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domingo, 27 de novembro de 2022

Ambulância - Um Dia de Crime

Título no Brasil: Ambulância - Um Dia de Crime
Título Original: Ambulance
Ano de Lançamento: 2022
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures 
Direção: Michael Bay
Roteiro: Chris Fedak
Elenco: Jake Gyllenhaal, Yahya Abdul-Mateen II, Eiza González, Garret Dillahunt, Keir O'Donnell, Keir O'Donnell

Sinopse:
Durante um assalto, dois criminosos em fuga pelas ruas de Los Angeles param e entram em uma ambulância da cidade. Eles fazem de refém a jovem paramédica e o paciente que está precisando urgentemente de ser levado ao hospital. Para completar o quadro de caos, o paciente que está entre a vida e a morte, é um policial baleado. O departamento de polícia de Los Angeles logo sai em perseguição a ambulância. Causando muito estrago e acidentes pelas ruas e rodovias da cidade.

Comentários:
Remake americano de um filme dinamarquês de 2005. Inicialmente, o diretor Michael Bay pensou em transformar esse filme em mais um da série "Uma Noite de Crime". Só que ele acabou gostando tanto do roteiro adaptado do filme original que decidiu que ele mesmo iria dirigir essa produção. Com sua entrada na direção, a produção ganhou mais dólares da produtora Universal e o ator Jake Gyllenhaal foi contratado para estrelar. Curiosamente, é um filme que foge um pouco do que ele vinha buscando nos últimos tempos. Gyllenhaal tinha optado por fazer filmes mais cults. Mas aqui se entregou um filme de ação bem convencional. De maneira em geral, esse filme traz tudo aquilo que se pode esperar de uma obra cinematográfica assinada por Michael Bay, ou seja, muita correria, muita ação, muita perseguição e carros voando pelos ares nas ruas de Los Angeles. Só faltou mesmo a entrada em cena dos robôs gigantes para ser um novo Transformers. Se o roteiro não traz maiores surpresas, pelo menos resta elogiar a produção. A edição frenética é muito bem realizada. E o filme até tenta criar um histórico na relação de amizade dos dois protagonistas irmãos. Acredito que para quem gosta de filme de ação, não há maiores decepções envolvidas aqui. O filme cumpre totalmente o que está no cardápio. Bom apetite.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 26 de outubro de 2021

Donnie Darko

É um caso de filme do tipo "ame ou odeie". Não há como negar: "Donnie Darko" é muito louco e talvez justamente por essa razão tenha virado um cult movie absoluto nos últimos anos. O cinema americano sempre abraçou temas estranhos e bizarros em seu circuito mais independente e esse tipo de roteiro só tem aumentado o número de fãs, principalmente porque o espectador mais jovem está sempre em busca de algo diferente, que não seja tão lugar comum como os filmes comerciais que saem em ritmo industrial de Hollywood todos os anos. Na busca por algo novo, que traga algum aspecto mais substancial, é que se encontra pequenas obras primas como essa. Dessa maneira não espere por clichês bobinhos e nem uma trama de fácil digestão - aliás não espere por nada muito normal ou previsível. Nada é convencional em "Donnie Darko". Tudo é bem fora do comum. Esse inclusive é o maior mérito dessa produção.

O enredo, em linhas gerais, conta a história do adolescente Donnie Darko (Jake Gyllenhaal), um sujeito mais esquisito do que os demais jovens de sua idade, que nessa fase da vida, como bem sabemos, já costumam ser estranhos naturalmente. Pois bem, além de ter pensamentos insanos e psicóticos, Donnie ainda é acompanhado por onde vai por uma alucinação bem freak, um coelho gigante monstruoso que lhe dá dicas e inspirações nada fofinhas. Esse filme, como não poderia deixar de ser, passou longe de ser um sucesso de bilheteria, porém por outro lado abriu as portas para um ainda desconhecido Jake Gyllenhaal que depois de interpretar Darko viu sua carreira deslanchar nos anos seguintes. Ele virou o protótipo do ator descolado e cool, ideal para projetos mais ousados. Pelo visto o papel que desempenhou, apesar de ser bem fora do comum, só lhe fez muito bem em sua trajetória artística. E aí já encarou esse filme? Se não, deixo a dica para uma sessão estranha, bem estranha...
 
Donnie Darko (Donnie Darko, Estados Unidos, 2001) Direção: Richard Kelly / Roteiro: Richard Kelly / Elenco: Jake Gyllenhaal, Jena Malone, Mary McDonnell / Sinopse: O mundo é um lugar esquisito, mas não tão esquisito como a mente do jovem Donnie Darko (Jake Gyllenhaal). Filme indicado ao prêmio Independent Spirit Awards e ao Sundance Film Festival.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 28 de setembro de 2021

O Segredo de Brokeback Mountain

Título no Brasil: O Segredo de Brokeback Mountain
Título Original: Brokeback Mountain
Ano de Produção: 2005
País: Estados Unidos
Estúdio: Focus Features
Direção: Ang Lee
Roteiro: Annie Proulx, Larry McMurtry
Elenco: Jake Gyllenhaal, Heath Ledger, Michelle Williams, Valerie Planche, Dave Trimble, Larry Reese

Sinopse:
O filme conta a história do amor homossexual entre dois cowboys, Ennis Del Mar (Heath Ledger) e Jack Twist (Jake Gyllenhaal). Eles são apaixonados, mas como vivem em um meio rural machista e homofóbico, com forte preconceito, não podem assumir seus sentimentos pessoais um para com outro.

Comentários:
Filme que ainda levanta muitas polêmicas. O tema realmente é um tanto explosivo, afinal pensem bem, que símbolo seria mais forte do macho heterossexual americano do que o cowboy? Mexer com algo assim, o retratando como um homossexual, é deveras complicado para a mente de algumas pessoas. A aceitação parece nunca ser completa. Porém o filme deve ser visto por seus méritos puramente cinematográficos, com mente aberta. O fato da paixão se desenvolver entre dois homens é mero detalhe. Outro ponto muito positivo é que essa produção, queiram ou não, contribuiu apenas com sua popularidade para derrubar os muros do preconceito e da intolerância. Só isso já justificaria sua existência no meio cultural. E como puro cinema o filme também se sustenta muito bem. É um drama cuja história se prolonga no tempo, mostrando as incertezas e dores de um amor impossível.

Pablo Aluísio.

domingo, 9 de fevereiro de 2020

Vida que Segue

Título no Brasil: Vida que Segue
Título Original: Moonlight Mile
Ano de Produção: 2002
País: Estados Unidos
Estúdio: Touchstone Pictures
Direção: Brad Silberling
Roteiro: Brad Silberling
Elenco: Jake Gyllenhaal, Dustin Hoffman, Susan Sarandon, Alexia Landeau, Bob Clendenin, Richard Fancy

Sinopse:
Um jovem permanece na casa da família de sua noiva, após sua morte acidental. Todos estão obviamente chocados, entristecidos e de luto. O caso acaba indo parar na justiça, com diversos desdobramentos. Enquanto isso o rapaz acaba se apaixonando novamente, mesmo que ele tente lutar contra esses novos sentimentos.

Comentários:
A Touchstone Pictures era um braço da Disney para filmes voltados para a família. Na maioria das vezes eram comédias, mas daquelas inofensivas, que poderiam ser assistidos em um ambiente familiar. Raramente esse selo lançava algo mais dramático, mais voltado para uma carga de dramaturgia maior. Uma dessas exceções foi justamente esse drama psicológico "Vida que segue". A primeira coisa que chama a atenção é seu ótimo elenco. Aqui o veterano Dustin Hoffman trabalhou pela primeira vez xom o jovem (e elogiado) Jake Gyllenhaal e com a atriz e ativista de esquerda Susan Sarandon. A combinação deu bastante certo. O diretor Brad Silberling vinha do sucesso da série "Felicity" e incorporou muito da linguagem que usava no programa para o filme. Seu estilo mais introspectivo já havia se destacado em "Cidade dos Anjos" e aqui ele procurava repetir a dose. Digo que ficou muito bom. Todos os elementos combinam e no filme ficamos com aquela satisfação de quem acabou de assistir a um bom filme. Nada seria melhor do que isso.

Pablo Aluísio.

sábado, 14 de setembro de 2019

Homem-Aranha: Longe de Casa

Título no Brasil: Homem-Aranha - Longe de Casa
Título Original: Spider-Man - Far from Home
Ano de Produção: 2019
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures, Marvel Studios
Direção: Jon Watts
Roteiro: Chris McKenna, Erik Sommer
Elenco: Tom Holland, Samuel L. Jackson, Jake Gyllenhaal, Marisa Tomei, Jon Favreau, Zendaya

Sinopse:
Finalmente Peter Parker (Holland) vai tirar suas férias na Europa, ao lado de amigos da escola. Ele acredita ser o momento ideal para finalmente conquistar a garota pelo qual está apaixonado, só que a viagem, que deveria ser de diversão e relaxamento, logo se torna uma aventura com monstros e um estranho novo super-herói.

Comentários:
É o filme mais leve já feito sobre esse famoso personagem da Marvel. É quase um filme de adolescentes normais, isso se não houvesse um super-herói entre eles. O roteiro inclusive poderia muito bem ter saído de alguma revistinha em quadrinhos dos anos 60, criada por Stan Lee. É bem na levada comics. Divertido e de certa forma inofensivo, caiu no gosto do público imediatamente. Com quase 1 bilhão de dólares de bilheteria acabou se tornando o maior sucesso do Homem-Aranha nos cinemas. Só que não adianta celebrar muito pois certamente será o fim dessa (terceira) franquia do herói na tela grande. Isso tudo porque houve uma guerra de bastidores envolvendo duas empresas que detém os direitos do personagem. A Marvel tem os direitos para quadrinhos e a Sony tem os direitos para o cinema. Eles chegaram em um acordo de cavaleiros para a inclusão do personagem nos filmes dos Vingadores e depois nessa produção aqui. Só que o acordo chegou ao fim, com acusações de ambos os lados. Com isso é bem provável que o próximo filme do Homem-Aranha seja um reboot, começando do zero (de novo!). E pensar que o cabeça de teia teve seus direitos vendidos lá atrás por um preço abaixo do valor, porque a Marvel estava em crise. Hoje em dia a empresa fatura bilhões no cinema. Se arrependimento matasse...

Pablo Aluísio.

domingo, 14 de julho de 2019

Vida Selvagem

Bom drama social. Jake Gyllenhaal interpreta o pai de família que não consegue trazer estabilidade financeira para sua esposa e seu filho. Quando não está em algum péssimo subemprego, fica sem trabalho algum. A esposa (interpretada pela atriz Carey Mulligan) também não está trabalhando, o que piora ainda mais a situação deles. Em desespero Jake topa mais um trabalho mal remunerado e até perigoso, ele entra para um grupo de trabalho de homens que vão combater o fogo nas florestas da região. Pagamento irrisório, mas bem-vindo, diante da situação. Então ele parte para combater os incêndios e deixa a mulher em casa com o filho. Ela acaba indo atrás de algum trabalho também e arranja um emprego para dar aulas de natação para adultos. Lá acaba conhecendo um homem bem mais velho, porém rico, que fica interessado nela. E assim começa a traição, com ela muito provavelmente apenas atrás do dinheiro do novo namorado, procurando sair da situação de pobreza em que vive. É a situação típica onde o casamento acaba quando o dinheiro chega ao fim.

Velha história. Muitos casamentos desabam quando as dificuldades financeiras batem à porta. O marido vai perdendo a autoridade e a dignidade e a mulher solta as amarras morais. Pior para o filho de 14 anos que vai assistindo sua família desmoronar, isso em uma idade em que ele praticamente não consegue fazer nada para reverter a situação da crise familiar. É um bom filme, um pouco triste e amargo, mas coeso em sua proposta maior que é mostrar o fim de uma paixão, de um relacionamento, dentro de uma situação que não poderia ser pior. Um retrato do outro lado da América, nada utópica, bem realista, com um toque de amargura.

Vida Selvagem (Wildlife, Estados Unidos, 2018) Direção: Paul Dano / Roteiro: Paul Dano, Zoe Kazan / Elenco: Jake Gyllenhaal, Carey Mulligan, Ed Oxenbould, Bill Camp / Sinopse: O filme mostra o desmoronamento de um casamento após o marido ficar sem emprego. Ele parte para combater incêndios florestais, ganhando muito pouco por cada dia de trabalho e ela acaba se envolvendo em um caso extraconjugal com um homem bem mais velho e bem mais rico que se marido. Uma história de traição.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 1 de agosto de 2018

Animais Noturnos

Esse filme no fundo tem algo que vai fazer todo e qualquer espectador se identificar. Sua mensagem subliminar é sobre as escolhas erradas que fazemos ao longo da vida; Arrependimentos? Sim, embora ninguém goste realmente de admitir que se arrependeu de algo feito no passado. A protagonista é Susan Morrow (Amy Adams). Uma mulher que começa a perceber que sua vida pessoal e profissional não vai bem. O marido é um sujeito cada vez mais distante e a galeria de arte onde ela trabalha vai de mal a pior a cada dia. Para enrolar ainda mais sua situação o ex-marido Edward Sheffield (Jake Gyllenhaal) surge com um novo livro que ele pretende publicar. Ela gostava dele, mas por pressão familiar o deixou. É a velha faceta do preconceito social. Como ele era pobre e sem dinheiro, a mãe dela tratou de colocar um fim no romance.

Outro ponto forte desse filme é o seu roteiro que se desdobra em duas linhas narrativas distintas que vão seguindo durante o filme. Na primeira acompanhamos a vida de Susan e no segundo mergulhamos na trama do livro que ela lê, justamente "Animais Noturnos" escrito por seu ex-marido. Tudo muito bem realizado e de bom gosto. Vale ressaltar também que essa dupla de atores centrais - Amy Adams e Jake Gyllenhaal - fazem toda a diferença. Eles estão ótimos, excepcionais em seus papéis. Diria até que Amy merecia ter sido indicada ao Oscar por esse trabalho, opinião compartilhada por muitos críticos de cinema quando esse filme foi lançado. Então é isso. Fica a recomendação desse drama muito bem escrito e atuado. Algo cada vez mais raro nos dias de hoje.

Animais Noturnos (Nocturnal Animals, Estados Unidos,  2016) Estúdio: Focus Features / Direção: Tom Ford / Roteiro: Tom Ford / Elenco: Amy Adams, Jake Gyllenhaal, Michael Shannon, Aaron Taylor-Johnson, Laura Linney, Michael Sheen / Sinopse: O filme conta a história de Susan Morrow (Amy Adams). O casamento dela vai mal e a galeria de arte que administra está em um péssimo momento. Ela olha para o passado e se arrepende de várias coisas, entre elas a de não ter seguido em frente com seu relacionamento com Edward Sheffield (Jake Gyllenhaal). E para sua surpresa ele ressurge com um livro dedicado justamente a ela!

Pablo Aluísio.  

quarta-feira, 6 de junho de 2018

O Que te Faz Mais Forte

O filme conta a história real do jovem Jeff Bauman (Jake Gyllenhaal). Tentando reatar o namoro com sua antiga namorada ele descobre que ela estará correndo na maratona de Boston. Então resolve ir até lá, levando um cartaz de incentivo para a garota. Por um trágico evento do destino ele fica bem ao lado do lugar onde o terrorista plantou uma das bombas naquele atentado que ficou famoso na época. Quando a bomba explodiu Jeff acabou severamente ferido, perdendo as duas pernas. Imagine um rapaz como ele, com toda a vida pela frente, agora ter que encarar um destino desses! O roteiro assim vai se desenvolvendo, mostrando as lutas do dia a dia após perder suas pernas, as dificuldades de adaptação, além do conturbado relacionamento com a ex-namorada.

O curioso é que Jeff também acabou virando um símbolo da força da cidade de Boston em superar os atentados. Chamado de "A força de Boston" ele acabou sendo considerado um herói, sempre convocado para abrir grandes eventos, mostrando que Boston jamais iria sucumbir ao terror. Em termos narrativos o filme é bem convencional. Penso até que não poderia ser diferente. Há uma história edificante para contar e não haveria outro modo de fazê-lo. Cinematograficamente falando é o filme mais convencional da filmografia do ator Jake Gyllenhaal, logo ele que sempre procurou por filmes mais ousados e fora dos padrões. O seu Jeff é uma homenagem ao protagonista da vida real, uma pessoa que precisou superar muitos obstáculos para seguir sua vida em frente. Pela bonita mensagem a produção como um todo já está justificada por seus próprios méritos.

O Que te Faz Mais Forte (Stronger, Estados Unidos, 2017) Direção: David Gordon Green / Roteiro: John Pollono, baseado no livro "Stronger", escrito por Jeff Bauman / Elenco: Jake Gyllenhaal, Tatiana Maslany, Miranda Richardson / Sinopse: O filme conta a história real de Jeff Bauman (Jake Gyllenhaal), uma das vítimas do atentado da maratona de Boston. Ao ir para a maratona, com a intenção de incentivar a ex-namorada, acaba sendo atingido em cheio pela bomba plantada pelos terroristas, perdendo as duas pernas com a explosão.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 1 de setembro de 2017

O Céu de Outubro

Título no Brasil: O Céu de Outubro
Título Original: October Sky
Ano de Produção: 1999
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Joe Johnston
Roteiro: Lewis Colick
Elenco: Jake Gyllenhaal, Chris Cooper, Laura Dern, Chris Owen, William Lee Scott, Scott Thomas

Sinopse:
Filme baseado em fatos reais. O filho de um mineiro das minas de carvão de sua cidade natal, decide estudar foguetes. Ele fica inspirado após o lançamento do primeiro satélite a ir até o espaço, o Sputnik. Para o adolescente Homer Hickam (Jake Gyllenhaal) essa seria a sua saída para um futuro melhor.

Comentários:
Bom filme que trata a ciência de uma forma bem carinhosa. O protagonista é um jovem sonhador que se une aos seus amigos para soltar foguetes. Tudo seria apenas uma diversão entre os rapazes se não fosse também um sonho, o de um dia se tornar cientista, fugindo do destino de seu pai, um trabalhador comum que se mata nas minas de carvão da região. Como se trata de uma adaptação de uma história real, baseada em um livro de memórias, podemos verificar como tudo soa nostálgico, relembrando os primeiros passos de um jovem que no futuro iria se dedicar à ciência, ao programa espacial americano. É uma espécie de sonho de virar astronauta que se tornou realidade (ou quase isso, bem próximo!). O elenco é todo bom, com atores jovens e bem talentosos. Alguns se tornariam bem famosos, como o próprio Jake Gyllenhaal que demonstrou no filme que talento realmente não tem idade. Boa diversão aliada a história mais do que interessante. Recomendo.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 2 de junho de 2017

Vida

A referência mais óbvia dessa nova ficção é a série "Aliens". Curiosamente enquanto o último filme dessa franquia deixou muito a desejar, esse "Life" conseguiu surpreender. A trama se passa toda dentro de uma estação orbital internacional. Eles recebem uma amostra do solo de Marte onde conseguem localizar uma pequena célula alienígena. Ora, essa seria certamente uma das maiores descobertas científicas da história pois provaria que de fato há vida fora da Terra! Inicialmente a nova criatura chamada de Calvin, se comporta muito bem. Exposta a testes ela começa a crescer de forma rápida e assustadora. Quando um dos cientistas tenta manipulá-la dentro do laboratório ela demonstra ter uma força descomunal, quebrando todos os dedos do pesquisador. A partir daí se instala o caos. A espécime desconhecida vai adquirindo cada vez mais força e complexidade, demonstrando até mesmo ter inteligência acima da média.

E então começa o jogo de sobrevivência, com os tripulantes tentando matar a forma de vida de Marte enquanto ela começa a eliminar um a um dentro da estação espacial. Eu nunca pensei que iria escrever isso, mas a verdade é que Ridley Scott deveria assistir a esse filme para aprender a fazer um bom filme desse estilo. Claro que a todo tempo percebemos que há uma clara influência dos filmes de monstros espaciais dos anos 50, mas isso é uma qualidade e não um defeito. O diretor Daniel Espinosa optou por realizar um filme rápido, eficiente e muito bom no quesito diversão. O roteiro é muito bem escrito, desenvolvendo situações de suspense na velha fórmula gato e rato, onde apenas a espécie mais forte e bem adaptada pode sobreviver. Simples lei do universo onde o mais forte consegue seguir em frente na evolução. Diante disso "Life" é um bom exemplo do que se deveria fazer dentro da franquia "Aliens". Um roteiro inteligente, eficiente e que cumpre o que promete. Muitas vezes pretensão demais acaba estragando um filme. Aprenda a lição Ridley Scott!

Vida (Life, Estados Unidos, 2017) Direção: Daniel Espinosa / Roteiro: Rhett Reese, Paul Wernick / Elenco: Jake Gyllenhaal, Rebecca Ferguson, Ryan Reynolds, Hiroyuki Sanada, Ariyon Bakare / Sinopse: Tripulantes de uma estação espacial precisam lidar com uma estranha e desconhecida forma de vida encontrada em uma amostra tirada diretamente do solo de Marte. A espécime tem uma taxa de crescimento absurdo e demonstra ser uma criatura predadora, com comportamento violento e letal.

Pablo Aluísio. 

segunda-feira, 6 de março de 2017

Animais Noturnos

Título no Brasil: Animais Noturnos
Título Original: Nocturnal Animals
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos
Estúdio: Focus Features
Direção: Tom Ford
Roteiro: Tom Ford
Elenco: Amy Adams, Jake Gyllenhaal, Michael Shannon, Aaron Taylor-Johnson, Laura Linney, Michael Sheen
  
Sinopse:
Baseado no romance escrito por Austin Wright, o filme "Animais Noturnos" conta a história de Susan Morrow (Amy Adams). Trabalhando em uma galeria de arte, ela começa a se sentir frustrada em sua vida pessoal e profissional. Sua galeria não vai bem e seu marido vai se tornando cada vez mais distante. Nesse ponto de sua vida ela começa até mesmo a se questionar se o ama de verdade e se tomou a decisão certa ao se casar com ele. Ao receber o manuscrito do novo livro escrito por seu ex-marido, Edward Sheffield (Jake Gyllenhaal), ela começa a entrar em uma grande crise existencial sobre as escolhas que fez ao longo de sua vida. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Ator Coadjuvante (Michael Shannon). Vencedor do Globo de Ouro na categoria de Melhor Ator Coadjuvante (Aaron Taylor-Johnson).

Comentários:
Muito se falou sobre a injustiça de não se ter indicado a atriz Amy Adams ao Oscar. Ela realmente está em uma fase excepcional na sua carreira, sendo que em 2016 ela poderia ter sido facilmente indicada ao prêmio de melhor atriz tanto por seu excelente trabalho em "A Chegada" como por esse "Animais Noturnos". Ambas as indicações seriam merecidas. Em relação a esse papel, ela se sobressai ao interpretar uma mulher que em determinado momento de sua vida fica em dúvida sobre as escolhas que fez. Ela teve uma paixão no passado que foi boicotada por sua família, já que o rapaz era um escritor fracassado e pobre. Certamente ela gostava bastante dele, mas pressionada pela mãe, que dizia ser sua escolha um homem considerado romântico e fraco demais, acabou optando por um bonitão que conheceu na universidade, um sujeito frio e bastante vazio. Com problemas na empresa (ela dirige uma galeria de arte), tudo piora quando seu ex resolve lhe mandar o manuscrito de seu novo romance, intitulado "Animais Noturnos" para ela ler em primeira mão. O livro é inclusive dedicado a ela. 

Assim o roteiro começa a explorar duas linhas narrativas: a primeira com Amy lendo o tal romance e a segunda mostrando a própria história do manuscrito escrito por Edward, o escritor fracassado, interpretado por Jake Gyllenhaal. Com isso temos na verdade dois gêneros cinematográficos convivendo no mesmo filme, com um drama existencial em primeiro plano (a vida da personagem de Amy Adams) e a trama de assassinato e brutalidade, exposta no livro que ela lê. Tudo muito bom, bem costurado por um roteiro extremamente eficiente. No quadro geral o filme se destaca por explorar o lado do arrependimento, da busca por uma redenção pelos erros do passado. O próprio enredo do manuscrito que a protagonista lê é, no fundo, uma metáfora sobre a conturbada relação que ela teve com seu autor no passado. O personagem que se sobressai lá é um pai de família que se vê numa situação extrema e que em seu final precisa provar que não é um fraco, um homem sem brio. Tudo o que a mãe de Adams o acusava de ser. Tecnicamente bem acima da média, com subtexto inteligente, esse filme certamente merecia um melhor reconhecimento por parte da academia.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Demolição

Davis (Jake Gyllenhaal) é um sujeito comum que perde sua esposa em um acidente de trânsito. Ele trabalha para seu sogro e a morte da mulher o deixa em um estranho estado mental. Ele parece não sentir nada com a tragédia, como se estivesse em um enorme vazio existencial. Durante a vigília no hospital, esperando por notícias sobre ela, logo após o acidente, Davis fica transtornado quando uma máquina não disponibiliza um pacote de amendoins que acabou de comprar. Ele então resolve escrever para o serviço de atendimento da empresa e acaba conhecendo Karen Moreno (Naomi Watts), uma garota com problemas parecidos com os dele. Davis então escreve longas cartas à mão para ela, onde revela o que está sentindo, seus pensamentos e sentimentos. Ele começa a agir de forma estranha, até mesmo bizarra. Começa a sentir uma compulsão em desmontar e destruir coisas. Chega ao ponto de ir em casas em demolição para ajudar a destruir tudo, sem qualquer razão aparente. Pior é ter que lidar com o namorado de Karen, seu próprio patrão, e um filho, um adolescente revoltado por causa da situação da mãe. Mesmo com tudo contra, Davis segue em frente, agindo a cada dia de forma mais esquisita.

Particularmente gosto muito do trabalho do diretor canadense Jean-Marc Vallée. De sua filmografia eu destaco o elegante "A Jovem Rainha Vitória" e "Clube de Compras Dallas", um ótimo retrato da chegada da AIDS na sociedade americana. O último filme de Vallée que havia assistido, o ótimo "Livre", me deixou ainda mais interessado em sua obra. De todos esses filmes certamente "Demolição" é o mais incomum, o mais fora dos padrões. Não é apenas esquisito o enredo em torno do protagonista, mas também a proposta do filme. Seu próprio título "Demolition" tanto se refere à demolição da saúde psicológica de Davis, como também ao seu surto maníaco de destruir tudo que encontra pela frente. Um filme, em suma, bem instigante. Foge do lugar comum, o que de certa maneira acaba contando pontos ao seu favor.

Demolição (Demolition, Estados Unidos, 2015) Direção: Jean-Marc Vallée / Roteiro: Bryan Sipe / Elenco: Jake Gyllenhaal, Naomi Watts, Chris Cooper / Sinopse: O executivo Davis (Jake Gyllenhaal) sofre um surto psicológico após a morte de sua esposa. Agindo de forma estranha ele encontra algum alívio quando conhece Karen (Watts), que logo se identifica com seu modo sui generis de ver a vida. Filme indicado aos prêmios da Rotterdam International Film Festival e do SXSW Film Festival.

Pablo Aluísio.

sábado, 3 de outubro de 2015

Nocaute

Título no Brasil: Nocaute
Título Original: Southpaw
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos
Estúdio: The Weinstein Company
Direção: Antoine Fuqua
Roteiro: Kurt Sutter
Elenco: Jake Gyllenhaal, Rachel McAdams, Forest Whitaker, 50 Cent, Miguel Gomez
  
Sinopse:
Billy Hope (Jake Gyllenhaal) é um lutador de boxe, campeão em sua categoria. Após muitos anos de competições esportivas ele finalmente começa a sentir o peso de sua idade. A cada final de luta ele sofre cada vez mais com os golpes sofridos. Sua visão está prejudicada e ele agoniza com fortes e duradouras dores provocadas por seus adversários no ringue. Afinal de contas ele já não é mais um jovem para aguentar as terríveis lutas pelas quais vem passando. Sua esposa Maureen (Rachel McAdams) sabe que seus dias na carreira estão chegando ao fim. Agora, desafiado pelo novo pugilista sensação da temporada, o jovem ganancioso Miguel 'Magic' Escobar (Miguel Gomez), Hope precisará superar até a si mesmo para novamente se tornar um campeão não apenas do boxe, mas também da vida!

Comentários:
Está sendo bem badalado pela crítica americana desde que chegou aos cinemas nesse último mês. Eu confesso que me decepcionei um pouco com o que vi. Não quero com isso afirmar que o filme é ruim - absolutamente não! Apenas é bom deixar claro que é um filme sem surpresas. Roteiros que contam histórias de superação de vida envolvendo pugilistas não são exatamente uma novidade. Desde a década de 1930 Hollywood vem explorando exatamente esse mesmo tipo de enredo. Depois há sempre a presença de filmes que se notabilizaram envolvendo esse tipo de drama esportivo, como a própria franquia "Rocky" ou até mesmo "Menina de Ouro" (que inclusive é infinitamente superior a essa filme). Assim quando assisti a esse novo "Nocaute" fiquei esperando por algo novo, alguma coisa que fosse um pouco original pelo menos. Foi uma espera em vão. Infelizmente o filme acabou e não consegui ver nada que justificasse tantos elogios. O que estraga esse "O Nocaute" é justamente isso, a sua terrível previsibilidade. Você começa a acompanhar a história do protagonista e já fica sabendo bem de antemão tudo o que acontecerá na tela. No começo o vemos como um grande campeão que tem uma família linda e uma esposa maravilhosa. Bom, nem precisa ser um cinéfilo veterano para saber que ele logo sofrerá um grande abalo e que será jogado literalmente na lona da vida. Depois virá o de praxe, ou seja, ele lutará para subir novamente na carreira e enfrentará muitos desafios até chegar em seu objetivo final. Seja sincero... conseguiu ver alguma novidade nesse tipo de roteiro? Obviamente que não! 

No fundo é tudo mais do mesmo. Mesmo assim eu ainda recomendaria o filme, não pelo seu enredo saturado, mas sim pelas boas atuações. Jake Gyllenhaal consegue sempre manter o interesse. Ele tem uma regularidade espantosa - sempre atuando bem. Aqui ele faz a mágica acontecer novamente. Mesmo com um roteiro tão sem surpresas consegue impressionar ao interpretar o trágico boxeador Billy Hope. Jake trouxe maneirismos físicos para seu papel que me fazem acreditar com convicção que ele realmente seja o melhor ator de sua geração. Um trabalho bem acima da média, diria até brilhante, valorizado pelo modo de ser (e até falar) bem peculiares do lutador. Outro que se destaca é Forest Whitaker. Que grande ator! Ele dá vida a esse velho e cansado dono de uma modesta e pobre academia de boxe da periferia. Seus alunos são em sua maioria garotos pobres que sonham um dia saírem da vida de miséria dos guetos negros de suas cidades. Por tudo o que passou em sua vida esse velho treinador já não tem mais grandes esperanças ou sonhos. É apenas um sobrevivente da luta pela vida. Sorte para Hope pois é justamente o que ele precisa em sua vida nesse momento. Em suma, "Nocaute" é bem isso, um filme com boa produção, um certo cuidado de direção por parte de Antoine Fuqua (um cineasta que admiro, é bom frisar), valorizado por um bom elenco, mas que não consegue trazer nenhuma novidade ao mundo dos dramas esportivos. Se ao menos tivessem trilhado por algo mais ousado ou diferente a sorte poderia ter sido bem melhor. Do que jeito que ficou não há como escapar da sensação sempre presente de Déjà vu.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

O Abutre

Título no Brasil: O Abutre
Título Original: Nightcrawler
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Dan Gilroy
Roteiro: Dan Gilroy
Elenco: Jake Gyllenhaal, Rene Russo, Bill Paxton

Sinopse:
Louis Bloom (Jake Gyllenhaal) é um ladrãozinho pé de chinelo que vive de roubar cobre pelas ruas de Los Angeles. Casualmente descobre que existe uma forma relativamente mais fácil de ganhar a vida: filmando tragédias, chegando aos locais assim que os sinistros acontecem. Depois de filmar tudo, o material passa a ser negociado com redes de TV que estão dispostas a pagar bem pelas imagens exclusivas dos acontecimentos mais chocantes. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Ator (Jake Gyllenhaal).

Comentários:
O roteiro de "O Abutre" enfoca a vida de um tipo de sujeito que anda cada vez mais comum nos Estados Unidos: a do cinegrafista freelancer que está sempre em busca das imagens do próximo furo de reportagem dos noticiários televisivos. O título de abutre é bem adequado uma vez que ele literalmente vive da desgraça alheia, aparecendo em momentos trágicos, apenas para captar imagens desses eventos. O personagem interpretado por Jake Gyllenhaal é um ser moralmente repulsivo que não está atrás de posturas éticas ou nada do tipo, pois para ele o importante é filmar tudo in loco, o mais rapidamente possível. Assim seu serviço consiste em capturar o momento exato da morte de alguém, a cena do crime em seus mais sórdidos detalhes. Curiosamente ele é apenas reflexo da avidez por audiência das emissoras de TV, pois para essas o que mais importa é a divulgação da cena mais sangrenta, da mais chocante, tudo para elevar o número de telespectadores. A ética jornalística é jogada para debaixo do tapete em prol de uma concorrência feroz com outros canais de TV. Outro aspecto curioso no personagem principal é que ele passa de um ladrão ordinário a uma fonte importante para uma emissora local, afinal de contas as cenas que filma acabam sendo o grande atrativo para o público. Em determinado momento porém ele chega na conclusão que precisa ir além, não apenas captando a tragédia no momento em que ela ocorre, mas também influindo diretamente sobre ela. Um excelente argumento que levanta muitas questões pertinentes sobre o circo da mídia atual, mostrando que a decadência moral da TV não é fruto ou culpa apenas de um setor envolvido, mas vários, onde Bloom representa apenas o elo mais sórdido e grotesco.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

O Homem Duplicado

Título no Brasil: O Homem Duplicado
Título Original: Enemy
Ano de Produção: 2013
País: Canadá, Espanha
Estúdio: Lionsgate
Direção: Denis Villeneuve
Roteiro: Javier Gullón, baseado na obra de José Saramago 
Elenco: Jake Gyllenhaal, Mélanie Laurent, Sarah Gadon

Sinopse:
A vida para o professor universitário Adam (Jake Gyllenhaal) é de uma rotina massacrante. Seus dias são praticamente iguais, onde ele dá a mesma aula para os mesmos alunos desmotivados. Sua vida pessoal também é repetitiva e sem brilho. Em mais um dia comum resolve acatar a sugestão de um colega da universidade e vai até uma locadora alugar um filme qualquer, para quebrar a monotonia de seus dias. Para sua surpresa porém acaba percebendo que um dos atores do elenco é idêntico fisicamente a ele! Não demora muito para Adam ficar completamente obcecado em encontrar aquele sujeito pessoalmente.

Comentários:
Filme bem incomum que explora um roteiro muito inteligente e enigmático. O clima é opressivo, com o personagem de Jake Gyllenhaal tentando encontrar respostas para aquela situação que lhe pega completamente de surpresa. Afinal como explicar o fato de um desconhecido ser totalmente idêntico a ele? Seria um irmão gêmeo perdido ou algo mais sinistro está envolvido naquela perturbadora semelhança entre os dois? Como não poderia deixar de ser, todos os elogios vão para o trabalho do ator Jake Gyllenhaal. Ele consegue surpreender atuando em personagens tão diferentes. O professor universitário Adam não tem vida social, é tímido, oprimido e não consegue se relacionar bem com as pessoas. Seu mundo é caótico e cinzento, seu apartamento é escuro e quase não tem móveis, além de muito chato. Já o ator Anthony parece ser o seu extremo oposto. Como todo artista tem uma personalidade expansiva, ativa e extrovertida. O choque entre personalidades tão antagônicas encontra pleno respaldo em uma atuação digna de aplausos por parte de Gyllenhaal. Dito isso é bom salientar também que não é um filme para todos os públicos. O clima enigmático, mas também opressor e cheio de nuances psicológicas, certamente não agradará a todo mundo. De qualquer maneira quem se aventurar pela película certamente será bem recompensado pois é de fato uma obra instigante e inteligente, algo cada vez mais raro nos dias atuais.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Entre Irmãos

Remake de um filme da Dinamarca que inclusive seguiu as regras do movimento Dogma, chamado “Brødre" com roteiro e direção de Susanne Bier. O enredo é praticamente o mesmo, com pequenas variações e mudanças (a personagem de Natalie Portman no original tinha mais importância, por exemplo). Aqui acompanhamos os efeitos causados em uma família americana quando um dos irmãos (interpretado por Tobey Maguire, o ex-Homem-Aranha) é dado como desaparecido em combate na guerra do Afeganistão. Para trás ele deixa uma jovem viúva (Portman) e filhos. O problema é que seu irmão (Jake Gyllenhaal) acaba se envolvendo com ela, o que dará origem a um grande conflito emocional pois depois Tobey é resgatado e volta para os Estados Unidos, encontrando a delicada situação, com seu irmão dando em cima de sua esposa! "Entre Irmãos" foi dirigido pelo cineasta Jim Sheridan que foi acusado pela crítica de ter realizado um filme frio e impessoal demais. De fato Sheridan parece ter deixado sua fase mais inspirada para trás pois atualmente tem realmente asssinado filmes que não causam mais impacto, nem entre a crítica e nem entre o público.

Fato que se confirmou nesse "Brothers" que fracassou nas bilheterias americanas (pelo visto o povo de lá já está tão cansado e farto de guerras que não quer mais nem saber de ver filmes com essa temática). De minha parte tenho uma visão um pouco menos ácida sobre essa produção. A verdade é que esse filme não é ruim, muito longe disso, mas a crítica de uma maneira em geral caiu de porrada em cima (principalmente nos EUA). Atribuo toda essa má vontade ao trio central de atores. Como eles são figurinhas fáceis em blockbusters ultimamente quando tentaram fazer algo com mais conteúdo tiveram que sofrer uma avalanche de críticas pesadas. Depois de assistir não pude deixar de constatar que muitas delas são simplesmente injustas e revanchistas. O filme vale a pena ser descoberto e por mais incrível que isso possa parecer todo o elenco está bem, principalmente Jake Gyllenhaal, Natalie Portman e Tobey Maguire. Por isso recomendo sem receios.

Entre Irmãos (Brothers, Estados Unidos, 2009) Direção: Jim Sheridan / Roteiro: Jim Sheridan, baseado no filme original dirigido por Susanne Bier / Elenco: Jake Gyllenhaal, Natalie Portman, Tobey Maguire e Sam Shepard / Sinopse: Após ser dado como morto a viúva de um militar acaba se envolvendo com o irmão dele. O problema é que ele está vivo e volta para os Estados Unidos criando um sério problema emocional com todos os envolvidos nesse complicado triângulo amoroso.

Pablo Aluísio.          

domingo, 18 de agosto de 2013

O Dia Depois de Amanhã

Mais um exemplar do cinema pipoca fast food de Roland Emmerich. Aqui tudo o que importa são os efeitos digitais de última geração, aliado a um fiapo de roteiro que com bastante verniz pseudocientífica tenta trazer alguma credibilidade ao argumento que só serve como desculpa para um desfile de recriações digitais de um mundo assolado por um inverno global sem limites. O enredo gira em torno dos esforços de um grupo de cientistas que tenta alertar as autoridades de uma nova idade do gelo que se aproxima no planeta Terra. A nova mudança climática obviamente destruirá as principais cidades do mundo, principalmente aquelas localizadas no hemisfério norte. Assim temos cenas e mais cenas de catástrofes mundiais, com as cidades literalmente sendo engolidas por um frio arrasador.

Roland Emmerich não tem jeito mesmo. Ele faz parte de um grupo de novos diretores (nem tão novos é bom frisar) que planejam, executam e montam seus filmes dentro de computadores de última geração. As cenas com atores reais duram poucas semanas, uma vez que o filme acaba sendo produzido mesmo dentro de avançados softwares de última geração. Se é muito eficaz para os estúdios o mesmo não se pode dizer dos resultados artísticos. Tudo soa muito artificial, sem alma, com muito sensacionalismo em cada momento, em cada tragédia. Roland Emmerich não é tão histérico quanto Michael Bay, por exemplo, mas mantém a característica básica dessa linha de diretores que seguem uma cartilha já bem conhecida: toneladas de efeitos especiais e roteiros mínimos. Boas atuações? Diálogos inspirados? Esqueça. Isso aqui meu caro é cinema fast food para ser consumido em salas de shopping center pos adolescentes barulhentos. Não dá para levar à sério um cinema desse estilo.

O Dia Depois de Amanhã (The Day After Tomorrow, Estados Unidos, 2004) Direção: Roland Emmerich /  Roteiro: Roland Emmerich / Elenco: Dennis Quaid, Jake Gyllenhaal, Emmy Rossum / Sinopse: O Planeta Terra passa por uma nova era de gelo levando ao colapso o mundo tal como conhecemos.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Zodíaco

O Zodíaco foi um dos mais famosos assassinos seriais da história americana. Com requintes de sadismo ele matava geralmente jovens casais que se atreviam a namorar em lugares remotos e distantes. Ao que tudo indica era um frustrado emotivo-sexual que se vingava dos pombinhos que encontrava pela frente. Outro fato que chama atenção no modo de agir do Zodíaco é que ele parecia ter uma atração doentia pela atenção da mídia, enviando cartas para jornais e para a polícia, onde usando de um texto cifrado ameaçava cometer novos crimes. Também gostava de se vangloriar de seus crimes, provocando e desafiando os investigadores a descobrirem sua verdadeira identidade. Nunca foi preso e mesmo após todos esses anos até hoje não se sabe quem foi o assassino do Zodíaco. Tudo o que diz respeito aos seus crimes segue sendo um mistério. Assim como aconteceu com Jack o Estripador, esse serial killer conseguiu escapar das garras da lei. Como é uma história em aberto (não poderia ser de outra forma) a estrutura do roteiro dessa produção não se propõe a dar uma resposta definitiva aos crimes mas sim apenas mostrar o processo de investigação dos policiais envolvidos.

Por essa razão talvez também o filme tenha desagradado a tantas pessoas. Não foram poucas as pessoas que qualificaram o filme como inconclusivo, sem final ou clímax. Burocrático também foi outro adjetivo muito usado pela crítica em relação a esse “O Zodíaco”. Eu já penso de modo bem diferente. A história real já é intrigante por si só e para quem se interesse por crimes famosos e ciência forense o roteiro traz muito conteúdo e informação. Claro que não se trata de um filme tradicional no gênero, com começo, meio e fim conclusivo. O problema é que se trata de uma obra baseada numa história real e essa não chegou ao seu final, as investigações nunca chegaram a uma solução definitiva – e por isso o filme segue essa estrutura. Não poderia ser diferente. No saldo final tudo é muito interessante, Fica assim a dica de mais esse filme sobre assassinos seriais. Por ser tão próximo dos fatos reais essa produção acabou se tornando uma das mais indicadas para quem deseja estudar a mente e os mistérios que rondam a existência desses criminosos na vida real. 

Zodíaco (Zodiac, Estados Unidos, 2007) Direção: David Fincher / Roteiro: James Vanderbilt, baseado no livro de Robert Graysmith / Elenco: Jake Gyllenhaal, Mark Ruffalo, Robert Downey Jr, Anthony Edwards / Sinopse: Na década de 1960 surge nos Estados Unidos um novo serial killer que se autodenomina “O Zodíaco”. Matando jovens casais de namorados, sua captura logo vira uma questão de honra para o Departamento de Polícia de San Francisco.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Soldado Anônimo

"Soldado Anônimo" se propõe a mostrar o tedioso cotidiano de um soldado comum das forças armadas americanas durante a invasão do Iraque na Operação Tempestade do Deserto. Dessa safra de produções realizadas após essa operação em larga escala das tropas de libertação do Kuwait esse é um dos filmes mais interessantes. O roteiro é bem escrito e o filme se concentra no "antes" da invasão propriamente dita. Assim ficamos sabendo o que os soldados americanos faziam no deserto antes de cruzar a fronteira do país de Saddam Hussein. Bom, basicamente eles não faziam nada, mas isso acaba sendo o grande mérito do filme. Ele me lembrou vagamente "Nascido para Matar" pela estrutura do roteiro mas obviamente fica bem abaixo da obra prima do mestre Kubrick. Uma das coisas que chamam a atenção em tudo o que vemos na tela é a pouca idade dos combatentes e sua completa falta de maturidade sobre o conflito em que estavam prestes a se envolver. De uma maneira em geral o bate papo entre os soldados revelam personalidades ainda em formação, quase adolescentes bobos, falando sobre mulheres, esportes e demais assuntos típicos da idade. Eles na realidade mal sabiam os motivos políticos que os levaram àquele conflito. Em essência se comportam como se fossem estudantes de high school conversando sobre trivialidades da escola. A diferença é que fazem parte do poderio bélico da nação mais poderosa do mundo. Despreparados intelectualmente e psicologicamente para o que lhes esperam, só lhes restam seguir as ordens de seus superiores de maneira quase cega.

"Soldado Anônimo" foi dirigido pelo talentoso cineasta Sam Mendes de poucos, mas excepcionais filmes, como "Beleza Americana", "Estrada Para a Perdição" e a mais recente aventura do agente inglês James Bond, " 007 - Operação Skyfall". O roteiro foi inspirado no livro de Anthony Swofford, um marine que fez parte das forças de ocupação dos Estados Unidos durante a operação "Tempestade do Deserto". Isso é bem interessante pois o fato do relato ter sido escrito por alguém que esteve lá no front traz uma dose extra de veracidade ao material em si. O elenco também é muito bom. Atores jovens que entraram completamente nas peles de seus personagens. O destaque obviamente vai para Jake Gyllenhaal. Ele surge completamente à vontade como um soldado raso prestes a invadir o território inimigo. Sua narração em off traz uma dose extra de ironia, sarcasmo e melancolia, tudo junto em um mesmo caldeirão. Jamie Foxx como o sargento Sykes também é outro destaque. Ele mantém a tradição de se mostrar esses sub-oficiais durões durante o treinamento de seus subordinados. Entre as cenas mais marcantes destaco a transloucada festa e a cena final quando os soldados marcham no deserto com os poços de petróleo em chamas ao longe. Uma imagem tão surreal como bela. Enfim que tal acompanhar uma tropa de jovens "jarheads", garotos comuns recentemente saídos do colegial mas jogados num evento histórico que marcou bastante o século XX? Nada como um bom filme como esse para conhecermos os protagonistas anônimos desse marco histórico.

Soldado Anônimo (Jarhead, Estados Unidos, 2005) Direção: Sam Mendes / Roteiro: William Broyles Jr baseados no livro de Anthony Swofford / Elenco: Jake Gyllenhaal, Jamie Foxx, Lucas Black, Peter Sarsgaard,  Ming Lo / Sinopse:  Anthony Swofford (Jake Gyllenhaal) é um soldado comum que faz parte das tropas americanas que estão prestes a invadir o Iraque durante a operação Tempestade do Deserto. O filme mostra seu cotidiano ao lado dos amigos de farda. Em meio a tensão dos preparativos da invasão os jovens soldados agem como pessoas típicas de suas idades.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Marcados Para Morrer

O filme acompanha a rotina do dia a dia de dois policiais pelas ruas de Los Angeles. A câmera é nervosa, subjetiva em certos momentos e a produção segue o estilo Mockumentary (ou "falso documentário", que anda muito em voga em produções de terror mas que agora invade outros gêneros como esse policial). Com a desculpa de que está filmando sua rotina o tira Brian Taylor (Jake Gyllenhaal) sai registrando tudo, desde ocorrências das mais banais até operações de combate ao tráfico de drogas. São policiais de patrulha que atendem às chamadas mais urgentes da população em geral. Assim em um mesmo dia eles atendem de tudo, das situações mais rotineiras até as mais terríveis. As ruas de Los Angeles demonstram bem o retrato dos Estados Unidos hoje: muita miséria, muita pobreza e ruas infestadas de gangues rivais. Aqui no caso temos a luta de dois grupos, o primeiro formado por negros que se ressentem do avanço de grupos formados por latinos, mexicanos em especial. A luta pelo controle das ruas é a parte mais visível pela briga entre cartéis de drogas pelo controle do comércio de drogas. Esse é o melhor aspecto de "Marcados Para Morrer", sua visão mais realista, mostrando sem receios o caos em que vivem as pessoas nas grandes cidades daquele país. 

Agora, tirando isso o filme também tem problemas. O principal deles é o comportamento pouco adequado dos dois policiais. Eles são desbocados, falam um palavrão atrás do outro e se envolvem em brigas mano a mano com negros do gueto apenas por diversão pessoal. Também são retratados de forma nada usual, como adolescentes tardios, contando piadas pejorativas e aplicando "pegadinhas" em colegas de farda. Além dos tiras os vilões também são extremamente cartunescos. A gangue dos latinos é o maior exemplo. As mulheres são retratadas como vagabundas absolutas e o homens como loucos homicidas que saem atirando a esmo com armas possantes. Essa falta de seriedade causa admiração, uma vez que o filme foi dirigido pelo bom David Ayer (de "Dia de Treinamento"). Por essas razões recomendo mais a ótima série "Southland" que tem temática muito parecida mas com um ponto de vista mais equilibrado e adulto. De qualquer modo "Marcados Para Morrer" não chega a ser ruim. De fato posso até dizer que é um bom thriller policial, meio bobo às vezes, é verdade, mas eficiente. Muitos dos diálogos que vemos em cena são improvisações dos atores Jake Gyllenhaal e Michael Peña, mostrando que ambos estavam bem entrosados em seus personagens. Em suma, um policial mockumentary com altos e baixos que consegue ser um bom passatempo, apesar de tudo.

Marcados Para Morrer  (End of Watch, Estados Unidos, 2012) Direção: David Ayer / Roteiro: David Ayer / Elenco:  Jake Gyllenhaal, Michael Peña, Cody Horn, America Ferrera, Frank Grillo / Sinopse: Dois tiras de rua de Los Angeles vivem situaações aflitivas em sua rotina de trabalho. Quando não estão atendendo chamadas rotineiras estão combatendo o tráfico de drogas na cidade. Disputando o poder na região duas gangues fortemente armadas lutam entre si, uma formada por imigrantes latinos e outro por negros americanos. Nesse cenário as ruas viram campos de batalha.

Pablo Aluísio.