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segunda-feira, 10 de abril de 2023

A Condessa de Hong Kong

Título no Brasil: A Condessa de Hong Kong
Título Original: A Countess from Hong Kong
Ano de Lançamento: 1967
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Charles Chaplin
Roteiro: Charles Chaplin
Elenco: Marlon Brando, Sophia Loren, Sydney Chaplin, Charles Chaplin, Tippi Hedren, Patrick Cargill

Sinopse:
Um diplomata norte-americano se surpreende numa viagem de cruzeiro quando descobre em uma cabine, escondida, uma mulher que se diz condessa russa, mas será mesmo que ela estaria dizendo a verdade? Comédia de costumes dirigida pelo mestre do cinema e do humor Charles Chaplin. 

Comentários:
Até os maiores gênios do cinema possuem seus tropeços. O maior tropeço da filmografia de Charles Chaplin veio nessa comédia sem graça com um elenco que era muito popular na época, mas que definitivamente não deu certo em cena. Foi uma má ideia do diretor (naquela época já bem idoso) chamar Marlon Brando para atuar no filme. Ele nunca foi comediante na vida, não tinha talento para o humor, algo reconhecido pelo próprio. Só aceitou fazer o filme porque afinal o convite partiu de Chaplin e ele tinha muito interesse em ser dirigido por um dos maiores gênios do cinema na história. Só que as boas intenções iniciais na realização desse projeto foram em vão. O filme é ruim de doer, realmente constrangedor. O roteiro apresenta um tipo de humor que já naquela época era muito ultrapassado. Chaplin usando de gags da era do cinema mudo errou e errou feio. Não demorou muito e o próprio Marlon Brando entendeu que o filme iria afundar, tanto que ele anos depois o chamou de "meu maior desastre na carreira". Pois é, mesmo com os melhores profissionais, um filme pode fracassar de forma absoluta. Basta ter os atores errados ser lançado na época errada. Esse filme provou essas duas coisas de forma excepcional. 

Pablo Aluísio.

domingo, 25 de julho de 2021

Nine

Gostei desse musical. A direção foi de Rob Marshall, o mesmo cineasta que dirigiu "Chicago". Se aquele ganhou o Oscar e foi consagrado, nesse aqui teve resultados bem mais modestos. Mesmo assim se trata de um filme com classe, muito sofisticado, com ótima trilha sonora. A história conta a crise existencial e artística pela qual passa o cineasta italiano Guido Contini (Daniel Day-Lewis). No passado ele fez uma série de filmes maravilhosos, amados por todos. Só que agora ele parece ter perdido a originalidade e a criatividade para dirigir filmes. Seus últimos lançamentos foram fracassos comerciais. E agora, perto do começo das filmagens de seu novo filme, não há nada, não há script e nem um roteiro. Ele se sente completamente vazio.

O enredo de "Nine" foi claramente inspirado na vida do cineasta Federico Fellini, a tal ponto que o personagem também é chamado várias vezes de "maestro". E no meio dessa história vão surgindo os números musicais, todos ótimos em minha visão. O elenco conta com uma galeria de estrelas de Hollywood e cada uma delas tem seu próprio número musical onde dança e canta (muito bem, por sinal). A única que achei um pouco desperdiçada foi Nicole Kidman. Ela interpreta a musa dos filmes do diretor Guido. Só tem um belo número onde canta - ela tem uma voz linda - mas fora isso tem pouco espaço denrro da história. Daniel Day-Lewis tem mais espaço, obviamente. Além de seu conhecido talento como ator ele surpreende completamente ao cantar. Tem voz bonita e não desafina em nenhuma nota. Enfim, um filme bonito de se ver e também de se ouvir. Gostei de praticamente tudo.

Nine (Nine, Estados Unidos, Itália, 2009) Direção: Rob Marshall / Roteiro: Michael Tolkin, Anthony Minghella, baseados no musical da Broadway "Nine" de Arthur Kopit / Elenco: Daniel Day-Lewis, Nicole Kidman, Penélope Cruz, Judi Dench, Sophia Loren, Kate Hudson, Marion Cotillard / Sinopse: Diretor de cinema passa por uma crise pessoal e artística. Além de não ter nenhuma ideia para seu próximo filme ainda precisa lidar com problemas pessoais envolvendo os amores de sua vida. Filme indicado ao Oscar nas categorias de melhor atriz coadjuvante (Penélope Cruz), melhor figurino, melhor música (Take It All) e melhor direção de arte.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 23 de março de 2021

Os Girassóis da Rússia

Esse clássico do cinema italiano conta a história de amor entre o soldado Antonio (Marcello Mastroianni) e a jovem Giovanna (Sophia Loren). Eles se conhecem, começam a namorar e se casam, meio que na base do impulso. Começa a segunda guerra mundial e a Itália se alia com a Alemanha nazista. Antonio é então enviado para o front russo, em pleno inverno. Ali se travou algumas das mais sangrentas batalhas de toda a guerra. Quando a II guerra chega ao fim, ele não retorna para casa. A esposa fica desesperada, tentando descobrir onde ele está, se vivo ou morto. As autoridades não sabem informar seu paradeiro. Assim Antonio é declarado desaparecido em batalha.

A personagem interpretada por Sophia Loren não se conforma. Depois de anos e anos tentando encontrá-lo ela decide ir sozinha para a União Soviética em busca de respostas. Se as autoridades italianas não sabem onde ele foi parar, talvez os russos possam lhe informar alguma coisa. Quando chega em Moscou as coisas não melhoram muito, porém em um lance de sorte incrível ela finalmente descobre pistas de seu marido desaparecido. Será que após tantos anos ela finalmente o encontraria vivo?

Esse filme "Os Girassóis da Rússia" foi dirigido pelo cineasta italiano Vittorio De Sica, considerado um dos grandes nomes da história do cinema europeu. Ele de fato procurou seguir passos de outros épicos românticos da época, como por exemplo, "Dr. Jivago". O resultado ficou muito bom, diria até mesmo expressivo. Essa foi uma das poucas produções ocidentais que tiveram autorização para realizar filmagens em Moscou, na praça vermelha e no Kremlin. Na época era impensável que um filme americano seria filmado por lá, por exemplo. No final, quando chegamos ao clímax, a música sobe e o romantismo, que imperou durante quase todo o filme, dá vez para um realismo duro, porém mais do que adequado para a história. Um final que apesar de não ser feliz, era mesmo a melhor opção para essa história de amor, guerra e tragédia.

Os Girassóis da Rússia (I girasoli, Itália, França, Inglaterra, 1970) Direção: Vittorio De Sica / Roteiro:  Tonino Guerra, Cesare Zavattini / Elenco: Sophia Loren, Marcello Mastroianni, Lyudmila Saveleva / Sinopse: Após o fim da II Guerra Mundial, jovem esposa de soldado desaparecido não se conforma pela falta de notícias sobre o que teria acontecido com ele na guerra. Assim parte para a União Soviética em busca de respostas. Filme indicado ao Oscar na categoria de melhor trilha sonora incidental original (Henry Mancini).

Pablo Aluísio.

domingo, 22 de março de 2020

El Cid

El Cid segue sendo um grande filme épico medieval. Mais um ponto alto na carreira do ator Charlton Heston. Logo ele, um dos mais bem sucedidos atores de todos os tempos nesse estilo cinematográfico. Basta lembrar de clássicos absolutos como "Ben-Hur" e "Os Dez Mandamentos". De fato bastaria apenas esses dois filmes para colocar Heston entre os grandes nomes da era de ouro de Hollywood. Porém ele foi além, estrelando também outros grandes filmes. El Cid é certamente um dos melhores deles. É uma grande produção. O filme não economizou nos custos. Há uma infinidade de figurantes, batalhas épicas e exércitos. Na época nada disso poderia ser feito de forma digital como se faz hoje em dia, assim tudo o que se vê na tela é real e até hoje impressiona, principalmente na batalha final travada nas praias do castelo de Valença. O Produtor Samuel Bronston tinha fama de não economizar nos custos de seus filmes. Assistindo El Cid entendemos bem a razão dessa sua fama.

O filme conta a história desse personagem histórico ainda hoje muito conhecido, o guerreiro e cavaleiro El Cid, venerado em alguns países europeus como um dos grandes heróis da história. Essa visão é meio distorcida. O roteiro de El Cid segue esse erro pois é pouco correto do ponto de vista histórico. No filme o cavaleiro é visto como um homem de atitudes grandiosas, nobres. O fato porém é que El Cid era algo que hoje em dia poderia ser definido facilmente como mercenário, ou seja, após ser exilado ele colocava seu exército particular à disposição de quem lhe pagasse mais, sejam cristãos ou mouros. Outro fato que foge da realidade histórica se refere à própria morte de El Cid. No filme seu final vai de encontro ao famoso poema medieval que o enobrecia como símbolo de virtude. Na história real sua morte foi bem mais banal e comum pois faleceu em seu castelo e não em luta de forma heroica como mostrada no filme.

A direção do filme ficou em boas mãos. Anthony Mann dirigiu grandes filmes ao longo de sua carreira, inclusive "Winchester 73" (western com excelente elenco, contando com Rock Hudson e James Stewart), "A Queda do Império Romano". "Cimarron" entre outros. Definitivamente "El Cid" foi o filme mais caro que se envolveu. As filmagens ocorreram na Espanha e Itália com equipe estrangeira e não deve ter sido nada fácil organizar e dirigir uma produção desse nível. Mesmo assim o resultado grandioso ficou muito bom, embora se perceba vários "vácuos" no filme, isso apesar dele ter mais de três horas de duração. A impressão que tive foi que o diretor se perdeu um pouco no corte ideal para o filme, pois há sequências enormes e desnecessárias, como o longo romance entre os personagens do casal Heston e Loren. Já outros personagens importantes na história não mereceram a mesma atenção. Como diretor ele deveria ter feito um filme mais enxuto e focado na minha opinião.

Outros problemas podem ser encontrados ao longo do filme. O romance entre Charlton Heston e Sophia Loren, por exemplo, não decola no filme. Na minha opinião o problema é a falta de talento da bela atriz. Sophia Loren tinha exageros de caracterização, cacoetes que ela trazia do cinema italiano e isso nem sempre funcionava bem. Heston, por sua vez, repete suas atuações de personagens épicos, que são virtuosos e acima do bem e do mal. Os atores que interpretam os dois reis em conflito (na realidade eram quatro) são fracos, em especial John Fraser que interpreta o Rei Alfonso. Muito afetado, ficou mais parecendo uma versão medieval de Calígula. Mesmo assim, com esse pequenos problemas em detalhes, não há como negar as qualidades cinematográficas dessa obra.

El Cid (El Cid, Estados Unidos, Itália, 1962) Direção: Anthony Mann / Roteiro: Fredric M. Frank, Philip Yordan / Elenco: Charlton Heston, Sophia Loren, Raf Vallone / Sinopse: Épico que narra a história do guerreiro medieval El Cid que lutou contra as invasões mouras na Península Ibérica durante a alta idade média. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Direção de Arte, Melhor Trilha Sonora Original e Melhor Música (Miklós Rózsa). Indicado no Globo de Ouro na categoria de Melhor Filme - Drama, Melhor Direção e Melhor Trilha Sonora Original (Miklós Rózsa).

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 29 de novembro de 2019

A Lenda dos Desaparecidos

O diretor Henry Hathaway teve uma ideia interessante. Que tal colocar o eterno cowboy John Wayne bem no meio do deserto do Sahara? Pois esse é justamente o principal atrativo desse filme bem diferente da filmografia do ator. Ele interpreta um americano chamado Joe January que vive numa cidade do norte da África. Entre bebedeiras e brigas de bar, ele acaba sendo contratado por um estrangeiro, um homem refinado, que o contrata para atravessar o deserto ao seu lado. O objetivo é achar o seu pai, desaparecido nas areias do mais hostil deserto do planeta.

Não é uma viagem fácil de fazer, pois além da falta de água, do sol incandescente e dos ataques de tribos violentas como os Tuaregs, ele precisa ainda localizar no meio daquela imensidão o paradeiro de um homem desaparecido há meses. Completando o trio de personagens principais surge uma mulher, uma meretriz e ladra interpretada por uma jovem e sensual Sophia Loren. Símbolo sexual na época, o diretor soube muito bem utilizar sua beleza, a colocando em roupas provocantes, criando, como era de se esperar, uma tensão sexual no trio, envolvendo John Wayne e o francês que o contratou para atravessar o deserto.

O filme foi todo rodado em locações na Líbia. Na região existem ruínas milenares de uma antiga cidade romana que serviu de cenário perfeito para as cenas finais do filme. John Wayne não precisou se esforçar muito, interpretando novamente o papel de cowboy durão que sempre o caracterizou no cinema. Era sucesso de bilheteria certo. O diferencial vem mesmo do lugar onde a história se passa. A fotografia do filme ficou belíssima por causa das areias e das dunas do deserto do Sahara. Ali o diretor Henry Hathaway conseguiu tomadas maravilhosas da natureza local. Só não espere grandes inovações em termos de roteiro, já que o filme segue de perto a cartilha das produções de aventuras da época, mesmo que desenvolva bem o lado psicológico de cada personagem. Dessa maneira se torna mesmo um ótimo momento das carreiras de Sophia Loren e John Wayne, dupla que aliás só trabalharia uma vez juntos, justamente nessa produção.

A Lenda dos Desaparecidos (Legend of the Lost, Estados Unidos, 1957) Direção: Henry Hathaway / Roteiro: Robert Presnell Jr / Elenco: John Wayne, Sophia Loren, Rossano Brazzi / Sinopse: O americano Joe January (John Wayne) é contratado por um francês chamado Paul Bonnard (Rossano Brazzi) para uma viagem ao deserto do Sahara. Ele quer localizar seu pai, desaparecido há vários meses. A jovem garota Dita (Sophia Loren), apaixonada por Paul, decide também se unir a eles, dando origem a várias aventuras e desafios nas areias do deserto sem fim.

Pablo Aluísio. 

terça-feira, 22 de maio de 2018

A Queda do Império Romano

Título no Brasil: A Queda do Império Romano
Título Original: The Fall of the Roman Empire
Ano de Produção: 1964
País: Estados Unidos, Itália
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Anthony Mann
Roteiro: Ben Barzman, Basilio Franchina
Elenco: Alec Guiness, Sophia Loren, Christopher Plummer, Omar Sharif, James Mason, Stephen Boyd

Sinopse:
Maior império que o mundo já conheceu, o Império Romano começa a entrar em colapso por causa de problemas internos ao qual o filme explora muito bem: invasões de povos bárbaros, corrupção, brigas internas, politicagem e um Imperador frívolo que negligencia a administração do Império em razão de sua obsessão por lutas de gladiadores. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Trilha Sonora (Dimitri Tiomkin). Vencedor do Globo de Ouro na categoria de Melhor trilha sonora original incidental (Dimitri Tiomkin).

Comentários:
Belo filme épico! Esse "A Queda do Império Romano" tem uma das mais ricas produções que já vi. Na época não existia possibilidade de fazer nada virtual, tudo tinha que realmente existir. Assim tudo o que se vê na tela é real e impressiona o espectador!. São multidões de figurantes em cena. Acredito que seja o filme com o maior número de figurantes da história, cenários maravilhosos, figurinos deslumbrantes e tudo o que não poderia faltar em um filme épico como esse. Como produção o filme é realmente nota dez. Bonito de se ver, traz alguns problemas pontuais. Acredito que o diretor Anthony Mann se perdeu com o tamanho da produção. O filme tem três horas de duração, mas o enredo fica disperso, sem foco. Mesmo com todo esse tempo ele não conseguiu contar direito a sua história. Em muitos momentos se percebe que a direção está mais preocupada em explorar os cenários luxuosos do que investir nos personagens do filme. Na minha opinião esse é o típico caso em que a direção foi engolida pela produção do filme. Muito luxo e beleza, porém pouco trabalho de direção para os personagens que desfilam pela tela. Nenhum deles chega a ser bem desenvolvido, infelizmente.

O contraste é que não faltaram bons atores para os papéis principais. O elenco apresenta por isso altos e baixos. Entre as interpretações de grande categoria o filme traz Alec Guiness, perfeito na pele do Imperador Marco Aurélio. Suas cenas são excelentes, inclusive um inspirado monólogo de grande impacto. Christopher Plummer como o Imperador Comodus também está acima da média. Já do lado ruim no quesito de elenco temos uma Sophia Loren muito bonita, mas canastrona até o último fio de cabelo encaracolado e um Livius (o mocinho do filme) muito inexpressivo, interpretado por um apagado Stephen Boyd. Ele é tão sem graça que quase coloca todo o filme a perder. E pensar que esse papel seria do grande Charlton Heston. Por fim temos um roteiro que não consegue dar conta de um período histórico tão complexo e cheio de detalhes importantes. O texto toma grandes liberdades com a história real dos imperadores retratados no filme. Certamente não é historicamente correto e acredito inclusive que essa nunca foi a intenção dos roteiristas. Muita coisa se perdeu em nome de uma dramaticidade maior nos momentos mais importantes do filme. De qualquer forma consegue, aos trancos e barrancos, prender a atenção do espectador.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

A Invasão dos Bárbaros

Título no Brasil: A Invasão dos Bárbaros
Título Original: Attila
Ano de Produção: 1954
País: Itália, França
Estúdio: Producciones Ponti-de Laurentiis
Direção: Pietro Francisci
Roteiro: Ennio De Concini, Richard C. Sarafian
Elenco: Anthony Quinn, Sophia Loren, Henri Vidal, Claude Laydu, Irene Papas, Colette Régis

Sinopse:
Durante o século V da era cristã, o general romano Aécio (Henri Vidal) é enviado até as terras ocupadas pelos bárbaros conhecidos como Hunos. Eles são liderados por um guerreiro violento chamado Átila (Anthony Quinn). O militar de Roma pretende assinar um tratado de paz com os bárbaros, mas logo percebe que isso é praticamente impossível pois uma invasão está prestes a acontecer nas fronteiras do império.

Comentários:
Filme baseado em fatos históricos reais. Átila, Rei dos Hunos, passou para a história conhecido como "O Flagelo de Deus". Ele liderou a maior invasão bárbara que se teve notícia até então. O outrora glorioso Império Romano estava em franca decadência. Liderado por um jovem e fraco imperador chamado Valentiniano III, Roma acabou sendo invadida pelos Hunos de uma forma nunca antes vista. Esse filme franco italiano tentou contar essa famosa passagem da história da queda do Império Romano. Pena que não teve o orçamento necessário para isso. Realmente o que estraga esse filme é sua fraca produção. Para épicos assim era necessário ter milhões de dólares na época. Como o filme foi feito na Itália, com um orçamento insuficiente, ficamos com aquela sensação ruim de estar assistindo a um teatro filmado, ou pior que isso, a uma novela de TV. O elenco até era muito bom, com destaque para o expansivo Anthony Quinn. Aqui cometeram um erro de maquiagem nele pois para reproduzir os olhos orientais de Átila, puxaram o rosto do ator para trás, lhe trazendo um aspecto nada natural. Sophia Loren, jovem e bonita, muito sensual até, interpretou a irmã do afeminado imperador, a víbora Honoria. Um papel central na trama, pois ela acabou sendo uma das razões da invasão dos bárbaros sobre Roma. O problema é que Loren não era uma atriz muito experiente na época em que o filme foi feito. Sua atuação deixa mesmo a desejar. Assim, no final das contas, temos um filme menor, pequeno demais para a grandeza da história que tenta contar.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 6 de maio de 2015

Prêt-à-Porter

Título no Brasil: Prêt-à-Porter
Título Original: Prêt-à-Porter
Ano de Produção: 1994
País: Estados Unidos
Estúdio: Etalon Film, Miramax
Direção: Robert Altman
Roteiro: Robert Altman, Barbara Shulgasser
Elenco: Sophia Loren, Julia Roberts, Marcello Mastroianni, Kim Basinger, Stephen Rea, Forest Whitaker, Tim Robbins, Lauren Bacall, Danny Aiello, Cher, Harry Belafonte

Sinopse:
Uma crônica da vida interconectada de um grupo de pessoas na preparação para a Paris Fashion Week. Filme indicado ao Golden Globes nas categorias de Melhor Filme - Comédia ou Musical e Melhor Atriz Coadjuvante (Sophia Loren).

Comentários:
O cineasta Robert Altman, falecido em 2006, pautou toda a sua carreira na realização de filmes mais independentes, que tivessem como foco principal um tipo de cinema mais cultural e inovador. Na fase final de sua carreira acabou caindo também nas graças dos grandes estúdios e das grandes estrelas que não perdiam a chance de aparecer em um de seus filmes. Assim o que temos nesse último momento de sua carreira são produções com roteiros ao estilo mosaico (vários personagens que vão se encontrando ao longo do enredo) e com elencos imensos. Algumas vezes funcionava, mas sinceramente falando em outras ocasiões a coisa toda ficava dispersa demais, sem foco, geralmente tudo se desenvolvendo ao mero acaso. "Prêt-à-Porter" vai bem por esse caminho. Não há exatamente uma história coesa para contar e nem tampouco algum personagem que possa ser considerado o principal, o eixo da trama. Na verdade a impressão que fica ao espectador é a que ele está vendo um documentário sobre o mundo fashion e não um filme convencional. Para quem gosta de moda há o interesse pelos desfiles e pelas roupas, pelo clima dos bastidores também. Já para quem vai atrás apenas de cinema o gostinho pode ser de decepção. Eu nunca me arrependi de ter visto um filme assinado por Robert Altman, porém devo admitir que em muitas ocasiões cheguei bem perto disso!  

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

El Cid

El Cid segue sendo um grande filme épico medieval. Mais um ponto alto na carreira do ator Charlton Heston. Logo ele, um dos mais bem sucedidos atores de todos os tempos nesse estilo cinematográfico. Basta lembrar de clássicos absolutos como "Ben-Hur" e "Os Dez Mandamentos". De fato bastaria apenas esses dois filmes para colocar Heston entre os grandes nomes da era de ouro de Hollywood. Porém ele foi além, estrelando também outros grandes filmes. El Cid é certamente um dos melhores deles. É uma grande produção. O filme não economizou nos custos. Há uma infinidade de figurantes, batalhas épicas e exércitos. Na época nada disso poderia ser feito de forma digital como se faz hoje em dia, assim tudo o que se vê na tela é real e até hoje impressiona, principalmente na batalha final travada nas praias do castelo de Valença. O Produtor Samuel Bronston tinha fama de não economizar nos custos de seus filmes. Assistindo El Cid entendemos bem a razão dessa sua fama.

O filme conta a história desse personagem histórico ainda hoje muito conhecido, o guerreiro e cavaleiro El Cid, venerado em alguns países europeus como um dos grandes heróis da história. Essa visão é meio distorcida. O roteiro de El Cid segue esse erro pois é pouco correto do ponto de vista histórico. No filme o cavaleiro é visto como um homem de atitudes grandiosas, nobres. O fato porém é que El Cid era algo que hoje em dia poderia ser definido facilmente como mercenário, ou seja, após ser exilado ele colocava seu exército particular à disposição de quem lhe pagasse mais, sejam cristãos ou mouros. Outro fato que foge da realidade histórica se refere à própria morte de El Cid. No filme seu final vai de encontro ao famoso poema medieval que o enobrecia como símbolo de virtude. Na história real sua morte foi bem mais banal e comum pois faleceu em seu castelo e não em luta de forma heroica como mostrada no filme.

A direção do filme ficou em boas mãos. Anthony Mann dirigiu grandes filmes ao longo de sua carreira, inclusive "Winchester 73" (western com excelente elenco, contando com Rock Hudson e James Stewart), "A Queda do Império Romano". "Cimarron" entre outros. Definitivamente "El Cid" foi o filme mais caro que se envolveu. As filmagens ocorreram na Espanha e Itália com equipe estrangeira e não deve ter sido nada fácil organizar e dirigir uma produção desse nível. Mesmo assim o resultado grandioso ficou muito bom, embora se perceba vários "vácuos" no filme, isso apesar dele ter mais de três horas de duração. A impressão que tive foi que o diretor se perdeu um pouco no corte ideal para o filme, pois há sequências enormes e desnecessárias, como o longo romance entre os personagens do casal Heston e Loren. Já outros personagens importantes na história não mereceram a mesma atenção. Como diretor ele deveria ter feito um filme mais enxuto e focado na minha opinião.

Outros problemas podem ser encontrados ao longo do filme. O romance entre Charlton Heston e Sophia Loren, por exemplo, não decola no filme. Na minha opinião o problema é a falta de talento da bela atriz. Sophia Loren tinha exageros de caracterização, cacoetes que ela trazia do cinema italiano e isso nem sempre funcionava bem. Heston, por sua vez, repete suas atuações de personagens épicos, que são virtuosos e acima do bem e do mal. Os atores que interpretam os dois reis em conflito (na realidade eram quatro) são fracos, em especial John Fraser que interpreta o Rei Alfonso. Muito afetado, ficou mais parecendo uma versão medieval de Calígula. Mesmo assim, com esse pequenos problemas em detalhes, não há como negar as qualidades cinematográficas dessa obra.

El Cid (El Cid, Estados Unidos, Itália, 1962) Direção: Anthony Mann / Roteiro: Fredric M. Frank, Philip Yordan / Elenco: Charlton Heston, Sophia Loren, Raf Vallone / Sinopse: Épico que narra a história do guerreiro medieval El Cid que lutou contra as invasões mouras na Península Ibérica durante a alta idade média. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Direção de Arte, Melhor Trilha Sonora Original e Melhor Música (Miklós Rózsa). Indicado no Globo de Ouro na categoria de Melhor Filme - Drama, Melhor Direção e Melhor Trilha Sonora Original (Miklós Rózsa).

Pablo Aluísio.

sábado, 12 de maio de 2007

A Queda do Império Romano

Produção: Uma das mais ricas que já vi. Na época não existia possibilidade de fazer nada virtual, tudo tinha que realmente existir. Assim tudo o que se vê na tela é real (e impressiona). São multidões de figurantes (acredito que seja o filme com o maior número de figurantes da história), cenários maravilhosos, figurinos deslumbrantes e tudo o que não poderia faltar em um filme épico como esse. Como produção o filme é realmente nota 10.

Direção: Acredito que o diretor Anthony Mann se perdeu com o tamanho da produção. O filme tem três horas de duração mas o enredo fica disperso, sem foco. Mesmo com todo esse tempo ele não conseguiu contar direito a história. Em muitos momentos se percebe que a direção está mais preocupada em explorar os cenários luxuosos do que investir nos personagens do filme. Na minha opinião esse é o típico caso em que a direção foi engolida pela produção do filme.

Elenco: Tem altos e baixos. Entre as interpretações de grande categoria o filme traz Alec Guiness perfeito na pele do Imperador Marco Aurélio. Suas cenas são excelentes, inclusive um inspirado monólogo de grande impacto. Christopher Plummer como o Imperador Comodus também está acima da média. Já do lado ruim no quesito de elenco temos uma Sophia Loren muito bonita mas canastrona até o último fio de cabelo encaracolado e um Livius (o mocinho do filme) muito xoxo interpretado por Stephen Boyd. Ele é tão sem graça que quase coloca todo o filme a perder. E pensar que esse papel seria do Charlton Heston.

Roteiro: Toma grandes liberdades com a história real dos Imperadores retratados no filme. Certamente não é historicamente correto e acredito inclusive que essa nunca foi a intenção dos roteiristas. De qualquer forma consegue, aos trancos e barrancos, prender a atenção do espectador.

A Queda do Império Romano (The Fall of the Roman Empire, Estados Unidos, 1964) Direção de Anthony Mann / Com Alec Guiness, Sophia Loren, Christopher Plummer, Omar Sharif, James Mason e Stephen Boyd / Sinopse: Maior império que o mundo já conheceu o Império Romano começa a entrar em colapso por causa de problemas internos ao qual o filme explora muito bem: corrupção, brigas internas, politicagem e um Imperador frívolo que negligencia a administração do Império em razão de sua obsessão por lutas de gladiadores.

Pablo Aluísio

terça-feira, 24 de abril de 2007

Sophia Loren


 Sophia Loren
A atriz italiana desfila com toda a elegância e classe em seu vestido na noite em Hollywood.