segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

O Exorcista e o Oscar

O filme "O Exorcista" foi um fenômeno, tanto de crítica como de público. Impossível para a academia de cinema de Hollywood ignorar sua existência. Por anos houve muito preconceito contra filmes de terror dentro do Oscar. Nenhum filme desse gênero havia sido premiado com o Oscar de melhor filme, a principal categoria da indústria cinematográfica americana. Só que "O Exorcista" causou tanto impacto que o número de indicações surpreendeu a todos.

No total o filme foi indicado a dez prêmios, incluindo os principais, como de melhor filme, melhor direção, melhor direção de fotografia, melhor atriz (Ellen Burstyn), melhor ator (Jason Miller), etc. Todos os críticos de cinema e revistas especializadas diziam que o filme era o favorito para se consagrar na noite de entrega das estatuetas. O mundo inteiro estava pronto para essa tão esperada premiação de um filme de terror.

Isso assustou "os velhos" como eram chamados os antigos membros da academia de cinema. Para eles era um fim de mundo, um absurdo, um filme como "O Exorcista" ter tantas indicações e pior do que isso, ter chances reais de vencer e se tornar o melhor filme do ano. Algo deveria ser feito. Assim, nos bastidores, começou uma forte reação contra o filme. Para "os velhos", o diretor  William Friedkin representava tudo o que estava errado naquele Oscar. Ele era jovem e ainda novato. Estava trazendo para dentro do Oscar um filme considerado extremamente "degenerado", "grotesco", "vulgar" e "infame". Algo deveria ser feito. 

O presidente da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas na época era Walter Mirisch, um produtor veterano, fundador ao lado do irmão da companhia The Mirisch Corporation. Nascido em 1921 ele ficou chocado quando viu "O Exorcista". Homem da velha guarda, ele ficou enojado com as cenas em que uma garota possuída pelo demônio vomitava em jatos. Em sua opinião aquilo não era cinema, não era Hollywood e tampouco era o Oscar. Ele ficou completamente ao lado dos "velhos" para destruir o filme dentro da academia. E assim foi feito. Com muita persuasão, fazendo campanha agressiva mesmo, eles conseguiram mudar muitos dos votos. Acabou vencendo "Golpe de Mestre", um filme ao velho estilo. "O Exorcista" apenas venceu em uma categoria importante, a de roteiro adaptado, dado ao escritor William Peter Blatty. O outro Oscar foi dado para o prêmio de melhor som. Porém eles conseguiram o que tanto queriam, que era sabotar a todo custo a premiação de "O Exorcista", o filme que os veteranos tinham mais medo do que o próprio diabo.

Pablo Aluísio.

domingo, 27 de janeiro de 2008

O cowboy de Marlboro

Durante muitos anos a marca de cigarros Marlboro utilizou a figura do cowboy como garoto propaganda de seu produto. Naquela época (anos 50, 60, 70 e 80) não havia restrições para a publicidade da indústria de cigarros. As propagandas eram bem elaboradas, com trilha sonora edificante e atores representando os cowboys na tela. Eric Lawson (na propaganda ao lado) foi um dos atores contratados pela companhia de fumo.

Ironicamente e tristemente ele também se tornaria uma vítima do tabagismo, morrendo de um doença crônica causada pelos cigarros que ajudava a promover. E se ele tivesse sido o único a ter esse destino a coisa não seria tão grave, mas na verdade ele foi o quarto ator a morrer disso, sendo todos os demais homens de Marlboro do passado.

Esses fatos lamentáveis comprovam que o cigarro é realmente um produto terrível que destrói a saúde dos fumantes (a não fumantes também haja visto a existência dos fumantes passivos que apenas estão ao lado dos que fumam). Abaixo temos uma coleção de comerciais da marca em seu auge de popularidade nos Estados Unidos. Do ponto de vista visual são excelentes comerciais, chegando alguns deles a utilizar trilhas sonoras de filmes famosos. O pacote completo.

Pablo Aluísio.

10 Curiosidades - Doutor Estranho

1. "Doutor Estranho" é considerado um dos grandes sucessos comercias dos estúdios Marvel no cinema. O filme teve um custo total de 165 milhões de dólares e rendeu nas bilheterias uma cifra próxima de 900 milhões. Um grande sucesso em qualquer ponto de vista.

2. Grande parte do custo de produção do filme foi consumido nos efeitos digitais de última geração, o que trouxe um visual único para o filme.

3. No roteiro o personagem Stephen Strange vai até o Oriente em busca de uma cura para suas mãos, mas encontra uma nova filosofia de vida. O ator Benedict Cumberbatch adorou filmar essas cenas em um mosteiro budista real localizado em Darjeeling, India. Acabou ficando muito próximo da comunidade local, atuando até mesmo como professor de inglês para crianças da região.

4. Desde o começo os executivos da Marvel queriam o ator Benedict Cumberbatch para interpretar o Doutor Estranho, mas ele havia assumido compromissos teatrais na mesma época prevista para as filmagens. O nome de Joaquin Phoenix foi então cogitado para assumir o papel. No final as filmagens foram adiadas por quase um ano, o que possibilitou enfim a atuação de Benedict Cumberbatch como o protagonista.

5. O ator Benedict Cumberbatch confessou que não conhecia muito o personagem antes do filme. Por isso comprou o maior número de revistas sobre o Doutor Estranho que conseguiu encontrar. As leu e se convenceu que era mesmo um personagem da Marvel bem diferente. Sobre o Doutor Estranho declarou: "Estou muito impressionado com o aspecto dimensional de suas histórias em quadrinhos. Acabei criando uma certa identificação pois sempre meditei em minha vida pessoal. Não é muito fácil entrar em sintonia com esse aspecto espiritual se você estiver no meio de uma produção complexa como essa, que mais parece um circo itinerante, mas no final eu procurei dar o melhor de mim para esse filme".

6. Stan Lee criou o personagem ao lado de Steve Ditko. Recentemente Lee confidenciou durante uma entrevista que sua inspiração para criar o Doutor Estranho teria vindo das apresentações teatrais do astro do terror Vincent Price.

7. A atriz Tilda Swinton levou seus filhos para as filmagens. Sua filha mais velha acabou trabalhando no departamento de figurinos, além de ter também colaborado em parte dos efeitos especiais.

8. Antes de Tilda Swinton ter assinado contrato com a Marvel, vários atores foram considerados para o papel do mestre Ancião, entre eles Morgan Freeman, Ken Watanabe e Bill Nighy.

9. O diretor Scott Derrickson confessou ser grande fã do personagem Doutor Estranho. Uma das coisas que ele quis preservar em seu filme foi o visual psicodélico lisérgico das primeiras revistas da década de 1960. Para Scott isso era essencial para capturar o contexto histórico em que o Doutor Estranho foi criado.

10. A adaptação do personagem Doutor Estranho não vem de hoje. Há anos um projeto visando justamente isso circula em Hollywood. Vários diretores se interessaram em dirigir o primeiro filme sobre o personagem da Marvel para o cinema, entre eles Wes Craven em 2001, David S. Goyer em 2008, Guillermo del Toro em 2014, etc. Nenhum desses projetos porém conseguiu sair do papel.

Pablo Aluísio.

sábado, 26 de janeiro de 2008

Tesla (2020)

Esse é um novo filme que promete muito e tenho um pressentimento que vai ser muito bom. Trata-se de Tesla (2020) que vem com a proposta de contar a história desse cientista genial, o Nikola Tesla, que será interpretado no filme pelo bom ator Ethan Hawke. E não é um papel qualquer. Esse foi um cientista visionário, muitos séculos a frente de seu tempo, que ousou pensar em coisas que sequer tinham sido inventadas em seu tempo.

Mas será que o filme estará a altura desse gênio da ciência?

Penso que sim. A direção e o roteiro é assinado por Michael Almereyda, que afirmou em entrevistas que foi fundo nas pesquisas sobre o biografado. A sinopse afirma que o filme é "Uma visão livre do inventor visionário Nikola Tesla, suas interações com Thomas Edison e a filha de J.P. Morgan, Anne, e seus avanços na transmissão de energia elétrica e luz".

A maior ironia histórico disso tudo é que ele nunca foi devidamente reconhecido em vida. Muitas de suas ideias só iriam ser colocadas em práticas após sua morte. Ele foi muitas vezes humilhado por concorrentes e outros cientistas que diziam que suas invenções eram malucas, fora da realidade. O tempo, senhor de tudo, mostrou quem afinal estava certo. Pena que quando isso aconteceu ele não estava mais vivo. Pois é, de qualquer maneira esse filme parece bem promissor.

Pablo Aluísio.

A Morte de Burt Reynolds

A título de resgate para arquivo, aqui vai a nota de notícia da morte do ator Burt Reynolds que havia sido publicado originalmente no blog Cinema Classe A. Segue a nota:

A Morte de Burt Reynolds
Inicialmente tratado como um boato, mas agora confirmado pelo seu agente, o ator Burt Reynolds morreu aos 82 anos de idade. Ele faleceu hoje pela manhã no Jupiter Medical Hospital, na Flórida.  

Reynolds vinha lutando contra vários problemas de saúde nos últimos anos. Há poucos meses, o representante do ator disse que ele estava em tratamento intensivo em um hospital da Flórida para tratamento de sintomas da gripe, incluindo desidratação.

Ele também já havia sido liberado de um hospital em Los Angeles, quando seu empresário amenizou os boatos de que ele tinha uma doença grave não divulgada. Na ocasião seu agente afirmou que ele havia apenas passado por uma "operação simples, sem maior importância".

Depois disso o próprio ator em entrevista assumiu que tinha problemas de coração. Durante uma entrevista para a revista People ele admitiu que precisaria passar por novas cirurgias pois não sabia até aquele momento que suas artérias estavam fechadas, atrapalhando o funcionamento normal de seu coração. O ator também assumiu que havia adquirido um vício em remédios prescritos. Ele declarou para a revista: "Eu sou um cara grande e durão, mas não consegui superar esse problema por conta própria. É bem complicado!" Até o momento a causa de sua morte não foi divulgada nem pelo hospital e nem pelos familiares. Descanse em paz Burt!

Pablo Aluísio.

Venom

Venom
Alguns gostaram, outros nem tanto. De qualquer forma segue um pequeno arquivo de notícias que foram publicadas inicialmente no blog Cinema Classe A. Éssa postagem está sendo feita como arquivo de textos. E não deixa também de sser curioso ter esse tipo de informação do lançamento original do filme.

Venom é sucesso de bilheteria
Apesar de estar em cartaz há apenas 3 dias, o filme "Venom" já é considerado um sucesso de bilheteria. O filme está sendo exibido em mais de quatro mil salas de cinema nos Estados Unidos e até o momento já faturou 82 milhões de dólares - um excelente resultado.

A bilheteria tem sido muito maior do que "Gravidade", o filme de maior sucesso no ano passado nesse mesmo período. Assim "Venom" é considerado desde já um sucesso de público, embora a crítica de uma maneira geral tenha feito reservas em relação à produção, tanto no exterior como no Brasil. A principal crítica negativa tem sido feita em relação aos efeitos digitais. Alguns críticos reclamaram do visual como um todo, afirmando que certas cenas soaram "artificiais demais, parecendo um videogame comum".

Mesmo com essa onda negativa por parte da imprensa o estúdio aposta que a escalada de sucesso do filme seguirá em frente. Um importante executivo da Marvel afirmou que o público fã do Homem-Aranha não deixará de conferir "Venom" nos cinemas. Como se sabe essa criatura nasceu nas aventuras de Peter Parker e como esse é um dos personagens mais populares do universo Marvel é bem possível que haja uma transferência de público para o filme, aumentando ainda mais sua bilheteria.

Coleção de posters do filme Venom. Acima o poster de primeira divulgação. Logo abaixo o poster que provavelmente será utilizado quando o filme entrar em cartaz (a estreia está prevista para 4 de outubro). Por fim, lá embaixo, vemos um exagerado poster oriental, já colocando a criatura monstruosa em evidência. A direção ficou a cargo de Ruben Fleischer, diretor veterano no mundo da TV que no cinema já dirigiu "Zumbilândia" (uma sequência está prevista para breve). No elenco o filme terá Tom Hardy como o protagonista (Eddie Brock / Venom), além de Woody Harrelson e Michelle Williams. 

Pablo Aluísio. 

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Jake Gyllenhaal em busca do Zodíaco

Nesse fim de semana também revi o filme "Zodíaco" (2007). O roteiro foi baseado no livro escrito por um jornalista americano que ficou obcecado em descobrir a verdadeira identidade desse serial killer. Como se sabe esse assassino passou impune. Nunca o pegaram pelos seus crimes. De certa maneira sua história lembra a de Jack, o Estripador. Assim como o psicopata inglês ele matava pessoas e depois desafiava a polícia. Enviava pedaços de roupas sangrentas de suas vítimas e provocava as autoridades. Infelizmente assim como Jack também nunca foi preso. Pior do que isso, nunca foi identificado com certeza absoluta.

Jake Gyllenhaa, bom ator, interpreta esse jornalista obcecado. Ele chega ao caso do Zodíaco meio por acaso. Trabalhando como cartunista em um jornal de San Francisco ele acaba sabendo de antemão tudo o que está acontecendo, os crimes, as mortes. Jovens namorados pegos de surpresa, sendo executados sem piedade. O repórter interpretado por Robert Downey Jr na redação é o encarregado de cobrir o caso, mas com o passar dos anos ele vai sendo consumido pelas coisas que aconteceram. Obviamente queria dar o grande furo de reportagem, revelando a identidade do Zodíaco, mas isso jamais aconteceu.

Pior acontece com um dos policiais envolvidos na investigação. Quem o interpreta é o ator (com cara de chorão) Mark Ruffalo. Ele parece estar sempre um passo atrás do assassino. Quando chega em um suspeito muito provável as coisas começam a dar errado. A caligrafia não bate com a das cartas enviadas pelo serial killer, ele não parece ter provas para sequer levar o caso ao tribunal. Esse suspeito certamente era um péssimo exemplo, pois tinha ficha criminal envolvendo pedofilia em seu passado. Só que sem provas provavelmente escaparia de uma condenação. Assim o caso simplesmente não andava, não ia para frente. Entrou em um beco sem saída.

O caso Zodíaco foi simbólico para as polícia americana. O FBI se envolveu, mas também não conseguiu solucionar as mortes. Um fato terrível porque olhando para trás, para as mortes recriadas pelo filme, podemos perceber nitidamente que o Zodíaco passava longe de ser um criminoso precavido ou até mesmo inteligente. Ele matava à luz do dia, em lugares públicos, como no caso do casal morto à beira do lago. Chegava ao ponto de usar roupas bizarras com o mesmo símbolo que desenhava nas cartas e mesmo assim os policiais americanos não conseguiram prendê-lo. No fundo o Zodíaco não foi dos matadores mais espertos da história, mas sim, ao que parece, contou mesmo com a incompetência das autoridades para sair impune de seus atos de pura barbárie. Essa foi uma história sem final feliz. Sim, é para ficar chocado com tudo de real que aconteceu nesse trágico evento.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Brad Pitt e as Lendas da Paixão

Revi "Lendas da Paixão". Quando o filme foi lançado originalmente em 1994 tive a oportunidade de assistir nos cinemas. Digo que não fiquei particularmente impressionado. Ficou aquela sensação de se tratar de um "novelão" americano, com muito sentimentalismo fora do tom. Hoje em dia me soou bem melhor. Talvez o cinema atual esteja tão sem inspiração que até um filme dos anos 90 que não me impressionou muito no passado, agora se torne bem melhor.

A palavra "saga" pode inclusive ser bem usada aqui. A história é justamente a saga de uma família de três irmãos. O pai (interpretado por Anthony Hopkins) foi um coronel do exército americano durante as chamadas guerras indígenas. Ele ficou tão perplexo com a forma que o governo tratou os nativos que pediu baixa e foi viver numa fazenda no sopé da montanha com seus filhos pequenos. A esposa não aguentou a austeridade daquela vida e foi embora. Assim os meninos foram criados soltos, no meio daquela natureza exuberante.

O protagonista real do filme é justamente um dos filhos, o mais selvagem e indomável deles, chamado Tristan (em boa atuação de Brad Pitt). Ele conhece a futura esposa de seu irmão mais novo e até fica interessada por ela, mas se contém. Tudo muda quando os irmãos vão para a Europa, lutar na I Guerra Mundial. O caçula morre metralhado em um arame farpado e mesmo Tristan tendo feito tudo para protegê-lo não consegue salvar sua vida. De volta aos Estados Unidos ele finalmente se casa com aquela que iria se casar com seu irmão. Porém é um daqueles personagens trágicos, que não consegue lidar nem consigo mesmo. Por isso após alguns meses ganha o mundo, indo trabalhar em veleiros que viajam pelos mais distantes oceanos.

Assim Brad Pitt teve a oportunidade de interpretar um personagem com várias facetas em sua personalidade ao mesmo tempo... herói trágico, homem indomável, amante perfeito, cheio de sentimentos e angústias pessoais que não conseguia mais lidar. Claro que o papel caía como uma luva para ele. Com longos cabelos loiros ele fotografou muito bem nas tomadas, o que fez aumentar e muito seu fã clube feminino na época. Ele era considerado um dos grandes galãs do cinema, rivalizando com Tom Cruise. O interessante é que Pitt sobreviveu bem ao tempo, teve uma carreira produtiva, com muitos bons filmes e não caiu na armadilha de ser apenas um rostinho bonito no cinema com prazo de validade. Hoje ele está com 55 anos de idade, bem longe do jovem que vemos nesse filme. Porém o tempo lhe fez bem, pois ele sem dúvida amadureceu bastante como ator. Esse "Lendas da Paixão" é um bom exemplo do tempo em que ele efetivamente se tornou um grande astro em Hollywood.

Pablo Aluísio.

Sputnik

Essa é uma nova ficção que está sendo lançada nesse ano de 2020, tempos complicados. Curiosamente vi apenas seu trailer. A impressão que tive foi de estar assistindo a uma versão de Aliens falado em russo. Pois é, Sputnik, apesar de usar o nome do famoso satélite soviético, não é uma tentativa de contar os fatos históricos, mas sim de fazer mesmo um filme bem de acordo com o clássico Sci-fi de Ridley Scott.

Vai dar certo?

Eu ainda não vi o filme, mas duvido muito que algo assim seja bom. Me pareceu filme B, sem maior orçamento para dar conta de uma história como essa, que convenhamos sempre vai exigir um bom quadro técnico responsável em efeitos especiais e isso, claro, custa bastante dinheiro.

Porém até assistir ao filme darei o benefício da dúvida. Vai que o filme seja algo especial e eu esteja apenas sendo bem pessimista. A direção é de Egor Abramenko, com roteiro da dupla Oleg Malovichko e Andrei Zolotarev. No elenco temos Oksana Akinshina, Fedor Bondarchuk e Pyotr Fyodorov. Beleza, agora tente falar todos esses nomes russos rapidamente e em alto e bom som! Seus vizinhos vão adorar as pronúncias.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Fargo / Better Call Saul

Fargo 1.01 - The Crocodile's Dilemma
Depois que "Hannibal" e "Bates Motel" tiveram êxito na TV americana era de se esperar que outros filmes fossem adaptados para o mundo das séries. Assim, seguindo esses passos, surge esse "Fargo". Provavelmente você seja jovem demais ou então simplesmente nunca tenha assistido a "Fargo", filme lançado em 1996, com direção de Joel Coen. O filme foi bastante elogiado na época de seu lançamento. Acontece que a história real que deu origem ao roteiro da produção original era tão instigante que era questão de tempo para que virasse uma série. No fundo o enredo envolvendo diversas mortes numa cidadezinha gelada e sem importância de Minnesota revela na verdade a mediocridade da vida cotidiana de certas pessoas. O personagem Lester Nygaard (Martin Freeman) é o símbolo disso. Ele foi vítima de bullying nos tempos de escola e por pura infelicidade reencontra o valentão que o agredia naqueles tempos. O sujeito se acha no direito de voltar a ofendê-lo, bem no meio da rua, na frente de seus filhos. Para piorar a vida de Lester não é ruim apenas fora de casa, mas dentro também. Ele é casado com uma víbora, uma mulher que lhe humilha e lhe rebaixa sempre que pode. Um casamento sem amor, um verdadeiro inferno. A vida de Lester porém muda quando ele encontra por acaso a figura de Lorne Malvo (Billy Bob Thornton), um assassino profissional. O resto é história, aliás história mesmo, pois tudo foi baseado em fatos reais! Com mais de uma hora de duração esse episódio piloto já deixa claro que a série é realmente muito boa, ideal para acompanhar daqui em diante. Realmente Classe A. / Fargo 1.01 - The Crocodile's Dilemma (EUA, 2014) Direção: Adam Bernstein / Roteiro: Noah Hawley / Elenco: Billy Bob Thornton, Allison Tolman, Colin Hanks.

Fargo 1.02 - The Rooster Prince
Esse episódio toca em uma questão que é bem comum, inclusive no Brasil. Em cidades pequenas do interior a rede de amizades e relações sociais que existem entre as pessoas geralmente acabam prejudicando investigações policiais e mais além, até mesmo julgamentos são comprometidos por esse tipo de situação. Não é à toa que o tribunal do júri geralmente acaba fracassando no Brasil em cidadezinhas pelo interior afora. Mas voltemos a Fargo. Após as diversas mortes do primeiro episódio a polícia local continua a dar voltas sem ir a lugar nenhum. O xerife Bill Oswalt (Bob Odenkirk) foi amigo de escola de Lester Nygaard (Martin Freeman) e por isso se recusa a acreditar na tese de sua colega de farda, que insiste em dizer que Lester tem muito provavelmente algo a ver com os crimes. Para Bill isso seria uma bobagem, já que Lester sempre foi um garoto tímido, frágil, que jamais faria mal a alguém (e ele, para surpresa de todos, fez ao matar sua própria esposa com um martelo no porão de sua casa!). O ator Bob Odenkirk aliás é o mesmo que interpretou o advogado picareta Saul Goodman na série de grande sucesso "Breaking Bad". Ver ele aqui, com outra caracterização completamente diferente, interpretando um xerife bronco e caipira não deixa de ser uma das maiores diversões de acompanhar essa nova série. Tenho gostado muito dessa versão televisiva de "Fargo". O formato de muitos episódios proporciona um melhor desenvolvimento de todos os personagens, algo que não aconteceu no filme por motivos óbvios. / Fargo 1.02 - The Rooster Prince (EUA, 2014) Direção: Adam Bernstein / Roteiro: Noah Hawley, Noah Hawley / Elenco: Billy Bob Thornton, Allison Tolman, Colin Hanks, Bob Odenkirk, Martin Freeman.
 
Fargo 1.03 - A Muddy Road
O maior problema para a oficial Molly Solverson (Allison Tolman) é que seus superiores são um bando de matutos, sem qualquer experiência ou faro investigativo. Desde o começo ela soube que havia uma ligação entre Lester Nygaard (Martin Freeman) e um estranho suspeito que chegou na cidade para aterrorizar determinadas pessoas. Ele é um assassino profissional, um criminoso de ofício, que foi contratado por um rico empresário para descobrir quem o estaria chantageando. Como não existe ética entre bandidos o próprio Lorne Malvo (Billy Bob Thornton) resolve assumir a chantagem, ou seja, contratado para acabar com o crime ele próprio se apoderou dele, tencionando com isso faturar uma bolada. E ele não parece muito preocupado em se esconder. Indo atrás de um devedor de apostas ele literalmente o arranca do escritório, o levando pela gravata para "passear" em seu carro. Obviamente a intenção é dar um susto no tal sujeito, mas as coisas não saem como esperado e o pobre homem sai correndo no meio da nevasca (detalhe, completamente sem roupas, o que lhe trará morte certa em poucos minutos). Para Malvo isso pouco importa, afinal de contas ele tem coisas mais importantes (e lucrativas) para se importar. Mais um bom episódio dessa série que vem para complementar o que vimos no cult dos irmãos Coen. Há mais tempo para desenvolver os personagens e a trama, o que torna tudo ainda mais bem-vindo. Ótima diversão. / Fargo 1.03 - A Muddy Road (EUA, 2014) Direção: Randall Einhorn / Roteiro: Noah Hawley / Elenco: Billy Bob Thornton, Allison Tolman, Colin Hanks.

Better Call Saul 1.01 - Uno
Bom, se você acompanhou a maravilhosa série "Breaking Bad" já sabe muito bem quem é Saul Goodman (Bob Odenkirk). Ele é aquele advogado completamente picareta que vivia de dar cobertura para Walter White e Jesse Pinkman. Certamente era um dos mais divertidos coadjuvantes dessa série que realmente marcou época. A partir daí era de se esperar que algum spin off aparecesse no horizonte. Assim os produtores aprovaram a ideia do criador e roteirista Vince Gilligan em focar apenas nele nesse novo seriado. O episódio tem duas linhas narrativas. Uma no presente, com Saul de bigode, trabalhando em uma lanchonete de Shopping Center. Claro que depois de tudo o que ele aprontou era mesmo previsível que ele tentasse se esconder atrás de um disfarce pelo resto de sua vida. Sua vida passa longe da adrenalina do passado. Após cumprir seu expediente tedioso tudo o que lhe resta é voltar para casa, solitário e deprimido. Para relembrar um pouco de seus tempos de advogado ele resolve rever em uma velha fita vhs as propagandas de TV que estrelava, onde sempre usava o bordão "Better Call Saul". A partir desse ponto o episódio dá um longo flashback, mostrando acontecimentos em sua vida, anteriores inclusive ao que acompanhamos em "Breaking Bad". O episódio piloto fez grande sucesso de audiência na TV americana, mas lamento dizer que me deixou um pouco decepcionado. Menos divertido e cômico do que era de se esperar a série precisa se soltar mais, criando situações realmente engraçadas, já que Saul sempre foi um alívio de humor na série que lhe deu origem. Do jeito que está ficou sombrio e melancólico além da conta. Espero que daqui para frente acertem o tom de uma vez. / Better Call Saul 1.01 - Uno (EUA, 2015) Direção: Vince Gilligan / Roteiro: Vince Gilligan, Peter Gould / Elenco: Bob Odenkirk, Jonathan Banks, Rhea Seehorn.

Better Call Saul 1.02 - Mijo
Esse segundo episódio foi bem melhor do que o primeiro. Na verdade os roteiristas encontraram o tom certo, mostrando e investindo muito mais no bom humor, que sempre foi o símbolo do personagem em "Breaking Bad". Nesse aqui Saul paga por suas picaretagens. Após se unir a dois skatistas sem noção, ele vê seu plano de arrancar dinheiro de uma pobre velhinha ir por água abaixo. Isso porque a velha senhora tem um neto que não vai deixar isso barato. O sujeito mais parece ter saído de uma gangue de traficantes mexicanos. Com cara de poucos amigos, ele resolve colocar Saul e seus comparsas em seus devidos lugares. Após render o trio de picaretas, ele então  leva todos para o deserto do Novo México - praticamente uma sentença de morte para quem conhece aquela região hostil! Lá ocorre a melhor cena do episódio. Saul, tal como se estivesse numa audiência de conciliação judicial, começa a barganhar com o criminoso, tentando convencer que não se mate os jovens, pois eles possuem uma mãe doente (o que é uma tremenda lorota) e que apenas lhes sejam aplicados uma lição, do tipo "quebrar suas pernas". Impecável realmente e muito divertido. O desfecho também é muito engraçado. Para os fãs de "Breaking Bad" vale a pena prestar atenção pois vários personagens da série original vão aparecendo em pequenas aparições, tão rápidas que merecem mesmo atenção dobrada! O caminho é esse, espero que continuem por essa linha daqui em diante. / Better Call Saul 1.02 - Mijo (EUA, 2015) Direção: Michelle MacLaren / Roteiro: Vince Gilligan, Peter Gould / Elenco: Bob Odenkirk, Jonathan Banks, Rhea Seehorn.

Better Call Saul 1.03 - Nacho
As aparências enganam. Quando uma família inteira desaparece de sua casa, sem deixar rastros, todos começam a desconfiar que Jimmy McGill (Bob Odenkirk), ou melhor dizendo Saul, estaria envolvido com o que supostamente seria um sequestro! Seria mesmo? Afinal de contas ninguém colocaria a mão no fogo por esse advogado especializado não em direito civil ou penal, mas sim em trambiques e fraudes de todos os tipos! Assim Saul resolve ir por conta própria atrás dessa família que parecia um modelo de honestidade e bondade, a típica família suburbana norte-americana, com tudo o que isso significa. Mesmo com terno, maleta e tudo, ele assim resolve encarar o desafio de sair pelo meio do deserto em busca deles! Aos poucos a realidade vai surgindo, mostrando que as primeiras deduções estavam completamente erradas. De todos os episódios dessa nova série "Better Call Saul" esse foi um dos mais divertidos, recuperando em parte o bom humor que caracterizava esse personagem na série "Breaking Bad". Pessoalmente acredito que esse programa não irá muito longe, provavelmente consiga duas ou até mesmo três temporadas pela frente (e isso sendo bem otimista). A questão é que Saul se encaixava muito bem na série original, mas aqui, de forma solo, falta um pouco mais de conteúdo para manter a atenção do espectador por um longo período. Vamos ver até onde "Better Call Saul" consegue ir. / Better Call Saul 1.03 - Nacho (EUA, 2015) Direção: Terry McDonough / Roteiro: Vince Gilligan, Peter Gould / Elenco: Bob Odenkirk, Jonathan Banks, Rhea Seehorn.

Better Call Saul 1.04 - Hero
Nesse episódio Jimmy McGill (Bob Odenkirk), ou melhor dizendo Saul, recebe pela primeira vez suborno - e fica com a consciência pesada por isso, quem diria... Pois é, em começo de carreira ele tenta levantar a bola de seu escritório situado nos fundo de um salão de beleza. O dinheiro é oferecido pela mesma família que a polícia pensa estar sequestrada, mas que na verdade se mandou para fugir com uma bolada de um golpe financeiro. Assim Saul acaba embolsando a grana e nem pensa duas vezes, compra um terno novo, roupas elegantes e contrata um imenso outdoor em uma avenida com suas já conhecidas propagandas picaretas (que iriam ficar famosas em "Breaking Bad"). Como se tudo isso não fosse o bastante ainda usa a logomarca de um escritório conhecido da cidade, tudo com o objetivo de angariar clientes de forma nada ética! Afinal de contas se não fosse jogar sujo ele não seria o velho Saul que conhecemos. Depois de ser processado administrativamente ele é condenado a retirar a propaganda enganosa, não sem antes fazer um grande teatro, como se estivesse sendo perseguido por ricos e poderosos e toda essa situação absurda acaba ocasionando um evento que acredite o vai transformar em um herói na mídia por 15 minutos (afinal todos terão seus quinze minutos de fama um dia)! Quinto episódio da temporada dessa nova série que sinceramente ainda não conseguiu me convencer muito. Sigo acompanhando mais ou menos no controle remoto. Embora seja fã de "Breaking Bad" esse Spin-off ainda não empolgou. Só o tempo dirá quando tempo ainda irei acompanhar. Por enquanto só tem servido mesmo para nos deixar com saudades de Walter White e cia. / Better Call Saul 1.05 - Hero (EUA, 2015) Direção: Colin Bucksey / Roteiro: Vince Gilligan, Peter Gould / Elenco: Bob Odenkirk, Jonathan Banks, Rhea Seehorn.
 
Better Call Saul 1.05 - Alpine Shepherd Boy
O episódio do outdoor trouxe finalmente a publicidade que Saul precisava. O problema é que os clientes que vão surgindo são os piores possíveis. Um rico e ignorante fazendeiro do Texas quer que seu rancho vire um país independente dos Estados Unidos, tal como se fosse um Vaticano americano. O outro coloca uma babá eletrônica na privada e pensa que se trata de uma nova invenção maravilhosa! Enfim, só pessoas sem noção, algumas completamente loucas. Ser advogado freelancer definitivamente não é fácil para Saul. Para piorar o seu irmão é levado sob custódia sob a acusação de ter roubado o jornal da vizinha! Como se sabe Chuck tem problemas em sair de casa (não se sabe se é um tipo de loucura ou uma condição real). Ele diz ter hiper sensibilidade à eletricidade o que o faz viver isolado em uma casa escura e sem nenhuma luz ou aparelho elétrico. Envolto em uma malha de alumínio ele tem ataques e convulsões se exposto a qualquer tipo de eletricidade. Mesmo uma lâmpada comum o deixa em pânico. Levado a um hospital após sofrer um colapso Saul precisa convencer a médica que o atende que ele realmente tem algum problema. Para a doutora ele é apenas um sujeito com problemas psicológicos sérios e nada mais. Enquanto isso Saul tem que correr atrás de clientes - e ele escolhe um asilo de idosos - seu cinismo nessa cena é a melhor coisa do episódio. Muito divertido. No mais a série ainda luta para encontrar seu próprio caminho. Por enquanto ainda não encontrou o tom certo. / Better Call Saul 1.05 - Alpine Shepherd Boy (EUA, 2015) Direção: Nicole Kassell / Roteiro: Vince Gilligan, Peter Gould  / Elenco: Bob Odenkirk, Jonathan Banks, Rhea Seehorn.

Pablo Aluísio.

Os Filmes de Arnold Schwarzenegger: Jogo Bruto / O Predador

Depois de vários sucessos no cinema o ator voltou para cumprir um contrato mais antigo. Acontece que ele ainda tinha a obrigação de fazer mais um filme com a companhia De Laurentiis Entertainment Group (DEG). Assim em 1986 surgiu nas telas o filme "Jogo Bruto". Não havia robôs assassinos e nem bárbaros violentos. O enredo girava em torno da máfia, seus crimes e a violência bem típica desse tipo de grupo criminoso. Arnold com muito gel no cabelo surgia novamente como uma espécie de "exército de um homem só", exterminando seus inimigos em larga escala.

Foi um filme que tive a oportunidade de conferir no cinema. Eu me lembro que na época não achei grande coisa. Não era o filmão que eu esperava. O poster e o trailer enganavam bem aos fãs de filmes de ação dos anos 80, porém o roteiro deixava a desejar, sendo confuso e sem direção em muitos pontos. O diretor John Irvin era muito bom, mas a equipe de roteiristas (quase todos italianos) erraram bastante a mão.

As coisa iriam melhorar (e muito) no ano seguinte. Arnold Schwarzenegger havia assinado para mais um filme de ficção. O roteiro era bem original. A produção se chamava apenas "O Predador". A direção foi entregue ao excelente John McTiernan. A estória era simples, direta a eficaz. Um grupo de militares fortemente armados eram surpreendidos no meio da selva com a presença de uma estranha criatura, sedenta de sangue. No começo, quando o enredo foi divulgado, muitos pensaram que Arnold iria interpretar o alienígena predador, mas não. Ele era apenas um dos membros da tropa, um "bad ass" que iria partir para o corpo a corpo com o estranho bicho vindo do espaço.

O filme foi um tremendo sucesso comercial. Em poucos dias de exibição se tornou um blockbuster. Em plenos anos 80, com Spielberg reinando de um lado e os filmes de ação do outro, não poderia se esperar por outra coisa. O filme caiu nas graças do público e Arnold se tornou novamente um dos nomes mais quentes de Hollywood. O filme também acabou se tornando o primeiro de uma nova linha de filmes de ficção, tão popular quanto o próprio "Aliens". E por mais irônico que isso possa parecer nos anos seguintes as duas franquias iriam se mesclar dando origem a filmes intitulados "Aliens vs Predador". Quem poderia imaginar?

Pablo Aluísio.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

The Flash / The Astronaut Wives Club / Dominion / Manhattan

The Flash 1.01 - Pilot
Sou suspeito para avaliar uma série como essa. Escrevo isso porque sendo bem sincero nunca fui muito fã desse personagem. Eu me lembro vagamente da antiga série, que inclusive chegou a ser exibido pela Rede Globo na época, em 1990. Durou apenas uma temporada e para falar a verdade não chegou a fazer muito sucesso. Na verdade o Flash é um dos heróis que menos me interessam no universo DC. A Warner tem se dado bem em termos de audiência com "Arrow", então era de se esperar que outro personagem da mesma galeria viesse a ganhar uma nova série para o canal a cabo da empresa. Dito isso lamento confessar que esse episódio piloto não me empolgou em nada. O Flash aqui está bem mais jovem do que na antiga versão e o ator que o interpreta, o jovem Grant Gustin, é bem medíocre. O problema central é que o nível etário também caiu para o produto como um todo. Assim o que temos aqui é realmente um seriado mais infanto-juvenil, que provavelmente pouco interessará aos mais adultos. Comparações são sempre equivocadas, porém aqui abrirei uma exceção para dizer que "Arrow" é bem mais interessante do que esse "The Flash". Claro que o arqueiro verde até faz uma micro participação para dar uma força ao novo herói, mas isso soa mesmo gratuito e sem importância. Muito provavelmente não seguirei acompanhando, já que com tantas séries interessantes no ar não há como perder tempo com algo que não se curtiu muito. Vida que segue. / The Flash 1.01 - Pilot (EUA, 2014) Direção: David Nutter / Roteiro: Greg Berlanti, Andrew Kreisberg  / Elenco: Grant Gustin, Candice Patton, Danielle Panabaker.

The Astronaut Wives Club 1.01 - Launch
Essa é a nova série do canal abc. O enredo se passa no começo dos anos 1960. Os Estados Unidos se empenhavam para colocar o primeiro homem no espaço, mas perdem essa honra quando os russos colocam o cosmonauta Iuri Gagarin em órbita. A partir daí o governo de John Kennedy começa a se empenhar totalmente para colocar o primeiro homem na lua. E tudo começa justamente com o projeto Mercury que é mostrado nesse primeiro episódio. O roteiro dessa série porém não se preocupa em explorar a vida política envolvendo a questão e nem muito menos se propõe a mostrar os preparativos e a vida dos astronautas, mas sim focar o interesse nas esposas deles. Na época houve um intenso interesse nelas, uma vez que eram consideradas mulheres de grande coragem por causa da profissão arriscada de seus maridos. Assim a protagonista acaba sendo Louise Shepard (Dominique McElligott), esposa do astronauta Alan Shepard (Desmond Harrington), que em pouco tempo se tornaria o primeiro americano no espaço. Bom, obviamente que a história é interessante e provavelmente chamará a atenção dos que gostam da história da corrida espacial. Infelizmente, como acontece com quase todas as séries da abc, tudo é bem açucarado, amenizado e plastificado. Até mesmo questões que poderiam trazer um pouco de carga dramática para a série - como o fato de Alan Shepard ter sido um grande mulherengo - são deixadas de lado, sem grande desenvolvimento. Tudo é tão família e enlatado que se torna quase constrangedor. Mesmo assim vou seguir em frente acompanhando. Só o simples fato de se passar na década de 60 já é um ponto de interesse. Não tenho ideia se a série vai melhorar com o tempo, mas vale pelo menos lhe dar o benefício da dúvida. / The Astronaut Wives Club 1.01 - Launch (EUA, 2015) Direção: Lone Scherfig / Roteiro: Stephanie Savage / Elenco: JoAnna Garcia Swisher, Yvonne Strahovski, Dominique McElligott.

Manhattan 1.01 - You Always Hurt the One You Love
Episódio piloto dessa nova série Manhattan. Bom, se você andou matando as aulas de história o projeto Manhattan foi um dos mais importantes da história militar dos Estados Unidos. Foi através dele que os americanos conseguiram chegar na tecnologia atômica, criando uma bomba definitiva, que prometia encerrar de uma vez por todas a Segunda Guerra Mundial. Nesse primeiro episódio, como era de se esperar, todos os personagens são apresentados ao espectador. De uma maneira geral temos dois grupos de cientistas disputando internamente para decidir quem seguirá dando as cartas dentro do projeto. Embora não haja um foco em cima de apenas um personagem o enredo coloca em relevo um jovem físico e sua esposa que vão para o meio do deserto desenvolver teorias que depois seriam usadas na construção da bomba. Na verdade o acampamento no meio do nada mais parecia um grupo de habitações provisórias das forças armadas, o que levava as esposas à loucura pela falta de estrutura. No geral temos uma boa série, bem roteirizada e com boa direção de arte e reconstituição histórica. Essa promete por isso seguirei acompanhando.

Dominion 1.03 - Broken Places
Estou quase jogando a toalha dessa série. As coisas andam ruim demais. Claro que por ser uma série do canal Syfy não era de se esperar por nenhuma obra prima da televisão. O problema é mesmo de roteiro. Os episódios não são mal feitos, passa longe disso, alguns efeitos especiais são até bacanas, mas os textos são embaralhados, não possuem fluidez e para completar a trama é completamente truncada e confusa. Pouca coisa lembra o filme original (que repito, não era também lá grande coisa). Fizeram uma mistura indigesta além da conta, se tivessem simplificado mais, teria sido mais eficiente. Agora de todas as coisas ruins de Dominion a mais marcante é mesmo o protagonista e seu papel dentro da estória, uma mistura boba e tosca que o coloca como uma espécie de messias da raça humana. O problema é que como "messias" o sujeito não tem filosofia nenhuma, sabedoria zero e carisma abaixo da escala. Quem em sã consciência consegue acreditar em algo assim, tão sem conteúdo? Pois é, os anjos que me desculpem, gosto muito desse tema, mas seguir em frente está ficando complicado. Daqui a pouco quem baterá asas será esse que vos escreve. / Dominion - Broken Places (EUA, 2013) Direção: Rick Jacobson / Roteiro: Vaun Wilmott, Dario Scardapane / Elenco: Christopher Egan, Tom Wisdom, Roxanne McKee.

Pablo Aluísio. 

Pretty Little Liars

Essa série adolescente durou sete temporadas que foram exibidas entre os anos de 2012 a 2017. No Brasil onde recebeu o péssimo título de "Maldosas" nunca chegou a fazer muito sucesso, mesmo sendo exibida em um canal aberto. Já nos Estados Unidos virou uma febre entre as jovens, a ponto de alavancar a carreira de algumas de suas atrizes, entre elas Lucy Hale, para o cinema. Acompanhar tudo exigiu mesmo um teste de fôlego, porque foram dezenas de episódios, com roteiros que muitas vezes giravam sobre o mesmo tema: a identidade da misteriosa (ou misterioso) personagem chamado simplesmente de A, que passava a chantagear as meninas.

De minha parte (e aqui vai uma opinião muito pessoal) nunca tinha assistido uma série que enrolasse tanto o espectador. As idas e vindas eram tantas, isso sem chegar a lugar nenhum, que lá pela quarta temporada perdi a paciência e larguei a série pelo meio do caminho. Simplesmente não dava mais. Sim, as mocinhas eram uma graça e a série era até bem produzida, me fazendo lembrar em certos momentos da franquia cinematográfica "Pânico", porém tudo na vida tem um limite não é mesmo? O meu foi atingido lá pelo meio da quarta temporada. De qualquer forma compilo aqui nessa postagem as (poucas) resenhas que fiz de alguns episódios das Lindas Pequenas Mentirosas. É ler para crer...

Pretty Little Liars 4.01 - A Is for A-l-i-v-e
"Pretty Little Liars" é uma febre entre as adolescentes americanas. A série que começou para ter apenas uma temporada fez tanto sucesso que já vai seguindo rumo à sétima temporada!!! Isso tem um lado bom para a emissora que assim fatura horrores, mas também joga a série em um labirinto sem fim de pistas e enrolações onde nada é decifrado, sendo cada um episódio apenas um gancho para outro episódio e no final de tudo nada se resolve. Na quarta temporada, por exemplo, ainda persiste o mistério sobre a identidade de "A". Ninguém sabe ao certo quem seria ela e nisso a embromação ganha ares épicos. Para falar a verdade "Pretty Little Liars" se sustenta apenas pelo carisma à toda prova do elenco, formado por jovens atrizes gracinhas que conseguem manter o interesse na série. No mais Aria (Lucy Hale) continua enrolada com sua paixão ainda não resolvida pelo professor Ezra (Ian Harding) e Moma (Janel Parrish) se une às garotas para tentar decifrar o enigma de "A", o que não deixa de ser contraditório, já que apenas alguns episódios antes a própria Moma era a principal suspeita. Enfim se preparem meninas para mais uma rodada sem fim de embromação! Teste seus limites de paciência! / Pretty Little Liars - A Is for A-l-i-v-e (EUA, 2013) Direção: I. Marlene King / Roteiro: I. Marlene King, Sara Shepard / Elenco: Troian Bellisario, Ashley Benson, Tyler Blackburn, Lucy Hale.

Pretty Little Liars 4.02 - Turn of the Shoe
"Pretty Little Liars" finalmente chegou nas telas brasileiras e está sendo exibida pelo SBT com o pavoroso título nacional de "Malvadas". Vai entender a mente desses tradutores. De qualquer forma a saga das quatro garotas segue em frente. O espectador obviamente não saberá quem é "A" nesse episódio, mas pistas vão surgindo aqui e ali para tentar juntar o quebra-cabeças. Como o próprio título do episódio entrega, a peça central aqui é um sapato manchado de lama que Hanna Marin (Ashley Benson) descobre em sua própria casa, debaixo da pia. O objeto pertence à sua mãe, o que faz com que pela primeira vez ela apareça como uma potencial suspeita. E eu pensando que a mãe da Hanna Banana só servia mesmo para contracenar com ela na cozinha (praticamente todas as cenas delas juntas é nesse recinto da casa, provavelmente por ser o único cenário!). Pitadas de ironia à parte, o fato é que "Pretty Little Liars" caiu mesmo no gosto das adolescentes. Outro acontecimento digno de nota é a recusa de matrícula da universidade em relação a Spencer Hastings (Troian Bellisario). Ela tem seu pedido recusado, o que a deixa arrasada pois sempre foi a mais estudiosa das Liars. Enquanto isso Aria Montgomery (interpretada pela atriz Lucy Hale, que tem uma incrível semelhança com Priscilla Presley quando jovem) vai se enamorando do professor de artes marciais. A garota pelo visto tem mesmo obsessão por professores mais velhos! Por fim a mais chatinha do grupo, a sem graça Emily Fields (Shay Mitchell), sofre um sério acidente na piscina. Trocando em miúdos, um típico episódio da série. / Pretty Little Liars 4.02 - Turn of the Shoe (EUA, 2013) Direção: Joanna Kerns / Roteiro: I. Marlene King, Sara Shepard / Elenco: Troian Bellisario, Ashley Benson, Tyler Blackburn, Lucy Hale.

Pretty Little Liars 4.03 - Cat's Cradle
Que tal mais algumas doses dessa "guilty pleasure"? Pois é, a série segue em frente sem maiores sinais que o espectador vai finalmente descobrir quem é na verdade "A", a misteriosa entidade que vive chantageando as garotas. Pode ser uma só pessoa ou várias, como já foi ficando bem claro em vários episódios. Nesse episódio as meninas acabam descobrindo algumas pistas valiosas. Mexendo em tralhas de Alison DiLaurentis (Sasha Pieterse) elas descobrem uma máscara, que já havia sido usada várias vezes em ataques misteriosos anteriormente. Seguindo pistas vão parar no estúdio onde a peça foi confeccionada. A modelo usada foi a própria Alison. Várias máscaras foram produzidas, provando que elas ainda estão por ali. A mais reveladora descoberta vem porém quando elas descobrem que na mesma ocasião Melissa, irmã de Spencer Hastings (Troian Bellisario) também esteve por lá! Isso começa a formar de novo um quebra-cabeça onde surge Melissa, velha suspeita de todas as Liars. Estariam realmente certas sobre isso? / Pretty Little Liars 4.03 - Cat's Cradle (EUA, 2013) Direção: Norman Buckley / Roteiro: I. Marlene King, Sara Shepard / Elenco: Troian Bellisario, Ashley Benson, Tyler Blackburn, Lucy Hale.
 
Pretty Little Liars 4.05 - Gamma Zeta Die!
O sonho da mãe de Spencer Hastings (Troian Bellisario) é enviar ela para uma boa universidade. Para isso resolve contratar um conselheiro para preparar a filhona para sua nova vida. O problema é que Spencer parece mais preocupada com outras coisas, entre elas descobrir quem seria "A". Já Hanna leva um susto quando encontra uma arma nas coisas da mãe. Ela já vinha desconfiada de certas coisas, de certas histórias mal explicadas, de meias verdades que encontrou pelo meio do caminho. Assim elas decidem ir mais a fundo em suas investigações e acabam fazendo uma visita numa universidade, tudo com a intenção de seguir mais pistas envolvendo "A" e sua verdadeira identidade. Para falar a verdade nem sei mais porque assisto essa série adolescente. Na verdade deve ser algum tipo de masoquismo de ver um episódio atrás do outro sem que nada seja explicado. A enrolação de "Pretty Little Liars" atinge realmente picos olímpicos, pois a série já está chegando na marca expressiva de 150 episódios e nada de revelar o mistério que move sua trama! Uma coisa de outro mundo mesmo! Pior do que isso só o péssimo título no Brasil (Maldosas), um nome que mais parece ter saído de uma novela mexicana de quinta categoria! / Pretty Little Liars 4.05 - Gamma Zeta Die! / Direção: Mick Garris / Roteiro: Marlene King, Sara Shepard/ Elenco: Troian Bellisario, Ashley Benson, Tyler Blackburn.

Pablo Aluísio. 

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Johnny Depp - Do Inferno

Decidi rever esse filme por causa do tema. Como se sabe esse "Do Inferno" é uma adaptação cinematográfica da Graphic Novel de Alan Moore. Tudo o que se vê de inovador no roteiro se deve ao seu criador, então palmas para ele. O fato é que até hoje não se sabe com absoluta certeza sobre a real identidade de Jack, o Estripador, o mais famoso serial killer da história. E no meio dessas nuvens surgiram inúmeras teorias. Alan Moore obviamente escolheu uma delas e embora seu texto seja ficção acima de tudo, ficou muito bem orquestrado.

No filme Depp interpreta um inspetor da polícia de Londres. Ele não é um policial típico desse tipo de filme. Ao contrário de ser heroico, tem muitos problemas pessoais. É viciado em ópio e mistura absinto com laudáno, um tipo de veneno. Algo muito barra pesada, que coloca em risco a vida de quem ousasse tomar tal mistura.  Só sai de seu estado de torpor quando um crime é cometido e ele é chamado para investigar. No caso os crimes de Jack, o Estripador.

E assim Alan Moore tece a teia de sua trama. Ele adotou uma teoria amplamente difundida na cultura de livros, ensaios, etc, que ligavam as mortes de Jack com a família real britânica, nos tempos da Rainha Vitória. Um príncipe teria se apaixonado por uma prostituta de Whitechapel. Pior do que isso, teria se casado e tido um filho com ela. Um escândalo desses seria devastador naquela época. Para encobrir tudo começou um verdadeiro banho de sangue promovido justamente por um médico da corte, um sujeito com ligações com a maçonaria. As cinco prostitutas mortas teriam ligação com o caso do jovem nobre. Tudo política, no final das contas.

Embora o que se veja na tela seja mesmo puramente ficcional, Alan Moore sabe como mexer os personagens de seu tabuleiro de xadrez. Tudo é muito bem orquestrado. O Jack do filme é um refinado médico maçônico, com ares de grandeza. Sim, ele faz o serviço sujo para a realeza, mas procura também satisfazer seus instintos mais sádicos e violentos. Usando roupas finas, métodos educados, acaba seduzindo as pobres moças com uma taça de vinho e um punhado de uvas. A miséria em que elas viviam era tão grande que elas associavam esse tipo de coisa com o luxo das elites mais abastadas!

Curiosamente, há pouco tempo, foi lançado um livro em que se propôs finalmente a revelar de uma vez por todas quem de fato seria Jack. A ciência indicou o imigrante polonês Adam Kosminski como o assassino em série. Seu DNA teria sido encontrado numa das peças de roupas de uma das vítimas de Jack. Supostamente ele estava enlouquecido pela sífilis, doença que tinha contraído justamente com as prostitutas de Whitechapel. Por isso sua sede de vingança brutalizada se concretizou de forma tão violenta contra elas! Assim Jack não era um médico da corte da Rainha Vitória, mas sim um vagabundo de rua.  Mesmo assim, não abraçando a verdade histórica, "Do Inferno" funciona muito bem como cinema até hoje. O clima soturno, escuro e decadente, combina muito bem com a história de morte insana envolvendo Jack. E Depp está inesperadamente contido e sério, melhorando ainda mais um roteiro que por si só já era excelente.

Pablo Aluísio.

Vestígios do Dia

Revi esse excelente filme de James Ivory. O filme continua maravilhoso a cada releitura. Na verdade o tema principal não é apenas a fleuma e o mundo das grandes propriedades vitorianas de uma Inglaterra prestes a embarcar nos horrores da Segunda Guerra Mundial. Tudo isso é um pano de fundo ricamente ilustrado, porém não o tema central do filme. Na verdade o cerne de seu argumento vem da impossibilidade de um homem, no caso o mordomo Mr. Stevens (brilhantemente interpretado por Anthony Hopkins), de assumir suas emoções e de expressá-las. Criado para ser um profissional de extrema educação e gentileza, quase a um ponto obsessivo, ele não consegue mais sair do papel, nem mesmo para assumir um relacionamento com a governanta Miss Kenton (Emma Thompson) que também está apaixonada por ele. Assim temos o melhor filme sobre amor não concretizado da história do cinema (e isso definitivamente não é algo irrelevante).

Além desse aspecto emocional principal temos também um subtexto bem interessante. O mordomo de Hopkins trabalha para um Lord prestes a cair em desgraça no Reino justamente por tentar a todo custo construir uma aliança com os nazistas. O filme explora bem isso com suas duas linhas narrativas. Na primeira vemos Stevens no auge da casa onde trabalha, com a chegada de importantes políticos e chefes de Estado. A casa resplandece de brilho e glamour. Já na segunda linha encontramos tudo mudando, a aristocrata casa sendo colocada em leilão e o velho mordomo em viagem de reencontro ao seu passado (algo que novamente não trará frutos satisfatórios).

Tudo acaba caindo nas mãos de um americano, em bom momento de Christopher Reeve no cinema. Ele obviamente tem um outro modo de ver o mundo e de agir, fugindo completamente dos rígidos padrões britânicos de educação e estilo. Isso claro vai contrastar completamente com Mr. Stevens e sua refinada classe. Enfim, são muitos subtextos enriquecedores. Assim "Vestígios do Dia" continua sendo uma obra prima da sutileza, das frases não ditas e dos sentimentos não expressados. Um filme realmente emocionante ao seu próprio modo.

Pablo Aluísio. 

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Dickensian

Série que foi exibida no canal BBC. Como o próprio título deixa claro, se trata de mais uma adaptação da obra do escritor Charles Dickens. Como se sabe esse autor se notabilizou não apenas por sua imensa popularidade, como também pela forma como escrevia, mostrando ao lado de uma escrita fina e elegante, o aspecto mais sórdido da sociedade inglesa de seu tempo, com ênfase para os excluídos, os pobres e os miseráveis. Também mostrou a miséria da alma humana em personagens como Ebeneezer Scrooge, um mesquinho que só se importava com dinheiro. Aliás como muito bem resumiu um crítico de literatura, Scrooge só teria um valor em sua vida, o valor do capital, nada mais. Nessa série duas coisas chamam a atenção. Primeiro a boa produção, com refinada reconstituição de época. Segundo, a curta duração de cada episódio (menos de 30 minutos), o que me deixou surpreso já que esse formato seria mais adequado para séries de comédia, ao estilo sitcom.

Como se trata de uma série dramática seria mais interessante ter a duração padrão para esse tipo de programa (40 a 45 minutos). Enfim, embora curta, a qualidade não foi prejudicada. No enredo somos apresentados aos personagens. Scrooge é o primeiro a chamar a atenção. Ele é um velho miserável que não está disposto a abrir concessões. Em plena noite de natal segue firme e forte para cobrar a dívida de um comerciante prestes a ver sua ruína comercial. Na outra linha narrativa vemos dois herdeiros recebendo a parte que lhes cabe da herança de um rico industrial do ramo de bebidas. O rapaz é praticamente deserdado, ficando com apenas dez por cento dos bens. Já sua irmã leva o grande quinhão. Isso obviamente acaba criando uma rivalidade que logo se mostrará perigoso para ela. Por fim uma jovem fica inesperadamente curada na noite de natal. Teria sido um milagre? Enfim, se você aprecia a literaruta de Dickens, não deixe de conhecer essa série britânica de muito bom gosto. 

Dickensian (Inglaterra, 2015) Direção: Harry Bradbeer, entre outros / Roteiro: Tony Jordan, baseado na obra imortal de Charles Dickens / Elenco: Joseph Quinn, Tuppence Middleton, Peter Firth / Sinopse: Série exibida no canal BBC, consistindo em adaptações de famosos personagens da obra do conhecido escritor inglês. São 20 episódios explorando esse rico universo cultural, contando com diversos diretores que se revezam nos episódios da série.

Pablo Aluísio.

The Librarians

Essa série teve quatro temporada nos Estados Unidos, mas eu nunca tinha assistido nenhum episódio. Bom, nunca é tarde para se conhecer. Assim resolvi conferir o episódio piloto que na realidade é uma fusão do primeiro e segundo episódios, com mais ou menos 90 minutos de duração (a mesma de um longa convencional). A minha conclusão é a de que embora seja bem produzido, realizado, com elenco interessante, simplesmente não é a minha praia. Essa série eu recomendaria apenas para um público mais juvenil, na faixa entre 12 a 16 anos. Muito provavelmente se você tiver uma faixa etária maior do que essa, simplesmente não vai gostar.

O enredo é bem ao estilo fantasia. Tudo gira em torno de uma biblioteca que inclusive teria personalidade e vontade própria. No centro fica a figura do bibliotecário e seus guardiões cuja principal função seria a de recuperar artefatos históricos famosos (como a coroa do Rei Arthur, por exemplo). A referência óbvia que me veio a mente foi as aventuras de Indiana Jones, mas claro tirando todas as devidas proporções, com o diferencial de que aqui tudo é muito mais fantasioso. Não há nada muito interessante para adultos, a não ser a presença da bela atriz Rebecca Romijn (a Mystique da franquia X-Men) que sinceramente falando parece meio perdida, sem o timing certo para seu papel (como era de esperar há sempre um clima presente de humor em praticamente todas as situações).

Talvez o maior mérito da série seja a tentativa de transformar o ambiente de bibliotecas interessante para essa juventude que está aí, pouco interessada em livros. É uma metáfora que passa a mensagem subliminar de que livros podem levar você a mundos e lugares de muita aventura e fantasia, bastando para isso uma boa imaginação. Então é basicamente isso, ficarei por aqui, não pretendo continuar seguindo assistindo. Porém se você estiver na faixa etária ideal para assistir, vale a recomendação.

The Librarians (Estados Unidos, 2014/2018) Direção: Dean Devlin / Roteiro: John Rogers / Elenco: Rebecca Romijn, Christian Kane, Lindy Booth / Sinopse: Essa série juvenil explora as aventuras que nascem dentro de uma biblioteca, onde os guardiões vão precisar recuperar artefatos famosos da história e dos livros de fantasia.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

A Pessoa Ideal e a Pessoa Possível

Quem acompanha meu blog sabe que sempre dei preferência sobre textos analisando filmes, discos, obras de arte em geral. Raramente escrevo sobre outros assuntos, até porque os blogs foram pensados dessa forma. Não deveria ser diferente. Aos poucos porém vou diversificando os temas quando possível (geralmente a partir de agora nos fins de semana quando me sobra mais tempo livre). Pois bem, ontem recebi a visita de uma velha amiga, uma pessoa muito querida dos tempos de escola. Curiosamente ela, que vou ocultar seu nome por razões óbvias, está passando por um momento delicado na vida, com o divórcio batendo as portas de seu casamento de quinze anos.

Tentando explicar seus motivos ela acabou me trazendo esses dois conceitos que achei muito interessante: a da pessoa ideal e a da pessoa possível. Do que se trata? A pessoa ideal é aquela que ela nutriu no passado uma grande paixão, um grande sentimento. Na verdade poderíamos dizer que ela ficou loucamente apaixonada por essa pessoa. Essa foi sua pessoa ideal e como o próprio nome deixa claro ela seria a pessoa que ela idealizava passar o resto de sua vida. Um amor verdadeiro, como se costuma dizer. Por um motivo ou outro seu romance ideal porém nunca se concretizou ou deu certo. E então surge a pessoa possível! Geralmente é aquele que está em segundo plano, o plano B ou como algumas garotas mais sarcásticas costumam chamar o "estepe"! Recentes pesquisas provaram que mais de cinquenta por cento das mulheres mantém um homem na reserva, caso seu alvo principal não venha a dar certo. Esse acaba se tornando a pessoa possível.

Quando se é adolescente e tudo mais a figura do "estepe" pode até ser aceitável. Afinal de contas adolescentes morrem de medo de ficarem sozinhas. O problema na verdade surge quando as mulheres acabam indo longe demais com esse tal "homem possível" e acabam se casando com ele! Um erro grave. Isso porque o tal sujeito não é na verdade o foco de seus sentimentos. Ele até pode ser um cara muito conveniente, correto e tudo mais. O que muitas não percebem é que um amor verdadeiro jamais consegue ser plenamente soterrado. O sentimento fica bem escondidinho no coração de muitas delas e mais cedo ou mais tarde vem a sensação de angústia, tristeza, frustração e até mesmo depressão. Isso quando o arrependimento não corrói inteiramente suas almas. Como eu escrevi, ter uma pessoa como estepe na adolescência é algo até aceitável, mas se casar com ele, ter filhos e viver um longo casamento pode destruir emocionalmente a vida de uma mulher. Foi o caso dessa minha amiga. Tentando ser verdadeira com seus sentimentos e cansada de viver uma mentira ela resolveu ir embora e acabou com o casamento. Não precisa ser advogado para entender que o alto número de casamentos desfeitos é resultado direto desse tipo de situação. Você se casa com quem não ama verdadeiramente, muitas vezes apenas por conveniências financeiras ou sociais e depois de algum tempo olha para trás e descobre que grande parte de sua vida sentimental se perdeu pelo caminho.

As mulheres muitas vezes são imaginativas em criar denominações e figuras de linguagem. Essa de homem ideal (o verdadeiro amor de suas vidas) e a do homem possível (o estepe que estava mais conveniente e próximo) acabou me surpreendendo ainda mais pela força de imaginação delas. Claro que é um tanto cruel chamar um companheiro ou namorado de estepe, mas muitas delas gostam mesmo de usar expressões desse tipo. Hoje essa minha querida amiga acredita que teria sido muito mais proveitoso em sua vida se ela simplesmente tivesse ficado solteira, pois quem sabe com o tempo ela conheceria um verdadeiro amor depois ou até melhor do que isso: ela poderia finalmente ter se acertado com o homem de seus sonhos, a grande paixão de sua vida amorosa. Se isso tivesse acontecido ela certamente teria encontrado a verdadeira felicidade em sua vida. Assim deixo essa pequena lição de vida para as garotas mais jovens: Lutem por seus amores verdadeiros e não se contentem em se relacionar ou casar com alguém que esteja no banco de reservas de seu coração. O tempo pode deixar essa sua escolha equivocada bem amarga com o passar dos anos. Afinal de contas o que vale mesmo na vida é ser feliz com a pessoa amada ao seu lado!

Pablo Aluísio.

O Que é o Amor Platônico?

Esse sentimento é bem mais comum do que muitos pensam. O Amor Platônico nada mais é do que o antigo amor idealizado dos poetas românticos do século XVIII. Uma pessoa se apaixona por outra, mas por motivos vários esse sentimento muito bonito jamais consegue se concretizar plenamente. Assim a pessoa amada se torna um ser extremamente idealizado, dos sonhos e dos sentimentos românticos mais puros, profundos e duradouros. Aquele que se apaixona não consegue ter um romance real com a pessoa que ama e isso acaba virando um modelo perfeito de paixão, jamais alcançada por qualquer outro sentimento real de sua vida. Mesmo no mundo atual, com toda a sua tecnologia e modernidade, o amor platônico segue muito comum, principalmente entre os adolescentes. Afinal, seja sincero, quem nunca se apaixonou perdidamente por alguém em seus tempos de escola, mas nunca conseguiu namorar ou ter qualquer caso com essa pessoa amada? Geralmente alguns sequer conseguem conhecer de perto aquele que ama.

O Amor Platônico não deve ser visto como um doença ou algo nesse sentido. É um aspecto do amadurecimento emocional. Na verdade é um aspecto de nossa personalidade emotiva até comum e corriqueira. O que se precisa ter cuidado é apenas evitar ficar eternamente nesse mundo da fantasia. Ter paixões platônicas ao longo de sua vida emocional é algo comum e normal, o que não pode acontecer é viver eternamente dentro desse mundo idealizado sem procurar se relacionar de verdade com alguém ao longo de sua vida. Por isso é bom prestar atenção nesse ponto. Se você é jovem e está perdidamente apaixonada platonicamente por sua amada ou seu amado, tudo bem, o que preocupa é quando você se fecha completamente a outros tipos de aproximações e sentimentos de outras pessoas. Viva sua vida e procure se relacionar com alguém que também goste de você. Afinal de contas a paixão platônica provavelmente nunca se tornará uma realidade, já que a partir do momento em que ela se torna real deixa de ser platônica.

De uma maneira ou outra o platonismo romântico gerou grandes obras de arte ao longo dos séculos. Poetas e escritores como Lord Byron e o nosso Álvares de Azevedo escreveram lindas linhas sobre paixões platônicas impossíveis. Esse último tem um poema muito inspirado dedicado a uma jovem senhorita de que ele era perdidamente apaixonado, mas que tinha receios de lhe dirigir a palavra. Morreu sem lhe dirigir um único "bom dia" ou "boa noite"! Era a linda jovem de seus sonhos, de face pura e distante dos pobres mortais como ele. O famoso escritor inglês Charles Dickens também nutriu uma paixão platônica que durou décadas, uma jovem que conheceu em sua adolescência e do qual foi apaixonado por quase quarenta anos. Isso durou até o dia em que ela lhe escreveu uma carta e Dickens entendeu que não poderia haver mais espaço em seu coração para esse tipo de situação, até porque ele já havia se tornado um senhor de mais de cinquenta anos, pai e avô. Seu sentimento adolescente havia ficado inoportuno. 

Para muitos especialistas o amor platônico também acaba criando um modelo na cabeça de quem está amando. Quando a pessoa supera a paixão platônica ela acaba indo atrás de pessoas que de certa forma se parecem com sua antiga paixão! Olhando sob esse ponto de vista a paixão platônica acaba servindo para construir a personalidade emotiva de cada um ao longo de sua vida. Leonard Cebin disse certa vez que: "O amor platônico é um castigo que a mente deve sofrer pela inocência do coração", mostrando a relação entre a juventude e esse tipo de sentimento amoroso. Já Tati Bernardi observou: "Não existe amor mais perfeito do que o amor platônico recíproco". Se você pensar que o romantismo é uma escola literária onde o mundo ideal é o mais importante, entenderá perfeitamente o que ele quis dizer em sua frase. Então é isso, sinta, ame, até curta esse tipo de sentimento muito bonito e puro, mas saiba também seguir em frente com sua vida, procure por amores reais, com seus dramas e dificuldades. Não vai ser nunca tão perfeito quanto sua paixão platônica, mas pelo menos será real! Afinal de contas o amor platônico é perfeito porque apenas os sonhos são plenamente perfeitos.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

10 Curiosidades - Bad Boys Para Sempre

10 Curiosidades - Bad Boys Para Sempre

1. Este foi o primeiro filme dos Bad Boys a não ser dirigido por Michael Bay. No entanto, ele não ficou totalmente de fora, pois tem uma participação especial no filme como o mestre de cerimônias que anuncia o discurso de Mike Lowry.

2. Este será o primeiro filme da franquia Bad Boys a ser filmado em Panavision (anamórfico) com as câmeras digitais especiais da companhia Sony. Os dois primeiros filmes foram filmados em sistema tradicional, com película de 35mm. 

3. O diretor sugeriu que os atores colocassem alguns parentes em cena. Assim a garota Jasmine Lawrence, filha de Martin Lawrence, é uma das duas jovens que não deixam Marcus e Mike entrarem em um clube.

4. Martin Lawrence anunciou o filme pela primeira vez em 2013, em uma 5entrevista com Conan O'Brien. As negociações para acertar seu cachê foram longas e problemáticas.

5. Em 31 de outubro de 2018, Martin Lawrence twittou uma foto sua e de Will Smith no set de Bad Boys III (Bad Boys for Life) com a legenda "Bad Boys for life", confirmando de uma vez por todas que a produção estava finalmente em andamento depois de anos de atrasos.

6. Michael Bay não dirigiu esta sequência, mas ele muito provavelmente estará na direção de "Bad Boys 4", caso o filme seja mesmo produzido. 

7. Joe Carnahan abandonou a direção de "Bad Boys Para Sempre" (2020) devido aos atrasos, tornando este o segundo filme de continuação que ele se retirou antes do previsto. Mesmo assim ainda foi creditado como um dos roteiristas e autor do enredo.

8. A estreia desse terceiro filme coincidiu com o 25º aniversário do primeiro filme, "Os Bad Boys" de 1995.

9. Há um erro no roteiro. No primeiro filme os policiais protagonistas eram sargentos. No segundo eles foram promovidos para tenentes. Só que nesse terceiro filme eles são rebaixados, sem maiores explicações. É dito que são detetives de primeira série, só que isso seria abaixo de tenentes da corporação policial.

10. Will Smith avisou que no máximo fará apenas mais um filme. Ele não quer fazer um eventual "Bad Boys 5" de jeito nenhum!

Pablo Aluísio.

John Belushi

Quem foi John Belushi? Ele foi um ator e comediante bem popular nos anos 80. Começou fazendo shows de piadas ao estilo Stand up em Chicago. Era tão bom que recebeu convite para trabalhar no programa Saturday Night Live ao lado de grandes nomes do humor americano como Eddie Murphy, John Candy, Dan Aykroyd e Bill Murray;

Seu primeiro grande sucesso no cinema foi o filme "Clube dos Cafajestes", uma comédia juvenil passada no meio universitário. Belushi interpretava um estudante porcalhão que bebia, comia e entrava em brigas. O Bluto (como era chamado no filme) não tinha muitos diálogos para dizer, mas era extremamente divertido, amassando latas na cabeça.

"Com a Corda no Pescoço" foi um western que rodou ao lado de seu ídolo, Jack Nicholson. Filme divertido, mas que não fez muito sucesso. Além disso o papel de John Belushi passava longe de ser importante dentro do enredo.  Ao lado de Steven Spielberg esteve em "1941 - Uma Guerra Muito Louca". Um filme divertido passado na II Guerra Mundial, mostrando a paranoia que se espalhou na Califórnia durante uma suposta invasão japonesa no continente americano. Um filme cheio de gags, mas que não caiu no gosto do público. Acabou sendo um fracasso de bilheteria.

O sucesso só voltou com "Os Irmãos Cara de Pau" de 1980. Era um musical cheio de boas ideias, diversão e música de primeira qualidade, com a participação especial de verdadeiras lendas. O filme foi um sucesso não apenas nos cinemas, mas nas lojas de discos também pois sua trilha sonora vendeu milhões de cópias. Esse acabou sendo o último grande êxito comercial da carreira do ator.

Seus dois últimos filmes, "Brincou com Fogo... Acabou Fisgado!" e "Estranhos Vizinhos" não fizeram sucesso comercial. Eram bons filmes, mas o público não se interessou. No dia 5 de março de 1982 John Belushi teve uma overdose de drogas fatal. Ele misturou cocaína com heroína (numa mistura conhecida como "Speedball" entre viciados) e seu coração não resistiu. Morreu aos 33 anos de idade. Ele estava reescrevendo um roteiro de um projeto de filme que havia sido recusado pelo estúdio. Tentava mais uma vez levantar sua carreira. Morreu jovem e precocemente, mas pelos poucos filmes que fez continua a ser lembrado no meio humorístico dos Estados Unidos.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Evan Rachel Wood - Westworld

Um dos bons motivos para se assistir a série "Westworld" é a presença da atriz Evan Rachel Wood. Como mulher ela é realmente linda. Loira, olhos azuis, o pacote completo. Como atriz ela também é excelente, talentosa. Curioso que nunca me chamou muito a atenção no cinema. Também nunca deram o espaço que ela merecia, principalmente no começo da carreira.

Agora em Westworld ela finalmente ganhou um papel central, a da "anfitriã" Dolores, mera peça de alta tecnologia para sádicos em potencial. Sempre interpretando a mesma personagem, a da jovem indefesa do velho oeste, ela acaba criando uma avançada inteligência artificial, liderando uma violenta rebelião contra os seres humanos.

Nessa última temporada tivemos uma surpresa nos últimos episódios quando Dolores tem sua mente (tal como se fosse um arquivo em backup) transferido para outro corpo. Bem bolado, só que tem mais a ver com os problemas contratuais da atriz do que propriamente com a  originalidade dos roteiristas.

Acontece que Evan exigiu um cachê acima do que os produtores queriam. Com as negociações em tensão criou-se esse artifício de se mudar sua consciência para qualquer um dos bonecos tecnológicos que vagam pelas terras desertas do parque. Assim Evan Rachel Wood perde seu poder de barganha, já que se ela não aceitar o novo cachê simplesmente outra atriz será contratada para fazer a Dolores. Deve ter sido um tiro na alma da Evan. Logo ela, tão orgulhosa de seu papel na indústria do entretenimento, sempre lutando por melhores salários para as mulheres, tentando arranjar financiamento para seu primeiro filme como diretora. Espero que as coisas acabam dando certo, porque sem a Dolores e sem a Evan Rachel Wood eu vou pensar seriamente em abandonar a série.

Pablo Aluísio.

Ed Harris - Westworld

Outro destaque da série "Westworld" vem do personagem interpretado por Ed Harris. Esse ator é um velho conhecido para quem gosta de cinema. Citar os filmes em que ele atuou ao longo de todos esses anos seria no mínimo complicado, uma vez que são tantos e tão variados... que as omissões seriam óbvias. Eu tive uma surpresa em ver Ed Harris tão jovial, apesar da idade. Ele parece muito bem em todos os episódios, sempre surgindo como o pistoleiro todo vestido de negro. Na verdade é apenas um visitante humano no mundo de fantasia de Westworld. Um milionário que está há tantos anos cavalgando dentro do parque que já poderia ser considerado um verdadeiro viciado naquele universo.

Na segunda temporada já existem algumas surpresas preparadas pelos roteiristas. A mais significativa delas vem da dúvida que eles implantaram no público. Seria o personagem de Ed Harris um ser humano normal mesmo ou seria uma nova etapa em Westworld, onde consciências de pessoas já falecidas seriam transportadas para os corpos de anfitriões, sem que eles nem mesmo chegassem a conceber uma imagem de si mesmos, vivendo uma eterna mentira de alta tecnologia...

Esse vai ser, assim espero, o mote da terceira temporada. Até porque a não ser que ele seja uma nova versão para o imortal Jason dos filmes "Sexta-Feira 13" o mais provável é que seja mesmo um anfitrião sem ideia de onde veio de fato. Foram tantos os tiros, facadas e espancamentos, quem penso ser bem inverossímil que ele seja um homem comum. Outro aspecto que me chamou a atenção é que apesar de estar quase sempre no meio dos acontecimentos, o pistoleiro de Ed Harris nem sempre é muito aprofundando. Para falar a verdade existe apenas um episódio dedicado inteiramente a ele. Só nesse episódio é que descobrimos um pouco de sua história - além de sermos apresentados para sua filha, que como sempre, cria a dúvida se seria um ser humano de carne ou osso ou um anfitrião sintético! Pelo visto a terceira temporada vai trazer essas respostas. Enquanto isso façam suas apostas.

Pablo Aluísio.

domingo, 13 de janeiro de 2008

Elle Fanning

Jovem e talentosa a Elle Fanning já deixou de ser chamada apenas de a "irmã mais jovem da Dakota". Hoje em dia ela já tem uma filmografia das mais interessantes para uma atriz de sua idade. Os roteiros são escolhidos cuidadosamente e ela tem escapado de aparecer em filmes medíocres, como acontece muitas vezes com jovens atrizes. Dos filmes mais recentes que assisti da Elle, talvez o único que não tenha me agradado muito tenha sido o estranho "Demônio de Neon". Não que o filme em si seja ruim, pelo contrário, apenas aposta em um visual absurdamente excessivo, ultra colorido, com roteiro mais esquisito ainda. Definitivamente não curti.

Ela parece se sair muito bem em filmes históricos, passados em eras que já se foram. Foi assim no faroeste remake "O Estranho que nós amamos". Baseado no romance escrito por Thomas Cullinan, a história já tinha virado filme antes, inclusive uma versão hoje clássica estrelada pelo Clint Eastwood. Remakes sempre são complicados, por isso o filme não chega a ser tão bom, mas passa longe também de ser medíocre. No meio de um elenco feminino muito bom a Elle acaba se destacando como uma das jovens que moram no casarão sulista meio abandonado bem no meio da guerra civil americana.

Outro bom momento que vi recentemente com a atriz foi "Mary Shelley" onde ela interpreta a famosa escritora que criou um dos livros de terror mais importantes da história, "Frankenstein ou o Moderno Prometeu". O filme me agradou muito, a ponto inclusive de ter sido até o momento o melhor filme da jovem atriz. Já em um papel assumidamente adulto e maduro, ela se destacou novamente dando o tom certo para sua famosa personagem. A Elle caminha assim a passos largos para se tornar em um futuro próximo uma das melhores atrizes de sua geração em Hollywood.

Pablo Aluísio.

22 Milhas - Curiosidades

1. O personagem de Mark Wahlberg tem a seguinte fala no filme: "As pessoas dormem pacificamente em suas camas à noite apenas porque homens rudes estão prontos para fazer violência em seu nome". A citação é atribuível ao autor inglês George Orwell.

2. Em 5 de fevereiro de 2018, o presidente colombiano Juan Manuel Santos apareceu durante as filmagens em um dos locais na Colômbia. O diretor Peter Berg até tentou fazer com que o presidente Santos tentasse filmar uma das sequências de ação do filme.

3. A ideia do ator Mark Wahlberg e do diretor Peter Berg é fazer desse filme uma nova franquia, uma nova trilogia de ação. O roteiro foi escrito especialmente para Mark e ele é o produtor executivo da produção. Os próximos filmes serão rodados em diversas partes ao redor do mundo. Esse primeiro foi todo filmado na cidade de Bogotá, na Colômbia.

4. O estúdio decidiu que o filme seria rodado na Colômbia por questões de segurança para a equipe de filmagem americana. No começo os produtores pensaram em rodar no México, em Guadalajara, mas hoje em dia a cidade é considerada uma das mais violentas do mundo. Com isso as filmagens que seriam feitas por lá acabaram canceladas.

5. Essa é a segunda vez que Mark Wahlberg e John Malkovich trabalham juntos. Eles já tinham estado no mesmo filme antes, no filme desastre "Horizonte Profundo" de 2016. Sobre isso o ator John Malkovich declarou: "Sempre adorei trabalhar em filmes assim, onde tudo vai para os ares nas cenas"

Pablo Aluísio.