos roteiristas para que não seguissem o final do livro. No romance original Rambo morria. Stallone obviamente vendo o potencial do personagem conseguiu mudar esse desfecho para o filme. Ele inclusive iria depois comprar os direitos autorais da obra escrita por David Morrell.

Com o controle do personagem em mãos, Stallone iria dominar tudo nos filmes seguintes, produzindo mais três continuações (recentemente o projeto de um quinto filme da série chegou a ser anunciado). O resultado comercial de "Rambo - Programado Para Matar" ou "Rambo I" como também é conhecido, foi espetacular. Para falar a verdade o filme deu início ao chamado cinema de ação dos anos 80, com personagens durões, que mais se pareciam com um exército de um homem só. Stallone e seu Rambo foi o grande incentivador da explosão dos filmes de ação que iria acontecer nos anos seguintes. Isso é inegável. Depois de Rocky e Rambo, Stallone estava numa posição privilegiada em Hollywood. Todos os produtores queriam lhe contratar. As maiores produções eram lhe oferecidas, mas ao invés de estrelar uma grande superprodução Stallone escolheu dois projetos que surpreenderam muita gente. Eram filmes bem fora da rota do que se esperava dele naquele período de sua carreira.

O primeiro foi  "Rhinestone: Um Brilho na Noite". Pouco conhecido mesmo entre os fãs do ator essa era uma comédia romântica musical, com Stallone fazendo escada para a cantora de country music Dolly Parton. Um filme muito distante de outros de sua filmograia, uma produção que pouca gente esperaria encontrar o astro de filmes de ação. Até hoje muitos se perguntam o que diabos Stallone estaria fazendo em um filme assim, onde ele nem sequer era o primeiro nome do elenco? Na verdade o ator escolheu esse filme justamente para manter em pé seu prestígio como ator, indo para um caminho mais de humor que ele sempre quis seguir. Seu personagem era uma espécie de caricatura de sua imagem nas telas. O filme se não é ruim, pelo menos passou longe de ser vergonhoso. Pelo contrário, tem até seu charme. So que nas bilheterias realmente não fez qualquer sucesso. Quase passou em brancas nuvens.

A outra surpresa foi ver Stallone dirigindo a sequência de "Os Embalos de Sábado à noite". O filme se chamava "Os Embalos de Sábado Continuam", Com custo milionário e contando com um John Travolta turbinado por malhação pesada, incentivada pelo próprio Stallone, o filme tentava levar em frente a história do dançarino suburbano Tony Manero. O que pegou todos de surpresa foi o fato de que o público não queria mais saber da discoteca de Manero. Sem interesse do público, o filme afundou nas bilheterias, sendo um dos grandes fracassos comerciais daquele ano de 1983. Diante do resultado ruim dos dois filmes, Stallone então começou a se mexer para seguir em frente com seus personagens mais famosos. Rambo e Rocky estariam de volta às telas em poucos meses.

Em 1985 Stallone estrelou dois grandes sucessos de bilheterias. Algo que elevou seu cachê às alturas, o transformando no ator mais bem pago de Hollywood. O primeiro blockbuster estreou em maio. Era "Rambo II - A Missão", a tão aguardada sequência do primeiro filme. O roteiro foi escrito pelo próprio ator. Ele resolveu levar o personagem John Rambo de volta ao Vietnã para uma missão secreta e não oficial do governo americano. O foco em Rambo agora seria a pura ação. Stallone apenas capturou as características do personagem do livro original, o transformando agora em um super soldado indestrutível que volta ao campo de batalha de uma guerra que havia sido perdida pelos Estados Unidos. A crítica acusou Stallone de ufanismo, porém o ator não deu ouvidos. O público adorou. Em poucas semanas Rambo II já havia ultrapassado a marca dos 300 milhões de dólares de bilheteria. Um resultado espetacular do ponto de vista comercial.

Em dezembro surgiu nas telas outro mega sucesso do ator. "Rocky IV" logo se tornou o mais bem sucedido filme da franquia criada por Stallone. O velho lutador de boxe voltava dessa vez para reerguer o orgulho americano contra um lutador russo imbatível. O gigante Dolph Lundgren interpretava o intimidador desportista e soldado soviético Drago. Um homem praticamente criado em laboratório, feito para jogar Rocky e a bandeira dos Estados Unidos no chão. Era uma metáfora muito bem bolada por parte de Stallone. Ele apenas levou para um ringue de boxe a rivalidade da guerra fria entre seu país e a União Soviética. Com um roteiro desses não havia como errar. Foi um tiro certo. O filme estourou nas bilheterias. Rocky IV fez mais sucesso do que Rambo II. Em poucos dias o filme batia 400 milhões de dólares nos cinemas. Em um ano Stallone havia conseguido arrecadar quase 1 bilhão de dólares ao redor do mundo com apenas dois filmes! Era algo inédito até então. Um aspecto interessante é que ambos os filmes foram elogiados pelo presidente americano Ronald Reagan. O republicado, da ala mais direitista do partido, declarou em um discurso que os filmes recuperavam o verdadeiro espírito da América. Sem dúvida, nos anos 80 Stallone realmente escalou os picos da glória e do sucesso no cinema.

Pablo Aluísio.

sábado, 4 de agosto de 2018

Creed - Nascido para Lutar

Stallone poderia ter feito mais uma continuação vazia de Rocky, mas preferiu ir por outro caminho. Excelente escolha. Esse "Creed" não apenas foi um sucesso de público e crítica, como também abriu portas para uma outra franquia independente (Creed II já foi inclusive anunciado). Também ganhou pontos por deixar de lado seu ego de estrela de cinema para abrir um espaço para outros roteiristas e para o diretor Ryan Coogler dirigir um excelente drama esportivo, onde a ação também não é deixada de lado. Assim Sylvester Stallone acabou sendo indicado ao Oscar e ao Globo de Ouro por sua atuação! Quem imaginaria que nessa altura de sua vida ele iria ainda conseguir algo assim? Foi certamente algo excepcional.

De fato Stallone apenas serve como um coadjuvante de luxo dentro do enredo. O seu tão querido Rocky Balboa está curtindo seus anos de aposentadoria - vivendo uma existência modesta. E de repente bate à sua porta o jovem Adonis Johnson (Michael B. Jordan). Ele é filho do campeão Apollo Creed e quer ser também um campeão do boxe. Em sua forma de ver as coisas ninguém poderia lhe treinar melhor do que o próprio Rocky Balboa! E assim o filme se desenvolve. Há um pequeno problema de ritmo em sua estrutura e o roteiro não deixa de explorar certos clichês desse tipo de filme, porém é também inegável que o filme conseguiu chamar atenção por seus próprios méritos. Talvez Michael B. Jordan não seja um ator tão carismático para segurar um filme desse porte. Nesse aspecto ele acabou sendo salvo pelo próprio Stallone que sempre teve um carisma absurdo, ainda mais quando volta a interpretar o bom e velho Rocky Balboa.

Creed - Nascido para Lutar (Creed, Estados Unidos, 2015) Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM) / Direção: Ryan Coogler / Roteiro: Ryan Coogler, Aaron Covington / Elenco: Michael B. Jordan, Sylvester Stallone, Tessa Thompson / Sinopse: Jovem lutador procura campeão de boxe do passado para que esse o treine. O choque de gerações logo se torna bem evidente entre ambos. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Ator Coadjuvante (Sylvester Stallone). Vencedor do Globo de Ouro na mesma categoria.

Pablo Aluísio.