Mostrando postagens com marcador Adrian Lyne. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Adrian Lyne. Mostrar todas as postagens

sábado, 10 de dezembro de 2016

Lolita

Título no Brasil: Lolita
Título Original: Lolita
Ano de Produção: 1997
País: Estados Unidos
Estúdio: The Samuel Goldwyn Company
Direção: Adrian Lyne
Roteiro: Stephen Schiff
Elenco: Jeremy Irons, Dominique Swain, Melanie Griffith, Frank Langella
  
Sinopse:
O intelectual e professor Dr. Humbert Humbert (Jeremy Irons) começa um flerte com Charlotte Haze (Melanie Griffith), uma mulher liberal, mas acaba ficando obcecado mesmo por sua filha de 14 anos, a adolescente Dolores 'Lolita' Haze (Dominique Swain) que logo percebe seu interesse indisfarçavel. Mesmo ainda muito jovem ela então começa um jogo de sedução com aquele homem bem mais velho, testando os limites da moralidade da época. Filme indicado ao prêmio da Chicago Film Critics Association Awards. 

Comentários:
Vladimir Nabokov publicou sua obra mais conhecida "Lolita" em 1955. Esse livro causou todos os tipos de polêmicas desde que chegou ao mercado pela primeira vez. Acusado de escandaloso por uns, de genial por outros, uma coisa é certa: não é uma obra que se possa ignorar. O livro inclusive foi considerado um dos cem melhores romances já escritos na história. De fato é um texto extremamente bem escrito. Qual seria então o motivo da controvérsia? Simples, o tema sempre foi considerado explosivo demais, envolvendo os desejos de um homem mais velho por uma jovem adolescente, a tal Lolita que acabou virando sinônimo de sensualidade juvenil em praticamente todas as línguas. Essa não é a primeira adaptação cinematográfica, pois em 1962 o diretor Stanley Kubrick já havia feito sua versão com Sue Lyon no papel principal. Obviamente considero a obra de Kubrick bem mais relevante do que essa aqui de Adrian Lyne. Mesmo assim não tiro também os méritos dessa adaptação dos anos 90, principalmente por causa da boa atuação do sempre interessante Jeremy Irons. Ele segura o filme no quesito atuação praticamente sozinho, pois a jovem Dominique Swain que interpreta Lolita passou longe de atuar bem, sendo que o mesmo se pode dizer de Melanie Griffith, bem estranha, com muitas plásticas no rosto, que destoam da época histórica em que o enredo se passa. É em suma um bom filme, com bonita fotografia e o melhor de tudo: procurando ser o mais fiel possível ao texto original do grande Nabokov.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 15 de abril de 2016

9 1/2 Semanas de Amor

Título no Brasil: 9 1/2 Semanas de Amor
Título Original: Nine 1/2 Weeks
Ano de Produção: 1986
País: Estados Unidos
Estúdio: 20th Century Fox, Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Adrian Lyne
Roteiro: Sarah Kernochan, Zalman King
Elenco: Mickey Rourke, Kim Basinger, Margaret Whitton

Sinopse:
Elizabeth (Kim Basinger) conhece casualmente John (Mickey Rourke) e decide se envolver com ele. No fundo ela sabe muito pouco sobre seu parceiro, nenhum detalhe, sobre quem ele é ou o que ele faz, porém se entrega totalmente aos seus jogos sexuais que vão se tornando cada vez mais bem elaborados e sensuais durante as nove semanas e meia que ficam juntos.

Comentários:
Filme que fez muito sucesso e marcou época. Retrata uma paixão que dura exatamente nove semanas e meia de amor, como o próprio título sugere. Sempre achei esse roteiro muito parecido com o clássico erótico "O Último Tango em Paris" pois em ambos temos um casal de amantes que decide viver um romance onde os aspectos periféricos da relação são deixados de lado em prol de um envolvimento puro, sem preocupações sociais ou de status, valorizando apenas a atração física, a pura carne, de forma direta e sem culpas. Os dois personagens sempre resistem em saber mais um sobre o outro justamente por essa razão. O filme utiliza uma linguagem que na época estava muito em voga no mundo da publicidade e de videoclips. Nada mais natural já que o diretor Adrian Lyne vinha justamente desse mundo. O roteiro, temos que admitir, é bem minimalista, não procurando desenvolver muito os dois personagens principais. No caso aqui a forma foi bem mais trabalhada do que o conteúdo. Para algo assim funcionar era necessário ter o elenco certo e Lyne conseguiu isso unindo Mickey Rourke (ainda em plena forma, na sua fase galã) com Kim Basinger, que era considerada símbolo sexual. Revisto hoje em dia muitos aspectos de linguagem e produção mostram sinais de envelhecimento, o velho charme e sensualidade porém ainda estão lá.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Infidelidade

Se você ainda tem alguma dúvida do moralismo que impera na sociedade americana que tal ver (ou rever) esse “Infidelidade”? Como se sabe os EUA foram criados por uma primeira leva de imigrantes formada basicamente por puritanos calvinistas que fugiam da perseguição religiosa na Europa e foram parar no novo mundo com a convicção de começar tudo de novo. Pois bem, nem os séculos apagaram essa mentalidade. É o que podemos notar ao assistir filmes como esse “Infidelidade”. Na trama acompanhamos o desmoronamento de um casamento. O casal é formado por Connie (Diane Lane) e Edward (Richard Gere) um casal tipicamente nova-iorquino que mora no subúrbio. Após um encontro meramente casual com um charmoso francês, Connie se sente bastante atraída por seu estilo, elegância e modo de ser. Seu casamento com Edward já caiu na mais chata monotonia e banalidade e a oportunidade de começar uma nova vida amorosa lhe parece bastante tentadora.

Logo se torna amante do charmoso estrangeiro, traindo seu marido sempre que possível. Desconfiado então Edward contrata um detetive para seguir os passos de Connie, atitude que revelará para ele toda a verdade. “Infidelidade” é um retrato dos novos tempos. A mulher infeliz no casamento já não aceita o papel de submissão a que sempre foi imposta por séculos de machismo e idéias ultrapassadas. Uma vez atraída por outro homem nem pensa muito, partindo para outra, afinal amar é viver. Obviamente que o roteiro de “Infidelidade” está imerso no mais puro puritanismo ianque mas se o espectador desprezar esse enfoque vai acabar se interessando bastante pelos rumos da estória. O filme usa e abusa de uma fotografia em tons de cores sensuais, que combina muito bem com o clima de sedução que impera em muitas das cenas. Quem acaba brilhando no elenco é a atriz Diane Lane que após a maturidade parece viver uma nova e bela fase na carreira. Já Richard Gere se contenta em mais um interpretação no controle remoto, embora se torne no final das contas adequado ao enredo. Então é isso, “Infidelidade” é um filme interessante que toca em um tema bastante polêmico. Vale a pena conhecer.

Infidelidade (Unfaithful, Estados Undos, 2002) Direção: Adrian Lyne / Roteiro: Claude Chabrol, Alvin Sargent / Elenco: Diane Lane, Erik Per Sullivan, Richard Gere / Sinopse: Esposa decide trair o marido com um charmoso francês que conhecer por acaso após um encontro casual na rua. Refilmagem americana do filme "La Femme infidèle".

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Flashdance

Esse é um filme símbolo de um momento na história do cinema em que se tentou revitalizar um de seus gêneros mais populares e queridos: os musicais. Durante décadas Hollywood criou vários clássicos insuperáveis no gênero mas a partir da década de 60 eles foram cada vez mais rareando. Na década de 80 houve uma tentativa muito interessante de trazer de volta à moda esse tipo de produção. Claro que novos tempos exigiam novas idéias e assim a fórmula dos antigos musicais foi completamente deixada de lado. Agora haveria uma nova maneira de fazer esse tipo de produção. Saem as cenas grandiosas, com números de dança e sapateado e entram os hits radiofônicos, envolvendo tramas mais amenas (diria até mesmo açucaradas) com sucessos FM tocando a todo tempo. “Flashdance” nesse aspecto foi bastante inovador. A mais forte influência veio obviamente das peças da Broadway mas sem a pretensão de fazer algo completamente igual. O próprio enredo de Flashdance era um adaptação do que se via bastante em Nova Iorque mas realizado de forma bem mais simples, procurando captar o jeito despojado dos jovens da época.

Com tantas inovações o filme obviamente caiu nas graças do público e arrebentou nas bilheterias. A trilha sonora também virou uma campeã de cópias vendidas. Mais um acerto do compositor e produtor Giorgio Moroder que fez de sua canção "Flashdance... What a Feeling" um das músicas mais executadas da década de 80. Além do sucesso comercial também acabou vencendo o Oscar e o Globo de Ouro na categoria Melhor Canção Original. "Maniac" também foi indicada ao Oscar. “Flashdance” virou o “produto perfeito” na visão da dupla de produtores Don Simpson e Jerry Bruckheimer uma vez que foi uma produção relativamente barata, sem grandes astros com cachês milionários, que acabou virando moda, influenciando a indústria do cinema e da música. Nada mal para um filme com roteiro simples, visual de videoclip e uma atriz que pouco sabia dançar (Jennifer Beals foi dublada em praticamente todas as cenas de dança do filme, algo que só foi revelado muitos anos depois deixando muitos fãs desapontados). Depois do êxito de “Flahsdance” as portas do chamado novo musical se abriram em Hollywood. Vieram em seqüência vários filmes como “Footloose”, “Dirty Dancing” e vários outros, todos tentando pegar carona na estética de “Flashdance”. A Paramount se uniu a Polygram e juntos tiveram lucros espetaculares, afinal o filme custou pouco, não havia grandes astros e nem grandes cachês envolvidos na produção e a bilheteria foi simplesmente formidável. Revendo hoje em dia é inegável constatar o envelhecimento da película, mas ao mesmo tempo o clima de nostalgia supera tudo isso. Poucos filmes são tão representativos da década de 80 como esse. Por isso se você estiver interessado na música e na moda daqueles anos não deixe de ver “Flashdance”, uma produção que é a síntese de toda uma era.

Flashdance (Idem, Estados Unidos, 1984) Direção: Adrian Lyne / Roteiro: Thomas Hedley Jr., Joe Eszterhas / Elenco: Jennifer Beals, Michael Nouri, Lilia Skala / Sinopse: O filme narra as lutas e desafios de uma jovem garota, Alex Owens (Jennifer Beals), que tem o sonho de se tornar uma grande dançarina. Para viabilizar seu objetivo de vida ela tem que se virar como pôde, inclusive aceitando trabalhar nos empregos que lhe aparecem pela frente.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 19 de março de 2013

Atração Fatal

Dan Gallagher (Michael Douglas) é um homem bem sucedido na profissão e no casamento até que cansado da rotina insuportável da monogamia nupcial resolve ter um caso extraconjugal. A escolhida é uma mulher muito parecida com ele, também bem sucedida e dona de si, a executiva de empresas Alex Forrest (Glenn Close). O problema é que o que deveria ser um caso rápido, sem maiores conseqüências, sai do controle pois ela fica grávida e não aceita mais a rejeição do amante. A partir daí a infidelidade de Dan (Douglas) se torna um verdadeiro inferno pessoal pois sua amante perde o controle, o levando para um confronto definitivo, de proporções gravissimas. “Atração Fatal” foi um grande sucesso de bilheteria e em seu argumento colocava a questão da infidelidade conjugal sob uma perspectiva bem severa, pois a amante mudava completamente de personalidade, de uma mulher atraente e moderna acabava se transformando numa verdadeira insana, psicopata, capaz dos gestos mais absurdos para se vingar do amante que a abandonara.

Na época de seu lançamento muito se falou do moralismo embutido no roteiro que passava a mensagem de que homens infiéis deveriam ser punidos sem perdão. Além disso o filme chegou nos cinemas logo no momento em que a AIDS ganhava cada vez mais espaço nos jornais e noticiários. A nova doença vinha para colocar um ponto final na promiscuidade sem freios dentro da sociedade. Assim muitos ligaram esses eventos ao próprio filme e o classificaram como uma obra moralista e cafona. Não concordo completamente com esse tipo de análise. De fato “Atração Fatal” não passava de um thriller como tantos outros que o cinema americano lançava todos os anos. A falta de noção de Alex (Close) após ser abandonada reforçava ainda mais esse aspecto pois não existem thrillers sem algum psicopata por perto. Coube a ela esse papel. E a ligação com a AIDS era realmente meramente circunstancial. De qualquer modo o filme parece ter resistido bem ao tempo. Seu clima de marketing publicitário (fruto da escola em que o diretor Adrian Lyne se formou) torna a experiência de rever “Atração Fatal” ainda mais interessante. Não é o melhor papel da carreira de Glenn Close (ela é muito mais talentosa do que vemos em cena) mas certamente é um de seus personagens mais populares. Assim fica a recomendação de “Atração Fatal”, interessante filme que inclusive pode ser exibido por esposas levemente desconfiadas aos seus maridos. Quem sabe eles não mudem de idéia antes de “pular a cerca”...

Atração Fatal (Fatal Attraction, Estados Unidos, 1987) Direção: Adrian Lyne / Roteiro: James Dearden / Elenco: Michael Douglas, Glenn Close, Anne Archer, Ellen Hamilton Latzen / Sinopse: Homem bem sucedido (Michael Douglas) na carreira resolve se aventurar num caso extraconjugal o que lhe trará enormes problemas pela frente.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 8 de março de 2013

Lolita

Sempre foi muito polêmica a obra Lolita. O livro de autoria do escritor Vladimir Nabokov sempre despertou reações extremas. Acusado de ser pornográfico e incentivador da pedofilia, o texto causou reações quando foi publicado e continuou a causar debates acalorados quando foi adaptado para as telas. A primeira adaptação para o cinema foi realizada em 1961 e foi dirigida pelo mestre Stanley Kubrick. Desnecessário dizer que o cineasta foi acusado de praticamente tudo com seu lançamento. Na época o estúdio foi bombardeado com uma avalanche de cartas de protestos pelo fato de ter sido produzido um filme em cima do livro “maldito” de Nabokov. A bilheteria não foi expressiva e por muitos anos “Lolita” ficou de lado. Até que em 1997 o diretor Adrian Lyne resolveu se unir ao produtor de “Rambo”, Mario Kassar, para trazer de volta o livro às telas. Apesar de tanto tempo ter passado as reações contra o filme não se apaziguaram. O tema continua tão explosivo quanto antes e o filme novamente enfrentou protestos e boicotes, tanto que acabou indo parar diretamente na TV nos Estados Unidos (o circuito comercial não resolveu arriscar a exibição do filme em cinemas convencionais).

E afinal porque tanta celeuma? Do que afinal se trata “Lolita”? Bom, o enredo é relativamente muito simples e direto: Mr. Humbert (Jeremy Irons) é um escritor em crise, que enfrenta as desilusões da meia-idade chegando. Sua melancolia porém chega ao fim quando algo extraordinário ocorre em sua vida. Sem idéias novas para seu novo livro ele acaba prestando atenção numa garota de 12 anos (interpretada por Dominique Swain) que está chegando na puberdade. No começo Humbert resiste aos pensamentos mais ardentes em relação à garota mas aos poucos começa a perceber que ela não só começou a perceber suas reais intenções como também passou discretamente a incentivar seu flerte inconseqüente. É óbvio que um enredo desses pode perturbar uma boa parcela da sociedade mas de maneira em geral o diretor Lyne criou um filme nada ofensivo, baseado muito mais na sugestão do que na vulgaridade. A garota, como não poderia deixar de ser, tem pensamentos bobos e infantis o que acaba despertando ainda mais o desejo do escritor mais velho. O elenco é liderado por Jeremy Irons, ator de muitos recursos que prefere aqui a sutileza, a discrição em cada momento. Outro excelente ator em cena é Frank Langella, novamente em bom momento na carreira. “Lolita” é interpretada pela jovem Dominique Swain que apesar de pouca idade não compromete. O tom é de erotismo leve, por essa razão não há motivos para se sentir ofendido. O filme seguindo a tradição do original de Kubrick tem bela e sofisticada direção de arte que ajuda a suavizar o tema central da obra. No fundo “Lolita” é mais uma produção romântica do que qualquer outra coisa. A paixão do escritor é praticamente toda platônica e sem se preocupar com julgamentos morais ele vai expondo seu ponto de vista no decorrer do filme. De qualquer modo, e apesar da polemica, vale a recomendação.

Lolita (Lolita, Estados Unidos, 1997) Direção: Adrian Lyne / Roteiro: Stephen Schiff baseado na obra de Vladmir Nabokov / Elenco: Jeremy Irons, Melanie Griffith, Frank Langella, Dominique Swain, Suzanne Shepherd, Keith Reddin / Sinopse: O filme narra a complicada atração de um escritor mais velho, em plena meia-idade, que começa a se sentir atraído por uma ninfeta de apenas 12 anos, a doce e inocente Lolita!

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Proposta Indecente

Responda rápido sem pensar muito: você aceitaria que sua mulher passasse uma noite de amor ardente com um milionário bonitão com a cara do Robert Redford? Não, nem pensar? E se ele oferecesse um milhão de dólares pela noite? Você recusaria ou não? Seja sincero! São essas as perguntas feitas pelo argumento do filme “Proposta Indecente”, um dos grandes sucessos do cinema na década de 1990. O tema virou assunto de bate papo, ponto de discórdia e até mesmo piada de salão. Afinal não tardou a aparecer aqueles engraçadinhos afirmando que por um milhão de dólares não cederia a esposa pois ela na realidade valia muito menos do que isso! Deixando as piadinhas infames de lado esse filme “Proposta Indecente” forma ao lado de “Assédio Sexual” um tipo de produção que acabou se tornando recorrente naqueles anos, a dos filmes baseados em pura polêmica. A fórmula era até simples: os roteiristas pensavam em um tema polêmico e escreviam uma estória e um enredo em torno dele. Durante certo tempo a aposta deu muito certa até porque a própria polêmica ajudava a vender o filme pois era um tipo de propaganda boca a boca grátis. Afinal a pergunta ficou no ar por vários meses – quem afinal deixaria a mulher ter uma noite de amor com outro homem por uma quantia irrecusável?

Para segurar um tema desses e não cair no ridículo a atriz que faria o papel da esposa tinha que realmente ser uma beldade que valesse tanto dinheiro. Demi Moore foi a escolhida. Ainda jovem e bonita e com aquela voz rouca e sensual ela virava a cabeça de Robert Redford, que em um acesso de desejo lançava a proposta de um milhão de dólares para o maridão deixar ele se deitar com sua esposa por uma noite apenas. Já Woody Harrelson faz o sujeito que teria que aceitar ou não a traição remunerada. Para piorar seu personagem era uma pessoa que não conseguia acertar na vida e estava passando por sérias dificuldades financeiras. Pelo visto já deu para perceber que os roteiristas amarraram todas as pontas para piorar ainda mais a situação do pobre rapaz. O estúdio sabia que tinha em mãos um filme que além de polêmico tinha que ser muito sensual. Para isso contrataram Adrian Lyne de “Nove Semanas e Meia de Amor”. Ele deu um visual suave às cenas, com muitas cores sensuais pelo cenário. Tudo soava como paixão e luxúria. Demi Moore foi particularmente privilegiada pelas lentes de Lyne que usando de uma luz ideal para o tom de pele da atriz, conseguiu valorizar toda a sua sensualidade. Tirando a polêmica de lado e se concentrando apenas em seus méritos cinematográficos, “Proposta Indecente” se mostra apenas mediano. Esse tipo de argumento que fica girando apenas em torno de uma questão acaba ficando saturado no desenrolar da estória. Tudo acaba se resumindo em aceitar ou não a milionária proposta. Mesmo assim o filme não deixa de ser ainda hoje curioso. A pergunta não deixa de ser intrigante, mesmo atualmente. E aí você deixaria sua mulher nos braços de um outro homem apenas por uma noite, por um valor, esse sim, indecente?

Proposta Indecente (Indecent Proposal, Estados Unidos, 1993) Direção: Adrian Lyne / Roteiro: Jack Engelhard, Amy Holden Jones / Elenco: Robert Redford, Demi Moore, Woody Harrelson, Seymour Cassel, Oliver Platt, Billy Bob Thornton / Sinopse: Milionário maduro e enxuto (Robert Redford) fica encantado por uma jovem esposa (Demi Moore) de um pobre sujeito (Woody Harrelson) que não consegue acertar na vida e está com sérias dificuldades financeiras. Em um acesso de desejo incontido o ricaço resolve fazer uma proposta indecente, oferecendo um milhão de dólares para dormir com a esposa do pobretão por apenas uma noite. Será que a traição realmente não tem preço?

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

9 1/2 Semanas de Amor

Mickey Rourke foi um dos maiores símbolos sexuais do cinema nos anos 80. Sabia disso? Hoje ele está com sua aparência prejudicada por várias cirurgias plásticas mal realizadas mas há vinte anos o ator era considerado um sex symbol absoluto. Ele inclusive ditou moda no jeito de se vestir, andar, se comportar, sempre surgindo com barba por fazer dando aquele toque desleixado que as mulheres adoravam. Ninguém era mais cool do que Mickey Rourke em Hollywood. Esse "9 1/2 Semanas de Amor" foi feito para capitalizar em cima dessa imagem. Basicamente o filme não possui muita substância ou conteúdo, sendo mesmo uma produção que apela para a sensualidade, para o instinto do espectador. O roteiro tem ecos de "O Último Tango em Paris" pois as situações são muito parecidas entre si. Duas pessoas se conhecem, se envolvem e ignoram todos os demais fatores como convenções sociais, tabus e preconceitos. Eles se bastam a si mesmos. No fundo somos levados a presenciar apenas o encontro avassalador entre um homem e uma mulher que levam a paixão até suas últimas consequências. É em essência a adoração do corpo, do prazer sexual, sem culpa, sem mancha, sem medo. A paixão se bastando a si mesma.

Como é um filme sensorial não existem grandes falas ou teses em debate, nada disso. A paixão não precisa ser intelectual, bastando a química funcionar entre os dois corpos e nada mais. Nada de conversas intelectuais ou algo do tipo. É de pele, calor, sensualidade, que o filme trata. Nesse ponto o diretor Adrian Lyne foi muito feliz pois realizou uma metáfora do desejo sexual livre de tabus ou sentimentos de culpa. Tudo muito simples. Um homem, uma mulher e a paixão que dura exatamente nove semanas e meia de amor. Tudo tão simples (e definitivo). Quem nunca passou por uma paixão assim? Essas geralmente são justamente as que mais duram pois a aventura traz um sabor todo especial para o libido tanto masculino quanto feminino. Casamentos são chatos e aborrecidos. Relacionamentos sérios demais também. Bom mesmo é se entregar de corpo e alma a momentos assim, sem se preocupar com o dia de amanhã! Depois desse filme Mickey Rourke fez filmes bem melhores como "Coração Satânico" ou "Barfly", por exemplo, mas nunca mais conseguiu repetir o fenômeno comercial e social de "9 1/2 Semanas de Amor " que ficou em cartaz em São Paulo por anos a fio, se tornando o maior cult movie de sua carreira. As cenas viraram referências e influenciaram comercias de TV, videoclips e muito mais. Kim Basinger também nunca mais esteve tão bela e sensual como aqui. É aquela coisa, certos filmes se tornam a cara de uma geração justamente por terem sido realizados em determinada época. Esse é um caso típico. Amado por uns, odiado por outros, o fato é que a áurea de cult permanece intacta. Em sua simplicidade viril e instintiva o filme conseguiu atingir o público de forma muito especial. Era um reflexo da cultura sexual de sua época. Só isso já é o bastante para transformar a produção em um marco do cinema dos anos 80.

9 1/2 Semanas de Amor (9 1/2 Weeks, Estados Unidos, 1986) Direção: Adrian Lyne / Roteiro: Sarah Kernochan, Zalman King / Elenco: Mickey Rourke, Kim Basinger, Margaret Whitton / Sinopse: Elizabeth (Kim Basinger) é uma corretora de arte que conhece casualmente John (Mickey Rourke). A atração é imediata e juntos embarcam em um relacionamento sexual e emocional intenso.

Pablo Aluísio.