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terça-feira, 3 de setembro de 2024

Um Dia Voltarei

Título no Brasil: Um Dia Voltarei
Título Original: Flame of Barbary Coast
Ano de Lançamento: 1945
País: Estados Unidos
Estúdio: Republic Pictures
Direção: Joseph Kane
Roteiro: Borden Chase, Prescott Chaplin
Elenco: John Wayne, Ann Dvorak, Joseph Schildkraut

Sinopse:
Em San Francisco, no crepúsculo do velho oeste, um cowboy chamado Duke Fergus (John Wayne) se apaixona por uma bela dançarina e cantora de saloon conhecida como Ann 'Flaxen' Tarry (Ann Dvorak). Só que conquistar seu coração não vai ser tão fácil pois ele terá que disputá-la contra o magnata corrupto Tito Morell (Joseph Schildkraut). Filme indicado ao Oscar nas categoria de Melhor Som e Melhor Música Original (R. Dale Butts e Morton Scott). 

Comentários:
A Segunda Guerra Mundial estava chegando ao seu final quando John Wayne decidiu voltar aos filmes de faroeste. Só que dessa vez ele optou por um roteiro bem leve, quase uma comédia romântica passada nos tempos do velho oeste. Nada de muita ação envolvida, a história se concentrava mais nessa cantora e bailarina, cujo coração era disputada por dois homens, um magnata rico e sem escrúpulos e o cowboy de Wayne, trabalhador, de bom coração, muito ético e tudo mais. O fato curioso é que o próprio Wayne escolheu a atriz que iria trabalhar nesse papel da dançarina de saloon. E ele escolheu Ann Dvorak. Os críticos da época do lançamento original do filme criticaram a escolha pois ela já tinha passado da idade certa para interpretar essa personagem. Para Wayne isso entretanto era irrelevante. Ele estava interessado mesmo em seus talentos como cantora e dançarina. E nesse aspecto a veterana realmente não deixou nada a desejar. 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 20 de agosto de 2024

A Grande Jornada

Título no Brasil: A Grande Jornada
Título Original: The Big Trail
Ano de Produção: 1930
País: Estados Unidos
Estúdio: Fox Film Corporation
Direção: Raoul Walsh, Louis R. Loeffler
Roteiro: Hal G. Evarts
Elenco: John Wayne, Marguerite Churchill, El Brendel

Sinopse:
Breck Coleman (John Wayne) é um cowboy que tem uma complicada tarefa a realizar. Ele precisa liderar uma caravana de pioneiros em direção ao oeste selvagem. No caminho enfrentará todos os tipos de adversidades, como ataques de índios selvagens, desertos, tempestades e rios caudalosos. Além disso precisa encontrar um assassino entre os viajantes, um criminoso que matou covardemente um caçador de peles.

Comentários:
Sempre considerei esse o primeiro filme de John Wayne de fato. Claro que cronologicamente não foi, ele participou de vários antes, mas no geral eram participações quase inexistentes, onde seu nome sequer era mencionado nos créditos e seus "personagens", se podemos chamar assim, sequer tinham nomes. No geral ele era apenas o cara fortão que se envolvia em alguma briga ou o membro de alguma quadrilha do mal, trocando tiros com o mocinho. Em "The Big Trail", por outro lado, já temos nos créditos o nome de John Wayne que aqui interpreta Breck Coleman! Não vá porém esperando por algo que lembre em muita coisa o Wayne que os fãs aprenderam a gostar ao longo das décadas seguintes. Tudo é muito simples em "A Grande Jornada", fruto de uma época em que o cinema ainda engatinhava. Mesmo assim ver o grande Wayne em seu figurino de Daniel Boone é sempre algo muito gratificante, principalmente para os fãs da sétima arte. Um pouco de história dessa arte que tanto cativa os espectadores até nos dias de hoje.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 14 de agosto de 2024

McQ - Um Detetive Acima da Lei

Título no Brasil: McQ - Um Detetive Acima da Lei
Título Original: McQ
Ano de Lançamento: 1974
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: John Sturges
Roteiro: Lawrence Roman
Elenco: John Wayne, Eddie Albert, Julie Adams, Diana Muldaur, William Bryant, Julian Christopher

Sinopse:
Após a morte de seu parceiro na corporação, um veterano policial decide investigar o crime, mas é impedido por seus superiores no Departamento de Polícia. Ele então decide entregar seu cargo, sua insígnia e suas armas, se tornando detetive particular. E ele acabará pagando um alto preço por tentar desvendar aquele crime de todas as maneiras possíveis. 

Comentários:
No final de sua carreira o ator John Wayne procurou por novos caminhos, tentando outros estilos de filmes. Não ficar tão preso na fórmula de seus filmes de faroeste. Um exemplo dessa tentativa de mudar encontramos aqui nesse filme policial dos anos 70. É sem dúvida um bom filme, mas fiquei com a impressão de que Wayne tentava copiar o estilo dos filmes de Dirty Harry de Clint Eastwood. E isso era bem curioso porque Wayne não gostava de Clint. De qualquer forma vale destacar duas boas cenas de ação. A primeira ocorre quando o carro do personagem de Wayne é encurralado num pequeno trecho entre dois prédios. Ele é literalmente amassado por dois caminhões enormes e tudo isso com Wayne dentro dele. Outra boa cena surge no final, quando há uma perseguição de carros nas areias de uma praia californiana. Ficou tudo muito bem realizado. Enfim, um bom filme policial com o bom e velho John Wayne, aqui dando um tempo em seus famosos filmes de cowboy. 

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 15 de julho de 2024

O Expresso da Aventura

Título no Brasil: O Expresso da Aventura
Título Original: The Hurricane Express
Ano de Produção: 1932
País: Estados Unidos
Estúdio: Mascot Pictures, American Film Company
Direção: J.P. McGowan, Armand Schaefer
Roteiro: Colbert Clark, Barney A. Sarecky
Elenco: John Wayne, T Marshall, Conway Tearle, John Wayne

Sinopse:
Um sabotador desconhecido começa a destruir as linhas da ferrovia Pacific Express. Em uma dessas sabotagens o pai de Larry (Wayne), um piloto de avião, é morto no acidente. Agora ele resolve rumar no mesmo destino para descobrir quem seria o homem que ceifou a vida de seu amado pai.

Comentários:
John Wayne brigou com um dos chefões da Columbia Pictures, Harry Cohn, e resolveu deixar o estúdio indo para a pequena Mascot Pictures onde acabou fazendo três fitas rápidas. Os filmes da Mascot eram produzidos para serem exibidos em matinês, por isso eram curtos e iam direto ao ponto, sem maiores embromações. O roteiro é básico, o personagem de Wayne está atrás do assassino de seu pai e para isso precisa descobrir a identidade secreta do tal "Destruidor" (como passa a ser conhecido o sabotador de linhas da ferrovia). Como John Wayne era bastante jovem e atlético os produtores resolveram apostar forte em cenas de ação com o ator e de fato ele consegue até mesmo realizar algumas bem feitas acrobacias aprendidas quando se aventurava como dublê de filmes. Então é basicamente isso, uma aventura de matinê, com o futuro astro John Wayne se exercitando entre os trilhos de uma linha expressa rumo ao Pacífico.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 1 de julho de 2024

Mares Violentos

Mares Violentos
John Wayne fazia questão de dizer que era um patriota e um conservador. Um americano acima de tudo. Chegava a ficar chato de tanto repetir isso. Por essa razão fiquei um tanto surpreso em ver ele nesse papel. No filme Wayne interpreta um capitão alemão durante a II Guerra Mundial. Isso por si só já fugia completamente do tipo de personagem padrão que era acostumado a interpretar. Mas havia mais. Como capitão desse navio mercante ele teria que levar uma espiã nazista de volta para a Alemanha. O problema é que ele passa a ser perseguido em sua jornada por um obstinado capitão inglês em seu navio de guerra. Antes da guerra eram até amigos próximos, mas com a declaração de guerra entre Inglaterra e Alemanha, a amizade ficava de lado, pois ambos agora eram inimigos. 

O filme é por demais interessante. O capitão interpretado por John Wayne não era um nazista convicto. E penso que isso foi colocado no roteiro como uma imposição do próprio ator. Ao invés disso era um velho lobo do mar que tinha que seguir ordens do III Reich, pois era acima de tudo um patriota alemão. Não aceitar ordens era o mesmo que trair sua pátria, na mentalidade desse velho marinheiro. 

Apesar do enredo parecer explosivo esse não é bem um filme de guerra com batalhas navais, etc. Está mais para um tipo de drama e romance em Alto-Mar. Até porque durante a viagem, o capitão de Wayne acaba se apaixonando pela espiã de Lana Turner, que já estava mais velha, mesmo que ainda mantivesse sua beleza do passado intacta na tela. Assim, entre perseguições navais e amores proibidos, o grandalhão Wayne defendeu seu personagem, um tipo fora do comum, pois apesar de ser alemão, não era um nazista e nem aceitava mentir em prol dos asseclas de Hitler. Um tipo de dilema moral e ético que o filme também traz em seu roteiro, mas sem se aprofundar muito sobre ele ao longo do filme. 

Mares Violentos (The Sea Chase, Estados Unidos, 1955) Direção: John Farrow / Roteiro: James Warner Bellah, John Twist, Andrew Geer / Elenco: John Wayne, Lana Turner, David Farrar / Sinopse: Nesse filme o ator John Wayne interpreta um capitão alemão da marinha, durante a segunda guerra mundial. Ele precisa lidar com um novo amor e o fim de uma velha amizade com um capitão inglês após o estouro do conflito entre seus dois países. 

Pablo Aluísio.


terça-feira, 18 de junho de 2024

Quando a Mulher se Atreve

Título no Brasil: Quando a Mulher se Atreve
Título Original: In Old Oklahoma
Ano de Lançamento: 1943
País: Estados Unidos
Estúdio: Republic Pictures 
Direção: Albert S. Rogell
Roteiro: Thomson Burtis, Ethel Hill
Elenco: John Wayne, Martha Scott, Albert Dekker

Sinopse:
Em 1906, nas terras indígenas de Oklahoma, um cowboy chamado Daniel F. Somers (John Wayne) luta pelos seus direitos de arrendamento de um rancho contra um ganancioso empresário que deseja suas terras, pois há petróleo em seu subsolo. Enquanto a disputa se desenvolve, uma linda professora rouba os corações de ambos os inimigos.

Comentários:
Era para ser mais um faroeste de rotina na carreira de John Wayne, mas houve algumas mudanças interessantes. A produção decidiu filmar tudo no deserto de Utah, ao invés da Califórnia onde seus filmes anteriores tinham sido feitos. Isso trouxe uma bela fotografia ao filme como um todo. Era uma região diferente, com belas paisagens. Outras surpresas viriam. Os críticos gostaram do filme e teceram elogios e o filme acabou sendo indicado ao Oscar em duas categorias. Eram indicações bem inustiadas em se tratando de um western. Foi indicado na categoria de melhor som, pois se usou um equipamento de captação novo na época e melhor música. Acabou sendo um caso raro de filme de faroeste indicado por sua trilha sonora. Quem poderia imaginar?

Pablo Aluísio.

terça-feira, 26 de março de 2024

Caminho Fatal

Título no Brasil: Caminho Fatal
Título Original: In Old California
Ano de Lançamento: 1942
País: Estados Unidos
Estúdio: Republic Pictures
Direção: William C. McGann
Roteiro: Gertrude Purcell, Frances Hyland
Elenco: John Wayne, Binnie Barnes, Albert Dekker, Helen Parrish, Patsy Kelly, Edgar Kennedy

Sinopse:
Durante a corrida do ouro na Califórnia, no século XIX, um farmacêutico de Boston chamado Tom Craig (Wayne), chega a Sacramento para começar uma nova vida, mas logo enfrenta problemas. Ele entra em conflito com o chefe político local Britt Dawson, que exige pagamento de proteção dos cidadãos. No fundo essa seria uma extorsão em cima de comerciantes locais. 

Comentários:
Antes de qualquer coisa eu não gosto desse título nacional. Muito ruim e genérico. O título original do filme é mais adequado ao que se vê na tela pois esse filme se propõe a contar um pouco sobre a vida dos primeiros  pioneiros a chegarem na Califórnia, na velha Califórnia, durante a corrida do ouro nas montanhas daquele estado norte-americano. Um bom drama faroeste da Republic que inclusive chegou a arrancar elogios dos críticos mais ácidos da época. Um deles chegou a ironizar em seu texto dizendo que sim, John Wayne podia atuar! Dizem que o velho Duke levou aquela crítica como um insulto pessoal! Não tiro suas razões. Mas enfim, eis aqui um western até diferente na filmografia de John Wayne a começar pelo roteiro, que foi escrito por duas mulheres! O mais machista de todos os gêneros cinematográficos finalmente se rendia ao talento dessas damas escritoras. Nada mal. 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 13 de fevereiro de 2024

Inferno nos Trópicos

Título no Brasil: Inferno nos Trópicos
Título Original: Tycoon
Ano de Lançamento: 1947
País: Estados Unidos
Estúdio: RKO Radio Pictures
Direção: Richard Wallace
Roteiro: Borden Chase, John Twist
Elenco: John Wayne, Anthony Quinn, Laraine Day, Cedric Hardwicke, Judith Anderson, James Gleason

Sinopse:
O engenheiro Johnny Munroe (John Wayne) é contratado para construir um túnel ferroviário através de uma montanha localizada na América do Sul. O desafio é criar uma estrada para chegar às minas da região. Sua tarefa fica complicada e sua ética fica comprometida quando ele acaba se apaixonando pela filha de seu chefe nesse projeto ousado e desafiador. 

Comentários:
A RKO estava em dificuldades financeiras, por isso voltou a contratar John Wayne para estrelar essa aventura passada na América do Sul. O próprio ator aceitou o convite de bom grado pois tinha uma dívida de gratidão com a RKO desde o começo de sua carreira. O filme é interessante, bem produzido e com roteiro um pouco irregular pois apresenta elementos que no meu ponto de vista seriam desnecessários nesse tipo de história. Eu considerei a parte romântica do filme um pouco valorizada acima do que era esperado. Alguém que ia atrás de um filme de aventuras com John Wayne não estava necessariamente esperando uma atuação de galã romântico por parte dele. Aliás ele nunca funcionou direito nesse tipo de papel. Talvez por essa razão o filme não tenha sido bem sucedido nas bilheterias de cinema na época de seu lançamento. Como foi uma produção muito cara, acabou trazendo prejuízo para a já problemática vida financeira da RKO que algum tempo depois iria acabar indo á falência, fechando suas portas definitivamente. 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 6 de fevereiro de 2024

O Anjo e o Malvado

Título no Brasil: O Anjo e o Malvado
Título Original: Angel and the Badman
Ano de Lançamento: 1947
País: Estados Unidos
Estúdio: Republic Pictures
Direção: James Edward Grant
Roteiro: James Edward Grant
Elenco: John Wayne, Gail Russell, Harry Carey

Sinopse:
Quirt Evans (John Wayne) é um cowboy e pistoleiro que após ser perseguido no deserto por inimigos que querem sua morte, consegue escapar com a ajuda de uma jovem chamada Penelope Worth (Russell). Ela o leva até uma comunidade religiosa Quaker. Recuperado, Evans precisa decidir se vai voltar em busca dos homens que o caçaram no deserto ou se vai esquecer tudo, começando uma nova vida. 

Comentários:
Depois de fazer alguns filmes para o esforço de guerra (da segunda guerra mundial, obviamente) e até ter arriscado papéis de galã em filmes românticos, John Wayne decidiu que deveria voltar para as origens de sua carreira. Ele contratou o roteirista James Edward Grant e pediu que ele escrevesse uma história que lembrasse os enredos de seus primeiros filmes. Tudo bancado pelo próprio John Wayne através de sua recém criada companhia cinematográfica (a John Wayne Productions). Gostou tanto do roteiro que resolveu colocar o próprio Grant para dirigir o filme (muito embora o próprio Wayne fosse o diretor de fato dessa produção). O resultado ficou apenas regular. Não havia como voltar ao passado, a um estilo de cinema que já havia sido ultrapassado. Wayne tinha saudades de seus filmes da década de 1930, mas aquele já era um outro momento histórico, do pós-guerra. As ilusões e a inocência já não existiam mais. De qualquer forma, dentro de suas limitações, poderíamos até dizer que é um bom bang-bang, muito embora fique bem longe dos grandes filmes do ator. 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 24 de outubro de 2023

John Wayne, Meu Pai

Seguindo os passos de Christopher Scott, que escreveu um belo livro sobre seu pai, Randolph Scott, Aissa Wayne, filha do mito John Wayne, também publicou seu livro de memórias intitulado "John Wayne, My Father" ("John Wayne, Meu Pai" em português). Aissa nasceu em 1956, era filha da terceira esposa de John Wayne, Pilar. Como se sabe o velho cowboy sempre teve grande predileção por mulheres latinas de personalidade forte como Pilar. O Duke era um sujeito durão também no lar e gostava de mulheres de personalidade marcante para contrabalancear seu gênio. Outro aspecto que chamava a atenção é que John Wayne era católico e não protestante. No país mais evangélico do mundo ele optou por se dedicar ao catolicismo. Quem diria, um dos símbolos do americanismo não seguia a linha religiosa predominante em seu país. 

Aissa Wayne traz um retrato muito terno do velho ícone do cinema. O retrata como uma pessoa extremamente bondosa, amigo leal de todos que lhe eram próximo. Também mostra aspectos pouco conhecidos da personalidade do pai. Poucos sabem mas John Wayne era uma pessoa bem reservada, chegando às raias da timidez.

Tratava todos no set com grande cordialidade e educação e não perdia sua pose nem quando os outros profissionais não tinham o mesmo comportamento para com ele. John Ford, por exemplo, muitas vezes era um diretor difícil de lidar, cabeça quente e impulsivo, mas nem seu temperamento explosivo tirava Wayne de seu modo de ser. Em uma ocasião Ford irritou-se com Wayne e gritou a plenos pulmões: "Vamos lá seu hipopótamo, me dê alguma expressão nessa cena!";

O Duke se limitou a fechar a cara. Em seu até curto relato (o livro tem pouco mais de 200 páginas) Aissa ainda põe por terra alguns mitos que duraram anos no que diz respeito ao ator. Ela afirma, por exemplo, que é pura ficção a velha estória que dizia que Wayne tinha vergonha de seu verdadeiro nome, Marion (que em inglês tem uma conotação dúbia, podendo ser um nome tanto masculino como feminino). Aissa diz que Wayne não se importava de ser chamado de Marion e nunca presenciou ele censurando alguém por fazê-lo, apenas esclarece que poucos dias antes de morrer o Duke pediu a família que em sua lápide fosse colocado seu nome artístico e não o real em respeito aos fãs que ele tanto adorava. Em suma, "John Wayne, My Father" é outro excelente livro para conhecermos esse grande ícone do western de uma maneira privada e familiar. Uma bela dica de leitura para os amantes do gênero e da história do cinema americano.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 5 de setembro de 2023

O Pistoleiro do Wyoming

Título no Brasil: O Pistoleiro do Wyoming
Título Original: Wyoming Outlaw
Ano de Produção: 1939
País: Estados Unidos
Estúdio: Republic Pictures
Direção: George Sherman
Roteiro: Jack Natteford, Betty Burbridge
Elenco: John Wayne, Don 'Red' Barry, Ray Corrigan, Raymond Hatton

Sinopse:
Will Parker (Don 'Red' Barry) é um rancheiro do Wyoming que devido ao hostil clima da região acaba perdendo toda a sua safra. Desesperado para alimentar seus familiares ele se une a um bando de ladrões de gado. Após um confronto é capturado e preso mas ele não se dá por vencido e foge da prisão, começando uma verdadeira caçada para capturá-lo. Roteiro levemente inspirado em fatos reais.

Comentários:
Filme da Republic Pictures que conta em seu elenco com o famoso John Wayne. Infelizmente os fãs do Duke não precisam ficar muito eufóricos pois o filme não gira em torno do mais famoso cowboy da sétima arte. Na verdade seu personagem, Stony Brooke, é bem secundário. Quem for assistir a esse filme pensando em Wayne certamente se decepcionará por essa razão. No geral é um filme B, feito especialmente para matinês, muito curtinho e rápido que vai direto ao ponto. É um bangue-bangue tradicional, sem maiores surpresas. O roteiro ainda ensaia um pouco mais de capricho no que diz respeito ao personagem principal, um rancheiro que entra para o mundo do crime por necessidade, mas não vai muito adiante em relação a isso. Wayne surge com um figurino que lembra bastante o ídolo Tom Mix, com um enorme chapéu branco, além de roupas claras, impecáveis para quem vive no velho oeste americano. Enfim, coisas de Hollywood da época. Em suma, um faroeste da velha escola que mesmo sendo de rotina segue sendo lembrado por causa da presença do imortal John Wayne.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 3 de agosto de 2023

Dakota

Dakota
Esse foi o filme que trouxe John Wayne de volta ao gênero cinematográfico que o havia consagrado, o Western, mais conhecido entre os brasileiros como Faroeste. Wayne tinha se afastado por dois anos dos filmes de cowboy. Nesse período ele se dedicou aos filmes de guerra, afinal de contas o mundo passava pela Segunda Guerra Mundial. Sem condições de servir no campo de batalha do mundo real, o ator resolveu se empenhar no esforço de guerra através dos filmes em que atuava. O resultado comercial para ele foi muito bom, mas os fãs que adoravam seus filmes de faroeste tinham sido deixados para trás. 

Todos os dias chegavam cartas dos fãs aos estúdios pedindo por mais filmes de John Wayne no gênero western. Só que o ator realmente, naquele momento histórico, estava atuando em outro tipo de filme. Essa produção realizada em 1945 vinha justamente para atender os anseios de seu público. É um filme muito bom, onde Wayne interpreta um tipo de personagem mais maduro e mais centrado em defender os valores que ele prezava. Com figurino mais conservador, usando um grande chapéu branco cheio de estilo em sutil homenagem ao velho cowboy Tom Mix, esse faroeste sem dúvida foi um dos bons momentos da carreira de Wayne, embora hoje em dia esteja um tanto esquecido. 

Dakota (Dakota, Estados Unidos, 1945) Direção: Joseph Kane / Roteiro: Lawrence Hazard, Howard Estabrook, Carl Foreman / Elenco: John Wayne, Vera Ralston, Walter Brennan / Sinopse: A história do filme se passa em 1871 quando um grupo de ricos homens de negócios entram em choque com fazendeiros do território de Dakota, no oeste dos Estados Unidos. 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 1 de agosto de 2023

Os Filmes de Faroeste de John Wayne - Parte 16

Os Filmes de Faroeste de John Wayne - Parte 16
Em 1942 o mundo estava em guerra. O ataque japonês ao porto norte-americano de Pearl Harbor colocou os Estados Unidos no conflito. Vários atores e diretores entraram nas forças armadas, mas curiosamente John Wayne não conseguiu entrar para o exército. Além da idade, havia problemas de saúde com o já veterano Wayne. Isso iria de certa forma manchar um pouco sua fama de grande patriota, mas Wayne percebeu que sua carreira iria se tornar gloriosa a partir daquele momento. Sem a concorrência dos grandes astros, excelentes roteiros lhe foram oferecidos. O tempo de filmes B tinha ficado para trás. 

Embora estivesse em busca de filmes de guerra, outro gênero ao qual iria se dedicar naqueles anos, John Wayne não pretendia negligenciar seus filmes de faroeste, ainda que isso tenha realmente acontecido. Afinal havia sido eles que lhe trouxeram fama e sucesso no cinema. Por isso ainda em 1942 ele voltou a vestir a velha vestimenta de cowboy, subiu em um cavalo e estrelou o filme "Caminho Fatal". Com direção de William C. McGann, esse era um western tradicional, como nos velhos tempos. No filme Wayne interpretava um sujeito que se mudava de Boston para uma cidade no velho oeste, bem no meio da corrida ao ouro. Em tempos de violência, ele iria aprender rapidamente as regras do jogo naquele lugar distante da civilização. 

O mais interessante de tudo é que ele daria um tempo depois dessa produção nos filmes de faroeste. Na realidade ficaria dois anos afastado do gênero, justamente os anos da guerra. Nesse período, como era de se esperar, ele atuou em filmes com temáticas militares para levantar a moral dos soldados americanos que lutavam na Europa e no Pacífico. Seu maior sucesso nessa fase foi "Tigres Voadores" sobre uma esquadrilha de bravos pilotos americanos lutando na guerra. Se ele não podia lutar a guerra real, iria se dedicar, pelo menos por um tempo, em ser um modelo de herói dos filmes que estavam passando nos cinemas. Deu certo e todos essas produções foram bem nas bilheterias. 

Ele só retornaria mesmo ao velho estilo em 1945, no mesmo ano em que a guerra chegou ao seu final. John Wayne atendia assim aos inúmeros pedidos de fãs que chegavam todos os dias no estúdio. Ele estava de volta ao mundo do velho oeste. O filme que marcou seu retorno era intitulado "Dakota", justamente o nome de um estado do meio-oeste dos Estados Unidos. A história do filme se passava em 1871, onde empresários nortistas desonestos lutavam contra fazendeiros de trigo da região de Dakota, com o objetivo de aproveitar o desenvolvimento trazido pela nova ferrovia inaugurada na região. Tudo para controlar a cidade de Fargo, considerada a mais rica daquele estado. Esse sem dúvida foi um bom filme de sua carreira naquele período. 

Pablo Aluísio. 

terça-feira, 11 de abril de 2023

10 Curiosidades sobre o filme Rio Bravo - Onde Começa o Inferno

1. John Wayne e o diretor Howard Hawks viam o filme como uma resposta ao clássico do western "Matar ou Morrer" com Gary Cooper. Eles entendiam que um verdadeiro homem da lei, um xerife do velho oeste, jamais iria pedir ajuda para a população civil, ele iria resolver tudo apenas com a ajuda de outros auxiliares da lei. 

2. Gary Cooper soube das críticas de John Wayne ao seu filme e ficou bem aborrecido com elas. Após assistir a "Rio Bravo" não deixou de alfinetar o filme, dizendo a um jornalista de Hollywood que o novo filme de John Wayne tinha uma história tão falsa que ninguém iria acreditar nela. A relação entre os dois astros ficaria abalada depois disso. 

3. O diretor Howard Hawks queria Elvis Presley para completar o trio principal de atores que ainda contaria com John Wayne e Dean Martin. O próprio cantor ficou entusiasmado com a ideia, mas tudo foi em vão. Seu empresário, o Coronel Tom Parker. pediu um cachê muito alto para Elvis estar no filme. Também exigiu participação nos lucros da bilheteria nos cinemas. O estúdio assim não quis assinar o contrato. 

4. E no final de tudo Elvis não poderia mesmo fazer o filme pois foi convocado para servir ao exército americano dois meses antes do começo das filmagens. 

5. Dean Martin queria muito fazer o filme, mas o diretor Hawks não estava muito certo disso. Então o cantor fretou um avião para trazê-lo a Las Vegas onde ele estava se apresentando em um cassino. Também fez questão que o diretor tivesse todas as suas contas pagas por ele. 

6. Após alguns encontros Hawks finalmente aceitou Dean Martin no elenco do filme, principalmente depois de vê-lo bêbado nos corredores de um cassino em Las Vegas. Era o tipo perfeito para o personagem do filme que iria interpretar. 

7. O diretor Howard Hawks não queria o ídolo adolescente Ricky Nelson no elenco do filme, mas como Elvis estava fora, ele acabou aceitando a sugestão do estúdio. O cineasta achava o rapaz muito jovem e muito suave para estar em um filme de western como aquele. No final admitiu que ele ajudou bastante na promoção do filme, principalmente entre o público mais jovem. 

8. O filme foi um grande sucesso de público e crítica, batendo recordes de bilheteria em seu primeiro final de semana em exibição nos Estados Unidos. Todo o elenco e equipe compareceram na estreia do filme em Los Angeles. 

9. John Wayne passou mal durante as filmagens. Já era um sinal de que havia algo errado com sua saúde. Anos depois ele finalmente iria procurar um médico. Estava com câncer de pulmão. Só que durante as filmagens ainda não sabia disso e continuou fumando um cigarro atrás do outro entre as cenas. Era um fumante inveterado. 

10. Dean Martin foi bem convincente em seu personagem. Ele, em algumas cenas, realmente estava cansado e com grande ressaca. Bebia muito e saía de shows em Las Vegas direto para o aeroporto, viajando de noite para trabalhar no outro dia em Hollywood. Foi uma fase muito cansativa para ele, viajando praticamente todas as noites, trabalhando como cantor à noite e como ator de dia. 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 4 de abril de 2023

O Morro dos Maus Espíritos

Título no Brasil: O Morro dos Maus Espíritos
Título Original: The Shepherd of the Hills
Ano de Lançamento: 1941
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Henry Hathaway
Roteiro: Harold Bell Wright, Grover Jones
Elenco: John Wayne, Betty Field, Harry Carey, Beulah Bondi, James Barton, Samuel S. Hinds

Sinopse:
Western dramático mostrando os dramas e lutas de uma família de pioneiros que vivem nas colinas do Missouri durante a colonização do velho oeste dos Estados Unidos. Um estranho misterioso, mas agradável, chega nessa região e faz amizade com uma jovem do interior, que não se sente bem com seu noivo que jurou encontrar e matar seu próprio pai.

Comentários:
John Wayne começou a fazer sua carreira estrelando filmes menores de faroeste para as matinês. Eram filmes bem simples, com produções modestas. Esse aqui é um faroeste muito mais ambicioso, elegante e melodramático. Uma maneira de fazer grande cinema, como se dizia na época. Mostra a vida de pioneiros vivendo nas colinas, criando ovelhas e pequenos rebanhos e seus dramas da vida social. John Wayne é o jovem impetuoso e cabeça quente. Um homem que deseja se casar e começar seu próprio rancho, ter sua vida, só que ele precisa antes superar muitos problemas do passado, inclusive traumas familiares. Como se pode perceber, é um personagem com complexidade psicológica, nada a ver com os pistoleiros e cowboys superficiais de seus primeiros filmes. Enfim, eis aqui um dos primeiros grandes filmes da carreira de John Wayne. Com preciosa direção do cineasta Henry Hathaway, esse é sem sombra de dúvidas um clássico do western norte-americano. 

Pablo Aluísio.


sexta-feira, 31 de março de 2023

Os Filmes de Faroeste de John Wayne - Parte 15

A década de 1940 começou, o mundo estava em guerra, mas John Wayne não conseguiu se alistar para lutar na Europa, como muitos de seus colegas atores. Embora existam muitas versões diferentes sobre isso, o mais plausível talvez seja o fator idade. Ele já não tinha a idade certa para entrar nas forças armadas. Ao ficar nos Estados Unidos, o ator acabou tendo acesso a filmes que normalmente não faria, pois os estúdios dariam esses papéis para outros atores. De certa forma foi um lance de sorte em sua carreira, algo que mudaria seu status em Hollywood dali em diante. Exemplos dessa mudança de ares pode ser vista em seus filmes seguintes. 

"O Morro dos Maus Espíritos" era um western muito requintado. Nada parecido com os filmes de faroeste B que o ator vinha aparecendo desde o começo de sua trajetória como ator em Hollywood. A produção era classe A, realmente contando com um roteiro muito bem elaborado, baseado em um best-seller da época. A história tinha um ótimo argumento, lidando com conflitos familiares e a chegada de um estranho misterioso que poderia trazer segredos do passado que deveriam ser esquecidos. Na época o próprio John Wayne declarou que aquele havia sido o melhor personagem de sua carreira. 

Enquanto a segunda guerra mundial devastava a Europa, as coisas só melhoravam para o "Duke" nos Estados Unidos. Os roteiros que eram oferecidos a ele eram primorosos, afinal os estúdios ficaram sem seus principais astros como James Stewart e Clark Gable, pois ambos entraram no esforço de guerra. Até mesmo os que não vestiram farda foram se apresentar no exterior para as tropas americanas que lutavam no front europeu e do Pacífico Sul. 

"Vendaval de Paixões" foi outro grande sucesso de bilheteria de John Wayne. O papel tinha sido preparado para contar com Clark Gable no elenco, mas como ele estava na guerra, o único nome capaz de fazer frente em termos de chamariz de público era justamente o de John Wayne. Com uma produção de encher os olhos, assinada pelo lendário Cecil B. DeMille, Wayne arrancou elogios da crítica e aclamação do público que adorou esse épico romântico ao velho estilo. Cecil B. DeMille, que também dirigiu o filme, disse aos jornais da época que John Wayne iria se tornar o maior nome de Hollywood e conforme os anos foram passando suas previsões se tornaram realmente certeiras. No dez anos seguintes ele realmente se tornaria o mais popular astro do cinema americano. 

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

Os Boinas Verdes

Título no Brasil: Os Boinas Verdes
Título Original: The Green Berets
Ano de Lançamento: 1968
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: John Wayne
Roteiro: James Lee Barrett
Elenco: John Wayne, George Takei, David Janssen, Jim Hutton, Patrick Wayne, Irene Tsu

Sinopse:
Mike Kirby (John Wayne), um velho coronel, é enviado para o front na guerra do Vietnã. Sua principal missão é defender um acampamento do exército norte-americano situado no meio de uma floresta tropical. O lugar virou alvo de bombardeios diários do inimigo. O veterano militar também planeja executar uma missão para sequestrar um alto oficial do exército vietcongue.

Comentários:
Esse filme é fruto da visão tacanha e retrógrada do ator John Wayne em relação a guerra do Vietnã. Ele produziu e dirigiu o filme por conta própria e se deu mal. Quando o filme chegou aos cinemas, já era época da flower Power. Então a crítica, como era de se esperar, desceu a lenha no filme como um todo. A bilheteria também não foi boa porque o povo americano estava cansado dessa guerra absurda e sem sentido. Além do viés ideológico equivocado, o filme também falha como produção de guerra. Wayne, que também dirigiu o filme, errou muito ao rodar cenas na noite. As batalhas do meio da escuridão é um verdadeiro desastre cinematográfico. O espectador não consegue ver absolutamente nada, a não ser a luz das explosões. Para piorar o quadro que já era ruim, John Wayne ainda incorporou um personagem na história só para ficar desfilando a sua visão da guerra. É um personagem de um jornalista e John Wayne aproveita esse papel para desfilar sua raiva contra a imprensa americana da época. Um erro muito banal e constrangedor. Afinal de contas, como o tempo provou, os jornalistas estavam com a razão. Os Estados Unidos perderiam a guerra na pior intervenção estrangeira de sua história. E pensar que John Wayne achava heróico mostrar um bando de militares americanos defendendo um buraco lamacento no meio da floresta, como vemos nesse filme. Uma completa falta de visão da realidade que o cercava naquele final dos anos 60.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 20 de dezembro de 2022

Os Filmes de Faroeste de John Wayne - Parte 14

Vamos em frente. O filme intitulado "O Rei do Rio Pecos" foi lançado em 1936, com direção do cineasta Joseph Kane. Nesse filme John Wayne interpreta um personagem chamado  John Clayborn. No passado seus pais foram mortos por um barão do gado, um sujeito muito rico, mas totalmente inescrupuloso. O tempo passa e Clayborn se forma em direito, se tornando advogado. A partir desse ponto ele tentará trazer justiça para a região, levando ao tribunal o homem que matou seus pais. Só que naquela terra sem lei isso vai ser mais do que complicado de se realizar. Só sobrará mesmo o caminho da justiça pelas próprias mãos.

O filme seguinte de John Wayne ganhou um título nacional que hoje em dia soa mais do que divertido. A produção por aqui, no Brasil, recebeu o título nacional de "Limpando a Zona" (do original " The Lonely Trail"). Só rindo não é mesmo? Mas qual éra a história dessa antiga película do Duke? John Wayne interpreta um sujeito, um cowboy, que é contratado para livrar uma região de bandoleiros e encrenqueiros em geral. Gente perversa, bandidos de modo geral. O serviço vai ser trabalhoso, mas ele acaba dando conta do recado.

Depois de limpar a zona, John Wayne não parou e foi trabalhar no filme seguinte. Ele trabalhava sem parar nessa época. Jovem e disposto, saía de um filme e entrava no próximo, sem pausa para descansar. Seu filme seguinte ganhou um título forte no Brasil, se chamando simplesmente "Tenacidade" (Winds of the Wasteland). Ele aqui interpreta um astuto empresário no velho oeste que tenta ficar rico com a chegada do telégrafo. Um filme interessante, um pouco fora do comum do que ela fazia nessa fase de sua carreira.

"Sentinelas do Mar" (Sea Spoilers) também mudava os ares, os cenários dos filmes de Wayne. Aqui ele deixava de ser um cowboy para se tornar um valente marinheiro dos sete mares. Ele acaba se envolvendo em um crime quando chega em um navio e encontra um homem morto dentro dele. Quem teria matado aquele homem desconhecido? Para complicar ainda mais o mistério, tudo levaria a crer que sua própria garota estaria envolvida naquele crime. Um filme bem diferente de John Wayne.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2022

Os Filmes de Faroeste de John Wayne - Parte 13

O faroeste "Terras Virgens" (The New Frontier) explorava em seu roteiro uma questão interessante na colonização do oeste. O governo dos Estados Unidos doava terras para colonização do homem branco. Quem chegasse primeiro nessas propriedades rurais e conseguisse se firmar, construindo uma casa de madeira, construindo currais para criação de gado, ganhava a propriedade definitiva dessas terras inexploradas. Uma forma de afastar os índios, assumindo a posse dessas regiões. A direção desse filme ficou a cargo de Carl Pierson.

O filme seguinte "País sem Leis" (Lawless Range) era outro western, só que nesse a linha ia mais para a investigação e o mistério. Um rancheiro desaparecia de sua propriedade rural sem deixar rastros. O que teria acontecido? John Wayne interpretava o homem da lei que iria investigar o caso, procurando por pistas, investigando o que provavelmente seria um assassinato. O motivo? Simples, tomar as terras do homem desaparecido. Esse foi outro western de matinê dirigido pelo velho Robert N. Bradbury, um dos diretores que mais trabalharam ao lado de Wayne nessa fase de sua carreira.

O primeiro filme de John Wayne em 1936 foi "O Regimento Sinistro" dirigido por Scott Pembroke na Republic Pictures (companhia cinematográfica que marcou época em Hollywood, mas que já não existe mais há muitas décadas). Aqui um capitão do exército americano interpretado por Wayne vai atrás do paradeiro de seu pai que havia desaparecido misteriosamente. Como se pode perceber há uma certa semelhança com o enredo do filme anterior. Na foto da postagem temos o poster do filme, um item raro nos dias de hoje, peça de colecionador. 

"Ordem a Bala" foi o filme seguinte de Wayne. Nesse filme John Wayne interpreta um agente federal que viaja até o território do Wyoming. Vai haver uma votação para transformar aquela região em um estado da União e as coisas andam tensas. Os que não querem isso planejam atos terroristas como a explosão de dinamite em pontos de votação. Quem dirigiu esse western foi Joseph Kane. Foi mais um filme produzido pela Republic Pictures.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 6 de dezembro de 2022

10 Curiosidades - O Homem Que Matou o Facínora

1. Dirigido por John Ford, o filme é considerado um patrimônio cultural nos Estados Unidos, tendo sua cópia original preservada pela Biblioteca Oficial do Congresso Nacional em Washington.

2. John Ford inicialmente queria rodar o filme em cores, mas a Paramount só liberou orçamento para a realização de um filme em preto e branco. Anos depois Ford comentaria a decisão afirmando que ela acabou sendo a correta já que esconderia melhor a verdadeira idade de James Stewart que tinha que interpretar um jovem advogado idealista.

3. O primeiro ator contratado por John Ford foi John Wayne, quando o roteiro nem ainda estava pronto. Foi Wayne que sugeriu a Ford que contratasse James Stewart e Lee Marvin, com quem já tinha trabalhado. Depois de pensar alguns dias John Ford acabou aceitando ambas as sugestões.

4. Apesar de ter sido aclamado por público e crítica, o diretor John Ford, mesmo contente com os resultados, afirmou que jamais voltaria a filmar em preto e branco, uma vez que o sistema de cores já era padrão no cinema americano. Na visão de Ford o filme poderia ter sido mais bem sucedido nas bilheterias caso fosse lançado em cores.

5. Logo no começo das filmagens John Ford deixou claro para todo o elenco que ele era o diretor e por essa razão não admitiria intervenções em nenhum aspecto do filme. Virando-se para o ator Lee Marvin, Ford falou: "Eu sei que você foi dirigido por John Wayne recentemente no filme "Os Comancheros", porém saiba que ele aqui não manda em absolutamente nada!". Ao ouvir aquilo Wayne caiu na gargalhada.

6. A advertência de que ele, John Ford, era o diretor e senhor absoluto do filme, parece não ter surtido efeitos em John Wayne. Ele começou a querer mudar determinadas cenas, reescrevendo parte dos diálogos, o que acabou criando uma grande tensão entre eles. Chegaram a discutir com vigor perante toda a equipe técnica e elenco. Depois de uma briga séria Ford saiu anunciando: "Jamais voltarei a trabalhar com John Wayne em minha carreira!"

7. Com John Wayne e John Ford trocando farpas no set de filmagens, o ator James Stewart acabou se tornando um poço de tranquilidade, para onde todos iam durante as brigas entre o ator e diretor. Quando era perguntado sobre o que acontecia Stewart simplesmente ria dizendo: "Eu não tenho nada a ver com isso!"

8. Para os jornalistas que visitavam o set, o diretor John Ford explicava: "Filmar em preto e branco é uma arte. A direção tem que ser mais cuidadosa, mais carinhosa. Você tem que fazer tudo com extremo cuidado, sabendo jogar com luzes e sombras de uma forma única!"

9. Durante uma cena de diligência o ator James Stewart foi incentivado por John Ford para fazer ele mesmo a perigosa cena. No alto falante gritou: "Vá lá James, pule, mostre que você não é um covarde, não é um covarde!"

10. John Ford avisou ao seu elenco que queria realizar poucos takes de cada cena. Ele queria que os atores improvisassem até um certo limite, trazendo espontaneidade para cada momento. Dito isso virou para John Wayne e disparou: "Todos podem improvisar, menos John Wayne!". Todos riram.

Pablo Aluísio.