terça-feira, 22 de outubro de 2024
Traição Cruel
Título Original: Ride Clear of Diablo
Ano de Produção: 1954
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Jesse Hibbs
Roteiro: George Zuckerman, D.D. Beauchamp
Elenco: Audie Murphy, Susan Cabot, Dan Duryea
Sinopse:
Clay O'Mara (Murphy) é um homem honesto, que vive de seu trabalho demarcando terras, mas decide que chegou o momento de vingar a morte de seu pai e seu irmão, que foram covardemente assassinados. Assim ele se junta a um bandoleiro, Duryea, e parte em busca de sua vingança pessoal. A sua caminhada porém não será nada simples pois Duryea tem muitos inimigos, inclusive uma perigosa e sanguinária quadrilha de ladrões de gado.
Comentários:
Mais um faroeste B com Audie Murphy na Universal. Existem muitos críticos que torcem o nariz para esse tipo de produção mais modesta. Eu as acho fascinantes, pois são de um tempo em que westerns eram produzidos em massa, principalmente por estúdios como a Universal, que tinha inclusive um rancho próprio apenas para rodar esse tipo de filme. Como se sabe Audie Murphy ainda hoje é muito querido no Brasil. Vários de seus faroestes eram exibidos nos anos 60 e 70 nas TVs brasileiras (em especial na antiga TV Record) e assim ele acabou ficando muito famoso por aqui. De certa maneira comparo sua filmografia com a de Randolph Scott. Embora esse último tenha estrelado filmes de maior envergadura, ambos se especializaram em rodar muitos westerns de orçamentos mais enxutos, que apostavam em eficientes roteiros para divertir seu público alvo. O que posso adiantar é que os fãs de longa data de Audie Murphy certamente não ficarão decepcionados com esse "Ride Clear of Diablo" pois todos os elementos que fizeram o sucesso em sua carreira estão presentes. Uma ótima diversão com aquele doce sabor de nostalgia.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 2 de julho de 2024
A Glória de um Covarde
Título Original: The Red Badge of Courage
Ano de Produção: 1951
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: John Huston
Roteiro: John Huston
Elenco: Audie Murphy, Bill Mauldin, Douglas Dick
Sinopse:
Henry Fleming (Audie Murphy) é um jovem soldado ianque durante a guerra civil americana. Seu regimento se prepara há tempos para entrar em combate mas esse dia sempre é adiado. Ao contrário de seus colegas de tropa, Fleming teme por sua vida no campo de guerra. Durante sua primeira batalha ele entra em pânico e com medo de morrer sai correndo do front. Isso lhe traz uma crise de consciência terrível que faz com que ele volte para enfrentar o inimigo com uma bravura jamais vista no fogo cruzado entre os soldados do norte e seus inimigos, os confederados do sul. Indicado ao BAFTA Awards na categoria Melhor Filme.
Comentários:
Uma pequena obra prima assinada pelo mestre John Huston. O cineasta resolveu roteirizar o famoso livro de autoria de Stephen Crane que explora os medos e anseios de um soldado comum durante a guerra civil americana. A estória se passa em 1862 e o enredo se desenvolve todo em apenas dois dias na vida daqueles homens. O grande diferencial desse "The Red Badge of Courage" em relação a outros filmes sobre a guerra civil da época é que ele desenvolve excepcionalmente bem a personalidade do jovem soldado, mostrando seus pensamentos, seu receio e o terror frente ao inimigo e por fim sua redenção gloriosa. Todos os membros do pelotão são muito bem desenvolvidos psicologicamente e isso mostra muito bem como Huston era um gênio do cinema, um diretor realmente diferenciado. Em uma época em que os filmes de western mostravam homens bravos, sem máculas, ele ousou realizar um filme mostrando um sujeito com muitas dúvidas, agindo até mesmo como um covarde, temeroso por sua vida e seu destino. Outro aspecto digno de nota é a interpretação do ator Audie Murphy. Ele mesmo um veterano de guerra, se mostra excepcional em cena, algo que vai surpreender a muitos que o consideravam apenas como um ator mediano de faroestes B. Enfim, temos mesmo aqui uma obra de arte com a assinatura do genial Huston. Um belo filme que vai agradar em cheio os admiradores do mais americano dos gêneros cinematográficos.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 18 de abril de 2023
Audie Murphy e o Western - Parte 8
terça-feira, 14 de março de 2023
A Morte de Audie Murphy
terça-feira, 20 de dezembro de 2022
Matar ou Cair
sexta-feira, 2 de dezembro de 2022
Audie Murphy e o Western - Parte 7
terça-feira, 13 de setembro de 2022
Audie Murphy e o Western - Parte 6
Audie Murphy interpretava um cowboy acusado de um crime que não cometeu. Fugindo pelo velho oeste ele acabava entrando numa quadrilha de bandoleiros, os Daltons, para sobreviver e quem sabe recomeçar sua vida em algum lugar. A direção foi entregue ao ótimo Budd Boetticher, mas a crítica em geral considerou o filme sem maiores surpresas, até mesmo um ponto abaixo dos dois anteriores que ele havia feito, um deles, "A Glória de um Covarde", dirigido pelo mestre John Huston, o que complicava bastante em termos de comparação.
Os estúdios Universal não estavam mesmo tentando transformar Audie Murphy em um novo Marlon Brando. Ao contrário disso escalou o ator para interpretar diversos faroestes B, ao estilo Bang-Bang, mais de acordo com o gosto médio do público da época. A ideia era colocar o ator em filmes mais baratos, porém que se tornassem altamente lucrativos para a companhia. Assim seu destino no cinema foi de carta forma selado. Não adiantava gastar muito dinheiro em produções requintadas. Murphy faria mesmo o feijão com arroz dos filmes feitos para as matinês de sábado e domingo. Nada mais.
Onde Impera a Traição (The Duel at Silver Creek, Estados Unidos, 1952) seguia basicamente por essa linha. O filme custou pouco, um autêntico western B, mas rendeu bem, gerou lucro. Era o que importava. Audie Murphy aqui interpretava de certa forma mais um personagem genérico, um pistoleiro chamado The Silver Kid (O garoto de prata). O enredo também não trazia maiores novidades. Ele era o rapaz jovem, rápido no gatilho, que se unia a um xerife contra um bando de assaltantes. A crítica novamente torceu o nariz para o resultado, mas o resultado comercial foi excelente. Todo filmado no rancho da Universal o filme custou meros 10 mil dólares - uma mixaria para os padrões atuais e conseguiu faturar cinco vezes mais nas bilheterias. Era exatamente isso que os produtores procuravam.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 30 de agosto de 2022
Audie Murphy e o Western - Parte 5
Ele e o irmão Frank James (Richard Long) decidem abandonar a vida de crimes, deixando para trás o bando de Clarke Quantrill (Brian Donlevy); Esse foi outro personagem histórico real, um facínora que usava as cores de um dos lados da guerra civil para matar e saquear populações civis desarmadas e indefesas. Uma coisa insana. No filme pelo menos ele mantém o estigma de vilão, algo que nem sempre acontece sob uma ótica revisionista histórica que existe principalmente nos estados do sul. Acredite, muitos sulistas até hoje consideram Quantrill uma espécie de herói nacional, ou pelo menos, um herói das cores da bandeira confederada! Algo lamentável realmente.
De uma maneira ou outra, o nome de Jesse James sempre garantia boas bilheterias naqueles tempos. Ele havia sido, ao lado de Billy The Kid, um dos nomes mais conhecidos da mitologia do velho Oeste. Curiosamente, o ator iria ao longo dos anos interpretar os dois personagens históricos. Os filmes não era historicamente precisos, nem era essa sua intenção. Na realidade, eram adaptações de romances de faroeste que eram muito populares na época. Alguns roteiros foram baseados em livros de bolso que viraram febre editorial nos anos 50.
Depois desse faroeste que eu sempre considerei muito bom, Audie Murphy fez um dos melhores filmes de sua carreira. Em "A Glória de um Covarde" o ator foi dirigido pelo mestre John Huston. Seu personagem se chamava Henry Fleming, um soldado ianque que decide desertar durante a guerra civil americana. Todos os seus companheiros de farda parecem ser bravos e valentes, mas Henry tem sérias dúvidas sobre o que está acontecendo. Esse filme é brilhante porque valoriza mais o lado humano de seus personagens. Não é um faroeste comum ou um filme sobre a guerra civil que ficasse no convencional. Algo previsível de entender, já que Huston foi um diretor genial, um dos mais brilhantes cineastas de sua geração. Ele jamais iria fazer um filme de faroeste que fosse banal. Esse sem dúvida foi um dos grandes filmes de Audie Murphy.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 19 de agosto de 2022
Traição Cruel
Há um personagem interessante nesse filme, um pistoleiro perseguido por O'Mara, um sujeito que foge dos padrões de personagens pistoleiros do velho oeste. Esse é um falastrão, sempre com tiradas irônicas e gargalhadas, mesmo quando é enviado para um julgamento que pode o condenar à forca. Só que por viver no mundo do crime Whitey Kincade (Dan Duryea) sabe muito bem do envolvimento do xerife na morte dos familiares de Clay O'Mara. E por uma ironia do destino se torna o principal parceiro na vingança que o personagem de Murphy tanto deseja. Enfim, um western da Universal que apesar de seu modesto orçamento - é nitidamente um filme B - mantém o interesse por causa desse grupo de personagens que transitam entre o crime e a lei, sem muita cerimônia ou culpas pessoais. Vale a pena assistir, principalmente para os fãs de Audie Murphy, ator que sempre foi muito querido em nosso país pelos admiradores dos antigos filmes de faroeste.
Traição Cruel (Ride Clear of Diablo, Estados Unidos, 1954) Estúdio: Universal Pictures / Direção: Jesse Hibbs / Roteiro: George Zuckerman, D.D. Beauchamp / Elenco: Audie Murphy, Susan Cabot, Dan Duryea / Sinopse: Após a morte de seu pai e irmão, Clay O'Mara (Audie Murphy) parte em busca de vingança. Ele se torna auxiliar do xerife que, sem que ele desconfie, esteve envolvido no crime de seus familiares. Quem acaba o ajudando é o pistoleiro procurado Whitey Kincade (Dan Duryea) que de inimigo se torna seu improvável parceiro.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 9 de agosto de 2022
Audie Murphy e o Western - Parte 4
A década de 1950 começou e finalmente Audie Murphy encontrou seu caminho em Hollywood. O filme se chamava "Duelo Sangrento" e era a produção ideal que Murphy tanto esperava. Nesse western que tinha o título original de "The Kid from Texas", Murphy interpretava nada mais, nada menos do que um dos personagens históricos mais famosos da mitologia do velho oeste, o pistoleiro William Bonney, mais conhecido como 'Billy the Kid'. É curioso que quando a Universal contratou o diretor Kurt Neumann para dirigir o faroeste esse indicou ao estúdio o próprio Audie Murphy com quem havia trabalhado no filme anterior. Não haveria ninguém melhor para atuar como Kid.
A crítica de um modo geral gostou do filme. Para muitos seria um "bom pequeno filme". Outra atração é que ele foi lançado em cores, considerado ainda na época como um sinal de capricho, de que a produção era realmente boa e que o estúdio confiava no sucesso. Historicamente o filme não era muito preciso. Billy The Kid não nasceu no Texas, como fazia supor o roteiro, ele havia nascido em Nova Iorque. Porém de uma maneira em geral aspectos históricos da história de Kid foram mantidos, como seu envolvimento na guerra do condado de Lincoln.
Nesse mesmo ano Audie Murphy surgiria nas telas com mais um western intitulado no Brasil de "Serras Sangrentas". Originalmente o filme se chamava "Sierra" e era dirigido por Alfred E. Green. Baseado na novela escrita por Stuart Hardy, a estória mostrava a luta de pai e filho tentando sobreviver nas montanhas em uma época em que a lei e a ordem eram apenas esperanças vãs de surgir naquelas regiões perdidas do velho oeste. Curiosamente esse faroeste era estrelado por uma atriz, a bela Wanda Hendrix. Audie Murphy era apenas o segundo nome do elenco, mostrando que ele estava disposto a ceder espaço em prol de atuar em bons filmes, com roteiros mais bem escritos.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 22 de julho de 2022
Audie Murphy e o Western - Parte 3
Sua estreia no cinema se deu em 1948. Era quase um teste que a United Artists fazia com ele, para ver se Audie levava jeito com a câmera. O filme se chamava "Viver Sonhando" e não era um filme de guerra e nem um faroeste. Dirigido por William Castle, um diretor e produtor especialista em filmes B, esse era um romance açucarado, onde Murphy não tinha muito espaço. Seu personagem tinha uma participação mínima dentro da trama e como já foi escrito tudo não passou de um teste para saber como Audie Murphy aparecia na tela grande dos cinemas.
Apesar de não ter sido grande coisa ele acabou sendo aprovado. Castle disse aos executivos do estúdio que ele levava jeito para a atuação. A única observação que ele disse para os produtores é que não o escalassem mais para filmes românticos, já que Audie Murphy definitivamente não fazia o tipo galã ao estilo Rock Hudson. Ele se sairia melhor interpretando caras comuns em situações excepcionais, que colocavam em desafio seus valores e sua bravura. A Paramount entendeu o recado e contratou Audie Murphy para um novo filme que estava prestes a ser produzido.
O filme se chamava "Código de Honra". Dirigido por John Farrow e estrelado pelo astro
Alan Ladd (de "Os Brutos Também Amam") esse filme era bem mais adequado para Murphy. Era um drama de guerra, passado nos campos de batalha da Tunísia, onde foram travados alguns dos mais sangrentos combates entre forças inimigas. A história girava em torno do capitão Rockwell 'Rocky' Gilman (Ladd) e suas idas e vindas entre os Estados Unidos e a Tunísia, a grande paixão de sua vida e as tentativas de ter um recomeço na vida. Audie Murphy interpretava um jovem cadete de West Point chamado Thomas. Foi a primeira vez que ele usou o mesmo uniforme militar com que tinha lutado na guerra em um filme. Uma prévia do que viria em sua carreira nos anos seguintes.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 8 de julho de 2022
Audie Murphy e o Western - Parte 2
Ele foi considerado um herói pelo exército americano por causa de um ato de bravura demonstrando durante uma batalha contra o exército alemão. Sua companhia foi cercada no meio de uma região de florestas. Seus companheiros de farda quase foram aniquilados completamente. Quem os salvou foi Audie, que usando uma metralhadora ponto 50 conseguiu matar inúmeros soldados nazistas. Isso lhe valeu inúmeras medalhas, mas nem elas compensavam os traumas que Audie Murphy levou para a vida civil depois que a guerra acabou.
Ele falou sobre isso timidamente durante uma entrevista nos anos 60. Ao jornalista que o entrevistava Audie explicou: "Eu poderia continuar no exército por longos anos se quisesse, mas depois da guerra e das coisas que vi pensei comigo mesmo que era o bastante para uma vida inteira. Eu presenciei coisas horríveis no campo de batalha e não tenho vergonha de dizer isso. Muitos dos meus amigos na companhia foram mortos e eles eram apenas garotos de 18 anos, mal saídos das cidadezinhas do interior onde nasceram. Eles nunca tiveram a chance de ter uma vida longa, de se casarem, terem filhos, etc. Ao invés disso morreram em algum buraco ou cratera de bomba na Europa ou no Pacífico. Essa sempre foi para mim a maior tragédia da guerra!".
Esses traumas não deixaram Audie nem mesmo após ele se tornar um ator de relativo sucesso. Muitos que trabalharam ao seu lado dizem que Murphy mantinha uma personalidade tendente a melancolia ou depressão. Quando não estava atuando procurava ficar sozinho, perdido em seus próprios pensamentos. Hollywood para ele era apenas uma forma de trabalho, além disso como costumava dizer: "Gosto dos filmes porque as balas são de mentirinha. Ninguém morre e no final do dia todos estão de volta seguros em suas casas. Exatamente o contrário do que vivi na II Guerra Mundial. Ali no campo de batalha não havia margem para o erro. Errar era fatal!".
Pablo Aluísio.
terça-feira, 5 de julho de 2022
Audie Murphy e o Western - Parte 1
O segredo de Murphy vinha de sua vida pessoal, de sua história antes de virar astro de filmes de faroeste. Nascido em uma família de classe média baixa do Texas, nada parecia muito promissor em sua vida. Ele não se destacou nos estudos e nem nos esportes, porém quando os Estados Unidos entraram na II Guerra Mundial, Murphy viu uma oportunidade, não de ser um herói, mas sim de ter um trabalho e quem sabe uma carreira militar promissora. Assim Murphy entrou para o exército, servindo durante dois anos nos campos de batalha da Europa. Ele lutou com sua companhia nos fronts da França e Bélgica e lá acabou fazendo sua fama. Acontece que Murphy acabou sendo o soldado mais condecorado do Exército americano, uma honraria que lhe abriu muitas portas quando retornou do maior conflito armado da história.
Ora, o que era mais adequado para um estúdio de cinema do que ter um herói de verdade estrelando seus filmes? Foi justamente isso que pensaram os principais estúdios de cinema de Hollywood. Como nunca havia atuado numa tela antes os produtores foram pacientes. Era preciso que Audie pegasse certa experiência antes de estrelar seus próprios filmes. Sua primeira aparição se deu curiosamente em um filme romântico chamado "Viver Sonhando" de 1948. Estrelado por Guy Madison não havia muito o que o próprio Audie Murphy pudesse fazer em cena. Seu personagem, completamente secundário, não chamou a atenção de ninguém, mas serviu para que os produtores fizessem um teste com ele. Afinal nem sempre a câmera aceitava muito bem novatos. Com sorte Murphy acabou sendo aprovado no teste.
Assim seu primeiro filme de verdade só viria depois, "Código de Honra", um autêntico filme de guerra, um cenário onde ele parecia completamente à vontade. Alan Ladd era o astro do filme e Murphy interpretava um jovem cadete chamado Thomas. Com muitas personagens não havia mesmo como se destacar no meio de tantos militares, mas o estúdio soube muito bem aproveitar sua presença, chamando a atenção da imprensa para o fato de que Audie havia sido o mais condecorado soldado da guerra. Isso lhe trouxe grande publicidade pessoal, a ponto de se destacar nas matérias dos jornais que cobriam o lançamento do filme. Dizem até que o ator Alan Ladd ficou enciumado da extrema atenção criada por Murphy, afinal ele era a grande estrela da produção e não Murphy.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 15 de janeiro de 2021
Batalha no Riacho Comanche
Título Original: Gunfight at Comanche Creek
Ano de Produção: 1963
País: Estados Unidos
Estúdio: Allied Artists Pictures
Direção: Frank McDonald
Roteiro: Edward Bernds
Elenco: Audie Murphy, DeForest Kelley, Ben Cooper, Colleen Miller, Jan Merlin, Susan Seaforth Hayes
Sinopse:
Um grupo de bandidos liderados por Amos Troop (DeForest Kelley) se especializa em um crime muito engenhoso. Eles libertam da cadeia criminosos com recompensas altas e os colocam para assaltar bancos. Depois que fazem o serviço, os matam para ganhar o dinheiro prometido pela lei. Essa situação leva uma agência de combate ao crime a enviar dois agentes para investigar os assassinatos. Assim o agente Bob Gifford (Audie Murphy) se infiltra no bando para saber quem seria o autor intelectual de todos os planos executados pelos criminosos.
Comentários:
Faroeste B estrelado por Audie Murphy, também conhecido como "Fúria de Brutos". Como sempre, eram produções de orçamentos menores, feitos pelo pequeno estúdio Allied Artists, que acabaria indo à falência apenas alguns anos depois. Esse western foi salvo não pela sua produção, que é bastante modesta, mas sim pelo bom roteiro que consegue manter o interesse. O filme é curto, pouco mais de 80 minutos, mas bem desenvolvido e chama a atenção pela trama bem bolada. Audie Murphy, perto de abandonar o cinema, está um pouco fora de forma, acima de peso, mas consegue mostrar um bom desempenho em cena. Já para os fãs de "Jornada nas Estrelas" o elenco traz uma presença ilustre. O líder dos bandidos é nada mais, nada menos, do que DeForest Kelley, o Dr McCoy da nave Enterprise, da série clássica de TV. Ele está ótimo como um típico vilão do velho oeste, um sujeito que nem pensa duas vezes antes de mandar bala em todos aqueles que contrariam seus interesses criminosos. Por fim gostaria de elogiar a boa narração em off que permeia todo o enredo. O uso de um narrador ajuda o filme a ter melhor desenvolvimento, explicando em vários momentos o que se passa na trama. Uma boa opção do roteiro, que repito, é realmente bem escrito.
Pablo Aluísio.
sábado, 19 de dezembro de 2020
O Renegado do Forte Petticoat
"O Renegado do Forte Petticoat" é mais um bom western da filmografia do ator Audie Murphy. Esse aqui procura inovar pois em um gênero tão masculino temos na linha de frente mulheres fortes e decididas, prontas para defender suas terras. E elas não se saem nada mal para falar a verdade! O choque ocorre em uma velha missão católica abandonada. Esse detalhe do roteiro lembra até mesmo do clássico Álamo". As semelhanças são bem claras nesse aspecto. Temos um grupo de texanas encurraladas na missão, mas lutando até o fim contra os inimigos. No caso da história mostrada nesse filme saem os mexicanos do Álamo e entram os comanches, selvagens, guerreiros que querem a expulsão do homem branco de suas terras.
Praticamente todo o enredo se desenvolve em cima dessa situação. Felizmente o roteiro é bem escrito, ágil e não deixa em nenhum momento o filme cair no tédio, o que seria previsível diante da situação única explorada pelos roteiristas. Na verdade a fita tem a duração ideal, com pouco mais de 70 minutos, algo que faltou no filme "O Álamo" que acabou sendo vítima de suas próprias pretensões. Sendo de menor duração, as cenas de ação e combate se tornam menos repetitivas, trazendo agilidade ao faroeste como um todo. Por fim uma curiosidade: Seguindo os passos de Randolph Scott, o ator Audie Murphy por essa época começou ele próprio a também produzir seus filmes. Aqui ele assina a produção ao lado de Harry Joe Brown, produtor que inclusive produziu vários filmes de western com Randolph Scott.
O Renegado do Forte Petticoat (The Guns of Fort Petticoat, Estados Unidos, 1957) Direção: George Marshall / Roteiro: Walter Doniger, C. William Harrison / Elenco: Audie Murphy, Kathryn Grant, Hope Emerson / Sinopse: Tenente da cavalaria ianque vai até o Texas para ajudar um grupo de mulheres a se defender de um ataque da tribo comanche.
Pablo Aluísio.
domingo, 18 de outubro de 2020
Os Rifles da Desforra
Assim começa esse excelente “Os Rifles da Desforra”, western que passou um pouco despercebido apesar de suas inegáveis qualidades cinematográficas. Foi o penúltimo filme da carreira de Audie Murphy, o que não deixa de algo a se lamentar, já que é de fato um faroeste de bom nível. Seu personagem, o Capitão Coburn, por exemplo, não é um típico herói da cavalaria como já vimos em vários filmes antes, muito pelo contrário, é um sujeito duro e que não conta com a total simpatia de seus comandados. Esses também são retratos bem interessantes das tropas americanas naquele período histórico, pois muitos deles lutaram ao lado dos confederados durante a guerra civil, mas depois tiveram que usar a “casaca azul” da cavalaria para terem suas penas reduzidas, ou seja, não eram soldados por convicção mas por necessidade. Lealdade e honra certamente não estavam em seus planos como podemos ver depois nos acontecimentos do filme. Curiosamente o roteiro explora maravilhosamente bem esse conflito interno personificado dentro das tropas na figura do cabo Bodine (Kenneth Tobey), um ex-confederado que não tem qualquer respeito pelos ditos ianques. Em suma, “Os Rifles da Desforra” é de fato um belo retrato de um aspecto até bem pouco conhecido da história do velho oeste. Muito bom western que merece ser redescoberto pelos fãs.
Os Rifles da Desforra (40 Guns to Apache Pass, Estados Unidos,1967) Direção: William Witney / Roteiro: Willard W. Willingham, Mary Willingham / Elenco: Audie Murphy, Michael Burns, Kenneth Tobey / Sinopse: Durante as guerras indígenas no hostil território do Arizona um jovem capitão após proteger civis inocentes de ataques Apaches é enviado numa perigosa missão de recebimento de uma carga com 40 rifles de repetição do exército americano. Sua viagem será cercada de desafios uma vez que a região é infestada por grupos guerreiros Apaches.
Pablo Aluísio.
sábado, 11 de maio de 2019
O Último Duelo
Título Original: The Cimarron Kid
Ano de Produção: 1952
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Budd Boetticher
Roteiro: Louis Stevens
Elenco: Audie Murphy, Beverly Tyler, James Best
Sinopse:
Bill Doolin (Audie Murphy) é um jovem acusado injustamente de roubo por funcionários corruptos da estrada de ferro. Revoltado pelas falsas acusações e perseguido por homens da lei, ele não vê outra alternativa a não ser se juntar à quadrilha dos Daltons, velhos amigos de longa data. Como pistoleiro acaba adotando o nome de The Cimarron Kid. Em pouco tempo sua destreza no gatilho o torna um nome conhecido. O problema é que outro membro de sua própria gangue resolve lhe trair, o que o deixa em uma situação delicada. Fugitivo, ele sonha em se esconder em algum país da América do Sul ou no México para tentar recomeçar sua vida ao lado da mulher que ama.
Comentários:
Budd Boetticher foi um dos mestres do western americano nos anos 1950. Dono de um estilo muito eficiente de rodar filmes baratos, mas bem cuidados, Boetticher conseguiu o reconhecimento dos fãs do gênero. Ao longo de várias décadas trabalhou ao lado de grandes nomes do faroeste como Randolph Scott. Aqui ele dirigiu outro astro dos filmes de bang bang, o veterano da Segunda Guerra Mundial Audie Murphy. As portas de Hollywood foram abertas porque ele foi um herói de guerra, o militar mais condecorado desse conflito sangrento que varreu o mundo na década de 1940. De volta à vida civil viu no cinema uma oportunidade de fazer carreira e contou com a sorte de ser dirigido por grandes cineastas como o próprio Budd Boetticher. Ao longo dos anos a Universal o escalou para uma série de filmes de western, sendo algumas produções B, que tinham como objetivo testar sua força nas bilheterias. Depois de interpretar Jesse James em "Cavaleiros da Bandeira Negra" e ter um belo sucesso com "A Glória de um Covarde" o estúdio finalmente se convenceu que tinha um astro em mãos. Assim "O Último Duelo" só confirmaria ainda mais a estrela de Murphy. Um bom western que realmente não fica nada a dever aos bons faroestes de sua época.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 12 de abril de 2019
Com o Dedo no Gatilho
Um dos aspectos positivos dessa produção é a locação onde parte do filme foi rodado, em Alabama Hills, uma região muito bonita e singular pois se trata de uma serra de rochedos bem no meio do deserto americano. Sem dúvida o local acrescentou bastante ao visual e à fotografia desse faroeste, principalmente quando o xerife local persegue os personagens principais. Outro ponto forte é o bom elenco de apoio. Entre os destaques poderia citar o bom trabalho do ator Robert Middleton como o ladrão Ambrose. Ele chega tarde da noite na taverna onde o personagem de Audie Murphy se esconde do xerife e dá um show de interpretação. Sangrando, levemente embriagado, ele incorpora aquele sujeito sem valores nenhum de forma brilhante. No mais, "Com o Dedo no Gatilho" segue o padrão dos chamados faroestes B da Universal. Não que fossem filmes ruins mas sim com orçamentos mais modestos e enredos mais diretos e eficazes, o que no final das contas acabava satisfazendo bastante aos fãs do gênero.
Com o Dedo no Gatilho (Hell Bent for Leather, EUA,1960) Direção: George Sherman / Roteiro: Christopher Knopf / Elenco: Audie Murphy, Felicia Farr, Stephen McNally / Sinopse: Comerciante de cavalos é confundido com perigoso pistoleiro e assassino procurado pelo xerife na região. Agora terá que lutar para provar sua verdadeira identidade e sua inocência nos crimes cometidos pelo bandido procurado.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 19 de junho de 2018
O Último Duelo
Título Original: The Cimarron Kid
Ano de Produção: 1952
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Budd Boetticher
Roteiro: Louis Stevens
Elenco: Audie Murphy, Beverly Tyler, James Best
Sinopse:
Bill Doolin (Audie Murphy) é um jovem acusado injustamente de roubo por funcionários corruptos da estrada de ferro. Revoltado pelas falsas acusações e perseguido por homens da lei, ele não vê outra alternativa a não ser se juntar à quadrilha dos Daltons, velhos amigos de longa data. Como pistoleiro acaba adotando o nome de The Cimarron Kid. Em pouco tempo sua destreza no gatilho o torna um nome conhecido. O problema é que outro membro de sua própria gangue resolve lhe trair, o que o deixa em uma situação delicada. Fugitivo, ele sonha em se esconder em algum país da América do Sul ou no México para tentar recomeçar sua vida ao lado da mulher que ama.
Comentários:
Budd Boetticher foi um dos mestres do western americano nos anos 1950. Dono de um estilo muito eficiente de rodar filmes baratos, mas bem cuidados, Boetticher conseguiu o reconhecimento dos fãs do gênero. Ao longo de várias décadas trabalhou ao lado de grandes nomes do faroeste como Randolph Scott. Aqui ele dirigiu outro astro dos filmes de bang bang, o veterano da Segunda Guerra Mundial Audie Murphy. As portas de Hollywood foram abertas porque ele foi um herói de guerra, o militar mais condecorado desse conflito sangrento que varreu o mundo na década de 1940. De volta à vida civil viu no cinema uma oportunidade de fazer carreira e contou com a sorte de ser dirigido por grandes cineastas como o próprio Budd Boetticher. Ao longo dos anos a Universal o escalou para uma série de filmes de western, sendo algumas produções B, que tinham como objetivo testar sua força nas bilheterias. Depois de interpretar Jesse James em "Cavaleiros da Bandeira Negra" e ter um belo sucesso com "A Glória de um Covarde" o estúdio finalmente se convenceu que tinha um astro em mãos. Assim "O Último Duelo" só confirmaria ainda mais a estrela de Murphy. Um bom western que realmente não fica nada a dever aos bons faroestes de sua época.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 18 de junho de 2018
O Bandoleiro Temerário
Título Original: The Texican
Ano de Produção: 1966
País: Estados Unidos, Espanha
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Lesley Selander
Roteiro: John C. Champion
Elenco: Audie Murphy, Broderick Crawford, Diana Lorys
Sinopse:
Procurado nos Estados Unidos por roubo, Jess Carlin (Audie Murphy) decide fugir para o México onde pretende viver em paz o resto de seus dias de vida. Ele consegue cruzar a fronteira, mas quando pensa que terá paz descobre que seu irmão foi morto nos Estados Unidos por um caçador de recompensas que estava atrás dele. Procurando por vingança, ele retorna para acertar contas com o assassino de seu irmão. Começa então um jogo de vida e morte entre aqueles dois homens unidos por esse destino trágico.
Comentários:
Um dos últimos filmes da carreira de Audie Murphy. Uma produção entre Estados Unidos e Espanha o que já demonstrava que se tivesse vivido mais alguns anos Murphy teria mais cedo ou mais tarde se transferido definitivamente para o Western Spaghetti. É um faroeste B razoável, que se utiliza de um argumento um pouco saturado para faturar em cinemas pelo interior da América. O orçamento é pequeno e não há nada que lembre uma grande produção classe A de western do cinema americano. A Columbia Pictures, o mais modesto estúdio americano, resolveu realmente produzir um filme sem grandes pretensões comerciais, visando apenas faturar um pouco sem gastar muito. Tirando os dois nomes principais do elenco, Audie Murphy e Broderick Crawford, todos os demais membros do elenco são espanhóis. O filme foi rodado em uma região perto de Barcelona, conhecida por ter um deserto bem parecido com o deserto americano da Califórnia. O lugar é conhecido como Catalonia e vários faroestes spaghettis foram filmados por lá. Então é isso, um western mediano que passa longe de ser considerado um dos melhores da carreira de Audie Murphy. Mesmo assim vale a pena ser conhecido e assistido, nem que seja por apenas uma vez.
Pablo Aluísio.