quinta-feira, 4 de agosto de 2022
O Satânico Dr. No
De qualquer forma temos também que admitir que apesar de ser um filme importante, por ter sido o primeiro Bond e tudo mais, esse filme envelheceu muito. Esteticamente ainda soa nostálgico e elegante, principalmente quando Connery está em cena, vestindo um elegante smoking. Porém nas cenas finais de ação, com toda aquela parafernália antiga, o filme se mostra completamente datado nos dias atuais. O diretor Terence Young fez um bom trabalho com o que tinha à disposição naqueles tempos, mas revisto hoje em dia o peso dessa mesma produção se faz sentir e de uma maneira bem ultrapassada.
O Satânico Dr. No (Dr. No, Inglaterra, 1962) Direção: Terence Young / Roteiro: Richard Maibaum, Johanna Harwood, baseados no livro escrito por Ian Fleming / Elenco: Sean Connery, Ursula Andress, Joseph Wiseman, Jack Lord, Bernard Lee / Sinopse: O agente inglês James Bond (Sean Connery) é enviado para desvendar o desaparecimento de um membro do serviço de inteligência de sua majestade, ao mesmo tempo que encontra uma ligação com a suspensão do programa espacial dos Estados Unidos. Por trás de tudo há um vilão sinistro, o misterioso Dr. No.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 17 de dezembro de 2019
007 Contra o Satânico Dr. No
Curiosamente esse primeiro James Bond não está entre os meus preferidos. Considero que as coisas ainda não estavam encaixadas definitivamente. O estúdio ainda procurava por uma adaptação perfeita, algo que só iria acontecer alguns anos depois. A produção assim tem alguns problemas relacionados mesmo com a falta de experiência em adaptar James Bond para o cinema. O roteiro surge por isso bem formulaico, simplificado, para que as pessoas viessem a conhecer bem o personagem principal. Sean Connery se saiu bem, mesmo sendo "marinheiro de primeira viagem". Ele teve sorte também porque a atriz Ursula Andress foi contratada para ser a primeira "Bond-Girl". Sua cena saindo do mar, de biquini provocante branco, com uma faca de caça na cintura ainda hoje é lembrada. Em suma, eis aqui o surgimento de Bond nos cinemas tal como conhecemos. Entre erros e acertos uma coisa ficou clara: havia muito potencial para esse agente inglês na sétima arte.
007 Contra o Satânico Dr. No (Dr. No, Inglaterra, 1962) Direção: Terence Young / Roteiro: Richard Maibaum, Johanna Harwood, baseados na obra de Ian Fleming / Elenco: Sean Connery, Ursula Andress, Bernard Lee, Jack Lord / Sinopse: O agente James Bond (Connery) é designado para uma nova missão. Ele terá que descobrir o paradeiro e os planos de destruição de um estranho vilão, conhecido apenas como Dr. No. Filme premiado pelo Globo de Ouro na categoria de Melhor revelação feminina (Ursula Andress).
Pablo Aluísio.
domingo, 13 de outubro de 2019
Os Quatro Heróis do Texas
O que mais me deixou surpreso aqui é que o filme não foi dirigido por um diretor medíocre mas sim pelo excelente cineasta Robert Aldrich de tantos títulos marcantes em seu filmografia. Ele não só dirigiu a fita como a produziu. O que deu errado dessa vez? Acredito que o problema central de "Os Quatro Heróis do Texas" seja seu roteiro tolo e abobado que não consegue convencer nem como western e nem como comédia. Nem a participação especial dos Três Patetas consegue levantar a bola do humor do filme. Tudo é muito frouxo e sem graça. As piadas não funcionam e definitivamente Sinatra não tinha talento para esse tipo de filme. Em suma, um grande desperdício no final das contas. "Os Quatros Heróis do Texas" pode ser resumido como um filme ruim que foi dirigido por um excelente diretor e com um bom elenco. Pena que deu tudo errado.
Os Quatro Heróis do Texas (4 For Texas, EUA, 1963) Direção: Robert Aldrich / Roteiro: Teddy Sherman, Robert Aldrich / Elenco: Frank Sinatra, Dean Martin, Ursula Andress, Anita Ekberg / Sinopse: Joe Jarrett (Dean Martin) rouba 100 mil dólares de Zach Thomas (Frank Sinatra) e com o dinheiro investe em um grande barco cassino, uma embarcação que era muito comum no século XIX nos grandes rios do sul dos EUA.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014
Fúria de Titãs
Título Original: Clash of the Titans
Ano de Produção: 1981
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Desmond Davis
Roteiro: Beverley Cross
Elenco: Laurence Olivier, Harry Hamlin, Claire Bloom, Maggie Smith, Ursula Andress
Sinopse:
Livre adaptação das estórias de heroísmo da mitologia grega. O Herói Teseu precisa enfrentar várias criaturas monstruosas (entre elas a terrível Medusa e o monstro dos mares Kraken) para salvar a linda e inocente princesa Andrômeda.
Comentários:
Então você gosta mesmo da nova franquia "Fúria de Titãs", não é mesmo? Pois bem meu caro cinéfilo, você precisa mesmo é ver o original realizado no começo dos anos 1980. Por quê? Simples, nada superou o charme dessa produção. Para começo de conversa o filme trazia o mito Sir Laurence Olivier no papel de Zeus (nada mais conveniente). O elenco aliás falava por sí só: a maravilhosa Maggie Smith e a eterna diva Ursula Andress estão presentes como divindades do Olimpo (Ursula provavelmente foi escalada porque o produtor desse filme era o mesmo da franquia James Bond). O atores estão todos bem. Agora, temos que dar o braço a torcer e reconhecer que "Fúria de Titãs" de 1981 será lembrado mesmo para sempre por causa do mestre Ray Harryhausen. As criaturas que ele criou para esse filme são inesquecíveis. Em uma época em que não existia computação gráfica o artesão Harryhausen conseguia dar vida à vários seres da mitologia grega. Até mesmo a corujinha mecânica - que foi reutilizada na nova franquia como uma forma de homenagear os efeitos do filme original - é marcante demais. Podem dizer o que quiserem, que tudo está datado, que o figurino é nada convincente e coisas do tipo. Quem teve o prazer de ver esse filme no cinema certamente não vai esquecer do impacto que ele causou na época. Um marco do cinema de fantasia em Hollywood.
Pablo Aluísio.
domingo, 18 de janeiro de 2009
O Seresteiro de Acapulco
Depois que Elvis Presley retornou do serviço militar e "Feitiço Havaiano" se tornou sua maior bilheteria nos cinemas até então, sua carreira cinematográfica ficou presa a um determinado estilo de filme. A fórmula parecia certeira, colocar Elvis para cantar músicas românticas em lugares paradisíacos ao lado de lindas garotas. "O Seresteiro de Acapulco" (do original "Diversão em Acapulco") é uma dessas produções de Elvis que seguiam à risca essa fórmula de vender o cantor nas telas. Funcionava? Certamente e para certos públicos funcionava ainda melhor, tanto que "Fun in Acapulco" logo se tornou um dos mais populares filmes de Elvis Presley para o público latino, fenômeno que se repetiu aqui no Brasil também.
A trilha sonora, o figurino, as belas locações, tudo contribuiu para que "Fun in Acapulco" caísse no gosto do público brasileiro. De tanto passar na "Sessão da Tarde" da Globo a gravadora do cantor no Brasil resolveu relançar no mercado sua trilha sonora em plenos anos 70 (com direito a novo relançamento na década de 80, fato único na discografia nacional de Presley). Não havia dúvidas que as reprises televisivas tinham se tornado um excelente meio de promoção da obra do artista em nosso país. O público que comprou o disco acabou levando um bom produto para casa pois a trilha sonora era realmente boa, com várias músicas de melodias belíssimas e agradáveis como a canção título, "You Can Say No In Acapulco", " I Think I'm Gonna Like It Here" e "Love Me Tonight" além de hits como a conhecida "Bossa Nova Baby".
No filme Elvis contracenou com uma de suas parceiras mais famosas, a bonita e classuda Ursula Andress. Ela havia acabado de sair do sucesso "O Satânico Dr No" (o primeiro filme de James Bond nas telas) e havia se tornado na mais nova aposta de Hollywood com seu visual exótico e glamouroso. Ela tinha tido um caso amoroso com o falecido James Dean e viu em Elvis um tipo parecido. O problema é que Presley já havia encontrado sua cara metade, a sua futura esposa Priscilla que tinha acabado de se mudar para sua mansão Graceland em Memphis e por isso não resolveu colocar a loira em sua lista de conquistas. Eu particularmente acho "O Seresteiro de Acapulco" um dos filmes mais simpáticos do cantor. A paisagem do balneário mexicano é linda o que deixa tudo muito agradável aos olhos. Enfim, "O Seresteiro de Acapulco" é um filme leve, divertido e indicado para quem quer conhecer como eram os chamados "filmes de verão" nos anos 60. Além de tudo isso ainda tem Elvis Presley cantando várias canções com saboroso sabor latino o que convenhamos já vale a fita inteira.
O Seresteiro de Acapulco (Fun in Acapulco, EUA, 1963) Direção de Richard Thorpe / Com Elvis Presley, Ursula Andress e Elsa Cárdenas./ Sinopse: Mike Windgren (Elvis Presley) um cantor americano em Acapulco procura ganhar alguns trocados cantando e dançando em bares e boates locais até que conhece uma linda garota, filha do chef de cozinha do hotel local.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 5 de maio de 2006
Sol Vermelho
A presença dos criminosos americanos logo se torna perigosa, pois o diplomata japonês carrega um precioso presente do imperador do Japão para o presidente dos EUA, uma espada samurai banhada em ouro. O precioso artefato logo chama a atenção de Gauche (Delon) que nem pensa duas vezes antes de se apoderar do objeto. Após matar um dos samurais. ele pega a espada de ouro para si. Afinal, ele é um ladrão! E como se isso não fosse o bastante resolve também trair seu comparsa Link (Bronson), jogando uma banana de dinamite em sua direção, tudo para ficar com todo o dinheiro e o ouro apenas para si e seus capangas. Agora, para reaver a espada e vingar a morte do samurai, uma estranha e improvável parceria é feita entre Link e o samurai Kuroda Jubie (Toshirô Mifune). Juntos eles partem em busca de Gauche e seu bando pelo oeste afora.
"Sol Vermelho" é uma produção entre França, Espanha e Itália, que novamente em clima de western spaguetti, resolveu transpor para as telas a curiosa fusão entre filmes de faroeste e de artes marciais. A premissa sem dúvida é das mais interessantes pois não é sempre que se vê em pleno velho oeste um samurai devidamente trajado, usando sua tradicional espada e seu código de honra no meio de um bando de pistoleiros e cowboys americanos.
O cineasta inglês Terence Young rodou os três primeiros filmes da franquia de James Bond e talvez por essa razão, tenha aqui em "Sol Vermelho", priorizado as cenas de ação e combate. Um roteiro que colocasse em cena um pistoleiro americano e um samurai japonês poderia render bem mais se a direção aproveitasse a inusitada situação para explorar as diferenças culturais entre eles, mas essa não pareceu ser em nenhum momento a intenção do diretor, que realmente focou sua atenção nas cenas de tiroteios e lutas corporais. No final, o que temos aqui, é um filme eficiente, bem movimentado mas também muito convencional, bem ao estilo do cinema mais comercial da época. De uma forma ou outra não há como não recomendar a produção principalmente pela presença do ótimo elenco, que repito, poderia ter sido melhor aproveitado, mas que mesmo assim não decepciona completamente.
Sol Vermelho (Red Sun, Soleil Rouge, França, Itália, Espanha, 1971) Direção: Terence Young / Roteiro: Laird Koenig, Denne Bart Petitclerc / Elenco: Charles Bronson, Toshirô Mifune, Alain Delon, Ursula Andress, Guido Lollobrigida / Sinopse: Após um assalto a um trem, um dupla formada por um pistoleiro americano (Bronson) e um samurai japonês (Mifune) sai em busca do criminoso (Delon) responsável pelo roubo.
Pablo Aluísio.